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WBA0326_v1.0 Elaboração de Laudo Técnico e Perícias Judiciais Metodologia e Desenvolvimento de Laudos Técnicos e Perícias Judiciais Bloco 1 Everlânia Maria da Silva Inspeção predial • Vistoria da edificação para determinar suas condições técnicas, funcionais e de conservação, visando direcionar o plano de manutenção. • Caracterizada como o regramento que deve ser observado pelo profissional habilitado que vai diagnosticar o estado geral existente, bem como indicar as providências que deverão ser encaminhadas no âmbito da manutenção. • O critério utilizado para elaboração de laudos de inspeção predial se baseia na análise do risco mediante o uso e exposição ambiental. Inspeção predial • Segundo a NBR 13.752 (ABNT, 2013, p. 8), “A análise do risco consiste na classificação das anomalias detectadas nos diversos componentes de uma edificação, quanto ao seu grau de urgência, relacionado com fatores de conservação, depreciação, saúde, segurança, funcionalidade e dos sistemas da edificação”. • Na mesma norma consta o seguinte critério para a classificação das anomalias constatadas conforme seu grau de urgência: • Grau crítico: risco iminente contra a saúde e segurança. • Grau regular: risco de funcionalidade. • Grau mínimo: risco de desvalorização precoce. Inspeção predial Itens iniciais e imprescindíveis de avaliação quanto à exposição e condições da edificação: • Acesso aos projetos. • Idade da obra, datas de manifestações e possíveis intervenções anteriores. • Tipo de sistema construtivo, condições dos materiais e serviços executados. Inspeção predial • Condições de exposição climática e classe de agressividade ambiental (vide tabela 6.1). • Finalidade de uso e cumprimento. • Existência de manutenções de rotina. • Presença de manifestações patológicas para mapeamento e diagnóstico. Fonte: ABNT (2014, p. 17). Quadro 1 - Classificação de agressividade ambiental sobre estruturas Inspeção predial Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE: requisitos essenciais • Identificação do solicitante da perícia (pessoa física ou jurídica, entidade, autoridade judiciária, indicando o Tribunal ou Vara, número dos autos e respectivo ano etc.). • Identificação do objeto da perícia, a partir dos elementos de seu cadastro físico, da vistoria, do exame, da avaliação ou do arbitramento. • Data da diligência (período de tempo, hora). • Data do laudo ou parecer técnico; se for outra a data de referência, explicitá-la claramente, em seguida, o valor ou respectivo fato de ocorrência. Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE: requisitos essenciais • Identificação do objetivo da perícia, de sorte a estabelecer o grau de detalhamento das atividades a serem desenvolvidas no trabalho. • Identificação do proprietário do bem; quando for desconhecido, ou houver dúvida, a ocorrência deverá ser devidamente enfatizada. • Levantamento e descrição sumária de todos os dados disponíveis que permitiram ao perito fazer seu estudo e fundamentar sua convicção e conclusão (dimensões, áreas, utilidades, materiais construtivos, detalhes técnicos etc.), devendo constar no mínimo: • Anamnese do caso, apresentada cronologicamente, identificando as datas de ocorrência dos eventos. • Indicação e caracterização da situação encontrada e de eventuais danos ou eventos, documentadas quando necessário e cabível por croqui, plantas, fotografias etc. • Infrações às normas técnicas ou aos usos e costumes. • Conclusões. • Nome completo, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do ou dos profissionais responsáveis. Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE: requisitos essenciais • No caso de perícias judiciais, o perito deve redigir seu parecer e respostas aos quesitos no sentido de esclarecer tecnicamente os problemas objetos da lide. Quando as respostas conduzirem a duas ou mais hipóteses, o perito deverá explicitá-las, com justificações técnicas que permitam ao julgador decidir as questões de mérito. Observação • Quando cabíveis no contexto do objetivo do parecer: • Vistoria ou exame do objeto da perícia. • Diagnóstico dos itens objeto da perícia. • Coleta de informações. • Análise das ocorrências e elementos períciais. • Condições de estabilidade do prédio. • Prognósticos de evoluções patológicas, quando possível; soluções propostas, quando possível, ou proposta de soluções, se assim for solicitado. • Considerações finais e conclusão. Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE: requisitos essenciais Metodologia e Desenvolvimento de Laudos Técnicos e Perícias Judiciais Bloco 2 Everlânia Maria da Silva Requisitos do laudo pericial • Para preencher os requisitos, é importante avaliar as anomalias, considerando: identificação das manifestações patológicas, mecanismo de dano, diagnóstico, consequência e prognóstico. • Importante que, para indicação de diagnóstico, o profissional aplique metodologia técnica de avaliação. Método GxUxT (GUT) • Metodologia que, aplicada às perícias de engenharia, auxilia na organização dos danos diagnosticados na edificação, permitindo qualificação e quantificação dos problemas encontrados, bem como gerenciamento das atividades a serem executadas. • O termo GUT é a sigla para os fatores Gravidade, Urgência e Tendência. • Quando aplicados às manifestações, esses fatores permitem além da avaliação de mecanismo de dano encontrado, nível de urgência em reparo e possível consequência quanto a evolução dos danos. Método GxUxT (GUT) Fonte: elaborada pela autora. Figura 1 - Método GxUxT Metodologia e Desenvolvimento de Laudos Técnicos e Perícias Judiciais Bloco 3 Everlânia Maria da Silva Conceitos complementares à aplicação da inspeção predial Vida Útil e a Norma de Desempenho Definições da NBR 15.575 (ABNT, 2013): Durabilidade ⇒ Característica do edifício ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas, até um estado limite de utilização. Vida Útil ⇒ Período de tempo durante o qual o edifício (ou seus sistemas) mantém o desempenho esperado, quando submetido às atividades de manutenção predefinidas em projeto. Conceitos de vida útil do edifício • Tempo de Vida Útil dos sistemas da edificação, pela NBR 15.575 (ABNT, 2013): Sistema VUP mínima (anos) Estrutura ≥ 40 Pisos internos ≥ 13 Vedação vertical externa ≥ 40 Vedação vertical interna ≥ 20 Cobertura ≥ 20 Hidrossanitário ≥ 20 Quadro 2 - Tempo de vida útil dos sistemas de edificação de acordo com a NBR 15.575 (ABNT, 2013) Fonte: adaptado de ABNT (2013). Conceitos de Vida Útil do edifício • Tempo de Vida Útil dos sistemas da edificação, pela NBR 15.575 (ABNT, 2013): Quadro 3 - Tempo de vida útil dos sistemas de edificação (NBR 15575) Fonte: adaptado de ABNT (2013). Categoria Descrição Vida útil de projeto (anos) Exemplos 1 Temporária < 10 Galpões não permanentes e edificações para exposições temporárias. 2 Vida curta > 10 Salas de aula temporárias; construções para processos industriais curtos. 3 Vida média > 30 Maioria das edificações industriais. 4 Vida normal > 60 Novos edifícios educacionais e saúde. 5 Vida longa > 120 Edifícios de importância política e outras edificações de alta qualidade. Conceitos complementares à aplicação da inspeção predial Métodos de Avaliação NBR 15.575 (ABNT, 2013): • Análise do projeto de acordo a normas específicas (método implícito). • Ensaios físico-químicos e de envelhecimento acelerado (método explícito). • Modelos de previsão (método explícito). Teoria em Prática Bloco 4 Everlânia Maria da Silva Inspeção Predial – objetivos práticos Itens a serem considerados para inspeção: I – identificar preventivamente eventuais falhas de segurança que possam comprometer a estabilidade das construções. II – prevenir danos e proteger o patrimônio, a integridade física e a vida dos usuários das edificações. Inspeção Predial – objetivospráticos III – avaliar o estado geral da edificação quanto: a) à estrutura da edificação. b) aos elementos de fachada e marquise. c) às instalações prediais elétricas e hidrossanitárias, de distribuição de gases combustíveis e de segurança contra incêndio. d) aos reservatórios de água e da casa de máquinas, quando existirem. IV – verificar: a) o cumprimento da legislação vigente. b) a realização das manutenções preventivas. Inspeção Predial – objetivos práticos Observação sobre a prática Alguns municípios (ex.: São Paulo, Fortaleza, Natal etc.) instituíram Leis Municipais, em consonância com as normas nacionais, para aplicação de