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30/07/2023, 14:48 Versão para impressão
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Meio ambiente
Ecossistemas: rurais, urbanos, costeiros e
aquáticos, biomas brasileiros
Os ecossistemas são complexos formados pela interação dos conjuntos abióticos
e bióticos, os quais geram troca de matérias, entre as partes vivas, e de energia, entre
os seres vivos.
Para entendermos a dimensão de um ecossistema, é preciso pensar que uma
floresta ciliar é considerada como tal, pois é composta por troncos podres que tem
vermes, sapos e fungos que interagem entre si, entre outras interações. Não há uma
dimensão exatamente definida.
Portanto, podemos falar tanto de grandes áreas quanto de microecossitemas. Os
ecossistemas, de forma ampla, são divididos em terrestres e aquáticos. Tendo sempre
em comum a formação de fatores bióticos e abióticos.
Você se lembra de que abiótico são os não vivos, certo?
Os componentes bióticos, no entanto, podem ser divididos da seguinte maneira:
Clique ou toque nos botões abaixo para acessar o conteúdo.
Produtores
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Consumidores
Decompositores
A interação desses seres acontece pela transmissão de energia e nutrientes, o
que chamamos de cadeia alimentar. Um exemplo seria uma planta (produtora) que
serve de alimento para um peixe (consumidor primária), o qual em seguida serve para
alimentar o homem (consumidor secundário). Representamos da seguinte maneira:
Produtores
São os organismos autotróficos (produzem seu próprio alimento),
representados pelas plantas e algas.
Consumidores
São os seres heterotróficos (alimentam-se principalmente de outros seres
vivos), representado pelos animais (herbívoros, carnívoros, onívoros,
hematófagos, insetívoros e detritívoros).
Decompositores
Também são seres heterotróficos, mas estes têm ação de decompor a
matéria orgânica e dessa forma liberar nutrientes, os quais poderão ser utilizados
pelos produtores. Representados por algumas bactérias e fungos.
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planta > peixe > homem
Essa relação alimentar - o fluxo de energia - é comum em qualquer tipo de
ecossistema, seja terrestre ou aquático. Observar de que forma se estabelece a cadeia
alimentar, permite compreender como ocorre a interação dos organismos; fornecendo
pistas para o reconhecimento de como os seres são interdependentes. Como na
natureza não há apenas um tipo de organismo que pode servir de alimento ao outro, o
comum é uma teia alimentar, com fluxo de energia não linear.
Figura 1 - Cadeia alimentar
Fonte: <http:// canalcienci as.blogspo t.com.b r/2011/0 2/7-ano- os-seres-vivo s-e-o-ambi 
ente.html>.
Na imagem está presente uma cadeia alimentar, representada na seguinte
ordem: aves da margem, peixes maiores, lambaris, caramujos e plantas de fundo.
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Figura 2 - Teia alimentar
Fonte: <http:// canalcienci as.blogspo t.com.br/2 011/02/7-ano -os-seres-v ivos-e-o-a 
mbiente.html>.
Teia alimentar composta por produtores (árvore, verdura e gramíneas),
consumidores primários (zebra, coelho, rato e inseto herbívoro), consumidores
secundários (cobra, coruja, raposa e lagarto), consumidores terciários (onça e gavião)
e decompositores.
Agora vamos conhecer como alguns ecossistemas estão presentes em
determinados ambientes:
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Ecossistemas rurais
Os ambientes rurais são caracterizados pela alteração do ecossistema natural,
causado pela interferência humana. Apesar de muitas vezes relacionarmos o ambiente
rural à natureza, na verdade, o que podemos observar, é toda uma dinâmica da teia
alimentar, da composição do solo, do ar, da água, alterada profundamente. Essa
alteração pode gerar prejuízos ambientais e acabar por rivalizar com os interesses dos
proprietários de terras.
Você já pensou que, na verdade, o que se chama de erva daninha, é puramente
a flora nativa na busca por reestabelecimento? E que, na verdade, na natureza não
existiria a cultura do exótico, pois isso representa não adaptação ao meio ambiente? O
ecossistema rural ou agroecossistema considera as questões ecológicas e
compreende a zona rural como um ecossistema modificado, que pode ser comparado
ao ambiente primitivo.
Ao compararmos o ecossistema original e o modificado, encontramos os
seguintes problemas:
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- Uso frequente de aragem do solo: com isso temos a degradação do solo por
compactação, a perda de água e a redução da matéria orgânica. - Agricultura baseada
em monoculturas: devido a isso, há aumento de pragas e doenças nas lavouras, o que
acaba também por desfavorecer a diversidade biológica. - Uso de fertilizantes
sintéticos: leva à contaminação do solo, de animais e até dos reservatórios de água
subterrâneos. - Consumo excessivo de água: a irrigação acaba por salinizar o solo,
gerar erosão e também a contaminação dos aquíferos. - Uso de pesticidas para
controle químico de pragas, “ervas daninhas” e doenças: um dos maiores causadores
de interferências na teia alimentar, pois, muitas vezes, a aplicação mata os predadores
naturais.
Ao refletirmos sobre esses problemas rurais, percebemos o quanto o homem
insiste para manter sua produção rentável, mesmo que esteja contra a natureza do
ecossistema. Mas, o paradoxal é que ao entender o ecossistema natural e realizar a
comparação e o aperfeiçoamento para ser mais próximo dele, o homem amplia as
chances de aumento de renda. O respeito ao meio ambiente e a manutenção das
atividades, a longo prazo, aumentam os resultados significativamente.
Para tal sucesso, são recomendadas as seguintes orientações:
Evitar ou reduzir os fertilizantes artificiais: buscar soluções biológicas, como
plantas fixadoras de nitrogênio e restos naturais encontrados no local, como esterco. A
rotação de culturas favorece o enriquecimento natural do solo e também não deixa que
o solo fique descoberto, fora da época tradicional de plantio, o que permite maior
proteção da terra com relação à insolação.
