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CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 1 www.pontodosconcursos.com.br Prezados Alunos e Alunas, é novamente um prazer fazer parte desta iniciativa do Ponto dos Concursos, e com isso atingir a todos que não tem tempo ou possibilidade de assistir um curso presencial. Tentarei aqui expor minha aula exatamente da mesma maneira que faço em sala de aula, com o mesmo conteúdo e abordagem. Estarei no fórum de dúvidas para qualquer elucidação que se faça necessária. Nosso conteúdo programático terá utilidade para todos que buscam o conhecimento do direito previdenciário, especialmente para a Receita Federal do Brasil, tanto nos concursos de nível médio como nível superior. Para o estudo de nossa matéria, em complemento às aulas, sempre recomendo a meus alunos a leitura da Lei 8.212/91 devidamente ATUALIZADA! Também é importante o Decreto 3048/99, que aprova o Regula- mento da Previdência Social – RPS, também devidamente ATUALIZADO! O RPS é mais recente que as leis, e consolida tanto o custeio como o benefício previdenciário. Para nossa prova, só interessa o custeio. Todavia, todos já foram alterados em profundidade (você pode conseguir este material no site www.planalto.gov.br). Também é fundamental a leitura atenta da Lei 10666/03. É um texto pequeno, que não passa de 3 páginas, mas tem importantes alterações tanto no custeio como no benefício. É óbvio que você não vai entender bem o que está escrito nesta lei, mas, com o andamento do curso, as coisas ficarão mais claras! Como o texto do RPS é mais abrangente e atualizado que as leis, você pode dar preferência pelo estudo no RPS, indo eventualmente às leis. Mais é importante ter o material completo. Outras leis irão surgir em nosso curso, mas irei comentando ao “longo do caminho”. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 2 www.pontodosconcursos.com.br Novamente, sejam bem-vindos e mãos à obra! Aula I: Seguridade Social: Conceituação; Origem e Evolução Legislativa no Brasil; Organização e Princípios constitucionais. 1. A Proteção Social Nossa primeira aula se inicia com a análise da proteção social, no que diz respeito à sua conceituação e origem. O assunto é de grande relevância até porque a compreensão das normas vigentes passa necessariamente pela abordagem dos eventos passados, e a evolução histórica dos mecanismos adotados pela sociedade em favor da cobertura dos infortúnios da vida é importante ponto de partida. A proteção social, então, nada mais é do que os mecanismos criados pela sociedade, ao longo de sua existência, para atender aos infortúnios da vida, como doença, velhice, etc., que impeçam a pessoa de obter seu sustento. A sociedade, ao longo de sua história, tem adotado em diversos mecanismos para o atendimento das necessidades de seus componentes em momentos de dificuldade. Pode-se dizer até mesmo que a proteção social possui uma natureza instintiva, porque a maioria dos seres humanos se preocupa em guardar algum tipo de recurso para o futuro. Na vida em sociedade pode-se dizer que uma das primeiras manifestações da proteção social como técnica de atendimento aos infortúnios da vida foi inicialmente patrocinada pela família, ou seja, um trabalhador que por exemplo ficasse incapacitado para trabalho teria o apoio de seus familiares enquanto se recuperava, e da mesma forma pessoas idosas teriam o amparo familiar para sua manutenção. Ao mesmo tempo existia também a figura da assistência voluntária, quando pessoas estranhas ao seio familiar auxiliavam necessitados, mesmo desconhecidos, numa situação que perdura até hoje quando, por exemplo, vemos pessoas recebendo esmolas na rua. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 3 www.pontodosconcursos.com.br Percebam que essas técnicas rudimentares originárias da proteção social ainda existem! Não foram excluídas, sendo que a proteção fornecida pela família ainda é facilmente encontrada, assim como a assistência voluntária de terceiros. Até aí, não havia nenhum outro mecanismo protetivo! O Estado não tinha qualquer parcela de responsabilidade, até porque prevalecia o conceito liberal-burguês de organização estatal, no qual o Poder Público detém muito mais obrigações negativas, deveres de abstenção, de não interferência estatal na vida privada. O seu sucesso ou insucesso na vida dependia exclusivamente de você! Não havia aposentadoria, pensão ou qualquer coisa parecida! A pessoa deveria ser precavida, guardando para o futuro, ou certamente iria depender de terceiros, tendo mesmo de trabalhar “até cair”! Não há consenso sobre as fases evolutivas da Previdência Social. Wladimir Novaes Martinez menciona dois grandes grupos, Feijó Coimbra, três; Já Ilídio das Neves, quatro. A mais usual é a seguinte: � Fase inicial (até 1918): criação dos primeiros regimes previdenciários. � Fase intermediária (de 1919 a 1945): expansão da previdência pelo mundo. � Fase contemporânea (a partir de 1946): aumento da clientela atendida e dos benefícios. Entretanto, o importante é o entendimento dos pontos principais evolutivos da proteção social, de modo a se visualizar corretamente sua progressão. O que é interessante é que novos mecanismos foram se agregando aos precários mecanismos de proteção familiar e ao assistencialismo, dentro