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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ CASA ABRIGO PARA MULHERES VITÍMAS DE VIOLÊNCIA Curitiba 2020 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ BRUNA SORIANI RIBEIRO CASA ABRIGO PARA MULHERES VITÍMAS DE VIOLÊNCIA Trabalho de conclusão semestral da disciplina de Tópicos de Pesquisa aplicado no curso de Arquitetura da Universidade Tuiuti do Paraná. Professor: Leandro Nicoletti Gilioli. Curitiba 2020 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Família colonial brasileira, Jean Baptiste Debret. ............................ 11 Figura 2- Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Tribuna do Paraná .. 23 Figura 3 - Interior da casa da mulher brasileira - Fonte: Prefeitura de Curitiba.24 Figura 4-Planta baixa - Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Paraná Portal. ............................................................................................................... 24 Figura 5 - Fachada principal - Centro de acolhimento / CYS.ASDO. Fonte: Archdaily........................................................................................................... 25 Figura 6 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily ................................................. 25 Figura 7 - Pátio no interior da edificação. Fonte: Archdaily .............................. 26 Figura 8 - Visibilidade para o pátio. Fonte: Archidaily ....................................... 26 Figura 9 - Jogo de luzes no interior do edifício, através dos recuos.Fonte: Archdaily........................................................................................................... 27 Figura 10 - Exterior do edifício. Fonte: Archdaily .............................................. 27 Figura 11 - Espaço de convivência interior. Fonte: Archdaily ........................... 28 Figura 12 - Sala de jantar. Fonte: Archdaily ..................................................... 28 Figura 13 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily ............................................... 29 Figura 14- Interior do edifício. Fonte: Archdaily ................................................ 29 Figura 15 - Planta baixa. Fonte: Archdaily ........................................................ 30 Figura 16 - Exterior do abrigo.Fonte: Archdaily ................................................ 31 Figura 17 - Pátio central. Fonte: Archdaily ....................................................... 31 Figura 18 - Fachada. Fonte: Archidaily ............................................................. 32 Figura 19 - Pátior central. Fonte: Archdaily ...................................................... 33 Figura 20 - Planta baixa. Fonte: Archdaily ........................................................ 34 Figura 21 - Fachada da casa da Mulher de Brasília. Fonte: Republicanos10 .. 35 Figura 22 - Pátio da casa da mulher brasileira em São Paulo. Fonte: Sbt ....... 35 Figura 23 - Setorização da Casa da mulher brasileira. Fonte: Jornal da mulher. ......................................................................................................................... 36 Figura 24 – Fachada Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa Verde. Fonte: Archdaily ........................................................... 37 Figura 25 Diagrama da reabilitação. Fonte: Archdaily ...................................... 38 Figura 26- Planta baixa térreo. Fonte: Archdaily .............................................. 38 Figura 27- Segundo Pavimento Casa Verde. Fonte: Archdaily ........................ 39 Figura 28 - Fachada da Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily .................... 40 Figura 29 - Pátio Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily ............................... 40 Figura 30 - Detalhe na vedação, com garrafas de vidro. Fonte:Archdaily ........ 41 Figura 31 - Planta Baixa. Fonte: Archdaily adaptado por Junior, 2015 ............ 42 Figura 32 -Fachada Casa de acolhimento para menores. Fonte: Archdaily ..... 43 Figura 33- Interior da Casa Abrigo. Fonte: Archdaily ....................................... 43 Figura 34 - Fachada externa Casa abrigo para menores. Fonte: Archdaily ..... 44 Figura 35 - Concepção da volumetria. Fonte: Archdaily ................................... 44 Figura 36 - Ambientes internos. Fonte: Archdaily ............................................. 45 Figura 37 Fachada frontal residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily ............... 46 Figura 38 - Fachada posterior residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily ......... 46 Figura 39 - Janela superior. Fonte: Archdaily ................................................... 47 Figura 40 - Planta baixa residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily .................. 48 Figura 41 - Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom ................... 49 Figura 42 - Interior Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom....... 49 Figura 43 - Vista de cima do Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom ........................................................................................... 50 Figura 44 - Daniel Libeskind. Fonte: https://laart.art.br/blog/daniel-libeskind/ .. 51 Figura 45 - Museu Real de Ontário - Canadá. Fonte: ThoughtCo .................... 52 Figura 46 -Pavilhão Vanke. Fonte: Archdaily ................................................... 53 Figura 47 - Museu judaico de Berlim. Fonte: Archdaily .................................... 53 Figura 48 – Limite do terreno. Fonte Mapa cadastral .......................................55 Figura 49 Vista do terreno da Rua Paulo Kissula - Fonte: Google Maps .........56 Figura 50 Vista do entorno - Fonte: Google Maps ............................................57 Figura 51 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. ...........................57 Figura 52 Mapa de uso do solo – Fonte: Elaborado pela autora........................58 Figura 53 Mapa de vias – Fonte: Elaborado pela autora. ..................................58 Figura 54 Limite do terreno - Fonte: Mapa cadastral .........................................59 Figura Figura 55 Entorno do terreno - Google Maps .........................................60 Figura 56 Entorno do terreno - Google Maps .....................................................60 Figura 57 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. ............................61 Figura 58 Mapa viário – Fonte: Elaborado pela autora. .....................................61 Figura 59 Mapa de usos – Fonte: Elaborado pela autora...................................62 Figura 60 Localização do lote - Fonte - Mapa cadastral ....................................63 Figura 61 Entorno do terreno - Fonte Google Maps ..........................................64 Figura 62 Mapa de gabarito ...............................................................................65 Figura 63 Mapa de uso do solo ..........................................................................66 Figura 64 Mapa de vias ......................................................................................66 Figura 65 Fluxograma - Elaborado pela autora ..................................................69 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------- 5 2. TEMA -------------------------------------------------------------------------------------- 6 3. JUSTIFICATIVA -------------------------------------------------------------------------- 6 4. OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------- 7 5. REFERENCIAIS TEÓRICOS --------------------------------------------------------- 8 5.1. A MULHER AO LONGO DOS SÉCULOS ---------------------------------------- 8 5.2. A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA -----------------------------------11 5.3. TIPOS DE VIOLÊNCIA ------------------------------------------------------------- 13 5.4. ESTÁTISTICAS ----------------------------------------------------------------------- 14 5.5 INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO A MULHER ------------------------------ 18 5.5.1 Lei Maria da Penha ------------------------------------------------------------ 18 5.6 CASAS ABRIGOS -------------------------------------------------------------------- 20 5.6.1 Casas abrigo no mundo ------------------------------------------------------ 20 5.6.2 Casas abrigo no Brasil ------------------------------------------------------- 21 5.6.3 Casas abrigo em Curitiba ---------------------------------------------------- 23 6. ESTUDOS DE CASO E REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ---------------- 25 6.1. ESTUDOS DE CASO --------------------------------------------------------------- 25 6.1.1 Centro de Acolhimento / CYS.ASDO ------------------------------------------ 25 6.1.2 Abrigo para vítimas de violência doméstica ---------------------------------- 31 6.1.3 Casa da Mulher Brasileira -------------------------------------------------------- 35 6.1.4 Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa Verde ----------------------------------------------------------------------------------------- 37 6.1.5 Casa abrigo KWIECO ------------------------------------------------------------- 40 6.1.6 Centro de acolhimento para menores / CEBRA ---------------------------- 43 6.1.7 Residência Nasu Tepee – Referência formal -------------------------------- 46 6.1.8 Centro de conferência - Referência formal ---------------------------------- 49 6.2. REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS ------------------------------------------ 51 6.2.1 Daniel Libeskind --------------------------------------------------------------------- 51 6.3. PROGRAMA PRELIMINAR -------------------------------------------------------- 53 7. DIAGNÓSTICO DO TERRENO -------------------------------------------------------- 54 7.1 Terreno 1 – Capão da Imbuia ----------------------------------------------- 54 7.1.1 Entorno ------------------------------------------------------------------------------ 55 7.1.2 Infraestrutura local ---------------------------------------------------------------- 56 7.1.3 Características dos usos -------------------------------------------------------- 57 7.2 Terreno Hauer ------------------------------------------------------------------------ 59 7.2.1 Infraestutura e entorno ---------------------------------------------------------- 59 7.3 Terreno Cajuru ----------------------------------------------------------------------- 63 7.3.1 Infraestrutura/entorno ------------------------------------------------------------ 63 7.3.3 Topografia -------------------------------------------------------------------------- 67 8. DIRETRIZES PROJETUAIS ------------------------------------------------------------ 68 8.1. Programa -------------------------------------------------------------------------------- 68 8.2. Fluxograma ----------------------------------------------------------------------------- 69 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------------- 70 5 1. INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem como objetivo coletar dados para o Trabalho final de graduação do curso de Arquitetura e urbanismo, da Universidade Tuiuti do Paraná, sendo o projeto uma Casa abrigo para mulheres em situação de violência. Sendo assim, foram realizadas pesquisas bibliográficas, legislações que funcionam em complemento ao projeto, estudos de casos de obras arquitetônicas semelhantes ou iguais ao tema. No primeiro momento, entende-se que é necessário saber como se iniciou toda essa situação de violência, o primeiro questionamento a ser feito é, o que leva uma sociedade ter tantos casos de violência? Como isso começou? Sempre foi assim? E como forma de sanar essas dúvidas e então entender por completo todo esse cenário, é apresentado o contexto histórico das mulheres na sociedade, tanto no mundo quanto no Brasil, que mostra como eram tratadas, o que podiam ou não fazer, seu papel na sociedade da época, quais eram suas reinvindicações e suas maiores conquistas. Em seguida, mostrou quais os tipos de violência praticadas contra as mulheres e as definições destas, além de explicar como cada uma pode ser manifestar, mostrando também suas estatísticas na sociedade brasileira, paranaense e curitibana. Com o objetivo de diminuir os dados de violência que são encontrados nas estatísticas, o governo criou vários instrumentos e equipamentos na luta contra a violência as mulheres, entre eles está a Lei Maria da Penha, onde é explicado como funciona, em quais casos se aplicas, quais são as punições, a história de como ela começou e as medidas que são tomadas, quando aplicadas ao agressor. Um dos complementos que funcionam ao lado da Lei Maria da Penha, são as casas abrigos, sendo contada a sua história no mundo, no Brasil e em Curitiba, que formam criadas com propósito acabar e/ou diminuir índices de feminicídios. Sendo assim, nesse meio entra a arquitetura, como meio de proteger e oferecer serviços de qualidades a essas mulheres que sofrem 6 violência doméstica, com a criação de projetos ideais e seguros de casas abrigos em resposta a esse problema atual. Com isso, foram feitos analises de casas abrigos, com a intenção de identificar quais as soluções adotadas de acordo com o local, programa necessário, volumetria, sistema estrutural e construtivo adotados, afim de, através da arquitetura proporcionar o melhor ambiente possível, para essas pessoas que necessitam desse tipo de ajuda. 2. TEMA Casa abrigo para mulheres vítimas de violência, em Curitiba. 3. JUSTIFICATIVA Atualmente muitas mulheres ainda sofrem algum tipo de violência, que se manifestam de várias formas, como agressão verbal, psicológica, física ou sexual, em alguns casos isso resulta em óbito. Muitas das vítimas não têm como escapar dessa violência seja porque não tem um lugar seguro para ir, não tem uma renda para se manter, e quando elas conseguem abrigo é somente para uma pessoa optando então por ficar onde o agressor está, por medo de que este possa negligenciar também seus filhos. Segundo o IPEA (Instituto de pesquisa econômica aplicada), no Brasil uma mulher é morta a cada 2 horas, por ano a média é 5,664 mortes violentas, geralmente o agressor é o próprio parceiro íntimo da vítima. Com o intuito de proteger essas mulheres foram criadas as delegacias e casa da mulher. Em Curitiba há a casa da mulher brasileira, que recebe as vítimas de agressão e seus familiares, mas após vários relatos de pessoas que já passaram por lá foi constatado que a mesma não tem estrutura adequada para o atendimento destas. Com isso, viu a necessidade ambiente adequado e humanizado capaz de receber, dar apoio (psicológico, educacional, moral e financeiro) e orientação as essas mulheres e seus dependentes, sem que estas venham se preocupar com renda, educação e segurança. 7 4. OBJETIVOS 4.1- GERAL Elaborar um anteprojeto de uma casa abrigo para mulheres vítimas de violência, para a cidade de Curitiba. 4.2 – ESPECÍFICO Proteger mulher, crianças e adolescentes e interromper o ciclo de violência; Garantir a segurança física e emocional das vítimas; Auxiliar no processo de reorganização da vida das mulheres e na recuperação da autoestima; Detectar situações de violência, interferir e combater, senso elas veladas ou não; Favorecer o desenvolvimento de consciência crítica, da autonomia pessoal e social, de capacidades e oferecer oportunidades; Possibilitar a realização de projetos pessoais, afim de, superar a violência sofrida; Promover a inclusão produtiva, através do acesso as redes de qualificação e requalificaçãoprofissional; Propor um modelo de casa abrigo que proporcione conforto, bem-estar; Proporcionar o suporte psicológico, social e jurídico as vítimas; 8 5. REFERENCIAL TEÓRICO 5.1 A MULHER NA SOCIEDADE AO LONGO DOS SÉCULOS A análise do tema a ser desenvolvido deve abarcar o estudo da sua evolução histórica e significado social. Esta pesquisa é importante na medida em que fornece à projetista visão ampliada da questão a ser abordada e proporciona o conhecimento de como este tema se insere culturalmente na sociedade, bem como suas modificações e permanências no tempo. (Glabinski, 2008, p. 12-13) Segundo Tôrres (2001) no período clássico da Grécia Antiga, as mulheres eram vistas apenas como reprodutoras, não tinham direitos políticos e nem jurídicos, eram impedidas de sair em público sozinhas, ficavam reclusas em suas casas em um ambiente específico para as mulheres (Gineceu), onde bordavam e faziam os afazeres domésticos e ali ficavam confinadas quando o marido recebia amigos, longe das vistas, separadas até mesmo dos familiares masculinos da própria família, em contrapartida, os homens eram os absolutos da sociedade, tinham direitos sobre as mulheres, entre vários outros que lhe eram permitidos, como Vrissimtzis (2002) explica: [...] o homem era polígamo e o soberano inquestionável na sociedade patriarcal, a qual pode ser descrita como o ‘clube masculino mais exclusivista de todos os tempos’. Não apenas gozava de todos os direitos civis e políticos, como também tinha poder absoluto sobre a mulher. (VRISSIMTZIS, 2002, p. 38) A crença da inferioridade da mulher teve como respaldo vários grandes pensadores da época, entre eles Aristóteles, na sua obra Política, o texto aristotélico apoia a visão de Sófanes (Ájax, vv.405-408) este que por sua vez afirma, que para sua graça natural, as mulheres deviam permanecer em silêncio, e Aristóteles complementa, que isto ao homem nada se aplica. Segundo Martins, Alexandre, Souza, Costa, Campos e Borges (2019, p.2), Aristóteles acreditava na hierarquia da alma, sendo o homem superior a mulher, já que esta sofreria de carência da parte racional da alma (logos), sendo assim, era incapaz de cumprir 9 qualquer função, senão a de ser submissa ao homem, pois este detinha a força e a inteligência e a ele estava destinado à sua superioridade. A posição da mulher na sociedade grega, também foi explicada através dos mitos, Martins, Alexandre, Souza, Costa, Campos e Borges (2019, p.2), apresentam a inferioridade da mulher na sociedade grega, pelo fato de elas serem temidas e incompreendidas, pois seriam as causas das desgraças que até hoje assolam a humanidade, haja vista, que no mito de Pandora, através da curiosidade da mulher, a caixa de Pandora foi aberta e trouxe a humanidade todos os males do mundo, desse modo, os gregos tinham uma visão pessimista das mulheres, sendo elas destruidoras e insaciáveis. Já na sociedade romana durante o período republicano, de acordo com Furlani (2013, p.302), Roma tinha a sua sociedade patriarcal, no qual os homens detinham o controle sobre as mulheres, seus filhos e escravos, eles ditavam as leis e a moral, faziam as decisões econômicas e políticas, enquanto