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1. DEFINIR IATROGENIA, SEUS IMPACTOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE E COMO EVITÁ-LA:
DEFINIR:
Iatrogenia é uma palavra que deriva do grego: o radical iatro (“iatrós”), significa médico, remédio, medicina; geno (“gennáo”), aquele que gera, produz; e “Ia”, uma qualidade. 
A iatrogenia poderia, portanto, ser entendida como qualquer atitude do médico. Entretanto, o significado mais aceito é o de que iatrogenia consiste num resultado negativo da prática médica. Nesse sentido, um médico, ainda que disponha dos melhores recursos tecnológicos diagnósticos e terapêuticos, é passível de cometer iatrogenias
Iatrogenia (ou iatrogenose, iatrogênese) abrange, portanto, os danos materiais (uso de medicamentos, cirurgias desnecessárias, mutilações, etc.) e psicológicos (psicoiatrogenia – o comportamento, as atitudes, a palavra) causados ao paciente não só pelo médico como também por sua equipe (enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas e demais profissionais)
Sob esta óptica, os “erros médicos”, tais como os conhecemos no Código de Ética Médica (imperícia, imprudência, negligência) se enquadram na categoria de iatrogenias, no entendimento contemporâneo
SITUAÇÕES QUE FAVORECEM A OCORRÊNCIA DE IATROGENIAS
São inúmeras as situações na prática clínica, e mesmo no ensino, que favorecem a ocorrência de iatrogenoses. De forma bastante sucinta, elas podem ser assim agrupadas:
Quanto ao Modelo Biomédico: 
A prática clínica ocidental está baseada apenas nas doenças, com a crescente desvalorização da escuta. Esse é um dos motivos pelos quais a sociedade vem exigindo o retorno do “médico de família” e mesmo o direito a serviços médicos não alopáticos. 
A superespecialização, acompanhando o progresso da tecnologia e o crescente fenômeno da medicalização da sociedade, faz com que o paciente se sinta pressionado a visitar diversos profissionais para o acompanhamento de determinado transtorno. 
E o paciente torna-se cada vez mais carente. 
A quase exigência de uma receita médica ou pedido de exame cada vez que consulta um médico é uma prova disso
No Âmbito da Relação Médico-Paciente 
Os aspectos psicodinâmicos da relação médico-paciente devem ser percebidos pelo médico a fim de que ele possa compreender que tais fenômenos interferem no cerne desta relação.
Nesse sentido, determinados modelos de relação médico-paciente permitem que as iatrogenias aconteçam com mais facilidade.
A sensibilidade diagnóstica, sobrepujada pelos excessivos pedidos de exames complementares, pode favorecer o estabelecimento de diagnóstico equivocado, com o conseqüente tratamento de uma enfermidade que o paciente não possui. 
Finalmente, a linguagem não-verbal influencia sobremaneira a conduta terapêutica e é percebida pelo paciente: gestos, linguajar, trajes, disposição dos móveis, cor das paredes do consultório, etc.
Outras Situações Causadoras de Iatrogenia 
As más condições de trabalho, queixa freqüente entre professores e médicos: o profissional trabalha mais tempo por dia, em diferentes locais, atendendo uma quantidade crescente de pacientes, em consultas rápidas.
As condições físicas do estabelecimento podem influenciar a conduta do profissional. 
O prontuário médico – que deveria ser o melhor “parceiro” do médico – acaba sendo preenchido de maneira inadequada, incompleta, não sendo registradas ali informações relevantes acerca das características do paciente e do seu processo de adoecer. 
· A inexatidão dos dados contidos no prontuário, bem como a maneira como este é preenchido (a caligrafia incompreensível, por exemplo) favorecem a iatrogênese. 
A interdisciplinaridade e a busca da prática da integralidade no ambiente de trabalho, quando estabelecidas, atenuam o número de situações iatrogênicas
No Âmbito da Formação Médica 
Ao longo da formação acadêmica, a identidade do médico vai sendo constituída, de tal sorte que essa identidade pode se tornar iatrogênica desde o momento em que o aluno optou pelo curso médico, época de grandes expectativas A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS QUE TEM NA FACULDADE, E QUANDO O ASSUNTO DA IATROGENIA NÃO É ABORDADO, ESSSE PASSA POR DESPERCEBIDO SE TORNA UMA PRÁTICA CORRIQUEIRA 
