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casa abrigo para mulheres vítimas de violência

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASA ABRIGO PARA MULHERES VITÍMAS DE VIOLÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
 
2020 
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 
 
BRUNA SORIANI RIBEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASA ABRIGO PARA MULHERES VITÍMAS DE VIOLÊNCIA 
 
Trabalho de conclusão semestral da 
disciplina de Tópicos de Pesquisa 
aplicado no curso de Arquitetura da 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
Professor: Leandro Nicoletti Gilioli. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2020 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Família colonial brasileira, Jean Baptiste Debret. ............................ 11 
Figura 2- Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Tribuna do Paraná .. 23 
Figura 3 - Interior da casa da mulher brasileira - Fonte: Prefeitura de Curitiba.24 
Figura 4-Planta baixa - Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Paraná 
Portal. ............................................................................................................... 24 
Figura 5 - Fachada principal - Centro de acolhimento / CYS.ASDO. Fonte: 
Archdaily........................................................................................................... 25 
Figura 6 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily ................................................. 25 
Figura 7 - Pátio no interior da edificação. Fonte: Archdaily .............................. 26 
Figura 8 - Visibilidade para o pátio. Fonte: Archidaily ....................................... 26 
Figura 9 - Jogo de luzes no interior do edifício, através dos recuos.Fonte: 
Archdaily........................................................................................................... 27 
Figura 10 - Exterior do edifício. Fonte: Archdaily .............................................. 27 
Figura 11 - Espaço de convivência interior. Fonte: Archdaily ........................... 28 
Figura 12 - Sala de jantar. Fonte: Archdaily ..................................................... 28 
Figura 13 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily ............................................... 29 
Figura 14- Interior do edifício. Fonte: Archdaily ................................................ 29 
Figura 15 - Planta baixa. Fonte: Archdaily ........................................................ 30 
Figura 16 - Exterior do abrigo.Fonte: Archdaily ................................................ 31 
Figura 17 - Pátio central. Fonte: Archdaily ....................................................... 31 
Figura 18 - Fachada. Fonte: Archidaily ............................................................. 32 
Figura 19 - Pátior central. Fonte: Archdaily ...................................................... 33 
Figura 20 - Planta baixa. Fonte: Archdaily ........................................................ 34 
Figura 21 - Fachada da casa da Mulher de Brasília. Fonte: Republicanos10 .. 35 
Figura 22 - Pátio da casa da mulher brasileira em São Paulo. Fonte: Sbt ....... 35 
Figura 23 - Setorização da Casa da mulher brasileira. Fonte: Jornal da mulher. 
......................................................................................................................... 36 
Figura 24 – Fachada Centro de tratamento para saúde mental de jovens e 
mulheres Casa Verde. Fonte: Archdaily ........................................................... 37 
Figura 25 Diagrama da reabilitação. Fonte: Archdaily ...................................... 38 
Figura 26- Planta baixa térreo. Fonte: Archdaily .............................................. 38 
Figura 27- Segundo Pavimento Casa Verde. Fonte: Archdaily ........................ 39 
 
Figura 28 - Fachada da Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily .................... 40 
Figura 29 - Pátio Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily ............................... 40 
Figura 30 - Detalhe na vedação, com garrafas de vidro. Fonte:Archdaily ........ 41 
Figura 31 - Planta Baixa. Fonte: Archdaily adaptado por Junior, 2015 ............ 42 
Figura 32 -Fachada Casa de acolhimento para menores. Fonte: Archdaily ..... 43 
Figura 33- Interior da Casa Abrigo. Fonte: Archdaily ....................................... 43 
Figura 34 - Fachada externa Casa abrigo para menores. Fonte: Archdaily ..... 44 
Figura 35 - Concepção da volumetria. Fonte: Archdaily ................................... 44 
Figura 36 - Ambientes internos. Fonte: Archdaily ............................................. 45 
Figura 37 Fachada frontal residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily ............... 46 
Figura 38 - Fachada posterior residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily ......... 46 
Figura 39 - Janela superior. Fonte: Archdaily ................................................... 47 
Figura 40 - Planta baixa residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily .................. 48 
Figura 41 - Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom ................... 49 
Figura 42 - Interior Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom....... 49 
Figura 43 - Vista de cima do Centro de conferência na Bélgica. 
Fonte:designboom ........................................................................................... 50 
Figura 44 - Daniel Libeskind. Fonte: https://laart.art.br/blog/daniel-libeskind/ .. 51 
Figura 45 - Museu Real de Ontário - Canadá. Fonte: ThoughtCo .................... 52 
Figura 46 -Pavilhão Vanke. Fonte: Archdaily ................................................... 53 
Figura 47 - Museu judaico de Berlim. Fonte: Archdaily .................................... 53 
Figura 48 – Limite do terreno. Fonte Mapa cadastral .......................................55 
Figura 49 Vista do terreno da Rua Paulo Kissula - Fonte: Google Maps .........56 
Figura 50 Vista do entorno - Fonte: Google Maps ............................................57 
Figura 51 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. ...........................57 
Figura 52 Mapa de uso do solo – Fonte: Elaborado pela autora........................58 
Figura 53 Mapa de vias – Fonte: Elaborado pela autora. ..................................58 
Figura 54 Limite do terreno - Fonte: Mapa cadastral .........................................59 
Figura Figura 55 Entorno do terreno - Google Maps .........................................60 
Figura 56 Entorno do terreno - Google Maps .....................................................60 
Figura 57 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. ............................61 
Figura 58 Mapa viário – Fonte: Elaborado pela autora. .....................................61 
Figura 59 Mapa de usos – Fonte: Elaborado pela autora...................................62 
Figura 60 Localização do lote - Fonte - Mapa cadastral ....................................63 
 
Figura 61 Entorno do terreno - Fonte Google Maps ..........................................64 
Figura 62 Mapa de gabarito ...............................................................................65 
Figura 63 Mapa de uso do solo ..........................................................................66 
Figura 64 Mapa de vias ......................................................................................66 
Figura 65 Fluxograma - Elaborado pela autora ..................................................69
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------- 5 
 
2. TEMA -------------------------------------------------------------------------------------- 6 
 
3. JUSTIFICATIVA -------------------------------------------------------------------------- 6 
 
4. OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------- 7 
 
5. REFERENCIAIS TEÓRICOS --------------------------------------------------------- 8 
 
5.1. A MULHER AO LONGO DOS SÉCULOS ---------------------------------------- 8 
 
5.2. A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA -----------------------------------11 
 
5.3. TIPOS DE VIOLÊNCIA ------------------------------------------------------------- 13 
 
5.4. ESTÁTISTICAS ----------------------------------------------------------------------- 14 
 
5.5 INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO A MULHER ------------------------------ 18 
 
5.5.1 Lei Maria da Penha ------------------------------------------------------------ 18 
 
5.6 CASAS ABRIGOS -------------------------------------------------------------------- 20 
 
5.6.1 Casas abrigo no mundo ------------------------------------------------------ 20 
 
5.6.2 Casas abrigo no Brasil ------------------------------------------------------- 21 
 
5.6.3 Casas abrigo em Curitiba ---------------------------------------------------- 23 
 
6. ESTUDOS DE CASO E REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ---------------- 25 
 
6.1. ESTUDOS DE CASO --------------------------------------------------------------- 25 
 
6.1.1 Centro de Acolhimento / CYS.ASDO ------------------------------------------ 25 
 
6.1.2 Abrigo para vítimas de violência doméstica ---------------------------------- 31 
 
6.1.3 Casa da Mulher Brasileira -------------------------------------------------------- 35 
 
6.1.4 Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa 
Verde ----------------------------------------------------------------------------------------- 37 
6.1.5 Casa abrigo KWIECO ------------------------------------------------------------- 40 
6.1.6 Centro de acolhimento para menores / CEBRA ---------------------------- 43 
6.1.7 Residência Nasu Tepee – Referência formal -------------------------------- 46 
6.1.8 Centro de conferência - Referência formal ---------------------------------- 49 
6.2. REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ------------------------------------------ 51 
6.2.1 Daniel Libeskind --------------------------------------------------------------------- 51 
6.3. PROGRAMA PRELIMINAR -------------------------------------------------------- 53 
7. DIAGNÓSTICO DO TERRENO -------------------------------------------------------- 54 
7.1 Terreno 1 – Capão da Imbuia ----------------------------------------------- 54 
7.1.1 Entorno ------------------------------------------------------------------------------ 55 
7.1.2 Infraestrutura local ---------------------------------------------------------------- 56 
7.1.3 Características dos usos -------------------------------------------------------- 57 
7.2 Terreno Hauer ------------------------------------------------------------------------ 59 
7.2.1 Infraestutura e entorno ---------------------------------------------------------- 59 
7.3 Terreno Cajuru ----------------------------------------------------------------------- 63 
7.3.1 Infraestrutura/entorno ------------------------------------------------------------ 63 
7.3.3 Topografia -------------------------------------------------------------------------- 67 
8. DIRETRIZES PROJETUAIS ------------------------------------------------------------ 68 
8.1. Programa -------------------------------------------------------------------------------- 68 
8.2. Fluxograma ----------------------------------------------------------------------------- 69 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------- 70 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Esta pesquisa tem como objetivo coletar dados para o Trabalho final de 
graduação do curso de Arquitetura e urbanismo, da Universidade Tuiuti do 
Paraná, sendo o projeto uma Casa abrigo para mulheres em situação de 
violência. Sendo assim, foram realizadas pesquisas bibliográficas, legislações 
que funcionam em complemento ao projeto, estudos de casos de obras 
arquitetônicas semelhantes ou iguais ao tema. 
No primeiro momento, entende-se que é necessário saber como se iniciou 
toda essa situação de violência, o primeiro questionamento a ser feito é, o que 
leva uma sociedade ter tantos casos de violência? Como isso começou? 
Sempre foi assim? E como forma de sanar essas dúvidas e então entender por 
completo todo esse cenário, é apresentado o contexto histórico das mulheres na 
sociedade, tanto no mundo quanto no Brasil, que mostra como eram tratadas, o 
que podiam ou não fazer, seu papel na sociedade da época, quais eram suas 
reinvindicações e suas maiores conquistas. Em seguida, mostrou quais os tipos 
de violência praticadas contra as mulheres e as definições destas, além de 
explicar como cada uma pode ser manifestar, mostrando também suas 
estatísticas na sociedade brasileira, paranaense e curitibana. 
Com o objetivo de diminuir os dados de violência que são encontrados 
nas estatísticas, o governo criou vários instrumentos e equipamentos na luta 
contra a violência as mulheres, entre eles está a Lei Maria da Penha, onde é 
explicado como funciona, em quais casos se aplicas, quais são as punições, a 
história de como ela começou e as medidas que são tomadas, quando aplicadas 
ao agressor. 
Um dos complementos que funcionam ao lado da Lei Maria da Penha, são 
as casas abrigos, sendo contada a sua história no mundo, no Brasil e em 
Curitiba, que formam criadas com propósito acabar e/ou diminuir índices de 
feminicídios. Sendo assim, nesse meio entra a arquitetura, como meio de 
proteger e oferecer serviços de qualidades a essas mulheres que sofrem 
6 
 
 
violência doméstica, com a criação de projetos ideais e seguros de casas abrigos 
em resposta a esse problema atual. 
Com isso, foram feitos analises de casas abrigos, com a intenção de 
identificar quais as soluções adotadas de acordo com o local, programa 
necessário, volumetria, sistema estrutural e construtivo adotados, afim de, 
através da arquitetura proporcionar o melhor ambiente possível, para essas 
pessoas que necessitam desse tipo de ajuda. 
 
