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Aula 01 AFRFB 2009 DIREITO PREVIDENCIARIO

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CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB 
PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
Prezados Alunos e Alunas, é novamente um prazer fazer parte 
desta iniciativa do Ponto dos Concursos, e com isso atingir a todos que 
não tem tempo ou possibilidade de assistir um curso presencial. 
Tentarei aqui expor minha aula exatamente da mesma maneira 
que faço em sala de aula, com o mesmo conteúdo e abordagem. Estarei 
no fórum de dúvidas para qualquer elucidação que se faça necessária. 
Nosso conteúdo programático terá utilidade para todos que buscam 
o conhecimento do direito previdenciário, especialmente para a Receita 
Federal do Brasil, tanto nos concursos de nível médio como nível superior. 
Para o estudo de nossa matéria, em complemento às aulas, 
sempre recomendo a meus alunos a leitura da Lei 8.212/91 devidamente 
ATUALIZADA! 
Também é importante o Decreto 3048/99, que aprova o Regula-
mento da Previdência Social – RPS, também devidamente ATUALIZADO! 
O RPS é mais recente que as leis, e consolida tanto o custeio como 
o benefício previdenciário. Para nossa prova, só interessa o custeio. 
Todavia, todos já foram alterados em profundidade (você pode 
conseguir este material no site www.planalto.gov.br). 
Também é fundamental a leitura atenta da Lei 10666/03. É um 
texto pequeno, que não passa de 3 páginas, mas tem importantes 
alterações tanto no custeio como no benefício. É óbvio que você não vai 
entender bem o que está escrito nesta lei, mas, com o andamento do 
curso, as coisas ficarão mais claras! 
Como o texto do RPS é mais abrangente e atualizado que as leis, 
você pode dar preferência pelo estudo no RPS, indo eventualmente às 
leis. Mais é importante ter o material completo. Outras leis irão surgir 
em nosso curso, mas irei comentando ao “longo do caminho”. 
CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB 
PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 
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Novamente, sejam bem-vindos e mãos à obra! 
Aula I: Seguridade Social: Conceituação; Origem e Evolução 
Legislativa no Brasil; Organização e Princípios constitucionais. 
1. A Proteção Social 
Nossa primeira aula se inicia com a análise da proteção social, no 
que diz respeito à sua conceituação e origem. O assunto é de grande 
relevância até porque a compreensão das normas vigentes passa 
necessariamente pela abordagem dos eventos passados, e a evolução 
histórica dos mecanismos adotados pela sociedade em favor da 
cobertura dos infortúnios da vida é importante ponto de partida. 
A proteção social, então, nada mais é do que os 
mecanismos criados pela sociedade, ao longo de sua existência, 
para atender aos infortúnios da vida, como doença, velhice, etc., 
que impeçam a pessoa de obter seu sustento. 
A sociedade, ao longo de sua história, tem adotado em diversos 
mecanismos para o atendimento das necessidades de seus componentes 
em momentos de dificuldade. Pode-se dizer até mesmo que a proteção 
social possui uma natureza instintiva, porque a maioria dos seres 
humanos se preocupa em guardar algum tipo de recurso para o futuro. 
Na vida em sociedade pode-se dizer que uma das primeiras 
manifestações da proteção social como técnica de atendimento aos 
infortúnios da vida foi inicialmente patrocinada pela família, ou seja, 
um trabalhador que por exemplo ficasse incapacitado para trabalho teria 
o apoio de seus familiares enquanto se recuperava, e da mesma forma 
pessoas idosas teriam o amparo familiar para sua manutenção. 
Ao mesmo tempo existia também a figura da assistência 
voluntária, quando pessoas estranhas ao seio familiar auxiliavam 
necessitados, mesmo desconhecidos, numa situação que perdura até 
hoje quando, por exemplo, vemos pessoas recebendo esmolas na rua. 
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Percebam que essas técnicas rudimentares originárias da 
proteção social ainda existem! Não foram excluídas, sendo que a 
proteção fornecida pela família ainda é facilmente encontrada, assim 
como a assistência voluntária de terceiros. 
