Buscar

Educação Inclusiva na Sociedade Contemporânea

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 100 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 100 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 100 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Página inicial 
A COMPREENSÃO DA 
DEFICIÊNCIA NO 
CONTEXTO 
HISTÓRICO 
Professor (a) : 
Me. Raquel de Araújo Bomfim Garcia 
Objetivos de aprendizagem 
• Conhecer a deficiência em diferentes contextos históricos; 
• Compreender a percepção da sociedade em relação às pessoas com deficiência no contexto da institucionalização. 
• Apreender sobre as mudanças provocadas pelos serviços oferecidos às pessoas com deficiência como também as suas 
restrições. 
• Assimilar os princípios fundamentais da Inclusão social e educacional. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• Deficiência: Revelações da História 
• Relação da sociedade com a pessoa com deficiência: Paradigma da Institucionalização 
• Relação da sociedade com a pessoa com deficiência: Paradigma de serviços 
• Relação da sociedade com a pessoa com deficiência: Paradigma de suporte 
Introdução 
A proposta para esse estudo é apresentar a você um conhecimento histórico sobre a trajetória de lutas, perseguições, isolamento, 
integração e inclusão na qual as pessoas com deficiência foram conquistando seu espaço tanto no contexto social quanto 
educacional. 
A princípio vamos retomar a antiguidade para identificar como era o enfrentamento dos povos do antigo Egito, da Grécia, em 
Roma diante daquele que apresentasse alguma deficiência. Para então compreender que mudanças ocorreram a partir do 
cristianismo, passando pela Idade Média, pelos ideais humanistas chegando até o Século XIX. 
Partindo desta resgate histórico vamos nos aprofundar no conhecimento sobre a maneira com que a sociedade foi se relacionando 
com as pessoas com deficiência ao longo dos anos. Para isso, teremos como referência a teoria de Aranha que estabeleceu três 
paradigmas importantes nesta relação: o paradigma da institucionalização, o paradigma de serviços e o paradigma de suporte. 
O paradigma que permaneceu por mais tempo foi o da institucionalização, sendo importante conhecermos o contexto em que foi 
instituído, suas propostas de atendimento à pessoa com deficiência e os questionamentos que o destituiu. 
No paradigma dos serviços vamos compreender a ideologia de normalização vigente naquele momento e em consequência desta o 
conceito de integração; perpassando pelos benefícios que estes serviços proporcionaram às pessoas com deficiência e as severas 
críticas por centralizarem a dificuldade no sujeito. 
E por fim, estaremos discorrendo sobre o paradigma de suporte que possibilitou um avanço significativo na relação das pessoas 
com deficiência com a sociedade, mas que ainda encontra muitos impedimentos em sua efetivação. 
O conhecimento sobre esta trajetória é muito importante, pois nos possibilita compreender o quanto a inclusão não é fruto de um 
momento, mas sim um resultado da luta das pessoas com deficiência pelo seus direitos enquanto cidadãos. Por isso convido você a 
fazer esta retomada histórica e aprofundar seu conhecimento neste tema. Bom estudo. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
Avançar 
DOWNLOAD PDF 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1
https://drive.google.com/file/d/169JKVGQ9KBgfxzaTS8n5cmafyGl_fVze/view?usp=sharing
Página inicial 
Deficiência: revelações da história 
A inclusão educacional de pessoas com deficiência hoje, tem sido um tema bastante difundido no meio escolar, sendo que, cada vez 
mais é comum encontrarmos pessoas com deficiência frequentando salas de aula do ensino fundamental, médio e no ensino 
superior. Mas será que foi sempre foi assim? 
Convido você a fazer um breve resgate histórico a fim de compreender como se deu a relação da sociedade com as pessoas com 
deficiência ao longo dos tempos. Nesta aula estaremos percorrendo períodos remotos da história e conhecendo como estas 
pessoas eram vistas em na antiguidade até o Século XIX. 
A pessoa com deficiência na perspectiva de diferentes civilizações 
No Egito 
Segundo Silva (1987), no Egito antigo, acreditava-se que a deficiência acontecia em decorrência de “maus espíritos”; no entanto 
aqueles que pertenciam à nobreza, também os guerreiros e os sacerdotes podiam receber tratamento, diferente dos pobres que 
muitas vezes eram explorados por charlatões e acabavam sendo atrações circenses ou ainda, sendo objeto de treinamento de 
cirurgias e estudos de sacerdotes. 
Na Grécia 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
Nesta, todo aquele que apresentasse alguma diferença, ou seja, que fosse uma fraqueza, imaturidade ou 
algum defeito era eliminado de forma proposital (ARANHA, 2001). A exemplo disso Wilkinson (2002) relata 
a história de Hefaísto, que ao nascer sua mãe Hera o arremessou no rio Oceano devido ter nascido manco e 
feio; no entanto ele foi salvo pelas ninfas e posteriormente tornou-se um famoso artesão, chamado de 
ferreiro divino. 
Este dado é mais relevante quando falamos de Esparta, exemplo de eugenia negativa, segundo Amaral 
(1995) as pessoas que apresentassem algum desvio, diferença ou deficiência “[...] tinham, conforme o 
momento histórico e os valores vigentes, seu destino selado de forma inexorável: ora eram mortas, assim 
que percebidas como deficientes, ora eram simplesmente abandonadas à sua sorte , numa prática então 
eufemisticamente chamada de exposição”(p.43). 
Segundo o autor, muitas destas crianças eram recolhidas por pessoas da plebe e usadas na mendicância. 
No entanto, Plutarco (apud SILVA, 1987) revela que leis que protegiam àqueles que viessem adquirir uma deficiência ao longo da 
vida: 
Solón estabeleceu normas bem claras para proteger também cidadãos atenienses enfraquecidos por 
doenças ou vitimados por deficiência. Em Atenas essas normas além de garantir alimentação, davam ampla 
liberdade para que qualquer agressor fosse processado por atos de injúria ou de ataques físicos, caso algum 
desses cidadãos deficientes fosse assaltado, espancado ou sofresse qualquer tipo de violência (p.126). 
Com isto percebe-se que para os Espartanos a exclusão e a inclusão ocorre de acordo com o momento em que a deficiência é 
detectada. 
Em Roma 
A civilização romana é conhecida como a grande criadora de leis, diante disso, segundo Silva (1987) haviam 
leis que garantiam os direitos do recém nascido, no entanto eram especificadas as circunstâncias em que 
estes eram garantidos ou negados. Como condições de negação eram consideradas, principalmente, a forma 
humana e a vitalidade. Como exemplo poderemos mencionar que, tanto os bebês nascidos prematuramente 
(antes do 7º mês de gestação) quanto os que apresentavam sinais da chamada “monstruosidade”, não 
tinham condições básicas de direito (SILVA, 1987, p. 127). 
Segundo Moreira Alves (apud SILVA, 1987), a família tinha o poder de decidir pela morte do filho, no 
entanto, antes de deixá-lo nas margens do Rio Tibre ou num outro local sagrado deveriam apresentá-lo a 
cinco vizinhos para que fosse constatada a anomalia ou mutilação. Schewinsky (2004) acrescenta que, 
muitas destas crianças eram levadas por escravos para praticarem mendicância posteriormente uma 
ocupação rendosa. 
Com o advento do Cristianismo 
Neste momento histórico houve uma mudança na visão de homem, pois segundo Aranha (2001, p. 3) “[...] todos passaram a ser 
igualmente considerados filhos de Deus, possuidores de uma alma e portanto merecedores de respeito à vida e a um tratamento 
caridoso”.Silva (1987) acrescenta que as pessoas com deficiência passaram a ser considerados como criaturas de Deus, sendo 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
digno de cuidados e com um destino imortal. Diante disso, “[...] a alma não é manchada por deformidades no corpo (...) uma grande 
alma pode ser encontrada num corpo pequeno e disforme” (p.150). O pensamento cristão inspirou a lei de Constantino em 315 
depois de Cristo, na qual pessoas que tivessem qualquer má formação congênita ou deficiência tinham o direito de ser protegidas. 
Na Idade Média 
A exclusão das pessoas com deficiência na Idade média era realizada pela Igreja Católica e comum acordo com o Estado. Estas 
pessoas eram recolhidas em mosteiros. Sendo que a deficiência era compreendida como atuação do demônio ou de maus espíritos, 
sendo regido por bruxas; outra explicação estava relacionada a ira e ao castigo de Deus. No entanto, ambas levavam a segregação 
e ridicularização das pessoas com deficiência (SCHEWINSKY, 2004). Este período também foi marcado pela Inquisição, no qual 
ocorreu grande perseguição às pessoas com deficiência. 
Título: Vítima da Inquisição espanhola sendo torturada diante de um tribunal da Inquisição espanhola. 
No Humanismo 
A valorização do homem, segundo Schewinsky (2004), passou por um processo de mudança com o advento do Humanismo, sendo 
que as pessoas com deficiência e como também os mais pobres começaram a ter um tratamento diferenciado; sendo que a 
comunidade é responsabilizada pelos serviços de saúde. Amaral (1995, apud SCHEWINSKY, 2004, p. 8) ao falar deste período 
ressalta que: 
Paracelmo e Cardano (ambos do século XVI) são os primeiros a trazer a questão da deficiência para o 
âmbito da Ciência, mais especificamente da medicina (pois eram médicos e alquimistas), demarcando uma 
fronteira entre a visão teológica ou moral e científica. Esses estudiosos, embora mantivessem uma estreita 
ligação com as teorias que enfatizavam as forças cósmicas, afirmavam a legitimidade de tratamento para 
pessoas com deficiência. 
