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Aula 28 AFRFB 2009 CONTABILIDADE DECIFRADA

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Curso on-line – AFRFB 2009 – Contabilidade Decifrada – Aula 28 
Tópicos específicos – Análise de Demonstrações Financeiras 
 
 
1 ROTEIRO ............................................................................................................................................... 2 
2 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................... 2 
3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – FINALIDADE E ESTRUTURA ....................................... 5 
4 GRUPOS DE INTERESSE NA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS................ 6 
5 PROVIDÊNCIAS INICIAIS – IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS RELEVANTES, 
PADRONIZAÇÃO E AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................... 9 
5.1 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANTES DOS AJUSTES .................................................................... 14 
5.2 REALIZAÇÃO DOS AJUSTES NECESSÁRIOS....................................................................................... 16 
5.2.1 Ajustes no balanço patrimonial ................................................................................................ 16 
5.2.2 Ajustes na Demonstração do Resultado do Exercício .............................................................. 20 
5.3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - BP E DRE APÓS OS AJUSTES ..................................................... 20 
6 MÉTODOS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ........................................ 22 
7 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU VERTICAL.................................................................................. 23 
7.1 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................ 23 
7.2 ANÁLISE VERTICAL DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ...................................... 27 
8 ANÁLISE DE EVOLUÇÃO OU HORIZONTAL ............................................................................. 30 
9 ANÁLISE POR MEIO DE ÍNDICES (OU QUOCIENTES) ............................................................ 40 
9.1 ÍNDICES DE SOLVÊNCIA OU LIQUIDEZ ............................................................................................ 44 
9.1.1 Índice de liquidez imediata (absoluta ou instantânea) ............................................................. 46 
9.1.2 Índice de liquidez seca.............................................................................................................. 47 
9.1.3 Índice de liquidez corrente (ou comum) ................................................................................... 50 
9.1.4 Índice de liquidez geral ............................................................................................................ 53 
9.1.5 Índice de Solvência ................................................................................................................... 55 
9.1.6 Índices de Liquidez – resumo e conclusão................................................................................ 57 
9.2 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO – ESTRUTURA DE CAPITAIS ............................................................... 58 
9.2.1 Índice de imobilização do Patrimônio Líquido ........................................................................ 59 
9.2.2 Índice de Imobilização de Recursos Permanentes (ou de Recursos não Correntes) ................ 64 
9.2.3 Índice de Participação de Capitais de Terceiros ..................................................................... 67 
9.2.4 Índice de Endividamento Geral (Nível de Endividamento ou Grau de Endividamento) .......... 71 
9.2.5 Índice de Composição do Endividamento ................................................................................ 73 
9.2.6 Índice de Endividamento de Curto Prazo ................................................................................. 75 
9.2.7 Índices de endividamento – resumo e conclusão ...................................................................... 77 
9.3 ÍNDICES DE RENTABILIDADE / LUCRATIVIDADE ............................................................................. 78 
9.3.1 Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido....................................................................... 79 
9.3.2 Índice de Rentabilidade do Ativo.............................................................................................. 82 
9.3.3 Índice de Giro do Ativo ............................................................................................................ 86 
9.3.4 Índice de Margem Líquida........................................................................................................ 89 
9.3.5 Índice de Margem Bruta ........................................................................................................... 91 
9.3.6 Índices de Rentabilidade – conclusão e resumo ....................................................................... 93 
9.4 ROTATIVIDADE – ÍNDICES DE ROTAÇÃO OU GIRO .......................................................................... 94 
9.4.1 Índice de Rotação dos Estoques ............................................................................................... 96 
9.4.2 Índice do Prazo Médio de Contas a Receber............................................................................ 99 
9.4.3 Índice do Prazo Médio de Contas a Pagar............................................................................. 103 
9.4.4 Índices de rotação ou giro – conclusão e resumo .................................................................. 106 
9.5 MARGEM, GIRO E RETORNO DO INVESTIMENTO – FÓRMULA DU PONT ......................................... 108 
9.5.1 Retorno sobre o ativo ............................................................................................................. 108 
9.5.2 Retorno sobre o PL................................................................................................................. 110 
9.6 ÍNDICES PADRÃO E COMPORTAMENTO DOS ÍNDICES ..................................................................... 112 
9.6.1 Comportamento Tipo "Quanto Menor, Melhor” .................................................................... 113 
9.6.2 Comportamento Tipo "Quanto Maior, Melhor" ..................................................................... 113 
9.7 ALAVANCAGEM FINANCEIRA ....................................................................................................... 114 
9.7.1 Introdução .............................................................................................................................. 114 
9.7.2 O efeito da alavancagem – fórmulas do grau de alavancagem finaceira .............................. 116 
9.7.3 Exemplo .................................................................................................................................. 119 
9.7.4 Considerações sobre a alavancagem ..................................................................................... 123 
 
 
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9.7.5 Alavancagem em termos de lucro por ação............................................................................ 127 
9.8 ANÁLISE DA GERÊNCIA FINANCEIRA – FLUXOS DE CAIXA............................................................. 128 
9.8.1 Ciclo econômico, Ciclo Financeiro e Ciclo Operacional....................................................... 131 
9.8.2 Ativo e passivo circulantes (financeiro x operacional) .......................................................... 132 
9.8.3 Necessidade de capital de giro (NCG) ................................................................................... 135 
9.8.4 Capital de Giro (CDG) ........................................................................................................... 143 
9.8.5 Tesouraria ..............................................................................................................................144 
10 RESUMO ............................................................................................................................................. 146 
 
 
 
1 Roteiro 
 
Nesta aula serão estudados os seguintes assuntos: 
 
1 Demonstrações financeiras 
 
2 Grupos de interesse na análise das demonstrações financeiras 
 
3 Ajustes das demonstrações financeiras 
 
4 Métodos de análise das demonstrações financeiras (análise 
horizontal, vertical e por índices). 
5 Análise da estrutura ou vertical 
 
6 Análise de evolução ou horizontal – nominal x real – base fixa x 
móvel 
7 Análise por meio de índices 
 
7.1 Índices de Solvência ou Liquidez 
 
7.2 Índices de Endividamento – estrutura de capitais 
 
7.3 Índices de Rentabilidade / Lucratividade 
 
7.4 Índices de Rotatividade – Índices de Rotação ou Giro 
 
7.5 Relação entre Margem, Giro e Retorno do Investimento (fórmula 
Du Pont) 
 
7.6 Índices Padrão 
 
7.7 Alavancagem 
 
7.8 Análise da gerência financeira – fluxos de caixa 
 
 
 
2 Introdução 
 
Caro aluno, nesta aula será estudado um dos últimos pontos de nosso 
curso: a análise das demonstrações financeiras. Não foi por acaso que a 
análise de demonstrações financeiras foi deixada para o final do curso. 
Com efeito, antes que qualquer coisa possa ser analisada (dividida em 
partes, para estudo), ela deve ser conhecida. 
 
 
 
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Ora, nesta altura do curso, o estudante já tem pleno conhecimento da 
contabilidade e pode – então – analisar casos concretos, tirando 
conclusões sobre eles. 
A análise das demonstrações financeiras, também conhecida pelas 
expressões: (a) “análise de demonstrações contábeis” ou, (b) 
simplesmente, “análise de balanços”, consiste na arte de extrair 
relações úteis, para o objetivo econômico que se tiver em mente, a 
partir dos relatórios contábeis tradicionais. 
O objetivo da Administração é maximizar o patrimônio dos acionistas, 
através da tomada de decisões de investimentos/desinvestimentos e 
financiamentos. Nessa seara, a análise de balanços propicia a avaliação 
do patrimônio para a tomada destas decisões. 
A expressão “análise de balanços” (geralmente utilizada para referir a 
análise de demonstrações financeiras) deve ser entendida em sentido 
amplo incluindo os principais demonstrativos contábeis e outros 
detalhamentos e informações adicionais que sejam necessários, 
incluindo, principalmente, a Demonstração dos Resultados do Exercício 
e, eventualmente, a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, 
bem como a antiga Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos 
(ora substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa), a 
Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido e, finalmente, a 
Demonstração do Valor Adicionado. 
 
Na vida prática, a análise destas demonstrações financeiras serve para 
que o analista faça comparações: 
(1) Entre o passado e o futuro, estabelecendo uma tendência (série 
histórica) dos dados financeiros da empresa; 
(2) Entre o planejado e o realmente alcançado, comparando os valores 
efetivamente apurados, para os índices e relacionamentos da empresa, 
com aqueles previstos no processo de planejamento; 
(3) Entre a empresa e o mercado, comparando os índices e 
relacionamentos apurados com os da concorrência. 
A necessidade de analisar demonstrações contábeis é tão antiga quanto 
a própria contabilidade (e, conseqüentemente, remonta à época em que 
foram introduzidas as primeiras demonstrações financeiras). Não é 
demais lembrar que controle e acompanhamento do patrimônio não 
existe senão para que seja feita análise da situação e, com isso, 
tomadas as decisões cabíveis e necessárias. Portanto, nos primórdios 
da Contabilidade, quando esta se resumia à realização de contagem dos 
diferentes recursos do patrimônio, o analista já se preocupava em 
 
 
 
 
 
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anotar as variações quantitativas e qualitativas das várias categorias de 
bens incluídos em seu inventário. 
 