Até aí, não havia nenhum outro mecanismo protetivo! O Estado 
não tinha qualquer parcela de responsabilidade, até porque prevalecia o 
conceito liberal-burguês de organização estatal, no qual o Poder Público 
detém muito mais obrigações negativas, deveres de abstenção, de não 
interferência estatal na vida privada. O seu sucesso ou insucesso na 
vida dependia exclusivamente de você! 
Não havia aposentadoria, pensão ou qualquer coisa parecida! A 
pessoa deveria ser precavida, guardando para o futuro, ou certamente 
iria depender de terceiros, tendo mesmo de trabalhar “até cair”! 
Não há consenso sobre as fases evolutivas da Previdência Social. 
Wladimir Novaes Martinez menciona dois grandes grupos, Feijó 
Coimbra, três; Já Ilídio das Neves, quatro. A mais usual é a seguinte: 
� Fase inicial (até 1918): criação dos primeiros regimes 
previdenciários. 
� Fase intermediária (de 1919 a 1945): expansão da previdência pelo 
mundo. 
� Fase contemporânea (a partir de 1946): aumento da clientela 
atendida e dos benefícios. 
Entretanto, o importante é o entendimento dos pontos principais 
evolutivos da proteção social, de modo a se visualizar corretamente sua 
progressão. 
O que é interessante é que novos mecanismos foram se 
agregando aos precários mecanismos de proteção familiar e ao 
assistencialismo, dentro da evolução histórica citada acima. Dentro 
desse contexto merece menção os mútuos, que eram organizações 
voluntárias, em que determinado número de pessoas se reunia com 
propósito de estabelecer uma contribuição de todos para o fornecimento 
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de benefícios em eventual dificuldade financeira por doença, por 
exemplo. 
Ou seja, em épocas remotas, a proteção existente tinha caráter 
privado, de fundos mutualistas, onde determinado grupo de pessoas 
unia-se, voluntariamente, para a proteção mútua contra os riscos 
sociais. Quanto aos necessitados, a assistência era patrocinada pela 
sociedade, também voluntariamente. 
 Para alguns, inclusive, essas associações voluntárias de natureza 
mutualista foram as precursoras do que hoje nós chamamos de 
previdência complementar privada, na medida em que eram de natureza 
privada e de adesão plenamente facultativa (a diferença é que hoje, a 
previdência complementar é acessória frente aos regimes básicos). 
O que se vê claramente na evolução histórica é a assunção por 
parte do Estado de uma parcela de responsabilidade na manutenção de 
um mecanismo protetivo. Ou seja, o Estado abandona as suas posições 
periféricas, alheias à proteção social, e passa a assumir plena 
responsabilidade nesse setor. Isso se percebe claramente quando se 
vislumbra a evolução do Estado liberal para o chamado Estado social ou 
o Welfare State. Naturalmente, essa evolução foi feita de modo lento e 
gradual, desde uma ausência completa do patrocínio público até uma 
participação plena que nós encontramos hoje inclusive no Brasil. 
 2. Organização e Princípios Constitucionais 
O direito previdenciário, como ramo didaticamente autônomo do 
Direito, possui princípios próprios, os quais norteiam a aplicação e 
interpretação das regras constitucionais e legais relativas ao sistema 
protetivo. Alguns princípios são exclusivos da Seguridade Social, o que 
revela sua autonomia didática, enquanto outros são genéricos, 
aplicáveis a todos os ramos do Direito, inclusive o securitário. 
Entre os princípios gerais, merecem destaque os da Igualdade, 
Legalidade e do Direito Adquirido. 
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 A igualdade ou isonomia, na sua acepção material ou 
geométrica, implica o tratamento igual para os iguais, e desigual para os 
desiguais, dentro dos limites de suas desigualdades. Não é tratartodos 
da mesma forma, mas reconhecer as diferenças, atenuando as regras 
de acordo com a realidade de cada um. Tratar um trabalhador de baixa 
renda de modo mais favorável que outro de renda elevada não é anti-
isonômico, mas sim verdadeiro exemplo de isonomia. 
