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OAB
EXAME DE ORDEM
DIREITO
TRIBUTÁRIO
Capítulo 03
 
1 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 - Teoria Geral do Direito Tributário  
Capítulo 2 – Fontes do direito Tributário.    
Capítulo 3 (você está aqui!) – Relação jurídico-tributária. Crédito 
tributário. 
  
Capítulo 4 – Impostos.        
Capítulo 5 – Taxas e contribuições de melhoria.        
Capítulo 6 – Empréstimos compulsórios e contribuições.        
Capítulo 7 – Administração tributária e processo tributário.  
 
 
2 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
A apostila de número 03 do nosso curso de Direito Tributário tratará sobre Obrigação 
Tributária e Crédito Tributário, também conhecidos como os assuntos mais importantes 
de direito tributário no EXAME DE ORDEM!!!! A seguir, passaremos às considerações sobre 
cada tema. 
1- “Obrigação Tributária” é considerado um assunto de altíssima relevância no Exame de 
Ordem, estando presente 10 VEZES nos últimos 3 anos! As questões de 01 a 05 versam 
sobre o referido assunto! 
2- “Crédito Tributário” é considerado um assunto de altíssima relevância no Exame de 
Ordem, estando presente 14 VEZES nos últimos 3 anos! É imperioso afirmar que teve pelo 
menos uma questão sobre este assunto nas provas anteriores! Assim, é extremamente 
importante que você o estude com carinho e dedicação! As questões de 06 a 10 versam sobre 
o referido assunto! 
Aqui, a banca costuma seguir o seu padrão: Apresentar um caso hipotético, pelo qual a 
resposta é respaldada na legislação vigente. Por isso, recomendamos a leitura atenta da letra 
seca da lei e entendimentos jurisprudenciais, e sempre em companhia de alguma doutrina à 
sua escolha. 
Lembre-se: A resolução de questões é a chave para a aprovação! 
Vamos juntos! 
 
 
3 
SUMÁRIO 
DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................................................. 5 
Capítulo 3 .................................................................................................................................................. 5 
3. Relação Jurídico-Tributária e o Crédito Tributário ................................................................... 5 
3.1 Obrigação tributária ......................................................................................................................... 5 
3.1.1 Fato gerador ............................................................................................................................................................ 7 
3.1.2 Sujeitos da relação tributária ........................................................................................................................ 12 
3.1.2.1 Sujeito ativo ............................................................................................................................................. 12 
3.1.2.2 Sujeito passivo ........................................................................................................................................ 13 
3.1.2.3 Solidariedade passiva ........................................................................................................................... 14 
3.1.2.4 Capacidade tributária ........................................................................................................................... 15 
3.1.2.5Domicílio tributário ........................................................................................................................................... 16 
3.2 Responsabilidade tributária ........................................................................................................................... 17 
3.2.1 Responsabilidade dos sucessores................................................................................................... 21 
3.2.2 Responsabilidade de terceiros ......................................................................................................... 25 
3.2.3. Responsabilidade por infrações ................................................................................................................... 26 
3.2.2.1 Denúncia espontânea .......................................................................................................................... 27 
3.3 Crédito tributário ................................................................................................................................................ 27 
3.3.1 Constituição do crédito tributário (lançamento) .................................................................................. 28 
3.3.1.1 Lançamento de ofício/direto ............................................................................................................ 29 
3.3.1.2 Lançamento por declaração/misto ................................................................................................ 30 
3.3.1.3 Lançamento por homologação/autolançamento .................................................................... 31 
3.3.2 Suspensão do crédito tributário .................................................................................................................. 33 
3.3.3 Extinção do crédito tributário ....................................................................................................................... 41 
 
4 
3.3.4 Exclusão do crédito tributário ...................................................................................................................... 50 
3.3.5 Garantias e privilégios do crédito tributário .......................................................................................... 54 
QUADRO SINÓTICO .............................................................................................................................. 59 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 65 
GABARITO ............................................................................................................................................... 76 
QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 77 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 78 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 80 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 84 
MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 94 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 99 
 
 
 
5 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
Capítulo 3 
3. Relação Jurídico-Tributária e o Crédito Tributário 
3.1 Obrigação tributária 
 
Para o Direito Civil, obrigação é uma relação jurídica de caráter transitório estabelecida 
entre devedor e credor, e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal e econômica, positiva 
ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-se o adimplemento através do seu 
patrimônio (GONÇALVES, 2017). O mesmo ocorre no Direito Tributário, pois a relação jurídico-
tributária é evidentemente obrigacional. 
Em matéria tributária, a obrigação pode se dividir em principal ou acessória, cada uma 
com suas próprias características1: 
 Obrigação principal: decorre exclusivamente de lei e tem como objeto o pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária (multa). É a chamada “obrigação de dar”. 
Inteligência do art. 113, § 1º, do CTN; 
 Obrigação acessória: decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações 
positivas ou negativas (“fazer” ou “não fazer”) no interesseda arrecadação ou 
fiscalização dos tributos; configura-se como um dever burocrático, sem conteúdo 
economicamente apreciável. Exemplo: escriturar livros fiscais. Art. 113, § 2º, do CTN. 
 
 
 
 
 
1 Questão 1 deste capítulo. 
 
6 
 
Conforme exposto no capítulo 2 deste material, o artigo 96 do Código Tributário Nacional 
integra no conceito de legislação tributária a lei em sentido estrito, os tratados e convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares. Qualquer desses atos normativos 
pode instituir uma obrigação acessória (incluindo a lei em sentido estrito), mas apenas a lei (e 
nenhum outro componente da legislação tributária) tem o condão de criar obrigações principais, 
haja vista o condicionamento do Direito Tributário ao princípio da legalidade. 
 
O §3º do art. 113 do CTN estabelece que “a obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”. É 
necessário atenção quanto à redação desse parágrafo: tecnicamente, não há uma conversão, 
pois uma obrigação não substitui a outra (exemplo: se o contribuinte deixa de escriturar livros 
fiscais, recebe uma multa, que não extingue a obrigação acessória originária – a de escrituração). 
Em resumo, o descumprimento da obrigação acessória apenas dá origem a uma principal (a 
penalidade pecuniária), sem excluir a primeira. 
 
 
 
7 
 
 
Insta salientar que o surgimento de uma obrigação tributária está condicionado ao preenchimento 
de dois requisitos, quais sejam, a ocorrência de um fato gerador e a existência de vínculo jurídico entre 
duas partes (sujeitos da relação tributária). Adiante, breves considerações sobre ambos os tópicos. 
 
3.1.1 Fato gerador 
 
 Segundo Kiyoshi Harada (2018), costuma-se definir fato gerador como “uma situação abstrata, 
descrita na lei, a qual, uma vez ocorrida em concreto enseja o nascimento da obrigação tributária”. O 
autor destaca, contudo, uma rejeição de parte dos doutrinadores à nomenclatura adotada pelo Código 
Tributário Nacional: 
 
Essa expressão fato gerador, empregada pelo CTN, tem merecido violentas críticas por 
certos setores da doutrina, sob a alegação de que nada gera, a não ser confusão na mente 
dos juristas. Por isso, preferem a expressão hipótese de incidência ou hipótese tributária 
para designar a descrição legislativa de um fato, e a expressão fato imponível ou fato 
jurídico-tributário ou ainda hipótese de incidência realizada para designar aquele fato 
concreto, localizado no tempo e no espaço. 
 