A partir do Século XVII, passaram a ser organizados hospitais gerais; estes por sua vez funcionavam como local de estudos e cura, 
como também como asilo, para exclusão. De acordo com Foucault (1985), é no Século XVIII que a medicina passa a ter um caráter 
de medicina social. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
No entanto, conforme Aranha (2001) estes hospitais proliferaram nessa época, mas seus objetivos estavam mais voltados para o 
confinamento de pessoas com deficiência e doenças mentais do que para o tratamento das mesmas, funcionando como asilos e 
conventos. Algumas destas instituições eram como que prisões. 
No Século XIX 
De acordo com Schewinsky (2004), a concepção da deficiência no Século XIX sofreu modificações decorrentes de influências da 
filosofia humanista e da Revolução Industrial. Conforme Aranha (2001) haviam interesses sócio-econômicos que justificam estas 
mudanças, na qual a educação passa a ter o objetivo de preparar mão de obra para efetivar a produção. 
Amaral (1995, p. 50) explica que: 
Nesse período há a coexistência de múltiplas representações do fenômeno e consequentemente, de 
múltiplas abordagens e atuações: algumas de caráter mais educacional, outras de cunho médico. Mas de 
uma forma geral, pode-se assinalar esse período como o da superação da visão de deficiência como doença 
e o início de seu entendimento como estado ou condição. 
Diante deste breve resgate histórico podemos perceber o quanto a exclusão de pessoas com deficiência esteve constante em 
diferentes momentos da história da humanidade. No entanto, não devemos julgar a história e sim buscar compreender as reais 
motivações que levaram a tais atitudes naquela situação. Segundo Aranha (2001), esses fatos revelam a maneira com que a 
sociedade estabelece sua relação com o diferente. 
Aranha (2001, p. 3) explica que: 
"A síntese de tais informações, entretanto, vai pouco além do fato de que a existência das pessoas 
hoje chamadas com deficiência era registrada e conhecida. Ela nos diz que a abordagem ao diferente 
variava de grupo a grupo. Alguns, matavam-nos; outros, advogavam a convivência amigável; outros 
ainda, puniam-nos por considerarem a doença, a fraqueza e a deficiência resultantes de possessão 
demoníaca, sendo a punição a única forma de se livrar do pecado, da possessão e de se reparar os 
pecados. Assim, observa-se que sua desimportância no contexto da organização sócio-político- 
econômica associava-se ao conjunto de crenças religiosas e metafísicas, na determinação do tipo de 
relação que a sociedade mantinha com o diferente." 
Fonte: ARANHA, M. S. F. Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência. Revista do 
Ministério Público do Trabalho, Brasília, DF, 11(21), 160-173, 2001. Disponível em: 
http://www.anpt.org.br/site/download /rev_mpt_21.pdf. Acesso em: 25, julho 2017. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Relação da sociedade com a pessoa com 
deficiência: paradigma da 
institucionalização 
A institucionalização de pessoas com deficiência teve seu início no Século XIX, no entanto, ainda é realidade em alguns lugares no 
mundo. Aranha (2001) ao discorrer sobre o tema o caracteriza como um paradigma da institucionalização. 
Paradigma: Segundo Kuhn (1962, apud RIBEIRO et al, 2010) o paradigma constitui-se numa estrutura de 
pensamento, na qual valores, crenças e técnicas são compartilhadas entre os participantes de uma 
comunidade científica. Sendo considerado mais que uma teoria, mas sim uma estrutura que pode gerar 
novas teorias. 
Fonte: RIBEIRO, W. C.; LOBATO, W.; LIBERATO, R. C. Paradigma tradicional e paradigma emergente: 
algumas implicações na educação. Revista Ensaio. Belo Horizonte, v.12, n.01, p.27-42, jan-abr, 2010. 
A institucionalização 
Aproximadamente em 1800, na Suíça, foi organizada por Guggenbuhl uma instituição que tinha o intuito de cuidar e tratar de 
maneira residencial pessoas que apresentavam deficiência mental. Seu trabalho chamou a atenção para a necessidade de 
mudanças significativas no sistema de internamento da época, que se resumiam em abrigos e prisões. Este projeto foi pioneiro no 
que se refere ao cuidado institucional de pessoas com deficiência intelectual, sendo que suas ideias chegaram até ao continente 
americano (ARANHA, 2001). 
No entanto, segundo Aranha (2001), estas instituições com o tempo deixaram de ter um cunho de tratamento e educação 
tornando-se instituições de custódia e asilares, provendo ambientes segregados, chamados de Instituições Totais. Para a autora, 
este é o primeiro paradigma da relação da sociedade com as pessoas com deficiência - a Institucionalização. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
O ato de excluir pessoas com deficiência da sociedade foi muito comum até o século XIII, não podendo realizar nenhum tipo de 
atividade devido ao fato de julgá-las como incapazes, sem condições de exercer qualquer trabalho, independente da deficiência. 
Neste período não há registros de atividade educacional com estas pessoas com deficiência (JONSSON, 1994; MENDES, 1995). 
Neste período, segundo Pessotti (1984), a finalidade das instituições era propiciar tratamento médico, como também amenizar a 
sobrecarga tanto familiar quanto social, não tendo intenção de propiciar educação aos internos. Então a educabilidade das pessoas 
com deficiência neste período provinha de iniciativas médicas, acontecendo em instituições de cunho religiosos ou filantrópicas. O 
governo consentia com o funcionamento das mesmas, no entanto não havia nenhum envolvimento do poder público. 
Deste modo, as pessoas com deficiência eram retiradas de suas famílias e de suas comunidades sendo encaminhadas para 
instituiçõesresidenciais ou escolas especiais. Nestas, ficavam isoladas da sociedade perante a justificativa da necessidade de 
proteção, de tratamento ou ainda de um processo educacional diferenciado (ARANHA, 2001). 
Goffman (1962) por sua vez, fez sérias críticas a este tipo de instituição total, explicando que se constituíam em: “[...] um lugar de 
residência e de trabalho, onde um grande número de pessoas, excluídos da sociedade mais ampla por um longo período de tempo, 
levam juntos uma vida enclausurada e formalmente administrada”(p.XIII). O autor ainda afirma que a experiência de 
institucionalização exclui de forma significativa o indivíduo da vida em sociedade, criando um estilo de vida institucional difícil de 
reverter. 
Buscando compreender o mundo social de pessoas internadas em hospitais, Goffman fez uma pesquisa de 
campo em um hospital, em Washington D. C., Estados Unidos, nos anos de 1955 a 1956. Neste tempo, 
conviveu com os pacientes, procurando compreender sua perspectiva subjetiva. Com esta vivência e 
estudos bibliográficos foi que elaborou o conceito de “instituição total”. Caracterizando- a: 
“[...]pelo seu “fechamento” mediante barreiras que são levantadas para segregar os internados do contato 
social com o mundo exterior. As proibições à saída estão muitas vezes incluídas no plano físico e 
arquitetônico da mesma. Seu traço principal é que ela concentra todos os diferentes aspectos da vida de 
uma pessoa (trabalho, lazer, descanso) no mesmo local e sob a autoridade de uma equipe dirigente" 
(GOFFMAN, 1987,p.7 apud BENELLI, 2014, p.23) 
Fonte: BENELLI, SJ. Goffman e as instituições totais em análise. In: A lógica da internação: instituições totais 
e disciplinares (des)educativas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2014, pp. 23-62. 
No entanto, por muito tempo, este tipo de instituição era o único recurso de atendimento à pessoas com deficiência. Imperando 
“[...] a ideia de separar o diferente, colocá-la em um espaço próprio, de tal modo que a sociedade se sinta protegida do contato com 
essas categorias de pessoas geralmente consideradas indesejáveis” (BARTALOTTI, 2006, p. 14). 
Aranha (2001) destaca que vários autores, após a década de 60, fizeram críticas severas relacionadas a ineficiência e inadequação 
deste sistema. Vail (1966, apud ARANHA, 2001) a título de exemplo, destaca que as práticas utilizadas no contexto institucional 
eram irrealistas, não tendo relação com as demandas do meio externo. 
Com isso, acabava por dificultar a adaptação destas pessoas na sociedade, limitando-as ao contexto da instituição. O autor 
evidencia alguns dos procedimentos “[...] como o de admissão, sistemas de recompensa e de punição, a uniformidade de massa e a 
impersonalidade automatizada da interação entre os provedores de serviços e seus usuários” (ARANHA, 2001, p. 9). 
Conforme relatório de estudo realizado na Inglaterra por Pauline Morris (1969, apud ARANHA, 2001), as condições desse tipo de 
atendimento institucional eram precárias, com prédios decadentes, as roupas eram utilizadas de forma comunitária, não havia nem 
incentivo e nem mesmo permissão para que mantivessem objetos pessoais; as informações sobre os pacientes eram limitadas e 
muitas vezes não fidedignas; restrita estimulação e tratamento sem diferenciação, não atendendo as necessidades individuais; 
profissionais não qualificados para realizar o acompanhamento; afastamento da comunidade; e as regras não atendiam ao que era 
importante para o interno, sendo elaborada por pessoas que não conheciam suas necessidades. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
O movimento de desinstitucionalização 
A institucionalização, no entanto, começou a ser questionada no início do século XX, quando passam a reconhecer que a vida no 
contexto institucional era desumana, causava danos a auto-estima, não oferecia condições para que os pacientes fossem inseridos 
na sociedade, como também não apresentavam formas adequadas de tratamento. Outro dado relevante é que é era muito caro 
para o governo manter essas pessoas segregadas e improdutivas (SILVA, 2003). 