Na antiguidade, mesmo um criador de vacas, cabras e carneiros tinha 
interesse em saber: (1) se seu rebanho estava aumentando no tempo e 
qual (2) a participação de cada tipo de animal no total de cabeças. 
Conforme será visto no longo deste ponto, o primeiro interesse adima 
referido demonstra a importância da chamada “análise horizontal”, 
enquanto o segundo, aponta para a aplicabilidade da “análise vertical”. 
Finalmente, é importante colocar que, na prática, a análise de balanços 
é considerada uma arte1 e não uma “receita de bolo”. Portanto, 
consiste numa atividade cuja prática demanda conhecimento de regras 
básicas e, principalmente, capacidade de adaptá-las a cada situação 
concreta. Metaforicamente, a análise de balanços pode ser encarada 
como a culinária: dois cozinheiros podem ter em mãos a mesma receita 
e os mesmos ingredientes, mas somente aquele que domina a arte 
conseguirá transformá-los em uma deliciosa refeição. 
Dessa forma, embora existam alguns cálculos razoavelmente 
formalizados, na vida real: (1) não há regra determinada 
normativamente para sua aplicação e, assim, a doutrina se divide na 
definição de termos e na sua análise; (2) não existe forma científica ou 
metodologicamente comprovada de relacionar os índices de maneira a 
descobrir diagnóstico preciso, pois, nesse ponto, a contabilidade se 
combina com outras áreas do conhecimento para o entendimento da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 A palavra “arte” não está aqui utilizada no sentido comum, de atividade de prazer e 
beleza, mas sim o sentido clássico (técnica), que, conforme Dicionário Houaiss, pode 
ser entendida da seguinte forma: (a) segundo tradição que remonta ao platonismo, 
habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, 
realizada de forma consciente, controlada e racional, ou, ainda (b) segundo tradição 
que remonta ao aristotelismo, conjunto de meios e procedimentos através dos quais é 
possível a obtenção de finalidades práticas ou a produção de objetos – em oposição à 
ciência, que é conhecimento não aplicado. 
 
 
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realidade mais complexa e a tomada de decisões. A partir dessas 
constatações verifica-se que não existe um roteiro padronizado que leve 
sempre às mesmas conclusões, dentro de circunstâncias semelhantes. 
Finalmente, mas não menos importante, lembramos que a análise de 
balanços, pela sua natureza financeira, apresenta limitações, pois não 
tem como levar em conta dados não financeiros, necessários à análise 
completa da empresa. 
Para o estudante que tem por objetivo o sucesso em concursos, a 
situação fica mais facilitada. Em provas não é possível avaliar a 
capacidade de análise de cada candidato (até porque não há análise 
certa ou errada – há apenas a análise mais adequada ao caso). Assim, 
o que se procura verificar em provas é o conhecimento dos conceitos 
básicos (índices e relações) de análise de balanço e a capacidade de 
aplicação desses conceitos a demonstrações financeiras. De uma forma 
simples e direta, as questões de análise de balanços demandam: (a) 
conhecimento da estrutura e apuração das demonstrações contábeis da 
empresa,(b) conhecimento dos índices de análise de balanço e (c) 
aplicação desses índices, resultando em um valor (que, certamente, 
estará entre as alternativas da questão). 
Para que seja possibilitado o entendimento e a aplicação dos conceitos 
aqui estudados, nesta aula, serão abordados conceitos que, não 
somente alcançam outras áreas da Contabilidade (notadamente aqueles 
destinados à Contabilidade Geral e à Contabilidade de Custos), mas 
também de outras áreas do conhecimento – e.g. Administração e 
Economia. Assim, teremos aqui uma aula eclética, destinada a 
contextualizar a Análise de balanços no âmbito do estudo do patrimônio 
e além, no âmbito do estudo da administração de recursos, para alcance 
dos fins a que as organizações se destinam: o lucro. 
 
3 Demonstrações financeiras – finalidade e estrutura 
 
Já foram estudadas, ao longo deste curso, as demonstrações mais 
importantes do ponto de vista legal e contábil, ou seja: 
- balanço patrimonial - BP; 
 
- demonstração do resultado do exercício - DRE; 
 
- demonstração de lucros ou prejuízos acumulados – DLPA / 
demonstração de mutações do patrimônio líquido - DMPL, e; 
 
- a antiga demonstração de origens e aplicações de recursos – DOAR, 
ora substituída pela demonstração dos fluxos de caixa – DFC; 
- demonstração do valor adicionado - DVA. 
 
 
 
 
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Aqui, não iremos retornar à discussão dos detalhes de cada uma dessas 
demonstrações2. Iremos, tão somente, apresentar um exemplo (um 
conjunto de demonstrações financeiras da empresa ANALISADA S/A), 
que servirá de base para a ilustração dos índices e relações aqui 
tratados. 
 
4 Grupos de interesse na análise das demonstrações 
financeiras 
 
A título de contextualização do tema, é interessante fazer alusão aos 
grupos que têm interesse na análise das demonstrações financeiras. 
Cada um desses grupos faz um diferente tipo de análise – para tomada 
de diferentes decisões. Tais grupos podem ser, de forma simplificada, 
classificados em: (a) administradores, (b) fornecedores e credores, (c) 
governo, (d) empregados – sindicatos, (e) investidores – mercado 
financeiro e (f) concorrentes3. 
 
Em seguida, faremos breves observações sobre as características 
principais de cada um desses grupos, ressalvando que poderiam ser, 
ainda, citadas outras pessoas ou entidades menos importantes, mas 
também com interesse na análise das demonstrações financeiras. 
(a) Proprietários, sócios, acionistas e administradores 
 
Todo empreendedor necessita saber se seu empreendimento está 
obtendo resultado satisfatório ou não. Em outras palavras, é necessário 
saber se está havendo, em forma de lucro, retorno do investimento 
feito. Caso não ocorra retorno do investimento, é melhor – para o 
empreendedor – aplicar seu patrimônio no mercado financeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Para isso, recomendamos a leitura da aula que trata do assunto, em específico. 
3 Essa classificação é análoga à relação de usuários da informação contábil, referidos no 
Pronunciamento Básico Conceitual do CPC, estudada na parte inicial de nosso curso. 
 
 
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Neste sentido, os proprietários, sócios ou acionistas necessitam, por 
exemplo, de informações sobre rentabilidade (relação entre 
investimento e lucro) e liquidez (capacidade de honrar obrigações) da 
empresa. Estes indicadores são fundamentais para a tomada de decisão 
sobre novos investimentos, para medir o posicionamento da empresa no 
mercado presente e projeção para o futuro, para avaliar a capacidade da 
empresa em honrar seus compromissos e para informar à empresa o 
momento de buscar novas fontes de capital de giro ou de investimento. 
Sem dúvida alguma, é neste grupo de pessoas que se concentram os 
maiores interessados nas informações que a Análise de Demonstrações 
Financeiras pode fornecer. 
(b) Fornecedores e financiadores de recursos 
 
Tanto os fornecedores de mercadorias, máquinas e equipamentos ou de 
serviços, quanto os financiadores de capitais de giro ou de investimento 
necessitam, na qualidade de efetivos credores da entidade, conhecer a 
capacidade da empresa em honrar seus compromissos de curto e médio 
prazos, o seu grau de endividamento e a garantia patrimonial dela 
perante os demais credores. 
Devido à intensificação das relações de mercado, bem como das fontes 
de financiamentos existentes, este grupo de pessoas tem aumentado 
consideravelmente e, com isso, a necessidade em conhecer, com maior 
profundidade, a capacidade econômica e financeira das empresas com 
quem se relacionam. Grandes grupos econômicos, inclusive as 
instituições financeiras, possuem departamentos específicos com 
profissionais analistas de Demonstrações Financeiras dos seus clientes. 
(c) Governo 
 
Para o governo, agente da administração do Estado, a Análise das 
Demonstrações Financeiras interessa em três campos principais de 
atuação: 
- como consumidor - o governo é um grande consumidor de produtos e 
serviços, adquiridos através de Concorrências Públicas reguladas por 
Editais previstos em lei. O administrador público, ordenador de 
despesas, deve levar em consideração a capacidade econômica e 
financeira dos fornecedores do governo. 
- como agente regulador da política econômica do país - a análise da 
conjuntura econômica de um país, de um estado membro e até mesmo 
de um município é feita tomando-se por parâmetro alguns setores 
econômicos e, dentro desses setores, alguns entes econômicos 
(empresas) de maior representação. Por meio da análise econômica e 
financeira destes entes representativos, o governo pode fazer projeções 
sobre o comportamento da economia para um determinado período. 
 
 
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Desta forma, o governo poderá tomar decisões com maior segurança na 
implementação de políticas públicas. 
 
