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SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO BRASIL

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18 
 
recursos naturais em níveis suportáveis em todo mundo. Em resumo, a proposta de 
desenvolvimento sustentável é de crescimento econômico com controle ambiental. A 
desigualdade é tratada como um desajuste a ser superado pela universalização do 
desenvolvimento econômico, porém com sustentabilidade (DE CAMPOS TOZONI-
REIS, 2011). 
Apesar desse aspecto, a influência do conceito de desenvolvimento sustentável 
manteve-se amparada principalmente no âmbito das políticas nacionais e 
internacionais. O Banco Mundial lançou em 1992 um relatório sobre desenvolvimento 
e meio ambiente, em que deixou clara sua postura neomalthusiano, afirmando que, 
apesar dos conflitos entre crescimento econômico e qualidade ambiental, é possível 
encontrar caminhos para adequar o modelo de crescimento econômico ao bem 
comum. 
 
6 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO BRASIL 
Conhecer a biodiversidade brasileira é uma condição fundamental para a 
elaboração e o aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento 
sustentável de nosso país. Ao se abordar a temática da biodiversidade, faz-se 
necessária uma breve definição do termo. 
 
 
Fonte: www.luciacangussu.bio.br 
A relevância desse tema se traduz na decisão, pela Assembleia-Geral da 
Organização das Nações Unidas (ONU), de declarar 2010 como o Ano Internacional 
 
19 
 
da Biodiversidade, com o objetivo precípuo de aumentar a consciência sobre a 
importância da preservação da biodiversidade em todo o mundo, assim como destacar 
sua influência na qualidade de vida humana e dinamizar iniciativas de redução da sua 
perda (CARDOSO JR, 2010). 
A diversidade dentro de espécies abrange toda a variação de indivíduos de uma 
população, bem como entre populações distintas de uma mesma espécie. Embora 
essa definição pudesse incluir outros aspectos, tais como diversidade morfológica e 
comportamental, entre outras, na prática, vem sendo tratada como equivalente à 
diversidade genética. 
A diversidade entre espécies, por sua vez, refere-se usualmente ao número de 
espécies (riqueza) presentes em determinado tipo de ambiente ou região de interesse 
– por exemplo, o Brasil. Ainda como apontado a diversidade de ecossistemas é mais 
ambígua que as outras categorias relacionadas na CDB e, em termos práticos, vem 
sendo abordada como a diversidade de fisionomias de vegetação, de paisagens ou 
de biomas. 
6.1 O Nível Genético 
A diversidade genética está na base dos processos ecológico-evolutivos, que 
determinam, em última instância, a constituição dos níveis superiores (espécies e 
ecossistemas). A manutenção da composição intraespecífica de alelos (diferentes 
versões de um mesmo gene) é tão importante quanto a conservação de espécies ou 
ecossistemas. Essa composição pode variar muito entre os indivíduos de uma mesma 
população ou entre populações diferentes de uma mesma espécie. Isso significa que 
em uma população com 100 irmãos ou primos espera-se encontrar menos 
biodiversidade do que em uma com indivíduos não aparentados. 
Conservar a variabilidade intraespecífica é importante dos pontos de vista ético 
e estético, mas também por motivos mais pragmáticos. 
A baixa diversidade genética compromete a viabilidade de populações em longo 
prazo, pois diminui sua capacidade de adaptação a mudanças ambientais e sua 
resiliência a estresses bióticos ou abióticos – como ataques de patógenos ou períodos 
muito quentes. Uma população geneticamente homogênea, ainda que grande, 
sempre possui maior risco de extinção, pois pode ter todos os seus indivíduos 
dizimados por uma mesma doença, por exemplo. 
 
20 
 
Uma vez que a perda de hábitats e a fragmentação são as maiores responsáveis 
pela redução da diversidade genética, investir no desenvolvimento de técnicas de 
manejo em paisagens fragmentadas reveste-se de uma importância evidente. Sabe-
se, por exemplo, que a persistência de populações em paisagens fragmentadas é 
criticamente dependente da manutenção da conectividade entre fragmentos, o que 
diminui o isolamento (CARDOSO JR, 2010). 
Pesquisas sobre a ecologia e a genética de populações mostram-se 
fundamentais, pois o desconhecimento do poder de dispersão das espécies de 
interesse, assim como da sua estrutura genética populacional antes da fragmentação, 
pode ser um sério empecilho à sua conservação. Estudos com anfíbios e aves 
mostram que a erosão genética não ocorre imediatamente após o processo de 
fragmentação. Assim, a preservação de fragmentos onde a deriva genética e a 
endogamia ainda não são pronunciadas pode ser crítica para a manutenção da 
diversidade genética e viabilidade das populações em uma determinada região. 
Apesar de poucos projetos terem abordado efeitos temporais da fragmentação, os 
resultados indicam que diferentes estratégias devem ser adotadas de acordo com a 
idade dos fragmentos. 
6.2 Nível De Espécies 
A diversidade é um dos aspectos mais fascinantes do mundo vivo. Nos últimos 
300 anos, a partir das viagens de exploração – a mais célebre certamente foi a de 
Darwin a bordo do Beagle – o conhecimento sobre a diversidade da vida cresceu 
exponencialmente. Fundamentais à sua consolidação foram as teorias sobre a 
definição biológica de espécie. Ainda que não seja um consenso, já que atualmente 
há diversas definições para a espécie, o conceito proposto por Mayr (1999) 
fundamenta-se em três premissas: 
 
 A espécie é um grupo de populações naturais reprodutivamente isolado de 
outros grupos semelhantes; 
 Considerando seu isolamento reprodutivo, todos os processos evolutivos que 
ocorram em uma determinada espécie restringem-se a ela e a seus 
descendentes: a espécie seria a moeda da evolução biológica; 
 
21 
 
 A espécie é também a unidade básica em ecologia e nenhum ecossistema será 
compreendido de forma plena sem que se conheçam as espécies que o 
integram e suas respectivas interações. Dessa maneira, a diversidade – ou 
riqueza – de espécies traduz-se em inestimável patrimônio sob os pontos de 
vista evolutivo, ecológico e econômico. 
 