a mulher era desde pequena educada a ser submissa e obediente ao homem e a se manter reclusa ao ambiente doméstico, no entanto, como mostra Arruda (p. 197), diferente das gregas, as romanas tinham um pouco mais de liberdade, ou seja, elas não eram obrigadas a cumprir os afazeres domésticos, eram permitidas ir a festas e teatros e eram consultadas sobre o casamento dos seus filhos e assuntos do Estado. Elas sofriam repressão, mas em vários momentos se opuseram as leis que as oprimiam (Furlani, 2013, p.302). Na idade média, de acordo com Gevehr e Souza (2014, p. 113 e 116), o sexo feminino era visto pela igreja como pecado e fraqueza, além de serem consideradas inferiores fisicamente e intelectualmente, passaram a ser consideradas agentes do mal e da morte (bruxa), com o fortalecimento dos os discursos misóginos, elas começaram a ser perseguidas e queimadas em fogueiras para que todo o povo visse, julgadas como as responsáveis pelas desgraças que aconteciam com a humanidade, resultando na morte de várias mulheres inocentes. Com a Revolução Francesa, iniciou-se o processo de modificação da sociedade francesa, sendo questionados o papel do homem e da mulher na sociedade, com estes questionamentos vieram as modificações e entre eles 10 seria a conquista do direito ao divórcio para as mulheres, sem a interferência do ex-marido, embora ficasse nítido que os homens conseguiam o divórcio com mais facilidade, já poderia ser considerado uma grande vitória, visto que após o divórcio elas poderiam viver normalmente na sociedade, deixando de ser obrigada a se submeter aos homens (Farias e Aragão, 2018, p.5). Segundo Frias e Aragão (2018, p.6), acreditasse que a produção industrial tenha tentado se valer das mulheres, já que os homens se encontravam nos campos, nas políticas e em guerras e as mulheres em casa, sendo a mão de obra disponível e barata, que poderia fazer crescer as suas fábricas. Com isso, as mulheres passam alguma relevância na sociedade, tendo agora uma profissão, onde recebiam pelo seu trabalho, embora os salários fossem menores que o do homem. Apesar de, no século seguinte a quantidade de mulheres nas fabricas tenham decaído, acabou contribuindo ainda mais as divisões sexistas. A diminuição das mulheres nas fábricas, estavam relacionadas ao fato de que elas trabalhavam nas fábricas, mas ainda tinham os afazeres domésticos e a criação dos filhos, que era somente uma tarefa dela, em contrapartida, os homens tinham apenas as suas profissões e nada mais, ocorrendo assim a ideologia de gêneros (Farias e Aragão, 2018, p.7). Entre os séculos XIX e XX, surge a primeira onda do feminismo, junto com as correntes liberais e igualitárias, lideradas por mulheres dos EUA e Reino Unido, na luta contra a violência e desigualdade de gênero (Consolim, 2017). Em 1918, no Reino Unido as mulheres conquistam o direito ao voto, através de uma campanha pelo sufrágio feminino, que dava o direito aos votos a mulheres acima de 30 anos de idade e que possuíssem algum imóvel, sendo este direito estendido a todas as mulheres com mais de vinte e um anos, em 1928. Já nos EUA, este fato aconteceu em 1919, em 1945 na Itália, 1971 na Suíça e apenas em 2015 na Árabia Saudita (Consolim,2017). Na década de 50 a Organizações da Nações Unidas (ONU), na luta contra a violência e a desigualdade, tomam uma série de iniciativas como a criação da Comissão de Status da Mulher, que na Assembleia Geral da ONU, aprova a Convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher. Com o intuito de diminuir a desigualdade de gênero, concedendo as 11 mulheres seus direitos e liberdade em igualdade aos homens. Já em 1979, ocorre a aprovação da Recomendação n. 90, que previa a igualdade salarial, entre homens e mulheres, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A partir daí várias medidas passaram a ser tomadas, em escala mundial, afim de promover os direitos das mulheres. (Pinafi, 2007) 5.2 A MULHER NA SOCIEDADE BRASILEIRA Com a chegada das famílias portuguesas no Brasil Colônia (1500-1822), vieram também os costumes da sociedade europeia, de acordo com Fahs (2018), a cultura do patriarcado e a desigualdade se faziam presentes. A mulher era propriedade do homem, senão do marido, era do pai, do irmão ou de algum chefe da família. Nesta época, as mulheres lutavam pelo direito a educação, a profissão, participação política e ao divórcio, já que muitas quando vinham de Portugal ao Brasil, depois de seus maridos, eram obrigadas a cuidar dos filhos do marido que foram gerados pelas índias, que eram feitas escravas (Baseggio,Silva, 2015). A figura 01 do artista plástico Jean-Baptiste Debret, registra a família do Brasil colônia, onde a mulher europeia, brinca com os filhos negros, que o marido teve com outras mulheres. Figura 1 - Família colonial brasileira, Jean Baptiste Debret. 12 As mulheres solteiras do Brasil Colônia, exigidas pela família, se excluíam da sociedade, os pais as colocavam em um convento a fim de preservá-las e prepará-las para o casamento e caso estas viessem a engravidar sem estarem casadas, eram expulsas de suas casas, segundo Baseggio, Silva (2015), isso contribuía para o surgimento de prostitutas, já que por ter pele branca, não estariam ao ponto de se tornarem escravas. Após um tempo, as mulheres brancas quando aceitavam o papel imposto pela igreja, que seria a maternidade, começavam a ser vistas como importantes, por estarem gerando um herdeiro e aos poucos iam conquistando espaço na sociedade ainda comandada pelos homens (Baseggio, Silva 2015). Com a obrigação do casamento por parte da igreja, as prostitutas tiveram que se casar, em grande parte das vezes sem nenhum amor ao companheiro e vive e versa, para cumprirem o papel de gerarem filhos, que resultariam em mão de obra mais tarde (Baseggio, Silva, 2015 apud. Alves 2011. P. 13). As mulheres passaram a ser alvo da igreja e segundo Priore (1994, p. 18), a mulher com seu desejos e apetites, levariam os homens ao precipício, ou seja, contra os princípios cristão, sendo assim, buscavam contê-las. Agora já durante o Brasil Imperial (1822-1889), a mulher passou a ter direito à educação, sendo fundada a primeira escola para meninas no Brasil, por Nísia Floresta, a primeira feminista brasileira que lutou pela emancipação feminina. Nessa época, as mulheres não eram vistas pelos constituintes como possuidoras de direito (Fash, 2018). Em busca de melhores condições de trabalho em 1907 e 1917 foram realizadas as greves, onde reivindicavam a jornada de trabalho de até 8 horas, regularização do trabalho feminino e a abolição do trabalho no período da noite para as mulheres. No mesmo ano, a Conferência do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho aprovou a resolução n°90 que pedia a aceitação das mulheres nos campos de trabalhos e a igualdade salarial. (Fash, 2018). Em 1922, é fundada a Federação Brasileira pelo Progresso feminino, que tinham por objetivo o sufrágio feminino e o acesso ao mercado de trabalho, 1928 13 a primeira mulher consegue votar e outra consegue ser eleita, mas que por força maior, acabam sendo anulados. No governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistam o direito ao voto e à candidatura, que somente em 1946, conseguirem usufruir (Flash, 2018). As feministas faziam a divulgação de suas ideias através das artes, jornais, reuniões e aproveitavam as greves e os periódicos sindicalistas, para manifestarem seus conquistas e lutas. Elas lutavam em busca de igualdade de gênero, contra a violência doméstica, saúde preventiva, entre muitos outros direitos que se referissem as condições das mulheres na sociedade (Flash, 2018). Atualmente, o feminismo no Brasil se concentra, no geral, em questões relacionadas a abusos sexuais, à violência contra a mulher e as desigualdades de gêneros que ainda se fazem presentes (Neves e Souza, 200--). 5.3 TIPOS DE VIOLÊNCIA A violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos, de acordo com a Lei Maria da Penha, (Capítulo II, art. 7°, incisos I, II, III, IV e V) existem cinco tipos de violência, sendo elas: física, moral, psicológica, sexual e matrimonial. 1 – Violência física é qualquer conduta que venha ferir a integridade ou saúde corporal da mulher, podendo se manifestar de diversas formas: espancamento, atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento, lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo, tortura. 2 – Violência psicológica é toda a conduta que cause dano emocional e a autoestima, controle de ações, comportamentos, crenças e decisões, que prejudique ou perturbe o desenvolvimento da pessoa, isso inclui as ameaças, humilhação, manipulação, constrangimento, isolamento (proibir de estudar, viajar ou falar com qualquer pessoa) , vigilância constante, perseguição, insultos, 14 chantagem, exploração, limitação de ir e vir, ridicularizarão e o Gaslighting, que seria a distorção dos fatos, a ponto de deixar a pessoa confusa sobre a sua memória e sanidade. 