A legalidade permeia todo o Estado de Direito, impondo o respeito 
à lei, não somente pelo particular, mas também pelo Estado. Por isso, 
somente poderão ser concedidos benefícios previstos em lei, assim 
como as contribuições sociais exigidas para o custeio da seguridade 
devem ter amparo expresso na lei. 
O direito adquirido tem ampla importância, em especial na 
previdência social. É o direito que adere ao patrimônio jurídico do 
segurado, uma vez cumpridos TODOS os requisitos legais. Por 
exemplo, se o segurado preenche todos os requisitos legais à 
aposentadoria, mas não se aposenta, permanecendo em atividade – 
caso a lei passe a exigir uma idade muito maior para a aposentadoria, 
este segurado não será atingido, pois já tinha preenchido todos os 
requisitos da lei anterior. 
Todavia, se faltasse apenas um dia para o trabalhador preencher 
os requisitos, e a lei muda, não haverá direito adquirido, mas somente 
expectativa de direito, que, em geral, acaba sendo o mesmo que 
nada... 
Naturalmente, o Legislador, ao mudar as regras previdenciárias, 
prevê regras de transição, justamente para atender as pessoas com 
expectativa de direito. Lembre-se que não existe direito adquirido ao 
regime jurídico, mas somente ao benefício, se cumpridos todos os 
requisitos. De nada adianta alegar o trabalhador que a regra era aquela 
quando iniciou suas contribuições, e deveria permanecer até o fim. Isso 
não vale no Direito! 
Entre os princípios específicos, temos: 
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� Solidariedade – o mais importante, de natureza ético-jurídica, ou 
seja, trazendo à tona o dever moral de auxílio ao próximo. Impede 
adoção de um sistema de capitalização pura na previdência social, pois 
o mais afortunado deve contribuir com mais, tendo em vista a escassez 
de recursos e contribuições de outros. É este princípio que permite uma 
pessoa ser aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, 
sem ter qualquer contribuição recolhida para o sistema (art. 3°, I, 
CF/88). 
� Universalidade de cobertura e Atendimento (art. 194, parágrafo 
único, I, CF/88) – este princípio estabelece que qualquer pessoa pode 
participar da proteção social patrocinada pelo Estado. Com relação à 
saúde e assistência social, já foi visto que esta é a regra. Porém, quanto 
à previdência social, por ser regime contributivo, é, a princípio, restrito 
aos que exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao 
mandamento constitucional, foi criada a figura do segurado facultativo. 
 
� Uniformidade e Equivalência de Prestações Entre as 
Populações Urbana e Rural (art. 194, parágrafo único, II, CF/88)- as 
prestações securitárias devem ser idênticas para trabalhadores rurais ou 
urbanos, não sendo lícito a criação de benefícios diferenciados. 
 
Até a Carta de 1988 o tratamento dado a estas populações era 
diferenciado, sendo que em regra, agora seguem a mesma 
normatização previdenciária, contudo existem exceções postas pela 
própria Constituição (art. 195, § 8º e 201, § 7°). 
� Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e 
Serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88)- algumas prestações 
serão extensíveis somente a algumas parcelas da população, como, por 
exemplo, salário-família (seletividade) e os benefícios e serviços devem 
buscar a otimização da distribuição de renda no país, favorecendo as 
pessoas e regiões mais pobres (distributividade). 
A seletividade concede na concessão do benefício ou serviço em 
razão de sua essencialidade, por exemplo, o salário-família que somente 
é pago ao trabalhador de baixa renda, sendo que a distributividade, que 
opera no plano interpessoal e inter-regional, sendo que o primeiro 
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estará vinculado a solidariedade do sistema, onde a contribuição 
visa a manutenção do sistema protetivo, e no plano inter-regional 
determina que as regiões mais pobres do país deverão receber mais 
recursos que as mais ricas. 
� Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo 
único, IV, CF/88) - Determina, na visão do STF, uma prestação 
negativa do Estado de abster-se de reduzir o benéfico concedido. Ou 
seja, este princípio NÂO garante a correção monetária do benefício, 
mas somente a manutenção do seu valor nominal. A correção até deve 
existir, mas devido a outra norma constitucional (art. 201, § 4º). 