- como poder tributante - por fim, é de grande interesse do governo 
conhecer a situação econômica e financeira das pessoas, físicas e 
jurídicas, uma vez que são contribuintes de impostos e contribuições, 
fonte principal das receitas públicas. A análise das Demonstrações 
Financeiras dos agentes econômicos fornece informações fundamentais 
para estudo e adoção de políticas tributárias, quer na elevação ou 
redução da carga tributária, quer no combate à evasão e à sonegação 
fiscal. 
(d) Sindicatos e associações de empregados 
 
Os empregados, individualmente ou por intermédio de associações e 
sindicatos, têm interesse em conhecer a situação econômico-financeira 
das empresas, Estas informações são importantes para a projeção de 
crescimento ou de redução da atividade econômica da empresa. O 
conhecimento destas informações fornece subsídios para estabelecer 
dissídios individuais ou coletivos, políticas de participação nos lucros e 
nível de garantia de emprego. 
(e) Investidores 
 
Os investidores, assim como os sócios e proprietários do 
empreendimento, também têm profundo interesse em conhecer a 
situação econômica e financeira das empresas objeto de seus 
investimentos. O mercado acionário tem, como suporte básico, o valor 
patrimonial das ações negociadas.Na tomada de decisão para a compra de ações de uma determinada 
empresa, o investidor leva em consideração, além dos fatores 
especulativos do próprio mercado, o valor patrimonial do investimento e 
o nível de rentabilidade projetado. Estas informações são obtidas por 
analistas de mercado ligados a corretores de valores. Estes 
profissionais trabalham as informações por meio da Análise das 
Demonstrações Financeiras das empresas que negociam suas, ações. 
(f) Concorrentes 
 
Em mercados nos quais a competição é permitida (inclusive fomentada, 
como forma de trazer os melhores resultados para a sociedade), é 
fundamental que as empresas, para sobreviver, procurem obter o 
máximo de informações de seus concorrentes. As Demonstrações 
Financeiras, sempre que disponíveis (saliente-se que as sociedades 
anônimas devem publicar suas demonstrações financeiras), são uma 
importante fonte de informações sobre o posicionamento, as intenções e 
os resultados da empresas. As demais empresas, concorrentes, 
tomando conhecimento delas, podem realizar as análises convenientes e 
 
 
 
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tomar suas decisões de ataque (ao mercado da concorrente) ou defesa 
(de seu mercado consumidor). 
 
5 Providências iniciais – identificação de elementos 
relevantes, padronização e ajustes das demonstrações 
financeiras 
 
O ponto de partida para a análise das demonstrações financeiras não 
poderia ser outro que não o próprio conjunto de demonstrações 
financeiras. Portanto, a primeira preocupação é a de se ter acesso a 
essas demonstrações. Em seguida, o interessado deverá buscar todas 
as demais informações sobre a empresa – que possam auxiliá-lo a 
contextualizar o conteúdo das demonstrações. 
Na prática, o acesso às informações é um problema; pois, em que pese 
o fato das companhias abertas terem a obrigação de divulgar suas 
demonstrações e demais informações relevantes, sociedades limitadas e 
anônimas de capital fechado não têm essa obrigação. Em concurso, 
entretanto, o problema fica minimizado, pois essas informações devem 
fazer parte do enunciado da própria questão. 
Para que o analista possa elaborar seus estudos, é recomendado o 
levantamento de demonstrações em mais de um período. A prática 
recomenda a análise de três períodos consecutivos para a formação da 
convicção de tendências. 
De posse da massa de dados a ser analisada, composta por 
demonstrações financeiras e outras informações relevantes, antes da 
análise propriamente dita, são necessárias providências iniciais, que se 
desenvolvem em três fases distintas e de igual importância, a saber: (1) 
identificação dos elementos relevantes para análise; (2) padronização 
dos elementos, para possibilitar comparação; e (3) ajuste das 
demonstrações financeiras. 
A seguir, apresentaremos cada um desses passos. 
(1) Identificação dos elementos 
 
Nesta fase, são feitas verificações sobre os dados a serem analisados. 
O analista deve identificar todos os elementos necessários à análise para 
atender o objetivo proposto. Assim, exemplificativamente, se o objeto é 
identificar a rentabilidade de uma empresa, não interessam os 
elementos que indicam os índices de liquidez. 
De acordo com os objetivos e necessidades da análise, esta pode ser 
mais ou menos minuciosa em relação ao conteúdo da demonstração. O 
analista deverá (i) selecionar as Demonstrações Financeiras a serem 
trabalhadas, (ii) detalhar os grupos e subgrupos de contas e os períodos 
 
 
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a serem analisados, (iii) estabelecer a metodologia e os critérios de 
padronização a serem utilizados, com base nos elementos disponíveis e 
(iv) delimitar o alcance que sua análise deverá ter. 
 
Na prática, o cuidado é com eventuais informações falsas, que podem 
levar a erros profundos na tomada de decisão. Por outro lado, em sede 
de resolução de provas de concursos, o cuidado está em identificar os 
dados irrelevantes que o examinador introduz no enunciado da questão, 
com o objetivo de induzir o candidato a erro, e que devem ser 
ignorados/descartados. 
(2) Padronização dos elementos 
 
Após a identificação da massa de dados a serem trabalhados e definidos 
os objetivos da análise, a etapa seguinte requer o tratamento das 
informações visando sua padronização. Nesta etapa, ajustes deverão 
ser procedidos para que se tenha o máximo de confiabilidade nos 
relatórios a serem produzidos. 
Para que seja possível a obtenção da tendência de comportamento de 
uma determinada situação, muitas vezes, o analista deve recorrer a 
uma série histórica de dados, fazendo a comparação, ao longo do 
tempo, de uma conta, grupo de contas ou de um índice específico. Essa 
é a chamada “Análise horizontal”4. Essa análise somente será bem 
sucedida se for adotada uma padronização dos elementos a serem 
verificados. A necessidade desta padronização decorre dos seguintes 
fatores: (1) durante o período analisado, pode ter ocorrido modificação 
na sistemática contábil, prejudicando a comparação de elementos 
patrimoniais de exercícios diversos; (2) no período pode ter ocorrido 
alteração no poder de compra da moeda corrente (devido à inflação – 
item muito relevante na época em que havia correção monetária de 
balanço). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 A ser estudada com detalhes, adiante nesta aula. 
 
 
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Quanto à modificação na sistemática contábil, foi visto que a 
consistência (uniformidade)5, em função da dinâmica das relações 
comerciais e financeiras, pode ser descartada, permitindo-se alterações 
nos procedimentos, nos critérios de avaliação, na função das contas, no 
plano de contas, etc. O analista deve levar em consideração estas 
alterações para não estabelecer comparações indevidas. 
 
Ilustrando a questão, é possível que, de um ano para outro, a empresa 
altere o critério de avaliação dos estoques (por exemplo: de PEPS para 
média ponderada móvel)6. Ao comparar o valor dos estoques dos dois 
períodos, o analista deve levar em consideração os efeitos desta 
mudança. Outra situação possível de ocorrer é a mudança do Plano de 
Contas, que também deverá ser observada durante a análise. Nesta 
hipótese, o analista deverá proceder às adaptações necessárias nos 
saldos e na classificação dos elementos que serão analisados. 
 
Quanto às alterações na moeda corrente o analista deve estar atento: 
(1) para alterações no padrão monetário, com o corte de zeros ou a 
conversão por um indicador de referência previamente fixado, 
realizando ajustes não realizar comparações absurdas; e (2) à inflação 
que, caso exista, deverá ter seus efeitos expurgados dos elementos a 
serem analisados, para evitar conclusões falsas sobre a variação de 
valores de elementos patrimoniais de um ano para outro. 
O expurgo da inflação pode ser realizado individualmente (referente ao 
elemento patrimonial especificamente analisado) ou de forma completa; 
procedimento denominado correção monetária integral – demonstrações 
financeiras em moeda de valor constante (ou dolarização de balanços). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 A Consistência (uniformidade) era, anteriormente,considerada uma convenção 
contábil e atualmente, no mesmo sentido, nos termos do Pronunciamento Conceitual 
Básico do CPC, é identificada como a característica qualitativa de COMPARABILIDADE 
da informação. 
6 Assunto já visto em nosso curso, cuja leitura é aqui recomendada. 
 
 
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Tal assunto, a dolarização de balanços, não tem sido objeto de maiores 
considerações em prova (possivelmente como decorrência da 
estabilização econômica dos últimos quinze anos) e, portanto, não será 
abordado neste tópico da matéria. Para tal estudo, é recomendado o 
livro Análise Financeira de Balanços – Dante Matarazzo – Ed. Atlas. 
(3) Ajustes das Demonstrações Financeiras 
 
Esse ponto, na prática, é de fundamental importância, porque elimina 
questões formais em detrimento da essência da informação patrimonial. 
Entretanto, cumpre esclarecer que, para fins de resolução de questões 
de prova, na aplicação dos índices, na maioria das vezes, o examinador 
dispensa esse ajuste7. 
 
Os ajustes propostos pela doutrina são separados em: ajustes ao 
Balanço Patrimonial e ajustes à Demonstração dos Resultados do 
Exercício. 
(3.a) Ajustes ao Balanço Patrimonial 
 
Os ajustes ao Balanço Patrimonial, por sua vez, são divididos em: (a) 
ajustes ao ativo e (b) ajustes ao passivo. 
 
Os ajustes ao ativo estão divididos entre: (a-i) ajustes do ativo 
circulante, (a-ii) ajustes do ativo realizável a longo prazo (atualmente 
classificado como subgrupo do ativo não-circulante e (a-iii) ajustes ao 
antigo ativo permanente, ora representado pelos subgrupos do ativo 
não-circulante Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
Os ajustes ao ativo circulante são, especificamente, relativos às contas 
caixa, clientes e estoques. A seguir, apresentamos cada um deles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 Pelas questões dos últimos anos, podemos perceber que: (a) A Escola de 
Administração Fazendária (ESAF) tem sido consistente em somente considerar os 
ajustes das demonstrações financeiras para fins de identificação do gabarito da 
questão quando esse ajuste estiver EXPLÍCITA E TEXTUALMENTE requisitado no 
enunciado e (b) a CESPE, por sua vez, é lacônica e inconstante, ora requerendo esses 
ajustes e ora dispensando-os. 
 