 
2. TEMA 
 
 
Casa abrigo para mulheres vítimas de violência, em Curitiba. 
 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
 
Atualmente muitas mulheres ainda sofrem algum tipo de violência, que se 
manifestam de várias formas, como agressão verbal, psicológica, física ou 
sexual, em alguns casos isso resulta em óbito. Muitas das vítimas não têm como 
escapar dessa violência seja porque não tem um lugar seguro para ir, não tem 
uma renda para se manter, e quando elas conseguem abrigo é somente para 
uma pessoa optando então por ficar onde o agressor está, por medo de que este 
possa negligenciar também seus filhos. Segundo o IPEA (Instituto de pesquisa 
econômica aplicada), no Brasil uma mulher é morta a cada 2 horas, por ano a 
média é 5,664 mortes violentas, geralmente o agressor é o próprio parceiro 
íntimo da vítima. Com o intuito de proteger essas mulheres foram criadas as 
delegacias e casa da mulher. Em Curitiba há a casa da mulher brasileira, que 
recebe as vítimas de agressão e seus familiares, mas após vários relatos de 
pessoas que já passaram por lá foi constatado que a mesma não tem estrutura 
adequada para o atendimento destas. 
Com isso, viu a necessidade ambiente adequado e humanizado capaz de 
receber, dar apoio (psicológico, educacional, moral e financeiro) e orientação as 
essas mulheres e seus dependentes, sem que estas venham se preocupar com 
renda, educação e segurança. 
 
7 
 
4. OBJETIVOS 
 
 
4.1- GERAL 
 
 
Elaborar um anteprojeto de uma casa abrigo para mulheres vítimas de 
violência, para a cidade de Curitiba. 
 
 
4.2 – ESPECÍFICO 
 
 
 Proteger mulher, crianças e adolescentes e interromper o ciclo de 
violência; 
 Garantir a segurança física e emocional das vítimas; 
 Auxiliar no processo de reorganização da vida das mulheres e na 
recuperação da autoestima; 
 Detectar situações de violência, interferir e combater, senso elas veladas 
ou não; 
 Favorecer o desenvolvimento de consciência crítica, da autonomia 
pessoal e social, de capacidades e oferecer oportunidades; 
 Possibilitar a realização de projetos pessoais, afim de, superar a violência 
sofrida; 
 Promover a inclusão produtiva, através do acesso as redes de 
qualificação e requalificaçãoprofissional; 
 Propor um modelo de casa abrigo que proporcione conforto, bem-estar; 
 Proporcionar o suporte psicológico, social e jurídico as vítimas; 
 
 
8 
 
 
 
5. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
5.1 A MULHER NA SOCIEDADE AO LONGO DOS SÉCULOS 
 
 
A análise do tema a ser desenvolvido deve abarcar o estudo 
da sua evolução histórica e significado social. Esta pesquisa é 
importante na medida em que fornece à projetista visão ampliada da 
questão a ser abordada e proporciona o conhecimento de como este 
tema se insere culturalmente na sociedade, bem como suas 
modificações e permanências no tempo. (Glabinski, 2008, p. 12-13) 
 
Segundo Tôrres (2001) no período clássico da Grécia Antiga, as mulheres 
eram vistas apenas como reprodutoras, não tinham direitos políticos e nem 
jurídicos, eram impedidas de sair em público sozinhas, ficavam reclusas em suas 
casas em um ambiente específico para as mulheres (Gineceu), onde bordavam 
e faziam os afazeres domésticos e ali ficavam confinadas quando o marido 
recebia amigos, longe das vistas, separadas até mesmo dos familiares 
masculinos da própria família, em contrapartida, os homens eram os absolutos 
da sociedade, tinham direitos sobre as mulheres, entre vários outros que lhe 
eram permitidos, como Vrissimtzis (2002) explica: 
[...] o homem era polígamo e o soberano inquestionável na 
sociedade patriarcal, a qual pode ser descrita como o ‘clube masculino 
mais exclusivista de todos os tempos’. Não apenas gozava de todos os 
direitos civis e políticos, como também tinha poder absoluto sobre a 
mulher. (VRISSIMTZIS, 2002, p. 38) 
 
A crença da inferioridade da mulher teve como respaldo vários grandes 
pensadores da época, entre eles Aristóteles, na sua obra Política, o texto 
aristotélico apoia a visão de Sófanes (Ájax, vv.405-408) este que por sua vez 
afirma, que para sua graça natural, as mulheres deviam permanecer em silêncio, 
e Aristóteles complementa, que isto ao homem nada se aplica. Segundo Martins, 
Alexandre, Souza, Costa, Campos e Borges (2019, p.2), Aristóteles acreditava 
na hierarquia da alma, sendo o homem superior a mulher, já que esta sofreria de 
carência da parte racional da alma (logos), sendo assim, era incapaz de cumprir 
9 
 
 
qualquer função, senão a de ser submissa ao homem, pois este detinha a força 
e a inteligência e a ele estava destinado à sua superioridade. 
A posição da mulher na sociedade grega, também foi explicada através 
dos mitos, Martins, Alexandre, Souza, Costa, Campos e Borges (2019, p.2), 
apresentam a inferioridade da mulher na sociedade grega, pelo fato de elas 
serem temidas e incompreendidas, pois seriam as causas das desgraças que 
até hoje assolam a humanidade, haja vista, que no mito de Pandora, através da 
curiosidade da mulher, a caixa de Pandora foi aberta e trouxe a humanidade 
todos os males do mundo, desse modo, os gregos tinham uma visão pessimista 
das mulheres, sendo elas destruidoras e insaciáveis. 
Já na sociedade romana durante o período republicano, de acordo com 
Furlani (2013, p.302), Roma tinha a sua sociedade patriarcal, no qual os homens 
detinham o controle sobre as mulheres, seus filhos e escravos, eles ditavam as 
leis e a moral, faziam as decisões econômicas e políticas, enquanto a mulher era 
desde pequena educada a ser submissa e obediente ao homem e a se manter 
reclusa ao ambiente doméstico, no entanto, como mostra Arruda (p. 197), 
diferente das gregas, as romanas tinham um pouco mais de liberdade, ou seja, 
elas não eram obrigadas a cumprir os afazeres domésticos, eram permitidas ir a 
festas e teatros e eram consultadas sobre o casamento dos seus filhos e 
assuntos do Estado. Elas sofriam repressão, mas em vários momentos se 
opuseram as leis que as oprimiam (Furlani, 2013, p.302). 
Na idade média, de acordo com Gevehr e Souza (2014, p. 113 e 116), o 
sexo feminino era visto pela igreja como pecado e fraqueza, além de serem 
consideradas inferiores fisicamente e intelectualmente, passaram a ser 
consideradas agentes do mal e da morte (bruxa), com o fortalecimento dos os 
discursos misóginos, elas começaram a ser perseguidas e queimadas em 
fogueiras para que todo o povo visse, julgadas como as responsáveis pelas 
desgraças que aconteciam com a humanidade, resultando na morte de várias 
mulheres inocentes. 
Com a Revolução Francesa, iniciou-se o processo de modificação da 
sociedade francesa, sendo questionados o papel do homem e da mulher na 
sociedade, com estes questionamentos vieram as modificações e entre eles 
10 
 
 
seria a conquista do direito ao divórcio para as mulheres, sem a interferência do 
ex-marido, embora ficasse nítido que os homens conseguiam o divórcio com 
mais facilidade, já poderia ser considerado uma grande vitória, visto que após o 
divórcio elas poderiam viver normalmente na sociedade, deixando de ser 
obrigada a se submeter aos homens (Farias e Aragão, 2018, p.5). 
Segundo Frias e Aragão (2018, p.6), acreditasse que a produção industrial 
tenha tentado se valer das mulheres, já que os homens se encontravam nos 
campos, nas políticas e em guerras e as mulheres em casa, sendo a mão de 
obra disponível e barata, que poderia fazer crescer as suas fábricas. Com isso, 
as mulheres passam alguma relevância na sociedade, tendo agora uma 
profissão, onde recebiam pelo seu trabalho, embora os salários fossem menores 
que o do homem. Apesar de, no século seguinte a quantidade de mulheres nas 
fabricas tenham decaído, acabou contribuindo ainda mais as divisões sexistas. 
A diminuição das mulheres nas fábricas, estavam relacionadas ao fato de que 
elas trabalhavam nas fábricas, mas ainda tinham os afazeres domésticos e a 
criação dos filhos, que era somente uma tarefa dela, em contrapartida, os 
homens tinham apenas as suas profissões e nada mais, ocorrendo assim a 
ideologia de gêneros (Farias e Aragão, 2018, p.7). 
Entre os séculos XIX e XX, surge a primeira onda do feminismo, junto com 
as correntes liberais e igualitárias, lideradas por mulheres dos EUA e Reino 
Unido, na luta contra a violência e desigualdade de gênero (Consolim, 2017). Em 
1918, no Reino Unido as mulheres conquistam o direito ao voto, através de uma 
campanha pelo sufrágio feminino, que dava o direito aos votos a mulheres acima 
de 30 anos de idade e que possuíssem algum imóvel, sendo este direito 
estendido a todas as mulheres com mais de vinte e um anos, em 1928. Já nos 
EUA, este fato aconteceu em 1919, em 1945 na Itália, 1971 na Suíça e apenas 
em 2015 na Árabia Saudita (Consolim,2017). 
Na década de 50 a Organizações da Nações Unidas (ONU), na luta contra 
a violência e a desigualdade, tomam uma série de iniciativas como a criação da 
Comissão de Status da Mulher, que na Assembleia Geral da ONU, aprova a 
Convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra a 
mulher. Com o intuito de diminuir a desigualdade de gênero, concedendo as 
11 
 
 
mulheres seus direitos e liberdade em igualdade aos homens. Já em 1979, 
ocorre a aprovação da Recomendação n. 90, que previa a igualdade salarial, 
entre homens e mulheres, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A 
partir daí várias medidas passaram a ser tomadas, em escala mundial, afim de 
promover os direitos das mulheres. (Pinafi, 2007) 
 