A vocação médica pode, nesse momento, ser sobrepujada por outros interesses em jogo, como busca de reconhecimento e prestígio social, satisfação dos desejos dos pais, ganhos financeiros, etc. Pseudovocações podem culminar em identidades frágeis, hostis, erradias, portanto, iatrogênicas.
IMPACTOS:
As complicações iatrogênicas são mais comuns e costumam ser mais graves em pacientes idosos do que em jovens.
Essas complicações incluem efeitos adversos do fármaco (p. ex., interações), quedas, infecções hospitalares, úlceras de pressão, delirium e complicações relacionadas à cirurgia.
· APÓS O ERRO MÉDICO 2 SITUAÇÕES SÃO POSSÍVEIS: 
O Médico Omite Sua Falha
Especialmente nas relações pouco consistentes, cuja personalidade do médico é deveras narcísica, médico e paciente passam a ver no “erro” uma forma de fracasso, de modo que o paciente não vai tolerar isso, enfim, não concederá outra chance ou sequer aceitará um pedido formal de desculpas. A relação torna-se fragilizada ou mesmo cessa após o episódio. Geralmente, culmina com um processo jurídico no qual o paciente busca condená-lo por “erro médico”.
O Médico Admite a Culpa 
Esse comportamento, ao contrário do anterior, predomina nas relações mais bem estruturadas. O profissional lança mão de sua capacidade para ver, na sua humildade, a falha como uma busca do conhecimento. O paciente concede nova oportunidade ao médico. 
· São comuns reuniões de conciliação entre ambas as partes para que procedimentos éticos não necessitem ser instaurados. 
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) criou uma espécie de instância em que médico e paciente em litígio são colocados frente a frente, de tal modo que os conflitos possam ser solucionados ali mesmo, sem que seja necessário dar início a um processo no Conselho ou mesmo Judicial.
Na psiquiatria, é comum pacientes processarem os médicos em virtude dos efeitos adversos dos medicamentos ou por terem de ser submetidos a sessões de eletroconvulsoterapia (ECT). Quando, na iminência de uma situação litigiosa, o psiquiatra tem uma oportunidade de explicitar com mais detalhes os porquês de tais procedimentos, o paciente compreende e concede nova oportunidade ao médico
COMO EVITAR:
A educação médica tem papel relevante na profilaxia de eventos iatrogênicos, ao fornecer instrumentos necessários a melhor compreensão do tema pelos graduandos.
A prevenção, na maioria das vezes, é possível. 
1) a segurança do paciente é um problema de saúde pública no mundo todo; 
2) nos hospitais, um em cada dez pacientes pode ter problemas relacionados ao atendimento; 
3) as infecções hospitalares afetam um grande número de pacientes em todos os países; 
4) falta acesso aos recursos médicos apropriados e seguros; 
5) injeções inseguras diminuíram 88% em 10 anos; 
6) cirurgia segura requer trabalho em equipe, já que 50% das complicações podem ser evitadas; 
7) entre 20% e 40% dos gastos da saúde são ocasionados pelo desperdício; 
8) risco na saúde supera o da aviação; 
9) engajamento e satisfação do paciente auxiliam nos bons resultados das instituições de saúde; 
10) parceria entre hospitais, que possibilita o intercâmbio de profissionais e, com isso, se elevam as probabilidades de desenvolvimento e a possibilidade de criação de soluções rápidas
Diante do cenário em que se encontra a saúde e os potenciais riscos aos pacientes, torna-se fundamental investir cada vez mais em ações e protocolos que contribuam para a segurança do paciente. As intervenções que podem prevenir as complicações iatrogênicas incluem o seguinte
Administração de cuidados: Os administradores de cuidados facilitam a comunicação entre os profissionais de saúde, assegurando que os serviços necessários sejam prestados e evitando sua duplicação. Os gerenciadores de cuidados podem ser funcionários do grupo de médicos, de planos de saúde ou de organizações comunitárias ou governamentais.Pacientes idosos frágeis são os que mais se beneficiam do manejo de caso. 
Equipe geriátrica interdisciplinar: A equipe geriátrica interdisciplinar avalia todas as necessidades do paciente, desenvolve planos de cuidados coordenados e gerencia os cuidados (ou, juntamente com o médico de cuidados primários, co-gerencia). Essa intervenção é mais reservada a casos muito complexos em vista do uso intensivo de recursos. As equipes geriátricas interdisciplinares às vezes focam em problemas específicos relacionados ao envelhecimento, como risco e prevenção de quedas, avaliação da fragilidade (especialmente antes de uma cirurgia ou tratamento contra o câncer), e diagnóstico e tratamento da demência. 