3 – Violência sexual qualquer conduta que venha constranger a mulher ao presenciar, manter ou faze-la participar contra a sua vontade, mediante a coação, intimidação, ameaças ou fisicamente forçada, dentre eles podemos citar o estrupo, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa, impedi-las de usar métodos contraceptivos, aborto forçado, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação, limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher. 4 – Violência patrimonial é qualquer conduta que demostre controle, subtração, destruição total ou parcial, de seus objetos do qual a mulher tenha estima, documentos pessoais, direitos, instrumentos de trabalho, ser privada de seus bens, valore e recursos econômicos. Ocorrendo muitas das vezes, para que a mulher fique sobre o controle do agressor, podendo essa violência se manifestar de várias formas, com o controle do dinheiro, o não pagamento da pensão alimentícia, o furto, extorsão ou danos e estelionato. 5 – Violência moral qualquer conduta que venha difamar a mulher, como acusar de traição, fazer julgamentos de sua conduta e críticas mentirosas a seu respeito, expor sua vida íntima, rebaixá-la através de xingamentos e ofensas, que refletem a sua índole e a desvalorização pela vestimenta da mulher (Brasil, 2006). 5.4 ESTATÍSTICAS Atualmente, o Brasil ocupa a 5° posição mundial no ranking do feminicídio. Segundo o Ministério da Saúde, uma mulher é agredida, a cada 4 minutos, no ano de 2018, foram denunciados mais de 145 mil casos de agressão contra a mulher, já no ano de 2017, de acordo com dados do Ipea, (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) houveram 4.396 feminicídios no país. Segundo o Ministério 15 da Saúde, os casos de violência são a maior parte contra mulheres, como mostra o no gráfico 01. Nos últimos anos, houve um aumento nos casos de violência física, psicológica e sexual, como pode ser visto no gráfico 02, os casos de violência sexual tiveram um aumento de 53% no período de 2014 a 2018, neste caso, a cada 10 vítimas 7 são crianças ou adolescentes. Já no gráfico 03, é possível ver que em grande parte dos casos de violência contra a mulher, são realizados por alguém próximo vítima, principalmente cônjuges e ex-cônjuges, sendo 70% dos casos em ambiente familiar. O feminicídio é o homicídio de uma mulher, pelo simples fato de ela ser mulher. Em muitos dos casos, ocorrem pelo motivo das mulheres estarem cada vez mais lutando pelos seus direitos e sua liberdade, que não são aceitos muitos homens. Gráfico 1- Fonte: Sinan/Ministério da Saúde; dados de 2018 são preliminares e estão sujeitos a alterações. 16 Gráfico 2 - Tipos de violência mais praticadas em 2018. Fonte: Sinan/Ministério da Saúde; dados de 2018 são preliminares e estão sujeitos a alterações. Gráfico 3 – Perfil dos agressores. Fonte: Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA/SVS/MS) Segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no anuário de violência de 2019, o número de feminicídios subiu 47,7% entre 2017 e 2018 no Paraná. Sendo registrados 51 mortes em 2017 e 61 em 2018. Já os números de casos registrados de violência doméstica, foram de 14.149 em 2017 para 16.021 em 2018. Já em Curitiba, deacordo com o gráfico 4, é a cidade no Paraná com maiores números de vítimas, registrando um aumento de 30% em relação a 2018. No gráfico 5, é possível ver os registros de feminicídios tanto no Paraná como em Curitiba. 17 Gráfico 4 - Feminicídios registrados no Paraná e em Curitiba entre 2015 e 2019 – Sesp. Gráfico 5 - Municípios paranaenses com registros de feminicídios em 2019. Sesp. 18 Gráfico 6 - Mortalidade de mulheres por agressão antes e após a vigência da Lei Maria da Penha - Fonte IPEA, 2012. Conforme pode ser visto no gráfico 6 do IPEA, mesmo após a criação da Lei Maria da Penha, os casos diminuíram por um tempo, mas voltaram a crescer. Que de acordo com Junior (2015), mostrando que ainda há uma barreira na sociedade, deixada pelo patriarcado do Brasil Colônia. Segundo o autor, o IPEA, fez a recomendação, para que fossem adotadas outras medidas, para o enfrentamento do feminicídio. 5.5 ISTRUMENTOS DE PROTEÇÃO A MULHER 5.5.1 Lei Maria da Penha: Lei 11.340/06 Maria da Penha, nasceu no Ceará em 1945, virou símbolo da luta contra a violência doméstica, após sofrer duas tentativas de feminicídio, pelo seu marido Marco Antonio Heredia Viveros, enquanto ela dormia e no fim acabou paraplégica, enquanto ele foi condenado duas vezes, mas respondeu o processo em liberdade. Após isso, Maria da Penha escreveu um livro, que chegou aos congressos internais, denunciando o Brasil de omissão nos casos de violências contra a mulher (Junior, 2015). Com isso, o Estado adotou medidas de políticas públicas e legislativas, para conter a questão da violência contra a mulher no país e em homenagem a esta mulher que lutou pelos direitos das mulheres, a Lei 11.340/2006, foi chamada de Lei Maria da Penha. (SCHAIDHAUER, 2018) A Lei Maria da Penha, foi considerada pela Organização da Nações Unidas (ONU) uma das três mais avançadas do mundo. Com suas inovações nas medidas protetivas de urgências para as vítimas. para Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, Casas-abrigo, Centros de Referência da Mulher e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, entre outros (Instituto Maria da Penha, 2018). 19 Após a criação da Lei Maria da Penha (Lei n°11.340/2006), a violência contra a mulher passou a ser crime, passando a considerar a violência de gênero uma responsabilidade do Governo brasileiro. De acordo com o art. 6º da Lei Maria da Penha, “a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos”, antes era visto apenas como uma questão familiar e era como menor potencial ofensivo. Além disso, o Estado passou a atender o tratado da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW); a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará); a Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher; e a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), entre vários outros. (Instituto Maria da Penha, 2018). Com a Lei Maria da Penha, ela não apenas pune os agressores, como também, educa a sociedade, prevê assistência, proteção, promoção de desenvolvimento educacional e a autonomia da mulher, entre outros, que possibilitam uma rede de enfrentamento mais forte e que está em constante aperfeiçoamento, a fim de, proteger os direitos humanos das mulheres (Instituto Maria da Penha, 2018). A Lei prevê a medida protetiva com urgência, que funciona da seguinte forma, em um atendimento policial, podem ser requeridos uma medida protetiva urgente, que seria uma determinação do juiz(a) para proteger a mulher da situação de risco que ela se encontra em até 48 horas, conforme o art. 22 da Lei Maria da Penha, o juiz(a), poderá pedir: o distanciamento do agressor da casa e da vítima, obrigação do pagamento da pensão alimentícia e afastamentos dos dependentes menores de idade, a proibição de venda ou aluguel do imóvel da família sem a autorização do juiz(a), a restituição dos bens extraviados pelo agressor e caso esse tenha posse de arma, poderá ser pedido a restrição do porte para o mesmo (Instituto Maria da Penha, 2018). Além disto, a Lei Maria da penha (Lei n° 11.340/2006), especifica a violência como doméstica ou familiar, sobre isso o art. 5°, evidencia: Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. 20 Art. 6º. A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. (BRASIL, 2006) Antes da Lei Maria da Penha, outros instrumentos já haviam sido criados, como a Secretária de Política para as Mulheres da Presidência da República (SPM) em 2003, criação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM) em 2004 e em 2005 a SPM criou a Central de Atendimento à Mulher (disque 180), com o objetivo de orientar sobre direitos das mulheres e receber denúncias de violência contra a mulher. (SCHAIDHAUER, 2018) 5.6 CASAS ABRIGOS 5.6.1 Casas abrigos no mundo As casas abrigos foram uma conquista dos movimentos feministas ao redor do mundo, surgiram com o intuito de proteger as mulheres e crianças que se encontravam em situações de ricos, pelo meio em que viviam, por um determinado período de tempo. As casas abrigos, tem por características serem sigilosa, mas muitos estudiosos comentam, que só seria possível se a cidade tivesse população igual ou maior que 10 mil habitantes. Além disso, os outros objetivos seriam propiciar as vítimas, a recuperação da autoestima, prevenir a violência, desenvolver a consciência crítica, mover ações sócios educativas e reconstrução da identidade de gênero. (Azevedo, 2005) O primeiro abrigo para mulheres surgiu em Hounslow, no Reino Unido, em 1971, não era um abrigo oficial, mas recebia mulheres vítimas de violência, ao mesmo tempo começam a surgir vários outros abrigos ao redor do mundo, eles atendiam danos físicos e psicológicos, sofridos pelas vítimas, oferecendo serviços legal, médico e social. (Um Women, 2016) Nos países da Europa, América do Norte e a Austrália, no período entre 1970 a 1980, começaram a expandir seus serviços. Em 1974 é criado o National Women’s Aid Federation, que conectava grupos de determinados países, afim de que os objetivos de atendimentos fossem os mesmos. Entre 1980 a 2000, há um aumento de casas abrigos no mundo e na entrada do novo século, começa 21 a ser aceito e entendido que a violência contra as mulheres, viola os direitos humanos e que era uma barreira para a igualdade de gênero. (Um Women, 2016) Apesar de na década de 2000, as pessoas entendiam o que estava sendo buscado e se comprometiam em ajudar, atualmente alguns países ainda não contam com um local seguro ou uma rede de abrigos adequada. Sendo assim, a luta para que todas as mulheres que tiverem necessidade algum dia, possam ter um abrigo adequado sem dificuldade, em 2008 é feito a primeira Comissão do Status da Mulher em Alberta, Canadá onde foi estabelecido o Global