5.2 A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA 
 
 
Com a chegada das famílias portuguesas no Brasil Colônia (1500-1822), 
vieram também os costumes da sociedade europeia, de acordo com Fahs 
(2018), a cultura do patriarcado e a desigualdade se faziam presentes. A mulher 
era propriedade do homem, senão do marido, era do pai, do irmão ou de algum 
chefe da família. Nesta época, as mulheres lutavam pelo direito a educação, a 
profissão, participação política e ao divórcio, já que muitas quando vinham de 
Portugal ao Brasil, depois de seus maridos, eram obrigadas a cuidar dos filhos 
do marido que foram gerados pelas índias, que eram feitas escravas (Baseggio,Silva, 2015). A figura 01 do artista plástico Jean-Baptiste Debret, registra a 
família do Brasil colônia, onde a mulher europeia, brinca com os filhos negros, 
que o marido teve com outras mulheres. 
 
 
Figura 1 - Família colonial brasileira, Jean Baptiste Debret. 
12 
 
 
As mulheres solteiras do Brasil Colônia, exigidas pela família, se excluíam 
da sociedade, os pais as colocavam em um convento a fim de preservá-las e 
prepará-las para o casamento e caso estas viessem a engravidar sem estarem 
casadas, eram expulsas de suas casas, segundo Baseggio, Silva (2015), isso 
contribuía para o surgimento de prostitutas, já que por ter pele branca, não 
estariam ao ponto de se tornarem escravas. 
Após um tempo, as mulheres brancas quando aceitavam o papel imposto 
pela igreja, que seria a maternidade, começavam a ser vistas como importantes, 
por estarem gerando um herdeiro e aos poucos iam conquistando espaço na 
sociedade ainda comandada pelos homens (Baseggio, Silva 2015). 
Com a obrigação do casamento por parte da igreja, as prostitutas tiveram 
que se casar, em grande parte das vezes sem nenhum amor ao companheiro e 
vive e versa, para cumprirem o papel de gerarem filhos, que resultariam em mão 
de obra mais tarde (Baseggio, Silva, 2015 apud. Alves 2011. P. 13). As mulheres 
passaram a ser alvo da igreja e segundo Priore (1994, p. 18), a mulher com seu 
desejos e apetites, levariam os homens ao precipício, ou seja, contra os 
princípios cristão, sendo assim, buscavam contê-las. 
Agora já durante o Brasil Imperial (1822-1889), a mulher passou a ter 
direito à educação, sendo fundada a primeira escola para meninas no Brasil, por 
Nísia Floresta, a primeira feminista brasileira que lutou pela emancipação 
feminina. Nessa época, as mulheres não eram vistas pelos constituintes como 
possuidoras de direito (Fash, 2018). 
Em busca de melhores condições de trabalho em 1907 e 1917 foram 
realizadas as greves, onde reivindicavam a jornada de trabalho de até 8 horas, 
regularização do trabalho feminino e a abolição do trabalho no período da noite 
para as mulheres. No mesmo ano, a Conferência do Conselho Feminino da 
Organização Internacional do Trabalho aprovou a resolução n°90 que pedia a 
aceitação das mulheres nos campos de trabalhos e a igualdade salarial. (Fash, 
2018). 
Em 1922, é fundada a Federação Brasileira pelo Progresso feminino, que 
tinham por objetivo o sufrágio feminino e o acesso ao mercado de trabalho, 1928 
13 
 
 
a primeira mulher consegue votar e outra consegue ser eleita, mas que por força 
maior, acabam sendo anulados. No governo de Getúlio Vargas, as mulheres 
conquistam o direito ao voto e à candidatura, que somente em 1946, 
conseguirem usufruir (Flash, 2018). 
As feministas faziam a divulgação de suas ideias através das artes, 
jornais, reuniões e aproveitavam as greves e os periódicos sindicalistas, para 
manifestarem seus conquistas e lutas. Elas lutavam em busca de igualdade de 
gênero, contra a violência doméstica, saúde preventiva, entre muitos outros 
direitos que se referissem as condições das mulheres na sociedade (Flash, 
2018). 
Atualmente, o feminismo no Brasil se concentra, no geral, em questões 
relacionadas a abusos sexuais, à violência contra a mulher e as desigualdades 
de gêneros que ainda se fazem presentes (Neves e Souza, 200--). 
 
 
5.3 TIPOS DE VIOLÊNCIA 
 
 
A violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos, de 
acordo com a Lei Maria da Penha, (Capítulo II, art. 7°, incisos I, II, III, IV e V) 
existem cinco tipos de violência, sendo elas: física, moral, psicológica, sexual e 
matrimonial. 
1 – Violência física é qualquer conduta que venha ferir a integridade ou saúde 
corporal da mulher, podendo se manifestar de diversas formas: espancamento, 
atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento, 
lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos causados por 
queimaduras ou armas de fogo, tortura. 
2 – Violência psicológica é toda a conduta que cause dano emocional e a 
autoestima, controle de ações, comportamentos, crenças e decisões, que 
prejudique ou perturbe o desenvolvimento da pessoa, isso inclui as ameaças, 
humilhação, manipulação, constrangimento, isolamento (proibir de estudar, 
viajar ou falar com qualquer pessoa) , vigilância constante, perseguição, insultos, 
14 
 
 
chantagem, exploração, limitação de ir e vir, ridicularizarão e o Gaslighting, que 
seria a distorção dos fatos, a ponto de deixar a pessoa confusa sobre a sua 
memória e sanidade. 
3 – Violência sexual qualquer conduta que venha constranger a mulher ao 
presenciar, manter ou faze-la participar contra a sua vontade, mediante a 
coação, intimidação, ameaças ou fisicamente forçada, dentre eles podemos citar 
o estrupo, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou 
repulsa, impedi-las de usar métodos contraceptivos, aborto forçado, forçar 
matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno 
ou manipulação, limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos 
da mulher. 
4 – Violência patrimonial é qualquer conduta que demostre controle, subtração, 
destruição total ou parcial, de seus objetos do qual a mulher tenha estima, 
documentos pessoais, direitos, instrumentos de trabalho, ser privada de seus 
bens, valore e recursos econômicos. Ocorrendo muitas das vezes, para que a 
mulher fique sobre o controle do agressor, podendo essa violência se manifestar 
de várias formas, com o controle do dinheiro, o não pagamento da pensão 
alimentícia, o furto, extorsão ou danos e estelionato. 
5 – Violência moral qualquer conduta que venha difamar a mulher, como acusar 
de traição, fazer julgamentos de sua conduta e críticas mentirosas a seu respeito, 
expor sua vida íntima, rebaixá-la através de xingamentos e ofensas, que refletem 
a sua índole e a desvalorização pela vestimenta da mulher (Brasil, 2006). 
 
5.4 ESTATÍSTICAS 
 
 
Atualmente, o Brasil ocupa a 5° posição mundial no ranking do feminicídio. 
Segundo o Ministério da Saúde, uma mulher é agredida, a cada 4 minutos, no 
ano de 2018, foram denunciados mais de 145 mil casos de agressão contra a 
mulher, já no ano de 2017, de acordo com dados do Ipea, (Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada) houveram 4.396 feminicídios no país. Segundo o Ministério 
15 
 
 
da Saúde, os casos de violência são a maior parte contra mulheres, como mostra 
o no gráfico 01. Nos últimos anos, houve um aumento nos casos de violência 
física, psicológica e sexual, como pode ser visto no gráfico 02, os casos de 
violência sexual tiveram um aumento de 53% no período de 2014 a 2018, neste 
caso, a cada 10 vítimas 7 são crianças ou adolescentes. Já no gráfico 03, é 
possível ver que em grande parte dos casos de violência contra a mulher, são 
realizados por alguém próximo vítima, principalmente cônjuges e ex-cônjuges, 
sendo 70% dos casos em ambiente familiar. 
O feminicídio é o homicídio de uma mulher, pelo simples fato de ela ser 
mulher. Em muitos dos casos, ocorrem pelo motivo das mulheres estarem cada 
vez mais lutando pelos seus direitos e sua liberdade, que não são aceitos muitos 
homens. 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 1- Fonte: Sinan/Ministério da Saúde; dados de 2018 são preliminares e estão sujeitos a 
alterações. 
16 
 
 
 
 
 
Gráfico 2 - Tipos de violência mais praticadas em 2018. Fonte: Sinan/Ministério da Saúde; 
dados de 2018 são preliminares e estão sujeitos a alterações. 
 