 De qualquer modo, para compreender a dinâmica utilizada pelo legislador, é necessário entender 
a expressão “fato gerador” sob dois aspectos: de partida, um abstrato, referente a uma previsão 
normativa de uma situação que, se ocorresse, ensejaria a incidência de uma obrigação; em segundo 
lugar, um concreto, que consiste na efetiva ocorrência – realidade social – da situação hipotética prevista 
Obrigação 
tributária
Principal Decorre da lei
Tributos
Penalidades pecuniárias
Acessória Decorre da legislação tributária
Prestações positivas ou 
negativas não 
patrimoniais
 
8 
em lei ou legislação tributária. Exemplo: o art. 32 do CTN (lei) define como fato gerador abstrato do IPTU 
“a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como 
definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município”; se um determinado sujeito, na prática, 
adquire um imóvel urbano, está configurado o fato gerador concreto desse imposto, o que implica a 
criação de uma obrigação tributária principal de pagamento do tributo. Em termos técnicos, um 
antecedente (fato gerador, derivado do Poder Descritor) gera um consequente normativo (Poder 
Prescritor). 
O art. 114 do CTN prevê que o fato gerador da obrigação principal “é a situação definida em lei 
como necessária e suficiente à sua ocorrência”. 
De seu turno, o art. 115 do CTN define como fato gerador da obrigação acessória “qualquer 
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal”. Em síntese, as obrigações acessórias se destinam a facilitar o cumprimento – e 
comprová-lo – das principais. 
O Código Tributário Nacional determinou o momento de ocorrência do fato gerador com base na 
seguinte classificação: 
 Situação de fato: a situação escolhida pelo legislador para a definição do fato gerador do 
tributo possuía, antes do advento da norma tributária, relevância meramente econômica, não 
produzindo efeitos jurídicos. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se como ocorrido 
o fato gerador definido com base em situação de fato desde o momento em que se 
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente 
lhe são próprios (exemplo: as importações não eram regidas por outros ramos do direito. 
Neste caso, o fato gerador do Imposto de Importação se dá pelo fato em si – a entrada de 
produtos estrangeiros no País). Inciso I do art. 116 do CTN; 
 Situação jurídica/de direito: a situação definida como fato gerador se enquadra com 
precisão em alguma hipótese já prevista em lei como geradora de consequências. Salvo 
disposição de lei em contrário, considera-se como ocorrido o fato gerador definido com base 
em situação jurídica desde o momento em que esteja definitivamente constituída 
(aperfeiçoada), nos termos de direito aplicável (exemplo: a propriedade já era regida pelo 
Código Civil, que estabelece, em seu art. 1.245, que a transmissão inter vivos se dá somente 
pelo devido registro imobiliário. Logo, o fato gerador do Imposto sobre a Transmissão de 
Bens Imóveis segue essa regra, não bastando a mera transmissão fática – sem a 
 
9 
documentação apta à produção de efeitos jurídicos – de um imóvel). Inciso II do art. 116 do 
CTN. 
Imperioso destacar também as situações condicionais. De acordo com o artigo 121 do Código 
Civil, “considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina 
o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto”. No Direito Tributário isso também acontece: para 
se definir o momento em que o fato gerador se reputa aperfeiçoado, o CTN também classifica as 
condições em suspensivas e resolutivas/resolutórias: 
 Condições suspensivas: há efeitos a partir da ocorrência de um fato. Salvo disposição 
de lei em contrário, a eficácia surge somente com o implemento da condição (“A” e 
“B” celebram um negócio estabelecendo que “A” doará um imóvel a “B” se este se 
casar. Neste caso hipotético, o fato gerador do ITCMD2 ocorrerá apenas com a tal 
doação – que depende do efetivo casamento de “B”). Inciso I do art. 117 do CTN; 
 Condições resolutivas: seu implemento acarreta a resolução do ato ou negócio 
jurídico celebrado. Salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos 
com condição resolutória reputam-se perfeitos e acabados desde o momento da 
prática do ato ou da celebração do negócio (exemplo: no mesmo acordo, “A” estipula 
a devolução do imóvel caso “B” desfaça seu casamento. Neste caso, o negócio jurídico 
produz efeitos até o eventual divórcio de “B”, mas o fato gerador do ITCMD já é 
considerado perfeito desde a doação do imóvel – independentemente da condição 
resolutiva se concretizar ou não). Inciso II do art. 117 do CTN. 
 
 
Consoante os ensinamentos de Ricardo Alexandre (2017, p. 341-344), existem três meios para se “fugir” 
das obrigações tributárias, sendo estes a evasão, a elusão e a elisão: 
(1) Evasão fiscal: é uma conduta ilícita em que o sujeito passivo, geralmente após a 
ocorrência do fato gerador, pratica atos que visam a evitar o conhecimento, pela 
 
2 Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. 
 
10 
autoridade fiscal, do nascimento daobrigação tributária (o fato gerador ocorre, mas 
o contribuinte o esconde do Fisco). Exemplo: fraudar notas fiscais; 
(2) Elisão fiscal: é a prática, pelo sujeito passivo, de ato ou celebração de negócio 
legalmente previsto, com o intuito de obter isenção, não incidência ou incidência 
menos onerosa de determinada obrigação tributária. Tende a ocorrer antes da 
verificação do fato gerador. Resumidamente, trata-se de um planejamento tributário 
lícito. Exemplo: ao declarar renda para fins de IRPF, o contribuinte pode escolher 
entre o modelo completo (há abatimento dos rendimentos tributáveis de 
determinadas despesas, nos termos da lei tributária) e o simplificado (o contribuinte 
substitui as deduções que lhe seriam cabíveis por uma dedução-padrão de 20%), 
ainda que o segundo modelo implique redução no valor do imposto a ser recolhido; 
(3) Elusão fiscal/elisão ineficaz: para adquirir isenção, não incidência ou incidência 
menos onerosa de uma obrigação tributária, o sujeito se utiliza de uma forma 
artificiosa e abusiva de ato ou negócio jurídico, conferindo-lhe uma falsa aparência 
de licitude. Ocorre tanto antes quanto depois do fato gerador, e se trata de hipótese 
de simulação de negócio jurídico. Exemplo: “A” e “B” constituem sociedade de forma 
simulada, com o único objetivo de se beneficiarem da imunidade contida no art. 156, 
§2º, inciso I, da CF/1988 e, consequentemente, não serem obrigados ao recolhimento 
do imposto incidente sobre transmissão onerosa de bem imóvel (ITBI). 
O parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional consagra a norma geral 
de antielisão fiscal, de acordo com a qual “a autoridade administrativa poderá desconsiderar 
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato 
gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, 
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. Essa norma tem como 
objetivo evitar a elusão fiscal (elisão ineficaz), mas não pode desconstituir determinado negócio 
jurídico, apenas desconsiderá-lo (o negócio não perde a eficácia). No exemplo de elusão acima 
citado, o Fisco não pode extinguir a sociedade criada entre “A” e “B”, mas lhe é permitido 
considerar a imunidade como não caracterizada (em virtude da simulação) e efetuar 
normalmente a cobrança do ITBI. 
CUIDADO! Em tese, a norma geral de antielisão fiscal poderia coibir, também, 
determinadas práticas de elisão propriamente dita. No entanto, a parte final do aludido 
dispositivo faz expressa menção à necessidade complementação por lei, por ora inexistente, de 
 
11 
modo que a norma prevista no art. 116, parágrafo único, do CTN ainda não pode ser adotada 
em termos práticos para situações de planejamento financeiro (a norma é aplicável no caso de 
simulação em decorrência da necessidade de proteção do interesse público e da 
indisponibilidade do patrimônio público). Nesse sentido, já se manifestou o Superior Tribunal 
de Justiça: 
 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. PREJUÍZOS FISCAIS. 
COMPENSAÇÃO. EMPRESA INCORPORADORA. VEDAÇÃO DO ART. 33 DO DECRETO-LEI 
2.341/1987 (...) O titular da competência tributária pode através de normatização adequada 
excluir as zonas de não-incidência para impedir a utilização da elisão tributária. Não há o 
que a doutrina chamou de poder geral da Administração tributária para desconstituir 
atos e negócios jurídicos (a chamada norma geral antielisão) já que o art. 116, 
parágrafo único, do CTN é norma de eficácia limitada, carente de lei para produzir 
efeitos (...) (grifo nosso) (STJ, AgInt nos EDcl no REsp 1.725.911/SP, Rel. Ministro Herman 
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 12/02/2019, DJe 11/03/2019). 
 