Network of Women’s Shelter,contanto com representantes de várias nações ao redor do mundo. A segunda Conferência Mundial da Mulher, foi realizado em 2012, permitindo o mapeamento dos serviços de atendimento. (Um Women, 2016) 5.6.2 Casas abrigos no Brasil No Brasil as casas abrigos foram surgindo em velocidade menor e um pouco mais tarde que nos países da América do Norte e Europa, sendo criada em 1986, a primeira casa abrigo no Brasil, localizada em São Paulo. Apenas no final dos anos 2000, que os serviços de atendimento foram regulamentados, justamente quando é aprovada a resolução n° 109/2009, que teria elencado como Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade. No Brasil, a primeira Casa-Abrigo é implantada em São Paulo, em 1986 – Centro de Convivência para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica (Convida). Em 1990, é criada a Casa-Abrigo de Santo André/SP; em 1991, a Casa Helenira Rezende de Souza Nazareth /SP; em 1992, a Casa Abrigo Viva Maria/RS e a Casa do Caminho/CE; e em 1996, a Casa- Abrigo do Distrito Federal e a Casa-Abrigo Sempre- Viva/MG (BRASIL, 2011, p. 31). A resolução n° 109/2009, definiu os serviços de acolhimento as mulheres em situação de violência como: 22 Acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, em situação de risco de morte ou ameaças em razão da violência doméstica e familiar, causadora de lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral. Deve ser desenvolvido em local sigiloso, com funcionamento em regime de co-gestão, que assegure a obrigatoriedade de manter o sigilo quanto à identidade das usuárias. Em articulação com rede de serviços socioassistenciais, das demais políticas públicas e do Sistema de Justiça, deve ser ofertado atendimento jurídico e psicológico para as usuárias e seus filhos e/ou dependente quando estiver sob sua responsabilidade (BRASIL, 2013, p. 41). As casas abrigos no Brasil apesar de serem colocadas como serviço sócio assistencial, o funcionamento esta regulamentado nas Diretrizes Nacionais, tem estrutura regulamentadas pelas Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Violência e Risco – redefinindo assim as possibilidades de acolhimento temporário afim de promover promover-lhes segurança e proteção. (Miranda, 2017) Lembrando que há diferenças entre as casas abrigos e as casas de acolhimento, centro a primeira destinada a pessoas que estão em situação de grave, como risco de morte e sofrendo violência e tem o período de acolhimento é de longa duração, enquanto a segunda, não possui vínculo com os serviços socioassistenciais e são para casos onde não há uma urgência imediata e possuem caráter sigiloso, acolhendo por um curto período de tempo. (Miranda, 2017) As casas abrigos devem usufruir de: - Espaço para dormitórios, onde a mulher possa acomodar seus pertences pessoais, mantendo o vínculo familiar e garantindo sua privacidade; - Espaços de convivência coletiva (salas de reuniões, grupos e oficinas); - Espaços para o refeitório e cozinha coletiva; - Espaço para recreação das crianças, preferencialmente contando com áreas externas; - Local adequado ao atendimento de primeiros socorros, guarda de medicamentos e outras ações de profilaxia em saúde; - Espaço para lavanderia coletiva; - Dependências sanitárias compatíveis com o número de pessoas abrigadas; 23 - Adequação da estrutura do imóvel aos portadores de necessidades especiais, garantindo a acessibilidade; - Espaço adequado para a equipe técnica e administrativa, resguardando o sigilo relativo às usuárias do serviço; - Infra-estrutura administrativa de comunicação e de transporte (BRASIL, 2008, p. 16). De acordo com Miranda (2017), com as condições acima descritas as casas abrigos buscavam não apenas a segurança e descrição, como também proporcionar um ambiente acolhedor e acessível, afim de facilitar a superação dos traumas sofridos pelas vítimas. 5.6.3 Casas abrigos em Curitiba Em Curitiba há a casa da mulher brasileira, inaugurada a não muito tempo, começou sua construção em novembro de 2014. Sendo a única da capital, desde a sua inauguração em junho de 2016, até o final de 2019, já tinha sido realizado mais de 44 mil atendimentos. Além disso, a Casa da Mulher Brasileira está integrada a Delegacia da Mulher, funcionando ambos no mesmo local, reunindo assim os serviços essenciais e capazes de fazer a mulher sair do ciclo de violência. Com a integração, os atendimentos aumentaram em 60%. A casa recebe mulher, crianças e adolescentes dependentes da mãe. (Curitiba, 2019) A Casa da mulher brasileira, está localizada no bairro Cabral em Curitiba, próximo a um terminal de ônibus, possui 3.118 m² de área construída em um terreno de 8 mil m², tendo capacidade para atender até 250 pessoas por dia. (Junior, 2015) Figura 2- Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Tribuna do Paraná. 24 Em Curitiba, a Casa da Mulher Brasileira, possui onze equipamentos, sendo eles: Acolhimento e triagem, apoio psicossocial, Delegacia da Mulher, ministério público, juizado e vara especializada, defensoria pública, promoção de autonomia econômica, central de transportes, brinquedoteca, casa de passagem e atendimento de saúde. (Junior, 2015) Figura 3 - Interior da casa da mulher brasileira - Fonte: Prefeitura de Curitiba. Figura 4-Planta baixa - Casa da Mulher Brasileira em Curitiba - Fonte: Paraná Portal. 25 6. ESTUDOS ARQUITETÔNICOS 6.1 ESTUDOS DE CASO 6.1.1 Centro de Acolhimento / CYS.ASDO Figura 5 - Fachada principal - Centro de acolhimento / CYS.ASDO. Fonte: Archdaily. Projeto do escritório CYS.ASDO, esse centro de acolhimento possui uma área de 3000 m², está localizado em Showroom, Hsinchu em Taiwan, construído no ano de 2014. Figura 6 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily. 26 O edifício recebe mulheres que foram vítimas de violência, que chegam ao local com traumas psicológicos e físico. Afim de que as mulheres se sentissem acolhidas os arquitetos pensaram em combinar o interior da edificação com o exterior através de um pátio no interior do prédio. Figura 7 - Pátio no interior da edificação. Fonte: Archdaily A forma cheia de recuos no seu interior e exterior, assim como nas janelas e paredes, refletem ao resultado do programa de necessidades, junto com a preocupação do recebimento de iluminação natural, ao mesmo tempo, a natureza consegue se fundir ao edifício através desses recuos, mesclando a vegetação a estrutura. Figura 8 - Visibilidade para o pátio. Fonte: Archidaily. 27 Figura 9 - Jogo de luzes no interior do edifício, através dos recuos.Fonte: Archdaily. Os recuos proporcionam vistas incríveis, a partir dos vários ângulos existentes, além disso, de acordo com o tipo de estação, criam um jogo de luz e sombra. Figura 10 - Exterior do edifício. Fonte: Archdaily 28 Figura 11 - Espaço de convivência interior. Fonte: Archdaily. O espaço interior foi pensado para trazer conforto e aconchego, tendo uma ótima escolha de materiais e passa a sensação de acolhimento almejado. Figura 12 - Sala de jantar. Fonte: Archdaily. 29 Figura 13 - Interior do edifício. Fonte: Archdaily. Figura 14- Interior do edifício. Fonte: Archdaily 30 Figura 15 - Planta baixa. Fonte: Archdaily TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Escolha dos materiais; Iluminação natural; Área do projeto próxima ao do projeto a ser desenvolvido; Coerência do interior do edifício com o que se busca; Vegetação no interior; Pontos negativos: Não possui acessibilidade; O que usaria no projeto: A de trazer iluminação através dos recuos, que criam um jogo de sombra e iluminação; Os materiais utilizados; 316.1.2 Abrigo para vítimas de violência doméstica Figura 16 - Exterior do abrigo.Fonte: Archdaily Projetado pelo escritório Amos Goldreich Architecture, Jacobs Yaniv Architects, no ano de 2018. Foi projetado para a ativista dos direitos humanos, Ruth Rasnic, para o instituto de caridade internacional “No To Violence”, com o intuito de abrigar mulheres e crianças que sofreram violência, vindas de qualquer parte do mundo. Figura 17 - Pátio central. Fonte: Archdaily. 