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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 5 - Crédito tributário: conceito e constituição; Lançamento: conceito, modalidades de lançamento e hipóteses de alteração 1. Introdução Olá prezados (as) concursandos (as), Fiz uma pequena inversão na sequencia dos temas do nosso curso, sem qualquer tipo de prejuízo para o conteúdo, que é o mesmíssimo, a saber: Aula 6 - Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário. Extinção do Crédito Tributário. Pagamento Indevido (01/07); Aula 7 - Exclusão do Crédito Tributário. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário (08/07); Aula 8 - Limitações Constitucionais do Poder de Tributar: Imunidades e Princípios Constitucionais Tributários; (15/07); Aula 9 - Responsabilidade Tributária (22/07); Aula 10 - Legislação Tributária. Vigência, Aplicação, Interpretação e Integração da Legislação Tributária (29/07); Aula 11 - Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária (05/08); Aula 12 - Administração Tributária. Fiscalização. Dívida Ativa. Certidões Negativas (12/08); Aula 13 - Tributos de Competência dos Estados. Tributos de Competência dos Municípios (19/08); Aula 14 – Simples Nacional (26/08). De início, quero destacar que o tema de hoje é fundamental para compreensão do fenômeno da relação tributária. Este fenômeno, de acordo com o previsto expressamente no CTN, pode ser visualizado parcialmente com a seguinte sequência cronológica de atos, a saber: Hipótese de incidência ou Fato gerador in abstrato Fato imponível ou Fato gerador in concreto Obrigação tributária Lançamento Crédito Tributário CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br Ou com o seguinte gráfico: Crédito Tributário Lançamento Obrigação tributária Fato imponível ou Hipótese de incidência ou Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto Obrigação tributária Lançamento Crédito tributário Os gráficos servem para demonstrar que no direito tributário posto no CTN existe uma linha cronológica de atos ou momentos diferentes da relação tributária. Primeiro, existe a hipótese de incidência ou o fato gerador in abstrato. Depois, ocorre o fato imponível ou o fato gerador in concreto. Daí surge à obrigação tributária, que, com o lançamento tributário, transforma-se em crédito tributário. Hipótese de Incidência + Fato Gerador in concreto = Obrigação Tributária + Lançamento = Crédito Tributário. Rememorando: a hipótese de incidência é a previsão abstrata na lei do fato gerador (ex.: art. 43 do CTN - hipótese de incidência do imposto de renda); e fato gerador in concreto ou fato imponível é a concretização da hipótese de incidência (ex.: determinada pessoa obtêm renda com o ganho do prêmio de uma loteria ou com o salário no início do mês seguinte ao trabalho). Decerto, apesar de se dizer comumente que o tributo é obrigatório a partir da concretização da hipótese de incidência (fato imponível), não se CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br pode falar de forma alguma que o tributo já é exigível, uma vez que a exigibilidade do crédito tributário é dependente do lançamento tributário ou da constituição do crédito tributário. Dito isto, vamos estudar o crédito tributário e o lançamento tributário com maiores detalhes. 2. Crédito Tributário O crédito tributário decorre da obrigação tributária principal e tem a mesma natureza desta (art. 139, do CTN). Isto é, o credito tributário se origina da existência do tributo ou da multa fiscal e tem natureza tributária idêntica a da obrigação tributária principal. Nesse rumo, o crédito tributário representa o momento da exigibilidade da relação tributária, tendo seu nascimento com a ocorrência lançamento tributário, nos termos do art.142 do CTN. Entretanto, já deixo registrado que existem duas hipóteses já reconhecidas na jurisprudência do STJ e do STF (vamos estudar no próximo tópico) que constituem o crédito tributário ou que acarretam o nascimento ao crédito tributário, sem a necessidade de lançamento, que são: (i) a constituição do crédito tributário pelo particular com entrega de declarações tributárias, tais como a Declaração de Contribuições de Tributos Federais (DCTF) ou a Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA); (ii) a constituição do crédito tributário por ato judicial no que concerne às contribuições previdenciárias na Justiça do Trabalho. Neste tópico aqui, vamos estudar apenas o nascimento do crédito tributário a partir da ocorrência lançamento tributário. Assim, nos termos enunciados no CTN, pode-se definir o crédito tributário com uma obrigação tributária lançada ou uma obrigação tributária exigível, sendo o lançamento o instrumento que confere a exigibilidade à obrigação tributária, quantificando-a (aferição do quanto se deve) e qualificando-a (identificação do que se deve). Deste modo, o lançamento tributário transforma a obrigação CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br tributária antes ilíquida em líquida e certa que passa a ser denominada de crédito tributário. Isto significa que o crédito tributário é a obrigação tributária em um renovado momento após o lançamento tributário. É a partir do lançamento tributário que se pode falar em exigibilidade da obrigação tributária principal ou acessória pela autoridade fiscal. Deste modo, a autoridade fiscal não pode exigir a obrigação tributária com a simples ocorrência do fato gerador, pois se entende que apenas com a formalização da dívida tributária através do lançamento é que esta se torna líquida, certa e exigível, podendo o Fisco exigir o cumprimento da obrigação tributária. Por exigibilidade no direito tributário se entende que o Fisco pode cobrar o crédito tributário do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário), exigindo-se o cumprimento da obrigação tributária. A exigibilidade significa, em outras palavras, tornar passível de cobrança. Na interpretação do CTN, o termo exigibilidade está umbilicalmente ligado ao lançamento tributário. Por exemplo, a obrigação tributária acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação tributária principal relativamente à multa. E para exigir esta multa é necessário o lançamento tributário (auto de infração), segundo o art. 142 do CTN, pois, se o contribuinte cumpre com a obrigação acessória, não há exigibilidade pela autoridade fiscal, mas sim obrigatoriedade de cumprir com a sua obrigação tributária. Neste sentido, afirma de forma exemplar Ruy Barbosa Nogueira: “A exigibilidade surge com o inadimplemento por parte do sujeito passivo, que permite o Fisco promover a cobrança amigável do seu crédito. A exequibilidade judicial, porém, vem num momento posterior, quando o Fisco inscreve em dívida ativa tributária e extrai o respectivo termo, obtendo, assim, o título executivo extrajudicial que dará sustentação à Execução Fiscal”. Então, podemos simplificar a situação explicada até agora assim: a) obrigação tributário existente que corresponde à lei mais o fato gerador CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br in concreto; b) crédito tributário exigível que é considerado à lei mais fato gerador in concreto mais lançamento; c) crédito tributário exeqüível ou executável que é igual à lei mais fato gerador in concreto mais lançamento mais inscrição em dívida ativa. Podemos visualizar também da seguinte formaos estágios da relação tributária: Relação Jurídico-Tributária Obrigação tributário existente = lei + fato gerador in concreto Crédito tributário exigível = lei + fato gerador in concreto + lançamento Crédito tributário exeqüível ou executável = lei + fato gerador in concreto + lançamento + inscrição em dívida ativa. Assim sendo, no direito tributário, diferentemente do direito civil, a obrigação do devedor (sujeito passivo) não surge simultaneamente com o direito de crédito do credor (sujeito ativo), pois a obrigação tributária surge com a ocorrência do fato gerador e o crédito tributário se constitui com o lançamento tributário, evidenciando-se que há obrigação tributária antes do lançamento e independentemente dele. A autonomia entre obrigação e crédito tributário fica clara quando se estabelece que as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem (art. 140, do CTN). Logo, no direito