O artigo 118 do Código Tributário Nacional preconiza que a definição legal do fato gerador 
é interpretada abstraindo-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza de seu objeto, ou dos efeitos 
dos fatos efetivamente ocorridos. Logo, para o Direito Tributário, a capacidade tributária 
independe, por exemplo, da capacidade civil das pessoas naturais (a priori, um sujeito 
absolutamente incapaz no âmbito do Direito Civil pode figurar como contribuinte, bastando a 
ocorrência dos fatos geradores normativamente prescritos). Aliás, a origem do fato gerador 
também é irrelevante, podendo derivar até mesmo de atividades ilícitas; trata-se do princípio 
da pecunia non olet, sustentado pelo Supremo Tribunal Federal: 
2. A jurisprudência da Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou 
entendimento de ser possível a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita, 
visto que a definição legal do fato gerador é interpretada com abstração da validade 
jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus 
efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro 
Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcialmente conhecida e denegada (STF, 
HC 94.240/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 23/08/2011, DJe 
11/10/2011). 
 
12 
 
 Para fins de fixação da regra matriz de incidência da obrigação tributária, o fato gerador 
pode ser analisado por meio de cinco critérios, assim elencados (PAVANI, 2011): 
 Critério pessoal: relaciona os sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária; 
 Critério quantitativo: expressa os parâmetros necessários à aferição do valor da prestação 
pecuniária principal (base de cálculo e a alíquota). A partir deste critério é fixado o quantum 
debeatur do tributo; 
 Critério material: refere-se a aspectos substanciais do fato ou conjunto de fatos que servem 
de suporte à hipótese de incidência tributária. É a descrição do fato em si; 
 Critério temporal: estabelece o momento em que se considera praticado o fato 
gerador; 
 Critério espacial: determina o local de ocorrência do fato gerador. Através deste 
critério é definida a limitação territorial do alcance da legislação tributária. 
 
 
O fato gerador da obrigação tributária não pode ser considerado como um negócio jurídico, pois a 
vontade do agente é irrelevante para fins tributários. Por essa razão, diz-se que o fato gerador detém 
caráter avolitivo. 
 
3.1.2 Sujeitos da relação tributária 
3.1.2.1 Sujeito ativo 
 
Dispõe o art. 119 do CTN que o sujeito ativo da obrigação “é a pessoa jurídica de direito público, 
titular da competência para exigir o seu cumprimento”. Pode ser classificado em direto (ente tributante 
com competência tributária – União, Estados, Municípios ou Distrito Federal) e indireto (outra pessoa 
jurídica de direito público a quem tenha sido delegada a capacidade ativa. O sujeito ativo indireto 
jamais possui competência tributária). 
 
13 
 
O art. 120 do CTN prevê uma hipótese de modificação superveniente de sujeito ativo: “salvo 
disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo 
desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará 
até que entre em vigor a sua própria”. Trata-se da extraterritorialidade da legislação tributária. Desse 
modo, a título exemplificativo, na hipótese de desmembramento de uma parcela territorial do Estado “A” 
para a criação do Estado “B”, este poderá adotar as normas daquele até o advento de suas próprias, a 
fim de evitar lacunas legislativas e insegurança jurídica. 
3.1.2.2 Sujeito passivo 
 
Segundo o art. 121 do CTN, “sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada 
ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária”. Na obrigação principal, o sujeito passivo 
pode ser classificado em contribuinte (sujeito passivo direto, possui relação pessoal e direta 
com a situação que constituir o respectivo fato gerador – parágrafo único, inciso I, do art. 121 
do CTN) e responsável (sujeito passivoindireto, não possui a condição de contribuinte, mas 
sua obrigação decorre de disposição expressa de lei – parágrafo único, inciso II, do art. 121 
do CTN). 
Existe uma classificação econômica do contribuinte em “de direito” e “de fato”, sendo 
que contribuinte de direito é o que possui a obrigação legal de efetuar o pagamento do 
tributo, e contribuinte de fato é o que não integra a relação jurídica (não tem a obrigação 
legal de pagar o tributo), mas arca com o ônus fiscal (POSSAS, 2018). Exemplo: no caso dos 
tributos indiretos, definidos como aqueles em que o ônus do tributo é repassado ao adquirente 
da mercadoria, produto, serviço etc., como o ICMS, o sujeito que compra a mercadoria 
(consumidor) arca com o ônus referente ao aludido imposto – através da inclusão do tributo 
no valor total da compra –, e por isso é chamado de contribuinte (de fato), mas a obrigação 
de recolher o ICMS na operação permanece atrelada ao comerciante (contribuinte de direito). 
De outra banda, quanto à obrigação acessória, o art. 122 do CTN estabelece como sujeito 
Sujeito 
ativo
Direto Tem competência e capacidade tributária ativa
Indireto Tem apenas capacidade tributária ativa (por delegação) 
 
14 
passivo “a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto”. 
 
Consoante o art. 123 do CTN, as convenções particulares, salvo disposição de lei em 
contrário, não podem modificar a definição legal de sujeito passivo da obrigação tributária 
devida à Fazenda Pública. Nesse sentir, não pode o locador de um imóvel, por exemplo, 
transferir a titularidade da obrigação de pagar IPTU ao locatário (pois a obrigação está vinculada 
ao proprietário do imóvel. Vale ressaltar, porém, que é permitido transferir ao locatário a 
obrigação de pagar as contas de consumo diretamente com os órgãos fiscalizadores, uma vez 
que estas não são tributos). A existência de uma cláusula contratual privada modificando 
sujeito passivo de obrigação (principal ou acessória) tributária, ainda que plenamente 
válida entre as partes, não produz efeitos perante o Fisco. 
3.1.2.3 Solidariedade passiva 
Preceitua o Código Civil, em seu artigo 264, que há solidariedade quando na mesma 
obrigação concorre mais de um credor ou devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida 
toda. No Direito Tributário, não há solidariedade ativa, porquanto na relação jurídico-tributária 
o credor é a pessoa política a quem a Constituição Federal atribuiu a competência para instituir 
o tributo ou a quem a capacidade tributária tenha sido delegada. 
Quanto à solidariedade passiva, são solidariamente obrigadas, nos termos do artigo 124 
do Código Tributário Nacional: 
(1) As pessoas com interesse comum na situação que constitua o fato gerador da 
obrigação principal (solidariedade de fato. Exemplo: dois proprietários de um mesmo imóvel, 
que devem o IPTU em sua integralidade, pois ambos causaram a ocorrência do fato gerador); 
Sujeito 
passivo
Obrigação 
principal
Com relação direta e 
pessoal
Contribuinte
De fato
De direito
Sem relação direta e 
pessoal
Responsável
Obrigação 
acessória
Pessoa obrigada às prestações positivas ou negativas
 
15 
(2) As pessoas expressamente designadas por lei (solidariedade de direito. Exemplo: 
na importação de bens, a transportadora é solidariamente obrigada ao pagamento do tributo, 
mesmo que não tenha realizado o fato gerador). 
Os sujeitos passivos solidários se responsabilizam igual e concomitantemente pelo 
cumprimento da obrigação, sem benefício de ordem (direito de preferência que existe no 
Direito Civil, a exemplo dos fiadores, que podem exigir que a execução se inicie com o locatário, 
contanto que haja essa previsão contratual nesse sentido). 
No que tange aos efeitos da solidariedade, dispõe o art. 125 do CTN da seguinte forma: 
 Salvo disposição de lei em contrário, o pagamento realizado por um dos obrigados 
aproveita aos demais (pois todos são devedores de um único débito); 
 A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados (salvo se o benefício 
for específico a um dos devedores. Exemplo: por circunstâncias específicas e pessoais, 
um dos devedores se torna isento; nesse caso, os demais se responsabilizam pelo 
saldo em aberto, incluindo a parte que cabia ao que recebeu a isenção. Trata-se da 
característica de unidade da obrigação); 
 A interrupção da prescrição em relação a um dos obrigados se estende aos demais 
(independentemente de isso ser favorável ou prejudicial a eles). 
 