Manutenção da diversidade local: é possível conhecer melhor as espécies
nativas e futuramente até compreendê-las para melhoramento genético. Além disso,
elas podem ajudar no controle de pragas.
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Conhecer a cultura e os conhecimentos locais: muitas vezes é o agricultor,
aquele que retira os produtos agropecuários para seu sustento, quem mais entende
das espécies locais e da interação delas com o meio ambiente. É válido fazer uso
dessa sabedoria dos agricultores.
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Ecossistemas urbanos
Esse sistema foi criado pelo homem: a cidade. Os espaços urbanos podem ser
considerados ecossistemas devido às relações e às interações que ocorrem na zona
urbana, uma vez que levam em consideração os níveis ecológicos, sociais, culturais e
históricos das cidades.
Com o desenvolvimento acelerado das cidades, a população humana teve a
possibilidade de migrar para os grandes centros urbanos. Na busca por melhor
qualidade de vida, observou-se nas últimas décadas enorme crescimento urbano. No
Brasil, por exemplo, mais de 80% dos habitantes vivem em zonas urbanas, o que nos
faz um país urbanizado e com grandes metrópoles.
Diferente dos demais ecossistemas, o
urbano não é autossustentável.
O ecossistema urbano é totalmente dependente das áreas de agricultura e
pecuária, além das florestas que garantem a proteção dos mananciais de água, a
biodiversidade ambiental e a purificação da atmosfera. As cidades são locais de
entrada de energia, água, capital, matéria-prima, bem-estar, alimentos e informações.
Em contrapartida, elas são locais de saída de poluentes, calor residual, produtos
manufaturados, ruídos e capital. Portanto, vemos que as cidades, apesar da
dependência de recursos, também é geradora deoutros aspectos positivos.
Infelizmente, é nessa contrapartida que muitas vezes a sustentabilidade não é
planejada e trabalhada, desta forma, os demais ecossistemas são prejudicados. No
Brasil, com cidades que cresceram e ainda crescem sem planejamento, os prejuízos
ambientais são significativos; o desmatamento e a contaminação das águas de forma
crescente são alguns exemplos.
Mas, as cidades não podem ser sustentáveis?
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Claro que sim, e vocês poderão auxiliar na realização disso a partir do trabalho
prático de vocês. Obviamente que não depende apenas de uma empresa realizar sua
parte ambiental, mas a alteração da cultura local, a cobrança da preocupação com a
natureza pelo governo e o investimento em tecnologias sustentáveis. Tudo isso leva
tempo e é complexo, mas aos poucos e com paciência as mudanças podem ser
significativas.
Terradas (2001) postula que para buscar as
cidades sustentáveis é necessário o estudo das
seguintes esferas urbanas: compreender o clima,
a geografia, analisar a população (demografia,
saúde e mobilidade), conhecer as entradas/saídas
do espaço, a evolução do ecossistema ao longo
do tempo e também a sua projeção.
Realmente é complexo, mas se pensarmos a longo prazo, esse caminho é
inevitável.
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Ecossistemas costeiros e aquáticos
Esse ecossistema está relacionado às zonas costeira e marítima. No caso do
Brasil, há equipes de pesquisadores especializadas em estudos de ambientes
costeiros. Isto ocorre pelo fato de o país ter uma imensa área litorânea e boa parte da
população viver nessa região; são 13 capitais litorâneas, onde vivem cerca de 50
milhões de pessoas. Portanto, é uma área que sofre com os impactos causados pela
intensa necessidade de uso dos recursos, como exploração de petróleo e transporte
de navios.
Os mares e oceanos compõem 70% do
espaço da Terra.
Você saberia dizer a diferença entre eles?
Basicamente, os oceanos são extensos e profundos, em média com cerca de
3000 mil metros. Já os mares têm em média 1.000 metros e são delimitados pelos
continentes. No encontro com a água doce e a salgado há o ecossistema costeiro,
com alta diversidade de animais, plantas e é o local em que vive o homem. Na zona
costeira há os manguezais, ambientes que misturam água doce e salgada, o que gera
uma salinidade maior e cria um ambiente diferenciado e também a restinga.
Vamos conhecer um pouco dos organismos desses ambientes?
Primeiramente, precisamos conhecer os 3 tipos de ambientes, denominados da
seguinte forma:
Clique/toque nos títulos para expandir o conteúdo.
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Ambiente planctônico
São os seres vivos que flutuam e são levados pelas correntes. Podem ser fitoplânctos,
como as algas, ou os zooplânctons, como larvas de peixes. As algas são importantes
fotossintetizadoras e constituem, junto com o zooplâncton, um importante alimento
para os animais.
Ambiente nectônico
São os animais que nadam livremente, como os peixes, tartarugas, tubarões e arraias.
São os seres vivos que mais têm contato com os humanos. Eles têm importância
econômica, pois servem para a pesca. O bacalhau e as lagostas são alguns dos
exemplos.
Ambiente bentônico
São os animais que vivem nas profundezas. Alguns desses organismos não se
movem (como os corais), outros se arrastam ou nadam muito próximos do fundo. No
caso de ambientes marítimos, muitos desses seres ainda não foram descobertas,
devido à baixa luminosidade e a quantidade reduzida de oxigênio, o que dificulta a
exploração marítima.
Na restinga: tanto a flora quanto a fauna são adaptadas à alta salinidade, a
extremos de temperatura, à força dos ventos e da insolação, sendo o solo arenoso. As
plantas costumam ser resistentes, com anatomia retorcida e com raízes altamente
resistentes para fixação no solo. Cobras, lagartos, pequenos roedores e siris fazem
parte da restinga.