 
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- Ajustes à conta caixa. Nessa conta somente pode haver dinheiro; 
eventuais vales e cheques não consistem em disponibilidades, devendo 
ser reclassificados para “outros créditos”, conta do ativo circulante. 
- Ajustes à conta clientes. Essa conta é, geralmente, formada por 
“duplicatas a receber”, deduzida de “duplicatas descontadas” e PCLD. A 
sub-conta “duplicatas descontadas”, que tem natureza patrimonial de 
obrigação (contra a instituição financeira), deve ser reclassificada para o 
passivo. A PCLD deve ter seu saldo (de natureza retificadora) 
suprimido, restando a conta clientes com o valor líquido. 
- Ajustes à conta estoques. A conta Estoques é formada por várias sub- 
contas8, sendo que algumas delas merecem ajuste. A conta 
“adiantamento a fornecedores” não representa um bem, mas um direito 
e, portanto, deve ser reclassificada para “outros créditos”. A conta 
“almoxarifado”, que representa bens não destinados à venda, deve ser 
reclassificada, para apresentação no ativo circulante em separado (em 
destaque). 
Quanto ao ativo não-circulante: 
 
- a doutrina não apresenta ajustes relevantes ao ativo realizável a longo 
prazo; e 
- quanto aos demais subgrupos do ativo não-circulante (antes 
pertencentes ao ativo permanente), os ajustes são especificamente 
relativos às contas de depreciação, amortização e exaustão acumuladas. 
Elas, geralmente, são eliminadas, ficando representado o valor líquido 
do respectivo ativo. 
Os ajustes ao passivo estão divididos entre: (b-i) ajustes do passivo 
circulante, (b-ii) ajustes do não-circulante (anteriormente denominado 
passivo exigível a longo prazo) e (b-iii) ajustes relativos às receitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 Sobre o assunto, recomendamos a leitura da aula que trata de operações com 
mercadorias e controle de estoques. 
 
 
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diferidas, antes pertencentes ao ora extinto REF – resultado de 
exercícios futuros. 
 
Os ajustes ao passivo circulante são, basicamente, relativos ao 
recebimento da conta duplicatas descontadas e ao agrupamento das 
obrigações em grupos (passivos com fornecedores, passivos sociais e 
passivos financeiros). 
A doutrina também não apresenta ajustes relevantes ao passivo não- 
circulante (anteriormente denominado passivo exigível a longo prazo). 
Entretanto, para as receitas diferidas (atualmente classificadas no 
passivo não-circulante e antes registrada no ora extinto REF), como se 
trata de um valor – por definição – não exigível, a doutrina recomenda 
que seja relassificado para o PL. 
(3.b) Ajustes à DRE 
 
Os ajustes à DRE são mais simples do que aqueles relativos ao BP, 
acima, e podem ser resumidos em três itens, a seguir. 
(a) Desconsiderar os valores de dedução da receita bruta de venda (por 
não serem, em regra, controláveis pela empresa) e partir direto da 
receita líquida de venda. 
(b) Resumir em uma única linha as “outras receitas” e “outras despesas” 
não componentes do resultado operacional (anteriormente denominadas 
“despesas não-operacionais” e “receitas não-operacionais”) – porque, 
geralmente, tais valores não são relevantes e, quando são relevantes, 
não tendem a se repetir. 
(c) Reclassificar despesas financeiras (operacionais, de acordo com a Lei 
das S/A), para o grupo de “outras despesas” (anteriormente 
classificadas na DRE como despesas não-operacionais) – 
especificamente para o estudo da alavancagem financeira. 
Por uma questão didática, os ajustes terão sua aplicação apresentada no 
âmbito de um caso concreto. 
 
5.1 Demonstrações financeiras antes dos ajustes 
 
Para o desenvolvimento do estudo deste Módulo, serão utilizadas as 
principais Demonstrações Financeiras da Empresa ANALISADA S.A. 
referentes a três períodos. 
Inicialmente, apresentamos – abaixo – o balanço patrimonial da 
empresa Analisada S/A: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 31/12/2006 31/12/2005 31/12/2004 
ATIVO 
 CIRCULANTE 
Disponível 
- Caixa 20,00 10,00 5,00 
- Bancos c/Movimento 100,00 220,00 10,00 
Investimentos Temporários 
- Aplicações Financeiras - 600,00 - 
Clientes 
- Duplicatas a Receber 3.200,00 1.440,00 1.300,00 
- (-)Duplicatas Descontadas (440,00) (200,00) (200,00) 
 - (-)Provisão p/Créditos Duvidosos (220,00) (100,00) (80,00) 
Estoques 
Mercadorias p/Revenda 2.200,00 1.500,00 1.300,00 
Adiantamento a Fornecedores 40,00 200,00 700,00 
Almoxarifado 90,00 80,00 115,00 
Outros Créditos 
- Impostos a Recuperar 30,00 20,00 30,00 
- Despesas Antecipadas 40,00 15,00 10,00 
- Adiantamento de Salários 30,00 15,00 10,00 
 Total Circulante 5.090,00 3.800,00 3.200,00 
 NÃO-CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
- Depósitos judiciais - - 90,00 
INVESTIMENTOS 
- Participaçõesem Coligadas 230,00 240,00 200,00 
- Imóveis para Renda 80,00 90,00 50,00 
IMOBILIZADO
- Imóveis de Uso 3.000,00 2.850,00 2.700,00 
- Veículos 350,00 340,00 330,00 
- Máquinas e Equipamentos 3.800,00 3.430,00 2.600,00 
- Móveis e Utensílios 300,00 150,00 30,00 
- (-) Depreciação Acumulada (3.500,00) (3.100,00) (2.700,00) 
 Total Não-circulante 4.260,00 4.000,00 3.300,00 
Total ativo 9.350,00 7.800,00 6.500,00 
P A S S I V O 
 CIRCULANTE 
- Fornecedores 2.500,00 2.100,00 1.000,00 
- Salários a Pagar 100,00 200,00 70,00 
- Encargos Sociais a Recolher 90,00 100,00 40,00 
- Impostos a Recolher 200,00 120,00 100,00 
- Empréstimos Bancários 190,00 70,00 40,00 
- Adiantamento de Clientes 150,00 10,00 20,00 
 Total Circulante 3.230,00 2.600,00 1.270,00 
 NÃO-CIRCULANTE 
- Financiamentos Bancários 950,00 800,00 700,00 
 Total Não-circulante 950,00 800,00 700,00 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
- Capital Social 4.500,00 4.500,00 4.500,00 
- Reservas de Capital 200,00 90,00 40,00 
- Reservas de Lucros 470,00 - 30,00 
- Lucros ou Prejuízos Acumulados - (190,00) (40,00) 
 Total PL 5.170,00 4.400,00 4.530,00 
Total passivo 9.350,00 7.800,00 6.500,00 
 
 
 
 
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Adicionalmente, encontra-se – a seguir – a DRE da empresa Analisada 
S/A: 
 2006 2005 2004 
RECEITA BRUTA 12.500,00 9.800,00 9.250,00 
(-)DEDUÇÕES (2.500,00) (2.000,00) (1.980,00) 
(=) RECEITA LÍQUIDA 10.000,00 7.800,00 7.270,00 
(-) CMV (7.500,00) (6.500,00) (5.950,00) 
(=) LUCRO BRUTO 2.500,00 1.300,00 1.320,00 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
. Despesas com Vendas (720,00) (610,00) (560,00) 
. Despesas Financeiras (400,00) (550,00) (265,00) 
. (-) Receitas Financeiras 100,00 110,00 60,00 
. Despesas Administrativas (420,00) (370,00) (265,00) 
. Outras Despesas Operac. (100,00) (15,00) (20,00) 
(=) LUCRO OPERACIONAL 960,00 (135,00) 270,00 
(+) OUTRAS RECEITAS - 7,00 -
(-) OUTRAS DESPESAS (100,00) (12,00) -
(=) RESULTADO ANTES DA CSL E IR 860,00 (140,00) 270,00 
(-) PROVISÃO PARA CSL E IR (170,00) (70,00) (160,00) 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 690,00 (210,00) 110,00 
 
Finalmente, apresentamos a DLPA da empresa Analisada S/A: 
 31/12/2006 31/12/2005 31/12/2004 
SALDO NO INÍCIO DO EXERCÍCIO (190,00) (40,00) (150,00) 
(+) Ajustes de exercícios Anteriores - - - 
(=) Saldo Inicial Ajustado (190,00) (40,00) (150,00) 
(+) Reversões de reservas 90,00 60,00 - 
(+) Resultado do Exercício 690,00 (210,00) 110,00 
(=) Saldo à Disposição da Assembléia 590,00 (190,00) (40,00) 
(-) Transferências para Reservas (590,00) - - 
SALDO NO FINAL DO EXERCICIO - (190,00) (40,00) 
 
 
5.2 Realização dos ajustes necessários 
 
Lembrando que, antes de qualquer procedimento de ajuste, são 
necessárias a identificação e a padronização dos elementos a serem 
trabalhados. Em seguida, procede-se aos ajustes pertinentes, que – 
conforme propostos acima, são: 
 
5.2.1 Ajustes no balanço patrimonial 
 
5.2.1.1 Conta Caixa – e outras disponibilidades 
 
Conta Caixa: o saldo da conta Caixa deve indicar o montante de moeda 
em espécie em poder da empresa. Por isso, vales, cheques pré-datados 
e outros direitos devem ser reclassificados em função do prazo de 
disponibilização. 
 