 
Gráfico 3 – Perfil dos agressores. Fonte: Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA/SVS/MS) 
 
 
 
Segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 
no anuário de violência de 2019, o número de feminicídios subiu 47,7% entre 
2017 e 2018 no Paraná. Sendo registrados 51 mortes em 2017 e 61 em 2018. 
Já os números de casos registrados de violência doméstica, foram de 14.149 em 
2017 para 16.021 em 2018. Já em Curitiba, deacordo com o gráfico 4, é a cidade 
no Paraná com maiores números de vítimas, registrando um aumento de 30% 
em relação a 2018. No gráfico 5, é possível ver os registros de feminicídios tanto 
no Paraná como em Curitiba. 
17 
 
 
 
 
 
Gráfico 4 - Feminicídios registrados no Paraná e em Curitiba entre 2015 e 2019 – Sesp. 
 
 
Gráfico 5 - Municípios paranaenses com registros de feminicídios em 2019. Sesp. 
18 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 6 - Mortalidade de mulheres por agressão antes e após a vigência da Lei Maria da 
Penha - Fonte IPEA, 2012. 
Conforme pode ser visto no gráfico 6 do IPEA, mesmo após a criação da 
Lei Maria da Penha, os casos diminuíram por um tempo, mas voltaram a crescer. 
Que de acordo com Junior (2015), mostrando que ainda há uma barreira na 
sociedade, deixada pelo patriarcado do Brasil Colônia. Segundo o autor, o IPEA, 
fez a recomendação, para que fossem adotadas outras medidas, para o 
enfrentamento do feminicídio. 
 
 
5.5 ISTRUMENTOS DE PROTEÇÃO A MULHER 
 
 
5.5.1 Lei Maria da Penha: Lei 11.340/06 
 
 
Maria da Penha, nasceu no Ceará em 1945, virou símbolo da luta contra 
a violência doméstica, após sofrer duas tentativas de feminicídio, pelo seu 
marido Marco Antonio Heredia Viveros, enquanto ela dormia e no fim acabou 
paraplégica, enquanto ele foi condenado duas vezes, mas respondeu o processo 
em liberdade. Após isso, Maria da Penha escreveu um livro, que chegou aos 
congressos internais, denunciando o Brasil de omissão nos casos de violências 
contra a mulher (Junior, 2015). Com isso, o Estado adotou medidas de políticas 
públicas e legislativas, para conter a questão da violência contra a mulher no 
país e em homenagem a esta mulher que lutou pelos direitos das mulheres, a 
Lei 11.340/2006, foi chamada de Lei Maria da Penha. (SCHAIDHAUER, 2018) 
A Lei Maria da Penha, foi considerada pela Organização da Nações 
Unidas (ONU) uma das três mais avançadas do mundo. Com suas inovações 
nas medidas protetivas de urgências para as vítimas. para Delegacias 
Especializadas de Atendimento à Mulher, Casas-abrigo, Centros de Referência 
da Mulher e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, entre 
outros (Instituto Maria da Penha, 2018). 
19 
 
 
Após a criação da Lei Maria da Penha (Lei n°11.340/2006), a violência 
contra a mulher passou a ser crime, passando a considerar a violência de gênero 
uma responsabilidade do Governo brasileiro. De acordo com o art. 6º da Lei 
Maria da Penha, “a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma 
das formas de violação dos direitos humanos”, antes era visto apenas como uma 
questão familiar e era como menor potencial ofensivo. Além disso, o Estado 
passou a atender o tratado da Convenção sobre a Eliminação de Todas as 
Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW); a Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher 
(Convenção de Belém do Pará); a Declaração e Plataforma de Ação da IV 
Conferência Mundial sobre a Mulher; e a Convenção Americana sobre os 
Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), entre vários outros. 
(Instituto Maria da Penha, 2018). 
Com a Lei Maria da Penha, ela não apenas pune os agressores, como 
também, educa a sociedade, prevê assistência, proteção, promoção de 
desenvolvimento educacional e a autonomia da mulher, entre outros, que 
possibilitam uma rede de enfrentamento mais forte e que está em constante 
aperfeiçoamento, a fim de, proteger os direitos humanos das mulheres 
(Instituto Maria da Penha, 2018). 
A Lei prevê a medida protetiva com urgência, que funciona da seguinte 
forma, em um atendimento policial, podem ser requeridos uma medida protetiva 
urgente, que seria uma determinação do juiz(a) para proteger a mulher da 
situação de risco que ela se encontra em até 48 horas, conforme o art. 22 da Lei 
Maria da Penha, o juiz(a), poderá pedir: o distanciamento do agressor da casa e 
da vítima, obrigação do pagamento da pensão alimentícia e afastamentos dos 
dependentes menores de idade, a proibição de venda ou aluguel do imóvel da 
família sem a autorização do juiz(a), a restituição dos bens extraviados pelo 
agressor e caso esse tenha posse de arma, poderá ser pedido a restrição do 
porte para o mesmo (Instituto Maria da Penha, 2018). 
Além disto, a Lei Maria da penha (Lei n° 11.340/2006), especifica a 
violência como doméstica ou familiar, sobre isso o art. 5°, evidencia: 
Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar 
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe 
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano 
moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de 
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, 
inclusive as esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada 
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por 
laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou 
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
20 
 
 
 
Art. 6º. A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma 
das formas de violação dos direitos humanos. (BRASIL, 2006) 
 
Antes da Lei Maria da Penha, outros instrumentos já haviam sido criados, 
como a Secretária de Política para as Mulheres da Presidência da República 
(SPM) em 2003, criação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres 
(PNPM) em 2004 e em 2005 a SPM criou a Central de Atendimento à Mulher 
(disque 180), com o objetivo de orientar sobre direitos das mulheres e receber 
denúncias de violência contra a mulher. (SCHAIDHAUER, 2018) 
 
5.6 CASAS ABRIGOS 
 
5.6.1 Casas abrigos no mundo 
 
 
 
As casas abrigos foram uma conquista dos movimentos feministas ao 
redor do mundo, surgiram com o intuito de proteger as mulheres e crianças que 
se encontravam em situações de ricos, pelo meio em que viviam, por um 
determinado período de tempo. As casas abrigos, tem por características serem 
sigilosa, mas muitos estudiosos comentam, que só seria possível se a cidade 
tivesse população igual ou maior que 10 mil habitantes. Além disso, os outros 
objetivos seriam propiciar as vítimas, a recuperação da autoestima, prevenir a 
violência, desenvolver a consciência crítica, mover ações sócios educativas e 
reconstrução da identidade de gênero. (Azevedo, 2005) 
 
O primeiro abrigo para mulheres surgiu em Hounslow, no Reino Unido, 
em 1971, não era um abrigo oficial, mas recebia mulheres vítimas de violência, 
ao mesmo tempo começam a surgir vários outros abrigos ao redor do mundo, 
eles atendiam danos físicos e psicológicos, sofridos pelas vítimas, oferecendo 
serviços legal, médico e social. (Um Women, 2016) 
 
Nos países da Europa, América do Norte e a Austrália, no período entre 
1970 a 1980, começaram a expandir seus serviços. Em 1974 é criado o National 
Women’s Aid Federation, que conectava grupos de determinados países, afim 
de que os objetivos de atendimentos fossem os mesmos. Entre 1980 a 2000, há 
um aumento de casas abrigos no mundo e na entrada do novo século, começa 
21 
 
 
a ser aceito e entendido que a violência contra as mulheres, viola os direitos 
humanos e que era uma barreira para a igualdade de gênero. (Um Women, 
2016) 
 
Apesar de na década de 2000, as pessoas entendiam o que estava sendo 
buscado e se comprometiam em ajudar, atualmente alguns países ainda não 
contam com um local seguro ou uma rede de abrigos adequada. Sendo assim, 
a luta para que todas as mulheres que tiverem necessidade algum dia, possam 
ter um abrigo adequado sem dificuldade, em 2008 é feito a primeira Comissão 
do Status da Mulher em Alberta, Canadá onde foi estabelecido o Global Network 
of Women’s Shelter,contanto com representantes de várias nações ao redor do 
mundo. A segunda Conferência Mundial da Mulher, foi realizado em 2012, 
permitindo o mapeamento dos serviços de atendimento. (Um Women, 2016) 
 
 
 
5.6.2 Casas abrigos no Brasil 
 
 
 
No Brasil as casas abrigos foram surgindo em velocidade menor e um 
pouco mais tarde que nos países da América do Norte e Europa, sendo criada 
em 1986, a primeira casa abrigo no Brasil, localizada em São Paulo. Apenas no 
final dos anos 2000, que os serviços de atendimento foram regulamentados, 
justamente quando é aprovada a resolução n° 109/2009, que teria elencado 
como Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade. 
 
No Brasil, a primeira Casa-Abrigo é implantada em São Paulo, em 1986 
– Centro de Convivência para Mulheres Vítimas de Violência 
Doméstica (Convida). Em 1990, é criada a Casa-Abrigo de Santo 
André/SP; em 1991, a Casa Helenira Rezende de Souza Nazareth /SP; 
em 1992, a Casa Abrigo Viva Maria/RS e a Casa do Caminho/CE; e 
em 1996, a Casa- Abrigo do Distrito Federal e a Casa-Abrigo Sempre- 
Viva/MG (BRASIL, 2011, p. 31). 
 
A resolução n° 109/2009, definiu os serviços de acolhimento as mulheres 
em situação de violência como: 
22 
 
 
 
Acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não 
de seus filhos, em situação de risco de morte ou ameaças em razão da 
violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, 
sexual, psicológico ou dano moral. Deve ser desenvolvido em local 
sigiloso, com funcionamento em regime de co-gestão, que assegure a 
obrigatoriedade de manter o sigilo quanto à identidade das usuárias. 
Em articulação com rede de serviços socioassistenciais, das demais 
políticas públicas e do Sistema de Justiça, deve ser ofertado 
atendimento jurídico e psicológico para as usuárias e seus filhos e/ou 
dependente quando estiver sob sua responsabilidade (BRASIL, 2013, 
p. 41). 
 