32 Figura 18 - Fachada. Fonte: Archidaily Este projeto teve como referência, a obra Okamoto do artista Eduardo Chilida, resultando no exterior do edifício áspero, representando a segurança e proteção, e o interior delicado, voltado para o jardim central, sendo o coração terapêutico do abrigo. Em busca da positividade e da esperança, o projeto foi pensado em forma de uma aldeia, onde há unidades autônomos que se conectam por um pátio central, que seria como um ponto de encontro para as usuárias, afim de, retirar qualquer sensação de confinamento, criando um pátio bem amplo, para a livre circulação. Cada família recebe um pequeno apartamento, onde podem realizar suas tarefas diárias. Sendo separados do setor de funções comunitárias e são conectadas por um corredor interno. O edifício também conta com um berçário, que fica separado do prédio maior, onde as mães podem deixar seus filhos e de manhã e à tarde busca-los. 33 Figura 19 - Pátior central. Fonte: Archdaily. O abrigo conta com áreas comuns, jardim de infância, sala de informática, lavanderia, cozinha e refeitório, alojamentos independentes para cada família, acomodação para funcionários, áreas de escritório para o gerente e funcionários do abrigo (incluindo assistentes sociais, psicóloga infantil, madrinhas, trabalhadora e advogada em período parcial). Existem trabalhadores profissionais adicionais: psicoterapeutas, terapeutas de teatro ou de artes, além de voluntários, como esteticistas, cabeleireiros, praticantes de reflexologia e artes marciais, e outros que ajudam crianças em seus estudos e conhecimentos em informática. (Archdaily) of Women’s Shelter, contanto com representantes de várias nações ao redor do mundo. A segunda Conferência Mundial da Mulher, foi realizado em 2012, permitindo o mapeamento dos serviços de atendimento. (Um Women, 2016) 34 Figura 20 - Planta baixa. Fonte: Archdaily TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Pátio central; Divisão por setores; Amplitude; Segurança; Pontos negativos: O que usaria no projeto: Divisão por setores; Pátio central; 35 6.1.3 Casa da Mulher Brasileira Figura 21 - Fachada da casa da Mulher de Brasília. Fonte: Republicanos10 A casa da mulher brasileira segue o mesmo modelo em todas as capitais brasileiras, com o intuito de reduzir gastos e assim poder construi-las em outros municípios. Tem como objetivo atender mulheres em situação de violência doméstica. Figura 22 - Pátio da casa da mulher brasileira em São Paulo. Fonte: Sbt. 36 A casa da mulher brasileira tem seus setores divididos por cores e possui com onze equipamentos, em um mesmo prédio, com: Juizado Especial voltado para o atendimento a mulher; Núcleo Especializado da Promotoria, Núcleo Especializado da Defensoria Pública, Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher, Alojamento de passagem, (VI) Brinquedoteca, Apoio psicossocial, e Capacitação para a sua autonomia econômica. Figura 23 - Setorização da Casa da mulher brasileira. Fonte: Jornal da mulher. TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Programa de necessidades, com os itens essenciais; Cumpre a função; Pontos negativos: Volumetria genérica, sem preocupação; Sensação de confinamento; O que usaria no projeto: Utilizaria o programa de necessidades como base; 37 6.1.4 Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa Verde Figura 24 – Fachada Centro de tratamento para saúde mental de jovens e mulheres Casa Verde. Fonte: Archdaily. Com 1060 m², em um terreno de 4.600 m², o projeto do escritório LDA. IMdA architetti associati, o projeto é do ano de 1920, mas foi executado apenas em 2016. Está localizado em San Miniato Pisa na Itália. O projeto foi concebido com a ideia de recuperar o local que antes funcionava como um orfanato. A Casa Verde interage com o bosque e recebe iluminação natural, o edifício foi pensado de maneira que não agredisse o entorno de onde está inserido, sendo assim, a cor verde da fachada está em perfeita harmonia com a floresta próxima a edificação. No projeto teve o cuidado com a planta original, para protege- lá, mas ao mesmo tempo utilizou de cor, forma e materiais de acordo com a cultura contemporânea. O interior do edifício também foi repensado de acordo com as necessidades dos usuários atuais. Antes da requalificação, o edifício tinha características institucionais, através de soluções inovadoras, o essencial da obra foi preservado e se tornou agradável, propiciando aos usuários um ambiente que remete ao lar. 38 Figura 25 Diagrama da reabilitação. Fonte: Archdaily Figura 26- Planta baixa térreo. Fonte: Archdaily 39 Figura 27- Segundo Pavimento Casa Verde. Fonte: Archdaily TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Materiais; Harmonia com o entorno; Edifício institucional, mas com formar e materiais contemporâneos; Acessibilidade; Pontos negativos: O que usaria no projeto: A ideia de mini diafragmas que captam a luz solar; Distribuição dos quartos; A relação com o entorno; 40 6.1.5 Casa abrigo KWIECO Figura 28 - Fachada da Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily Projetado pelo escritório de arquitetura Hollmén Reuter Sandman em 2015, a casa abrigo KWIECO possui 423m² e está localizado em Moshi na Tanzânia. Tem como objetivo abrigar mulheres da África que se encontram em situação de violência, levando em consideração que o não há nenhuma lei para protegê-las e que por motivos culturais e sociais a violência contra a mulher ainda é permitida. Figura 29 - Pátio Casa Abrigo KWIECO. Fonte: Archdaily 41 O projeto leva em consideração a cultura local e a hierarquia espacial. Utiliza energia renovável, mão de obra e materiais locais, além do planejamento participativo da população. Figura 30 - Detalhe na vedação, com garrafas de vidro. Fonte:Archdaily O abrigo possui 10 quartos para famílias, três sanitários, sendo um deles pnd, oficina, sala de jogos, cozinha, refeitório, fraldário, lavanderia, quatro salas, almoxarifados, garagem e pátio interno. Devido ao calor intenso, todo o programa acontece em volta de um pátio. O projeto foi pensado de maneira a ter o custo mais baixo possível, sem perder a qualidade. Foram utilizados estrutura metálicas na caixa d’água e cobertura, garrafas de vidro nas paredes e as esquadrias de madeira e palha. O acesso das mulheres e crianças é livre dentro dos muros da edificação. 42 Figura 31 - Planta Baixa. Fonte: Archdaily adaptado por Junior, 2015. TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Materiais; Pátio interno amplo; Harmonia com o entorno; Uso de energia renovável; Participação da comunidade; Pontos negativos: Pequeno para a demanda; O que usaria no projeto: Pátio interno; Energia renovável; Partido horizontal; 43 6.1.6 Centro de acolhimento para menores / CEBRA Figura 32 -Fachada Casa de acolhimento para menores. Fonte: Archdaily Projetado pelo escritório CEBRA em 2014, possui 1500 m² e está localizado em Kerteminde na Dinamarca. Embora seja destinado para crianças e adolescentes marginais, que tem problemas, comportamentais, sociais e mental, o projeto ainda possui características semelhantes ao estudado,recebendo pessoas fragilizadas, o arquiteto buscou incluir os usuários ao prédio, através dos fluxos e programa. Figura 33- Interior da Casa Abrigo. Fonte: Archdaily 44 Figura 34 - Fachada externa Casa abrigo para menores. Fonte: Archdaily O edifício possui áreas administrativas, de alojamento e comum, possibilitando interação entre os residentes nas áreas comuns e área mais privativa, para que possam também ter seus momentos a sós. Os materiais e as formas, trazem o sentimento de lar, afim de que tenham uma vida normal. Figura 35 - Concepção da volumetria. Fonte: Archdaily 45 Figura 36 - Ambientes internos. Fonte: Archdaily TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Materiais; Compacto; Remete ao lar; Iluminação natural; Ambientes internos; Harmonia com o entorno; Programa de necessidade; Pontos negativos: Falta de acessibilidade; O que usaria no projeto: Volumetria; Material; Iluminação natural; 46 6.1.7 Residência Nasu Tepee – Referência formal Figura 37 Fachada frontal residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily Projetado pelo arquiteto Hiroshi Nakamura & Nap, a casa tem 156 m², está localizada em Tochigi no Japão e foi escolhida como referência formal. A casa está situada em meio aos campos e bosques, próximo a uma floresta, sendo assim, teve o cuidado com a escala da casa de forma que harmonizassem com o entorno. Figura 38 - Fachada posterior residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily 47 Em um primeiro momento, para a entrada de luz natural, a solução encontrada tinha sido o levantamento do teto, mas isso resultaria em um espaço muito grande, com a ineficiência do ar condicionado e colidiria com os galhos das árvores. Sendo assim, os arquitetos apenas cortaram a diagonal no topo da casa. Considerando a forma, com o entorno dá para se sentir abraçado pela natureza e parte dela. Para garantir o conforto térmico na casa foram instalados ar-condicionado e lareira, no verão o ar quente concentrado no alto da casa sai pelas janelas superiores, já no inverno o ar quente saíra do chão, além disso, afim de manter a temperatura da casa, é utilizado janelas de vidro duplo. Figura 39 - Jnela superior. Fonte: Archdaily 48 Figura 40 - Planta baixa residência Nasu Tepee. Fonte: Archdaily TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Materiais; Volumetria; Iluminação natural; Soluções Climáticas; Harmonia com o entorno; Pontos negativos: Falta de acessibilidade; O que usaria no projeto: Volumetria; Material; Iluminação natural; Soluções Climáticas; 49 6.8.1 Centro de conferência - Referência formal Figura 41 - Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom Projetado pelo arquiteto Daniel Libeskind, esse Centro de Conferência possui 12.500 m², sendo inaugurado em 2015. Edifício com volumetria expressiva, o programa é composto por hall de entrada, três auditórios, salão de enventos polivalentes, sala de conferências, escritórios, restaurante, estacionamento subterrâneo e um terraço público. (Desingnbomm) Figura 42 - Interior Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom 50 Interior revestido de ripas de madeira verticais, faixas verticais de alumínio anodizado, seguindo a curvatura da parede, claraboias ao longo do saguão que possibilitam a luz natural. Com medidas sustentáveis, o edifício possui teto verde, sombreamento passivo, resfriamento noturno e células fotovoltaicas. Figura 43 - Vista de cima do Centro de conferência na Bélgica. Fonte:designboom TABELA DE ANÁLISE Pontos positivos: Materiais; Inovação; Volumetria; Programa flexível; Iluminação natural; Soluções Climáticas; Pontos negativos: Único destaque do entorno; O que usaria no projeto: Volumetria; Material; Iluminação natural; Soluções Climáticas; 