 
 
 
 
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Considere que o saldo da conta Caixa das demonstrações acima 
propostas, apresente a seguinte composição: 
Discriminação dos elementos da conta caixa 31/12/2006 31/12/2005 31/12/2004 
- moeda em espécie: 3,00 1,00 2,00 
- vales a empregados: 10,00 7,00 1,00 
- cheques para 30 dias: 7,00 2,00 2,00 
total da conta caixa 20,00 10,00 5,00 
 
valores classificáveis como disponibilidades 3,00 1,00 2,00 
valores classificáveis como outros créditos 17,00 9,00 3,00 
total 20,00 10,00 5,00 
 
Demais contas: se nas demais contas houver situações incompatíveis 
com a designação do subgrupo "Disponível", os ajustes deverão ser 
procedidos. No caso em questão, não há indicações para novos ajustes 
neste subgrupo. 
 
5.2.1.2 Conta Clientes 
 
O principal ajuste nesta conta sintética diz respeito à conta retificadora 
"Duplicatas Descontadas" que, pela sua natureza, para fins de 
análise, deve figurar como um passivo da empresa devido ao seu 
caráter de obrigação para com a instituição financeira que realizou o 
desconto. 
Por sua vez, recomenda-se que a conta "Provisão para Créditos de 
Liquidação Duvidosa" seja deduzida de sua correspondente – 
“Clientes”. Obs.: se houver interesse na análise deste componente, o 
saldo da mesma deverá figurar na demonstração ajustada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.2.1.3 Conta estoques 
 
A conta estoques merece muita atenção, já que ela enseja várias 
análises, tais como o índice de rotação dos estoques9. Assim, algumas 
de suas contas analíticas merecem ajuste específico, são elas: (1) a 
conta Adiantamento a Fornecedores e (2) a conta almoxarifado. 
Conta Adiantamento a Fornecedores: por representarem um direito, 
uma expectativa de propriedade das mercadorias ou matérias-primas, 
para fins de análise, estes valores não devem figurar neste subgrupo. 
Recomenda-se sua reclassificação para o subgrupo de "Outros 
Créditos". 
Conta Almoxarifado: esta conta deve também merecer muita atenção, 
pois, embora represente existência física de mercadorias e produtos de 
consumo, seu saldo não indica mercadorias para revenda, matérias- 
primas ou produtos do processo fabril. Recomenda-se o destaque 
deste item na demonstração. 
 
5.2.1.4 Contas do ativo não-circulante 
 
No ativo não-circulante, para o subgrupo ativo realizável a longo prazo, 
não é previsto ajuste específico. Os ajustes a serem neles procedidos 
decorrem meramente da correta classificação de seus elementos: (1) 
créditos cujo prazo de realização irá ocorrer após o término do exercício 
social seguinte ou, (2) créditos que sejam decorrentes das relações com 
sócios, acionistas, diretores, empresas coligadas e interligadas. 
Ainda com relação ao ativo não-circulante, as contas dos demais 
subgrupos (investimentos, imobilizado e intangível), antes classificados 
no ora extinto “ativo permanente”, para fins de análise, é recomendável 
que os componentes sejam apresentados pelo valor contábil, deduzidos 
dos valores das respectivas contas retificadoras (contas de depreciação, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 A ser estudado adiante, nesta aula. 
 
 
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amortização e exaustão acumuladas, bem como contas de provisão para 
redução ao valor recuperável – impairment). 
 
5.2.1.5 Contas do passivo circulante 
 
Como já foi antes colocado, a conta "Duplicatas Descontadas", para 
fins de análise, deverá figurar no Passivo. Via de regra, a obrigação 
do desconto perante a instituição financeira tem vencimento dentro do 
exercício seguinte. Assim, o saldo desta conta deve figurar no Passivo 
Circulante. 
Com relação ao passivo circulante, em função da necessidade e dos 
objetivos do analista, é recomendável a agregação das contas de 
natureza equivalente, formando subgrupos próprios. No caso da 
empresa Analisada, para fins de análise as contas do Passivo Circulante 
podem ser classificadas em três subgrupos:a) Obrigações com Fornecedores: indica o montante das dívidas 
da empresa decorrentes de compras a prazo de mercadorias, matérias- 
primas e demais insumos, fretes, etc. 
b) Obrigações Sociais e Tributárias: como o próprio título indica, 
neste subgrupo serão incluídas as dívidas com salários, encargos 
sociais, trabalhistas e tributários. 
c) Obrigações Financeiras: empréstimos bancários, duplicatas 
descontadas, adiantamentos de clientes, etc. devem estar contemplados 
neste subgrupo. 
Saliente-se, entretanto, que a classificação do passivo circulante aqui 
apresentada poderia ser alterada, de acordo com a necessidade de 
análise em específico. 
 
5.2.1.6 Contas do passivo não-circulante 
 
No passivo não-circulante (antes denominado “passivo exigível a longo 
prazo”), assim como ocorre com o ativo realizável a Longo Prazo, em 
geral, os ajustes decorrem da correta classificação de seus elementos. 
Aqui são classificadas as dívidas cujos vencimentos ocorrerão após o 
término do exercício social seguinte. 
Entretanto, neste grupo, também passaram a figurar as receitas 
diferidas, antes classificadas no grupo REF (atualmente extinto). Esses 
elementos consistem em receitas (com os correspondentes custos) que 
pertençam a exercícios seguintes (em outras palavras, receitas 
recebidas antecipadamente e respectivos custos, para os quais não haja 
possibilidade de devolução – contratual ou legal). Para fins de análise 
das Demonstrações Financeiras de empresas onde estes itens não 
 
 
 
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tenham relevância, é recomendável que seu saldo seja reclassificado 
para o grupo Patrimônio Líquido (Lucros ou Prejuízos 
Acumulados), uma vez que uma das características destas contas é a 
impossibilidade de reversão do resultado. 
 
5.2.2 Ajustes na Demonstração do Resultado do Exercício 
 
A Demonstração do Resultado do Exercício não apresenta muitas 
situações de ajustes. Normalmente, a análise parte da Receita Líquida 
em função de que as deduções da Receita Bruta são variáveis com 
pouca influência da gestão administrativa, 
As outras receitas e outras despesas não componentes do resultado 
operacional, na maioria das vezes, não apresentam valores significativos 
a ponto de merecer um detalhamento de seus componentes. Ocorrendo 
esta situação, é recomendável que somente o resultado seja explicitado 
(em uma única linha) na demonstração a ser analisada. 
 
Segundo Dante Matarazzo, em seu livro análise financeira de balanços, 
as despesas financeiras não deveriam estar entre as despesas 
operacionais. Desta forma, seria possível calcular o lucro da empresa 
independentemente de sua estrutura de capital (do fato da empresa 
estar trabalhando com capital dos sócios – próprio – ou de terceiros – 
empréstimos e financiamentos). Caso a empresa não tome 
empréstimos, não terá despesas financeiras. Assim, essas despesas não 
dependem da capacidade “operacional” da empresa, mas de sua 
estrutura de capital. O próprio autor, porém, não reclassifica tais 
despesas em seus exemplos numéricos, apresentados. Deixaremos este 
ajuste para o tópico de alavancagem, estudado adiante. 
 
5.3 Demonstrações financeiras - BP e DRE após os ajustes 
 
Realizados todos os ajustes necessários, antes de iniciar a análise, 
devem ser recompostas as Demonstrações Financeiras objeto da 
análise. Seguindo os modelos de exemplo propostos para a empresa 
Analisada S/A, essa recomposição, resulta nos seguintes 
demonstrativos. 
(1) Balanço Patrimonial ajustado; 
 
(2) DRE ajustada. 
 