Consulta farmacêutica: Um farmacêutico pode auxiliar na prevenção de potenciais complicações causadas pela polifarmácia e o uso inadequado de fármacos. 
Unidades de terapia intensiva para idosos: Essas unidades são as enfermarias do hospital com protocolos que asseguram que os pacientes idosos sejam completamente avaliados pelos potenciais problemas iatrogênicos antes de sua ocorrência, e que tais problemas sejam identificados e gerenciados de maneira apropriada. 
Diretivas avançadas: Os pacientes são encorajados a preparar as diretivas antecipadas, incluindo a designação de um procurador para a tomada de decisões médicas. Esses documentos podem auxiliar a prevenir tratamentos não desejados para pacientes em estado crítico que não podem responder por si próprios
2. DEFINIR O CONCEITO DE SEGURANÇA DO PACIENTE, EVENTO ADVERSO, RISCO E DANO.
SEGURANÇA DO PACIENTE
Capacidade de um serviço evitar lesões e danos ao paciente, decorrentes do cuidado, que tem como objetivo ajudá-lo.
Por que a Segurança do Paciente é importante?
Ao recebê-lo na admissão, a unidade hospitalar tem como principal preocupação preservar seu bem-estar e evitar riscos no período em que receberá os cuidados necessários. Esses tipos de situações não intencionais podem prolongar o tempo de internação e agravar seu quadro.
Os profissionais de saúde devem conhecer os seus pacientes para desenvolver suas ações com mais qualidade e segurança, evitando acidentes e lesões.
3. EXPLANAR OS IMPACTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA SEGURANÇA DO PACIENTE, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A MORBIMORTALIDADE
Em um estudo descritivo, com base em registros no Sistema de Notificações de Vigilância Sanitária (Notivisa) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), módulo ‘cidadão’, entre 2014 e 2018, foram notificados 935 incidentes que, preponderantemente, ocorreram com pessoas do sexo feminino (60,9%), idosas (20,1%) e de raça/cor da pele branca (51,0%). 
Os incidentes mais notificados estiveram relacionados ao uso de medicamentos (50,8%), quedas (7,5%) e infecções relacionadas à assistência à saúde (7,2%), ocorridos durante a prestação do cuidado, tratamento ou cirurgia (37,3%), no período diurno (58,3%) e em hospitais (37,4%). 
Observou-se baixa adesão dos cidadãos ao sistema de notificação. 
Houve maior frequência de notificações de incidentes relacionados a medicamentos, quedas e infecções relacionadas à assistência. 
Isto evidencia o potencial dos cidadãos em reconhecer e reportar tais incidentes como problemas de segurança do paciente.
Relatório divulgado pelo PNSP em 2020, com base nos dados registrados pelo seu sistema de notificação em 2019, revelou que ainda estamos bem abaixo do desejável, em termos de segurança do paciente. 
Os cinco eventos adversos de maior frequência foram: falhas de assistência, seguidas de UPPs, falhas de cateter venoso, quedas e falhas na identificação do paciente. O
 relatório indicou, portanto, dois protocolos básicos de segurança do paciente que demandam maior atenção. 
4. EXPLICAR O PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE, ELUCIDANDO AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AO PROGRAMA (PROTOCOLO DE SEGURANÇA DO PACIENTES E AS 6 METAS)
PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE (PNSP):
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional.
A Segurança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura.
O PNSP tem por objetivo geral contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional.
 As ações do PNSP articulam-se com os objetivos da Aliança Mundial e comtemplam demais políticas de saúde para somar esforços aos cuidados em redes de atenção à saúde
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE
Planejar, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar o processo de implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente no País;