da evolução histórica citada acima. Dentro desse contexto merece menção os mútuos, que eram organizações voluntárias, em que determinado número de pessoas se reunia com propósito de estabelecer uma contribuição de todos para o fornecimento CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 4 www.pontodosconcursos.com.br de benefícios em eventual dificuldade financeira por doença, por exemplo. Ou seja, em épocas remotas, a proteção existente tinha caráter privado, de fundos mutualistas, onde determinado grupo de pessoas unia-se, voluntariamente, para a proteção mútua contra os riscos sociais. Quanto aos necessitados, a assistência era patrocinada pela sociedade, também voluntariamente. Para alguns, inclusive, essas associações voluntárias de natureza mutualista foram as precursoras do que hoje nós chamamos de previdência complementar privada, na medida em que eram de natureza privada e de adesão plenamente facultativa (a diferença é que hoje, a previdência complementar é acessória frente aos regimes básicos). O que se vê claramente na evolução histórica é a assunção por parte do Estado de uma parcela de responsabilidade na manutenção de um mecanismo protetivo. Ou seja, o Estado abandona as suas posições periféricas, alheias à proteção social, e passa a assumir plena responsabilidade nesse setor. Isso se percebe claramente quando se vislumbra a evolução do Estado liberal para o chamado Estado social ou o Welfare State. Naturalmente, essa evolução foi feita de modo lento e gradual, desde uma ausência completa do patrocínio público até uma participação plena que nós encontramos hoje inclusive no Brasil. 2. Organização e Princípios Constitucionais O direito previdenciário, como ramo didaticamente autônomo do Direito, possui princípios próprios, os quais norteiam a aplicação e interpretação das regras constitucionais e legais relativas ao sistema protetivo. Alguns princípios são exclusivos da Seguridade Social, o que revela sua autonomia didática, enquanto outros são genéricos, aplicáveis a todos os ramos do Direito, inclusive o securitário. Entre os princípios gerais, merecem destaque os da Igualdade, Legalidade e do Direito Adquirido. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 5 www.pontodosconcursos.com.br A igualdade ou isonomia, na sua acepção material ou geométrica, implica o tratamento igual para os iguais, e desigual para os desiguais, dentro dos limites de suas desigualdades. Não é tratartodos da mesma forma, mas reconhecer as diferenças, atenuando as regras de acordo com a realidade de cada um. Tratar um trabalhador de baixa renda de modo mais favorável que outro de renda elevada não é anti- isonômico, mas sim verdadeiro exemplo de isonomia. A legalidade permeia todo o Estado de Direito, impondo o respeito à lei, não somente pelo particular, mas também pelo Estado. Por isso, somente poderão ser concedidos benefícios previstos em lei, assim como as contribuições sociais exigidas para o custeio da seguridade devem ter amparo expresso na lei. O direito adquirido tem ampla importância, em especial na previdência social. É o direito que adere ao patrimônio jurídico do segurado, uma vez cumpridos TODOS os requisitos legais. Por exemplo, se o segurado preenche todos os requisitos legais à aposentadoria, mas não se aposenta, permanecendo em atividade – caso a lei passe a exigir uma idade muito maior para a aposentadoria, este segurado não será atingido, pois já tinha preenchido todos os requisitos da lei anterior. Todavia, se faltasse apenas um dia para o trabalhador preencher os requisitos, e a lei muda, não haverá direito adquirido, mas somente expectativa de direito, que, em geral, acaba sendo o mesmo que nada... Naturalmente, o Legislador, ao mudar as regras previdenciárias, prevê regras de transição, justamente para atender as pessoas com expectativa de direito. Lembre-se que não existe direito adquirido ao regime jurídico, mas somente ao benefício, se cumpridos todos os requisitos. De nada adianta alegar o trabalhador que a regra era aquela quando iniciou suas contribuições, e deveria permanecer até o fim. Isso não vale no Direito! Entre os princípios específicos, temos: CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 6 www.pontodosconcursos.com.br � Solidariedade – o mais importante, de natureza ético-jurídica, ou seja, trazendo à tona o dever moral de auxílio ao próximo. Impede adoção de um sistema de capitalização pura na previdência social, pois o mais afortunado deve contribuir com mais, tendo em vista a escassez de recursos e contribuições de outros. É este princípio que permite uma pessoa ser aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, sem ter qualquer contribuição recolhida para o sistema (art. 3°, I, CF/88). � Universalidade de cobertura e Atendimento (art. 194, parágrafo único, I, CF/88) – este princípio estabelece que qualquer pessoa pode participar da proteção social patrocinada pelo Estado. Com relação à saúde e assistência social, já foi visto que esta é a regra. Porém, quanto à previdência social, por ser regime contributivo, é, a princípio, restrito aos que exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao mandamento constitucional, foi criada a figura do segurado facultativo. � Uniformidade e Equivalência de Prestações