As casas abrigos no Brasil apesar de serem colocadas como serviço sócio 
assistencial, o funcionamento esta regulamentado nas Diretrizes Nacionais, tem 
estrutura regulamentadas pelas Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de 
Mulheres em Situação de Violência e Risco – redefinindo assim as possibilidades 
de acolhimento temporário afim de promover promover-lhes segurança e 
proteção. (Miranda, 2017) 
 
Lembrando que há diferenças entre as casas abrigos e as casas de 
acolhimento, centro a primeira destinada a pessoas que estão em situação de 
grave, como risco de morte e sofrendo violência e tem o período de acolhimento 
é de longa duração, enquanto a segunda, não possui vínculo com os serviços 
socioassistenciais e são para casos onde não há uma urgência imediata e 
possuem caráter sigiloso, acolhendo por um curto período de tempo. (Miranda, 
2017) 
 
As casas abrigos devem usufruir de: 
 
- Espaço para dormitórios, onde a mulher possa acomodar seus 
pertences pessoais, mantendo o vínculo familiar e garantindo sua 
privacidade; 
- Espaços de convivência coletiva (salas de reuniões, grupos e 
oficinas); 
- Espaços para o refeitório e cozinha coletiva; 
- Espaço para recreação das crianças, preferencialmente contando 
com áreas externas; 
- Local adequado ao atendimento de primeiros socorros, guarda de 
medicamentos e outras ações de profilaxia em saúde; 
- Espaço para lavanderia coletiva; 
- Dependências sanitárias compatíveis com o número de pessoas 
abrigadas; 
23 
 
 
 
- Adequação da estrutura do imóvel aos portadores de necessidades 
especiais, garantindo a acessibilidade; 
- Espaço adequado para a equipe técnica e administrativa, 
resguardando o sigilo relativo às usuárias do serviço; 
- Infra-estrutura administrativa de comunicação e de transporte 
(BRASIL, 2008, p. 16). 
De acordo com Miranda (2017), com as condições acima descritas as 
casas abrigos buscavam não apenas a segurança e descrição, como também 
proporcionar um ambiente acolhedor e acessível, afim de facilitar a superação 
dos traumas sofridos pelas vítimas. 
 
 
5.6.3 Casas abrigos em Curitiba 
 
 
Em Curitiba há a casa da mulher brasileira, inaugurada a não muito tempo, 
começou sua construção em novembro de 2014. Sendo a única da capital, desde 
a sua inauguração em junho de 2016, até o final de 2019, já tinha sido realizado 
mais de 44 mil atendimentos. Além disso, a Casa da Mulher Brasileira está 
integrada a Delegacia da Mulher, funcionando ambos no mesmo local, reunindo 
assim os serviços essenciais e capazes de fazer a mulher sair do ciclo de 
violência. Com a integração, os atendimentos aumentaram em 60%. A casa 
recebe mulher, crianças e adolescentes dependentes da mãe. (Curitiba, 2019) 
A Casa da mulher brasileira, está localizada no bairro Cabral em Curitiba, 
próximo a um terminal de ônibus, possui 3.118 m² de área construída em um 
terreno de 8 mil m², tendo capacidade para atender até 250 pessoas por dia. 
(Junior, 2015) 
 
 
Figura 2- Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Tribuna do Paraná. 
24 
 
 
Em Curitiba, a Casa da Mulher Brasileira, possui onze equipamentos, 
sendo eles: Acolhimento e triagem, apoio psicossocial, Delegacia da Mulher, 
ministério público, juizado e vara especializada, defensoria pública, promoção de 
autonomia econômica, central de transportes, brinquedoteca, casa de passagem 
e atendimento de saúde. (Junior, 2015) 
 
 
Figura 3 - Interior da casa da mulher brasileira - Fonte: Prefeitura de Curitiba. 
 
Figura 4-Planta baixa - Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Paraná Portal. 
25 
 
 
6. ESTUDOS ARQUITETÔNICOS 
 
 
6.1 ESTUDOS DE CASO 
 
6.1.1 Centro de Acolhimento / CYS.ASDO 
 
Figura 5 - Fachada principal - Centro de acolhimento / CYS.ASDO. Fonte: Archdaily. 
 
Projeto do escritório CYS.ASDO, esse centro de acolhimento possui uma 
área de 3000 m², está localizado em Showroom, Hsinchu em Taiwan, construído 
no ano de 2014. 
 
 
Figura 6 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily. 
26 
 
 
O edifício recebe mulheres que foram vítimas de violência, que chegam 
ao local com traumas psicológicos e físico. Afim de que as mulheres se 
sentissem acolhidas os arquitetos pensaram em combinar o interior da 
edificação com o exterior através de um pátio no interior do prédio. 
 
 
Figura 7 - Pátio no interior da edificação. Fonte: Archdaily 
 
A forma cheia de recuos no seu interior e exterior, assim como nas janelas 
e paredes, refletem ao resultado do programa de necessidades, junto com a 
preocupação do recebimento de iluminação natural, ao mesmo tempo, a 
natureza consegue se fundir ao edifício através desses recuos, mesclando a 
vegetação a estrutura. 
 
Figura 8 - Visibilidade para o pátio. Fonte: Archidaily. 
27 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 - Jogo de luzes no interior do edifício, através dos recuos.Fonte: Archdaily. 
 
 
 
Os recuos proporcionam vistas incríveis, a partir dos vários ângulos 
existentes, além disso, de acordo com o tipo de estação, criam um jogo de luz e 
sombra. 
 
 
Figura 10 - Exterior do edifício. Fonte: Archdaily 
28 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Espaço de convivência interior. Fonte: Archdaily. 
 
O espaço interior foi pensado para trazer conforto e aconchego, tendo 
uma ótima escolha de materiais e passa a sensação de acolhimento almejado. 
 
 
Figura 12 - Sala de jantar. Fonte: Archdaily. 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily. 
 
Figura 14- Interior do edifício. Fonte: Archdaily 
30 
 
 
 
 
 
Figura 15 - Planta baixa. Fonte: Archdaily 
 
 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Escolha dos materiais; 
Iluminação natural; 
Área do projeto próxima ao do projeto a 
ser desenvolvido; 
Coerência do interior do edifício com o 
que se busca; 
Vegetação no interior; 
Pontos negativos: Não possui acessibilidade; 
O que usaria no projeto: A de trazer iluminação através dos 
recuos, que criam um jogo de sombra e 
iluminação; 
Os materiais utilizados; 
316.1.2 Abrigo para vítimas de violência doméstica 
 
 
 
 
 
Figura 16 - Exterior do abrigo.Fonte: Archdaily 
 
Projetado pelo escritório Amos Goldreich Architecture, Jacobs Yaniv 
Architects, no ano de 2018. Foi projetado para a ativista dos direitos humanos, 
Ruth Rasnic, para o instituto de caridade internacional “No To Violence”, com o 
intuito de abrigar mulheres e crianças que sofreram violência, vindas de qualquer 
parte do mundo. 
 
 
Figura 17 - Pátio central. Fonte: Archdaily. 
32 
 
 
 
 
 
Figura 18 - Fachada. Fonte: Archidaily 
 
 
Este projeto teve como referência, a obra Okamoto do artista Eduardo 
Chilida, resultando no exterior do edifício áspero, representando a segurança e 
proteção, e o interior delicado, voltado para o jardim central, sendo o coração 
terapêutico do abrigo. 
Em busca da positividade e da esperança, o projeto foi pensado em forma 
de uma aldeia, onde há unidades autônomos que se conectam por um pátio 
central, que seria como um ponto de encontro para as usuárias, afim de, retirar 
qualquer sensação de confinamento, criando um pátio bem amplo, para a livre 
circulação. 
Cada família recebe um pequeno apartamento, onde podem realizar suas 
tarefas diárias. Sendo separados do setor de funções comunitárias e são 
conectadas por um corredor interno. O edifício também conta com um berçário, 
que fica separado do prédio maior, onde as mães podem deixar seus filhos e de 
manhã e à tarde busca-los. 
33 
 
 
 
 
 
Figura 19 - Pátior central. Fonte: Archdaily. 
 
O abrigo conta com áreas comuns, jardim de infância, sala de informática, 
lavanderia, cozinha e refeitório, alojamentos independentes para cada família, 
acomodação para funcionários, áreas de escritório para o gerente e funcionários 
do abrigo (incluindo assistentes sociais, psicóloga infantil, madrinhas, 
trabalhadora e advogada em período parcial). Existem trabalhadores 
profissionais adicionais: psicoterapeutas, terapeutas de teatro ou de artes, além 
de voluntários, como esteticistas, cabeleireiros, praticantes de reflexologia e 
artes marciais, e outros que ajudam crianças em seus estudos e conhecimentos 
em informática. (Archdaily) 
 
of Women’s Shelter, contanto com representantes de várias nações ao redor do 
mundo. A segunda Conferência Mundial da Mulher, foi realizado em 2012, 
permitindo o mapeamento dos serviços de atendimento. (Um Women, 2016) 
34 
 
 
 
 
 
Figura 20 - Planta baixa. Fonte: Archdaily 
 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Pátio central; 
Divisão por setores; 
Amplitude; 
Segurança; 
Pontos negativos: 
O que usaria no projeto: Divisão por setores; 
Pátio central; 
35 
 
 
6.1.3 Casa da Mulher Brasileira 
 
 
 
 
 
Figura 21 - Fachada da casa da Mulher de Brasília. Fonte: Republicanos10 
 
A casa da mulher brasileira segue o mesmo modelo em todas as capitais 
brasileiras, com o intuito de reduzir gastos e assim poder construi-las em outros 
municípios. Tem como objetivo atender mulheres em situação de violência 
doméstica. 
 
Figura 22 - Pátio da casa da mulher brasileira em São Paulo. Fonte: Sbt. 
36 
 
 
A casa da mulher brasileira tem seus setores divididos por cores e 
possui com onze equipamentos, em um mesmo prédio, com: Juizado 
Especial voltado para o atendimento a mulher; Núcleo Especializado da 
Promotoria, Núcleo Especializado da Defensoria Pública, Delegacia 
Especializada no Atendimento a Mulher, Alojamento de passagem, (VI) 
Brinquedoteca, Apoio psicossocial, e Capacitação para a sua autonomia 
econômica. 
 