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No mangue: muitas vezes temos a ideia de que os mangues são áreas apenas
“com lodo”. Mas, na verdade, há muita biodiversidade nos manguezais! Você sabia
que o peixe-boi utiliza o mangue para reprodução? Também encontramos caranguejos
(gerador de renda para populações costeiras), ostras, peixes (como a tainha e robalo),
além da presença de algumas espécies de árvores, com suas características raízes
aéreas.
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Biomas brasileiros
O ecossistema é formado por diferentes biomas. Cada bioma é representado por
diferentes conjuntos de animais, plantas e solos adaptados, conforme cada região e
influenciados pelos fatores abióticos. Assim, podemos definir os biomas como sendo
um grupo de fatores bióticos, que adaptam-se e diferenciam-se conforme o clima, e
outros fatores abióticos, que interferem e influenciam na biodiversidade do local. No
Brasil estão presentes basicamente seis biomas e ambientes costeiros (representado
pelos rios e mares). Os biomas encontrados no Brasil são: Amazônia, Cerrado,
Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa. Assim, vamos apresentar, na sequência,
uma descrição sobre os biomas brasileiros. Você poderá utilizar essas informações
quando estiver trabalhando em regiões referentes aos biomas. É importante mencionar
que um estado pode apresentar mais de um bioma.
Vamos conhecer os biomas brasileiros?
Bioma Amazônia
Repleto de biodiversidade e fazendo fronteira com diversos países da América do
Sul, este bioma é considerado por muitos o “pulmão do mundo”. Hoje em dia sabemos
que não é somente este bioma que harmoniza as questões atmosféricas do planeta;
porém, a história de “pulmão do mundo” tornou ele o mais popular. Infelizmente sua
popularidade também é conhecida através do extensivo desmatamento ambiental
existente nos estados em que este bioma está presente.
Atualmente este bioma apresenta aproximadamente 4.196 milhões de km² e
cerca de 1,5 milhão de espécies vegetais e animais; algumas espécies representativas
são: peixes-boi, boto-rosa, lontras, onças pintadas etc.
Conforme MMA (s/data) a bacia amazônica é formada por cerca de 1.100
afluentes, os quais cobrem aproximadamente 6 milhões de km². Apresenta, como
recursos naturais mais conhecidos, as seringueiras (borracha), castanhas, peixes e
minérios.
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A Amazônia ocupa extensa área do território brasileiro e é a maior floresta do
mundo. Sua riqueza ambiental ainda é pouco conhecida e acredita-se que muitos
fármacos, alimentos, materiais para a indústria e muitas espécies ainda podem ser
descobertas. O bioma está presente nos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Acre,
Roraima, partes do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, mas ainda engloba os países
limítrofes com o Brasil; como as Guianas, Suriname, Venezuela, Equador, Peru e
Bolívia.
Muitas pessoas pensam na Amazônia como apenas uma floresta de árvores
gigantes. Na verdade, há diferentes formações vegetais, como as matas de terra firme,
matas de várzea e matas de igapó. Essa variação de matas basicamente deve-se a
interferência da água. Vamos entender melhor:
Matas de terra firme: é a floresta que compreende as árvores grandes e
altas, que tanto impressionou os primeiros colonizadores. Nessas áreas,
não há inundação, portanto, são mais altas. A Castanheira-do-Pará e as
Palmeiras fazem parte desse tipo de mata.
Figura 4 - Bioma Amazônia: mata de terra firme
Fonte: <http:// www.cdpar a.pa.gov.b r/terra_ firme.php>.
Árvores altas, em uma floresta densa e com solo não alagado, ambiente
tipicamente de mata de terra firme.
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As matas de igapó: ao contrário da mata anterior, quase sempre estão
inundadas, com presença de plantas baixas que estão adaptadas ao
ambiente aquático; arbustos, cipós, musgos e a vitória régia são alguns
dos exemplares dessa mata.Figura 4 - Bioma Amazônia: mata de Igapó
Fonte: <http:// ipevs .org.br/ blog/? tag=ama zonia>.
Uma canoa, cercada por plantas aquáticas e, ao fundo, uma mata densa e
também inundada, mas com árvores com caules finos e não tão altas, um exemplo de
mata de igapó.
As matas de várzea: tem períodos que permanecem inundadas, com
áreas mais baixas e em maior período sob a água. Há uma alternância
de vegetações de igapós e de mata firme. A altitude condiciona o período
em que a área ficará inundada.
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Figura 5 - Bioma Amazônia: mata de várzea
Fonte: <http:// redegl obo.globo.com/ globoecolo gia/noticia/ 2011/0 5/cerca- de-7-da-fl ora-
e-da-fa una-ama zonica -estao-debai xo-dagua.html>.
Muitas árvores, relativamente grandes, submersas alguns metros, a partir da
base. É um exemplo de mata de várzea.
O clima da Amazônia é quente e recebe a classificação de equatorial úmido. Com
a abundância de água e de calor, as chuvas são comuns e frequentes, muitas vezes
com precipitação leve quase todos os dias. É o relevo que determinará se a água
ficará inundada, como percebemos ao analisar os tipos de matas encontradas no
bioma amazônico. As planícies são comumente alagadas, mas há regiões serranas,
inclusive o ponto mais alto do Brasil é o pico da Neblina, com 3.015 metros de altitude.
Provavelmente você deve ter pensando também no Rio Solimões-Amazonas.
Não há como deixar de falar no rio mais largo e com maior extensão do mundo. Ele
atravessa a florestas, vindo desde as Cordilheiras do Andes, no Peru. Apesar de ter
solo arenoso, a floresta sofre com a pressão da pecuária e da agricultura. O
desmatamento para comércio ilegal de madeira, também é muito preocupante.