� Equidade na Forma de Participação no Custeio (art. 194, 
parágrafo único, V, CF/88) – norma dirigida ao legislador, impõe que 
este crie a contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos 
contribuintes, empresa e trabalhador. Não implica a aplicação pura e 
simples da capacidade contributiva, como nos impostos, mas alguma 
razoabilidade na taxação. Traduz a idéia de cobrar alíquotas e valores 
mais elevados daqueles que tem maior fonte de rendimentos. 
� Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, parágrafo 
único, VI, CF/88) – a base de financiamento da Seguridade Social deve 
ser o mais variada possível, de modo que oscilações setoriais não 
venham a comprometer a arrecadação de contribuições. Como veremos, 
este princípio é seguido à risca, já que existem diversas contribuições 
sociais. 
Por causa deste princípio, qualquer proposta de unificação de todas 
as contribuições sociais em uma única é inconstitucional. 
� Caráter Democrático e Descentralizado da Administração (art. 
194, parágrafo único, VII, CF/88) – ALTERADO PELA EC 20/98 – visa a 
participação da sociedade da organização e gerenciamento da 
seguridade Social, mediante gestão quadripartite, com participação 
dos trabalhadores, empregadores, APOSENTADOS e do governo. 
Isto funciona nos órgãos colegiados da seguridade, como o conselho 
nacional de previdência social, o conselho de recursos da previdência 
social etc. 
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� Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço
(art. 195, § 5°, CF/88) – este princípio visa o equilíbrio atuarial e 
financeiro do sistema securitário. Este princípio será melhor abordado 
em aulas futuras. 
Exercícios: 
1) A respeito da seguridade social e de seus princípios informativos, 
assinale a alternativa errada. 
a) Seguridade social é um conjunto de princípios, normas e 
instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos 
indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas 
necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
b) O princípio constitucional da universalidade da cobertura e do 
atendimento, que informa a organização da seguridade social, 
corresponde ao ideal de que todos os residentes no país será garantida 
igual cobertura diante da mesma contingência ou circunstância, desde 
que atendidos certos requisitos e observadas determinadas condições, 
definidos pela legislação previdenciária. 
c) O princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios objetiva 
preservar o respectivo poder aquisitivo, diante de contingências da 
economia nacional, sendo certo que o valor reajustado dos benefícios 
não poderá superar o salário-de-benefício do segurado vigente na data 
do reajustamento, respeitando-se, todavia, os direitos adquiridos. 
d) O princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou 
serviço admite apenas uma única exceção, identificável nas prestações 
da assistência social, para cujo acesso não há necessidadede qualquer 
contribuição por parte do segurado. 
e) O princípio da tríplice forma de custeio estatui a obrigação dos 
entes públicos, empregados e empregadores para a seguridade social, 
não exclui a contribuição sobre a receita dos concursos de prognósticos. 
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a) Correta 
A questão traz amplo conceito de seguridade social, como dispõe a 
Constituição, destinando-se a atender todo tipo de demanda social nas 
áreas previdenciária, assistencial e de saúde. 
A seguridade social, como perspectiva máxima da atuação estatal 
na área protetiva, conjuga uma ampla gama de normas e princípios a 
elas relativos, de modo a orientar a aplicação das regras da seguridade, 
materializando a determinação constitucional (Art. 194, caput, 
CRFB/88). 
b) Correta 
A questão traz restrição indevida. Na verdade, o princípio 
constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento (Art. 
194, parágrafo único, I, CRFB/88) atende a qualquer pessoa em 
território nacional, como, por exemplo, um turista que venha a 
necessitar de atendimento médico. 
Provavelmente, a Banca deu entendimento restrito ao Princípio, 
imaginando-o no âmbito da previdência social, quando tem sua 
aplicação, em regra, restrita aos brasileiros e estrangeiros residentes no 
país. 