Bradley (1978, apud ARANHA, 2001) revela que este movimento de desinstitucionalização, já vinha se organizando há muito 
tempo, mas que a forma com que foi se encaminhando envolveu etapas diferentes que culminaram no seu encaminhamento. 
dentre elas o autor destaca: 
1. A melhoria do sistema de recursos e serviços da comunidade 2. A exigência dos consumidores pelo acesso 
a esses recursos e serviços 3. O início do uso de antibióticos, que reduziu o índice de mortalidade nas 
instituições 4. A resultante sobrecarga de pessoas institucionalizadas exigia que ou se construíssem novas 
instituições, ou se criassem novas alternativas comunitárias (BRADLEY, 1978,apud ARANHA, 2001, p. 10). 
Diante destes fatos, Aranha (2001) esclarece que o movimento de desinstitucionalização naquele momento histórico estava 
relacionado a diferentes interesses e questionamentos das mais diversas direções. Sendo que a autora destaca três aspectos mais 
relevantes: 
1. Interesse do sistema: porque estava ficando cada vez mais caro subsidiar os custos desta população que encontrava-se 
institucionalizada, segregada e na improdutividade. Com isso, o sistema político-econômico assumiu um discurso de 
incentivo a produtividade e autonomia. 
2. Processo geral de reflexão e de crítica : estes por sua vez relacionados a temas como direitos humanos e das minorias, “[...] 
sobre a liberdade sexual, os sistemas de organização político-econômica e seus efeitos na construção da sociedades e da 
subjetividade humana [...]” (ARANHA, 2001, p. 10-11); que já eram comuns às sociedades ocidentais. 
3. Duras críticas a institucionalização : passaram a ser comuns, advindas principalmente da academia científica, como 
também das mais diversas categorias de profissionais. 
Sendo assim, independente do motivo ou da natureza destas hipóteses, o importante é que elas conduziram a uma revisão da visão 
da deficiência, estimulando a pesquisa de novas maneiras de lidar com pessoas com deficiência. Isto ressalta que a década de 60 foi 
deveras importante no que se refere a mudanças ocorridas na maneira da sociedade relacionar-se com as pessoas com deficiência, 
visto que a institucionalização havia fracassado “[...] na busca de restauração de funcionamento normal do indivíduo no contexto 
das relações interpessoais, na sua integração na sociedade e na sua produtividade no trabalho e no estudo[...]” (ARANHA, 2001, p. 
11). 
No entanto, este processo de mudança de paradigma veio acompanhado de muitas inquietações. Jones et al (1975, apud ARANHA, 
2001) elencaram alguns problemas na desinstitucionalização: a falta de informação sobre como as pessoas com deficiência 
intelectual reagiriam se fossem tratadas como pessoas normais; e quando os indivíduos “[...] não se encaixam na política da 
desinstitucionalização; quando concentra profissionais cujas atitudes faz deles pessoas incapazes de administrá-la e finalmente e 
quando impõe a ambos expectativas que são manifestamente irrealistas” (p. 12-13). 
Valerie J. Bradley (1978, apud ARANHA, 2001) destacou que o planejamento inadequado de um programa de 
desinstitucionalização pode acarretar vários problemas relacionados: insegurança dos pais (incerteza de que não pudessem ter um 
cuidado global e estável); sistema financeiro (busca das entidades por apoio em fontes de financiamento); prestadores de serviço 
irritados (preocupados em perder seus empregos); baixa confiabilidade (os serviços da comunidade não ofereciam segurança de 
que tinham competência para este serviço); e o papel do setor público (divergências e competições entre provedores de serviço 
privados e públicos acabam por dificultar o desenvolvimento de recursos para o atendimento destas pessoas. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Enfim, houveramdiferentes motivações para o movimento de desinstitucionalização relacionados aos direitos humanos e civis da 
pessoa com deficiência, aproveitando o espaço criado “[...] pelas contradições do sistema sócio-político-econômico vigente (o qual 
defendia a diminuição das responsabilidades sociais do Estado e buscava diminuir o ônus populacional) para avançar na direção de 
sua integração na sociedade” (ARANHA, 2001, p. 14-15). 
Apesar de hoje, as instituições fechadas não serem comum no trabalho com pessoas com deficiência, a ideia de institucionalização 
ainda permeia no imaginário de muitos até os dias de hoje. 
Relação da sociedade com a pessoa com 
deficiência: paradigma de serviço 
Caro(a) aluno(a) a maneira com que a pessoa com deficiência foi sendo compreendida a partir da década de 60 desencadeou um 
novo paradigma na sua relação com a sociedade, que Aranha (2001) denominou de Paradigma de Serviço. 
De acordo com Leite e Sartoreto (2012) essa mudança aconteceu em decorrência de muitos questionamentos sobre a ineficiência 
e inadequação das instituições fechadas que acabavam por não oferecer recuperação aos indivíduos. Com isso, aconteceu um 
movimento que visava a desinstitucionalização, mas de uma maneira que houvesse um planejamento das ações comunitárias que 
proporcionam a inserção das pessoas com deficiência na sociedade. 
Segundo Aranha (2001), o objetivo não se restringia a retirar as pessoas destas instituições, mas sim colocá-las “[...] num sistema, o 
mais próximo possível, do que fosse o estilo de vida normal numa comunidade”(p. 11). Convido você a conhecer um pouco mais 
sobre esse momento e suas implicações na forma de compreendera pessoa com deficiência. 
A normalização 
Questões relacionadas ao ensino segregado e a não participação no mercado de trabalho tiveram um peso importante na 
desinstitucionalização. O incômodo causado por estas instituições como também as tendências sobre as concepções de desvio e 
normalidade levaram a uma nova maneira de estar compreendendo as pessoas com deficiência. O conceito de normalização passa 
a fazer parte do contexto da sociedade, no que se refere às pessoas com deficiência. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Segundo a American National Association of Rehabilitation Counseling - A.N.A.R.C. (1973, apud ARANHA, 2001, p. 12) o objetivo 
era de “[...] ajudar pessoas com deficiência a obter uma existência tão próxima ao normal possível, a elas disponibilizando padrões e 
condições de vida cotidiana próxima às normas e padrões da sociedade.” Com o afastamento destas pessoas das instituições, a 
sociedade passou a preocupar- se com a implantação de programas comunitários que propusessem serviços adequados suas 
necessidades. 
A ideologia de normalização fundamentava-se na expectativa de que os centros de tratamento especializado pudessem 
proporcionar à pessoa com deficiência, aparência e atitudes que fossem parecidas com a daqueles que não tinham deficiência. Esta 
concepção novamente evidencia no sujeito a condição de deficiente, não considerando a diferença como uma parcela da própria 
constituição humana. Diante desta concepção, a preocupação da sociedade concentrou-se em oferecer uma quantidade de 
serviços que possibilitasse a estas pessoas a habilitação e ou reabilitação, sempre com o intuito de emancipá-los socialmente 
(LEITE et al, 2012). 
Aranha (2001) explica que, diante desta nova realidade, surgem as organizações ou entidades de transição, como alternativa de 
atendimento às pessoas com deficiência. Estas por sua vez, apresentavam-se menos cerceada e determinante de dependência, 
mas apresentavam certa proteção em relação a sociedade externa. A autora destaca ainda que: 
Tais entidades foram planejadas e delineadas para promover a responsabilidade e enfatizar um grau 
significativo de auto-suficiência da pessoa com deficiência, através do trabalho ou do preparo para o 
trabalho, envolvendo treinamento e educação especiais, bem como um processo de colocação 
cuidadosamente supervisionado (p. 15). 
À vista disso, verifica-se uma necessidade de que estas pessoas retornassem ao sistema produtivo, pois o poder público não tinha 
mais interesse em sustentar um número elevado de pessoas em ambientes segregados. E com isso surge um novo conceito, o da 
integração (ARANHA, 2001). 
A integração 
O fundamento do conceito de integração, segundo Aranha(2001), nasceu dentro da ideologia de normalização, na qual 
compartilhavam-se ideias de que as pessoas com deficiência tinham o direito e a necessidade de serem habilitadas ou reabilitadas 
num nível o mais próximo da normalidade (estatística e funcional). Desta forma, quando falamos em integração estamos 
entendendo que a mudança deve acontecer com o sujeito, mesmo sabendo que também são necessárias modificações na 
comunidade. Estas modificações no entanto: 
[...] não tinham o sentido de se reorganizar para favorecer e garantir o acesso do diferente a tudo o que se 
encontra disponível na comunidade para os diferentes cidadãos, mas sim o de lhes garantir serviços e 
recursos que pudessem “modificá-los” para que estes pudessem se aproximar do “normal” o mais possível 
(ARANHA, 2001, p. 16). 