Calcula-se que apenas 14% da floresta tem solo útil para a agricultura, pois, após
sofrer com o desmatamento, o processo de lixiviação não permite a fertilidade da terra.
Além disso, essas áreas sem cobertura vegetal e com solo arenoso são propícias à
erosão, sendo esta reforçada pela incidência de chuvas que são comuns na Amazônia.
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Outros problemas que ameaçam o ecossistema, são as queimadas e a extração do
ouro, atividades que matam e destroem a vida na localidade em que estão presentes.
Já são encontradas espécies amazônicas com risco de extinção, conforme podemos
observar na tabela 1:
Nome Comum Nome Científico
Cuíca-de-colete Caluromysiops irrupta
Macaco-caiarara Cebus kaapori
Sauim-de-coleira Saguinus bicolor
Gato-do-mato Leopardus tigrinus
Ararajuba Guaruba guarouba
Mogno Meliaceae swietenia macrophylla
Tabela 1 - Espécies da Amazônia em extinção
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Bioma cerrado
Extremamente ameaçado, o bioma cerrado está definido como prioridade
mundial - sendo considerado um hotspot - e o segundo maior bioma da América do
Sul. Apresenta cerca de 11.600 espécies de plantas nativas. O Cerrado é conhecido
pela abundância de espécies endêmicas, porém muitas delas não ocorrem em áreas
protegidas, o que faz com que o risco de extinção dessas espécies seja alto. Esta
região é conhecida também pela cooperação entre a natureza e o homem, através da
vivência do meio com as populações ribeirinhas e quilombolas estabelecidas neste
bioma. É interessante mencionar que nesse bioma é possível encontrar espécies
conhecidas para o uso medicinal, sendo o grupo delas composto de aproximadamente
220 espécies. O bioma Cerrado é conhecido mundialmente como a savana mais rica
do planeta, porém é fato que esta região sofre com o desmatamento, causado pela
expansão agrícola e pelo alto índice de produção de carvão. Por este motivo, ele
integra a lista de hotspots mundiais.
Você sabe o que significa o termo hotspot?
Hotspot é uma determinação internacional para toda e qualquer área onde a prioridade
é a preservação. Existem aproximadamente 34 grandes hotspots no mundo, sendo
dois deles no Brasil: Cerrado e Mata Atlântica.
Quer conhecer um pouco mais? Sugerimos a leitura do livro: “Hotspots revisitados –
as regiões biologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta”. Você poderá
encontra-lo gratuitamente no site da Conservation International - Brasil.
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Figura 6 - Mapa da América pontuando os hotspots deste continente. No Brasil
apresentamos dois hotspots delimitados pelos números 3 (Mata Atlântica) e 4
(Cerrado).
Fonte: Adaptado de: Hotspots revisitados (2005).
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Mapa representando o continente Americano. Em vermelho são apresentadas
hachuras mapeando os hotspots, cada um com um número. Os números 3 e 4
representam no mapa os dois “hotspots” brasileiros (Mata Atlântica e Cerrado).
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e abrange em torno de dois
milhões de km2. Ele inclui partes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Maranhão,
Piauí e Bahia; além dos estados de Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e ainda um trecho do norte paranaense. Ou seja, temos o Cerrado
nas 5 regiões brasileiras, o que totaliza cerca de 25% do território do país.
Muitas vezes chamados de a “savana brasileira”, em comparação com as
savanas africanas (não há consenso sobre o termo, visto que há diferenças entre as
duas). É um dos principais ecossistemas da Terra, com a forte presença de arbustos e
gramíneas de diversas espécies. O Cerrado provavelmente ainda abriga espécies a
serem descobertas. Até o momento, possui 160 mil espécies diferentes, entre plantas,
fungos e animais.
O Cerrado apresenta clima tropical sazonal, o tempo costuma ser quente e com
pouco vento. A variação de temperatura ao longo do tempo é pouca, mas a
regularidade de chuvas é bem definida. Do mês de maio até o mês de setembro o
bioma é seco, já de outubro até abril temos a época das chuvas. Devido a esse longo
período de seca, as queimadas são naturais e as plantas e árvores são adaptadas a
elas, com raízes profundas. Outro diferencial do Cerrado são as árvores retorcidas
devido à ação das queimadas.
Mesmo com essas características o Cerrado tem rica flora e fauna. Conforme o
IBAMA há 67 mamíferos diferentes, 837 espécies de pássaros, 120 de répteis e 150
espécies de anfíbios. Como animais típicos do Cerrado podemos enumerar o tatu-
canastra, onça-pintada, macaco-prego, sagui e o tamanduá-bandeira. No céu
encontramos papagaios, gaviões e sabiás. Numerosos répteis, como a jararaca, sucuri
e jabutis também são vistos nesse bioma.
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Em relação à flora, há em torno de 12 mil espécies de plantas. Os vegetais
comumente são baixos, mas também sua intensidade e presença é determinada pelo
relevo. No Cerrado há áreas com predominância de campos de baixa altitude: campos
limpos, área com presença maciça de gramíneas; campos sujos, com gramíneas e
alguns arbustos e os campos cerrados, aqueles que sofrem comumente com as
queimadas. As regiões com mata mais fechada e árvores altas são chamadas de
cerradão. As plantas, além da adaptação às queimadas, são aptas a se
desenvolverem em um solo considerado pobre, com coloração vermelha amarelada,
bastante arenoso, pouco fértil e permeável.
Figura 7 - Bioma Cerrado: paisagem típica
Fonte: <http:// www.icmb io.gov.br /projetojala pao/pt/bio diversidade-3/f itofisionomias 
.html?showall= 1%3E%20Ace ssado>.
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Campo sujo. Há na paisagem inúmeras gramíneas, permeadas com pequenos
arbustos. A vegetação é pouco verde, o que reforça a sensação de clima seco e
quente.