 
 
Figura 23 - Setorização da Casa da mulher brasileira. Fonte: Jornal da mulher. 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Programa de necessidades, com os 
itens essenciais; 
Cumpre a função; 
Pontos negativos: Volumetria genérica, sem preocupação; 
Sensação de confinamento; 
O que usaria no projeto: Utilizaria o programa de necessidades 
como base; 
37 
 
 
6.1.4 Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa Verde 
 
 
 
 
 
Figura 24 – Fachada Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa 
Verde. Fonte: Archdaily. 
Com 1060 m², em um terreno de 4.600 m², o projeto do escritório LDA. 
IMdA architetti associati, o projeto é do ano de 1920, mas foi executado apenas 
em 2016. Está localizado em San Miniato Pisa na Itália. O projeto foi concebido 
com a ideia de recuperar o local que antes funcionava como um orfanato. A Casa 
Verde interage com o bosque e recebe iluminação natural, o edifício foi pensado 
de maneira que não agredisse o entorno de onde está inserido, sendo assim, a 
cor verde da fachada está em perfeita harmonia com a floresta próxima a 
edificação. 
No projeto teve o cuidado com a planta original, para protege- lá, mas ao 
mesmo tempo utilizou de cor, forma e materiais de acordo com a cultura 
contemporânea. O interior do edifício também foi repensado de acordo com as 
necessidades dos usuários atuais. 
Antes da requalificação, o edifício tinha características institucionais, 
através de soluções inovadoras, o essencial da obra foi preservado e se tornou 
agradável, propiciando aos usuários um ambiente que remete ao lar. 
38 
 
 
 
 
 
Figura 25 Diagrama da reabilitação. Fonte: Archdaily 
 
 
Figura 26- Planta baixa térreo. Fonte: Archdaily 
39 
 
 
 
 
 
Figura 27- Segundo Pavimento Casa Verde. Fonte: Archdaily 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Materiais; 
Harmonia com o entorno; 
Edifício institucional, mas com 
formar e materiais contemporâneos; 
Acessibilidade; 
Pontos negativos: 
O que usaria no projeto: A ideia de mini diafragmas que 
captam a luz solar; 
Distribuição dos quartos; 
A relação com o entorno; 
40 
 
 
6.1.5 Casa abrigo KWIECO 
 
 
 
 
 
Figura 28 - Fachada da Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily 
 
Projetado pelo escritório de arquitetura Hollmén Reuter Sandman 
em 2015, a casa abrigo KWIECO possui 423m² e está localizado em 
Moshi na Tanzânia. Tem como objetivo abrigar mulheres da África que se 
encontram em situação de violência, levando em consideração que o não 
há nenhuma lei para protegê-las e que por motivos culturais e sociais a 
violência contra a mulher ainda é permitida. 
 
 
Figura 29 - Pátio Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily 
41 
 
 
O projeto leva em consideração a cultura local e a hierarquia 
espacial. Utiliza energia renovável, mão de obra e materiais locais, além 
do planejamento participativo da população. 
 
Figura 30 - Detalhe na vedação, com garrafas de vidro. Fonte:Archdaily 
 
 
 
O abrigo possui 10 quartos para famílias, três sanitários, sendo um 
deles pnd, oficina, sala de jogos, cozinha, refeitório, fraldário, lavanderia, 
quatro salas, almoxarifados, garagem e pátio interno. Devido ao calor 
intenso, todo o programa acontece em volta de um pátio. O projeto foi 
pensado de maneira a ter o custo mais baixo possível, sem perder a 
qualidade. Foram utilizados estrutura metálicas na caixa d’água e 
cobertura, garrafas de vidro nas paredes e as esquadrias de madeira e 
palha. O acesso das mulheres e crianças é livre dentro dos muros da 
edificação. 
42 
 
 
 
 
 
 
Figura 31 - Planta Baixa. Fonte: Archdaily adaptado por Junior, 2015. 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Materiais; 
Pátio interno amplo; 
Harmonia com o entorno; 
Uso de energia renovável; 
Participação da comunidade; 
Pontos negativos: Pequeno para a demanda; 
O que usaria no projeto: Pátio interno; 
Energia renovável; 
Partido horizontal; 
43 
 
 
6.1.6 Centro de acolhimento para menores / CEBRA 
 
 
Figura 32 -Fachada Casa de acolhimento para menores. Fonte: Archdaily 
 
Projetado pelo escritório CEBRA em 2014, possui 1500 m² e está 
localizado em Kerteminde na Dinamarca. Embora seja destinado para crianças 
e adolescentes marginais, que tem problemas, comportamentais, sociais e 
mental, o projeto ainda possui características semelhantes ao estudado,recebendo pessoas fragilizadas, o arquiteto buscou incluir os usuários ao prédio, 
através dos fluxos e programa. 
 
 
Figura 33- Interior da Casa Abrigo. Fonte: Archdaily 
44 
 
 
 
 
 
Figura 34 - Fachada externa Casa abrigo para menores. Fonte: Archdaily 
 
O edifício possui áreas administrativas, de alojamento e comum, 
possibilitando interação entre os residentes nas áreas comuns e área mais 
privativa, para que possam também ter seus momentos a sós. Os materiais e as 
formas, trazem o sentimento de lar, afim de que tenham uma vida normal. 
 
 
 
Figura 35 - Concepção da volumetria. Fonte: Archdaily 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 36 - Ambientes internos. Fonte: Archdaily 
 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Materiais; 
Compacto; 
Remete ao lar; 
Iluminação natural; 
Ambientes internos; 
Harmonia com o entorno; 
Programa de necessidade; 
Pontos negativos: Falta de acessibilidade; 
O que usaria no projeto: Volumetria; 
Material; 
Iluminação natural; 
46 
 
 
6.1.7 Residência Nasu Tepee – Referência formal 
 
 
 
 
 
Figura 37 Fachada frontal residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily 
 
Projetado pelo arquiteto Hiroshi Nakamura & Nap, a casa tem 156 m², está 
localizada em Tochigi no Japão e foi escolhida como referência formal. A casa 
está situada em meio aos campos e bosques, próximo a uma floresta, sendo 
assim, teve o cuidado com a escala da casa de forma que harmonizassem com 
o entorno. 
 
 
Figura 38 - Fachada posterior residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily 
47 
 
 
Em um primeiro momento, para a entrada de luz natural, a solução 
encontrada tinha sido o levantamento do teto, mas isso resultaria em um espaço 
muito grande, com a ineficiência do ar condicionado e colidiria com os galhos 
das árvores. Sendo assim, os arquitetos apenas cortaram a diagonal no topo da 
casa. Considerando a forma, com o entorno dá para se sentir abraçado pela 
natureza e parte dela. 
 
 
Para garantir o conforto térmico na casa foram instalados ar-condicionado 
e lareira, no verão o ar quente concentrado no alto da casa sai pelas janelas 
superiores, já no inverno o ar quente saíra do chão, além disso, afim de manter 
a temperatura da casa, é utilizado janelas de vidro duplo. 
 
 
Figura 39 - Jnela superior. Fonte: Archdaily 
48 
 
 
 
 
 
Figura 40 - Planta baixa residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily 
 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Materiais; 
Volumetria; 
Iluminação natural; 
Soluções Climáticas; 
Harmonia com o entorno; 
Pontos negativos: Falta de acessibilidade; 
O que usaria no projeto: Volumetria; 
Material; 
Iluminação natural; 
Soluções Climáticas; 
49 
 
 
6.8.1 Centro de conferência - Referência formal 
 
 
 
 
 
Figura 41 - Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom 
 
 
 
Projetado pelo arquiteto Daniel Libeskind, esse Centro de Conferência 
possui 12.500 m², sendo inaugurado em 2015. Edifício com volumetria 
expressiva, o programa é composto por hall de entrada, três auditórios, salão de 
enventos polivalentes, sala de conferências, escritórios, restaurante, 
estacionamento subterrâneo e um terraço público. (Desingnbomm) 
 
 
Figura 42 - Interior Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom 
50 
 
 
Interior revestido de ripas de madeira verticais, faixas verticais de alumínio 
anodizado, seguindo a curvatura da parede, claraboias ao longo do saguão que 
possibilitam a luz natural. Com medidas sustentáveis, o edifício possui teto verde, 
sombreamento passivo, resfriamento noturno e células fotovoltaicas. 
 
 
Figura 43 - Vista de cima do Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom 
 
 
 
 
 
TABELA DE ANÁLISE 
Pontos positivos: Materiais; 
Inovação; 
Volumetria; 
Programa flexível; 
Iluminação natural; 
Soluções Climáticas; 
Pontos negativos: Único destaque do entorno; 
O que usaria no projeto: Volumetria; 
Material; 
Iluminação natural; 
Soluções Climáticas; 
51 
 
 
6.3 REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS 
 
6.3.1 Daniel Libeskind 
 
 
 
 
 
Figura 44 - Daniel Libeskind. Fonte: https://laart.art.br/blog/daniel-libeskind/ 
 
 
 
Daniel Libeskind, um arquiteto com suas diagonais imponentes, 
geometrias, vazios, fragmentos e interseções, nasceu na Polônia, em 1946, 
quando criança sua família foi perseguida pelo partido comunista, por serem 
judeus. Quando Libeskind tinha 11 anos, se mudou com sua família para Israel 
e logo após dois anos, foram morar nos Estados Unidos. Em 1970, ele se forma 
em arquitetura, casado com Nina Lewis, que foi sua colega de trabalho, passa a 
dar aulas em várias partes do mundo. (Laart, 2019) Em 1989, ao se mudar 
para Berlim, ele vence o concurso para expandir o museu Judaico de Berlim e a 
partir ele passa a ser um artista, no qual suas obras começariam a fazer sucesso. 
(Laart, 2019) 
Abaixo, todos os prêmios e honras que o arquiteto recebeu ao longo de 
sua carreira: 
Primeiro arquiteto a ganhar o Prêmio Hiroshima Art, concedido 
a um artista cuja obra promove a compreensão e a paz internacionais 
(2001) [45] 
Em 2003, recebeu a Medalha Leo Baeck por seu trabalho 
humanitário, promovendo a tolerância e a justiça social. 
Prêmio AIANY de Mérito pelo Monumento Nacional do Holocausto, 
Ottawa, Canadá (2018) 
MIPIM / The Architectural Review , Prêmio Projeto Futuro da 
Torre L'Occitanie em Toulouse, França (2018) 
Prêmio CTBUH Urban Habitat para o Plano Diretor do World 
Trade Center (2018) 
https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Libeskind#cite_note-45
https://en.wikipedia.org/wiki/Leo_Baeck_Institute
https://en.wikipedia.org/wiki/MIPIM_AR_Future_Projects_Award
https://en.wikipedia.org/wiki/Council_on_Tall_Buildings_and_Urban_Habitat
52 
 