3.1.2.4 Capacidade tributária 
 A capacidade tributária ativa se refere à possibilidade de fiscalizar e arrecadar tributos, bem 
como de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas, e é conferida, em um primeiro 
momento, aos entes federados (sujeitos ativos diretos), que também detêm a competência tributária 
(atribuição constitucional do poder de tributar). Todavia, a capacidade ativa – e jamais a competência, 
vale reiterar – pode ser transferida por eles a outras pessoas jurídicas de direito público (sujeitos ativos 
indiretos). 
 
 
16 
 
A delegação de capacidade tributária ativa pode ser revogada a qualquer tempo, por ato unilateral da 
entidade competente. Inteligência do art. 7º do Código Tributário Nacional. 
 
De seu turno, o art. 126 do CTN aduz que a capacidade tributária passiva independe: 
 Da capacidade civil das pessoas naturais; 
 De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação 
do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus 
bens ou negócios; 
 De estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma 
unidade econômica ou profissional. 
 Pela leitura desse artigo, nota-se que as regras do Direito Civil sobre capacidade não se aplicam 
no Direito Tributário. Por conseguinte, não há qualquer óbice à caracterização do menor (inciso I), do 
sujeito em exercício irregular da profissão (inciso II) e do comerciante clandestino (inciso III), por exemplo, 
como sujeitos passivos de obrigações tributárias (SABBAG, 2017). 
3.1.2.5 Domicílio tributário 
Leandro Paulsen (2017) ensina que domicílio tributário “é o local em que o contribuinte receberá 
notificações e intimações com efeito legal. É extremamente relevante, pois o art. 23, inciso II, do Decreto 
n. 70.235/72, por exemplo, considera realizada a intimação ‘por via postal, telegráfica ou por qualquer 
outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo’”. 
Em regra, o sujeito passivo pode escolher seu domicílio tributário, ressalvada a possibilidade de a 
autoridade administrativa recusar o local eleito, na hipótese de este dificultar ou impossibilitar a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo (art. 127, §2º, do CTN). A recusa precisa ser motivada e razoável. 
Contudo, se o sujeito passivo deixar de eleger seu domicílio tributário, aplicam-se as regras 
dos incisos I, II e III do artigo 127 do Código Tributário Nacional, quais sejam: 
 
17 
 Quanto às pessoas naturais, será domicílio tributário sua residência habitual ou, 
sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
 No que tange às pessoas jurídicas de direito privado ou firmas individuais, será o 
lugar de sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, 
o de cada estabelecimento (o domicílio se vincula ao local em que os fatos se deram, 
se o caso); 
 Em relação às pessoas jurídicas de direito público, será qualquer de suas 
repartições no território da entidade tributante. 
Não sendo possível a aplicação das regras acima discriminadas ou na hipótese de recusa 
administrativa do local eleito, considera-se como domicílio tributário do sujeito passivo o lugar 
da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação 
(§1º do art. 127 do CTN)3. Frise-se que a lógica do legislador, em matéria dedomicílio tributário, 
é semelhante à adotada pelo Código de Processo Civil. 
3.2 Responsabilidade tributária 
 
De acordo com o art. 128 do CTN, a responsabilidade tributária consiste em uma sujeição passiva 
indireta – sem relação pessoal e direta com a obrigação, tendo em vista que essa é uma característica 
própria do contribuinte –, decorrente de expressa determinação legal. 
CUIDADO! O responsável deve ter algum vínculo com o fato gerador da obrigação tributária, 
ainda que indireto e não pessoal. 
Quanto aos efeitos da responsabilidade, esta pode ser subsidiária (é a regra, salvo disposição de 
lei em contrário), solidária (depende de previsão legal, a teor do art. 124, inciso I, do CTN) ou pessoal 
(exclusiva – a obrigação se dirige somente ao responsável –, também decorre da atuação positiva do 
legislador). 
No que tange à classificação, embora o Código Tributário Nacional não utilize expressamente 
estes termos, a doutrina define que a responsabilidade pode se dar de duas modalidades: por 
substituição e por transferência. 
A responsabilidade por substituição, segundo Eduardo Sabbag (2017), é fixada pela lei antes da 
ocorrência do fato gerador. Não há uma alteração subjetiva, uma vez que o substituto (responsável) 
 
3 Questão 05 
 
18 
ocupa o polo passivo da obrigação tributária desde seu nascimento . Exemplo: o empregado é 
contribuinte do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRRF), mas a lei atribui ao empregador o dever 
recolhê-lo na fonte – consequentemente, o contribuinte sequer tem acesso ao valor do imposto. 
 Substituição tributária “para frente”/progressiva: as pessoas que se encontram em 
posições posteriores na cadeia de produção e circulação são substituídas no dever de pagar 
tributo pelas ocupantes das posições anteriores (ALEXANDRE, 2017, p. 376-377). Exemplo: 
uma indústria de bebidas é a responsável pelo pagamento dos tributos referentes à vendas; 
em uma cadeia de produção indústria – varejo – consumidor, os ocupantes das duas 
últimas posições (venda das bebidas feita do lojista ao consumidor) são substituídos pela 
indústria, anterior, que arca com o ônus – mesmo antes da ocorrência do fato gerador. 
 Substituição tributária “para trás”/regressiva/antecedente: as pessoas que se encontram 
em posições anteriores na cadeia de produção e circulação são substituídas no dever de 
pagar tributo pelas ocupantes das posições posteriores (ALEXANDRE, 2017, p. 375). Exemplo: 
indústrias que adquirem matéria-prima de produtores rurais; em uma cadeia de produção 
produtor – indústria – varejo, o ocupante da primeira posição, anterior (produtor rural), é 
substituído pelo ocupante da segunda, posterior (indústria). Logo, o pagamento do tributo 
referente ao fato gerador provocado pelo produtor rural é adiado; diz-se, portanto, que há 
um diferimento do tributo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª posição - Indústria
Substituta (paga o tributo de
toda a cadeia, antes da
ocorrência de fatos geradores)
2ª posição - Loja
Provoca um fato gerador, 
mas sua parcela do tributo 
já foi paga pela substituta
3ª posição - Consumidor 
Provoca um fato gerador, 
mas sua parcela do tributo 
já foi paga pela substituta
1ª posição - Produtor rural
Provoca um fato gerador, 
mas não paga o tributo (o 
pagamento é adiado)
2 ª posição - Indústria
Substituta do produtor 
rural, mas contribuinte em 
relação à loja
3ª posição - Loja 
Não integra a substituição, e 
paga o tributo correspondente 
ao fato gerador por ela causado
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA “PARA FRENTE” 
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA “PARA TRÁS” 
 
20 
 
 
 
Em 2002, no julgamento da ADI nº 1.851/AL, o Supremo Tribunal Federal cristalizou o entendimento de 
que a presunção do fato gerador do ICMS (no caso da substituição tributária “para frente”, em que há 
pagamento antecipado e ainda não se sabe o valor exato da operação tributada) é dotada de 
legitimidade definitiva, não cabendo qualquer restituição ou complementação do imposto pago, salvo 
na hipótese de sua não realização final. Entretanto, a Corte alterou seu posicionamento em 2016, ao 
julgar o Recurso Extraordinário nº 593.849/MG, paradigma do Tema 201 de Repercussão Geral. Na 
ocasião, firmou-se a tese de que o contribuinte tem direito, na sistemática da substituição tributária “para 
frente” em que há pagamento a maior, à diferença entre o valor recolhido antecipadamente e o 
efetivamente devido após a ocorrência do fato gerador. No ponto, confira-se: 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMPOSTO 
SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
PROGRESSIVA OU PARA FRENTE. CLÁUSULA DE RESTITUIÇÃO DO EXCESSO. BASE DE 
CÁLCULO PRESUMIDA. BASE DE CÁLCULO REAL. RESTITUIÇÃO DA DIFERENÇA. ART. 150, 
§7º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REVOGAÇÃO PARCIAL DE PRECEDENTE. ADI 1.851. 
1. Fixação de tese jurídica ao Tema 201 da sistemática da repercussão geral: “É devida a 
restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS 
pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a base de cálculo efetiva 
da operação for inferior à presumida”. 2. A garantia do direito à restituição do excesso 
não inviabiliza a substituição tributária progressiva, à luz da manutenção das vantagens 
pragmáticas hauridas do sistema de cobrança de impostos e contribuições. 3. O princípio 
da praticidade tributária não prepondera na hipótese de violação de direitos e garantias 
dos contribuintes, notadamente os princípios da igualdade, capacidade contributiva e 
vedação ao confisco, bem como a arquitetura de neutralidade fiscal do ICMS. (...) 5. De 
acordo com o art. 150, §7º, in fine, da Constituição da República, a cláusula de restituição 
do excesso e respectivo direito à restituição se aplicam a todos os casos em que o fato 
gerador presumido não se concretize empiricamente da forma como antecipadamente 
 
21 
tributado. (...) (STF, RE, Rel. Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno, julgado em 19/10/2016, 
DJe 31/03/2017). 
 