As organizações que compartilham dessa filosofia, são chamadas de Casas de passagem e Centros de Vida Independente; mais 
especificamente na esfera educacional, podemos encontrar as classes especiais e as escolas especiais, cujo o trabalho educacional 
estava focado em preparar o aluno para ser reinserido as salas de aula chamadas de normais. No campo profissional eram 
oferecidas atividades em oficinas abrigadas e centros de reabilitação (ARANHA, 2001). 
De acordo com Beyer (2006), por muito tempo as escolas especiais eram vistas como ambientes de segregação, sendo 
consideradas como depósitos de pessoas rejeitadas, fracassadas ou deficientes que não se enquadraram no que é esperado no 
currículo regular. Como também, realizar um trabalho com aqueles alunos que o sistema regular não sabia ou não queria 
empenhar-se em desenvolver. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Segundo Mazzotta (2005), nos ano de 1950 havia no Brasil cerca de quarenta estabelecimentos públicos 
que realizavam algum tipo de atendimento especial aos alunos com deficiência mental no ensino regular, 
enquanto as demais deficiências estavam distribuídas em outros quatorzes estabelecimentos. Oito 
instituições especializadas, públicas ou particulares prestavam atendimento a deficientes mentais e outras 
oito, às outras deficiências. 
Fonte: Mazzotta, M. J. S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. (5 ed). São Paulo: Cortez, 
2005. 
O trabalho desenvolvido dentro destas instituições visavam o treinamento para a vivência na sociedade, sendo orientados por 
equipes formadas por profissionais de diferentes áreas. Dentre as atividades desenvolvidas estavam: “[...] atividades da vida diária 
(higiene, cuidados pessoais), atividades de vida prática (preparo de alimentos, limpeza doméstica, planejamento orçamentário, 
administração orçamentária) e outras habilidades consideradas necessárias para sua sobrevivência e para a vida independente” 
(ARANHA, 2001, p. 16). 
Conforme Aranha (2001)o padrão utilizado na atenção a estas pessoas seguiu três etapas: 
1. Avaliação : Nesta etapa é feito o reconhecimento do aspectos que precisam ser modificados no indivíduo, de forma que 
possibilite a ele ter uma vida o mais próxima do “normal”; segundo a opinião da equipe de profissionais. 
2. Intervenção : Nesta é oferecido o atendimento de maneira formal e sistematizada ao indivíduo em questão, promovendo 
atividades de ensino, treinamento, capacitação, entre outras, baseado na avaliação. Esta etapa encerra-se, quando a equipe 
verifica que os objetivos traçados foram alcançados e constata que este indivíduo está pronto para uma vida independentena sociedade. 
3. Encaminhamento: Neste momento é realizado o direcionamento da pessoa para a vida em comunidade. 
A autora destaca que, mesmo havendo maior envolvimento, como também uma proximidade da comunidade na relação e 
integração com as pessoas com deficiência, ainda a mudança estava focada no indivíduo (ARANHA, 2001). 
Diferente do Paradigma da Institucionalização, que permaneceu por muitos séculos, o Paradigma de Serviço começou a receber 
críticas logo em seu início. Estas por sua vez, eram advindas de membros da comunidade científica, como também das pessoas com 
deficiência que passaram a organizarem-se em associações e órgãos de representação (ARANHA, 2001). 
Estas críticas, conforme Aranha (2001) em sua maioria fundamentam-se em dificuldades em estar efetivando o processo de 
“normalização” das pessoas que apresentavam alguma deficiência. Destacamos a seguir algumas delas: 
1. Apesar de muitas pessoas com deficiência conseguirem uma vida independente e produtiva em serviços oferecidos pela 
comunidade, muitos não conseguiam alcançar o que era esperado quanto a aparência e funcionamento equivalente àqueles 
sem deficiência, em decorrência de suas características típicas da deficiência, como também o nível de comprometimento. 
2. “[...] à expectativa de que a pessoa com deficiência se assemelhasse ao não deficiente, como se fosse possível ao homem o 
“ser igual” e como se ser diferente fosse razão para decretar a menor valia enquanto ser humano e ser social” (ARANHA, 
2001, p.17). Dentre pesquisas realizadas com o intuito de compreender o porquê da desqualificação destas pessoas, Aranha 
(2001) destaca a reflexão etológica, na qual explica que é comum em muitas espécies excluir os que têm menor valor no 
processo de sobrevivência de sua linhagem. 
De acordo com Aranha (1995) a deficiência é uma condição social, cuja a característica principal está relacionada a limitação e 
impedimento das pessoas com alguma diferença de participarem de diferentes contextos da sociedade, principalmente da tomada 
de decisões e debate de ideias. Sendo assim, a desqualificação destas pessoas está relacionado ao fato de serem consideradas no 
contexto capitalista, como um entrave para a sociedade, pelo fato de não produzirem ou contribuírem para aumentar o capital. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Diante das discussões levantadas, o processo de normalização foi enfraquecendo. E iniciou-se as discussões sobre os direitos da 
pessoa com deficiência enquanto cidadão, tanto de determinação quanto de oportunidades acessíveis na sociedade, não se 
considerando o tipo de deficiência, nem seu nível de comprometimento (ARANHA, 2001). 
Sendo assim, Aranha (2001) afirma que as discussões demarcavam a necessidade dos serviços, tanto de avaliação quanto de 
capacitação das pessoas com deficiência em seu contexto social; no entanto, evidenciaram que estas não seriam os únicos 
encaminhamentos importantes em uma sociedade que busca possibilitar a estas uma relação de honestidade, respeito e de justiça. 
Desta forma, a sociedade é quem precisa organizar-se quanto a acessibilidade para todos (incluindo as pessoas com deficiência) a 
tudo que faz parte dela e a caracteriza, não sendo relevante a proximidade com a normalidade. 
Diante desta nova concepção, ficam assegurados aos cidadãos com deficiência o acesso aos serviços que forem necessários nas 
mais diferentes áreas, como: física, psicológica, educacional, social, profissional; como também a tudo que é disposto na sociedade 
(ARANHA, 2001). 
O Paradigma de Serviços com seus ideais de normalização e integração ainda aparecem de maneira subliminar no contexto tanto 
educacional, de saúde, social entre outros; demonstrando a dificuldade em romper com este paradigma. 
Relação da sociedade com a pessoa com 
deficiência: paradigma de suporte 
Nesta aula estaremos conhecendo o paradigma que vem trazer uma nova realidade a maneira de compreender a pessoa com 
deficiência. Este por sua vez foi denominado de Paradigma de Suporte. 
De acordo com Leite e Sartoreto (2012) esta ideia foi construindo-se a partir do momento em que as pessoas com deficiência 
começaram a organizarem-se em associações, órgãos representativos, que visavam garantir os direitos destas enquanto cidadãos, 
como também o respeito às diferenças. No entanto, para que isso fosse possível, a mudança deveria acontecer na sociedade, 
reorganizando sua estrutura física e rompendo com a ideologia de normalização. 
Desta forma, caracterizou-se o Paradigma de Suporte, no qual “[...] tem se caracterizado pelo pressuposto de que a pessoa com 
deficiência tem direito à convivência não segregada e ao acesso aos recursos disponíveis aos demais cidadãos” (ARANHA, 2001, 
p.19). Mas como isto pode ser garantido? Nesta aula vamos identificar o que pode assegurar estas prerrogativas. 
Diferença entre Integração e Inclusão 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
Como na integração, a inclusão também pressupõe a igualdade o acesso da pessoa com deficiência a todos os espaços da vida em 
sociedade. Entretanto, difere-se no fato de que, no paradigma de serviços a mudança deveria acontecer com o indivíduo, visando a 
normalização, sendo que a atuação da sociedade acontece como um uma complementação nesta intervenção, tendo conotação de 
auxiliares no processo de aceitação e busca da normalização(ARANHA, 2001). 
Já no Paradigma de Suportes, contextualiza-se o conceito de inclusão, buscando intervenções eficazes e decisivas tanto no 
desenvolvimento do indivíduo quanto em sua adequação à realidade social. Para isso, é necessário o planejamento do trabalho a 
ser desenvolvido com o indivíduo, no qual o objetivo principal e imediato seja a intervenção nas diferentes jurisdições nas quais ele 
está inserido em sua comunidade, buscando ajustá-las de maneira que a pessoa com deficiência encontre condições de acesso a 
todos os contextos da vida em sociedade.(ARANHA, 2001). 
De acordo com Aranha (2001) existem muitos equívocos relacionados a estes conceitos; no entanto, baseado no processo de 
construção histórico a diferenciação entre os termos integração e inclusão está relacionado: 
[...] no fato de que enquanto que no primeiro se procura investir no “aprontamento” do sujeito para a vida na 
comunidade, no outro, além de se investir no processo de desenvolvimento do indivíduo, busca-se a criação 
imediata de condições que garantam o acesso e a participação da pessoa na vida comunitária, através da 
provisão de suportes físicos, psicológicos, sociais e instrumentais (p. 20). 