Abaixo se encontra apresentado o Balanço Patrimonial ajustado da 
empresa Analisada S/A, para os exercícios de 2006, 2005 e 2004: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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31/12/2006 31/12/2005 31/12/2004 
ATIVO 
 CIRCULANTE 
Disponível 
- Caixa 3,00 1,00 2,00 
- Bancos c/Movimento 100,00 220,00 10,00 
Investimentos Temporários 
- Aplicações Financeiras - 600,00 - 
Clientes 
- Duplicatas a Receber 2.980,00 1.340,00 1.220,00 
Estoques 
Mercadorias p/Revenda 2.200,00 1.500,00 1.300,00 
Almoxarifado 90,00 80,00 115,00 
Outros Créditos 
- Impostos a Recuperar 30,00 20,00 30,00 
- Despesas Antecipadas 40,00 15,00 10,00 
- Adiantamento de Salários 30,00 15,00 10,00 
- Reclassificação da conta Caixa 17,00 9,00 3,00 
- Adiantamento a fornecedores - reclassif 40,00 200,00 700,00 
 Total Circulante 5.530,00 4.000,00 3.400,00 
 
 NÃO-CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
- Depósitos judiciais - - 90,00 
INVESTIMENTOS
- valor líquido das contas do investimentos 310,00 330,00 250,00 
IMOBILIZADO 
- contas do imobilizado líquidas 3.950,00 3.670,00 2.960,00 
 Total Não-circulante 4.260,00 4.000,00 3.300,00 
Total ativo 9.790,00 8.000,00 6.700,00 
P A S S I V O 
 CIRCULANTE 
- obrigações com fornecedores 2.500,00 2.100,00 1.000,00 
- obrigações sociais e tributárias 390,00 420,00 210,00 
- obrigações financeiras 780,00 280,00 260,00 
 Total Circulante 3.670,00 2.800,00 1.470,00 
 NÃO-CIRCULANTE 
- Financiamentos Bancários 950,00 800,00 700,00 
 Total Não-circulante 950,00 800,00 700,00 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
- Capital Social 4.500,00 4.500,00 4.500,00 
- Reservas de Capital 200,00 90,00 40,00 
- Reservas de Lucros 470,00 - 30,00 
- Lucros ou Prejuízos Acumulados - (190,00) (40,00) 
 Total PL 5.170,00 4.400,00 4.530,00 
Total passivo 9.790,00 8.000,00 6.700,00 
 
 
 
 
 
 
 
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Adicionalmente, apresentamos – a seguir – a Demonstração de 
Resultado do Exercício ajustada da Empresa Analisada S/A, para os 
períodos de 2006, 2005 e 2004. 
 
 
 2006 2005 2004 
RECEITA LÍQUIDA 10.000,00 7.800,00 7.270,00 
(-) CMV (7.500,00) (6.500,00) (5.950,00) 
(=) LUCRO BRUTO 2.500,00 1.300,00 1.320,00 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
. Despesas com Vendas (720,00) (610,00) (560,00) 
. Despesas Financeiras (400,00) (550,00) (265,00) 
. (-) Receitas Financeiras 100,00 110,00 60,00 
. Despesas Administrativas (420,00) (370,00) (265,00) 
. Outras Despesas Operac. (100,00) (15,00) (20,00) 
(=) LUCRO OPERACIONAL 960,00 (135,00) 270,00 
(+/-) Resultado de outras despesas e receitas (100,00) (5,00) -
(=) RESULTADO ANTES DA CSL E IR 860,00 (140,00) 270,00 
(-) PROVISÃO PARA CSL E IR (170,00) (70,00) (160,00) 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 690,00 (210,00) 110,00 
 
 
 
Somente após (a) a identificação de todos os elementos informacionais 
a serem utilizados no processo de análise e (b) a realização dos 
procedimentos de padronização e ajustes realizados; é que o analista 
tem condição de trabalhar na análise propriamente dita. Dessa forma, 
nos itens a seguir, serão apresentados os principais métodos de análise 
de demonstrações financeiras. 
 
6 Métodos de análise das demonstrações financeiras 
 
Apresentados os dados destinados à análise (que consistem nas 
demonstrações financeiras e, eventualmente, informações adicionais), 
bem como realizados os ajustes necessários a essa análise, é possível 
dar início à análise propriamente dita. Existem três formas básicas de 
análise das Demonstrações financeiras: (1) análise da estrutura, ou 
análise vertical; (2) análise da evolução, ou análise horizontal e (3) 
análise por meio de índices. 
Estas três formas podem ser consideradas como os métodos básicos de 
estudos que, desenvolvidos por meio de técnicas próprias,devem ser 
aplicados sobre os dados ajustados e padronizados, de forma a alcançar 
os resultados buscados. As informações obtidas a partir da aplicação de 
cada método devem ser analisadas em conjunto, pois os referidos 
métodos se complementam numa tentativa de apreensão da realidade. 
 
A seguir, estudaremos cada um dos três referidos métodos, em 
separado. 
 
 
 
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7 Análise da estrutura ou vertical 
 
A análise de Estrutura, também referida na doutrina como análise 
Vertical das Demonstrações Financeiras, se fundamenta no estudo das 
contas (e grupos de contas) no âmbito da própria demonstração a ser 
analisada. O objetivo desta análise, é identificar a participação, em 
percentagem ou em índice, de cada item da Demonstração Financeira de 
um período específico. 
Pela Análise Vertical, o analista identifica a participação de cada 
elemento em relação ao todo. Este tipo de análise pode ser feito em 
qualquer Demonstração Financeira, mas é no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração do Resultado do Exercício que sua aplicação tem 
resultado de maior importância, porque: (1) a análise vertical do BP 
revela a importância relativa dos grupos patrimoniais na composição do 
patrimônio; (2) a análise vertical da DRE revela a contribuição das 
diversas linhas de receita e despesa no resultado da empresa. 
Metaforicamente, a análise vertical pode ser vista como o julgamento de 
um concurso de beleza, em que o tamanho do busto é comparado com o 
tamanho dos quadris e estes com o tamanho da cintura. Na análise 
vertical, procuramos saber quais elementos (patrimoniais ou de 
resultado) são mais, ou menos, relevantes em relação ao conjunto; 
assim como em um concurso de beleza, procura-se estabelecer qual 
parte do corpo da candidata é mais relevante no conjunto. 
Para que o analista realize a análise de Estrutura ou Vertical, é 
necessária a conversão dos valores constantes nas Demonstrações 
Financeiras em proporções, através da aplicação da conhecida "regra de 
três". Essa conversão deve resultar em porcentagens, correspondentes 
a cada item, subgrupo ou grupo de contas, partindo-se de uma base 
que seja equivalente a l00%. 
 
7.1 Análise vertical do balanço patrimonial 
 
Na Análise Vertical do Balanço Patrimonial, a base equivalente a 100% 
será o valor do patrimônio bruto da entidade (o valor do Ativo – que é 
equivalente à soma do Passivo com o PL). Assim, no Balanço 
Patrimonial de 31/12/2006 da empresa ANALISADA S.A., o Ativo 
Circulante terá a seguinte representação em relação ao patrimônio da 
empresa: 
item patrimonial valor percentual
ativo total 9.790,00 100,00%
ativo circulante 5.530,00 56,49%
 
 
 
 
 
 
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Este mesmo cálculo deverá ser efetuado para todos os itens da 
demonstração. Em seguida apresentamos os balanços patrimoniais da 
empresa ANALISADA S.A. com as respectivas participações percentuais 
de cada grupo de contas, conforme característico da análise vertical. 
Ao final, é esperado que a importância relativa de cada item do 
patrimônio seja revelada, conforme figura abaixo: 
 
 
 
Análise Vertical do Balanço Patrimonial 
 
Ativo Passivo 
AC PC 
------------------------------ ------------------------------ 
ANC 
-------------- 
ARLP 
PNC 
importância -------------- Patrimônio Líquido importância 
relativa ao ativo INV CAP relativa ao passivo+PL 
-------------- -------------- 
IMOB RES CAP 
-------------- -------------- 
INTANG RES REAV/AJUSTES 
-------------- 
RES LUCRO 
-------------- 
(-) Prej Ac / Aç Tes. 
 
 
 
 
 
 
 
A seguir, apresentamos a análise vertical da empresa Analisada S/A, 
para os períodos de 2004 a 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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31/12/2006 AV (%) 31/12/2005 AV (%) 31/12/2004 AV (%)
ATIVO 
CIRCULANTE 
Disponível 
- Caixa 3,00 0,03% 1,00 0,01% 2,00 0,03%
- Bancos c/Movimento 100,00 1,02% 220,00 2,75% 10,00 0,15%
Investimentos Temporários 
- Aplicações Financeiras - 0,00% 600,00 7,50% - 0,00%
Clientes 
- Duplicatas a Receber 2.980,00 30,44% 1.340,00 16,75% 1.220,00 18,21%
Estoques 
Mercadorias p/Revenda 2.200,00 22,47% 1.500,00 18,75% 1.300,00 19,40%
Almoxarifado 90,00 0,92% 80,00 1,00% 115,00 1,72%
Outros Créditos 
- Impostos a Recuperar 30,00 0,31% 20,00 0,25% 30,00 0,45%
- Despesas Antecipadas 40,00 0,41% 15,00 0,19% 10,00 0,15%
- Adiantamento de Salários 30,00 0,31% 15,00 0,19% 10,00 0,15%
- Reclassificação da conta Caixa 17,00 0,17% 9,00 0,11% 3,00 0,04%
- Adiantamento a fornecedores - reclassif 40,00 0,41% 200,00 2,50% 700,00 10,45%
Total Circulante 5.530,00 56,49% 4.000,00 50,00% 3.400,00 50,75%
NÃO-CIRCULANTE 3400
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
- Depósitos judiciais - 0,00% - 0,00% 90,00 1,34%
INVESTIMENTOS 
 - valor líquido das contas do investimentos 310,00 3,17% 330,00 4,13% 250,00 3,73%
IMOBILIZADO 
- contas do imobilizado líquidas 3.950,00 40,35% 3.670,00 45,88% 2.960,00 44,18%
Total Não-circulante 4.260,00 43,51% 4.000,00 50,00% 3.300,00 49,25%
Total ativo 9.790,00 100,00% 8.000,00 100,00% 6.700,00 100,00%
 