Ademais, na hipótese de o fato gerador acabar por não ocorrer, o art. 150, § 7º, da CF/1988 autoriza 
a restituição imediata e preferencial da quantia paga antecipadamente. 
 
Na responsabilidade por transferência, de outro lado, há uma verdadeira alteração subjetiva, 
tendo em vista que a obrigação tributária surge com um sujeito passivo, mas, por um evento descrito 
em lei, outra pessoa passa a ocupar o polo passivo. 
Feitas tais ponderações, é importante mencionar que o Código Tributário Nacional divide as 
hipóteses de responsabilidade em três categorias: responsabilidade dos sucessores, de terceiros e por 
infrações. 
3.2.1 Responsabilidade dos sucessores 
 
 Uma das hipóteses de responsabilidade por transferência diz respeito à sucessão, em que há uma 
mudança na sujeição passiva da obrigação tributária devido à impossibilidade, por questões causa mortis 
ou inter vivos, de o contribuinte original permanecer nessa condição. 
 De partida, o art. 129 do CTN prevê que as normas sobre responsabilidade dos sucessores se 
aplicam igualmente à totalidade das obrigações tributárias do sujeito sucedido surgidas até a data da 
sucessão, independentemente da fase de constituição dos créditos tributários4, bastando avaliar a data 
do fato gerador das obrigações. Com efeito, elucida Eduardo Sabbag (2017): 
 
Em síntese, pode-se afirmar que o sucessor assume todos os débitos tributários do 
sucedido, relativos a fatos geradores ocorridos antes da data do ato ou fato que demarcou 
a sucessão, sendo irrelevante o andamento da constituição definitiva do crédito. Assim, o 
que vai regular o conjunto de obrigações transferidas é o fato gerador, e não o “momento 
do lançamento”, inibindo-se a alegação de vício de retroatividade da atuação 
administrativo-fiscal.No referido dispositivo, fica explicitado que os débitos conhecidos à 
data da sucessão, ou seja, já lançados, bem como aqueles que estiverem em via de sê-los, 
 
4 Por ora, entenda-se constituição do crédito tributário como o procedimento pelo qual a autoridade tributária estabelece vínculo 
jurídico com o sujeito passivo de uma obrigação e adquire o direito de exigir seu cumprimento. 
 
22 
ou mesmo os débitos desconhecidos, mas que venham a ser posteriormente lançados, 
podem ser irrogados aos sucessores. 
 
 O Código Tributário Nacional indica seis situações ensejadoras da responsabilidade dos devedores 
sucessores: 
(1) Sucessão imobiliária (art. 130 do CTN). Possui responsabilidade solidária (STJ, AgInt no AREsp 
942.940/RJ, julgado em 15/08/2017) o adquirente de bens imóveis no que tange aos impostos 
cujo fato gerador seja sua propriedade, domínio útil ou posse (exemplo: IPTU), bem como 
às contribuições de melhoria e às taxas pela prestação de serviços referentes aos imóveis 
adquiridos. 
 Tal regra não se aplica aos imóveis adquiridos por meio de hasta pública, uma vez 
que o valor arrecadado com o leilão de bens penhorados visa justamente a satisfazer 
do crédito do Poder Público; eventuais débitos tributários pendentes sobre um 
imóvel devem incluídos em seu valor de arrematação e se consideram quitados com 
a aquisição do bem ao arrematante, ainda que o preço alcançado no leilão acabe 
por ser inferior ao do débito tributário. Nesse sentido, a propósito, já se posicionou 
o Superior Tribunal de Justiça: 
 
(...) 5. No enfrentamento da matéria, o Tribunal de origem lançou os seguintes 
fundamentos (fls. 122-123, e-STJ): "Assim, tem-se que o direito líquido e certo foi bem 
demonstrado. Aliás, diz-se demonstrado porque, sem dúvida, o direito existe e tem arrimo 
no parágrafo único do art. 130 do Código Tributário Nacional (...) Ora, a hipótese traçada 
no dispositivo transcrito se amolda perfeitamente ao caso. Fique bem claro que tratamos 
no presente caso do arrematante, não do antigo proprietário. Sendo assim, não é possível 
a imposição da responsabilidade tributária ao recorrido em relação ao período anterior à 
arrematação. Não há obstáculos, portanto, para que se expeça a certidão negativa de 
débitos". 6. Nos termos do artigo 130 do CTN, os créditos relativos a impostos cujo fato 
gerador seja a propriedade sub-rogam-se sobre o respetivo preço quando arrematados 
em hasta pública, não sendo o adquirente responsável tributário pelos tributos que 
oneraram o bem até a data da realização da hasta. 7. Com efeito, ainda que o preço 
alcançado na arrematação do bem seja insuficiente para a quitação do débito tributário, 
o arrematante não poderá ser responsabilizado por dívidas contraídas por outrem, 
conforme a literalidade do parágrafo único do art. 130 do CTN. Precedentes: AgRg no Ag 
1.246.665/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira turma, DJe 22/4/2010; REsp 954.176/SC, Rel. 
Ministra Eliana Calmon, Segunda turma, DJe 23/6/2009. 8. Agravo Interno a que se nega 
provimento (STJ, AgInt no AREsp 1.076.860/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda 
Turma, julgado em 28/11/2017, DJe 19/12/2017). 
 
 
23 
 Outrossim, não há responsabilidade do adquirente em relação a tributos de imóveis 
em cuja escritura conste menção à quitação dos tributos (certidão negativa expedida 
pela Fazenda Pública). Saliente-se que essa exceção prevalece inclusive na hipótese 
de equívoco quanto à informação constante no registro imobiliário, pois não se pode 
exigir o pagamento de um tributo do qual o adquirente não possuía – e sequer tinha 
condições para tanto – conhecimento; 
(2) Responsabilidade pessoal do adquirente ou remitente5, pelos tributos relacionados aos bens 
adquiridos ou remidos (art. 131, inciso I, do CTN). Na concepção de Eduardo Sabbag (2017), 
esse dispositivo se refere apenas a bens imóveis, considerando-se que os imóveis são 
abrangidos pelo artigo anterior. Ademais, diferentemente da regra aplicável à sucessão 
imobiliário, aqui não há qualquer exceção legal à regra de responsabilidade. 
(3) Responsabilidade pessoal do sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, pelos tributos 
devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação (art. 131, inciso II, do CTN). 
Observe-se que a responsabilidade pelas dívidas tributárias se limita ao montante 
adquirido em decorrência da sucessão. Exemplo: um sucessor único recebe a quantia de R$ 
100.000,00 (cem mil reais) a título de herança, e responde por todas as obrigações tributárias 
pendentes do de cujus até esse valor, ainda que a totalidade das dívidas por ele contraídas 
até o momento de sua morte o ultrapassem. 
(4) Responsabilidade pessoal do espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data 
da abertura da sucessão (art. 131, inciso III, do CTN). Embora o CTN o trate como 
tal, o espólio não é uma pessoa física ou jurídica, mas a integralidade dos bens e 
direitos incorporados ao patrimônio do de cujus. Note-se que a diferença em relação 
à hipótese anterior se dá quanto ao momento em que se finda a responsabilidade. 
 