De qualquer forma, ainda que incompleta, a questão não é errada, 
de modo que o gabarito permaneceu como correta. 
c) “Correta” 
Como vimos, o princípio da irredutibilidade (Art. 194, parágrafo 
único, V, CRFB/88), na acepção do STF, tem um alcance mais restrito, 
mas é fato que muitos sustentam que o mesmo visa a manutenção do 
poder de compra do benefício, de modo a evitar sua corrosão por perdas 
inflacionárias, por exemplo. Como o salário-de-benefício - SB é a 
base de cálculo para a obtenção do valor da prestação previdenciária a 
ser paga, e como, em regra, este valor não poderá superar 100% do 
SB, por uma questão mais lógica do que jurídica, a correção do benefício 
não teria como superar a base do benefício corrigida pelo mesmo índice. 
A ressalva aos direitos adquiridos é válida no sentido de excluir da 
afirmativa segurados que, em virtude de dispositivos legais já 
revogados, gozavam de privilégios na correção do benefício que 
poderiam gerar prestação superior a 100% do SB. 
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Apesar do início da questão ser discrepante com o que fala o STF, 
veremos que o item seguinte traz uma questão “mais errada”, e 
portanto será o gabarito. 
d) ERRADO 
O princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou 
serviço (Art. 195, § 5°, CRFB/88) não comporta qualquer exceção. Na 
verdade, todas as ações da seguridade social, incluindo aí as 
assistenciais, devem atender a este Princípio. 
O que gera alguma confusão, no estudo do benefício de natureza 
assistencial, é a ausência de contribuição do beneficiário direto, isto é, 
daquele que irá gozar do benefício, que é o necessitado. 
Ou seja, apesar de inexistir contribuição daquele que irá obter a 
prestação, isto não significa que não há custeio respectivo: este é feito a 
partir das demais contribuições sociais, arrecadadas de toda a 
sociedade. É a aplicação evidente do Princípio da Solidariedade. 
Desta forma, mesmo benefícios de natureza assistencial, caso 
sofram majoração, sejam estendidos ou criados, deverão, 
necessariamente, prever fonte de custeio respectiva. 
e) Correta 
A fonte de tríplice de custeio é adotada pela atual 
Constituição.A contribuição social sobre a receita de concursos de 
prognósticos (Art. 195, III, CRFB/88) é simplesmente uma exação a 
mais criada pelo constituinte, de modo a trazer mais recursos à 
seguridade social, arrecadada da sociedade 
2) Com relação à seguridade social, assinale a alternativa correta. 
a) A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/23) foi o grande 
marco da Previdência Social no Brasil. No entanto, alguns institutos 
jurídicos secundários existentes hoje, nas modernas legislações, já 
haviam sido concebidos no Brasil, por instrumentos legais, muito antes. 
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b) Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultou da fusão do INPS 
e do INAMPS, competindo-lhe, entre outras atribuições, promover a 
arrecadação, a fiscalização e a cobrança das contribuições incidentes 
sobre a folha de salários e demais receitas a elas vinculadas, na forma 
da legislação em vigor. 
c) A preexistência do custeio total em relação ao benefício ou serviço da 
seguridade social é fator indispensável; sem o custeio, não há benefício 
ou serviço de seguridade. Por isso este princípio impede que a 
assistência social seja prestada independentemente de contribuição do 
beneficiário à seguridade social. 
d) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços 
não são princípios constitucionais da seguridade social. 
e) Não há garantia ao direito adquirido na previdência social, em razão 
de sua natureza contributiva. 
A letra “a” é a correta, pois a Lei Eloy Chaves, como vimos, apesar de 
ser o marco da previdência brasileira, não foi o primeiro, tendo o seguro 
de acidentes de trabalho surgido alguns anos antes. A letra “b” é 
incorreta porque a fusão que resultou no INSS foi do IAPAS com o INPS, 
e não o INAMPS. 
A letra “c” está incorreta pois, embora a preexistência do custeio seja 
necessária, como ainda veremos, a assistência social não demanda 
cotização do benefício direto, mas somente sua comprovação da 
condição de necessitado. Obviamente, os recursos devem existir, e são 
arrecadados pelo Estado da sociedade como um todo. 
A letra ‘d” é incorreta, pois, como visto, seletividade e distributividade 
são, sim, princípios constitucionais da seguridade social. 
A letra ‘e” é incorreta, pois, como visto, o direito adquirido é assegurado 
em qualquer hipótese, inclusive, por óbvio, na seguridade social.

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