Conceito de Inclusão Social 
De acordo com Omote (2008), o conceito de Inclusão Social não descarta a importância da capacitação de pessoas com deficiência 
tanto para suas relações sociais quanto para o desempenho de diversos papéis na sociedade; no entanto, explica que para que o 
processo de inclusão aconteça é preciso que a sociedade ofereça condições de acolhimento a pessoa com deficiência. Para isso, é 
preciso oportunizar os suportes que forem necessários, seja social, físico, econômico e instrumental, para que possam usufruir de 
maneira igualitária o espaço comum e de todos. Desta forma: 
[...] levou finalmente à compreensão de que, em vez de isolar os portadores dessas condições, a sua 
presença e a participação nos principais segmentos da sociedade deveriam ser preservadas. Supõe-se que 
tanto os deficientes quanto os demais membros da comunidade ganham em seu desenvolvimento pessoal e 
social, com essa convivência (OMOTE, 2008, p. 24). 
Desta maneira, a inclusão social é um processo que envolve todos os cidadãos, não só aqueles que apresentam alguma deficiência. 
Para que haja a inclusão das pessoas com deficiência é preciso que a sociedade seja inclusiva. Para isso é preciso que ela seja 
democrática oferecendo oportunidades iguais tanto nas instânciasde debates quanto na tomada de decisões; garantido os 
suportes necessários para que esta participação seja efetiva (ARANHA, 2001). 
Mas para que as pessoas com deficiência possam usufruir de todos serviços necessários ao seu desenvolvimento e tratamento, faz- 
se necessário que a sociedade disponibilize as adaptações necessárias para que o seu acesso seja imediato. Não adianta um 
discurso de igualdade de oportunidades, se estas não forem garantidas às pessoas com deficiência. É evidente que alguns suportes 
são possíveis de se oferecer de imediato, enquanto que outros precisam de planejamento tanto de médio quanto de longo prazo; 
mas todos devem ser viabilizados, para se alcançar uma sociedade democrática e justa (ARANHA, 2001). 
Neste processo de inclusão é fundamental que a sociedade viabilize soluções relacionadas a convivência na diversidade, 
expressando o quanto esta pode ser enriquecedora e significativa para todos. Favorecendo a convivência e a familiaridade com as 
pessoas com deficiência pode-se desfazer as barreiras (sociais, psicológicas, físicas e instrumentais) que dificultam a convivência 
em um espaço comum (ARANHA, 2001). 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
A realização da inclusão social das pessoas com deficiência depende de uma ação conjunta entre família, setores públicos e a 
população geral. Para isso, é preciso planejamento e experiências, para que seja identificado as mudanças necessárias em cada 
comunidade, para que tanto as pessoas com deficiência da comunidade, quanto aqueles que possam visitá-la, tenha garantido o 
acesso aos serviços ali existentes (ARANHA, 2001). 
Aranha (2001) destaca ainda que a inclusão social não acontece por meio de decreto, mas sim pelo envolvimento efetivo de toda a 
sociedade, visando um país humanizado, justo e que se compromete com seu bem estar e futuro. Para que a sociedade brasileira 
seja realmente democrática é fundamental que se construa um respeito efetivo às pessoas com deficiência, que vem ao longo da 
história lutando para fazer valer seus direitos, já garantidos por lei. 
A Inclusão Escolar 
Os movimentos anti-segregacionistas da França, nos anos 1960, foram responsáveis pelas primeiras discussões sobre a inclusão. 
Mas no entanto, somente em 1986 aconteceu a educação inclusiva neste país, sendo aplicada à todas as crianças (SIMON, 1991, 
apud TESSARO, 2011). 
Na década de 1970, o mesmo aconteceu nos Estados Unidos, onde crianças com deficiência passaram a frequentar salas de ensino 
regular por meio período; até aquelas com comprometimentos graves que antes não recebiam nenhum tipo de atendimento 
escolar, passaram a frequentar escolas regulares em seus bairros. No ano de 1986, foi instituída a Iniciativa de Educação Regular 
(REI) cujo o objetivo era incrementar formas de atendimento a estes alunos no ensino regular (KARAGIANNIS et al, 1999). 
Já na Itália, mudanças ocorreram a partir de 1971, quando foi instituído por lei que todos deveriam estudar em salas regulares das 
escolas públicas, com exceção daqueles que apresentassem deficiência grave ou profunda que não lhe possibilitasse compreender 
os conteúdos da sala regular. No entanto, a partir de 1977, a legislação do país garantiu o acesso a todos a escola regular, visando 
uma escola para todos. (SIMON, 1991 apud TESSARO, 2011). 
Segundo Werneck (1997) o México foi pioneiro na busca por uma escola que fosse para todos, na época de 1979. Este país por sua 
vez, fez parte de um projeto em parceria com outros países e o apoio da Unesco no qual buscavam acabar com elitização das 
escolas em países da América Latina. 
O mais importante documento elaborado foi a Declaração de Salamanca, que foi elabora durante a conferência realizada nesta 
cidade da Espanha, no ano de 1994. Participaram desta mais de 300 representantes de 92 países e 25 organizações internacionais, 
que tinham como objetivo possibilitar a educação para todos. Foi nesta declaração que se utilizou o termo inclusão de forma oficial 
no contexto da educação (WERNECK, 1997). 
De acordo com Janial e Manzini (1999 apud TESSARO, 2011), uma das principais decisões tomadas nesta conferência foi que 
todas as pessoas com deficiência deveriam ser incluídas no ensino comum, sendo essa uma meta mundial. Segundo Karagiannis et 
al (1999, p.21) a mensagem principal desta conferência foi que “[...] 
A educação é uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiências devem fazer parte das escolas, as quais devem 
modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos”. 
Bueno (2001) foi a partir da Declaração de Salamanca que a maioria dos países iniciaram a implantação de ações e legislações que 
promovesse a inclusão de alunos portadores de deficiência no ensino regular. Isto ocorreu a partir do reconhecimento de que 
ensino deve ser de qualidade para todos, como também de que todas as crianças dispõem de características, habilidades, 
interesses e necessidades próprias, por isso a importância da escola adaptar-se a ela. 
Baleotti e Del-Masso (2008, apud LEITE et al, 2012) afirmam que a partir da década de 1990, inicia-se o movimento pela Escola 
Inclusiva no Brasil, que possibilitou mudanças importantes no sistema educacional, pois incorporou toda a população, inclusive os 
alunos da Educação Especial, que sofriam com a discriminação e segregação, que acontecia na escola e também na sociedade como 
um todo. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
A Educação Inclusiva, segundo Leite e Sartoreto (2012), possibilitou um avanço significativo com relação tanto ao tratamento de 
pessoas com deficiência como também a gênese de uma escola que possa atender a todos, garantida por lei. No entanto, as autoras 
explicam que: 
“[...] ainda hoje as escolas públicas encontram dificuldades pedagógicas e administrativas para promover um 
ensino de qualidade aos alunos que por longas décadas ficaram a margem da apropriação dos 
conhecimentos veiculados pela escola, por apresentarem significativas desvantagens acadêmicas, em 
decorrência de condições diferenciadas de natureza anátomo-fisiológicas, psicossociais, etnoculturais e 
econômicas, dentre os quais estão aqueles com graves prejuízos são qualificados como pessoas com 
deficiência (p. 26-27). 
Com isso, podemos verificar que a Educação Inclusiva requer transformações significativas no sistema educacional, que perpassa 
por diferentes instâncias, que vai desde a formação do professor à compreensão da diversidade de alunos que fazem parte da 
escola; levando a uma maneira diferente de compreender a relação do aluno e professor. Sendo fundamentais mudanças tanto 
conceituais, operacionais metodológicas e comunitárias no sistema educacional, visto que as propostas de ensino para alunos com 
deficiência precisam ser revistas como um todo, desde suas concepções (LEITE et al, 2012). 
Segundo dados do Censo Escolar, divulgados no Portal Brasil, no ano de 2014 houve um aumento no 
número de matrículas de alunos com deficiência. Os dados revelam que 698.768 alunos com deficiência 
foram matriculados em classes comuns; sendo que o percentual subiu em 93% nas escolas públicas. 
Vale ressaltar que em 1998, a quantidade de alunos com deficiência matriculados na educação básica 
chegava a 200.000, no entanto apenas 13% estavam e m classes comuns. Já no ano de 2014, foram 
900.000 matrículas, das quais 79% aconteceram em turmas comuns. 
Fonte: PORTAL BRASIL. Dados do Censo Escolar indicam aumento de matrícula de alunos com deficiência. 
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/03/dados-do-censo-escolar-indicam-aumento- 
de-matriculas-de-alunos-com-deficiencia>. Acesso em: 03 ago. 2017. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/unidade-1
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/atividadesPágina inicial 
ATIVIDADES 
1. Em uma das civilizações da antiguidade eram garantidos os direitos do recém nascido, no entanto eram especificadas as 
circunstâncias em que estes poderiam ser negado. O direito de viver ou morrer dependia da sua forma física e vitalidade. Assinale 
a civilização que garantia este direito. 
a) Grécia. 
b) Roma. 
c) Idade Média. 
d) Egito. 
e) Esparta. 
2. O planejamento inadequado de um programa de desinstitucionalização pode acarretar vários problemas. Assinale a 
alternativa que corresponde a este processo: 
a) Segurança dos pais. 
b) Alta confiabilidade. 
c) Papel do setor privado. 
d) Prestadores de serviços irritados. 
e) Sistema monetário. 
3. Na ideologia de normalização as pessoas com deficiência tinham direito e a necessidade de serem habilitadas ou reabilitadas 
num nível o mais próximo da normalidade, sendo que este processo era realizado em instituições. Assinale a organização que não 
faz parte deste trabalho: 
a) Centro de Vida Dependente. 
b) Classe especial. 
c) Casas de passagem. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/atividades
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
d) Escola especial. 
e) Oficinas abrigadas. 