programas de inspeções periódicas, por meio de Secretaria Municipal junto ao conselho de classe. Reflita sobre a seguinte situação Após a conclusão da construção de um prédio público, o vizinho reclamou com a administração que a obra havia causado fissuras em sua residência. O gestor público nomeou um engenheiro civil como perito para apurar as causas do problema, e ele constatou que o motivo das fissuras foi o processo construtivo das fundações. Que medida poderia contribuir para o trabalho de perícia? Norte para a resolução... • A sondagem dos terrenos é atividade obrigatória dentro dos Serviços Preliminares de uma construção. • Para edificações em áreas muito adensadas torna-se necessário, além da sondagem do terreno, um estudo de impacto de vizinhança. • Para complementar o estudo de impacto de vizinhança convém fazer um levantamento de todas as manifestações preexistentes em edificações vizinhas e documentar, para efeito de consulta futura. Uma análise prévia das condições de entorno, tanto do terreno como das construções existentes e perícia de vizinhança teriam contribuído para um estudo de impacto e para o trabalho de perícia. Norte para a resolução... Dica da Professora Bloco 5 Everlânia Maria da Silva Dica da Professora As seguintes normas são indispensáveis para entendimento das características dos elementos das edificações, bem como dos conceitos e procedimentos de vistorias e perícias construtivas: • ABNT NBR 6.118/2014: aborda procedimentos de execução de Estruturas de Concreto, considerando classificações das Classes de Agressividade Ambiental e Finalidades de Uso; características de Desempenho, Estados-Limites, entre outros. • ABNT NBR 5.674/2012: apresenta os requisitos para o sistema de gestão de manutenção, avaliação do uso e redação do laudo técnico de inspeção predial. • ABNT NBR 13.752/1996: apresenta definições, conceitos e orientações para perícias de engenharia na construção civil. • ABNT NBR 15.575-1/2013: apresenta requisitos de desempenho esperado e procedimentos de manutenção, para os diferentes sistemas da edificação, em função do tempo de utilização. Referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5.674: manutenção de edificações: requisitos para o sistema de gestão de manutenção. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.752: perícias de engenharia na construção civil. Rio de Janeiro: ABNT, 1996. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.575-1: edifícios habitacionais de até cinco pavimentos – desempenho – parte 1: requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16.747: inspeção predial - diretrizes, conceitos, terminologia e procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. FIKER, J. Manual de avaliações e perícias em imóveis urbanos. 5. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2019. IBAPE. Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia. Perícias de engenharia. São Paulo: Pini, 2015. Bons estudos! Elaboração de Laudo Técnico e Perícias Judiciais Metodologia e Desenvolvimento de Laudos Técnicos e Perícias Judiciais Inspeção predial Inspeção predial Inspeção predial Inspeção predial Inspeção predial Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE:�requisitos essenciais Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE:�requisitos essenciais Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE:�requisitos essenciais Observação Estrutura para laudo pericial pela norma nacional do IBAPE:�requisitos essenciais Metodologia e Desenvolvimento de Laudos Técnicos e Perícias Judiciais Requisitos do laudo pericial Método GxUxT (GUT) Método GxUxT (GUT) Metodologia e Desenvolvimento de Laudos Técnicos e Perícias Judiciais Conceitos complementares à aplicação da inspeção predial Conceitos de vida útil do edifício Conceitos de Vida Útil do edifício Conceitos complementares à aplicação da inspeção predial Teoria em Prática Inspeção Predial – objetivos práticos Inspeção Predial – objetivos práticos Inspeção Predial – objetivos práticos�Observação sobre a prática Reflita sobre a seguinte situação Norte para a resolução... Norte para a resolução... Dica da Professora Dica da Professora Referências Bons estudos!
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