Mesmo com solo não propício para a agricultura, o Cerrado tem perdido bastante
sua vegetação para esse setor. A retirada de árvores para lenha, a criação de
barragens e a proximidade com os grandes centros tem aumentado drasticamente o
desmatamento e a pressão humana sobre o bioma. Já há sinais graves de
desequilíbriono Cerrado, pois a lista de espécies que correm risco de extinção tem
crescido. Na tabela 2 conheceremos alguns desses seres que, se negligenciados e
sem o incentivo da sustentabilidade da região, podem desaparecer.
Nome Comum Nome Científico
Tatu-bola Tolypeutes tricinctus
Morceguinho-do-cerrado Lonchophylla dekeyseri
Sapo Allobates brunneus
Borboleta Parides burchellanus
Tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla
Planta sem nome popular Metastelma harleyi
Tabela 2 - Espécies do Cerrado em extinção
Você já ouviu falar do Jalapão?
O Jalapão é um parque estadual no Tocantins com expressiva beleza cênica e um
imenso refúgio de conservação da flora e fauna do Cerrado. No parque, muitas
espécies com risco de extinção encontram um lugar seguro para perpetuarem a
espécie. O Jalapão tem se destacado não só como atração turística, mas também pelo
desenvolvimento de ações que preservam o meio ambiente, como o uso do capim-
dourado de forma sustentável. Esta espécie é utilizada para diversos fins e inibe que a
população local tenha que degradar o ambiente para fonte de renda.
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Bioma Caatinga
Ocupando cerca de 844.000km² (11% do território brasileiro), esse bioma sofre
com o preconceito da população. Isso se deve ao fato das pessoas desconhecerem o
seu processo biológico e diverso. Por tratar-se de um bioma predominantemente
desértico, porém com biodiversidade adaptada para a região, é fato que a mídia não
aborda o que torna esse bioma importante para o equilíbrio do nosso ecossistema. Na
Caatinga encontramos cerca de 178 espécies de mamíferos, 591 espécies de aves e
muitos outros animais que se adaptaram a realidade climática da região. Uma questão
interessante é que, apesar da vegetação da região ser predominantemente de
cactáceas, muitas das plantas da região apresentam potenciais para as indústrias
farmacêutica e cosmética, sendo este um grande potencial para o desenvolvimento
sustentável da região. Infelizmente aproximadamente 46% do bioma já está
desmatado por causa da agricultura.
O nome caatinga tem origem indígena e significa mato branco, esbranquiçado. É
dessa cor que a vegetação fica nos meses mais quentes. Localizada quase toda no
Nordeste, abrange os estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Alagoas, Sergipe, Bahia e ainda parte do norte de Minas Gerais.
Quando você tenta imaginar esse bioma, no que você pensa? Talvez se recorde
do quanto o interior do Brasil é quente. Nessa região, secas são comuns e a fauna e a
flora são adaptadas ao clima mais hostil. O clima é classificado como semiárido. A falta
de chuva é comum, os períodos de seca podem permanecer por até nove meses. A
vida natural da Caatinga é totalmente adaptada ao clima. Os rios são perenes, ou seja,
secam durante algum tempo. Devido a isso, os rios que ultrapassam regiões áridas, ao
longo do ano todo, são importantes para o interior do Nordeste, como o Rio São
Francisco e o Parnaíba, pois garantem a sobrevivência de muitas espécies da
natureza, bem como fazem a manutenção das atividades agrícolas e permitem a
permanência da população nessa zona.
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A biodiversidade é rica, mas a falta regular de chuva faz com que não se tenha a
mesma intensidade de seres vivos que em outras florestas brasileiras, como na
Amazônia ou na Mata Atlântica. Isso não quer dizer que ela seja uma zona com pouca
vida.
Grande parte dos animais, para evitar o sol quente, tem hábitos noturnos. Um
dos organismos mais comuns do bioma são os lagartos, como o calango-verde. Outras
espécies que são comuns são a de cobras, com 45 espécies, incluindo a cascavel. As
aves também marcam presença nessa região, algumas vistas somente na Caatinga,
como o carcará, asa-branca e gralha-canção. Infelizmente, uma das aves mais belas
do Brasil e típica desse bioma foi considerada extinta: a ararinha-azul. Ainda há os
mamíferos como onças, gatos selvagens, capivaras e o veado catingueiro.
A flora tem características próprias de adaptação ao clima semiárido. Dessa
forma, as plantas em sua grande maioria, possuem as seguintes peculiaridades:
perdem as folhas na época seca, poucas tem folhas largas, têm grandes ramificações
e apresentam espinhos. As plantas assim recebem o nome de xerófitas. Árvores
baixas e arbustos, além de muitos cactos, predominam na Caatinga. Você já ouviu
falar em mandacaru ou xique-xique? São cactos típicos do bioma e são famosos pelas
letras de músicas.
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Figura 8 - Bioma Caatinga: paisagem típica
Fonte: <http:// www.mini steriodo meioambi ente.gov.br/ index.php/ comunicacao/a gencia-
informm a?view=blo g&id=1222>.
A vegetação e o aspecto geral da Caatinga são secos, observa-se arbustos sem
folhas, retorcidos e não muito altos, além da presença de muitos cactos. O solo
também aparece desprovido de cobertura vegetal, o que revela um solo arenoso.
Na Caatinga o solo é raso, rico em minerais, mas quase não apresenta restos de
folhas e galhos, comuns em florestas úmidas. Devido à intensa insolação, esse
processo natural é rápido e logo desaparece da terra. A presença de rochas a mostra
no solo também faz parte cenário do bioma. No entanto, quando há precipitação, o
terreno é altamente favorável para a agricultura. Em épocas de chuva, de maneira
geral, o ambiente embranquecido floresce e fica verde.