A tarefa de apresentar um diagnóstico do estado da biodiversidade brasileira em 
nível de espécies é gigantesca, considerando sua acentuada riqueza e, ao mesmo 
tempo, a magnitude daquilo que ainda falta ser conhecido. O estudo mais abrangente 
até o momento, no que se refere à síntese do conhecimento atual, foi realizado no 
âmbito do projeto Estratégia Nacional da Biodiversidade, do Ministério do Meio 
Ambiente (MMA). A partir de informações obtidas de especialistas nos grupos 
taxonômicos mais bem conhecidos e catalogados, estimou-se que o país teria, em 
média, cerca de 13% do total mundial desses grupos, algo entre 168.640 e 212.650 
espécies. 
Enquanto para organismos maiores da biota vegetal e animal a aplicação dos 
métodos tradicionais de classificação possibilita a identificação da espécie, para os 
microrganismos é comum que a caracterização taxonômica seja feita apenas em nível 
de gênero, o que traz restrições às estimativas de riqueza de espécies para a 
microbiota. Sob o aspecto de estudo da diversidade, há ainda limitações associadas 
à grande variabilidade genética registrada em microrganismos em ambiente natural 
(não cultivados em laboratório). Dessa maneira, antes da abordagem sobre o estado 
de conhecimento da flora e da fauna, apresentam-se aspectos singulares acerca da 
diversidade e da conservação da microbiota. (LEITE & DOURADO, 2015) 
Microrganismos são seres vivos unicelulares microscópicos, incluindo bactérias, 
arqueas, fungos, protozoários e vírus. Sua importância ecológica e econômica é 
fundamental: toda a cadeia da vida no planeta, assim como parte significativa das 
atividades econômicas, depende dos processos por eles realizados, destacando-se 
atividades de fotossíntese, ciclagem de nutrientes, manutenção da fertilidade e 
estrutura de solos e processos industriais em diversos setores, destacando-se os de 
química, papel e celulose,alimentos e bebidas. Além disso, microrganismos 
desempenham papel fundamental no tratamento de efluentes industriais, esgotos e 
resíduos sólidos. O isolamento e o cultivo de microrganismos em laboratório 
respondem também por considerável parcela das inovações nas áreas médica, 
 
22 
 
biotecnológica e ambiental. A despeito de sua importância, há uma significativa 
defasagem no conhecimento de sua diversidade em relação a outros grupos, tais 
como animais e plantas superiores. Em nível mundial, estima-se que tenham sido 
descritos cerca de 5% das espécies estimadas de fungos, 0,1% a 12% dos procariotos 
(arqueas e bactérias), 31% dos protozoários e 4% dos vírus. Como o conhecimento 
sobre a diversidade desses grupos no Brasil é ainda incipiente, presume-se que 
também há um vasto campo propício à descoberta de novas espécies (CARDOSO 
JR, 2010). 
Os invertebrados respondem por 95% das espécies animais hoje viventes e o 
número de espécimes tombados em coleção brasileira é quase oito vezes maior que 
o total de vertebrados. Ainda que a maioria dos filos seja total ou parcialmente 
marinha, os invertebrados terrestres destacam-se pela sua riqueza e suas 
importâncias ecológica e econômica. Há filos numerosos, como o Arthropoda, que 
inclui aproximadamente 1,5 milhão de espécies já descritas e estudos recentes 
estimam que esse total pode alcançar até quarenta vezes o número atualmente 
conhecido. 
Avaliado de forma resumida o estado de conhecimento da biodiversidade, 
busca-se a seguir apresentar o nível de proteção – e por consequência de ameaça – 
a que estão sujeitas as espécies brasileiras. 
6.3 Estado da Conservação da Flora e da Fauna 
A primeira lista oficial brasileira das espécies de plantas ameaçadas de extinção 
data de 1968, tendo sido identificadas 13 espécies de plantas, sendo que metade era 
de orquídeas. Em 1980, houve a segunda atualização, com o acréscimo de apenas 
uma espécie. A terceira atualização veio após 12 anos, em janeiro de 1992; poucos 
meses depois, em abril, ocorreu a quarta atualização, com o acréscimo de apenas 
uma planta. A partir daquele ano, incluíram-se nessa lista espécies de biomas 
diversos à Mata Atlântica, refletindo o processo de ocupação dos estados da 
Amazônia e dos cerrados do Centro-Oeste. Desde então, a quantidade de espécies 
ameaçadas praticamente aumentou dez vezes. Apenas recentemente, em 2008, a 
lista de plantas superiores foi novamente atualizada, listando 472 espécies 
ameaçadas de extinção e 1.079 com deficiência de dados. 
 
23 
 
6.4 Os Principais Ecossistemas Brasileiros 
O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas. Quase todo o seu 
território está situado na zona tropical. Por isso, nosso país recebe grande quantidade 
de calor durante todo o ano, o que favorece essa grande diversidade. Veja, no mapa 
a seguir, exemplos dos principais ecossistemas encontrados no Brasil. 
(RUSCHEINSKY, 2012) 
 
 
Fonte: www.estudokids.com.br 
6.4.1 Floresta Amazônica 
Estende-se além do território nacional, com chuvas frequentes e abundantes. 
Apresenta flora exuberante, com espécies, como a seringueira, o guaraná, a vitória-
régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, como o peixe-boi, o boto, o 
pirarucu, a arara. Para termos uma ideia da riqueza da biodiversidade desses 
 
24 
 
ecossistemas, ele apresenta, até o momento, 1,5 milhão de espécies de vegetais 
identificadas por cientistas. 
 
 
Fonte: www.fatosdesconhecidos.com.br 
Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km², a Floresta 
Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45% do nosso 
território, além de espaços de mais nove países, sendo também a maior floresta 
tropical do mundo. É chamada de Floresta latifoliada equatorial. 
A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um elevado 
quantitativo de espécies, com cerca de 2500 tipos de árvores e mais de 30 mil tipos 
de plantas. Além disso, ela é perene, ou seja, permanece verde durante todo o ano, 
não perdendo as suas folhas no outono. Apresenta uma densidade elevada, o que é 
propício ao grande número de árvores por m². (RUSCHEINSKY, 2012) 
Costuma-se classificar essa floresta conforme a proximidade dos cursos d’água. 
Dessa forma, existem três subtipos principais: mata de igapó, mata de várzea e mata 
de terra firme. 
 