Articular-se com os Estados, municípios e o Distrito Federal, de modo a estimular a promoção da cultura de Segurança do Paciente, prestando-lhes cooperação técnica para o aperfeiçoamento da capacidade gerencial e operacional nessa área;
Elaborar e apoiar a implementação de protocolos, guias, manuais e outros materiais de segurança do paciente;
Promover processos de capacitação em segurança do paciente para gerentes em saúde, profissionais que atuam direta e indiretamente no cuidado à saúde e profissionais de vigilância à saúde; 
Promover a articulação com o Ministério da Educação e com o Conselho Nacional de Educação, para inclusão do tema segurança do paciente nos currículos dos cursos de formação em saúde de nível técnico, superior e de pós-graduação;
Estabelecer metas e indicadores de avaliação das ações de segurança do paciente;
Promover mecanismos de comunicação social voltada aos profissionais, usuários de serviços de saúde e sociedade, para divulgar e promover a segurança do paciente;
Fomentar e participar de atividades intersetoriais para o fortalecimento da implantação e expansão da cultura de segurança do paciente no Brasil;
Estabelecer parcerias com organismos internacionais com o objetivo de promover articulação e intercâmbio entre países para fortalecimento do PNSP;
Constituem-se objetivos específicos do PNSP:
I. promover e apoiar a implementação de iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organização e gestão de serviços de saúde, por meio da implantação da gestão de risco e de Núcleos de Segurança do Paciente nos estabelecimentos de saúde; 
II. envolver os pacientes e familiares nas ações de segurança do paciente; 
III. ampliar o acesso da sociedade às informações relativa sà segurança do paciente; 
IV. produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre segurança do paciente; e 
V. fomentar a inclusão do tema segurança do paciente no ensino técnico e de graduação e pós-graduação na área da saúde. 
Compete ao CIPNSP:
• I - Propor e validar protocolos, guias e manuais voltados à segurança do paciente em diferentes áreas, tais como: 
a) infecções relacionadas à assistência à saúde; 
b) procedimentos cirúrgicos e de anestesiologia; 
c) prescrição, transcrição, dispensação e administração de medicamentos, sangue e hemoderivados; 
d) processos de identificação de pacientes; 
e) comunicação no ambiente dos serviços de saúde; 
f) prevenção de quedas; 
g) úlceras por pressão; 
h) transferência de pacientes entre pontos de cuidado; e 
i) uso seguro de equipamentos e materiais; 
• II - Aprovar o Documento de Referência do PNSP; 
• III - Incentivar e difundir inovações técnicas e operacionais que visem à segurança do paciente; 
• IV - Propor e validar projetos de capacitação em Segurança do Paciente; 
• V - Analisar quadrimestralmente os dados do Sistema de Monitoramento incidentes no cuidado de saúde e propor ações de melhoria; 
• VI - Recomendar estudos e pesquisas relacionados à segurança do paciente; 
• VII - Avaliar periodicamente o desempenho do PNSP; e 
• VIII - Elaborar seu regimento interno e submetê-lo à aprovação do Ministro de Estado da Saúde.
PROTOCOLO DE SEGURANÇA: 
Erros no cuidadoà saúde devem ser encarados como falhas do sistema e não como falhas individuais. Essa mudança cultural depende, ainda, de reconhecer que o erro é inerente à condição humana. Portanto, é preciso desenvolver barreiras para evitá-lo ou, pelo menos, mitigar os danos decorrentes de eventos adversos. O paciente também pode participar ativamente da prevenção de eventos adversos se for educado para isso. A partir do momento em que ele conhece seu tratamento, adquire condições de alertar quando ocorre uma não conformidade, tornando-se a última barreira. Por fim, cabe ao Núcleo de Segurança do Paciente levantar os eventos adversos de maior incidência e definir as normas de segurança prioritários. A partir daí, é possível estabelecer indicadores, metas e planos de ação específicos para cada instituição.
Comunicação efetiva: Estudo aponta que falhas no trabalho em equipe e na comunicação entre os profissionais de saúde tem sido um dos principais fatores que contribuem para os erros médicos, eventos adversos (EAs) e, consequentemente, diminuição da qualidade dos cuidados. 