 
 
 
 
 
A lógica adotada pelo legislador é simples: no momento da morte do contribuinte, ocorre a 
abertura da sucessão. A partir desse marco temporal, todos os bens e direitos do de cujus 
formam seu espólio, que deve ser utilizado para quitar todos os seus débitos tributários. 
Realizada a partilha ou adjudicação, o espólio deixa de existir (perdendo, assim, a qualidade de 
 
5 Entenda-se remitente como aquele que efetua o resgate de um bem penhorado por meio do pagamento ou consignação da 
importância atualizada dívida (remição – art. 826 do CPC). 
 
24 
responsável tributário) e é incorporado ao patrimônio dos sucessores, sendo transmitida, 
concomitantemente, a responsabilidade. 
 
 
(5) Sucessão empresarial (art. 132 do CTN)6. Nos casos de reorganizações societárias 
(fusão, transformação ou incorporação de uma pessoa jurídica de direito privado a 
outra), as sucessoras respondem pessoalmente pelos tributos devidos pelas 
sucedidas até a data do ato. O mesmo se aplica nos casos de extinção de pessoas 
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja 
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra 
razão social, ou sob firma individual. 
 CUIDADO! Para fins de aplicação desse artigo, é irrelevante a manutenção 
da forma da pessoa jurídica extinta (tanto a razão social quanto a categoria 
de empresa podem ser alterados), bastando que a atividade realizada pelo 
sócio remanescente permaneça a mesma, ainda que a extinção tenha 
ocorrido de modo irregular ou fraudulento (art. 126, inciso III, do CTN); 
 Súmula nº 554/STJ: “Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade 
da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas 
também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores 
ocorridos até a data da sucessão”. 
(6) Sucessão comercial (art. 133 do CTN). Não obstante a aparente similaridade entre esta 
hipótese e a anterior, as consequências, para fins de responsabilidade, são diversas. 
De fato, a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquire de outra fundo 
 
6 Questão 04 
• É contribuinte das obrigações pode ele contraídas até o
momento de sua morte.
De cujus
• É responsável pelas obrigações contraídas pelo de cujus
em vida.
Espólio
• São responsáveis nos limites da sucessão, pelas
obrigações contraídas pelo de cujus em vida e pelas não
resolvidas pelo espólio até o momento da partilha ou
adjudicação.
Sucessores
 
25 
de comércio7 ou estabelecimento8 (sob a mesma ou outra razão social) responde 
pelos tributos relacionados ao que foi adquirido e devidos até a data do ato: 
integralmente(segundo a parcela majoritária da doutrina, o termo equivale a 
“pessoalmente”, embora haja divergências) se o alienante cessar a exploração do 
comércio, indústria ou atividade; subsidiariamente, se o alienante continuar a 
atividade comercial ou iniciar uma nova em 06 (seis) meses. 
 De acordo com os §§ 1º e 2º do ar. 132 do CTN, essa regra não se aplica nas 
hipóteses de alienação em processo de falência ou de recuperação judicial 
(no segundo caso, tratando-se de filial ou unidade produtiva isolada), ou se 
o adquirente for: sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou 
sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; parente, 
em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do 
devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios, ou; 
identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial 
com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. 
 
3.2.2 Responsabilidade de terceiros 
Os terceiros responsabilizados são pessoas que, em determinadas situações, falharam no 
cumprimento de um dever legal de gestão ou vigilância do patrimônio do contribuinte. 
Nas hipóteses do art. 134 do CTN, os terceiros responsáveis atuam de forma regular, mas 
respondem de forma solidária, independentemente de dolo, com o contribuinte incapaz de cumprir 
a obrigação principal no que concerne aos atos em que intervierem ou às omissões de que foram 
responsáveis9. É o caso: 
(1) dos pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
(2) os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
(3) os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
(4) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
 
7 “Conjunto de bens, materiais ou imateriais, agregados pelo empresário para a consecução de suas atividades. Designa a 
universalidade harmônica de bens, utilizada na realização da atividade comercial. Exemplo: uma loja possui, como ‘fundo de 
comércio’: prateleiras, balcões, máquinas, o ponto, a clientela, a marca etc.” (SABBAG, 2017). 
8 “Identificação da unidade fisicamente autônoma, na qual uma pessoa física ou jurídica realiza suas atividades comerciais. 
Significa a parte, a fração, e não a ‘totalidade de bens’ (típica do fundo de comércio)” (SABBAG, 2017). 
9 Vide as questões 1 e 2 deste capítulo. 
 
26 
(5) o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
(6) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os 
atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
(7) os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Em matéria de multas, a solidariedade só é aplicável às penalidades pecuniárias de caráter 
moratório (decorrentes de atraso no pagamento do tributo). Inteligência do art. 134, parágrafo único, do 
CTN. 
De outra banda, nos casos estampados no art. 135 do CTN, os terceiros responsáveis atuam de 
forma irregular, violando a lei, o contrato social ou o estatuto, de modo que sua responsabilidade 
não é apenas solidária, mas pessoal (o terceiro responde sozinho, com todo o seu patrimônio, ficando 
afastada qualquer possibilidade de atribuição da sujeição passiva à pessoa que, de outra forma, estaria 
na posição de contribuinte). Aplica-se este artigo tanto às pessoas referidas no art. 134 do CTN quanto 
aos mandatários, prepostos, empregados, diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de 
direito privado. 
 
3.2.3. Responsabilidade por infrações 
Aduz o artigo 136 do Código Tributário Nacional que “salvo disposição de lei em contrário, a 
responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do 
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. Apesar de diferente, em 
essência, do instituto da responsabilidade civil, é possível afirmar que o Direito Tributário consagra uma 
teoria civilista, qual seja, a Teoria da Responsabilidade Objetiva. 
As pessoas designadas como pessoalmente responsáveis por infrações são as que as cometeram, 
tendo com elas relação direta e pessoal. Seriam, portanto, contribuintes da multa, ainda que o Código 
Tributário Nacional não utilize essa palavra (é apenas uma questão de nomenclatura). 
De acordo com o art. 137 do CTN10, há responsabilidade pessoal do agente11: 
(1) quanto às infrações definidas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas 
no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito (excludentes); 
(2) quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja imprescindível 
(quando não se configura a infração sem a intenção do agente). A existência de dolo é 
 
10 Questão 03 
11 Saliente-se a adoção do termo “agente”, própria do Direito Penal, o que evidencia a vinculação do tema com a ocorrência de 
infrações. 
 
27 
irrelevante para fins de ocorrência de fato gerador e cobrança de tributo, mas é 
obrigatória para que se constitua uma penalidade por infrações; 
(3) quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: das pessoas 
referidas nos arts. 134 e 135 do CTN, quando a infração for direcionada contra as pessoas a 
elas relacionadas. Assim, por exemplo, os pais são pessoalmente responsáveis pelos atos 
cometidos por seus filhos menores (art. 134, inciso I, do CTN).12 
3.2.2.1 Denúncia espontânea 
O agente pode confessar os ilícitos por ele cometidos através de uma “denúncia espontânea de 
infrações”, medida de política tributária destinada a atrair os sujeitos passivos das obrigações de volta 
à legalidade. 
Realizada a denúncia espontânea e efetuado o pagamento do tributo e dos juros de mora, a 
responsabilidade é excluída, ex vi do art. 138 do CTN. Não obstante, o caráter da espontaneidade se 
finda após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados 
com o ato ilícito. Assim, se o Fisco tomar ciência acerca de uma infração e proceder a uma comunicação 
formal ao agente, uma eventual denúncia não produzirá efeitos. Inteligência do artigo 138 do Código 
Tributário Nacional. 
3.3 Crédito tributário 
 
 Nas lições de Kiyoshi Hirada (2018), crédito tributário é a obrigação dotada de liquidez e certeza, 
ou seja, exigível pela autoridade tributária: 
 
Do ponto de vista material, obrigação e crédito se confundem. As partes são as mesmas, 
o objeto é idêntico e o vínculo jurídico, idem. Surgida a obrigação, deve a Fazenda declarar 
sua existência, através do lançamento, apurando o quantum e identificando o sujeito 
passivo, quando então, aquela obrigação passará a existir sob a denominação de crédito 
tributário. Disso resulta que pode existir obrigação tributária sem o crédito tributário, mas 
o contrário não poderá ocorrer. 
 