 
6.4.2 Mata de Igapó 
 
25 
 
Também chamada de floresta alagada, a mata de igapó caracteriza-se por se 
localizar muito próxima aos rios, estando permanentemente inundada. Apresenta 
plantas de pequeno porte em comparação ao restante da vegetação da Amazônia e 
que costumam ser hidrófilas, ou seja, adaptadas à umidade. Possui, em geral, raízes 
elevadas que acompanham os troncos. (CARDOSO JR, 2010). 
 
 
 
Fonte: www.infoescola.com 
6.4.3 Mata de Várzea 
Assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as inundações, porém 
apenas no período das cheias dos grandes rios, por se encontrar em áreas um pouco 
mais elevadas. 
 
26 
 
 
Fonte: meioambiente.culturamix.com 
É uma mata muito fechada, com elevada densidade, árvores altas (em média 
20m de altura) e, em geral, com galhos espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As 
espécies mais conhecidas são o Jatobá e a Seringueira, essa última muito usada na 
extração de látex, a matéria-prima da borracha. 
 
6.4.4 Mata de Terra Firme 
Também chamada de caetê, a mata de terra firme caracteriza-se por se 
encontrar relativamente distante dos grandes cursos d’água, localizando-se em 
planaltos sedimentares. Em razão disso, não costuma ser alvo de inundações, 
recobrindo a maior parte da floresta e apresentando as maiores médias de altura 
(algumas árvores chegam a alcançar os 60m). (CARDOSO JR, 2010). 
 
 
 
27 
 
 
Fonte: cristalinolodge.com.br 
A importância da Floresta Amazônica reside, principalmente, em sua função 
ambiental. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela não é o “pulmão do 
mundo”, pois o oxigênio por ela produzido é consumido pela própria floresta. Sua 
importância ambiental reside no controle das temperaturas, graças ao aumento da 
umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da floresta, produzindo 
massas de ar úmido para todo o continente sul-americano, os chamados Rios 
Voadores. (CARDOSO JR, 2010). 
É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica. O 
primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os animais, 
os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da floresta. 
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/rios-voadores-amazonia.htm
 
28 
 
Fonte: www.sobiologia.com.brp 
 
6.4.5 Mata de Cocais 
A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a caatinga. São matas 
de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de animais habitam esse 
ecossistema, como a arara canga e o macaco cuxiú. 
A Mata dos Cocais é um tipo de cobertura vegetal situada entre as florestas 
úmidas da região Norte e as terras semiáridas do Nordeste do Brasil, sendo uma zona 
de transição entre os biomas Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. Abrange 
predominantemente o Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e 
Piauí), mas também se estende pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e 
Tocantins. (Ceconi, 2010) 
Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de 
climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20% do 
bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas e 
úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido – quente e 
seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15% do bioma. 
A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações vegetais 
(cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para criação de pasto e 
exploração de madeira. Seu soloé rico em minérios como: ferro, ouro, 
diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica interessante é que o solo, na 
http://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/
http://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/
http://www.infoescola.com/biomas/caatinga/
http://www.infoescola.com/biomas/floresta-amazonica/
http://www.infoescola.com/geografia/cerrados/
http://www.infoescola.com/geografia/clima-equatorial/
http://www.infoescola.com/geografia/bioma/
http://www.infoescola.com/compostos-quimicos/minerios-de-ferro/
http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/bauxita/
http://www.infoescola.com/elementos-quimicos/aluminio/
 
29 
 
região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, permanecendo úmido o 
ano inteiro. 
 
 
Fonte: educacao.uol.com.br 
A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu (sendo a 
mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais úmidos como 
o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos úmida, que abrange 
o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte, predomina a palmeira 
carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais palmeiras são o buriti (Mauritia 
flexuosa) e a oiticica (Licania rigida). Uma grande quantidade de arbustos e 
vegetações de pequeno porte também são encontradas nos locais de menores 
altitudes. (Ceconi, 2010) 
O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir até 
2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, das quais é 
extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias (alimentícias, farmacêuticas, 
químicas, etc.). Outras partes do coco também são aproveitadas, como o epicarpo 
(camada externa), que é utilizado na produção de estofados, embalagens, vasos, 
placas, etc. 
A carnaúba também é utilizada de várias formas. O uso mais importante é a 
extração da cera de suas folhas, que é utilizada na fabricação de diversos produtos. 
http://www.infoescola.com/hidrografia/lencol-freatico/
 
30 
 
Assim, a Mata dos Cocais representa uma importante fonte de renda para a população 
local. (CARDOSO JR, 2009). 
A fauna nesse bioma é muito diversa, destacando-se a arara-vermelha, gavião-
real, jaguatirica, lobo-guará, macaco cuxiú (endêmico do Brasil) e outras muitas 
espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nos rios vivem a ariranha, o boto, o 
acará-bandeira (peixe), entre outros. 
A Mata dos Cocais está sendo prejudicada pelo desmatamento desordenado 
para desenvolvimento da pecuária e cultura de soja. Além disso, a extração de 
minerais que ocorre nesse ambiente acaba por fragilizá-lo ainda mais. 
 
6.4.6 Mata Atlântica 
Com uma área de 1.110.182 km2, o bioma é um complexo ambiental que 
incorpora cadeias de montanhas, platôs, vales e planícies ao longo de toda a faixa 
continental atlântica brasileira, avançando em direção ao interior do Brasil nas regiões 
sudeste e sul (CARDOSO JR, 2009). 
Essa enorme biodiversidade é resultado, em grande parte, da ampla gama de 
latitudes pela qual a Mata Atlântica se distribui (27º de 3ºS a 30ºS), das grandes 
variações em altitude (desde o nível do mar até 2.700 m, nas montanhas da 
Mantiqueira e Caparaó, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, do Rio de Janeiro e 
do Espírito Santo) e dos regimes climáticos diversos presentes ao longo de sua 
extensão – desde regimes subúmidos e estações secas no Nordeste até áreas que 
atingem 4 mil mm/ano de pluviosidade, nas montanhas da Serra do Mar. 
A cobertura vegetal da Mata Atlântica começou a ser mapeada utilizando-se a 
análise de imagens de satélite no início da década de 1990, em um trabalho conjunto 
entre a organização não governamental SOS Mata Atlântica e o Inpe. Desde então, 
as duas instituições têm publicado regularmente um atlas contendo informações sobre 
a dinâmica da vegetação da Mata Atlântica – desmatamentos, fragmentação e, mais 
recentemente, regeneração. A quinta e última edição, correspondente ao período 
2005-2008, foi lançada em 2009. 
Unidades de conservação podem ser consideradas como fragmentos de habitat 
natural em um bioma altamente modificado pela ação humana, como é o caso da Mata 
Atlântica – mas também de outros biomas já bastante desflorestados e alterados, 
como a Caatinga e o Cerrado. A descontinuidade que existe entre as UCs, preenchida 
por uma paisagem antropizada constituída por áreas urbanas, industriais e rurais, 
http://www.infoescola.com/aves/arara-vermelha/
http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/
http://www.infoescola.com/aves/gaviao-harpia/
 