 
 
Prêmio AIA de Serviço Nacional para o Plano Diretor do World 
Trade Center (2012) 
Bolsista do Instituto Americano de Arquitetos (2016) 
Prêmio Regional RIBA para Ogden Center for Fundamental 
Physics na Durham University (2017) 
Recebeu um doutorado honorário em arquitetura da University of 
South Florida. 
Doutor Honoris Causa, da Universidade Nova Búlgara de 2013, 
em reconhecimento à sua influência na pesquisa e na prática da 
arquitetura contemporânea 
Primeiro destinatário do título honorário de Doutor em Belas 
Artes (DFA) da Universidade de Ulster, em reconhecimento por seus 
excelentes serviços à arquitetura e design globais (2009) [46] 
Prêmio MIPIM em Melhor Projeto de Regeneração Urbana para 
KoBogen (2014) 
Prêmio FIABCI Prix d'Excellence, Residencial por Reflexões na 
Baía de Keppel (2013) 
Prémio da Academia Europeia dos Museus para o Museu de 
História Militar (2013) 
Medalha de ouro para arquitetura no National Arts Club (2007) 
Prêmio Internacional RIBA para Wohl Center na Universidade 
Bar-Ilan (2006) 
Prêmio Internacional RIBA para o Imperial War Museum 
North (2004) 
Prêmio RIBA para o London Metropolitan University Graduate 
Center (2004) 
Nomeado como o primeiro embaixador cultural da arquitetura 
pelo Departamento de Estado dos EUA (2004) [47] 
Membro honorário da Royal Academy of Arts em Londres, 
Inglaterra (2004) 
Prêmio Homem do Ano do Museu de Arte de Tel Aviv (2004) 
Medalha Goethe pela contribuição cultural do Instituto 
Goethe (2000) 
Time Magazine Melhor de 1998 Design Awards para o Felix 
Nussbaum Haus (1998) 
Eleito para a Academia Americana de Artes e Letras (1996) 
Bienal de Veneza Primeiro Prêmio Stone Lion Award para o 
Projeto Palmanova (1985) 
Fundação Nacional para o Projeto de Artes Bolsa de Artes para 
Estudos em Arquitetura (1983) 
Medalha do Instituto Americano de Arquitetos pela maior 
conquista escolar (1970) (WIKIPEDIA, 2020) 
 
Algumas das obras importantes do arquiteto: 
 
 
Figura 45 - Museu Real de Ontário - Canadá. Fonte: ThoughtCo 
https://en.wikipedia.org/wiki/American_Institute_of_Architects
https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Institute_of_British_Architects
https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Institute_of_British_Architects
https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Institute_of_British_Architectshttps://en.wikipedia.org/wiki/New_Bulgarian_University
https://en.wikipedia.org/wiki/Honorary_degree
https://en.wikipedia.org/wiki/University_of_Ulster
https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Libeskind#cite_note-46
https://en.wikipedia.org/wiki/MIPIM
https://en.wikipedia.org/wiki/National_Arts_Club
https://en.wikipedia.org/wiki/RIBA_International_Award
https://en.wikipedia.org/wiki/Imperial_War_Museum_North
https://en.wikipedia.org/wiki/Imperial_War_Museum_North
https://en.wikipedia.org/wiki/RIBA
https://en.wikipedia.org/wiki/United_States_Department_of_State
https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Libeskind#cite_note-47
https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Academy_of_Arts
https://en.wikipedia.org/wiki/Tel_Aviv_Museum_of_Art
https://en.wikipedia.org/wiki/Goethe_Medal
https://en.wikipedia.org/wiki/Goethe_Institute
https://en.wikipedia.org/wiki/Goethe_Institute
https://en.wikipedia.org/wiki/Time_Magazine
https://en.wikipedia.org/wiki/American_Academy_of_Arts_and_Letters
https://en.wikipedia.org/wiki/Venice_Biennale
https://en.wikipedia.org/wiki/National_Endowment_for_the_Arts
https://en.wikipedia.org/wiki/American_Institute_of_Architects
53 
 
 
 
 
 
Figura 46 -Pavilhão Vanke. Fonte: Archdaily 
 
 
 
Figura 47 - Museu judaico de Berlim. Fonte: Archdaily 
 
 
 
Justificativa da escolha do arquiteto: A escolha do arquiteto se deu 
pelo seu estilo arquitetônico, suas obras com diagonais imponentes, grandes 
ângulos, geometrias desconstruídas, obras que se destacam e se encaixam no 
estilo arquitetônico que busco para o projeto da casa abrigo. 
 
 
6.2. PROGRAMA PRELIMINAR 
 
 
Esta tabela foi elaborada com base nas áreas vistas nos dados vistos dos 
estudos de caso, pensada em primeiro momento, para um público de 100 
pessoas. 
 
SETOR ÁREA EM M² 
Lazer 300 m² 
Esportivo 340 m² 
54 
 
 
 
Alojamento 800 m² 
Serviços 400 m² 
Educacional 300 m² 
Administrativo 290 m² 
TOTAL 2430 
 
 
 
7. CRITÉRIOS DA ESCOLHA DO TERRENO 
 
Os critérios de escolha para o terreno são eles: 
 Estar localizado próximos aos equipamentos de educação, 
segurança, saúde, transporte público, lazer e comércios. 
 Ter área suficiente para receber a área do programa de 
necessidades. 
 Estar em uma área calma e tranquila, que garanta o sigilo das vítimas 
 Com isso foram selecionados três terrenos, com áreas que variam de 496 
m² à 15 mil m², podendo estes vir a ser unificados com lotes vizinho ou subdivididos. 
 
7.1 Terreno 1 - Capão da Imbuia 
 
 A primeira opção de terreno possui uma área de 15.550 m² e está localizado 
no bairro Capão da Imbuia em Curitiba, com 4 testadas para as ruas, Rua 
Fedrerico Stlader Junior, Rua Paulo Kissula, Rua Araguaia e a Rua Osmário de 
Lima. O lote se encontra no SEHIS (Setor Especial de Habitação de Interesse 
Social), seguindo os parâmetros construtivos tabela 1. 
 
55 
 
 
Figura 48 Limite do terreno - Fonte: Mapa cadastral 
 
 
Parâmetros construtivos 
Coeficiente de aproveitamento 0,6 
Taxa de ocupação 30% 
Taxa de permeabilidade 25% 
Altura máxima permitida 2 Pavimentos 
Recuo frontal 5 M para habitação institucional 
Afastamento das divisas 2,5 M para habitação institucional 
Estacionamento Obedecer decreto 1021/2013 
Tabela 1 – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 7.1.1 Entorno 
 
 O lote foi selecionado devido aos equipamentos que se encontram em seu 
entorno, como áreas de lazer, feira, saúde, Cras, transporte público, comércios, 
delegacias e educação desde a básica até a superior, isto porque esses 
equipamentos garante uma melhor eficácia do propósito da edificação, visto que 
muitas mulheres que vão a casas abrigos em busca de auxilio, podem possuir filhos 
e afim de dar o amparo necessário as essas mulheres e seus dependentes, sem que 
haja nenhum obstáculo para que estas saiam da situação de violência, garantindo 
assim a segurança física, emocional e ajudando na reorganização das vítimas. 
Sendo assim, foi elaborado a tabela 2, onde de acordo com a distância desses 
equipamentos em relação ao terreno, foram distribuídas notas, que quanto mais 
56 
 
próximo, maior a nota, auxiliando assim na escolha do terreno. 
 
TERRENO 01 NOTA 
Área 15500 m² 10 
Curvas de nível 2 m 10 
C.A 0,6 10 
TX.O 30% 10 
ENTORNO 
Unidade de Saúde 8 
Cras --- 0 
Creche ok 10 
Escola ok 8 
Universidade/ ensino téc. 8 
Transporte público ok 10 
Lazer 7 
Comércio ok 8 
TOTAL 99 
Tabela 2 – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
7.1.2 Infraestrutura local 
 
 O entorno do terreno possui uma infraestrutura considerada boa, embora 
não possua calçadas em algumas partes ao redor do lote e nem haja piso tátil e 
acesso dos cadeirantes, em contrapartida contém ótima iluminação pública, rede de 
energia elétrica e rede de esgoto e água. 
 
 
Figura 49 Vista do terreno da Rua Paulo Kissula - Fonte: Google Maps 
 
57 
 
 
Figura 50 Vista do entorno - Fonte: Google Maps 
 
7.1.3 Característica dos usos 
 
O bairro é predominantemente residencial e misto, possuindo o Parque 
Capão da Imbuia, Autódromo Internacional de Curitiba, além de instituições de 
ensino superior, por ser um bairro mais residencial, grande parte das edificações são 
de um a dois pavimentos, além disso, de acordo com o que pode ser visto na figura 
51, no mapa de cheios e vazios, há uma predominância de espaços construídos e as 
quadras possuem um padrão ortogonal. Sendo um bairro residencial, isso garante 
maior segurança e privacidade as mulheres, pois apenas pessoas da região 
costumam circular por ali. 
 
Figura 51 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. 
58 
 
 
 
 
Figura 52 Mapa de uso do solo – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
 
Figura 53 Mapa de vias – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
59 
 
7.2 TERRENO HAUER 
 
 A segunda opção de terreno possui 3.300 m², podendo ser unificado com 
outros três lotes vizinhos, que dispõe da mesma área, caso venha a ser necessário. 
O lote está na localizado no bairro Hauer, em Curitiba na esquina entre a Rua Emílio 
Guetter e a Rua Frei Henrique de Coimbra, na Zona de Transição da Linha Verde, 
seguindo os parâmetros da tabela 3. 
 