51 6.3 REFERENCIAIS ARQUITETÔNICOS 6.3.1 Daniel Libeskind Figura 44 - Daniel Libeskind. Fonte: https://laart.art.br/blog/daniel-libeskind/ Daniel Libeskind, um arquiteto com suas diagonais imponentes, geometrias, vazios, fragmentos e interseções, nasceu na Polônia, em 1946, quando criança sua família foi perseguida pelo partido comunista, por serem judeus. Quando Libeskind tinha 11 anos, se mudou com sua família para Israel e logo após dois anos, foram morar nos Estados Unidos. Em 1970, ele se forma em arquitetura, casado com Nina Lewis, que foi sua colega de trabalho, passa a dar aulas em várias partes do mundo. (Laart, 2019) Em 1989, ao se mudar para Berlim, ele vence o concurso para expandir o museu Judaico de Berlim e a partir ele passa a ser um artista, no qual suas obras começariam a fazer sucesso. (Laart, 2019) Abaixo, todos os prêmios e honras que o arquiteto recebeu ao longo de sua carreira: Primeiro arquiteto a ganhar o Prêmio Hiroshima Art, concedido a um artista cuja obra promove a compreensão e a paz internacionais (2001) [45] Em 2003, recebeu a Medalha Leo Baeck por seu trabalho humanitário, promovendo a tolerância e a justiça social. Prêmio AIANY de Mérito pelo Monumento Nacional do Holocausto, Ottawa, Canadá (2018) MIPIM / The Architectural Review , Prêmio Projeto Futuro da Torre L'Occitanie em Toulouse, França (2018) Prêmio CTBUH Urban Habitat para o Plano Diretor do World Trade Center (2018) https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Libeskind#cite_note-45 https://en.wikipedia.org/wiki/Leo_Baeck_Institute https://en.wikipedia.org/wiki/MIPIM_AR_Future_Projects_Award https://en.wikipedia.org/wiki/Council_on_Tall_Buildings_and_Urban_Habitat 52 Prêmio AIA de Serviço Nacional para o Plano Diretor do World Trade Center (2012) Bolsista do Instituto Americano de Arquitetos (2016) Prêmio Regional RIBA para Ogden Center for Fundamental Physics na Durham University (2017) Recebeu um doutorado honorário em arquitetura da University of South Florida. Doutor Honoris Causa, da Universidade Nova Búlgara de 2013, em reconhecimento à sua influência na pesquisa e na prática da arquitetura contemporânea Primeiro destinatário do título honorário de Doutor em Belas Artes (DFA) da Universidade de Ulster, em reconhecimento por seus excelentes serviços à arquitetura e design globais (2009) [46] Prêmio MIPIM em Melhor Projeto de Regeneração Urbana para KoBogen (2014) Prêmio FIABCI Prix d'Excellence, Residencial por Reflexões na Baía de Keppel (2013) Prémio da Academia Europeia dos Museus para o Museu de História Militar (2013) Medalha de ouro para arquitetura no National Arts Club (2007) Prêmio Internacional RIBA para Wohl Center na Universidade Bar-Ilan (2006) Prêmio Internacional RIBA para o Imperial War Museum North (2004) Prêmio RIBA para o London Metropolitan University Graduate Center (2004) Nomeado como o primeiro embaixador cultural da arquitetura pelo Departamento de Estado dos EUA (2004) [47] Membro honorário da Royal Academy of Arts em Londres, Inglaterra (2004) Prêmio Homem do Ano do Museu de Arte de Tel Aviv (2004) Medalha Goethe pela contribuição cultural do Instituto Goethe (2000) Time Magazine Melhor de 1998 Design Awards para o Felix Nussbaum Haus (1998) Eleito para a Academia Americana de Artes e Letras (1996) Bienal de Veneza Primeiro Prêmio Stone Lion Award para o Projeto Palmanova (1985) Fundação Nacional para o Projeto de Artes Bolsa de Artes para Estudos em Arquitetura (1983) Medalha do Instituto Americano de Arquitetos pela maior conquista escolar (1970) (WIKIPEDIA, 2020) Algumas das obras importantes do arquiteto: Figura 45 - Museu Real de Ontário - Canadá. Fonte: ThoughtCo https://en.wikipedia.org/wiki/American_Institute_of_Architects https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Institute_of_British_Architects https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Institute_of_British_Architects https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Institute_of_British_Architectshttps://en.wikipedia.org/wiki/New_Bulgarian_University https://en.wikipedia.org/wiki/Honorary_degree https://en.wikipedia.org/wiki/University_of_Ulster https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Libeskind#cite_note-46 https://en.wikipedia.org/wiki/MIPIM https://en.wikipedia.org/wiki/National_Arts_Club https://en.wikipedia.org/wiki/RIBA_International_Award https://en.wikipedia.org/wiki/Imperial_War_Museum_North https://en.wikipedia.org/wiki/Imperial_War_Museum_North https://en.wikipedia.org/wiki/RIBA https://en.wikipedia.org/wiki/United_States_Department_of_State https://en.wikipedia.org/wiki/Daniel_Libeskind#cite_note-47 https://en.wikipedia.org/wiki/Royal_Academy_of_Arts https://en.wikipedia.org/wiki/Tel_Aviv_Museum_of_Art https://en.wikipedia.org/wiki/Goethe_Medal https://en.wikipedia.org/wiki/Goethe_Institute https://en.wikipedia.org/wiki/Goethe_Institute https://en.wikipedia.org/wiki/Time_Magazine https://en.wikipedia.org/wiki/American_Academy_of_Arts_and_Letters https://en.wikipedia.org/wiki/Venice_Biennale https://en.wikipedia.org/wiki/National_Endowment_for_the_Arts https://en.wikipedia.org/wiki/American_Institute_of_Architects 53 Figura 46 -Pavilhão Vanke. Fonte: Archdaily Figura 47 - Museu judaico de Berlim. Fonte: Archdaily Justificativa da escolha do arquiteto: A escolha do arquiteto se deu pelo seu estilo arquitetônico, suas obras com diagonais imponentes, grandes ângulos, geometrias desconstruídas, obras que se destacam e se encaixam no estilo arquitetônico que busco para o projeto da casa abrigo. 6.2. PROGRAMA PRELIMINAR Esta tabela foi elaborada com base nas áreas vistas nos dados vistos dos estudos de caso, pensada em primeiro momento, para um público de 100 pessoas. SETOR ÁREA EM M² Lazer 300 m² Esportivo 340 m² 54 Alojamento 800 m² Serviços 400 m² Educacional 300 m² Administrativo 290 m² TOTAL 2430 7. CRITÉRIOS DA ESCOLHA DO TERRENO Os critérios de escolha para o terreno são eles: Estar localizado próximos aos equipamentos de educação, segurança, saúde, transporte público, lazer e comércios. Ter área suficiente para receber a área do programa de necessidades. Estar em uma área calma e tranquila, que garanta o sigilo das vítimas Com isso foram selecionados três terrenos, com áreas que variam de 496 m² à 15 mil m², podendo estes vir a ser unificados com lotes vizinho ou subdivididos. 7.1 Terreno 1 - Capão da Imbuia A primeira opção de terreno possui uma área de 15.550 m² e está localizado no bairro Capão da Imbuia em Curitiba, com 4 testadas para as ruas, Rua Fedrerico Stlader Junior, Rua Paulo Kissula, Rua Araguaia e a Rua Osmário de Lima. O lote se encontra no SEHIS (Setor Especial de Habitação de Interesse Social), seguindo os parâmetros construtivos tabela 1. 55 Figura 48 Limite do terreno - Fonte: Mapa cadastral Parâmetros construtivos Coeficiente de aproveitamento 0,6 Taxa de ocupação 30% Taxa de permeabilidade 25% Altura máxima permitida 2 Pavimentos Recuo frontal 5 M para habitação institucional Afastamento das divisas 2,5 M para habitação institucional Estacionamento Obedecer decreto 1021/2013 Tabela 1 – Fonte: Elaborado pela autora. 7.1.1 Entorno O lote foi selecionado devido aos equipamentos que se encontram em seu entorno, como áreas de lazer, feira, saúde, Cras, transporte público, comércios, delegacias e educação desde a básica até a superior, isto porque esses equipamentos garante uma melhor eficácia do propósito da edificação, visto que muitas mulheres que vão a casas abrigos em busca de auxilio, podem possuir filhos e afim de dar o amparo necessário as essas mulheres e seus dependentes, sem que haja nenhum obstáculo para que estas saiam da situação de violência, garantindo assim a segurança física, emocional e ajudando na reorganização das vítimas. Sendo assim, foi elaborado a tabela 2, onde de acordo com a distância desses equipamentos em relação ao terreno, foram distribuídas notas, que quanto mais 56 próximo, maior a nota, auxiliando assim na escolha do terreno. TERRENO 01 NOTA Área 15500 m² 10 Curvas de nível 2 m 10 C.A 0,6 10 TX.O 30% 10 ENTORNO Unidade de Saúde 8 Cras --- 0 Creche ok 10 Escola ok 8 Universidade/ ensino téc. 8 Transporte público ok 10 Lazer 7 Comércio ok 8 TOTAL 99 Tabela 2 – Fonte: Elaborado pela autora. 7.1.2 Infraestrutura local O entorno do terreno possui uma infraestrutura considerada boa, embora não possua calçadas em algumas partes ao redor do lote e nem haja piso tátil e acesso dos cadeirantes, em contrapartida contém ótima iluminação pública, rede de energia elétrica e rede de esgoto e água. Figura 49 Vista do terreno da Rua Paulo Kissula - Fonte: Google Maps 57 Figura 50 Vista do entorno - Fonte: Google Maps 7.1.3 Característica dos usos O bairro é predominantemente residencial e misto, possuindo o Parque Capão da Imbuia, Autódromo Internacional de Curitiba, além de instituições de ensino superior, por ser um bairro mais residencial, grande parte das edificações são de um a dois pavimentos, além disso, de acordo com o que pode ser visto na figura 51, no mapa de cheios e vazios, há uma predominância de espaços construídos e as quadras possuem um padrão ortogonal. Sendo um bairro residencial, isso garante maior segurança e privacidade as mulheres, pois apenas pessoas da região costumam circular por ali. Figura 51 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. 58 Figura 52 Mapa de uso do solo – Fonte: Elaborado pela autora. Figura 53 Mapa de vias – Fonte: Elaborado pela autora. 