31 
 
áreas degradadas e em regeneração, bem como as características dos 
remanescentes da paisagem natural (por exemplo, tamanho, perímetro e grau de 
isolamento – distância – em relação a fragmentos adjacentes) têm implicações 
importantes em relação à capacidade desses fragmentos conservarem a 
biodiversidade. 
 
6.4.7 Pantanal 
Com uma área total de 150.355 km2, o bioma Pantanal está inserido na Bacia 
do Alto Paraguai e abrange no Brasil parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso 
do Sul. Seus limites coincidem com a chamada “Planície do Pantanal” ou “Pantanal 
Mato-grossense”, que representa a parte mais baixa da bacia hidrográfica e é também 
a maior superfície interiorana inundável do mundo (IBGE, 2004). 
Considerando-se sua reduzida área em relação aos demais biomas brasileiros, 
a riqueza de espécies do Pantanal pode ser considerada elevada, embora haja na 
região um baixo número de endemismos. 
A principal atividade econômica no Pantanal é a pecuária bovina de corte, 
realizada de forma extensiva em pastagens naturais. O gado foi introduzido em 
fazendas no Pantanal a partir de 1740, o que foi favorecido por extensas áreas de 
campo nativo. Porém, foi somente a partir de 1914, com a criação da Estrada de Ferro 
Noroeste do Brasil – de Bauru a Corumbá –, que a pecuária entrou no circuito 
nacional. 
Por se tratar de um bioma altamente influenciado pelo regime hídrico, qualquer 
intervenção humana que altere os ciclos hidrológicos naturais poderá colocar em risco 
a biodiversidade, as populações humanas e as atividades econômicas estabelecidas 
na região. Nesse sentido, as maiores ameaças ao bioma referem-se à execução de 
dragagens, à construção de diques e barragens ao longo da planície do Pantanal, ou 
mesmo no planalto adjacente, pertencente à Bacia do Alto Paraguai, onde estão 
localizadas as cabeceiras de diversos rios que compõem a bacia pantaneira. 
 
32 
 
 
Fonte: www.vix.com 
O bioma Pantanal conta com apenas cinco UCs, o menor número e o que 
proporcionalmente tem a menor cobertura por UCs entre os biomas continentais 
brasileiros. São duas UCs federais e três estaduais, todas de proteção integral, cuja 
área total soma aproximadamente 440 mil ha, o que corresponde a 2,9% da área do 
bioma. As duas UCs federais, o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense 
(135.600 ha) e a Estação Ecológica do Taiamã (14.300 ha), foram criadas em 1981. 
Em 2000 o Mato Grosso do Sul criou o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro 
(77 mil ha) e na década atual o Mato Grosso constituiu suas duas unidades, o Parque 
Estadual do Guirá (103 mil ha) e o Monumento Natural Estadual Morro de Santo 
Antônio (258 ha). 
 
6.4.8 Campos Sulinos 
No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do território do Rio Grande do 
Sul. São cerca de 170 mil Km2. Além das fronteiras do país, ele se estende por terras 
do Uruguai e da Argentina. (Ceconi, 2010) 
Os campos sulinos são também conhecidos como pampas, palavra de origem 
indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são apenas um 
pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos 
e algumas áreas semelhantes a savanas. 
 
33 
 
Nos campos do Sul já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476 de 
aves e 50 de peixes. 
Para que você possa imaginar como é a fauna deste bioma, vamos citar alguns 
de seus integrantes.No grupo dos mamíferos, podemos citar o tatu, o guaxinim, o 
zorrilho, o graxaim (Pseudalopex gymnocercus) e outras duas espécies em risco de 
extinção: o gato-dos-pampas ou gato palheiro (Leopardus pajeros) e a preguiça-de-
coleira. 
 
 
Fonte: www.emaze.com 
Entre as aves mais comuns estão o cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a perdiz, 
o quero-quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira, que ganhou este nome 
por fazer seus ninhos em buracos cavados no solo. (LEITE & DOURADO, 2015) 
Fazem parte das 50 espécies de peixes catalogadas o lambari-listrado, o 
lambari-azul, o tambuatá, o surubim e o cação-anjo. 
E por lá existem também répteis e insetos. No primeiro grupo está a tartaruga-
verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o cágado-de-barbicha. Entre 
os insetos, podemos destacar a vespa da madeira e o conhecido bicho-da-maçã, 
também chamado traça-das-frutas. 
 
34 
 
São chamados de pampas os campos mais planos que estão localizados ao sul 
do estado do Rio Grande do Sul. Neles existe uma vegetação campestre, que parece 
um imenso tapete verde. Nos pampas predominam espécies que medem até um 
metro de altura. São comuns as gramíneas, que às vezes transformam os campos em 
grandes capinzais. 
Nos pampas a vegetação pode, então, ser considerada rala e pobre em 
espécies. Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas. Nas 
encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras árvores, como 
a Cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro. Nestas regiões, 
chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária, onde a espécie vegetal 
predominante é o pinheiro-do-paraná. 
Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados, 
ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido 
banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica administrada 
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis) para preservação de tão importante ecossistema. 
Na região dos pampas o solo é fértil. Por isso, estes campos são normalmente 
procurados para desenvolvimento de atividades agrícolas. 
Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra roxa", batizado assim 
devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para o Brasil trabalhar na 
lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o solo de terra 
rossa, pois em italiano, rosso é vermelho. Só que quem começou a chamar de terra 
roxa não sabia italiano e acabou confundindo rosso com roxo por conta do som da 
palavra. 
Segundo LEITE & DOURADO, 2015, em áreas de planalto os solos são também 
avermelhados, mas não possuem a fertilidade da terra roxa. Na planície litorânea o 
solo é bastante arenoso. 
Algumas áreas dos pampas estão sofrendo processo de desertificação, devido 
à retirada da vegetação nativa e sua substituição por monoculturas ou pastos. 
O relevo nos campos sulinos é suavemente ondulado. Predominam planícies, 
mas podem ser encontradas algumas colinas, na região conhecidas como “coxilhas”. 
Além das coxilhas existem também alguns planaltos. Cavernas e grutas são 
comuns. A pedra do Segredo, em Caçapava do Sul, tem 160 metros de altura e três 
cavernas em seu interior. 
 