Paciente envolvido com sua própria segurança: O paciente pode e deve contribuir para a qualidade dos cuidados à sua saúde, fornecendo informações importantes a respeito de si mesmo e interagindo com os profissionais da saúde. Ele deve ser estimulado a participar da assistência prestada e encorajado a fazer questionamentos, uma vez que é ele quem tem o conhecimento de seu histórico de saúde, da progressão de sua doença e dos sintomas e experiências com os tratamentos aos quais já foi submetido. Além disso, desenvolver um ambiente que proporcione cuidados centrados no paciente, tornando-o, bem como seus familiares, agentes ativos na busca de sua segurança, promove interesse, motivação e satisfação com o cuidado prestado, aspectos que possibilitam ter um bom resultado nas condições de saúde. 
Segurança na utilização de tecnologia: A segurança na utilização da tecnologia compreende o benefício e o impacto no uso de um ou mais recursos, em prol do restabelecimento da saúde do paciente. Visa identificar soluções que têm como propósito promover melhorias específicas em áreas de maior risco na assistência à saúde, para que a tecnologia seja utilizada de maneira apropriada.
6 METAS: 
Os incidentes associados ao cuidado de saúde, e em particular os eventos adversos (incidentes com danos ao paciente), representam uma elevada morbidade e mortalidade nos sistemas de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrando preocupação com a situação, criou a World Alliance for Patient Safety (Aliança Mundial pela Segurança do Paciente) que tem como objetivos organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos. 
Protocolo de Identificação do Paciente 
O protocolo de identificação do paciente tem a finalidade de garantir que o cuidado seja prestado à pessoa para a qual se destina. Erros de identificação podem ocorrer em qualquer fase do diagnóstico ou tratamento, desde o momento da admissão. Vale destacar que fatores como alteração do nível de consciência do paciente e mudanças de setor podem aumentar a incidência desses eventos adversos. Por outro lado, medidas simples, como a colocação de pulseiras de identificação nos pacientes, podem minimizar o problema. Pesquisas apontam uma boa aceitação desse recurso, desde que o paciente entenda que é uma forma de aumentar a segurança no cuidado.
Protocolo de Higiene das Mãos 
A higiene das mãos tem como objetivo prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Infecções são fonte de grandes danos à saúde, podendo inclusive resultar em infecções multirresistentes, que ameaçam a vida. Diversas IRAS têm como causa a transmissão cruzada através das mãos. A melhor forma de preveni-las é, portanto, higienizar as mãos nos momentos críticos, de acordo com o fluxo de cuidados assistenciais. Dessa forma, esta meta de segurança do paciente preconiza a higienização das mãos em cinco momentos do cuidado à saúde. 
Confira nos quadros abaixo esses momentos de higienização, que devem ocorrer antes ou depois de determinadas ações assistenciais:
De acordo com o protocolo, as mãos dos profissionais de saúde devem ser higienizadas com sabonete líquido e água corrente. Alternativamente, pode-se higienizar as mãos com preparações alcoólicas a 70% (na forma de gel ou espuma). As preparações alcoólicas para as mãos devem estar ao alcance das mãos em todos os pontos de assistência. Isso inclui dispensadores fixados na parede, frascos fixados nos leitos dos pacientes ou nos carrinhos de curativos e embalagens de bolso, para uso individual.
Protocolo para Cirurgia Segura 
O protocolo para cirurgia segura implanta a verificação como medida de redução de risco de eventos adversos durante o ato cirúrgico. A verificação ou checagem serve para garantir que a realização da cirurgia no local certo e no paciente certo. 
Na medida em que as técnicas cirúrgicas cresceram em complexidade, também aumentou seu potencial de causar danos, incluindo sequelas e mortes. As taxas de eventos adversos em cirurgia geral variam entre 2% e 30%, segundo o método de avaliação. Existem diversos relatos de retirada de órgão sadio e amputação de membro errado. 
Estima-se que as cirurgias em local errado e no paciente errado ocorram em cerca de 1 em cada 50.000 a 100.000 procedimentos nos Estados Unidos. 
O PNSP se baseia na Lista de Verificação desenvolvida pela OMS. Assim, o checklist cirúrgico deve ser realizado em três momentos cruciais, a saber: 