O art. 139 do CTN prevê que o crédito tributário decorre da obrigação principal (pagamento de 
tributo ou prestação pecuniária) e tem a mesma natureza desta (seria ilógico, por exemplo, uma 
 
12 Questão 02 
 
28 
obrigação de pagar IPTU gerar um crédito tributário referente a IPVA). Não obstante, o legislador explicita 
a autonomia da obrigação no art. 140 do CTN, ao dispor que “as circunstâncias que modificam o crédito 
tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem 
sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem”. Assim, ainda que um 
determinado crédito, por qualquer razão, deixe de existir, a obrigação remanesce. 
Uma vez constituído, o crédito pode ser dispensado somente nas hipóteses previstas pelo Código 
Tributário Nacional, a teor deseu artigo 141. A ideia é preservar ao máximo o interesse da autoridade 
tributária, tendo o legislador estipulado, inclusive, a responsabilidade funcional do agente público 
causador da desconstituição irregular de crédito favorável ao Fisco. 
3.3.1 Constituição do crédito tributário (lançamento) 
Ocorrido o fato gerador, é necessário definir formalmente as particularidades da obrigação 
tributária, de forma a torna-la certa e líquida. Para tanto, utiliza-se um mecanismo denominado 
lançamento, que consiste, conforme o artigo 142 do Código Tributário Nacional, no “procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar 
a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível”. É um procedimento de competência privativa da autoridade 
administrativa, de caráter vinculado e obrigatório (verificado o fato gerador, surge um verdadeiro dever 
– e não faculdade – de lançar, sob pena, novamente, de responsabilidade funcional. Inteligência do art. 
142, parágrafo único, do CTN), que constitui o crédito tributário. 
Esse procedimento, segundo Ricardo Alexandre (2017, p. 434-435), possui natureza jurídica mista: 
constitutiva em relação ao crédito tributário (não existe crédito sem lançamento), mas declaratória 
quanto à obrigação (o lançamento tem a função de atestar de modo formal a ocorrência do fato gerador 
da obrigação e dotá-la de exigibilidade, não de criá-la). Tal perspectiva, aliás, foi sustentada pelo Superior 
Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial nº 250.306/DF, Rel. Min. Garcia Vieira, 1ª Turma, 
julgado em 06/06/2000, DJU 01/08/2000. 
 O artigo 144 do CTN reforça o conceito de ultratividade no Direito Tributário, ao preconizar que 
“o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então 
vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. Ressalte-se ainda que o mesmo vale, salvo 
disposição de lei em contrário, para a conversão em moeda nacional do valor tributário expresso em 
moeda estrangeiro (adota-se a taxa de câmbio da data do fato gerador, ex vi do art. 143 do CTN). 
 
29 
 Prevê o §1º do art. 144 do CTN que é aplicada a legislação que, após a ocorrência do fato 
gerador, institua novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, amplie os 
poderes de investigação das autoridades administrativas ou outorgue ao crédito maiores 
garantias ou privilégios (exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros); 
 A exceção à aplicabilidade do art. 144 do CTN se dá quanto aos impostos lançados por 
tempo determinado, contanto que a lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se 
considera ocorrido, a exemplo do IPVA e do IPTU. Neste caso, portanto, não há ultratividade. 
Em prosseguimento, o artigo 145 do CTN indica que após a notificação do sujeito passivo, o 
lançamento só pode ser alterado em razão de: (1) impugnação do sujeito passivo; (2) recurso de ofício; 
(3) iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 do CTN. Observe-
se que na terceira hipótese não é necessário um prévio processo administrativo, basta a autoridade notar 
um erro para corrigi-lo. 
Por sua vez, preceitua o art. 146 do CTN que “a modificação introduzida, de ofício ou em 
consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade 
administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito 
passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução”. Desse modo, é possível 
alterar o lançamento efetuado em decorrência de erro de fato da autoridade administrativa ou de 
erro de direito do sujeito passivo (quando este, de boa-fé, apenas se utilizou de interpretação anterior 
da lei tributária), contanto que a mudança se refira aos fatos geradores posteriores à alteração 
interpretativa. Exemplo: suponha-se que a interpretação da legislação tributária seja alterada em 
abril/2020 e se torne mais benéfica ao contribuinte. Se este se utilizar da interpretação anterior para 
declarar um fato gerador de julho/2020, por exemplo, pode corrigi-lo, mas não tem o direito de fazê-lo 
em relação a um fato datado de janeiro/2020. 
O lançamento é classificado de acordo com a intensidade de participação do sujeito passivo no 
procedimento, em três modalidades: de ofício, por declaração ou por homologação. 
3.3.1.1 Lançamento de ofício/direto 
 
Previsto pelo art. 149 do CTN, o lançamento de ofício, também chamado de direto, envolve 
nenhuma ou mínima participação do sujeito passivo. Nessa modalidade, a própria autoridade 
administrativa utiliza os dados de que dispõe a respeito do sujeito passivo, identificando-o, declarando 
a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, especificando a matéria tributária em 
 
30 
questão, calculando o montante do tributo devido e, se o caso, aplicando a penalidade cabível 
(ALEXANDRE, 2017, p. 450-451). 
O lançamento de ofício, de acordo com os incisos do art. 149 do CTN, dá-se quando: 
(1) A lei assim determina; 
(2) A declaração não é prestada por quem de direito no prazo e na forma da legislação tributária; 
(3) A pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração, deixa de atender, no prazo 
e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade 
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela 
autoridade; 
(4) Comprovada a ocorrência de falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido 
na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; 
(5) Comprovada a omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício 
da atividade de lançamento por homologação; 
(6) Comprovada a ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que 
dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
(7) Demonstrado que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude 
ou simulação; 
(8) Necessário apreciar fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; 
(9) Demonstrada, no lançamento anterior, a ocorrência de fraude ou falta funcional da autoridade 
que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 
Enfim, de acordo com o parágrafo único do artigo 149 do Código Tributário Nacional, a revisão do 
lançamento pode ser iniciada somente enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública (o prazo para 
que a Fazenda constitua o crédito tributário, ou seja, realize o lançamento, é idêntico ao de sua revisão). 
3.3.1.2 Lançamento por declaração/misto 
A modalidade prevista no art. 147 do CTN é efetuada a partir de uma declaração do sujeito passivo 
ou de terceiro, na forma da legislação tributária, prestando à autoridade administrativa informações 
factuais indispensáveis à efetivação do lançamento. Há um misto de atuação das partes na realização do 
procedimento, dele participando tanto o Fisco quanto o sujeito passivo da obrigação tributária. Decerto, 
a elaboração de declarações e sua entrega à Administração Fazendária são obrigações acessórias 
referentes ao fornecimento de matéria de fato, ao passo que a análise da matéria de direito para 
fixação do tributo fica a cargo da autoridade administrativa (ALEXANDRE, 2017, p. 451-454). 
 
31 
Os §§ 1º e 2º do art. 147 do CTN se referem à retificação da declaração, que pode acontecer de 
duas formas: 
(1) Por iniciativa do próprio declarante, quando este tiver por intuito reduzir ou excluir um 
tributo, contanto que seja demonstrado o erro e a alteração ocorra antes da notificação de 
lançamento (CUIDADO! Nenhum desses requisitos é exigido na hipótese de a retificação 
implicar aumento de tributo, haja vista a preponderânciado interesse público). Exemplo: um 
contribuinte que acidentalmente declara uma base de cálculo de R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), quando o correto seria apenas R$ 10.000,00 (dez mil reais) e é capaz de comprovar 
não possuir o valor inicialmente declarado detém o direito à retificação; 
(2) De ofício, quando a autoridade administrativa encontrar erros ao revisar o lançamento. 
 