35 
 
Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o Uruguai, o 
Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em duas bacias 
hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de rios que apresentam 
boas condições para navegação, constituindo verdadeiras hidrovias na região. 
Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, localizada 
no município de São Lourenço do Sul, é a maior laguna do Brasil e a segunda maior 
da América Latina, com 265 km de comprimento. 
O clima da região é o subtropical úmido. O que isso significa? Bom, isso quer 
dizer que, nos campos sulinos, os verões são quentes, os invernos são frios e chove 
regularmente durante todo o ano. 
Quando falamos em invernos frios, estamos falando de temperaturas que podem 
registrar menos que 0º C, ou seja, que podem ser negativas. Quando falamos de 
verões quentes, estamos falando de temperaturas que podem chegar a 35º C. É a 
região com a maior amplitude térmica do país, isto é, onde há maior variação de 
temperatura. (LEITE & DOURADO, 2015) 
 
6.4.9 Caatinga 
A caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o 
único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 
734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território nacional. Ela está presente 
nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, 
Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. 
 
36 
 
 
Fonte: www.ecoprimos.com.br 
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25°C e 29°C. O 
clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários tipos diferentes 
de rochas. 
A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que 
atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação, 
que não permitem a exploração de recursos naturais. 
As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de 
uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes. 
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é muito 
rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas. (CARDOSO 
JR, 2009) 
A região enfrenta também graves problemas sociais, entre eles os baixos níveis 
de renda e de escolaridade, a falta de saneamento ambiental e os altos índices de 
mortalidade infantil. 
Desde o período imperial, tenta-se promover o desenvolvimento econômico na 
caatinga, porém, a dificuldade é imensa em razão da aridez da terra e da instabilidade 
das precipitações pluviométricas. A principal atividade econômica desenvolvida na 
 
37 
 
caatinga é a agropecuária. A agricultura destaca-se na região através da irrigação 
artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. Alguns projetos de 
irrigação para a agricultura comercial são desenvolvidos no médio vale do São 
Francisco, o principal rio da região, juntamente ao Parnaíba. 
 
Vegetação – As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima 
seco e à pouca quantidade de água. Algumas armazenam água, outras possuem 
raízes superficiais para captar o máximo de água da chuva. E há as que contam com 
recursos para diminuir a transpiração, como espinhos e poucas folhas. A vegetação é 
formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o 
arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. Entre 
as espécies mais comuns estão a amburana, o umbuzeiro e o mandacaru. Algumas 
dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. 
Fauna – A fauna da caatinga é bem diversificada, composta por répteis 
(principalmente lagartos e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, 
arara-azul (ameaçada de extinção), sapo-cururu, asa branca, cutia, gambá, preá, 
veado-catingueiro, tatupeba, sagui-do-nordeste, entre outros animais. 
 
Segundo CARDOSO JR (2009) a primeira área protegida criada no bioma foi a 
Floresta Nacional do Araripe Apodi, no estado do Ceará, em 1946. A década de 1990 
foi a que apresentou o maior incremento em área de Unidade de Conservação (UCs), 
mas esse incremento se deveu praticamente à criação de apenas três Áreas de 
Proteção Ambiental (APA): dunas e veredas do baixo-médio São Francisco (1 milhão 
de ha), pelo governo do estado da Bahia e Chapada do Araripe (0,9 milhão de ha) e 
Serra do Ibiapaba (1,6 milhão de ha), pelo governo federal. Na atual década a Bahia 
criou mais uma APA de grande extensão, a do Lago de Sobradinho (1,2 milhão de ha) 
(gráfico 3). A maior unidade de conservação de proteção integral do bioma Caatingaé o Parque Nacional da Chapada Diamantina, no estado da Bahia, com cerca de 150 
mil ha. Das 67 UCs do bioma, 20 têm área entre 10.001 e 100.000 ha, 21 têm área 
entre 1.001 e 10.000 ha e 19 têm área menor do que 1.000 ha. 
 
6.4.10 Zona Costeira 
Conforme mencionado, a Zona Costeira e Marinha tem sido tratada como um 
“sétimo bioma” brasileiro no âmbito das políticas governamentais, especialmente as 
 
38 
 
ambientais, embora a definição oficial de bioma, baseada na distribuição contígua da 
vegetação, não lhe seja aplicável. A Zona Costeira e Marinha é a fusão de conceitos, 
ações e políticas relacionadas à gestão e do ordenamento territorial, e ao 
reconhecimento da soberania nacional sobre recursos econômicos marinhos 
(CARDOSO JR, 2010). 
A Zona Costeira e Marinha (ZCM) acompanha os mais de 8 mil quilômetros da 
costa brasileira e abriga uma grande diversidade de ambientes, como estuários, 
praias, dunas, os únicos recifes de coral de todo o Atlântico Sul e a maior extensão 
contínua de manguezais do planeta. Cinco dos seis biomas continentais brasileiros 
possuem interface com a ZCM (BRASIL, 2008). Considerando aspectos físicos e 
biológicos, estima-se que existam entre três e nove grandes regiões marinhas no 
Brasil. 
A biodiversidade marinha da costa brasileira é ainda relativamente pouco 
conhecida. No caso de invertebrados bentônicos, já foram registradas pouco mais de 
1.300 espécies na costa sudeste do Brasil, com elevado grau de endemismo, mas 
muitas regiões e ambientes ainda precisam ser adequadamente inventariados. Para 
grupos mais bem conhecidos, os peixes somam aproximadamente 750 espécies, cuja 
diversidade é relativamente uniforme ao longo da costa e de baixo grau de 
endemismo. 
 