tributário, as alterações em relação ao crédito tributário podem afetar o lançamento tributário, mas não a obrigação tributária, exceto na lógica hipótese de extinção do crédito tributário que também extingue a respectiva obrigação tributária. São causas de extinção do crédito tributário (art. 156, do CTN): (i) Pagamento; (ii) Compensação; (iii) Transação; (iv) Remissão; (v) Prescrição e a Decadência; (vi) Conversão de depósito em renda; (vii) Pagamento antecipado e a respectiva homologação do lançamento; (viii) A consignação em pagamento; (ix) A decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; (x) A decisão judicial passada em julgado ou transitada em julgado; (xi) A dação em pagamento em bens imóveis, na CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br forma e condições estabelecidas em lei. Todas estas hipóteses serão estudadas na aula 6. Por sua vez, em decorrência do princípio da legalidade, o crédito tributário regularmente constituído através do lançamento apenas se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos no Código Tributário Nacional (CTN), fora dos quais não podem ser dispensada a sua efetivação ou as respectivas garantias, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei (art. 141, do CTN). Ou seja, em princípio, o agente público não pode dispensar, modificar, extinguir, suspender ou excluir a exigibilidade do crédito tributário e as suas respectivas garantias, exceto nas hipóteses previstas no CTN, sob pena de responsabilidade funcional, que significa responsabilização administrativa ou até mesmo penal. Por fim, cumpre também dizer a vocês que no nosso sistema tributário existe uma hipótese disciplinada pela CF/88 em que o crédito tributário pode ser exigido antes da ocorrência do fato gerador da obrigação principal. É a disposta no art. 150, §7°, que afirma: “A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. Trata-se do instituto denominado de substituição tributária para frente ou substituição tributária subseqüente ou progressiva, que é juridicamente realizável no pagamento de imposto ou contribuição. A pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Este é uma terceira pessoa escolhida pela lei, que vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador. Assim, acontece a antecipação do recolhimento do tributo cujo fato CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior (“para frente”). Neste sentido, a substituição tributária para frente é considerada uma ficção jurídica, pois ocorre a antecipação do pagamento do tributo, sem que se disponha de base de cálculo apta a dimensionar o fato gerador, uma vez que este ainda não ocorreu (fato gerador presumido), visando facilitar a arrecadação do tributo pelo fisco. Por exemplo, no caso de veículos novos, ao deixarem a indústria em direção às concessionárias, antes de ocorrer o fato gerador, deve-se pagar o ICMS. Do mesmo modo, nas indústrias de cigarro e refrigerante, em que o ICMS é recolhido na saída da indústria. Noutro exemplo, o ICMS é recolhido nas refinarias de combustíveis e não nos postos varejistas. Ou seja, o recolhimento do ICMS se dá antes da ocorrência do fato gerador. 3. Lançamento O lançamento tributário é o ato documental de cobrança do tributo, por meio do qual se declara a obrigação tributária que surge com o fato gerador in concreto e se constitui o crédito tributário. Assim, a natureza jurídica do lançamento tributário é dúplice, sendo declaratória e constitutiva, pois declara a obrigação tributária e constitui o crédito tributário. Assim, consideramos que o lançamento tributário possui efeito ex tunc, pois retroage para declarar a existência da obrigação tributária surgida com a ocorrência do fato gerador. Veja o seguinte quadro para nunca mais confundir efeitos ex tunc com efeitos ex nunc: Efeitos jurídicos Efeitos ex tunc = efeitos retroativos, a partir da origem, efeitos que retornam ao passado. Efeitos ex nunc = efeitos prospectivos, a partir de agora, efeitos que não CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br retroagem. Observamos, por sua vez, que o lançamento tributário é uma atividade administrativa vinculada, uma vez que esta deve ser balizada pela lei, e também é atividade obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional da autoridade administrativa competente que não lançar o tributo quando este é devido. No lançamento tributário não há conveniência ou oportunidade, que são características da atividade administrativa discricionária, mas sim atividade administrativa vinculada e obrigatória decorrente do princípio da indisponibilidade do interesse público. Com efeito, o lançamento tributário é conceituado como o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Neste rumo, na atividade de lançamento existem algumas etapas que a autoridade administrativa deve percorrer, a saber: (1) verificar a ocorrência do fato gerador in concreto; (2) determinar o que deve ser tributado; (3) calcular o montante do tributo devido, com base na identificação da base de cálculo e da alíquota; (4) determinar quem é o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) da relação tributária e, (5) sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, isto é, da multa em caso de descumprimento de obrigação tributária principal ou acessória. A competência para efetivar o lançamento é privativa da autoridade administrativa (art. 142, do CTN). Entretanto, como já afirmamos no tópico anterior, de acordo com decisão atual do STF e decisões reiteradas do STJ, a formalização ou constituição do crédito tributário também pode ocorrer por (i) ato judicial na Justiça do Trabalho no que diz respeito a contribuição social referente ao salário cujo pagamento foi determinado em decisão trabalhista e tambémpor (ii) declaração de débitos do sujeito passivo em que o tributo correspondente não foi pago, importando em confissão de dívida do débito tributário. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br Vejamos a seguinte notícia (Informativo 519) sobre a recentíssima decisão do STF em relação a competência da Justiça do Trabalho para formalizar o crédito referente as contribuições previdenciárias: A competência da Justiça do Trabalho, nos termos do disposto no art. 114, VIII, da CF, limita-se à execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores objeto de acordo homologado que integrem o salário de contribuição, não abrangendo, portanto, a execução de contribuições atinentes ao vínculo de trabalho reconhecido na decisão, mas sem condenação ou acordo quanto ao pagamento das verbas salariais que lhe possam servir como base de cálculo ("Art. 114. ... VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;"). Com base nesse entendimento, o Tribunal desproveu recurso extraordinário interposto pelo INSS em que sustentava a competência da Justiça especializada para executar, de ofício, as contribuições previdenciárias devidas, incidentes sobre todo o período de contrato de trabalho, quando houvesse o reconhecimento de serviços prestados, com ou sem vínculo trabalhista, e não apenas quando houvesse o efetivo pagamento de remunerações. Salientou-se que a decisão trabalhista que não dispõe sobre pagamento de salário, mas apenas se restringe a reconhecer a existência do vínculo empregatício não constitui título executivo no que se refere ao crédito de contribuições previdenciárias. Assim, considerou-se não ser possível admitir uma execução sem título executivo. Asseverou-se que, em relação à contribuição social referente ao salário cujo pagamento foi determinado em decisão trabalhista é fácil identificar o crédito exeqüendo e, por conseguinte, admitir a substituição das etapas tradicionais de sua constituição por ato típico, próprio, do magistrado. Ou seja, o lançamento, a notificação, a apuração são todos englobados pela intimação do devedor para o seu pagamento, porque a base de cálculo para essa contribuição é o valor mesmo do salário que foi objeto da condenação. Já a contribuição social referente ao salário cujo pagamento não foi objeto da sentença condenatória, e, portanto, não está no título exeqüendo, ou não foi objeto de algum acordo, dependeria, para ser executada, da constituição do crédito pelo magistrado sem que este tivesse determinado o pagamento do salário, que é exatamente a causa e a base da sua justificação. O Min. Ricardo Lewandowski, em acréscimo aos fundamentos do relator, aduziu que a execução de ofício de contribuição social antes da constituição do crédito, apenas com base em sentença trabalhista que reconhece o vínculo empregatício sem fixar quaisquer valores, viola também o direito ao contraditório e à ampla defesa. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Min. Menezes Direito, relator, para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br será deliberado nas próximas sessões. Por sua vez, apesar de o lançamento ser juridicamente uma atividade administrativa obrigatória e vinculada, sob pena de responsabilidade funcional (art. 142, parágrafo único), o STJ tem entendido que a declaração de débitos de contribuinte em GIA ou DCTF em que o tributo correspondente não foi pago importa em confissão de dívida do débito, tornando-se dispensável a homologação formal do lançamento e a prévia notificação ou a instauração de procedimento administrativo fiscal, podendo ser prontamente inscrito em dívida ativa o tributo declarado e não pago. Senão, vejamos diversas decisões neste sentido: “Nos casos em que o contribuinte declara o débito do ICMS por meio da Guia de Informação e Apuração (GIA), considera-se constituído definitivamente o crédito tributário a partir da apresentação dessa declaração perante o Fisco. A partir de então, inicia-se a contagem do prazo de cinco anos para a propositura da execução fiscal”. “Tratando-se de crédito tributário originado de informações prestadas pelo próprio contribuinte através de Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA), a constituição definitiva do crédito tributário dá-se no exato momento em que há a apresentação desse documento. Outro entendimento não é passível de aceitação quando se contrapõe o fato de que a partir do momento em que há o depósito da GIA a Fazenda encontra-se apta a executar o crédito declarado. “Tratando-se de Declaração de Contribuições de Tributos Federais (DCTF) cujo débito declarado não foi pago pelo contribuinte, torna-se prescindível a homologação formal, passando a ser exigível independentemente de prévia notificação ou da instauração de procedimento administrativo fiscal”. “A Declaração de Contribuições e Tributos Federais - DCTF constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do referido crédito, ex vi do art. 5º, § 1º, do DL 2.124/84. 2. O reconhecimento do débito tributário pelo contribuinte, mediante a DCTF, com a indicação precisa do sujeito passivo e a quantificação do montante devido, equivale ao próprio lançamento, restando o Fisco autorizado a proceder à inscrição do respectivo crédito em dívida ativa. Assim, não pago o débito no vencimento, torna-se imediatamente exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte, sendo indevida a expedição de certidão negativa de sua existência”. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br Destarte, a jurisprudência do STJ firma posicionamento de que o reconhecimento do suposto débito pelo sujeito passivo, mediante declaração de débitos de tributos, equivale à constituição formal do crédito pelo lançamento. Esta é a praticidade do mundo real que o intérprete e aplicador do direito devem analisar, sob pena de construir doutrina obsoleta e sem utilidade. Com efeito, José Eduardo Soares de Melo, manifesta-se de forma enfática sobre o assunto: “Embora o CTN estipule a vinculabilidade do lançamento, no direito brasileiro (legislação ordinária) existe tributo sem lançamento, como ocorre na sistemática adotada para diversos impostos, a saber: a) ICMS, IPI, ISS – o contribuinte registra suas operações ou prestações em notas fiscais, consignando o valor do tributo, escritura seus livros fiscais, apura o quantum tributário; e, no final de um determinado período de tempo, procede ao seu recolhimento; b) IR – as pessoas arcam com os valores tributários (retenção na fonte ou recolhimentos pertinentes a ganhos de capital etc.), promovendo futura declaração anual de ajustes (inclusive complementando saldo devedor); c) ITCMD e ITBI – os recolhimentos nas transmissões patrimoniais são efetuados com desconhecimento fazendário; d) As contribuições sociais, em sua maioria, também são liquidadas sem lançamento, como é o caso da Cofins, PIS, CSLL, Salário- Educação e contribuições previdenciárias”. ALERTA: Tome cuidado com as questões objetivas de concurso público, verificando sempre se questão é cobrada segundo o previsto literalmente no art. 142 do CTN ou não. Noutro ponto, é importante saber que, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato geradorda obrigação (art. 143, do CTN). É muito importante você saber também que, em princípio, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (art.144, caput, do CTN), salvo as seguintes exceções, em que se aplica ao lançamento a legislação posterior à ocorrência do fato gerador: (i) legislação que instituí novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas. Por exemplo, lei nova que autoriza a quebra do sigilo bancário para fins fiscais CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br poderá ser aplicada de forma retroativa, podendo a autoridade administrativa competente investigar um contribuinte em período anterior ao advento desta nova lei e efetivar o lançamento tributário com base nos novos dados averiguados à época do respectivo lançamento; (ii) legislação que outorgue ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Assim sendo, normalmente, a lei aplicável ao lançamento é a vigente na data da ocorrência do fato gerador, que é chamada pela ESAF de lei de conteúdo material, mesmo que seja revogada ou modificada, exceto nos casos acima relatados. Por exemplo, imagina-se “o indivíduo que realizou um serviço em janeiro, quando a alíquota do ISS era de 3,5%, em fevereiro foi publicada lei municipal reduzindo a alíquota para 3%, e em março é efetuado um lançamento relativo à prestação de serviço realizada (fato gerador do ISS) no mês de janeiro, a alíquota do ISS utilizada no lançamento para cálculo do tributo dever ser a vigente na data da ocorrência do fato gerador, que é 3,5%”. Por sua vez, em relação às exceções, a legislação aplicável ao lançamento é aquela vigente à época em que for efetuado, que são as hipóteses em que a legislação tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Estas hipóteses excepcionais são denominadas pela ESAF e pela jurisprudência do STJ de legislação de conteúdo formal ou processual, sendo prerrogativas instrumentais ou procedimentais do Fisco que têm aplicação imediata. Vejamos a seguinte decisão do STJ (REsp 1039364/ES, DJe 16/09/2008) que trata do entendimento dominante a respeito da interpretação do art. 144, §1°, do CTN: “O artigo 144, § 1º, do CTN prevê que as normas tributárias procedimentais ou formais têm aplicação imediata, ao CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br contrário daquelas de natureza material, que somente alcançariam fatos geradores ocorridos durante a sua vigência. Os dispositivos que autorizam a utilização de dados da CPMF pelo Fisco para apuração de eventuais créditos tributários referentes a outros tributos são normas procedimentais e, por essa razão, não se submetem ao princípio da irretroatividade das leis, ou seja, incidem de imediato, ainda que relativas a fato gerador ocorrido antes de sua entrada em vigor”. Neste sentido, podemos exemplificar a lei de conteúdo material com o caput, do art. 144, do CTN: “O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. E lei de conteúdo formal com o §1°, do art. 144, do CTN, quando se refere aos “novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas”. O CTN ainda dispõe que no caso impostos lançados por períodos certos de tempo (IPTU, ITR, dentre outros), aplica-se ao lançamento a lei vigente na data em que o fato gerador se considera ocorrido, sendo esta a interpretação predominante do art. 144, §2°. Aqui também merece destaque que a modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução (art. 146, do CTN). Este dispositivo consolida o princípio da confiança no âmbito do direito tributário, porque protege o contribuinte que confiou e acreditou na correta aplicação dos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no momento do lançamento. Portanto, nesta hipótese do art. 146 do CTN, novos critérios jurídicos somente podem ser utilizados em relação ao mesmo contribuinte em situações igualmente novas, que acarretam fatos geradores in concreto (fatos imponíveis) inéditos, protegendo a boa fé do contribuinte contra mudanças jurídicas repentinas e de efeitos retroativos (“ex tunc”). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br Neste tema, tem pertinência e é correta a interpretação disposta na Súmula 227 do extinto Tribunal Federal de Recursos (TFR), dizendo que a “mudança de critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão de lançamento”. Isto é, na hipótese de erro de direito ou modificação de interpretação jurídica pelo fisco não será possível alterar o lançamento tributário já realizado, sendo possível esta alteração apenas no caso de erro de fato, desde que ainda não tenha decorrido o prazo de decadência para lançar o tributo 1, já que a revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Com efeito, podemos dizer que erro de fato se situa no mundo real, no mundo do conhecimento dos fatos, independentemente do conhecimento da norma jurídica. Por exemplo, a autoridade administrativa verifica que os valores registrados na nota fiscal pelo contribuinte foram transcritos de forma incorreta (R$ 100,00 ao invés de R$ 1.000,00). Já o erro de direito acontece no mundo do direito, isto é, é um erro na aplicação e interpretação da norma jurídica. Por exemplo, o Fisco compreende como adequada determinada interpretação da norma tributária e depois verifica que esta interpretação é equivocada. Assim, o importante é você saber que se o Fisco quiser promover a modificação do entendimento por erro de direito, deve-se aplicar o art. 146 do CTN, protegendo o direito do contribuinte no que diz respeito aos lançamentos tributários já efetivados. Podemos também citar o seguinte exemplo doutrinário: “Imagine um fiscal que lança um tributo, aplicando uma alíquota de 5% pois identificou a operação tributada como sendo a venda de um motor elétrico, mas posteriormente verifica que se trata de venda de motor a gasolina, cuja alíquota é de 10%, tal fiscal cometeu um erro de fato e deve rever o lançamento corrigindo a alíquota aplicável dentro do prazo legal (decadência). 1 O prazo de decadência é assunto da próxima aula. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br Entretanto, se o mesmo fiscal identificou corretamente a operação tributada como sendo a venda de um motor a gasolina, mas interpretou de forma equivocada a lei, entendendo que era caso de aplicação da alíquota de 5%, não poderá posteriormente modificar o lançamento, pois ocorreu aqui um erro de direito ou modificação de interpretação jurídica pelo fisco”. Com estas informações, vocês já podem responder os seguintes questionamentos: 1.(ESAF/AFRF/2000) Ao procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, o Código Tributário Nacional dá o nome de a) processo administrativo fiscal b) Auto de Infração c) lançamento d) Representação Fiscal e) Notificação de Lançamento 2. (ESAF/AFTE-RN/2005) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta correta. • É vedada a aplicação ao lançamento da legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas? • O crédito tributário tem a mesma natureza da obrigação tributária principal? • A lei vigente à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, que tenha sido posteriormente revogada, é aplicável ao lançamento do crédito tributário? a) Sim, sim, sim b) Sim, sim, não c) Sim, não, sim d) Não, sim, sim e) Não, sim, não 3. (ESAF/AFTE/PI/ 2002) - Após a ocorrência do fato gerador, nova lei foi publicada, aumentando as alíquotas do tributo. Neste caso, o lançamento será regido pela lei em vigor na data A a) da ocorrência do fato gerador. b) da feitura do lançamento. c) do pagamento do tributo. d) da cobrança do tributo. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br e) escolhida pelo sujeito passivo. 4. (ESAF/AFRFB/2005) O lançamento, a teor do art. 142 do Código Tributário Nacional, é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Sobre o lançamento, avalie o acerto das afirmações adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, marque a opção correta. ( ) Trata-se de uma atividade vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. ( ) No sistema tributário brasileiro, o crédito tributário pode ser exigido antes da ocorrência do fato gerador da obrigação principal. V ( ) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao preço médio do câmbio do mês da ocorrência do fato gerador da obrigação. a) F, F, V b) V, F, F c) V, V, F d) F, F, V e) V, F, V 5. (ESAF/AFTE/PA/2002) O ato ou procedimento administrativo de lançamento tem as finalidades abaixo, exceto a) identificar o sujeito passivo da obrigação tributária. b) determinar a matéria tributável. c) quantificar o montante do tributo devido. d) verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. e) ensejar o nascimento da obrigação tributária. 6. (CESPE/PGE-ES/2004/adaptada) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com (V) as verdadeiras e com (F) as falsas; em seguida, assinale a resposta correta. (i) Considere a seguinte situação hipotética. Uma determinada lei autoriza a quebra do sigilo bancário para fins fiscais. A autoridade administrativa, de acordo com essa lei em vigor, investigou um contribuinte e descobriu que ele sonegara tributos relativamente ao período anterior ao advento daquela lei e lançou o crédito tributário. Nessa situação, a lei nova poderá ser aplicada de forma retroativa, sem que haja qualquer violação às disposições do CTN ou à Constituição. (ii) O lançamento é regido pela lei em vigência no momento da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, inclusive no que se refere à definição das garantias e privilégios do crédito tributário e aos poderes de investigação das autoridades fiscais. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br (iii) Lançamento é o procedimento administrativo tendente a constituir a obrigação tributária, tendo em vista a ocorrência do fato gerador previsto em lei. (iv) Lançamento é o procedimento administrativo pelo qual se constitui o crédito tributário, a partir da verificação da ocorrência do fato gerador do tributo. (v) Tendo em vista a capacidade econômica do sujeito passivo, por motivo de eqüidade, a autoridade administrativa pode deixar de promover o lançamento. a) F, V, V, F, V. b) F, F, V, V, F. c) F, V, F, V, F. d) V, F, F, V, F. e) V, V, F, V, F. 7. (ESAF/TRF/2000/adaptada) 1) Uma nova lei do imposto de renda, reduzindo a alíquota de um imposto, entrou em vigor e há uma exigência tributária relativa a fatos ocorridos antes dessa lei. O lançamento do imposto deve levar em consideração a lei nova? 2) A modificação introduzida nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fatos geradores ocorridos anteriormente à sua introdução? 3) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e se rege pela lei vigente à época dessa ocorrência? a) não, não, não b) sim, sim, sim c) não, não, sim d) não, sim, sim e) sim, não, não 8. (ESAF/IRB 2004) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a resposta correta. • A obrigação tributária principal nasce com o lançamento do respectivo crédito tributário? • É permitido que autoridade judiciária realize lançamento de crédito tributário, na hipótese de concluir que o contribuinte deixou de recolher tributo devido à Fazenda Pública? • Considere a seguinte situação hipotética: Após responder consulta à associação de importadores de que seu produto enquadrou-se na alíquota de 3% do IPI, a autoridade administrativa, em novo entendimento, passou a aplicar a alíquota de 5%, tendo em vista decisão judicial em processo movido por associado. Nessa situação, haverá incidência da nova alíquota aos fatos geradores anteriores ao novo entendimento, cobrando-se o crédito suplementar? CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br a) Não, não, sim b) Não, sim, sim c) Não, não, não d) Sim, não, sim e) Sim, sim, não 9. (ESAF/AFM/Natal/2001) O ato administrativo tributário que se reporta à data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, constituindo atividade administrativa vinculada e obrigatória, é: a) notificação. b) responsabilização. c) integração. d) lançamento. e) conversão. 