· Antes da indução anestésica 
· Antes da incisão cirúrgica 
· Antes do paciente sair da sala cirúrgica 
Desse modo, um único profissional deverá conduzir a checagem e confirmar se a equipe completou suas tarefas, antes de prosseguir. Caso identifique alguma não conformidade, mantém-se o paciente na sala de cirurgia até que o incidente seja solucionado. Antes da indução anestésica, confirmam-se informações com o próprio paciente, incluindo seu nome completo e o sítio cirúrgico. Antes da incisão, por sua vez, ocorre a confirmação verbal do procedimento cirúrgico e da função de cada membro da equipe. 
Finalmente, ao término da cirurgia, realiza-se a contagem de compressas e instrumentais, a revisão do plano de cuidado e da recuperação pós-anestésica. Tudo isso é feito com o paciente ainda em sala, oportunizando qualquer correção eventualmente necessária. 
Vale acrescentar que os checklists cirúrgicos da OMS são apenas modelos básicos, que precisam ser adaptados à realidade de cada organização. Assim, desenvolve-se a lista de verificação cirúrgica institucional com base nos princípios da cirurgia segura do PNSP.
Protocolo de Prescrição Segura
O Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso, e Administração de Medicamentos tem como objetivo a promoção do uso seguro de medicamentos nos estabelecimentos de saúde. 
· Estudo realizado nos Estados Unidos apontou que cada paciente internado em hospital está sujeito a um erro de medicação por dia. 
· No Brasil, temos alguns relatos isolados, apontando que esses eventos adversos também são comuns em nosso meio. 
Adicionalmente, medicamentos chamados de potencialmente perigosos ou de alta vigilância possuem maior risco de danos, quando associados a erros. 
Acrescentar uma etapa de conferência pode diminuir esses eventos adversos, apontando a falha antes que atinja o paciente. Ainda segundo o protocolo de prescrição segura, é preciso verificar todas as prescrições, não apenas as que contêm medicamentos perigosos. Itens como denominação do medicamento, dosagem e via de administração devem ser analisados em todas as prescrições.
Protocolo de Prevenção de Quedas 
A meta deste protocolo é reduzir a ocorrência de quedas de pacientes e os danos que elas causam. Para isso, deve-se adotar medidas preventivas como: avaliação de risco do paciente e a promoção de um ambiente mais seguro, com piso antiderrapante, boa iluminação etc. Certas doenças predispõem à queda, como demência e osteoporose.Também existem medicamentos que tornam os indivíduos mais propensos à queda, como, por exemplo, certos anti-hipertensivos que provocam tontura. Enfim, estima-se que as quedas podem causar danos em quase metade dos casos. Muitas quedas resultam em fraturas, traumatismos cranianos e sangramentos, que podem provocar sequelas e até a morte.
Protocolo para Verificação de Úlcera por Pressão 
Este protocolo tem como meta prevenir a ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões da pele. 
A incidência de UPP em pacientes hospitalizados aumenta, quando associada a fatores de risco como idade avançada e restrição ao leito. 
As UPPs dificultam o processo de recuperação e, frequentemente, causam dor e provocam infecções graves. 
Adicionalmente, UPPs podem desencadear prolongamento da internação, sepse e até morte. Os pacientes mais suscetíveis devem ser reavaliados diariamente. Nesse sentido, existem diversas escalas de alto poder preditivo para o desenvolvimento de alterações de pele, que são facilmente aplicáveis, desde a admissão do paciente. Assim, a prevenção de lesões cutâneas poderá ser instituída precocemente. 
Tais medidas preventivas incluem cuidados com alimentação, hidratação da pele, mudança de decúbito, uso de superfícies de apoio para redistribuição do peso e manejo da dor.
REFERÊNCIA
Reflexões acerca da Iatrogenia e Educação Médica: https://www.scielo.br/j/rbem/a/TBkvps84VJnYt49HNh9Df6p/?format=pdf&lang=pt
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP): https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/pnsp
PMSUS 5 DO ANO PASSADO 
SEGURANÇA DO PACIENTE: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf
1. DEFINIR 
I
ATROGENIA
, SEUS IMPACTOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE E COMO EVITÁ
-
LA:
 