 
Fonte: www.inctambtropic.org 
 
39 
 
O nível de proteção do ambiente marinho por UCs é o mais baixo comparado 
aos biomas continentais brasileiros. Apenas 1,5% da zona marinha é coberta por UCs 
e esta porcentagem cai para meros 0,3% caso a área de APAs não seja contabilizada. 
São ao todo 40 UCs, 22 federais e 18 estaduais, que somam 5,4 milhões de ha. 
Entretanto, excluindo-se as APAs – que representam 89,4% da área de UCs de uso 
sustentável –, a área protegida por UCs é de um milhão de ha (CARDOSO JR, 2010). 
Com área de 35 mil ha, a unidade de conservação mais antiga da zona costeira 
é a Reserva Biológica do Atol das Rocas, no litoral do Rio Grande do Norte, de 1979. 
Em 1980 foi criado também o Parque Nacional de Cabo Orange, no extremo norte do 
Amapá – bioma Amazônia –, com uma área de pouco mais de 600 mil ha, dos quais 
aproximadamente 200 mil ha correspondem a ambientes marinhos, trecho que 
constitui a maior área contínua de unidade de conservação de proteção integral 
existente na zona marinha. Na década seguinte, mais cinco UCs federais de proteção 
integral exclusivas à zona marinha foram criadas, com destaque para as duas 
maiores, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos (aproximadamente 90 mil ha) e o de 
Fernando de Noronha (aproximadamente 11mil ha). A maior UC estadual de proteção 
integral é o Parque do Parcel de Manuel Luiz, no Maranhão, criado em 1991, com 50 
mil ha. Nas últimas duas décadas, apenas duas pequenas UCs de proteção integral 
foram criadas, ambas pelo estado de São Paulo, cobrindo uma área de pouco mais 
de 5 mil ha. Assim como nos biomas terrestres, a ênfase tem sido dada à criação de 
unidades de proteção de uso sustentável, que totalizam 11 APAs (2,5 milhões de ha) 
e nove reservas extrativistas marinhas (500 mil ha) (CARDOSO JR, 2010). 
 
6.4.11 Restinga 
A restinga é uma planície arenosa costeira, de origem marinha, incluindo a praia, 
cordões arenosos, depressões entre cordões, dunas e margem de lagunas, com 
vegetação adaptada às condições ambientais. 
 
40 
 
 
Fonte: www.overmundo.com.br 
Sobre a restinga é possível se encontrar a vegetação de restinga, que é um 
conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência 
marinha e fluviomarinha, que ocorrem distribuídas em mosaico e em áreas de grande 
diversidade ecológica, sendo consideradas comunidades edáficas, por dependerem 
mais da natureza do substrato que do clima. (CARDOSO JR, 2010) 
 A cobertura vegetal nas restingas pode ser encontrada em praias e dunas, sobre 
cordões arenosos, e associadas a depressões. Na restinga os estágios sucessionais 
diferem das formações ombrófilas e estacionais, ocorrendo notadamente de forma 
mais lenta, em função do substrato que não favorece o estabelecimento inicial da 
vegetação, principalmente por dissecação e ausência de nutrientes. 
O corte da vegetação ocasiona uma reposição lenta, geralmente de porte e 
diversidade menores, onde algumas espécies passam a predominar. Os diferentes 
tipos de vegetação ocorrentes nas restingas brasileiras variam desde formações 
herbáceas, passando por formações arbustivas, abertas ou fechadas, chegando a 
florestas cujo dossel varia em altura, geralmente não ultrapassando os 20m. São em 
geral caracterizada por comunidade com pouca riqueza, quando comparada a outras 
comunidades vegetais, sendo protegidas por lei devido à sua fragilidade. 
Em muitas áreas de restinga no Brasil, especialmente no sul e sudeste, ocorrem 
períodos mais ou menos prolongados de inundação do solo, fator que tem grande 
 
41 
 
influência na distribuição de algumas formações vegetacionais. A periodicidade com 
que ocorre o encharcamento e a sua respectiva duração são decorrentes 
principalmente da topografia do terreno, da profundidade do lençol freático e da 
proximidade de corpos d’água (rios ou lagoas), produzindo em muitos casos um 
mosaico de formações inundáveis e não inundáveis, com fisionomias variadas, o que 
até certo ponto justifica o nome de “complexo” que é empregado para designar as 
restingas. (CARDOSO JR, 2009) 
As formações herbáceas ocorrem principalmente nas faixas de praia e ante 
dunas, em locais que eventualmente podem ser atingidos pelas marés mais altas, ou 
então em depressões alagáveis. Nas zonas de praia, dunas frontais e dunas mais 
próximas ao mar, predominam espécies herbáceas, em alguns casos com pequenos 
arbustos e árvores, que ocorrem tanto de forma isolada e pouco expressiva, como 
formando agrupamentos mais densos, com variações nas suas respectivas 
fisionomias, composições e graus de cobertura. A vegetação das praias e dunas tem 
ocorrência praticamente ao longo de toda a costa brasileira, mas a sua exata 
circunscrição e os termos empregados para designá-la variam muito. As pressões 
antrópicas no sentido de ocupação e urbanização da zona costeira já suprimiram 
muitas áreas representativas desta formação em vários pontos no litoral brasileiro. 
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores 
constituem a restinga propriamente dita são os tipos vegetacionais que mais chamam 
a atenção no litoral brasileiro, tanto pelo seu aspecto peculiar, com fisionomia variando 
desde densos emaranhados de arbustos junto a trepadeiras, bromélias terrícolas e 
cactáceas, até moitas com extensão e altura variáveis, intercaladas por áreas abertas 
que em muitos locais expõem diretamente a areia, principal constituinte do substrato 
nestas formações. Os termos “scrub”, “thicket”, “escrube” e “fruticeto” já foram 
empregados para designar comunidades e/ou formações desta natureza, 
notadamente na região litorânea. 
As formações florestais que ocorrem na planície litorânea brasileira variam 
bastante ao longo da costa, sendo essas variações geralmente atribuídas às 
influências das formações vegetacionais adjacentes e às características do substrato, 
principalmente sua origem, composição e condições de drenagem. 
Estas florestas variam desde formações com altura do estrato superior a partir 
de 5m, em geral livres de inundações periódicas decorrentes da ascensão do lençol 
freático durante os períodos mais chuvosos, até formações mais desenvolvidas,com 
 
