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RESENHA CRÍTICA Direito financeiro

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RESENHA CRÍTICA DO TEXTO: ORÇAMENTO PÚBLICO PARTICIPATIVO: UM INSTRUMENTO PARA A DEMOCRATIZAÇÃO DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Acadêmico: Anderson Kaufmann
	O texto proporciona uma análise abrangente e profunda da interligação entre o Orçamento Público Participativo (OPP) e a democratização das finanças públicas no contexto brasileiro. Nesse sentido, ele não apenas enfatiza a importância da participação popular na gestão pública, mas também lança luz sobre como essa participação ativa dos cidadãos é fundamental para fortalecer os alicerces da democracia brasileira.
	A jornada histórica delineada no texto, que traça a evolução do Estado brasileiro ao longo dos séculos, é um elemento crucial para compreender a dinâmica atual. O Brasil passou por uma transformação notável, indo de um sistema absolutista para uma república democrática. Esse processo culminou na promulgação da Constituição de 1988, um marco que definiu os pilares da democracia participativa no país. Isso não apenas ressalta a importância do OPP, mas também contextualiza sua origem e relevância em um cenário de evolução política.
	Os objetivos específicos estabelecidos no texto enriquecem a abordagem, pois visam não apenas descrever o modelo do orçamento público brasileiro, mas também lançar luz sobre como o OPP está intrinsecamente relacionado à efetivação da cidadania como um princípio fundamental da República. A compreensão do OPP como uma ferramenta que permite aos cidadãos influenciar diretamente as decisões orçamentárias é uma contribuição essencial para o debate sobre democracia e participação política no Brasil.
	A hipótese central que destaca o OPP como um agente crucial na democratização das finanças públicas é uma afirmação robusta. Ela sustenta que a participação cidadã na alocação de recursos públicos não apenas fortalece os mecanismos democráticos, mas também contribui para ampliar a transparência na administração pública. Esse argumento reforça a ideia de que o orçamento público vai além da simples distribuição de recursos, tornando-se um reflexo do compromisso do Estado em promover o bem-estar da população.
	Ao apresentar um histórico minucioso do orçamento público no Brasil, o texto situa o OPP em um contexto evolutivo. Desde o século XIX até as mudanças provocadas pela Constituição de 1988, o caminho percorrido revela como o país tem se esforçado para aprimorar seus mecanismos de gestão financeira e participação popular. A obrigação do orçamento participativo em municípios com mais de 20.000 habitantes, como estabelecido na Constituição, demonstra um compromisso formal com a democracia participativa.
	A conexão entre o orçamento público e a filosofia estatal é um ponto-chave, pois realça como as escolhas orçamentárias refletem os valores e princípios que orientam o Estado. O orçamento não é meramente um instrumento técnico, mas uma manifestação do compromisso do governo em atender às necessidades da sociedade de forma justa e equitativa. Essa relação profunda entre orçamento e filosofia estatal torna a análise ainda mais relevante para a compreensão da governança pública.
	O texto também contextualiza a evolução da democracia no Brasil, desde o período autoritário até os avanços democráticos após a redemocratização. Isso ressalta como a participação popular se tornou uma pedra angular da democracia brasileira, ultrapassando os limites das eleições e abrangendo a participação direta dos cidadãos nas decisões cotidianas do governo, incluindo a elaboração do orçamento público.
	O texto oferece uma análise abrangente, contextualizada e fundamentada sobre a relação crucial entre o Orçamento Público Participativo (OPP) e a democratização das finanças públicas no Brasil. Ele destaca de maneira convincente como a participação ativa dos cidadãos é essencial para fortalecer os pilares da democracia e promover uma cidadania ativa, enfatizando o OPP como uma ferramenta central nesse processo de fortalecimento democrático.
	A democratização das finanças públicas através do Orçamento Participativo representa uma importante mudança no cenário político brasileiro. Este modelo tem suas raízes nos ideais de esquerda e se desenvolveu como resposta aos problemas sociais decorrentes da gestão econômica durante o regime militar, onde o governo utilizava as finanças públicas de forma opaca e muitas vezes para fins políticos, visando manter seu domínio.
	No contexto político da época, havia a manipulação do orçamento público por meio de emendas parlamentares, que eram usadas para garantir o apoio de grupos políticos locais, mantendo assim a estrutura de poder existente. Esse cenário demonstrava um claro descontrole das finanças públicas, principalmente devido ao grande número de emendas parlamentares propostas.
	O caso mais notório que evidenciou a necessidade de intervenção popular no orçamento público foi o escândalo da "máfia dos anões do orçamento". Este esquema envolvia a liberação de verbas para entidades fictícias, ligadas a parentes e aliados de parlamentares, que eram usadas para financiar campanhas eleitorais e até mesmo desviadas para o enriquecimento pessoal. Tudo isso acontecia devido à manipulação do projeto orçamentário para acomodar emendas parlamentares.
	Paralelamente a esse contexto, em 1986, na cidade de Porto Alegre, começou a ser institucionalizado o conceito de conselhos populares para auxiliar na gestão municipal. Isso surgiu da vontade das associações de moradores de participar ativamente na definição do orçamento municipal, a fim de controlar sua execução. Esse movimento acabou se expandindo para outras cidades governadas por partidos de esquerda.
	A base constitucional para a institucionalização do Orçamento Participativo reside no princípio democrático e republicano estabelecido no artigo 1º da Constituição Federal. O princípio republicano enfatiza a transparência e o controle das ações governamentais pelo povo como fundamentais para a democracia.
	Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) estabelece a obrigatoriedade da transparência na gestão fiscal, incluindo a realização de audiências públicas durante a elaboração do orçamento e a divulgação de informações detalhadas sobre a execução orçamentária em meios eletrônicos de acesso público.
	No entanto, o Orçamento Participativo não está isento de críticas. Algumas delas apontam para a baixa participação popular e a influência limitada dos cidadãos devido a desigualdades sociais e econômicas. Isso poderia tornar o processo suscetível à cooptação pelo poder público, que poderia manipular o processo com a complacência dos participantes.
	Apesar disso, o Orçamento Participativo busca descentralizar a gestão dos recursos públicos e oferece uma oportunidade para que a comunidade influencie a definição das prioridades do governo. Através desse processo, busca-se estreitar os laços entre o governo e a população, dando às pessoas a chance de pleitear suas necessidades mais urgentes.
	Em conclusão, o Orçamento Participativo é uma ferramenta essencial para a democratização das finanças públicas no Brasil, permitindo que os cidadãos intervenham nas decisões do governo e fiscalizem o uso dos recursos públicos. Embora possa haver desafios em sua implementação, seu papel na promoção da transparência e do controle das ações governamentais é fundamental para uma democracia substancial.

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