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Caracterização de resíduos líquidos e efluentes Efeitos nocivos, riscos e impactos no meio ambiente e os agravos à saúde

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Meio ambiente
Caracterização de resíduos líquidos e
efluentes – Efeitos nocivos, riscos e impactos
no meio ambiente e os agravos à saúde
Efeitos e impactos ambientais
Quando falamos em efluentes líquidos lançados em corpos receptores, seja em
rios, lagos, lagoas ou oceanos, logo nos lembramos de um dos problemas
ambientais mais comuns, a eutrofização. Esse problema ocorre pelo excesso de
nutrientes básicos nos corpos d’água.
A eutrofização, portanto, é o processo que ocorre quando um corpo receptor
está com excesso de certos nutrientes básicos, ou seja, é o processo de
enriquecimento excessivo e continuado de um corpo receptor por macronutrientes,
principalmente por nitrogênio (N) e fósforo (P).
O excesso de nutrientes na água causa o desenvolvimento excessivo e
indesejável de plantas aquáticas que alteram o equilíbrio biológico do corpo d’água.
A eutrofização pode ser afetada por vários fatores, entre eles estão: tempo de
residência, velocidade do fluxo, profundidade, condições climáticas, cor ou turbidez
do corpo receptor. Esta eutrofização ocorre com mais frequência em corpos
receptores estagnados, ou seja, em lagos, lagoas e reservatórios, mas podem
ocorrer também em ambiente marinho (estuário) e até mesmo em cursos d’água,
principalmente em cursos d’água com baixo fluxo.
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Figura 1 – Lagoa da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, eutrofizada devido ao
lançamento de esgotos dos condomínios
Fonte: PIRES (2016).
A imagem mostra uma foto aérea de uma lagoa no Rio de Janeiro com
proliferação de algas na cor verde devido ao lançamento de esgotos dos
condomínios.
Outros efeitos nocivos ao meio ambiente e, principalmente, à saúde da
população são provenientes das atividades humanas, esgotamento sanitário,
indústrias de celulose e papel, pecuária, entre outras. Esses efeitos estão
relacionados conforme as suas principais fontes na tabela a seguir.
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Tipo de
substância
poluente
Principais fontes
humanas Efeitos nocivos
Resíduos
orgânicos, como
esterco de animal e
resíduos vegetais,
que podem ser
decompostos por
bactérias aeróbicas
(presença de
oxigênio).
Esgoto,
confinamento de
animais, fábrica de
papel e instalação
de processamento
de alimentos.
As grandes
populações de
bactérias que
decompõem esses
resíduos podem
degradar a
qualidade da água
ao esgotar o
oxigênio dissolvido
nela.
Substâncias
químicas
inorgânicas
(substâncias
solúveis em água,
por exemplo, como
ácidos, metais
pesados – chumbo,
arsênico e selênio
– e sais, como
cloreto de sódios e
os fluoretos).
Escoamento
superficial,
efluentes industriais
e produtos de
limpeza doméstica.
Podem tornar
a água inutilizável
para beber ou
irrigar; provocar
câncer de pele e
outras doenças;
comprometer o
sistema nervoso, o
fígado e os rins;
diminuir a
produção das
plantações;
acelerar a corrosão
dos metais
expostos em água.
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Tipo de substância poluente
Resíduos orgânicos, como esterco de animal e resíduos
vegetais, que podem ser decompostos por bactérias aeróbicas
(presença de oxigênio).
Substâncias químicas inorgânicas (substâncias solúveis
em água, por exemplo, como ácidos, metais pesados –
chumbo, arsênico e selênio – e sais, como cloreto de sódios e
os fluoretos).
Principais fontes humanas
Esgoto, confinamento de animais, fábrica de papel e
instalação de processamento de alimentos.
Escoamento superficial, efluentes industriais e produtos de
limpeza doméstica.
Efeitos nocivos
As grandes populações de bactérias que decompõem
esses resíduos podem degradar a qualidade da água ao
esgotar o oxigênio dissolvido nela.
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Podem tornar a água inutilizável para beber ou irrigar;
provocar câncer de pele e outras doenças; comprometer o
sistema nervoso, o fígado e os rins; diminuir a produção das
plantações; acelerar a corrosão dos metais expostos em água.
Tabela 1 – Efeitos nocivos e suas principais fontes de geração
Fonte: adaptado de <http://www.economiadomeioambiente.com.br/solu%C3%A7%C
3%B5es-ambientais/agua/poluentes-da-agua/>.
Impactos à saúde da população
O saneamento ambiental ainda está longe de ser uma prioridade dos
governantes, e a precariedade dos serviços no Brasil gera consequências graves à
população. Além da poluição dos mananciais, outros efeitos nocivos da deficiência
ou inexistência dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, de drenagem urbana
e do fornecimento de água limpa são as chamadas doenças de veiculação hídrica.
Infecções intestinais, doenças parasitárias e diarréias também ocasionam
milhares de internações por ano. De acordo com o estatuto do Instituto Trata Brasil,
em 2011, aconteceram 400 mil internações por diarréia, sendo a metade de crianças
de 0 a 5 anos, confirmando as doenças hídricas como a principal causa de
mortalidade infantil do Brasil. No mundo, 1,5 milhão de crianças morrem anualmente
por enfermidades relacionadas à falta de saneamento básico.
Com base nos dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, o instituto revelou que cerca de
metade da população brasileira não tem esgoto coletado em suas casas e apenas
40% do esgoto recolhido é encaminhado a tratamento. Apesar de 82,5% dos
brasileiros terem acesso à água potável, ainda são 35 milhões de pessoas sem o
serviço.