 
Figura 54 Limite do terreno - Fonte: Mapa cadastral 
Parâmetros construtivos 
Coeficiente de aproveitamento 1,0 
Taxa de ocupação 50% - Inclusive subsolo 
Taxa de permeabilidade Ver OBS. para construção 4 e 5 
Altura máxima permitida 4 Pavimentos 
Recuo frontal 5 M 
Afastamento das divisas Facultado até 2 Pav. Acima h/6, 
mínimo de 2,5 m. 
Estacionamento Obedecer decreto 1021/2013 
Tabela 3 – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
7.2.1 Infraestutura e entorno 
 
 A infraestrutura da região é bem arborizada e considerada boa, e assim como 
no primeiro terreno não possui piso tátil e acesso para cadeirantes, além disso, não 
contém calçadas em boa parte ao redor do lote, em contra partida dispõe de 
iluminação pública, embora seja um pouco mais dispersa que a do lote interior, rede 
60 
 
de energia elétrica e rede de esgoto e água. 
 
 
Figura Figura 55 Entorno do terreno - Google Maps 
 
 
Figura 56 Entorno do terreno - Google Maps 
 
Embora a região seja mais residêncial, nas proximidades do terreno há uma pouco 
mais de empresas privadas de médio porte, resultando em uma área bem calma e 
tranquila, mas meio afastada de comércios de bairros, sendo grande parte das 
edficações de com um ou dois pavimentos no máximo, além disso, de acordo com o 
mapa de cheios e vazios, da figura 55, ao mesmo tempo que há uma grande 
quantidade de cheios, há também vários vazios, pois contém terrenos maiores sem 
ocupação. 
O terreno se encontra próximo ao Bosque Reinhard Maak e ao lado do Armazém 
da Maria, a trezentos metros da Estação Tubo Sanata Bernadethe, que leva até o 
terminal Portão, entre outros terminais, além disso as escolas públicas desde o 
fundamental básico até o ensino médio ficam em um raio de 1 km do lote e a 3 km 
se encontra a Unidade de Pronto Atendimento Boqueirão.61 
 
 
Figura 57 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
Figura 58 Mapa viário – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
62 
 
 
Figura 59 Mapa de usos – Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
TERRENO 02 
 NOTA 
Área 3300 m² 10 
Curvas de nível 4 m 9,1 
C.A 1,0 8,7 
TX.O 50% 8,5 
ENTORNO 
Unidade de Saúde ok 8,9 
Cras --- 2 
Creche --- 6,5 
Escola 8,7 
Universidade/ ensino téc. -- 7 
Transporte público ok 9,7 
Lazer ok 9,8 
Comércio ok 8,6 
TOTAL 97,5 
Tabela 4 – Elaborado pela autora 
 
 
63 
 
7.3 TERRENO CAJURU 
 
O lote está localizado na Rua João Tobias de Paiva Netto, no bairro Cajuru em 
Curitiba, no Setor de Transição da Apa do Iguaçu, com uma área de 456 m², que 
para atender o programa teria que ser unificado com os outros cinco terrenos 
vizinhos que possuem cerca da mesma áreas deste terreno. Com essas dimensões 
e condições do parâmetro construtivo que pode ser visto na tabela 05, faz com que o 
terreno esteja em terceira opção de escolha, mas em contra partida, ele está 
próximo a diversos equipamentos urbanos que são essenciais para o perfeito 
funcionamento da casa abrigo. 
 
 
Figura 60 Localização do lote - Fonte - Mapa cadastral 
 
Parâmetros construtivos 
Coeficiente de aproveitamento 1,0 
Taxa de ocupação 50% 
Taxa de permeabilidade 25% 
Altura máxima permitida 2 Pavimentos 
Recuo frontal 5 M 
Afastamento das divisas **** 
Estacionamento Obedecer decreto 1021/2013 
Tabela 5 – Elaborado pela autora 
 
7.3.1 Insfraestrura/Entorno 
 
Analisando a infraestrutura no entorno do lote, deixa um pouco a desejar em 
64 
 
relação a calçada e arborização, não possui rede de esgoto, mas em contrapartida 
possui rede de energia elétrica e de água, iluminação pública, sinalização, telefone 
público e ponto de ônibus das linhas Vila Reno e Solitude. 
 
 
Figura 61 Entorno do terreno - Fonte Google Maps 
 
 O bairro é predominantemente residencial, podendo ser vistos alguns edifícios 
comerciais e mistos, sendo em sua maioria de um a dois pavimentos, observando o 
mapa de cheios e vazios (figura 59) pode se notar a grande predominância dos 
cheios em relação ao vazio, já a malha viária da região é ortogonal e regular. 
 O lote se encontra muito próximo a equipamento de educação, estando 
localizado em frente ao Colégio Estadual Santa Rosa, que também oferece 
educação eja, logo nas quadras ao lado se encontram o Centro de Educação Infantil 
Solitude, a Unidade de Saúde Solitude e a Escola Ensino Fundamental Professora 
Maria De Lourdes Lamas Pegoraro e em um raio de quinhentos metros se 
encontram o Cras Acrópole e os Parque e complexo esportivos peladeiros. 
 
 
TERRENO 03 
 NOTA 
Área 456 m² 6 
Curvas de nível 0 m 10 
C.A 1,0 6 
TX.O 50% 6,1 
ENTORNO 
Unidade de Saúde 10 
Cras ok 9,3 
Creche ok 10 
Escola ok 10 
65 
 
Universidade/ ensino téc. 7 
Transporte público 9,4 
Lazer 9,4 
Comércio ok 8,1 
TOTAL 101,3 
Tabela 6 – Elaborado pela autora 
 
 
 
 
 
Figura 62 Mapa de gabarito 
 
66 
 
 
Figura 63 Mapa de uso do solo 
 
 
 
Figura 64 Mapa de vias 
 
 
67 
 
7.3.3 Topografia 
 
 
 A topografia dos três terrenos é bem parecida, a não ser pelo segundo lote 
que tem cinco metros de aclive, o que pode exiger um pouco de manutenção de 
terra, mas considerando as dimensões do terreno o aclive se torna mais leve, já o 
terreno um com 15 mil m² tem apena um metro de aclive e o terceiro terreno é plano, 
sendo ideial para o estacionamento e jardim que consta no programa, sem a 
necessidade de retirada de terra para escavar um subsolo. 
 
8. DIRETRIZES PROJETUAIS 
 
 O projeto da casa abrigo, prevê os alojamentos onde cada vítima só ou com 
seus dependentes possam ter sua privacidade mantida, sendo assim, ao 
contrário do que acontece na casa da mulher brasileira, onde cada mulher tem 
para si um quarto e ambientes como banheiros, salas e cozinhas passam a ser 
todos compartilhados, além disso, é previsto salas para oficinas e 
desenvolvimento profissional, jardins externos e internos, salas de 
descompressão, informática, junto com toda área administrativa médica. 
 
PROGRAMA DE NECESSIDADES 
ADMINISTRATIVO 
Recepção 15 m² 
Hall de espera 100 m² 
Atendimento 40 m² 
Bwc 12 m² 
Defensoria 15 m² 
Delegacia 15 m² 
Ministério Público 15 m² 
Financeiro 15 m² 
Almoxarifado 30 m² 
Doações 20 m² 
Sala de reunião 50 m² 
TOTAL 327 m² 
CONSULTÓRIOS 
3 x Consultório médico 60 m² 
3 x Consultório 
psicológico 
60 m² 
68 
 
Consultório de fisioterapia 30 m² 
TOTAL 150 m² 
ÁREA COMUM 
Sala comum 60 m² 
Refeitório 200 m² 
Auditório 250 m² 
Biblioteca 100 m² 
Sala de leitura 50 m² 
Capela ecumênica 60 m² 
Sala de jogos 50 m² 
Sala de tv 30 m² 
Informática 50 m² 
Oficina para mulheres 60 m² 
Oficina para crianças 30 m² 
Brinquedoteca 50 m² 
Bwc 24 m² 
Depósitos 35 m² 
Academia 70 m² 
Faldrário 25 m² 
TOTAL 1144 m² 
SERVIÇOS 
Cozinha 50 m² 
Lavanderia 30 m² 
Depósito refrigerado 15 m² 
Depósito seco 15 m² 
Depósito de lixo 15 m² 
Depósito de gás 15 m² 
TOTAL 140 m² 
ÁREA EXTERNAS 
Estacionamento 80 m² 
Playground 20 m² 
Canil 25 m² 
Espaço para pet 30 m² 
Guarita 9 m² 
Horta 30 m² 
Jardim Variável 
TOTAL 194 m² 
PRIVATIVO 
20 Habitações de 1-2 
pessoas 
400 m² 
15 Habitações de 3-4 
pessoas 
375 m² 
10 Habitações de 5-6 350 m² 
69 
 
pessoas 
Depósito 20 m² 
TOTAL 1145 m² 
CIRCULAÇÃO 
30% da área 930 m² 
ÁREA TOTAL 4.030 
m² 
Tabela 7 – Elaborado pela autora 
 
8.2 Fluxograma 
 
 
Figura 65 Fluxograma - Elaborado pela autora 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Martins Fontes, 1998. 
ARRUDA, João. Posição social da mulher na Roma Antiga. f.205. [20--?] 
 
BASEGGIO, Julia k.; SILVA, Lisa F. M. As condições femininas no Brasil 
Colonial. Revista Maiêutica. Indaial. V.3. f.30, 2015. 
BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006.
 Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11340.htm. 
Acesso em: 29 abr. 2020. 
 
BRASIL. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome/Conselho Nacional de 
Assistência Social. Brasília: 2013. Acesso em: 29 abr. 2020. 
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2017. Disponível em: 
<https://www.justificando.com/2017/09/14/historia-da-primeira-onda-
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Justificando. São Paulo. 2017. Disponível em: 
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CONSOLIM, Veronica H. Segunda onda feminista: desigualdade, 
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Disponível em: 
<https://www.justificando.com/2017/09/13/um-pouco-da-historia-de-
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abr. 2020. 
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CUBAS, Marina G.; Zaremba, Júlia.; Amâncio, Thiago. Brasil registra 1 
caso de agressão a mulher a cada 4 minutos, mostra levantamento. 
Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/brasil-

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