4. Mudanças relacionadas a inclusão de pessoas ocorreram em 1971 na Itália. Assinale a alternativa que apresenta uma destas 
mudanças. 
a) Primeiras discussões sobre inclusão. 
b) Crianças com deficiência passaram a frequentar salas de ensino regular por meio período. 
c) Todos deveriam estudar em salas regulares das escolas públicas, com exceção daqueles que apresentassem deficiência grave ou 
profunda que não lhe possibilitasse compreender os conteúdos da sala regular. 
d) No ano de 1986, foi instituída a Iniciativa de Educação Regular (REI). 
e) Todas as pessoas com deficiência deveriam ser incluídas no ensino comum, sendo essa uma meta mundial. 
Resolução das atividades 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/atividades
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/resumo
Página inicial 
RESUMO 
Neste estudo fizemos um resgate histórico sobre como as pessoas com deficiência foram compreendidas pela sociedade, sempre 
considerando que o contexto social na qual estavam inseridas influenciou diretamente nesta concepção. 
Quando retomamos as civilizações antigas, como Egito, Roma e Grécia percebemos que a deficiência estava muito relacionada a 
questões místicas, como decorrente de algo negativo, que deveria ser eliminado. Salvo, quando adquiridas durante a vida, 
principalmente se tivesse contraído em alguma batalha. Com o advento do cristianismo todos passaram a ser iguais diante de Deus 
e as pessoas com deficiência passaram a ser protegidas. Mas com a Idade Média, há uma inversão neste contexto e a exclusão em 
mosteiros passou a ser a maneira de protegê-las. 
No século XII a exclusão das pessoas com deficiência deu-se por meio de hospitais gerais e instituições asilares que acabavam por 
ser depósitos de pessoas, não só com deficiência mas também de doentes mentais e daqueles que não se ajustavam a sociedade. 
Seguindo o pensamento de Aranha, conhecemos os três paradigmas que permeiam a relação da pessoa com deficiência com a 
sociedade, o paradigma da institucionalização, o paradigma de serviços e o paradigma de suporte. 
No paradigma da institucionalização, discorremos sobre as instituições totais e a precariedade dos serviços oferecidos nas 
mesmas, que muitas vezes não proporcionavam condições dignas aos seus internos; e que por isso, desencadeou o movimento pela 
desinstitucionalização fundamentado em interesses do sistema social, como também por críticas tanto científicas quanto de 
direitos humanos. 
Com isso, se estabelece um novo paradigma, o de serviços; com a ideologia da normalização, ou seja, oferecer os serviços 
necessários para que o sujeito ter uma existência o mais próxima do normal. As entidades de transição realizavam um trabalho 
com o intuito de integrar a pessoa com deficiência na sociedade. No entanto, neste paradigma a mudança estava centrada no 
sujeito e as críticas voltaram-se para os direitos das pessoas com deficiência enquanto cidadãos. 
Sendo assim, surge o paradigma de suporte sustentado no direito de convivência das pessoas com deficiência e ao acesso a tudo o 
que é ofertado a todos os cidadãos. Assim a mudança passa a ser na sociedade, que deve oferecer condições de acesso a todos, 
proporcionando os suportes necessários para sua efetiva participação; promovendo assim a Inclusão social. Partindo desta, 
desenvolveu-se a inclusão escolar com princípios de uma escola para todos, que ainda encontra dificuldades de implementação até 
os dias de hoje. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/resumo
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico
Página inicial 
Material Complementar 
Leitura 
Educação Especial na Escola Inclusiva: Políticas, Paradigmas e Práticas 
Autor: Rosângela Machado 
Editora: Cortez 
Sinopse : Inovar as práticas de educação especial e dar novos rumos para 
a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular A autora 
apresenta o desafio, à reorganização dos serviços de educação especial 
de forma que seja complementar ao ensino regular e não um substitutivo. 
Filme 
Primeiro da classe (Front of the Class) 
Ano : 2008 
Sinopse : Drama familiar inspirado na vida de Brad Cohen com síndrome 
de Tourette, que desafiou a doença para realizar o sonho de ser professor 
e vencer suas dificuldades. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/eu-indico
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias
Página inicial 
REFERÊNCIAS 
AMARAL, L. A. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Ed. Robel, 1995. 
ARANHA, M.S.F. Integração Social do Deficiente: Análise Conceitual e Metodológica. Temas em Psicologia, 1995, nº 2, pp. 63- 70. 
ARANHA, M. S. F. Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência. Revista do Ministério Público do Trabalho, 
Brasília, DF, 11(21), 160-173, 2001. Disponível em: < http://www.anpt.org.br/site/download /rev_mpt_21.pdf >. Acesso em: 25 jul. 
2017. 
BARTALOTTI, C. C. Inclusão social das pessoas com deficiência: utopia ou possibilidade? São Paulo: Paulus, 2006. 
BENELLI, SJ. Goffman e as instituições totais em análise. In: A lógica da internação: instituições totais e disciplinares 
(des)educativas [online]. São Paulo: Editora UNESP, 2014, pp. 23-62. ISBN978-85-68334-44-7. Avaliado por SciELO Books 
< http://books.scielo.org >. 
BEYER, Hugo Otto. Inclusão e avaliação na escola: de alunos com necessidade educacionais especiais. 2ª ed. Porto Alegre: 
Mediação, 2006. 
BUENO, J. G. S. Educação inclusiva e a escolarização e a escolarização de surdos. Revista Integração. Brasília: Ministério da 
Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Especial. Ano 13, nº23, p. 37-42. 
DICHER, M.; TREVISAM, E. A Jornada Histórica da Pessoa com Deficiência: inclusão como exercício do direito à dignidade da 
pessoa humana. In: Direitos fundamentais e democracia III [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI/UFPB; 
coordenadores: Jonathan Barros Vita, Jamile Bergamaschini Mata Diz, Narciso Leandro Xavier Baez. – Florianópolis : CONPEDI, 
2014. 
FOUCAULT, M. Microfísica do poder.Rio de Janeiro: Editora Graal; 1985. 
GOFFMAN, E. Asylums. Chicago: Aldine Publishing, 1962. 
JÖNSSON, T. Inclusive education. Hyderabad Índia: THPI, 1994, 158p. 
KARAGIANNIS, A.; STAINBACK, W.; STAINBACK, S. Visão geral histórica da inclusão. IN: S. Stainback (org) Inclusão: um guia para 
educadores. Tradução Magda França Lopes. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. 
LEITE, L. P., SARTORETO, S. E. Fundamentos e estratégias pedagógicas inclusivas: respostas às diferenças na escola. São Paulo : 
Cultura Acadêmica, Marília : Oficina Universitária, 2012. 
MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: História e políticas públicas. (5 ed). São Paulo: Cortez, 2005. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/refer�ncias
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.anpt.org.br%2Fsite%2Fdownload&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEsvuE5FbEkI3Q3XUkHXXnrPJ56kA
http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fbooks.scielo.org&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNElozfftNdCynzVOcES2a_UpgO7jg
MENDES, E. G. Deficiência Mental: A construção científica de um conceito e a realidade. Tese de Doutorado - USP: São Paulo, 
1995. 
OMOTE, S. Diversidade, Educação e Sociedade Inclusiva. In OLIVEIRA, A.A.S.; GIROTO, C.R.M; OMOTE, S.(orgs) Inclusão Escolar: 
as contribuições da educação especial. 1ª ED. Marília: Fundepe/ Cultura Acadêmica, 2008, p 15-32. 
PESSOTTI, I. Deficiência mental: da superstição à ciência. São Paulo: T. A. Queiroz Editor Ltda, EDUSP, 1984. 
RIBEIRO, W. C.; LOBATO, W.; LIBERATO, R. C. Paradigma tradicional e paradigma emergente: algumas implicações na educação. 
Revista Ensaio. Belo Horizonte, v.12, n.01, p.27-42, jan-abr, 2010. 
SILVA, R. A. A Trajetória da Educação Especial Brasileira: das Propostas de Segregação à Proposta Inclusiva: O Olhar da Cidade de 
Mairiporã. Monografia apresentada para conclusão do curso de Especialização Latu Sensu “A Educação Inclusiva na Deficiência 
Mental”, PUC, São Paulo, 2003. 
SILVA, O.M. A epopéia ignorada: a pessoa deficiente na história do mundo de ontem e de hoje. São Paulo: Cedas Editora; 1987. 
SCHEWINSKY, S. R. A barbárie do preconceito contra o deficiente – todos somos vítimas. Acta fisiátrica. 2004. 
SZASZ, T.S. A fábrica de loucura. Tradução Dante Moreira Leite, 3 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1971. 
TESSARO, N. S. A Inclusão escolar: concepções de professores e alunos da educação regular e especial. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2011. 
WERNECK, C. Ninguém mais pode ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: EVA, 1997. 
WILKINSON, P. O livro ilustrado da mitologia: lendas e histórias fabulosas sobre grandes heróis e deuses do mundo inteiro, 
tradução de Beth Vieira, 2 ed. São `Paulo: Publifolha, 2002. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/refer�ncias
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando
Página inicial 
APROFUNDANDO 
Neste, estaremos evidenciando os aspectos principais destacados em cada um dos paradigmas da relação da sociedade com as 
pessoas com deficiência apresentados por Aranha (2005), ou seja, paradigmas: da institucionalização, de serviços e de suporte. 