O relevo é constituído de planaltos e grandes depressões. É o relevo que
determinou as formas de vida da região. Devido ao planalto da Borborema, que possui
altitudes que variam de 650 metros até picos de mais de 1.000 metros, as massas de
nuvens não conseguem ultrapassar essa barreira natural. Com isso, do lado que não
chove temos o começo da Caatinga.
Dados revelam que mais da metade do bioma já foi desmatado, seja por busca
de lenha nativa, pela pecuária ou pela agricultura. Considerado o bioma menos
pesquisado do Brasil, o que prejudica a busca por novos conhecimentos farmacêuticos
da Caatinga, acelera a extinção da sua flora e fauna e ainda pode colocar em risco
organismos que ainda não foram descobertos. Para conhecer alguns dos seres vivos
com risco de desaparecer, veja a tabela 3:
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Nome Comum Nome Científico
Guigó-da-caatinga Callicebus barbarabrownae
Arara-azul-de-lear Anodorhynchus leari
Veado-catingueiro Mazama gouazoubira
Tatu-bola Tolypeutes tricinctus
Jacu-estalo Neomorphus geoffroyi
Baraúna Schinopsis brasiliensis
Tabela 3 – Espécies da Caatinga em extinção
Um dos parques mais interessantes e com visitação aberta na região é o Parque
Nacional de Ubajara, localizado no Ceará. O parque apresenta variação de relevo e
por isso uma rica biodiversidade da flora, com árvores que lembram as encontradas na
Amazônia e regiões mais áridas e secas, com vegetação típica da Caatinga. A área
divide-se em áreas mais úmidas, com espécies como o ingá e barriguda, e na área
mais seca temos a predominância de pau-brasil, angico e juazeiro. A fauna é composta
de inúmeros insetos e aves, como o gavião-casaca-de-couro, além de muitos répteis,
como a cobra-coral verdadeira. É um refúgio importante de preservação da Caatinga.
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Bioma Pantanal
Considerado uma área úmida, o Pantanal é considerado uma das maiores áreas
de extensão úmidas contínuas no planeta. A área contempla aproximadamente
150.000km². Apesar de seu um bioma próprio, ele sofre influência de vegetação e
formação de outros três biomas: Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Desta forma
outras espécies de regiões vizinhas estão abrigadas no Pantanal para proteção,
formando assim grandes populações de animais. Sabe-se que o pantanal apresenta
cerca de 2.000 espécies de vegetais; com grande diversidade de animais, como o
Tuiuiú, 263 espécies de peixes, 41 espécies de mamíferos, 113 espécies de répteis,
463espécies de aves etc. No Pantanal existem comunidades crescentes de
quilombolas e indígenas. São eles que preservam a riqueza da cultura tradicional,
como a utilização das plantas da região no tratamento médico local.
O Pantanal é uma grande área localizada no centro-oeste do Brasil, mais
especificamente no sul do estado do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso do
Sul, com uma área de cerca de 137.000 km2 . O Pantanal está presente em partes do
Paraguai e da Bolívia, com áreas limítrofes com a Amazônia e o Cerrado. O clima
nesse bioma é tropical, com temperaturas no verão que facilmente ultrapassam os
30°C, além de apresentar alta precipitação. Já no inverno, a temperatura costuma ser
mais amena e o tempo mais seco. Com a intensa chuva do verão, há bruscas
mudanças na paisagem e as áreas alagadiças são comuns. Aliás, pela abundância de
água nessa região, seja nos rios ou áreas alagadas, a diversidade de peixes é tão rica
que existem mais espécies de peixes no Pantanal que em toda a Europa.
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Figura 9 - Bioma Pantanal: paisagem típica.
Fonte: <http:// www.nat ionalgeograph ic.com/t ravel/dest inations/south-am erica/braz 
il/brazils- best-kept-s ecre t-the-pant anal-wildlife-bio diversity-we tlands/>.
Grande presença de água nesse bioma, apresenta uma vasta região com áreas
alagadas e céu nublado. Ele lembra a alta pluviosidade do Pantanal. Vegetação verde
e densa; ao centro e ao fundo da imagem, uma cadeia de montanhas compondo um
retrato da incrível beleza cênica desse bioma.
A flora local apresenta similaridades com os biomas limítrofes. Nas áreas de
inundação, a vegetação é parecida com a da Amazônia. Nos terrenos que
permanecem secos - ou de matas ciliares – há similaridade com a paisagem do
cerrado. Nessas matas encontramos figueiras, palmeiras e ingazeiros, por exemplo.
Nos terrenos não alagados se faz presente também muitas gramíneas, principalmente
em regiões que lembram os campos do Cerrado. Nos locais alagadiços, há
abundância de vegetais aquáticos flutuantes, como aguapés. É interessante notar que
em apenas um percurso de 100 metros podemos observar toda essa riqueza vegetal,
ou seja, o Pantanal é um grande mosaico de paisagens.
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O solo do Pantanal não é considerado muito fértil devido às constantes
inundações. A decomposição de matéria orgânica é mais lenta. Basicamente, a
fertilidade só é alcançada quando o solo fica seco e os detritos deixados pela água
começam a se decompor e enriquecer o solo. Mas, mesmos nos terrenos que
permanecem secos, ele é arenoso e ácido, e a água é rapidamente direcionada para
os lençóis freáticos. O relevo predominante é a planície, mas cadeias de montanhas e
chapadas cercam as áreas de campos.
Os problemas ambientais no Pantanal têm se agravado nas últimas décadas. A
expansão desordenada da agropecuária, com extensas áreas de monocultura e
pecuária cresceram muito nos últimos anos. No entanto, o solo e as condições
meteorológicas não são favoráveis ao desenvolvimento desse tipo de economia rural,
o que gera grande aplicação de produtos químicos que impactam no ecossistema. O
desmatamento de áreas altas ocasiona erosão junto aos rios e tem alterado a
distribuição das inundações.