 
31/12/2006 AV (%) 31/12/2005 AV (%) 31/12/2004 AV (%)
P A S S I V O 
CIRCULANTE 
- obrigações com fornecedores 2.500,00 25,54% 2.100,00 26,25% 1.000,00 14,93%
- obrigações sociais e tributárias 390,00 3,98% 420,00 5,25% 210,00 3,13%
- obrigações financeiras 780,00 7,97% 280,00 3,50% 260,00 3,88%
Total Circulante 3.670,00 37,49% 2.800,00 35,00% 1.470,00 21,94%
NÃO-CIRCULANTE 
- Financiamentos Bancários 950,00 9,70% 800,00 10,00% 700,00 10,45%
Total Não-circulante 950,00 9,70% 800,00 10,00% 700,00 10,45%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- Capital Social 4.500,00 45,97% 4.500,00 56,25% 4.500,00 67,16%
- Reservas de Capital 200,00 2,04% 90,00 1,13% 40,00 0,60%
- Reservas de Lucros 470,00 4,80% - 0,00% 30,00 0,45%
- Lucros ou Prejuízos Acumulados - 0,00% (190,00) -2,38% (40,00) -0,60%
Total PL 5.170,00 52,81% 4.400,00 55,00% 4.530,00 67,61%
Total passivo 9.790,00 100,00% 8.000,00 100,00% 6.700,00 100,00%
 
 
Conforme já dito, por meio da Análise Vertical ou de Estrutura do 
Balanço Patrimonial, o analista poderá identificar a participação de cada 
item (tanto dos recursos - bens e direitos - quanto das obrigações e, 
 
 
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ainda, do PL) em relação ao patrimônio bruto da empresa. Saliente-se 
que a grandeza dessa participação pode ser útil para concluir acerca da 
atividade da empresa, da opção de financiamento de suas atividades e, 
ainda, da sua saúde financeira. 
A seguir, encontram-se alguns comentários acerca da participação dos 
principais grupos (ativo circulante, ativo não-circulante realizável a 
longo prazo, ativo não-circulante investimentos, ativo não-circulante 
imobilizado, passivo circulante, passivo não-circulante e patrimônio 
líquido) no patrimônio. 
Ativo Circulante: este grupo concentra no mínimo 50% dos recursos 
aplicados no empreendimento (2006 = 56,49%, 2005 = 50,00% e 2004 
= 50,75%). Os recursos do Ativo Circulante estão mais concentrados 
nas contas Clientes e Estoques. A conta Clientes representa 30,44% do 
ativo em 2006, enquanto aconta estoques representa 22,47% do ativo 
no mesmo período. Repare que a importância relativa destes dois 
componentes aumentou, em 2006, em relação à média dos períodos 
anteriores. 
 
Ativo não-circulante Realizável a Longo Prazo: este grupo não é 
significativo para a empresa, tendo uma pequena participação somente 
em 2004 (de 1,34% do Ativo), decorrente de depósitos judiciais. 
Demais grupos do ativo não-circulante (investimentos e 
imobilizado): 
O ativo investimentos não é muito representativo no patrimônio, 
restringindo-se a uma parcela de 3 a 4 por cento do total (2006 = 
3,17%, 2005 = 4,13% e 2004 = 3,73%). O ativo imobilizado, por 
outro lado, tem uma participação mais significativa, ultrapassando os 
40% (2006 = 43,51%, 2005 = % e 2004 = %). 
 
Repare que, no somatório, temos, para esses grupos uma participação 
de, no máximo, 50% do total de recursos aplicados no patrimônio (2006 
= 43,51%, 2005 = 50,00% e 2004 = 47,91%). 
 
Passivo Circulante: este grupo apresenta uma crescente participação 
nas origens de recursos, ao longo dos períodos analisados (2004 = 
21,94%, 2005 = 35,00% e 2006 = 37,49%). 
 
Exigível a Longo Prazo: este grupo, constituído de financiamentos 
bancários que complementam os capitais de terceiros aplicados no 
investimento, tem uma participação razoável, com uma pequena 
tendência de redução ao longo do tempo (2004 = 10,45%, 2005 = 
10,00% e 2006 = 9,70%). 
 
Património Líquido: mais de 50% dos recursos aplicados no 
empreendimento têm origem nos capitais próprios. Esta participação 
 
 
 
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apresenta uma pequena tendência de redução (2004 = 67,61%, 2005 = 
55,00% e 2006 = 52,81%). 
 
De acordo com a necessidade, o analista poderá, ainda, detalhar mais a 
participação de cada item dos grupos e subgrupos que compõem 
estruturalmente o Balanço Patrimonial, inclusive comparando os 
percentuais de cada componente entre os períodos analisados. 
 
7.2 Análise vertical da Demonstração do Resultado do Exercício 
 
Para a Demonstração do Resultado do Exercício, a base equivalente a 
100%, via de regra, é a Receita Líquida do período, uma vez que as 
deduções da Receita Bruta (vendas canceladas, devoluções, descontos 
incondicionais, abatimentos e tributos sobre a venda) são consideradas 
(pela maioria dos autores) variáveis independentes da gestão 
empresarial10. 
O procedimento para cálculo dos percentuais empregados na análise da 
estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício é o mesmo 
utilizado no Balanço Patrimonial, ou seja, valendo-se da regra de três. 
Assim, a proporção do Custo das Mercadoria s Vendidas = CMV da 
Demonstração do Resultado do Exercício de 2006 terá a seguinte 
representação: 
item do resultado valor percentual
RLV 10.000,00 100,00%
CMV (7.500,00) 75,00%
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 Em outras palavras, esses valores independem das decisões de produção e 
comercialização de um ou outro produto em uma ou outra quantidade, considerando 
um ou outro modelo de financiamento. Esclareça-se, entretanto, que, no estudo do 
planejamento tributário, ocorre – justamente – a análise da variação dos montantes 
dos tributos sobre vendas, em decorrência de decisões de administração e gestão. 
Infelizmente, essa matéria escapa ao escopo de nosso curso e, portanto, deixaremos 
de abordar este instigante ângulo de análise. 
 
 
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Os demais itens da demonstração são calculados da mesma forma. Ao 
final, é esperado que a importância relativa de cada item do Resultado 
seja revelada, conforme figura abaixo: 
 
Análise Vertical da DRE 
 
RLV 
Importância (-) CMV 
relativa à RLV (=) LB 
(-) despesas financeiras 
(=) Lucro Operacional 
(-) IR/CSLL 
(=) LL 
 
 
 
 
A seguir, apresentamos a análise vertical da DRE da empresa Analisada 
S/A, para os períodos de 2004 a 2006. 
 2006 AV (%) 2005 AV (%) 2004 AV (%)
RECEITA LÍQUIDA 10.000,00 100,00% 7.800,00 100,00% 7.270,00 100,00%
(-) CMV (7.500,00) 75,00% (6.500,00) 83,33% (5.950,00) 81,84%
(=) LUCRO BRUTO 2.500,00 25,00% 1.300,00 16,67% 1.320,00 18,16%
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
. Despesas com Vendas (720,00) 7,20% (610,00) 7,82% (560,00) 7,70%
. Despesas Financeiras (400,00) 4,00% (550,00) 7,05% (265,00) 3,65%
. (-) Receitas Financeiras 100,00 1,00% 110,00 1,41% 60,00 0,83%
. Despesas Administrativas (420,00) 4,20% (370,00) 4,74% (265,00) 3,65%
. Outras Despesas Operac. (100,00) 1,00% (15,00) 0,19% (20,00) 0,28%
- Total de despesas operacionais (1.540,00) 15,40% (1.435,00) 18,40% (1.050,00) 14,44%
 
(=) LUCRO OPERACIONAL 960,00 9,60% (135,00) 1,73% 270,00 3,71%
(+/-) Resultado de outras despesas e receitas (100,00) 1,00% (5,00) 0,06% - 0,00%
(=) RESULTADO ANTES DA CSL E IR 860,00 8,60% (140,00) 1,79% 270,00 3,71%
(-) PROVISÃO PARA CSL E IR (170,00) 1,70% (70,00) 0,90% (160,00) 2,20%
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 690,00 6,90% (210,00) 2,69% 110,00 1,51%
 
 
 
Analisando-se a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício é 
possível identificar a participação de cada item do resultado do período 
em relação à Receita líquida da empresa. Saliente-se que a comparação 
dessas grandezas pode revelar informações sobre (a) o modus operandi, 
(b) a forma de financiamento da produção, (c) o poder de barganha dos 
empregados, dos fornecedores e dos clientes, (d) a existência de 
concorrência interna ou de novos entrantes no mercado etc. 
 