PARADIGMA DA INSTITUCIONALIZAÇÃO: 
• As pessoas com deficiência eram isoladas da sociedade, em conventos, asilos, instituições. 
• Mesmo com os avanços da medicina, este paradigma permaneceu por mais ou menos 500 anos e ainda é comum em alguns 
países. 
• Formado por instituições segregadoras que geralmente eram situadas distante da sua comunidade de origem. 
• Começou a ser criticado e analisado a partir da década de 1960. 
• Publicação em 1962 do Livro Asylums, de Goffman, no qual faz duras críticas sobre as instituições totais, falando sobre os efeitos 
da institucionalização nos sujeitos. 
• O sistema passa a ter interesse na desinstitucionalização devido ao alto custo de manutenção desta demanda, vista como 
improdutiva. 
• Reflexões e críticas relacionadas aos direitos humanos e das minorias, nos países ocidentais, também contribuíram para o 
repensar sobre este tipo de atendimento. 
• Novos conceitos passam a ser apresentados o da desinstitucionalização e o da normalização. 
PARADIGMA DOS SERVIÇOS: 
• Baseado na ideologia de normalização, que tinha como princípio inserir as pessoas com deficiência na comunidade, buscando 
oferecer condições para que ela pudesse ter uma vida o mais próxima do que era considerado normal. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
• Conceito de integração: evidenciava a necessidade de que a pessoa com deficiência se adequasse aos padrões de normalidade 
estabelecidos na época, para que assim pudesse ser inserida na sociedade. 
• O foco da mudança era centralizado no indivíduo. 
• A sociedade passa então a oferecer recursos e serviços que possam auxiliar as pessoas com deficiência a integrarem na 
sociedade. 
• A oferta de serviços era realizada em três etapas: avaliação, intervenção e encaminhamento. 
• Na avaliação, realizada por uma equipe de profissionais que verificavam as mudanças que seriam necessárias para que o sujeito 
se aproximasse da normalidade. 
• Já a intervenção era realizada por meio de atendimentos sistematizados, que tinham como subsídio à avaliação realizada 
anteriormente; sendo realizadas em diferentes locais e instituições. 
• Construção de escolas especiais e classes especiais. 
• Inserção de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular de forma gradativa. 
• A última etapa compreendia o encaminhamento (ou reencaminhamento) para a vida em sociedade. 
• Efetivou-se por nas escolas especiais, centro de reabilitação e entidades assistenciais. 
• Recebeu muitas crítica da academia científica, como também das pessoas com deficiência que passaram a organizarem-se em 
associações. 
• Críticas relacionadas à normalização, como se o fato de ser diferente decretasse menos valia. 
• O movimento perdeu força e passou a se refletir sobre os direitos das pessoas com necessidades educacionais especiais como 
cidadãos. 
PARADIGMA DE SUPORTE: 
• Reconhece a necessidade dos serviços oferecidos no contexto da sociedade, no entanto, estes não são vistos como a única opção 
de desenvolvimento. 
• Garantia de acesso á todos, independente de suas características individuais. 
• Disponibilização de suportes e recursos necessários ao seu desenvolvimento. 
• Mudança caracterizada como inclusão social. 
• Diferentes tipos de suportes: físico, social, instrumental e econômico. 
• Processo bidirecional: implicando em mudanças tanto da pessoa com necessidades educacionais especiais quanto da sociedade. 
PARADIGMA DE SUPORTE: 
• O contexto em que a pessoa com necessidades educacionais especiais está inserido terá que fazer os ajustes necessários e 
oferecer os suportes para que ele se desenvolva. 
• Necessidade de mudanças quanto ao currículo, avaliação, metodologias, ambiente escolar, formação do professor para que o 
aluno com ou sem deficiência possam desenvolver seu potencial. 
• Respeito às características individuais e ritmo de aprendizagem. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
• A convivência com a diversidade, respeitando as diferenças possibilita o crescimento de todos. 
• Está vigente até o momento, tentando estruturar um sistema educacional democrático que possibilite o acesso e a permanência 
de alunos com necessidades educacionais educacionais. 
Algumas considerações sobre os paradigmas: 
Apesar de, no momento, o movimento inclusivo apresentar grande visibilidade, principalmente naspolíticas públicas, podemos 
ainda encontrar no contexto, principalmente educacional, profissionais que ainda acreditam nos paradigmas anteriores. Ainda 
encontramos discursos convictos que o meu lugar para esses alunos são as escolas especiais. 
Mas felizmente, isso tem mudado ao longo dos anos e cada vez mais as barreiras estão sendo derrubadas. Isto decorre, grande 
parte, pela capacitação do professor, pois é somente por meio do conhecimento que podemos desfazer preconceitos. 
“Inclusão é sair das escolas dos diferentes e promover a escola das diferenças” 
Maria Teresa Eglér Mantoan 
PARABÉNS! 
Você aprofundou ainda mais seus estudos! 
REFERÊNCIAS 
ARANHA, M. S. F. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os alunos na escola : necessidades 
educacionais especiais dos alunos. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005. 
Avançar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/aprofundando
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial/editorial
Página inicial 
EDITORIAL 
DIREÇÃO UNICESUMAR 
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação 
a Distância; GARCIA, Raquel de Araújo Bomfim. 
Educação Inclusiva na Sociedade Contemporânea. 
Raquel de Araújo Bomfim Garcia. 
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
37 p. 
“Pós-graduação Universo - EaD”. 
1. Educação. 2. Inclusão. 3. Deficiente. 4. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 371 
CIP - NBR 12899 - AACR/2 
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar 
Diretoria de Design Educacional 
Equipe Produção de Materiais 
Fotos : Shutterstock 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância 
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Retornar 
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p�gina-inicial/editorial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc1/p%C3%A1gina-inicial
Página inicial 
HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
NO BRASIL 
Professor (a) : 
Me. Raquel de Araújo Bomfim Garcia 
Objetivos de aprendizagem 
• Conhecer como se estruturam as primeiras instituições que ofereceram atendimento a pessoas com deficiência no Brasil. 
• Compreender como foram se estruturando os atendimentos às pessoas com deficiência até a década de 1950. 
• Verificar as ações, tanto governamentais quanto da sociedade civil, em prol da educação de pessoas com deficiência a partir de 
1950. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p%C3%A1gina-inicial
Plano de estudo 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
• As primeiras iniciativas de atendimento a pessoas com deficiência 
• A Educação Especial até a década de 1950 
• Educação Especial: ações governamentais e da sociedade civil 
Introdução 
Caro(a) aluno(a), neste estudo nos propomos a estar fazendo junto com você um resgate histórico de como foi se estruturando a 
Educação Especial no Brasil, por meio de fatos que foram relevantes neste contexto. 
A Educação Especial em sua trajetória inicial não se difere muito do ensino comum, pois também esteve atrelada a interesses 
políticos, econômicos e sociais de cada momento histórico. Diante disso iniciaremos conhecendo como foram organizadas as 
primeiras instituições que ofereceram atendimento a pessoas com deficiência, atentos as razões e a maneira com que foram 
constituídas. 
Conheceremos então como foram se estruturando os atendimentos, que a princípio eram baseados na institucionalização, 
principalmente no período do Império, sendo que as iniciativas eram direcionadas a pessoas com deficiência auditiva e visual. 
Após a Proclamação da República e da Constituição de 1881, você vai perceber que algumas iniciativas isoladas de atendimento a 
pessoas com deficiência junto ao ensino comum começam a aparecer, mas de maneira bastante irrisória. Também irá conhecer as 
primeiras instituições que se preocuparam com o atendimento de pessoas com deficiência física e intelectual. 
A partir da década de 1950 você vai perceber algumas ações do poder público que legitimaram e apoiaram o atendimento 
educacional de pessoas com deficiência. Assim como, reconhecerá instituições que desenvolvem até hoje um trabalho importante 
na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. 
Este conhecimento histórico é fundamental para que reconheçamos o processo de enfrentamento no qual pessoas com 
deficiência, suas famílias e a sociedade foram se organizando para que estas pudessem fazer parte do sistema educacional. 
Então, vamos começar nossa percurso histórico. Bons estudos. 
Avançar 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2
UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p�gina-inicial
https://getfireshot.com
Página inicial 
As primeiras iniciativas de atendimento 
a pessoas com deficiência 
Para compreendermos como foi se organizando a Educação Especial no Brasil precisamos retomar os fatos históricos marcados 
por movimentos e ações em prol das pessoas com deficiência. A busca por espaço no sistema educacional iniciou ainda no Império 
e neste período teve sua trajetória marcada por ações isoladas, muitas vezes relacionadas a casos específicos e fundamentadas por 
idéias vindas principalmente da Europa. 
Nesta aula estaremos detalhando eventos que foram relevantes para a educação de pessoas com deficiência no Brasil. 
As primeiras iniciativas 
A educação no Brasil, conforme Jannuzzi (2006), desenvolveu-se em decorrência dos propósitos de determinados segmentos da 
sociedade. Durante o Império os filhos de famílias abastadas iam estudar no exterior, principalmente na Europa; já a necessidade 
de alfabetizar os menos favorecidos esteve atrelada a interesses políticos, à necessidade eleitoral, à manutenção de ideologias e 
ainda ao atendimento à carência de mão de obra especializada pelo sistema de produção vigente. 