10. (CESPE/UNB/PGE/PI/2008). Assinale a opção correta acerca de crédito tributário. A As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. B As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos ou as garantias ou os privilégios a eles atribuídos, ou que excluem a sua exigibilidade, podem afetar o seu lançamento, mas não, a obrigação que lhe deu origem. C As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos ou as garantias ou os privilégios a eles atribuídos, ou que excluem a sua exigibilidade, não afetam o lançamento que lhe deu origem, apenas a obrigação. D As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos podem modificar a obrigação tributária apenas no que diz respeito aos seus elementos principais. E A autoridade administrativa não pode, mesmo amparada na lei, extinguir o crédito tributário devidamente constituído. 11. (CESPE/UNB/PGE-AL/2009) Um contribuinte foi autuado por ter praticado infração tributária. Assim, contra ele foi lavrado auto de infração cobrando o tributo sonegado e estipulando as penalidades. Após a defesa administrativa, ele conseguiu diminuir o valor referente à multa aplicada. Nasituação hipotética acima descrita, A o crédito tributário foi alterado, ficando intacta a obrigação tributária. B o fato gerador foi modificado e, por isso, também foi modificado o crédito tributário. C uma vez que o crédito tributário tem origem na obrigação tributária, a modificação feita em um causa alteração no outro. D o crédito tributário faz nascer a obrigação tributária e, por esse motivo, qualquer modificação no crédito altera a obrigação. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br E a multa alterada modifica o fato gerador e, portanto, o crédito tributário. 12. (CESPE/UNB/Advogado/Petrobras/2007) Pelo instituto da substituição tributária progressiva, o substituto paga o tributo em razão de fato gerador já ocorrido no passado. 13. (ESAF/Auditor-Fiscal/MG/2005) Assinale a opção correta. “A lei poderá atribuir a sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido” – art. 150, § 7º da CRFB/88. O dispositivo referido veicula: a) o instituto da substituição tributária para frente. b) o lançamento por homologação. c) um privilégio do crédito tributário. d) hipótese de responsabilidade por sucessão. e) sujeição passiva extraordinária. 14. (FGV/ICMS/RJ/2007) De acordo com o art. 150, § 7º, da CRFB/88, a atribuição a sujeito passivo de obrigação tributária da condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente depende de: (A) convênio entre os Estados e o Distrito Federal. (B) decreto do Chefe do Poder Executivo, desde que autorizado em lei específica. (C) convênio entre os Estados e o Distrito Federal e lei específica. (D) decreto do Chefe do Poder Executivo. (E) lei. A primeira questão é a letra “c”. Ao procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, o Código Tributário Nacional dá o nome de lançamento. A segunda questão é a letra “d” (Não, sim, sim). No primeiro item, não é vedada (proibida) a aplicação ao lançamento da legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, conforme o §1°, art. 144, do CTN, que dispõe: “Aplica-se CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros”. No segundo item, o crédito tributário tem sim a mesma natureza da obrigação tributária principal, conforme art. 139, do CTN. No terceiro item, a lei vigente à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, que tenha sido posteriormente revogada, é aplicável ao lançamento do crédito tributário, conforme o art. 144, caput, do CTN, in verbis: “O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. A terceira questão é a letra “a”. O lançamento será regido pela lei em vigor na data da ocorrência do fato gerador, mesmo que após esta data uma nova lei seja publicada e aumente as alíquotas do tributo A quarta questão é a letra “c” (V, V, F). O primeiro item é verdadeiro, eis que o lançamento tributário é uma atividade vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. O segundo item é verdadeiro, pois, no sistema tributário brasileiro, o crédito tributário pode ser exigido antes da ocorrência do fato gerador da obrigação principal, no caso de substituição tributária para frente disciplinada no art. 150, §7°, da CF/88: “A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. O terceiro item é falso, porque, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação (art. 143 do CTN) e não ao preço médio do câmbio do mês da ocorrência do fato gerador da obrigação. A quinta questão é a letra “e”. O ato ou procedimento administrativo de lançamento possui as finalidades de identificar o sujeito passivo da obrigação tributária; determinar a matéria tributável; quantificar o montante do tributo devido; verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, mas não tem a finalidade de ensejar o nascimento da obrigação tributária, que surge com o fato gerador e não com o lançamento tributário. A sexta questão é a letra “d” (V, F, F, V, F). O primeiro item é verdadeiro, porque a lei nova poderá ser aplicada de forma retroativa, sem que haja qualquer violação às disposições do CTN ou à Constituição, pois o §1°, do art. 144, do CTN dispõe que “Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros”. O segundo item é falso, uma vez que o lançamento é regido pela lei em vigência no momento da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, exceto e não inclusive no que se refere à definição das garantias e privilégios do crédito tributário e aos poderes de investigação das autoridades fiscais, como citado acima pelo §1°, do art. 144, do CTN. O terceiro item é falso, pois o lançamento não constituir a obrigação tributária. O lançamento tributário constitui o crédito tributário e declara a obrigação tributária. O quarto item é verdadeiro, porque o lançamento é o procedimento administrativo pelo qual se constitui o crédito tributário, a partir da verificação da ocorrência do fato gerador do tributo. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br O quinto item é falso, pois não juridicamente possível que, tendo em vista a capacidade econômica do sujeito passivo, por motivo de eqüidade, a autoridade administrativa possa deixar de promover o lançamento, que é atividade administrativa vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. A sétima é “c” (não, não, sim). No primeiro item, o lançamento do imposto de renda não deve levar em consideração a lei nova, eis que, no caso, o lançamento deve se reportar à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. No segundo item, a modificação introduzida nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento não pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeitopassivo, quanto a fatos geradores ocorridos anteriormente à sua introdução, mas somente a fatos geradores ocorridos posteriormente à sua introdução, conforme art. 146, do CTN. No terceiro item, o lançamento reporta-se sim à data da ocorrência do fato gerador e se rege pela lei vigente à época dessa ocorrência (art. 144, caput, CTN) A oitava questão é a letra “c” (não, não, não). No primeiro item, a obrigação tributária principal não nasce com o lançamento do respectivo crédito tributário, mas sim o fato gerador. No segundo item, não é permitido que autoridade judiciária realize o lançamento de crédito tributário, mas somente a autoridade administrativa competente. No terceiro item, não pode haver incidência da nova alíquota aos fatos geradores anteriores ao novo entendimento, cobrando-se o crédito suplementar, porque o art. 146 do CTN dispõe: “A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução”. A nona questão é a alternativa “d”. O ato administrativo tributário que se reporta à data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, constituindo atividade administrativa vinculada e obrigatória, é o lançamento. A décima questão é a letra “b”. O art. 140 do CTN dispõe que “as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem”. Portanto, são falsas as alternativas “a”, “c” e “d”. Todavia, é correto dizer que as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos ou as garantias ou os privilégios a eles atribuídos, ou que excluem a sua exigibilidade, podem afetar o seu lançamento, pois, por exemplo, uma inexatidão a respeito do valor do crédito tributário pode acarretar novo lançamento, de acordo com o previsto no inc. V, do art. 149, do CTN. A letra “e” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa pode, quando amparada na lei, extinguir o crédito tributário devidamente constituído. Por exemplo, no caso de prescrição do crédito tributário. A décima primeira (11) questão é a letra “a”. A resposta da questão é novamente o art. 140 do CTN, estabelecendo que “as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem”. O auto de infração é uma espécie de documentação do ato de lançamento. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br A décima segunda (12) é errada, porque pelo instituto da substituição tributária progressiva, o substituto paga o tributo em razão de fato gerador ainda não ocorrido, de acordo com o art. 150, §7°, da CF/88. A décima terceira (13) é letra “a”. “A lei poderá atribuir a sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”, segundo o art. 150, § 7º, da CRFB/88. Tal dispositivo referido veicula o instituto da substituição tributária para frente ou substituição tributária subseqüente ou progressiva. A décima quarta (14) é letra “e” conforme disposto literalmente no art. 150, § 7º, da CF/88. 3.1 Modalidades de lançamento Existem apenas três modalidades de lançamento tributário, que são determinadas de acordo com característica de nenhum, maior ou total auxílio do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) da relação tributária no ato de lançar, que são as seguintes em ordem decrescente de auxílio: (a) lançamento de ofício, direto, ex officio ou unilateral; (b) lançamento por declaração ou misto; (c) lançamento por homologação ou “autolançamento”. Em outras palavras, no lançamento de ofício não há auxílio do sujeito passivo; no lançamento por declaração há um maior auxílio do sujeito passivo e no lançamento por homologação há total auxílio do sujeito passivo no ato ou procedimento de efetuar o lançamento tributário. Por exemplo, a ESAF já considerou como correta a alternativa que dizia que o lançamento por homologação é aquele efetuado pelo CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br contribuinte. Vamos para as características fundamentais de cada modalidade de lançamento para acertar todas as questões a respeito do tema. (a) Lançamento de ofício, direto, ex officio ou unilateral – É aquele em que o Fisco, dispondo de dados suficientes para efetuar a cobrança, realiza-o, dispensando o auxílio do contribuinte ou do responsável tributário. Exemplos: IPTU (lançamento de ofício, por excelência), IPVA, autos de infração, a grande maioria das taxas e a contribuição de iluminação pública. O art. 149, do CTN, estabelece nove (9) hipóteses expressas em que autoridade administrativa deve efetuar o lançamento de ofício ou realizar a sua revisão de ofício, a saber: (i) quando a lei assim o determine; (ii) quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; (iii) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse- se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; (iv) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; (v) quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o item seguinte; Joel Highlight CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br (vi) quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; (vii) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; (viii) quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; (ix) quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Os itens acima são normalmente cobrados em provas de concurso!!! Entretanto, é perceptível da análise de algumas hipóteses do art. 149, do CTN, que todos os tributos podem vir a ser lançados de forma direta (ex officio), uma vez que a autoridade administrativa competente é obrigada a lançar de ofício o tributo no caso de omissão ou incorreção do auxílio praticado pelo sujeito passivo no lançamento por declaração ou no lançamento por homologação. Assim, é correto dizer que o lançamento de ofício pode ser utilizado quando da inobservância, conforme o tributo devido, do lançamento por homologação ou por declaração. Por sua vez, o lançamento de ofício pode ser realizado, inclusive se já foi procedido outro lançamento de ofício, sendo o casode revisão de ofício. É a hipótese, por exemplo, de comprovação que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial, previsto no art. 149, IX, do CTN. É relevante saber também que a revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública (art. 149, parágrafo único, do CTN). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br Isto é, extinto o direito do Fisco não pode mais existir o lançamento ou revisão do próprio. A extinção decorre do término do prazo para o fisco lançar o tributo, sendo este prazo de decadência, que iremos estudar com mais afinco na próxima aula. Mas já destacamos neste momento que, no direito tributário, é muito importante você saber que a constituição formal do crédito tributário é o ponto culminante da distinção entre a decadência do direito de lançar e a prescrição do direito de o Fisco cobrar o crédito tributário. Portanto, com o acontecimento do fato gerador e antes de ser constituído formalmente, é prazo decadencial e, após a sua constituição formal, é prazo prescricional. Nesse contexto, entende-se que a decadência é a regra que se refere ao prazo para o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento. (b) Lançamento misto ou “por declaração” – É aquele representado pela ação conjugada do fisco e do sujeito passivo (contribuinte ou o responsável tributário), restando ao fisco o trabalho privativo de efetuar o lançamento. O fisco, não dispondo de dados suficientes para realizar o lançamento, conta com o auxílio do contribuinte que supre a deficiência da informação por meio da declaração prestada (art. 147). Os exemplos são raríssimos no sistema tributário brasileiro, tais como imposto de importação (II) sobre bagagem acompanhada e o imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) de competência municipal. Com efeito, o ato ou procedimento do lançamento por declaração ou misto é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro (obrigação tributária acessória), quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. Em síntese, no lançamento por declaração o fisco lança o tributo com base nas informações prestadas pelo sujeito passivo. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br Destaco que a retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento (art. 147, § 1°, do CTN). Portanto, o contribuinte pode pedir a retificação de declaração já realizada, visando a reduzir ou excluir o tributo, desde que o faça antes da notificação do lançamento e mediante comprovação do erro na declaração. Por usa vez, os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão da declaração (art. 147, § 2°, do CTN). (c) Lançamento por homologação ou “autolançamento” – É aquele em que o sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) auxilia ostensivamente a Fazenda Pública na atividade de lançamento, cabendo ao Fisco homologando-o, conferindo sua exatidão (art. 150 do CTN). Exemplos: ICMS, IR, ITR, IPI, ISS, e a maior parte dos impostos, uma vez que tal lançamento simplifica a vida do fisco, independendo o pagamento do tributo de qualquer providência estatal. Deste modo, o lançamento tributário por homologação ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operando-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa (art. 150, caput, do CTN). O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos do lançamento por homologação extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento (art. 150, §1°, do CTN). Assim, por exemplo, o imposto de renda pessoa física (IRPF) ou o imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) são tributos lançados por homologação, uma vez que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br operando-se a extinção do crédito tributário sob condição resolutória da ulterior homologação. Lembramos que quando resolutória a condição, verifica-se os efeitos