Outro grave problema tem sido a extração de ouro. Inúmeros casos de
mortandade de animais, por contaminação causada pelo mercúrio, utilizado dentro do
processo de extração, vem acontecendo. O metal se acumula e afeta toda a cadeia
alimentar, inclusive o homem. Comprovadamente cancerígeno e mutagênico, o
mercúrio já matou jacarés, peixes e pode estar envenenando os moradores locais aos
poucos.
Você conhece os organismos em extinção no Pantanal? Vamos vê-los na tabela
abaixo:
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Nome Comum Nome Científico
Ariranha Pteronura brasiliensis
Onça-pintada Panthera-onca
Jacu-de-barriga-castanha Penelope ochrogaster
Cervo-do-Pantanal Blastocerus dichotomus
Anta Tapirus terrestris
Margarida Aspília grazielae
Tabela 4 - Espécies do Pantanal em extinção
O bioma Pantanal tem uma curiosidade: 95% das suas terras pertencem a
proprietários particulares. Ou seja, não há grandes área de conservação, como
parques nacionais. A iniciativa de preservação parte dos fazendeiros, em boa parte.
Nesse caso, as reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs) são uma ótima
alternativa para assegurar a conservação dos organismos. A maior RPPN do Pantanal
é a SESC Pantanal, criada em 1997 com área que corresponde a 1% de todo o bioma.
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Bioma Mata Atlântica
É considerado um dos ecossistemas mais emblemáticos mundialmente.
Concentra uma incrível biodiversidade de fauna, flora e paisagem, originalmente por
uma vasta extensão do país. Considerado o bioma mais devastado de todos, a Mata
Atlântica já perdeu 93% de sua cobertura vegetal, permanecendo somente cerca de
7% da área original. Estes dados fazem com que esse bioma integre a lista de
hotspots. A história do desmatamento da Mata Atlântica iniciou com a vinda dos
portugueses ao Brasil. Foi nesta época que iniciou a derrubada das áreas com pau-
brasil. A partir desse início e ao longo dos séculos houve uma progressão do processo
de desmatamento com a expansão das grandes cidades. Grande parte do processo de
evolução do país está concentrada em áreas urbanas; espaços antes ocupados pela
Mata Atlântica natural. Além disso, sabe-se que 70% do PIB brasileiro está centrado
nas áreas urbanas de Mata Atlântica.
A Mata Atlântica é representada por cerca de 20.000 espécies vegetais, 849
aves, 370 anfíbios, 200 répteis, entre outros animais. É conhecida como uma das
regiões mais ricas do mundo em biodiversidade.
Figura 10 - Mapa brasileiro comparando a Mata Atlântica em 1500 e em 2005
Fonte: <http:// marcosbau .com. br/ge obras il-2/bi omas-bra sileir os/>.
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Dois mapas, sendo o do lado esquerdo com a mata atlântica em seu estado
original (100% de cobertura vegetal). No lado direito, temos um mapa com os
fragmentos restantes da Mata Atlântica (7% da cobertura original).
O bioma recebeu o nome justamente pela proximidade do oceano Atlântico. A
Mata Atlântica cobria todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul ao rio Grande do
Norte. Por atravessar diversas regiões do país apresenta ecossistemas diferentes,
mas com elementos comuns entre eles. Uma das coisas que muda com isso é o clima.
Na região sul é subtropical, e nas regiões mais ao norte, tropical. Algumas das matas
são limítrofes com a Caatinga, por exemplo. No entanto, a precipitação constante é
comum no bioma, o que faz dela uma floresta úmida.
A vegetação é composta basicamente por três grupos, divididos conforme a
exposição solar: as árvores grandes e altas, que recebem grande quantidade de luz,
como o guapuruvú; o interior da mata, local mais sombreado, apresenta vegetações
menores, como o jatobá, e, próximo ao solo, há os arbustos, plantas pequenas
formadas por gramíneas e musgos. Na figura 11 podemos observar melhor essa
diferenciação entre os vegetais:
Figura 11 - Bioma Mata Atlântica: paisagem típica
Fonte: <http:// educacao. globo.com /biolo gia/assunto /ecolo gia/biomas- brasileiros .html>.
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Leve neblina cobre a parte superior da densa mata e nos lembra da umidade
típica da Mata Atlântica. Notamos a presença de árvores altas, de arbustos e também
de plantas herbáceas, todas elas recobrem a paisagem com uma intensidade de
verde.
O relevo é composto por planícies, mas também por cadeias de montanhas,
algumas delas famosas, como a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Quando
lembramos das paisagens mais famosas do Brasil, como o Cristo Redentor ou o Pão
de Açúcar, estamos olhando para a Mata Atlântica.
O solo não é considerado muito fértil,mas, devido à decomposição constante de
matéria orgânica e umidade, possui certa fertilidade.
A fauna é composta por diversos organismos. Por causa da pressão urbana e da
exploração dos seus recursos, desde os primeiros anos do Brasil, a Mata Atlântica é
um bioma bastante ameaçado e que apresenta muitas espécies com risco de
desaparecimento. Vamos conhecer alguns desses organismos na tabela 5:
Nome Comum Nome Científico
Macaco-prego-dourado Sapajus flavius
Perereca Aparasphenodon pomba
Mutum-do-nordeste Pauxi mitu
Maçarico-rasteirinho Calidris pusilla
Mico leão dourado Leontopithecus rosalia
Pau-brasil Paubrasilia echinata
Tabela 5 - Espécies da Mata Atlântica em extinção
Uma das ações que visam evitar a extinção das espécies é a criação das áreas
protegidas. Em São Paulo há o Parque Estadual de Campos do Jordão, na região
serrana do estado. Consta de uma grande área com floresta nativa remanescente e
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que abriga diversas espécies em perigo, como a onça- parda, a jaguatirica e o
papagaio-de-peito-roxo. O parque também tem trechos com a Mata de Araucária, com
presença predominante do pinheiro, também bastante visado nas últimas décadas
pelas madeireiras.