Partindo deste pressuposto, o que podemos considerar é que a necessidade de oferecer educação às classes menos favorecidas 
estava subordinada a interesses da classe dominante, ou seja, à necessidade que tinha o sistema de produção de trabalhadores 
qualificados para exercer suas atividades. De acordo com Jannuzzi (2006), esta forma de conduzir a educação foi comum e 
perdurou até que movimentos populares organizados passaram a reivindicar o direito à educação para todos. 
Com a Educação Especial não foi diferente, pois o deficiente no período do Império era segregado da sociedade; com exceção de 
algumas iniciativas isoladas de atendimento educacional. Assim, como na Educação Geral, na Educação Especial houve interesses 
do sistema social que favoreceram o atendimento destes alunos. Segundo Jannuzzi (2006, p. 53), “[...] a defesa da educação de 
anormais, foi feita em função da economia dos cofres públicos e dos bolsos dos particulares, pois assim se evitariam manicômios, 
asilos e penitenciárias, tendo em vista que essas pessoas seriam incorporadas ao trabalho”. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p%C3%A1gina-inicial
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p%C3%A1gina-inicialApesar de a Educação Geral e a Educação Especial terem caminhos semelhantes em sua estruturação, com o tempo a primeira 
passou a absorver as ideias dominantes, realizando a seleção dos “anormais” com um critério impreciso de “normalidade”. Assim, 
aqueles que apresentavam uma deficiência foram sendo intitulados ao longo da história como excepcionais, retardados, atrasados, 
dentre outros qualificativos, seguindo o que é determinado pelo modelo social da época, ou seja, conforme o comportamento 
esperado para aquele momento, naquela sociedade (JANNUZZI, 2006). Isto pode ser constatado por meio da história da Educação 
Especial, sobre a qual trataremos a seguir. 
Esclarecemos que foram mantidos os termos utilizados pelos autores para se referir às pessoas com 
deficiência, por isso você pode observar em alguns momentos o uso de anormais, deficientes, excepcionais, 
deficitários entre outros. 
Segundo Sassaki (2002), a maneira correta de se utilizar um termo depende dos valores e conceitos da 
época e da sociedade a qual está inserido; com isso os termos vão se alterando em conformidade com as 
mudanças ocorridas nos conceitos e valores da mesma. 
Fonte: Sassaki, R. K. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Revista Nacional de Reabilitação, São 
Paulo, ano 5, n. 24, jan./fev, 2002. 
De acordo com Jannuzzi (2006), a preocupação com a educação das crianças deficientes começou a partir dos séculos XVIII e XIX, 
mas só se evidenciou após a independência do Brasil, com ideias justificadas no liberalismo de elite, que concordava com 
concepções que não prejudicasse seus interesses; tendo influência de ações que vinham sendo desenvolvidas em países da Europa 
e dos Estados Unidos da América. 
Diante desta realidade, a primeira iniciativa aconteceu em 1835, com a elaboração de um projeto que visava criar, no Rio de 
Janeiro e em outras províncias, o cargo de professor primário para surdos-mudos, porém o projeto foi arquivado. Projetos como 
este só se concretizaram muitos anos depois, a partir de avanços no setor econômico do país, maior estabilidade no governo 
imperial, como também pela adesão de ideias trazidas pela elite brasileira que realizava sua formação acadêmica na Europa 
(JANNUZZI, 2006), pois na realidade, políticas públicas para estas pessoas só vieram a concretizar-se no século XX, entre as 
décadas de 50 e 60, por iniciativas oficiais e particulares (MAZZOTA, 2005). 
Os primeiros atendimentos institucionais 
Uma das referências deste fato foi a fundação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos na cidade do Rio de Janeiro, ocorrida em 
1854 pelo Decreto Imperial n.º 1.428, marco inicial de políticas públicas referentes a pessoas com deficiência no Brasil 
(MAZZOTTA, 2005). Segundo Jannuzzi (2006), esta teve influência de um fato isolado: José Alvares Azevedo, cego brasileiro que 
estudou na França, ao retornar ao Brasil indignou-se com o descaso na educação dos cegos e traduziu o livro “História do Instituto 
dos Meninos Cegos de Paris”, de J. Dondet. Quando um médico do imperador, José Francisco Xavier Sinaud, conheceu esta obra, 
entrou em contato com Azevedo para que este alfabetizasse sua filha cega. Sinaud, que era médico particular do imperador, 
intermediou as propostas de Azevedo para a criação deste instituto. 
Nesta instituição o regime era de internato e retratava o pensamento segregativo da época, instaurando um universo pedagógico 
de vigilância. É importante ressaltar que aos alunos era oferecida a possibilidade de serem “repetidores”, e após dois anos nesta 
atividade podiam tornar-se professores. Mesmo sendo uma atividade profissional realizada dentro da instituição, havia certa 
preocupação em oferecer um trabalho a estes alunos. 
Mazzotta (2005) destaca que em 1890 o Governo Republicano, editou o Decreto n.º 408, mudando o nome da instituição para 
Instituto Nacional dos Cegos e validando o regulamento, elaborado por Benjamin Constant. A instituição tinha entre suas 
propostas o ensino das primeiras letras, de disciplinas científicas e de práticas profissionais. O número de vagas foi aumentado 
para 150 alunos (Jannuzzi, 2006). No ano de 1891, pelo Decreto n.º 1.320, foi novamente mudado o nome da instituição, que 
passou a ser denominada de Instituto Benjamin Constant (IBC), em homenagem ao seu ex-diretor e professor de matemática. 
https://sites.google.com/fabrico.com.br/poseinsc2/p�gina-inicial/unidade-2
https://getfireshot.com
Figura 1 - Instituto Benjamin Constant 
Fonte: Wikipedia (2009, online). 
No ano de 1958 foi também criada a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação dos Deficitários Visuais, que, vinculada ao 
Instituto Benjamin Constant, buscava suscitar a educação e a reabilitação de deficientes visuais brasileiros de todas as idades. 
Entre as estratégias de trabalho chama a atenção a preocupação com a integração dos cegos e amblíopes em todos os campos da 
sociedade e principalmente em estabelecimentos de ensino destinados a videntes. Esta estratégia foi regulamentada pela Portaria 
n.º 477/1958. No ano de 1960 esta campanha passou a ser denominada Campanha Nacional de Educação dos Cegos (CNEC), e 
desde então, subordinada ao Ministério da Educação, e não mais ao Instituto Benjamin Constant (MAZZOTTA, 2005). 
Ainda no governo imperial, no ano de 1857 foi fundado o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, também no Rio de Janeiro. Este, 
por sua vez, foi organizado por um educador francês surdo chamado Edouard Huett, que veio para o Brasil por influência de 
autoridades da época e dirigiu o instituto até 1861. No ano de 1862 a direção passou para o Dr. Manuel de Magalhães Couto, que 
para isso foi receber formação no Instituto de Paris (Jannuzzi, 2006). No ano de 1957, pela Lei n.º 3.198, a nova instituição passou a 
denominar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Este, desde sua fundação, tinha como proposta oferecer educação 
literária e profissionalizante a estes alunos (MAZZOTTA, 2005). 
A intenção de ensinar um ofício a estes alunos foi evidenciada logo após o início das atividades destes institutos, com a criação de 
oficinas específicas; no entanto, em 1872, o atendimento a esta população (35 cegos e 17 surdos) era inexpressiva em relação à 
quantidade de cegos e surdos apurada pelo recenseamento do Brasil de 1909, em que somavam 15.848 cegos e 11.595 surdos. 
Não obstante, este dado revela um fator importante: a inserção dessa parcela da população nas estatísticas da população 
brasileira (JANNUZZI, 2006). 
O trabalho do IBC e do INES deu motivo para a discussão da educação de portadores de deficiência no 1º Congresso de Instrução 
Pública, realizado em 1883, que incluiu na pauta a busca por “sugestões de currículo e formação de professores para cegos e 
surdos” (Mazzotta, 2005, p. 30). No entanto, após este congresso a educação dos deficientes passou por um momento de 
estagnação, quando foi delegada aos governos provinciais. Não havia muito interesse pela educação dessa população, nem mesmo 
pela educação popular, pois, como a sociedade era basicamente rural, havia sempre alguma atividade que poderiam desenvolver, 
por isso não eram considerados deficientes. Havia poucas escolas, e estas eram disponíveis apenas para as classes mais abastadas, 
e deste modo “[...] a escola não funcionou como um crivo, como um elemento de patenteação de deficiências” (JANNUZZI, 2006, p. 
16). Com isto, apenas às crianças que apresentavam muitas dificuldades eram recolhidas em instituições. 
No Segundo Império houve outras ações referentes ao atendimento aos deficientes, porém a maioria delas estava relacionada à 
assistência médico-pedagógica, e não à educação, como era o caso do Hospital Estadual de Salvador, que acolhia deficientes 
mentais no ano de 1874 (MAZZOTTA, 2005). Jannuzzi (2006) contesta esta informação afirmando que registros revelam que foi o 
Pavilhão Bourneville o primeiro a abrigar uma Escola Especial para Anormais no ano de 1903, com a reforma do Hospital

Continue navegando