59 7.2 TERRENO HAUER A segunda opção de terreno possui 3.300 m², podendo ser unificado com outros três lotes vizinhos, que dispõe da mesma área, caso venha a ser necessário. O lote está na localizado no bairro Hauer, em Curitiba na esquina entre a Rua Emílio Guetter e a Rua Frei Henrique de Coimbra, na Zona de Transição da Linha Verde, seguindo os parâmetros da tabela 3. Figura 54 Limite do terreno - Fonte: Mapa cadastral Parâmetros construtivos Coeficiente de aproveitamento 1,0 Taxa de ocupação 50% - Inclusive subsolo Taxa de permeabilidade Ver OBS. para construção 4 e 5 Altura máxima permitida 4 Pavimentos Recuo frontal 5 M Afastamento das divisas Facultado até 2 Pav. Acima h/6, mínimo de 2,5 m. Estacionamento Obedecer decreto 1021/2013 Tabela 3 – Fonte: Elaborado pela autora. 7.2.1 Infraestutura e entorno A infraestrutura da região é bem arborizada e considerada boa, e assim como no primeiro terreno não possui piso tátil e acesso para cadeirantes, além disso, não contém calçadas em boa parte ao redor do lote, em contra partida dispõe de iluminação pública, embora seja um pouco mais dispersa que a do lote interior, rede 60 de energia elétrica e rede de esgoto e água. Figura Figura 55 Entorno do terreno - Google Maps Figura 56 Entorno do terreno - Google Maps Embora a região seja mais residêncial, nas proximidades do terreno há uma pouco mais de empresas privadas de médio porte, resultando em uma área bem calma e tranquila, mas meio afastada de comércios de bairros, sendo grande parte das edficações de com um ou dois pavimentos no máximo, além disso, de acordo com o mapa de cheios e vazios, da figura 55, ao mesmo tempo que há uma grande quantidade de cheios, há também vários vazios, pois contém terrenos maiores sem ocupação. O terreno se encontra próximo ao Bosque Reinhard Maak e ao lado do Armazém da Maria, a trezentos metros da Estação Tubo Sanata Bernadethe, que leva até o terminal Portão, entre outros terminais, além disso as escolas públicas desde o fundamental básico até o ensino médio ficam em um raio de 1 km do lote e a 3 km se encontra a Unidade de Pronto Atendimento Boqueirão.61 Figura 57 Mapa de gabarito – Fonte: Elaborado pela autora. Figura 58 Mapa viário – Fonte: Elaborado pela autora. 62 Figura 59 Mapa de usos – Fonte: Elaborado pela autora. TERRENO 02 NOTA Área 3300 m² 10 Curvas de nível 4 m 9,1 C.A 1,0 8,7 TX.O 50% 8,5 ENTORNO Unidade de Saúde ok 8,9 Cras --- 2 Creche --- 6,5 Escola 8,7 Universidade/ ensino téc. -- 7 Transporte público ok 9,7 Lazer ok 9,8 Comércio ok 8,6 TOTAL 97,5 Tabela 4 – Elaborado pela autora 63 7.3 TERRENO CAJURU O lote está localizado na Rua João Tobias de Paiva Netto, no bairro Cajuru em Curitiba, no Setor de Transição da Apa do Iguaçu, com uma área de 456 m², que para atender o programa teria que ser unificado com os outros cinco terrenos vizinhos que possuem cerca da mesma áreas deste terreno. Com essas dimensões e condições do parâmetro construtivo que pode ser visto na tabela 05, faz com que o terreno esteja em terceira opção de escolha, mas em contra partida, ele está próximo a diversos equipamentos urbanos que são essenciais para o perfeito funcionamento da casa abrigo. Figura 60 Localização do lote - Fonte - Mapa cadastral Parâmetros construtivos Coeficiente de aproveitamento 1,0 Taxa de ocupação 50% Taxa de permeabilidade 25% Altura máxima permitida 2 Pavimentos Recuo frontal 5 M Afastamento das divisas **** Estacionamento Obedecer decreto 1021/2013 Tabela 5 – Elaborado pela autora 7.3.1 Insfraestrura/Entorno Analisando a infraestrutura no entorno do lote, deixa um pouco a desejar em 64 relação a calçada e arborização, não possui rede de esgoto, mas em contrapartida possui rede de energia elétrica e de água, iluminação pública, sinalização, telefone público e ponto de ônibus das linhas Vila Reno e Solitude. Figura 61 Entorno do terreno - Fonte Google Maps O bairro é predominantemente residencial, podendo ser vistos alguns edifícios comerciais e mistos, sendo em sua maioria de um a dois pavimentos, observando o mapa de cheios e vazios (figura 59) pode se notar a grande predominância dos cheios em relação ao vazio, já a malha viária da região é ortogonal e regular. O lote se encontra muito próximo a equipamento de educação, estando localizado em frente ao Colégio Estadual Santa Rosa, que também oferece educação eja, logo nas quadras ao lado se encontram o Centro de Educação Infantil Solitude, a Unidade de Saúde Solitude e a Escola Ensino Fundamental Professora Maria De Lourdes Lamas Pegoraro e em um raio de quinhentos metros se encontram o Cras Acrópole e os Parque e complexo esportivos peladeiros. TERRENO 03 NOTA Área 456 m² 6 Curvas de nível 0 m 10 C.A 1,0 6 TX.O 50% 6,1 ENTORNO Unidade de Saúde 10 Cras ok 9,3 Creche ok 10 Escola ok 10 65 Universidade/ ensino téc. 7 Transporte público 9,4 Lazer 9,4 Comércio ok 8,1 TOTAL 101,3 Tabela 6 – Elaborado pela autora Figura 62 Mapa de gabarito 66 Figura 63 Mapa de uso do solo Figura 64 Mapa de vias 67 7.3.3 Topografia A topografia dos três terrenos é bem parecida, a não ser pelo segundo lote que tem cinco metros de aclive, o que pode exiger um pouco de manutenção de terra, mas considerando as dimensões do terreno o aclive se torna mais leve, já o terreno um com 15 mil m² tem apena um metro de aclive e o terceiro terreno é plano, sendo ideial para o estacionamento e jardim que consta no programa, sem a necessidade de retirada de terra para escavar um subsolo. 8. DIRETRIZES PROJETUAIS O projeto da casa abrigo, prevê os alojamentos onde cada vítima só ou com seus dependentes possam ter sua privacidade mantida, sendo assim, ao contrário do que acontece na casa da mulher brasileira, onde cada mulher tem para si um quarto e ambientes como banheiros, salas e cozinhas passam a ser todos compartilhados, além disso, é previsto salas para oficinas e desenvolvimento profissional, jardins externos e internos, salas de descompressão, informática, junto com toda área administrativa médica. PROGRAMA DE NECESSIDADES ADMINISTRATIVO Recepção 15 m² Hall de espera 100 m² Atendimento 40 m² Bwc 12 m² Defensoria 15 m² Delegacia 15 m² Ministério Público 15 m² Financeiro 15 m² Almoxarifado 30 m² Doações 20 m² Sala de reunião 50 m² TOTAL 327 m² CONSULTÓRIOS 3 x Consultório médico 60 m² 3 x Consultório psicológico 60 m² 68 Consultório de fisioterapia 30 m² TOTAL 150 m² ÁREA COMUM Sala comum 60 m² Refeitório 200 m² Auditório 250 m² Biblioteca 100 m² Sala de leitura 50 m² Capela ecumênica 60 m² Sala de jogos 50 m² Sala de tv 30 m² Informática 50 m² Oficina para mulheres 60 m² Oficina para crianças 30 m² Brinquedoteca 50 m² Bwc 24 m² Depósitos 35 m² Academia 70 m² Faldrário 25 m² TOTAL 1144 m² SERVIÇOS Cozinha 50 m² Lavanderia 30 m² Depósito refrigerado 15 m² Depósito seco 15 m² Depósito de lixo 15 m² Depósito de gás 15 m² TOTAL 140 m² ÁREA EXTERNAS Estacionamento 80 m² Playground 20 m² Canil 25 m² Espaço para pet 30 m² Guarita 9 m² Horta 30 m² Jardim Variável TOTAL 194 m² PRIVATIVO 20 Habitações de 1-2 pessoas 400 m² 15 Habitações de 3-4 pessoas 375 m² 10 Habitações de 5-6 350 m² 69 pessoas Depósito 20 m² TOTAL 1145 m² CIRCULAÇÃO 30% da área 930 m² ÁREA TOTAL 4.030 m² Tabela 7 – Elaborado pela autora 8.2 Fluxograma Figura 65 Fluxograma - Elaborado pela autora 70 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARISTÓTELES. A Política. trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ARRUDA, João. Posição social da mulher na Roma Antiga. f.205. [20--?] BASEGGIO, Julia k.; SILVA, Lisa F. M. As condições femininas no Brasil Colonial. Revista Maiêutica. Indaial. V.3. f.30, 2015. BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004- 2006/2006/Lei/L11340.htm. Acesso em: 29 abr. 2020. BRASIL. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome/Conselho Nacional de Assistência Social. Brasília: 2013. Acesso em: 29 abr. 2020. CONSOLIM, Veronica H. Um pouco da história de conquistas dos direitos das mulheres e do feminismo a. Justificando. São Paulo. 2017. Disponível em: <https://www.justificando.com/2017/09/14/historia-da-primeira-onda- feminista/ > Acesso em: 28 abr. 2020. CONSOLIM, Veronica H. A história da primeira onda feminista. Justificando. São Paulo. 2017. Disponível em: <https://www.justificando.com/2017/09/14/historia- da-primeira-onda- feminista/ > Acesso em: 28 abr. 2020. CONSOLIM, Veronica H. Segunda onda feminista: desigualdade, discriminação e política das mulheres. Justificando. São Paulo. 2017. Disponível em: <https://www.justificando.com/2017/09/13/um-pouco-da-historia-de- conquistas- dos-direitos-das-mulheres-e-do-feminismo/ > Acesso em: 28 abr. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm http://www.justificando.com/2017/09/14/historia-da-primeira-onda-feminista/ http://www.justificando.com/2017/09/14/historia-da-primeira-onda-feminista/ http://www.justificando.com/2017/09/14/historia-da-primeira-onda-feminista/ http://www.justificando.com/2017/09/14/historia- http://www.justificando.com/2017/09/13/um-pouco-da-historia-de-conquistas- http://www.justificando.com/2017/09/13/um-pouco-da-historia-de-conquistas- http://www.justificando.com/2017/09/13/um-pouco-da-historia-de-conquistas- 71 CUBAS, Marina G.; Zaremba, Júlia.; Amâncio, Thiago. Brasil registra 1 caso de agressão a mulher a cada 4 minutos, mostra levantamento. Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/09/brasil-
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