42 
 
alturas em torno de 15-20m, muitas vezes associadas a solos hidro mórficos e/ou 
orgânicos. (BARBIERI e SILVA, 2011). 
Estes dois tipos de florestas em geral acompanham as variações topográficas 
decorrentes da justaposição dos cordões litorâneos, ao menos onde tais feições são 
bem definidas. Em locais situados mais para o interior da planície costeira, geralmente 
em terrenos mais deprimidos onde tais alinhamentos não são claramente definidos e 
os solos são saturados hidricamente e têm uma espessa camada orgânica superficial, 
ocorrem florestas mais desenvolvidas semelhantes florística e estruturalmente 
àquelas situadas nas depressões entre os cordões. 
A fauna ocorrente nas restingas brasileiras está relativamente menos estudada 
quando comparada com os conhecimentos que já se acumulam sobre a composição 
e estrutura dos seus diferentes tipos vegetacionais. Dentre os estudos tratando de 
grupos de animais invertebrados, podem ser mencionados os realizados com os 
artrópodes, notadamente com diferentes grupos de insetos, estes constituindo a 
maioria dos relatos encontrados. A fauna de vertebrados ocorrente nas restingas 
brasileiras também é relativamente pouco pesquisada, com destaque para os 
trabalhos realizados no litoral do Rio de Janeiro, principalmente com pequenos 
mamíferos e répteis. 
 Manguezal: Os mangues ou manguezais são um ecossistema típico de áreas 
litorâneas, alagadas, onde há o encontro da água do mar com a dos rios dando um 
aspecto salobro à água dessas regiões. É de sua característica a transição entre 
aspectos marinhos e terrestres e sua presença em locais com clima tropical ou 
subtropical. Sua vegetação é composta por três tipos de árvores que podem atingir 
até 20 metros de altura em certos pontos do país: Rhizophora mangle (mangue-bravo 
ou vermelho), Laguncularia racemosa (mangue-branco) e Avicena 
schaueriana (mangue-seriba ou seriúba). 
Os mangues estão presentes em diversas partes do mundo como Oceania, 
África, Ásia, alguns países da América e Brasil. No Brasil esse ecossistema pode ser 
encontrado no nordeste do país em Cabo Orange no estado do Amapá até a região 
sul em Laguna em Santa Catarina compreendendo um total de 20 mil quilômetros 
quadrados, 15 % do total em todo o mundo. 
Segundo BARBIERI e SILVA (2011), este é um ecossistema rico em diversas 
espécies de animais como peixe-boi-marinho, caranguejo, lontra, jacaré, cobras, 
mexilhão, aranhas, craca, lagartos, tartaruga, crocodilos entre outros. 
http://www.estudopratico.com.br/clima-tropical/
 
43 
 
 Esse tipo de ecossistema possui o solo extremamente rico em nutrientes e 
matéria orgânica, raízes e material vegetal em decomposição. 
 As raízes aéreas são uma de suas características mais marcantes, e têm como 
principal função proporcionar a respiração das plantas já que o solo é pobre em 
oxigênio e elas obtêm o mesmo fora dele. 
 O cheiro dos mangues também é um aspecto bem característico, isso ocorre 
devido à presença de água salobra e matérias vegetais em estado de 
decomposição. 
 Suas sementes são geralmente compridas, finas e pontudas para garantir a 
reprodução ao se fixarem melhor ao caírem no solo úmido. 
 A caça e comércio do caranguejo, espécie com grande população nos 
mangues, é o que garante o sustento de diversas famílias que vivem na região. 
 
Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como a caça 
do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia ganhando 
expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso desordenado e 
de maneira não sustentável de seus recursos causa uma depredação quase que 
irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área de manguezal teve grande 
parte dizimada por conta da super-exploração, chegando a ser reduzida em 110.000 
hectares da área original de 448.000 nas Filipinas. (CARDOSO JR, 2010) 
No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o intuito 
de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15 de setembro 
de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação Permanente), e a 
Resolução do CONAMA de número 369 de março de 2006 estabelece a proibição da 
supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de intervenção, salvo apenas em 
casos de utilidade pública para as áreas de mangues. Ainda assim esse ecossistema 
é o mais ameaçado dentre todos nos Brasil. 
A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição 
proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o 
depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que 
contribuem para a degradação do ecossistema. 
 
6.4.12 Cerrado 
http://www.estudopratico.com.br/o-solo-partes-composicao-e-tipos-de-solo/
http://www.estudopratico.com.br/a-decomposicao/
 
44 
 
A primeira unidade de conservação do bioma foi a Floresta Estadual Bebedouro, 
criada pelo estado de São Paulo em 1937. Na década de 1940 foram criadas mais 
duas UCs, a Floresta Estadual de Avaré, também pelo estado de São Paulo e a 
Floresta Nacional de Silvânia, pelo governo federal, no estado de Goiás. Até 1960 
nove UCs existiam no bioma, sendo sete de uso sustentável e duas de proteção 
integral. A maior destas, criada em 1959, era o Parque Nacional do Araguaia, que 
abrangia toda a Ilha do Bananal – aproximadamente 2 milhões de ha. (LEITE & 
DOURADO, 2015). 
 
 
Fonte: www.revistaplaneta.com.br 
Em 1971 os limites foram redefinidos, devido à criação da Terra Indígena do 
Parque do Araguaia. Mais recentemente, a criação da Terra Indígena Inãwébohona 
se sobrepôs em 377.113 ha à área remanescente do Parque Nacional do Araguaia, 
que é de cerca de 550 mil ha. Ao mesmo tempo, o Decreto de 18 de abril de 2006, 
que homologou a demarcação administrativa desta terra indígena, estabeleceu o 
Parque Nacional do Araguaia como bem público da União submetido a regime jurídico 
de dupla afetação, destinado à preservação do meio ambiente e à realização dos 
direitos constitucionais dos índios, passando este a ser administrado em conjunto pela 
 
45 
 
Fundação Nacional do Índio (Funai), pelo Ibama e pelas Comunidades Indígenas 
Javaé, Karajá e Avá-Canoeiro. Outra unidade de conservação do Cerrado que teve 
os limites drasticamente reduzidos foi o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, em 
Goiás. Criado originalmente em 1961 como Parque Nacional do Tocantins, com 
aproximadamente 600 mil ha, hoje o parque conta com aproximadamente 10% da 
área original. 
É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por 
uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, 
restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas 
estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, 
deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, 
entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, 
de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América 
do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua 
biodiversidade. (LEITE & DOURADO, 2015). 
Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos 
vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo 
comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração 
com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. 
Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, 
falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, 
intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu 
assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, 
também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão,que começa 
a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária 
extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. 
Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. 
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, 
esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com 
campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma 
extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda 
a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi 
considerada uma área perdida para a economia do país. 
 