DEFINIR:
 
Iatrogenia é uma palavra que 
deriva do grego: o radical iatro (“iatrós”), significa médico, remédio, medicina; geno 
(“gennáo”), aquele que gera, produz; e “Ia”, uma 
qualidade
. 
 
A iatrogenia poderia, portanto, ser entendida como qualquer atitude do médico. Entretanto, o significado mais 
aceito é o de que 
iatrogenia consiste num resultado negativo da prática médica
. Nesse sentido, um médico, ainda 
que disponha dos melho
res recursos tecnológicos diagnósticos e terapêuticos, é passível de cometer iatrogenias
 
Iatrogenia (ou iatrogenose, iatrogênese) abrange, portanto, os 
danos materiais
 
(uso de medicamentos, cirurgias 
desnecessárias, mutilações, etc.) e 
psicológico
s (psicoi
atrogenia 
–
 
o comportamento, as atitudes, a palavra) 
causados ao 
paciente não só pelo médico como também por sua equipe
 
(enfermeiros, psicólogos, assistentes 
sociais, fisioterapeutas, nutricionistas e demais profissionais)
 
Sob esta óptica, os “erros médico
s”, tais como os conhecemos no Código de Ética Médica 
(imperícia, imprudência, 
negligência) se enquadram na categoria de iatrogenias
, no entendimento contemporâneo
 
SITUAÇÕES QUE FAVORECEM A OCORRÊNCIA DE IATROGENIAS
 
São inúmeras as situações na prática clí
nica, e mesmo no ensino, que favorecem a ocorrência de iatrogenoses. De 
forma bastante sucinta, elas podem ser assim agrupadas:
 
Quanto ao Modelo Biomédico:
 
 
A prática 
clínica ocidental
 
está baseada 
apenas nas doenças
, com a crescente 
desvalorização da escuta
. Esse é um 
dos motivos pelos quais a sociedade vem exigindo o retorno do “médico de família” e mesmo o direito a serviços 
médicos não alopáticos. 
 
A superespecialização
, acompanhando o progresso da tecnologia e o crescente fenômeno
 
da medicalização da 
sociedade, faz com que o paciente se sinta pressionado a visitar diversos profissionais para o acompanhamento de 
determinado transtorno.
 
 
E o paciente torna
-
se cada vez mais carente. 
 
A quase 
exigência de uma receita médica ou pedido d
e exame
 
cada vez que consulta um médico é uma prova disso
 
No Âmbito da Relação Médico
-
Paciente
 
 
Os aspectos psicodinâmicos da relação médico
-
paciente devem ser percebidos pelo médico a fim de que ele possa 
compreender que tais fenômenos interferem no cerne
 
desta relação.
 
Nesse sentido, 
determinados modelos de 
relação médico
-
paciente
 
permitem que as iatrogenias aconteçam com 
mais facilidade.
 
A sensibilidade diagnóstica, sobrepujada 
pelos excessivos pedidos de exames complementares
, pode favorecer o 
estabelec
imento de diagnóstico equivocado, com o conseqüente tratamento de uma enfermidade que o paciente 
não possui.
 
 
Finalmente, 
a linguagem não
-
verbal
 
influencia sobremaneira a conduta terapêutica e é percebida pelo paciente: 
gestos, linguajar, trajes, disposiçã
o dos móveis, cor das paredes do consultório, etc.
 
Outras Situações Causadoras de Iatrogenia
 
 
As 
más condições de trabalho
, queixa freqüente entre professores e médicos: o 
profissional trabalha 
mais tempo
 
por dia, em 
diferentes 
locais
, atendendo uma 
quantidade 
crescente de pacientes
, 
em consultas rápidas.
 