tributários desde o momento da prática do ato ou celebração do negócio jurídico. Já quando suspensiva a condição, verifica-se os efeitos tributários quando acontece a condição. Por sua vez, conforme o próprio CTN, não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito (art. 150, §2°). Todavia, estes atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito serão considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação (art. 150, § 3°, do CTN). Nesse rumo, se a lei não fixar prazo para homologação do lançamento, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação (art. 150, §4°, do CTN). Com efeito, no lançamento por homologação, o contribuinte, ou o responsável tributário, deve realizar o pagamento antecipado do tributo, antes de qualquer procedimento administrativo, ficando a extinção do crédito condicionada à futura homologação expressa ou tácita pela autoridade fiscal competente. Estes dois últimos parágrafos serão estudos detalhadamente na próxima aula, pois se referem aos prazos de extinção da obrigação tributária. Noutro ponto, observo que quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou Joel Highlight Joel Highlight CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial (art. 148, do CTN). É o chamado lançamento por arbitramento, que, na verdade, segundo as provas de concurso da ESAF, não é uma quarta modalidade de lançamento, mas sim uma técnica para definir a base de cálculo do tributo, uma vez que a atividade realizada pelo sujeito passivo não foi correta (não merece fé) ou o sujeito passivo foi omisso. Assim sendo, destaco que o arbitramento é medida excepcional que somente se verifica na hipótese de recusa ou sonegação de documentos ou informações pelo sujeito passivo, pois existindo elementos suficientes para apuração do valor real da base de cálculo do tributo (recibos, rescisões contratuais, relações de empregado etc.), é ilegítimo o lançamento efetuado com base em arbitramento. Realçamos também que estecontraditório, administrativo ou judicial, previsto no art. 148 do CTN, significa dizer que o contribuinte tem o direito de contestar o arbitramento, ou seja, o contribuinte pode se defender da forma como o Auditor-Fiscal realizou o arbitramento, que não é caracterizado como de presunção absoluta (não admite prova em contrário). Portanto, o contribuinte pode fazer prova em contrário do arbitramento feito pela autoridade fiscal, procurando mostrar a real base de cálculo do tributo. Nessa esteira, cita-se a esclarecedora decisão do STJ: “TRIBUTÁRIO. ICMS. ART. 148 DO CTN. ARBITRAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. INDÍCIOS DE SUBFATURAMENTO. 1. A pauta fiscal é valor fixado prévia e aleatoriamente para a apuração da base de cálculo do tributo. Não se pode confundi-la com o arbitramento de valores previsto no artigo 148 do Código Tributário Nacional, que é modalidade de lançamento, regularmente prevista na legislação tributária. 2. O art. 148 do CTN deve ser invocado para a determinação da base de cálculo do tributo quando certa a ocorrência do fato imponível, o valor ou preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos registrados CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br pelo contribuinte não mereçam fé, ficando a Fazenda Pública, nesse caso, autorizada a proceder ao arbitramento mediante processo administrativo-fiscal regular, assegurados o contraditório e a ampla defesa. 3. Ao final do procedimento previsto no art. 148 do CTN, nada impede que a administração fazendária conclua pela veracidade dos documentos fiscais do contribuinte e adote os valores ali consignados como base de cálculo para a incidência do tributo. 4. Caso se entenda pela inidoneidade dos documentos, a autoridade fiscal irá arbitrar, com base em parâmetros fixados na legislação tributária, o valor a ser considerado para efeito de tributação. 5. No caso, havendo indícios de subfaturamento, os fiscais identificaram o sujeito passivo, colheram os documentos necessários à comprovação da suposta infração e abriram processo administrativo para apurar os fatos e determinar a base de cálculo do imposto a ser pago, liberando na seqüência as mercadorias. Não se trata, portanto, de pauta fiscal, mas de arbitramento da base de cálculo do imposto, nos termos do que autoriza o art. 148 do CTN”. Destarte, é correto afirmar que a utilização de pauta fiscal pela administração tributária é uma forma de arbitramento da base de cálculo para o pagamento do tributo. Por seu turno, é importante dizer que, apesar do acórdão afirmar expressamente que o arbitramento é modalidade de lançamento, o entendimento prevalecente até hoje em bancas de concurso é que o lançamento por arbitramento é modalidade que se enquadra no lançamento direto ou ex officio e não uma quarta modalidade autônoma de lançamento. Por último, observo igualmente que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo da relação tributária só pode ser alterado em virtude de: (i) impugnação do sujeito passivo; (ii) recurso de ofício; (iii) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 do CTN (lançamento de ofício). Vamos agora para as questões: 15. (ESAF/PFN/2004) Consideradas as disposições do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que é lícito à autoridade administrativa rever de ofício o lançamento já procedido a) somente no caso de lançamento anterior por homologação. b) no caso de qualquer lançamento anterior, exceto o de ofício. c) no caso de qualquer lançamento anterior, inclusive o de ofício. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br d) somente no caso de lançamento anterior com base na declaração do sujeito passivo. e) somente no caso de lançamento anterior relativo à empresa concordatária. 16. (ESAF/AFTN/1994) O ato mediante o qual o contribuinte antecipa o pagamento de imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, e fica aguardando a ratificação do seu proceder, de modo expresso ou tácito, chama-se a) pagamento por consignação b) lançamento por homologação c) lançamento por declaração ou misto d) antecipação de pagamento, sob condição suspensiva e) denúncia espontânea de pagamento para evitar a mora fiscal e aplicação de penalidades pela fazenda pública 17. (ESAF/AFTE/MS/2001) Lançamento por homologação é aquele efetuado a) de ofício. b) pelo contribuinte. c) pela repartição fiscal. d) pelo sujeito passivo, com prévio exame da autoridade fiscal. e) por presunção, pelo agente fiscal. 18. (ESAF/AFRF/2002/adaptada) Preencha a lacuna com a expressão oferecida entre as cinco opções abaixo. Se a lei atribui ao contribuinte o dever de prestar declaração de imposto de renda e de efetuar o pagamento sem prévio exame da autoridade, o lançamento é por _________. a) declaração. b) direto. c) arbitramento. d) homologação. e) misto. 19. (ESAF/AFTN/1996) É incorreto afirmar que: a) o lançamento regularmente notificado pode ser alterado mediante recurso de ofício; b) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória, o lançamento pode ser efetuado e revisto de ofício; c) o lançamento pode ser revisto de ofício quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo ou de terceiro legalmente obrigado que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; d) o ato administrativo do lançamento pode ser alterado de ofício quando se comprove que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação; e) a impugnação do sujeito passivo não pode alterar lançamento tributário regularmente notificado. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br 20. (ESAF/AFTE-MG/2005/adaptada) Considerando o tema “crédito tributário”, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente. ( ) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo somente poderá ser alterado por iniciativa de ofício da autoridade administrativa. ( ) A utilização de pauta fiscal pela administração tributária é uma forma de arbitramento da base de cálculo para o pagamento do tributo. ( ) O lançamento pode ser revisto de ofício, mesmo se efetuado em qualquer modalidade. a) V, F, V. b) V, V, V. c) F, F, F. d) F, V, F. e) F, V, V. 21. (TTN/98/ESAF) No que diz respeito ao lançamento tributário, pode afirmar-se que, de acordo com o Código Tributário Nacional, a) apesar de decorrente de lei, a atividade fiscal que culmina com o lançamento tem caráter discricionário, a ser sopesado pelo agente fiscal. b) as modalidades de lançamento são: direto, por homologação e de ofício, somente. c) ele somente pode ser efetuado de ofício quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária. d) pagamento antecipado pelo obrigado, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, extingue o crédito tributário, sob condição resolutória. e) a alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo somente pode dar-se por meio de impugnação deste último. 