A seguir, encontram-se alguns comentários acerca da importância dos 
principais itens de resultado, em relação à receita líquida de vendas. 
Custo das Mercadorias Vendidas: este grupo é fundamental para o 
resultado final do período. Ao longo do tempo, o CMV vem se 
 
 
 
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apresentando de forma irregular em relação à Receita Líquida (2004 = 
81,84%, 2005 = 83,33% e 2006 = 75,00%), porém é possível 
identificar uma tendência de redução do valor percentual desta relação, 
pois o percentual de 2006 é inferior à média dos dois anos anteriores. 
Lucro Bruto: a análise vertical do Lucro Bruto decorre do 
comportamento do CMV, na relação inversa (2004 = 18,16%, 2005 = 
16,67% e 2006 = 25,00%), ou seja, uma melhor performance do Lucro 
Bruto implica em redução da participação vertical dos custos. Em 2005, 
em função da forte participação dos custos, este item teve uma 
acentuada redução em relação às receitas. 
Despesas Operacionais: as despesas operacionais apresentaram um 
comportamento irregular nos períodos analisados, mas com tendência 
de queda em relação à Receita Líquida (2004 = 14,44%, 2005 = 
18,40% e 2006 = 15,40%). Neste grupo, as despesas com vendas são 
as mais expressivas. 
Lucro Operacional: a análise vertical do Lucro Operacional decorre do 
estudo realizado nos itens precedentes. Assim, o comportamento deste 
item também é irregular durante os períodos analisados, em relação à 
Receita Líquida (2004 = 3,71%, 2005 = 1,73%(negativo) e 2006 = 
9,60%). O ano de 2005 foi atípico, pois tanto o Custo das Mercadorias 
Vendidas quanto as Despesas Operacionais tiveram um peso maior do 
que os demais períodos, em relação à Receita Líquida. Por 
conseqüência, o pior desempenho da empresa ocorreu naquele ano. 
Resultado de outras receitas e despesas:este item não tem 
significância para a análise da empresa em questão. 
Resultado Líquido do Período: após deduzidas as provisões para 
tributos sobre o lucro, o Lucro Líquido do Período retrata o 
comportamento do Lucro Operacional, sendo que, em 2006, houve uma 
tendência de recuperação do desempenho apresentado pela empresa 
nos dois primeiros períodos. (2004 = 1,51%, 2005 = 2,69%(negativo) e 
2006 = 6,90%). Dois itens tiveram participação relevante nesta 
mudança de expectativa: (1) redução da participação dos custos CMV – 
em relação a 2005 e (2) redução das Despesas Operacionais – em 
relação a 2005. 
O analista poderá, ainda, fazer outras análises da composição estrutural 
da Demonstração do Resultado do Exercício, inclusive comparando os 
percentuais de cada item entre os períodos analisados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Análise de evolução ou horizontal 
 
A Análise de Evolução ou Horizontal tem por objeto a identificação do 
comportamento ao longo do tempo dos itens que compõem a 
demonstração analisada. Para tanto, é fundamental que o analista 
tenha presente uma série histórica de elementos informacionais, 
devidamente identificados e padronizados, extraídos das demonstrações 
a serem analisadas. 
 
Esta análise indicará o comportamento, ao longo do tempo, dos grupos 
ou subgrupos de contas. A doutrina e a prática recomendam que o 
analista tenha em mãos as Demonstrações Financeiras de três períodos 
consecutivos. 
Metaforicamente, podemos visualizar a análise horizontal como o 
acompanhamento do perfil de uma pessoa no tempo. Normalmente, é 
possível perceber que, em sedentários, o elemento “barriga” fica cada 
vez mais relevante (ou – melhor dizendo – protuberante), à medida que 
o tempo passa. Ao contrário, em fisiculturistas, o crescimento do bíceps 
ao longo do tempo tem mais relevância. Portanto, a análise horizontal 
se destina a, considerando a variação dos elementos componentes do 
patrimônio ao longo do tempo, deduzir o comportamento da entidade. 
A análise horizontal (ou de evolução) pode ser realizada de duas 
maneiras: (1) análise de evolução nominal – desconsiderando a 
existência de inflação; ou (2) análise de evolução real – expurgando-se 
do elemento patrimonial analisado os efeitos da inflação. A seguir, 
estudaremos cada uma dessas análises. Saliente-se – ainda – que, 
tanto a análise de evolução nominal, quanto a real, podem ser 
realizadas em (a) base fixa ou em (b) base móvel. Por base fixa, 
entende-se a comparação do montante de um elemento patrimonial (ou 
de resultado) com seu correspondente EM UM PERÍODO DETERMINADO 
a priori. Por base móvel, entretanto, entende-se a comparação do 
montante de um elemento patrimonial (ou de resultado) com seu 
correspondente NO PERÍODO IMEDIATAMENTE ANTERIOR. 
As figuras a seguir ilustram o conceito de análise horizontal, tanto para 
o Balanço Patrimonial, quanto para a Demonstração dos Resultados do 
Exercício 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tópicos específicos – Análise de Demonstrações Financeiras 
 
 
Análise Horizontal do Balanço Patrimonial 
 
ano I Ano II 
 
Ativo Passivo Ativo Passivo 
AC PC AC PC 
------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ 
ANC ANC 
------------- -------------
ARLP PNC Alteração ARLP PNC 
------------- (evolução) -------------
INV de valor de um INV
-------------- Patrimônio Líquido item patrimonial -------------- Patrimônio Líquido 
IMOB CAP entre dois momentos IMOB CAP 
-------------- -------------- no tempo -------------- -------------- 
INTANG RES CAP (no exemplo, do INTANG RES CAP 
-------------- ano I para o ano II) -------------- 
RES REAV / AJUSTES RES REAV / AJUSTES
-------------- -------------- 
RES LUCRO RES LUCRO 
-------------- -------------- 
(-) Prej. Ac. / Aç Tesour (-) Prej. Ac. / Aç Tesour
 
Análise Horizontal da DRE
Ano I 
RLV 
(-) CMV 
(=) LB 
(-) despesas financeiras 
(=) Lucro Operacional 
(-) IR/CSLL 
(=) LL 
 Ano II 
RLV 
(-) CMV 
(=) LB 
(-) despesas financeiras 
(=) Lucro Operacional 
(-) IR/CSLL 
(=) LL 
 Alteração 
(evolução) 
de valor de um 
item do resultado 
entre dois períodos 
no tempo 
(no exemplo, do 
ano I para o ano II) 
 
 
 
8.1.1.1 Análise de evolução nominal 
 
Na análise de evolução nominal, os ajustes (preliminares à análise) não 
contemplam o expurgo da inflação ocorrida no período. 
Comparando, na análise Vertical, o processo determina a adoção de 
uma base 100% que será o ponto de referência dos demais itens da 
demonstração; ao passo que, para a Análise Horizontal a base 100% 
será um dos períodos da série histórica analisada, eleito pelo analista. 
Assim, para se preparar a Análise Horizontal do Ativo Circulante da 
empresa ANALISADA S.A., adotando-se as Demonstrações Financeiras 
encerradas em 31/12/2006 como base 100%, novamente será utilizada 
a Já conhecida regra de três da seguinte forma: 
 
ATIVO CIRCULANTE 2006: 100%
ATIVO CIRCULANTE 2005: AH-2005 %
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ATIVO CIRCULANTE 2004: AH-2004 % 
item patrimonial período valor porcentagem
ativo circulante 2006 5.530,00 100,00%
ativo circulante 2005 4.000,00 72,33%
ativo circulante 2004 3.400,00 61,48%
 
A análise das expressões numéricas nominais indica que o ativo 
circulante da empresa ANALISADA S/A apresentou uma tendência de 
crescimento no valor nominal no tempo. 
Saliente-se que a análise de evolução nominal pode indicar uma 
tendência de mudança de comportamento da empresa, no que diz 
respeito ao prazo médio de pagamento de suas obrigações, à 
quantidade de mercadorias e produtos que é mantida (em média) nos 
estoques etc. 
A seguir, apresentamos a análise horizontal nominal do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração de Resultado do Exercício da empresa 
Analisada S/A, para os períodos de 2004 a 2006. 
31/12/2006 AH (%) 31/12/2005 AH (%) 31/12/2004 AH (%)
ATIVO 
CIRCULANTE 
Disponível 
- Caixa 3,00 100,00% 1,00 33,33% 2,00 66,67%
- Bancos c/Movimento 100,00 100,00% 220,00 220,00% 10,00 10,00%
Investimentos Temporários 
- Aplicações Financeiras - n/a 600,00 n/a - n/a
Clientes 
- Duplicatas a Receber 2.980,00 100,00% 1.340,00 44,97% 1.220,00 40,94%
Estoques 
Mercadorias p/Revenda 2.200,00 100,00% 1.500,00 68,18% 1.300,00 59,09%
Almoxarifado 90,00 100,00% 80,00 88,89% 115,00 127,78%
Outros Créditos 
- Impostos a Recuperar 30,00 100,00% 20,00 66,67% 30,00 100,00%
- Despesas Antecipadas 40,00 100,00% 15,00 37,50% 10,00 25,00%
- Adiantamento de Salários 30,00 100,00% 15,00 50,00% 10,00 33,33%
- Reclassificação da conta Caixa 17,00 100,00% 9,00 52,94% 3,00 17,65%
- Adiantamento a fornecedores - reclassif 40,00 100,00% 200,00 500,00% 700,00 1750,00%
Total Circulante 5.530,00 100,00% 4.000,00 72,33% 3.400,00 61,48%
NÃO-CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
- Depósitos judiciais - n/a - n/a 90,00 n/a
INVESTIMENTOS 
- valor líquido das contas do investimentos 310,00 100,00% 330,00 106,45% 250,00 80,65%
IMOBILIZADO 
- contas do imobilizado líquidas 3.950,00 100,00% 3.670,00 92,91% 2.960,00 74,94%
Total Não-circulante 4.260,00 100,00% 4.000,00 93,90% 3.300,00 77,46%
Total ativo 9.790,00 100,00% 8.000,00 81,72% 6.700,00 68,44%
 
 
 
 
 
 
 
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