As condições físicas do estabelecimento podem influenciar a conduta do profissional. 
 
O prontuário médico 
–
 
que deveria ser o melhor “parceiro” do médico 
–
 
acaba sendo preenchido de maneira 
inadequada, incompleta,
 
não sendo registradas ali informações relevantes acerca das características do paciente e 
do seu processo de adoecer.
 
 
1. DEFINIR IATROGENIA, SEUS IMPACTOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE E COMO EVITÁ-LA: 
DEFINIR: 
Iatrogenia é uma palavra que deriva do grego: o radical iatro (“iatrós”), significa médico, remédio, medicina; geno 
(“gennáo”), aquele que gera, produz; e “Ia”, uma qualidade. 
A iatrogenia poderia, portanto, ser entendida como qualquer atitude do médico. Entretanto, o significado mais 
aceito é o de que iatrogenia consiste num resultado negativo da prática médica. Nesse sentido, um médico, ainda 
que disponha dos melhores recursos tecnológicos diagnósticos e terapêuticos, é passível de cometer iatrogenias 
Iatrogenia (ou iatrogenose, iatrogênese) abrange, portanto, os danos materiais (uso de medicamentos, cirurgias 
desnecessárias, mutilações, etc.) e psicológicos (psicoiatrogenia – o comportamento, as atitudes, a palavra) 
causados ao paciente não só pelo médico como também por sua equipe (enfermeiros, psicólogos, assistentes 
sociais, fisioterapeutas, nutricionistas e demais profissionais) 
Sob esta óptica, os “erros médicos”, tais como os conhecemos no Código de Ética Médica (imperícia, imprudência, 
negligência) se enquadram na categoria de iatrogenias, no entendimento contemporâneo 
SITUAÇÕES QUE FAVORECEM A OCORRÊNCIA DE IATROGENIAS 
São inúmeras as situações na prática clínica, e mesmo no ensino, que favorecem a ocorrência de iatrogenoses. De 
forma bastante sucinta, elas podem ser assim agrupadas: 
Quanto ao Modelo Biomédico: 
A prática clínica ocidental está baseada apenas nas doenças, com a crescente desvalorização da escuta. Esse é um 
dos motivos pelos quais a sociedade vem exigindo o retorno do “médico de família” e mesmo o direito a serviços 
médicos não alopáticos. 
A superespecialização, acompanhando o progresso da tecnologia e o crescente fenômeno da medicalização da 
sociedade, faz com que o paciente se sinta pressionado a visitar diversos profissionais para o acompanhamento de 
determinado transtorno. 
E o paciente torna-se cada vez mais carente. 
A quase exigência de uma receita médica ou pedido de exame cada vez que consulta um médico é uma prova disso 
No Âmbito da Relação Médico-Paciente 
Os aspectos psicodinâmicos da relação médico-paciente devem ser percebidos pelo médico a fim de que ele possa 
compreender que tais fenômenos interferem no cerne desta relação. 
Nesse sentido, determinados modelos de relação médico-paciente permitem que as iatrogenias aconteçam com 
mais facilidade. 
A sensibilidade diagnóstica, sobrepujada pelos excessivos pedidos de exames complementares, pode favorecer o 
estabelecimento de diagnóstico equivocado,com o conseqüente tratamento de uma enfermidade que o paciente 
não possui. 
Finalmente, a linguagem não-verbal influencia sobremaneira a conduta terapêutica e é percebida pelo paciente: 
gestos, linguajar, trajes, disposição dos móveis, cor das paredes do consultório, etc. 
Outras Situações Causadoras de Iatrogenia 
As más condições de trabalho, queixa freqüente entre professores e médicos: o profissional trabalha mais tempo 
por dia, em diferentes locais, atendendo uma quantidade crescente de pacientes, em consultas rápidas. 
As condições físicas do estabelecimento podem influenciar a conduta do profissional. 
O prontuário médico – que deveria ser o melhor “parceiro” do médico – acaba sendo preenchido de maneira 
inadequada, incompleta, não sendo registradas ali informações relevantes acerca das características do paciente e 
do seu processo de adoecer.

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