22. (TRF/2005/ESAF) Sobre as modalidades de lançamento do crédito tributário, podemos afirmar que a) lançamento por homologação é feito quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de calcular o tributo, submetê-lo ao prévio exame da autoridade administrativa, e realizar seu pagamento. b) o lançamento por declaração é aquele feito em face da declaração prestada pelo próprio contribuinte ou por terceiro. c) o lançamento de ofício é aquele feito pela autoridade administrativa, com base nas informações prestadas pelo contribuinte. d) a revisão do lançamento, emquaisquer de suas modalidades, pode ser iniciada mesmo após a extinção do direito da Fazenda Pública, nos casos de erro por parte do contribuinte. e) na hipótese do lançamento por homologação, não fixando a lei ou o regulamento prazo diverso para homologação, seu prazo será de cinco anos, contados do fato gerador. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br 23. (AFTE/PI/2001/ESAF) Escolha o tipo de imposto em que é adotado o lançamento de ofício, unilateral ou direto. a) imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. b) imposto sobre produtos industrializados. c) imposto sobre a propriedade territorial rural. d) imposto sobre a propriedade de veículos automotores. e) imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 24. (ESAF/Auditor/TCE/GO/2008/adaptada) Em relação ao crédito tributário, assinale a opção correta. a) O lançamento de ofício somente é utilizado quando da inobservância, conforme o tributo devido, do lançamento por homologação ou por declaração. b) O lançamento por homologação ocorre quando existe determinação legal para que o sujeito passivo verifique a ocorrência do fato gerador e antecipe o pagamento do tributo, ficando a extinção do crédito tributário sob condição resolutória da posterior homologação pelo fisco. c) Quando o fisco tem responsabilidade pela verificação da ocorrência do fato gerador, do montante do tributo e da identificação e notificação do sujeito passivo, diz-se ocorrer lançamento de ofício, que ocorre, por exemplo, quanto ao IPTU e ao IR. d) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão, efeitos, garantias ou privilégios a ele atribuídos afetam igualmente a obrigação tributária que lhe deu origem, eis que o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a sua mesma natureza. e) A atividade administrativa de lançamento é discricionária quando propicia à Administração Tributária verificar o melhor momento de aferição do fato gerador. 25. (ESAF/AFRE/CE/2006) Sobre o lançamento tributário, procedimento administrativo tendente a verificar, entre outras coisas, a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente e determinar a matéria tributável, pode-se afirmar que a) a sua revisão só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. b) o CTN não admite hipótese em que a legislação a ele aplicável seja aquela vigente à época em que for efetuado. c) só pode ser alterado por impugnação do sujeito passivo. d) se o cálculo do tributo tiver por base valor de bens ou direitos, e estes não forem corretamente informados pelo sujeito passivo, a autoridade que efetivar o lançamento arbitrará estes valores, não podendo mais o sujeito passivo contraditá-los. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br e) trata-se de uma atividade administrativa vinculada e obrigatória, mas que pode ser postergada, a critério da autoridade lançadora, por razões de conveniência e oportunidade. 26. (ESAF/MPE/GO/2008) Sobre a constituição do crédito tributário pode- se afirmar, exceto a) que a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória. b) que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado no caso de recurso de ofício. c) que o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, salvo se posteriormente modificada ou revogada. d) que compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. e) que, salvo disposição legal em contrário, quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento se fará sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. 27. (ESAF/TTN/1997) No que diz respeito ao lançamento tributário, é correto afirmar que a) o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. b) não é permitida retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante. c) o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo não pode ser alterado. d) o Código Tributário Nacional diz haver duas modalidades de lançamento: por declaração e ex officio. e) quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, far-se-á a sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia do lançamento. 28. (ESAF/AFTM/Natal/2008) Sobre o crédito tributário e o lançamento, assinale a única opção correta. a) O lançamento é o ato administrativo declaratório do crédito tributário e constitutivo da obrigação tributária. Sua finalidade é a de tornar líquido e certo o crédito tributário já existente e constituído por ocasião da ocorrência do fato gerador. b) A competência atribuída à autoridade administrativa para efetuar o lançamento não é exclusiva, podendo a autoridade judiciária, quando constatado vício formal, promover as devidas retificações. c) A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, não restando à autoridade administrativa possibilidade de análise quanto à conveniência e oportunidade do ato. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 36 www.pontodosconcursos.com.br d) Sobrevindo lei de conteúdo material mais benéfica ao contribuinte, após a ocorrência do fato gerador e antes de efetuado o lançamento do tributo, deve a autoridade administrativa aplicá-la. e) O lançamento por arbitramento constitui uma das modalidades de lançamento. Ocorre nas situações em que a autoridade fiscal rejeita o valor de um bem declarado pelo contribuinte e aplica as “pautas fiscais”. 29. (AFTN/ ESAF/1994) I - Dá-se o nome de crédito tributário ao valor que o sujeito ativo da obrigação tributária tem o direito de receber de sujeito passivo determinado, relativo a certo tributo, fixado consoante procedimento administrativo plenamente vinculado denominado lançamento. II - Deve a autoridade administrativa ter em consideração a lei que, no período entre a data do fato gerador e a do lançamento, for mais favorável ao contribuinte. III - Quando o lançamento é efetuado pelo Fisco em razão de o contribuinte obrigado a declarar não ter apresentado sua declaração, diz-se que se trata de lançamento por declaração substitutiva. a) A primeira afirmação é verdadeira. As demais são falsas. b) A primeira e a segunda afirmações são verdadeiras. A terceira é falsa. c) A segunda afirmação é verdadeira. As demais são falsas. d) A terceira afirmação é verdadeira. As demais são falsas. e) A primeira afirmação é falsa. A segunda e a terceira são verdadeiras. 30. (AFTN/94/ESAF) O lançamento por declaração não pode ser alterado a) mediante recurso de ofício. b) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. c) quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária. d) após a extinção do direito do Fisco. e) em conseqüência de decisão administrativa. 31. (AFTE/PA/2002/ESAF) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo poderá ser alterado em decorrência de a) transferência da sujeição passiva a pessoa isenta. b) majoração superveniente das alíquotas do tributo. c) modificação posterior da lei tributária. d) interposição de recurso de ofício. e) decurso do prazo decadencial. 32. (AFTN/94/ESAF) Não pode ser alterado o lançamento no caso de a) impugnação do contribuinte ou responsável. b) recurso de ofício interposto pela autoridade contra sua própria decisão.
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