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Bioma Pampa
Esse bioma foi pouco estudado até o presente momento. Considerado por muitos
pesquisadores como um bioma que ainda necessita de uma leitura acerca de sua
biodiversidade. A partir dessas questões, diversos programas de estudos vêm sendo
executados na região. Contudo, sabe-se que esta região é muito importante, pois
apresenta um grande aquífero – o Aquífero Guarani. Estudos mostram que este
aquífero poderá suprir por centenas de anos a população brasileira, desde que não
haja poluição no lençol freático. Ocorrendo somente no Rio Grande do Sul, sabe-se
que até o presente momento foram registradas cerca de 500 espécies de aves e 100
espécies de mamíferos, além de outros animais.
Para que você possa conhecer um pouco mais sobre a biodiversidade de nosso
país, sugerimos as seguintes leituras:
Mata Atlântica – uma história do futuro
Biomas brasileiros – retratos de um país plural
A climate for life
Plantas raras do Brasil
Educação ambiental e conservação da biodiversidade
O bioma pampa tem a origem do seu nome na língua indígena e significa
planície. Também chamado de campos sulinos, a região apresenta grande
biodiversidade além de representar culturalmente a figura do gaúcho. Provavelmente
você já deve ter visto na televisão a figura típica do gaúcho, montado no cavalo em um
imenso campo.
O bioma se estende por 750 mil km², sendo o único que se concentra apenas em
um estado brasileiro, o Rio Grande do Sul. No estado, ocupa uma área de 178 mil km²,
mais da metade do estado, e por volta de 2,1% da superfície brasileira. Os campos
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sulinos também englobam todo o Uruguai, além de partes extensas da Argentina e
Paraguai. É considerado a maior extensão de campos de clima temperado do nosso
continente.
Falando em clima, o que você sabe do clima do sul do Brasil?
A fama é que na região sul as temperaturas são frias. E realmente podem ser,
inclusive com chance de neve no inverno e geadas frequentes. É classificado como
subtropical úmido, portanto, os invernos tendem a ser frios (comparado ao restante do
país) e os verões quentes. As quatro estações são bem definidas, com chuva regular
ao longo do ano.
A região tem o solo fértil, o que favoreceu o desenvolvimento das atividades
agrícolas. Grandes monoculturas de trigo, soja, arroz e pastagem para o gado fazem
parte da paisagem dos pampas. Devido ao intenso uso para esses fins, um grave
problema ambiental tem ocorrido: a desertificação dos campos. Comum em área secas
ou subúmidas, a pecuária predatória e o desmatamento são fatores de risco. O solo
fica descoberto e sofre com a ação da erosão eólica e com a perda de água. Chuvas
ácidas e efeito estufa fazem o processo de desertificação acelerar mais ainda, o que
leva a população a procurar outras terras e iniciar o mesmo processo em outras áreas.
O relevo do pampa é caracterizado pelas planícies, chamadas de coxilhas;
pequenas elevações onduladas, mas também há serras e planícies. Cavernas e grutas
também fazem parte do relevo. As matas ciliares, os campos nativos com pastagem
natural, matas de encostas, butiazais, e grandes banhados compõe o mosaico da rica
biodiversidade dos campos sulinos.
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Figura 12 - Bioma Pampa: paisagem típica
Fonte: <http:// rsurgen te.wordp ress.com/2015/ 12/23/mp- tem-vitori a-na-justica- contra-
decr eto-do-gov erno-sartor i-sobre- bioma-pam pa/biomap ampa/>.
Paisagem do Rio Grande do Sul. Pastagem natural, composta por pequenos
arbustos. Ao fundo uma criação de gado, o que é comum nessa região em que a
natureza favoreceu esse ramo de atividade. Em meio ao gado também há algumas
emas, animal encontrado no Pampa. Ao fundo da imagem há as coxilhas, com suas
típicas ondulações.
O Parque Estadual do Espinilho abriga várias espécies em extinção no bioma,
como o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarticus, o caboclinho-de-barriga-verde
(Sporophila hypoxantha) e o picapauzinho-chorão (Picoides mixtus). Isso reforça a
importância da preservação de áreas ambientais. O parque foi criado, em 1975, e
ampliado em 2002, com o Decreto n° 41.440/2002. Engloba a foz do rio Uruguai e
parte de outro importante arroio da região, o que permite dar maior segurança ao frágil
ecossistema e a manter em vigilância as várias espécies vegetais endêmicas.
Para termos uma noção da perda do habitat natural dos campos, em 2002,
restavam 41,3% da vegetação nativa e, em 2008, a perda do ambiente natural caiu
para 36,03%. Número bastante alarmante e que coloca os profissionais da área
ambiental em constante mobilização para assegurar a biodiversidade do pampa. Vale
lembrar que a perda das características do bioma favorece o aumento da erosão,
dificulta o desenvolvimento sustentável e afeta os índices de poluição.
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Para que você conheça algumas das espécies ameaçadas de extinção nos
campos sulinos, veja a tabela abaixo:
Nome Comum Nome Científico
Esponja-de-água-doce Corvoheteromeyenia australis
Caramujo Olivancillaria teaguei
Lambari Bryconamericus lambari
Cobra Apostolepis quirogai
Gato-dos- pampas, gato-
palheiro Leopardus colocolo
Quebracho branco Aspidosperma quebracho-blanco
Tabela 6 - Espécies do pampa em extinção

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