Entre as Populações Urbana e Rural (art. 194, parágrafo único, II, CF/88)- as prestações securitárias devem ser idênticas para trabalhadores rurais ou urbanos, não sendo lícito a criação de benefícios diferenciados. Até a Carta de 1988 o tratamento dado a estas populações era diferenciado, sendo que em regra, agora seguem a mesma normatização previdenciária, contudo existem exceções postas pela própria Constituição (art. 195, § 8º e 201, § 7°). � Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e Serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88)- algumas prestações serão extensíveis somente a algumas parcelas da população, como, por exemplo, salário-família (seletividade) e os benefícios e serviços devem buscar a otimização da distribuição de renda no país, favorecendo as pessoas e regiões mais pobres (distributividade). A seletividade concede na concessão do benefício ou serviço em razão de sua essencialidade, por exemplo, o salário-família que somente é pago ao trabalhador de baixa renda, sendo que a distributividade, que opera no plano interpessoal e inter-regional, sendo que o primeiro CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 7 www.pontodosconcursos.com.br estará vinculado a solidariedade do sistema, onde a contribuição visa a manutenção do sistema protetivo, e no plano inter-regional determina que as regiões mais pobres do país deverão receber mais recursos que as mais ricas. � Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo único, IV, CF/88) - Determina, na visão do STF, uma prestação negativa do Estado de abster-se de reduzir o benéfico concedido. Ou seja, este princípio NÂO garante a correção monetária do benefício, mas somente a manutenção do seu valor nominal. A correção até deve existir, mas devido a outra norma constitucional (art. 201, § 4º). � Equidade na Forma de Participação no Custeio (art. 194, parágrafo único, V, CF/88) – norma dirigida ao legislador, impõe que este crie a contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos contribuintes, empresa e trabalhador. Não implica a aplicação pura e simples da capacidade contributiva, como nos impostos, mas alguma razoabilidade na taxação. Traduz a idéia de cobrar alíquotas e valores mais elevados daqueles que tem maior fonte de rendimentos. � Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, parágrafo único, VI, CF/88) – a base de financiamento da Seguridade Social deve ser o mais variada possível, de modo que oscilações setoriais não venham a comprometer a arrecadação de contribuições. Como veremos, este princípio é seguido à risca, já que existem diversas contribuições sociais. Por causa deste princípio, qualquer proposta de unificação de todas as contribuições sociais em uma única é inconstitucional. � Caráter Democrático e Descentralizado da Administração (art. 194, parágrafo único, VII, CF/88) – ALTERADO PELA EC 20/98 – visa a participação da sociedade da organização e gerenciamento da seguridade Social, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores, APOSENTADOS e do governo. Isto funciona nos órgãos colegiados da seguridade, como o conselho nacional de previdência social, o conselho de recursos da previdência social etc. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 8 www.pontodosconcursos.com.br � Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço (art. 195, § 5°, CF/88) – este princípio visa o equilíbrio atuarial e financeiro do sistema securitário. Este princípio será melhor abordado em aulas futuras. Exercícios: 1) A respeito da seguridade social e de seus princípios informativos, assinale a alternativa errada. a) Seguridade social é um conjunto de princípios, normas e instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. b) O princípio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento, que informa a organização da seguridade social, corresponde ao ideal de que todos os residentes no país será garantida igual cobertura diante da mesma contingência ou circunstância, desde que atendidos certos requisitos e observadas determinadas condições, definidos pela legislação previdenciária. c) O princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios objetiva preservar o respectivo poder aquisitivo, diante de contingências da economia nacional, sendo certo que o valor reajustado dos benefícios não poderá superar o salário-de-benefício do segurado vigente na data do reajustamento, respeitando-se, todavia, os direitos adquiridos. d) O princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço admite apenas uma única exceção, identificável nas prestações da assistência social, para cujo acesso não há necessidadede qualquer contribuição por parte do segurado. e) O princípio da tríplice forma de custeio estatui a obrigação dos entes públicos, empregados e empregadores para a seguridade social, não exclui a contribuição sobre a receita dos concursos de prognósticos. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 9 www.pontodosconcursos.com.br a) Correta A questão traz amplo conceito de seguridade social, como dispõe a Constituição, destinando-se a atender todo tipo de demanda social nas áreas previdenciária, assistencial e de saúde. A seguridade social, como perspectiva máxima da atuação estatal na área protetiva, conjuga uma ampla gama de normas e princípios a elas relativos, de modo a orientar a aplicação das regras da seguridade, materializando a determinação constitucional (Art. 194, caput, CRFB/88). b) Correta A questão traz restrição indevida. Na verdade, o princípio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento (Art. 194, parágrafo único, I, CRFB/88) atende a qualquer pessoa em território nacional, como, por exemplo, um turista que venha a necessitar de atendimento médico. Provavelmente, a Banca deu entendimento restrito ao Princípio, imaginando-o no âmbito da previdência social, quando tem sua aplicação, em regra, restrita aos brasileiros e estrangeiros residentes no país. De qualquer forma, ainda que incompleta, a questão não é errada, de modo que o gabarito permaneceu como correta. c) “Correta” Como vimos, o princípio da irredutibilidade (Art. 194, parágrafo único, V, CRFB/88), na acepção do STF, tem um alcance mais restrito, mas é fato que muitos sustentam que o mesmo visa a manutenção do poder de compra do benefício, de modo a evitar sua corrosão por perdas inflacionárias, por exemplo. Como o salário-de-benefício - SB é a base de cálculo para a obtenção do valor da prestação previdenciária a ser paga, e como, em regra, este valor não poderá superar 100% do SB, por uma questão mais lógica do que jurídica, a correção do benefício não teria como superar a base do benefício corrigida pelo mesmo índice. A ressalva aos direitos adquiridos é válida no sentido de excluir da afirmativa segurados que, em virtude de dispositivos legais já revogados, gozavam de privilégios na correção do benefício que poderiam gerar prestação superior a 100% do SB. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 10 www.pontodosconcursos.com.br Apesar do início da questão ser discrepante com o que fala o STF, veremos que o item seguinte traz uma questão “mais errada”, e portanto será o gabarito. d) ERRADO O princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço (Art. 195, § 5°, CRFB/88) não comporta qualquer exceção. Na verdade, todas as ações da seguridade social, incluindo aí as assistenciais, devem atender a este Princípio. O que gera alguma confusão, no estudo do benefício de natureza assistencial, é a ausência de contribuição do beneficiário direto, isto é, daquele que irá gozar do benefício, que é o necessitado. Ou seja, apesar de inexistir contribuição daquele que irá obter a prestação, isto não significa que não há custeio respectivo: este é feito a partir das demais contribuições sociais, arrecadadas de toda a sociedade. É a aplicação evidente do Princípio da Solidariedade. Desta forma, mesmo benefícios de natureza assistencial, caso sofram majoração, sejam estendidos ou criados, deverão, necessariamente, prever fonte de custeio respectiva. e) Correta A fonte de tríplice de custeio é adotada pela atual Constituição.A contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos (Art. 195, III, CRFB/88) é simplesmente uma exação a mais criada pelo constituinte, de modo a trazer mais recursos à seguridade social, arrecadada da sociedade 2) Com relação à seguridade social, assinale a alternativa correta. a) A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/23) foi o grande marco da Previdência Social no Brasil. No entanto, alguns institutos jurídicos secundários existentes hoje, nas modernas legislações, já haviam sido concebidos no Brasil, por instrumentos legais, muito antes. CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 11 www.pontodosconcursos.com.br b) Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultou da fusão do INPS e do INAMPS, competindo-lhe, entre outras atribuições, promover a arrecadação, a fiscalização e a cobrança das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais receitas a elas vinculadas, na forma da legislação em vigor. c) A preexistência do custeio total em relação ao benefício ou serviço da seguridade social é fator indispensável; sem o custeio, não há benefício ou serviço de seguridade. Por isso este princípio impede que a assistência social seja prestada independentemente de contribuição do beneficiário à seguridade social. d) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços não são princípios constitucionais da seguridade social. e) Não há garantia ao direito adquirido na previdência social, em razão de sua natureza contributiva. A letra “a” é a correta, pois a Lei Eloy Chaves, como vimos, apesar de ser o marco da previdência brasileira, não foi o primeiro, tendo o seguro de acidentes de trabalho surgido alguns anos antes. A letra “b” é incorreta porque a fusão que resultou no INSS foi do IAPAS com o INPS, e não o INAMPS. A letra “c” está incorreta pois, embora a preexistência do custeio seja necessária, como ainda veremos, a assistência social não demanda cotização do benefício direto, mas somente sua comprovação da condição de necessitado. Obviamente, os recursos devem existir, e são arrecadados pelo Estado da sociedade como um todo. A letra ‘d” é incorreta, pois, como visto, seletividade e distributividade são, sim, princípios constitucionais da seguridade social. A letra ‘e” é incorreta, pois, como visto, o direito adquirido é assegurado em qualquer hipótese, inclusive, por óbvio, na seguridade social.
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