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Existem várias doenças de veiculação hídrica causadas pela falta de
saneamento básico, entre elas estão:
Febres tifoide e paratifoide
É uma doença grave, produzida pela bactéria Salmonellatyphi. Evolui,
geralmente, em um período de quatro semanas. Do momento em que a pessoa
adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas, decorrem de cinco a
23 dias (período de incubação). A fonte de infecção é o doente, desde o instante em
que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas
fezes.
A febre paratifoide é mais rara do que a tifoide. Produzida pela
Salmonellaparatyphidos tipos “A”, “B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da
febre tifoide: doentes e portadores.
Transmissão: A doença é transmitida pelas descargas do intestino (fezes) que
contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifoide é ingerido
com os alimentos e a água contaminada.
Sintomas: Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios,
indisposição gástrica, diarreia e aumento do baço. A incubação da paratifoide “A”
varia de quatro a dez dias.
Prevenção
Destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas ou redes de
esgotos
Tratar a água
Combater as moscas
Efetuar exame e vacinação e promover a educação sanitária dos
manipuladores de alimentos
Higienizar os alimentos
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O diagnóstico é feito pelo exame de sangue e pelas pesquisas de bacilos nas
fezes. O tratamento é à base de Clorafenicol.
Cólera
É uma doença causada pelo micróbio Vibriocholerae, que se localiza no
intestino das pessoas, provocando, nos casos graves, diarreia e vômitos intensos.
Em decorrência das diarreias e dos vômitos, o indivíduo perde grande parte dos
líquidos de seu organismo, ficando desidratado rapidamente. Se não for tratada logo,
essa desidratação pode levar o doente à morte em pouco tempo.
Transmissão: A doença é transmitida, principalmente, por meio da água
contaminada pelas fezes e pelos vômitos dos doentes. Também pode ser transmitida
por alimentos que foram lavados com água já contaminada pelo micróbio causador
da doença e não foram bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes ou portadores.
Sintomas Diarreia intensa que começa de repente. As evacuações do doente
de cólera são de cor esverdeada com uma espuma brancaem cima, sem muco ou
sangue. A febre, quando existe, é baixa. Junto com a diarreia, podem aparecer
vômitos e cólicas abdominais. A pessoa doente chega a evacuar, desde o início, uma
média de um a dois litros por hora. Dessa maneira, a desidratação ocorre
rapidamente.
Hepatite A: É uma doença causada pelo vírus da hepatite tipo A, hepatovirus
RNA, da família Picornavirideo.
Transmissão: Período de incubação: de 15 a 50 dias. A transmissão pode
ocorrer por meio da água contaminada. Os indivíduos doentes podem transmiti-la
pelas fezes duas semanas antes até uma semana após o início da icterícia. A
transmissão pode ocorrer também pela transfusão de sangue, duas a três semanas
antes e alguns dias após a icterícia. É uma doença endêmica no nosso meio.
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Sintomas: A hepatite apresenta dois períodos. No anictérico, há ocorrência de
mal-estar, náuseas e urina escura, alguns dias antes do aparecimento da icterícia.
Muitas vezes, o paciente é assintomático. No ictérico, há ocorrência de náuseas e
dor abdominal, aumento do fígado e icterícia. Dura, em média, de duas a três
semanas.
Prevenção
Higienizar os alimentos
Tratar a água – Os vírus “A” resistem aos métodos de cloração da
água, mas a água fervida durante 10 a 15 minutos os inativa
Isolar o doente – Após aparecer a icterícia, a transmissão do vírus “A”
pelas fezes ocorre na primeira semana e, pelo sangue, nos primeiros
dias
Usar seringa descartável
Amebíase: Doença causada pelo protozoário da espécie Entamoeba
hystolitica, que se instala no intestino do ser humano.
Transmissão
Ingestão de cistos eliminados com as fezes humanas.
Cistos eliminados com as fezes, se deixados próximos a rios, lagoas,
fossas, podem contaminar a água.
Moscas e baratas se transformam em vetores de transmissão quando
se alimentarem de fezes de pessoas infectadas pelo parasita.
É possível contaminar-se pela ameba se alimentando de frutas e
verduras cruas contaminadas ou, também, por mãos sujas de pessoas
que lidam com os alimentos.
Sintomas: Dores abdominais; diarreia, seguida de períodos de prisão de ventre;
e ulcerações intestinais.
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Prevenção
Providenciar saneamento básico
Proteger os alimentos dos vetores de transmissão (moscas e baratas)
Regar as verduras com água potável
Lavar frutas e verduras em água corrente antes de consumi-las
Lavar bem as mãos com sabão e água corrente
Giardíase Causada pelo protozoário da espécie Giardia lambliae.
Transmissão Ingestão de cistos eliminados com as fezes humanas. O contágio
ocorrer pela ingestão de alimentos e água contaminados ou pelo contato com os
vetores de transmissão, como moscas etc.
Sintomas A infecção pode ser totalmente assintomática. Outras vezes, provoca
irritabilidade, dor abdominal e diarreia intermitente. Em alguns casos, pode estar
associada a um quadro de má absorção e desnutrição.
Prevenção
Providenciar saneamento básico
Proteger os alimentos dos vetores de transmissão (moscas e baratas)
Regar as verduras com água potável
Lavar frutas e verduras em água corrente antes de consumi-las
Lavar bem as mãos com sabão e água corrente
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