46 
 
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos 
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e 
apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o 
inverno é demarcado por um período de seca que se prolonga por cinco a seis meses. 
Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. 
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o 
pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o 
indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-
flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-
se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de 
árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes 
de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti. 
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o 
aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos 
naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais 
densamente povoada. (TROMBETTA, 2014). 
A província do cerrado, como denominada por EITEN, englobando 1/3 da biota 
brasileira e 5% da flora e fauna mundiais. É caracterizada por uma vegetação 
savanícola tropical composta, principalmente de gramíneas, arbustos e árvores 
esparsas, que dão origem a variados tipos fisionômicos, caracterizados pela 
heterogeneidade de sua distribuição. 
Muitos autores aceitam a hipótese do oligotrofismo distrófico para formação do 
Cerrado, sua vegetação com marcantes características adaptativas a ambientes 
áridos, folhas largas, espessas e pilosas, caule extremamente suberizado, etc. 
Contudo apesar de sua aparência xeromórfica, a vegetação do cerrado situa-se em 
regiões com precipitação média anula de 1500 mm, estações bem definidas, em 
média com 6 meses de seca, solos extremamente ácidos, profundos, com deficiência 
nutricional e alto teor de alumínio. 
Segundo EITEN os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de 
acordo com três aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de 
alumínio disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada 
superficial e subsuperficial. Os principais tipos de vegetação são: 
Cerrado (strictu sensu) - é a vegetação característica do cerrado, composta por 
exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos 
 
47 
 
de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas 
e espécies semi-arbustivas. 
 Floresta mesofítica de interflúvio (cerradão) - este tipo de vegetação cresce sob 
solos bem drenados e relativamente ricos em nutrientes, as copas das árvores, que 
medem em média de 8-10 metros de altura, tocam-se o que denota um aspecto 
fechado a esta vegetação. 
 Campo rupestre - encontrado em áreas de contato do cerrado como caatinga e 
floresta atlântica, os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem 
bruscas variações em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É 
caracteristicamente, composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou 
fechada. 
Campos litossólicos miscelâneos - são caracterizados pela presença de um 
substrato duro, rocha mãe, e a quase inexistência de solo macio, este quando 
presente não ocupa mais que poucos centímetros de profundidade até se deparar 
com a camada rochosa pela qual não passam nem umidade nem raízes. Sua flora é 
caracterizada por um tapete de ervas latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo 
em geral a ausência de exemplares arbustivos, ou a presença de raríssimos 
espécimes lenhosos, neste caso enraizados em frestas da camada rochosa. 
Segundo TROMBETTA (2014) a vegetação de afloramento de rocha maciça - 
representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas árvores e 
arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos. 
 
6.4.13 Pampa 
Com uma área de 176.496 km2, o bioma Pampa está presente no Brasil somente 
na porção sul do Rio Grande do Sul (abaixo do paralelo 30º), onde ocupa 53% do 
estado (IBGE, 2004). A área corresponde aos campos da metade sul e das missões 
do Rio Grande do Sul, enquanto o restante do estado é ocupado pelo bioma Mata 
Atlântica, localizado ao norte. 
Quando comparado aos demais biomas continentais brasileiros, há 
relativamente poucos dados disponíveis sobre o bioma Pampa, utilizando-se o recorte 
definido pelo IBGE (2004). Uma das razões é que, sob o ponto de vista da pesquisa 
biológica, este geralmente é tratado como parte de uma área mais abrangente de 
vegetação campestre do sul do Brasil, os chamados “Campos Sulinos”. Além de todo 
o bioma Pampa, os Campos Sulinos incluem também áreas localizadas no Planalto 
 
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Sul-Brasileiro, os quais formam mosaicos com as florestas na metade norte do Rio 
Grande do Sul e nos estados de Santa Catarina e Paraná. Estes campos do Planalto 
Sul-Brasileiro, porém, estão inseridos no bioma Mata Atlântica, na definição do IBGE 
(2004). 
Assim como os demais biomas, o Pampa teve sua vegetação mapeada em 
escala 1:250.000, utilizando a interpretação de imagens de satélite Landsat obtidas 
em 2002. As imagens foram interpretadas buscando-se identificar categorias que 
indicassem um domínio fisionômico florestal ou campestre e que dessem ideia do grau 
de pressão antrópica sobre a formação (CARDOSO JR, 2010). 
 
7 ENERGIA SUSTENTÁVEL 
A definição do tipo de energia utilizada em um dado país ou região e decorrente 
da necessidade de se atender a demanda doméstica e de aumentar o nível de 
inserção no mercado econômico internacional. As políticas públicas, ao apoiarem a 
produção de bens, o desenvolvimento regional, o atendimento das famílias, os 
cuidados ambientais; e ao estimularem a geração de energia da fonte A ou B, são 
vetores importantes no desenho do modelo energético. Nesse sentido o Brasil tem 
sido exemplo mundial no uso de energias renováveis ao manter, desde os anos 1970 
até 2009, matriz energética que oscila entre 61% (1971) e 41% (2002) originada de 
fontes renováveis. 
Pode-se afirmar, por conseguinte, que toda redução de custo que puder ser 
alcançada deve fazer parte das estratégias das empresas. Fazer uma análise do custo 
de energia elétrica pode ser complexo, mas percebe-se que identificar melhorias para 
uma organização, no que se refere à utilização desta energia, traz uma redução no 
consumo da eletricidade, que pode refletir diretamente no preço do produto, pois reduz 
os custos de produção (KLAUS e SHERER, 2017) 
A tabela abaixo mostra a participação das principais fontes de geração utilizadas 
no cenário energético do setor elétrico brasileiro, destacando os empreendimentos 
que estão operando, assim como aqueles que estão em construção ou foram 
concedidos – licitação – ou autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica 
(Aneel). Observar que a potência apresentada em MW mostra o perfil da capacidade

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