 
 
 
 
Se liga, OABeeiro! Sempre que o cálculo do tributo tiver por base, ou tome em consideração, o valor ou 
preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, e o sujeito passivo ou terceiro obrigado forem omissos 
ou apresentem declaração de fé questionável, a própria autoridade administrativa fixará o montante 
devido, mediante processo regular, assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Trata-se de 
uma situação atípica denominada lançamento por arbitramento, consagrada pelo art. 148 do CTN. Não 
é uma modalidade de lançamento propriamente dita, mas mera apuração do consequente normativo, 
qual seja, o arbitramento de valores (ALEXANDRE, 2017, p. 455-456). 
 
3.3.1.3 Lançamento por homologação/autolançamento 
 Previsto pelo art. 150 do CTN, o lançamento por homologação, também chamado de 
autolançamento, incide sobre os tributos cuja legislação correspondente atribua ao sujeito passivo o 
dever de antecipar o pagamento sem exame prévio da autoridade administrativa. Nessa modalidade 
 
32 
de lançamento, a responsabilidade de identificar a ocorrência do fato gerador e calcular o tributo é 
transferida ao sujeito passivo, que efetua o pagamento antecipado do tributo, sem qualquer participação 
da autoridade fiscal (ALEXANDRE, 2017, p. 458-460). Assim, o crédito é extinto sob condição resolutória 
da homologação, feita pela Administração após análise do procedimento realizado (§ 1º do art. 150 do 
CTN). 
 
 A homologação do pagamento do tributo pode ser expressa ou tácita – esta última se a 
autoridade não se pronunciar no prazo devido, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação. O prazo para que o pagamento seja homologado é fixado por lei; sendo omissa, adotar-se-
á o prazo de 05 (cinco) anos, a contar da data do fato gerador (§ 4º do art. 150 do CTN). 
Súmula nº 436/STJ: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal 
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”. 
Súmula nº 446/STJ: “Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a 
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa”. 
 
 
 
 
 
 
O obrigado calcula e paga o tributo, extinguindo a 
a obrigação sob condição resolutiva
A autoridade confere o lançamento e 
homologa o pagamento
 
33 
 
 
3.3.2 Suspensão do crédito tributário 
A constituição do crédito tem como principal efeito tornar líquida, certa e exigível a obrigação 
tributária. Contudo, o art. 151 do CTN estabelece um rol taxativo (devido à necessidade de interpretação 
literal da legislação sobre suspensão, a teor do art. 111, inciso I, do CTN) de hipóteses em que a 
possibilidade de promoção de atos de cobrança por parte da autoridade tributária fica suspensa, quais 
sejam: (i) moratória; (ii) depósito do montante integral do crédito tributário; (iii) reclamações e recursos, 
nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; (iv) medida liminar em mandado 
de segurança; (v) medida liminar ou tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (vi) 
parcelamento. 
A suspensão pode se dar antes ou depois do lançamento. Em ambos os casos, há apenas a 
proibição de propositura de execução fiscal. Assim, uma causa suspensiva prévia não impede o 
lançamento (que é um procedimento meramente constitutivo de crédito tributário), mas obsta a 
exigibilidade (cobrança do crédito constituído pelo lançamento). 
Finalmente, de acordo com o parágrafo único do art. 151 do CTN, a suspensão do crédito tributário 
não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias dependentes da principal cujo crédito seja 
suspenso, ou dela consequentes. 
 
 
 
 
• Art. 149 do CTN. O sujeito passivo não participa da
atividade.
Lançamento de ofício 
• Art. 147 do CTN. Há equilíbrio entre as participações dos
sujeitos ativo e passivo na atividade.
Lançamento por 
declaração 
• Art. 150 do CTN. O sujeito passivo realiza a atividade por
conta própria, e o Poder Público apenas a chancela.
Lançamento por 
homologação 
 
34 
 
Uma forma simples de se decorar as hipóteses de suspensão do crédito tributário é a utilização do 
seguinte mnemônico: MOR DE R e LIM PAR. 
 
(1) MORATÓRIA 
É um benefício excepcional consistente na dilação de prazo para pagamento do tributo13, 
podendo ser concedido direta e genericamente por lei (caráter geral – art. 152, inciso I, do CTN. A lei 
dilata o prazo para pagamento a todos, beneficiando todos os obrigados, sem distinção) ou por ato 
administrativo declaratório do cumprimento dos requisitos previstos em lei (caráter individual – art. 152, 
inciso II, do CTN. A lei restringe a abrangência do benefício às pessoas que preenchem requisitos legais 
específicos, de forma que sua concessão depende de requerimento à Administração). Destaque-se que 
ambas as modalidades decorrem da lei (o despacho administrativo, mencionado pelo inciso II do 
dispositivo em apreço, possui caráter meramente declaratório de direito preexistente). 
Sendo de caráter geral, a moratória pode ser autônoma (concedida pela entidade política 
competente para a instituição do tributo – art. 152, inciso I, “a”, do CTN) ou heterônoma (a União 
concede moratória de tributo de competência de outro ente – art. 152, inciso I, “b”, do CTN), embora 
haja discussão acerca da (in)constitucionalidade desta última, em razão da autonomia dos entes 
federativos. 
 
 
Consoante o art. 153 do CTN, a lei que conceder moratória em caráter geral ou autorizar sua 
concessão em caráter individual deverá especificar, sem prejuízo de outros requisitos: o prazo de duração 
do favor; as condições da concessão do favor em caráter individual; os tributos a que se aplica (se o 
 
13 Questão 07 
Moratória
Genérica 
(caráter geral)
Autônoma
Concedida pelo ente 
competente para instituir o 
tributo
Heterônoma
Concedida pela União para 
tributos de competência de 
outros entes
Específica 
(caráter individual)
 
35 
caso); o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo de duração do benefício, podendo 
atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada hipótese de concessão em 
caráter individual (se o caso); as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de 
concessão em caráter individual (se o caso). 
Salvo disposição de lei em contrário, a moratória se estende apenas aos créditos já lançados ou 
em fase de lançamento, ex vi do art. 153 do CTN. O mesmo artigo prevê, ainda, que o benefício não 
aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício 
daquele, uma vez que o legislador visa a beneficiar somente o sujeito passivo de boa-fé que passa por 
dificuldades quanto ao pagamento do tributo. 
A concessão de moratória em caráter individual não gera direito adquirido, podendo ser 
revogada de ofício sempre que constatado que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as 
condições previstas em lei, ou que ele não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão 
do favor (observe-se que há certa atecnia no emprego do termo “revogação”, haja vista que, do ponto 
de vista do Direito Administrativo, haveria uma “anulação” ou uma “cassação” do benefício). Inteligência 
do art. 155, caput, do CTN. 
 Revogada a moratória, será cobrado o crédito acrescido de juros de mora: com penalidade, 
nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;sem 
penalidade, nos demais casos. 
 Segundo o parágrafo único do art. 155 do CTN, nos casos de aplicação de penalidade, o 
tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito 
da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso de não aplicação de penalidade, a 
revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. É uma forma, novamente, de 
proteger o sujeito passivo de boa-fé e dar ao Estado viabilidade para a execução fiscal do 
devedor de má-fé. 
 A revogação deve ser precedida de procedimento administrativo em que sejam 
assegurados a ampla defesa e o contraditório. 
 
(2) DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O sujeito passivo que discorda do lançamento pode impugná-lo, administrativa ou judicialmente. 
Para tanto, deverá suspender a exigibilidade do crédito tributário, a fim de impedir a autoridade tributária 
de ajuizar ação de execução fiscal. A forma mais viável de se fazer isso é através do depósito do montante 
integral do crédito tributário – não o que o sujeito passivo entende como correto, mas o efetivamente 
 
36 
exigido pela Administração (equivale à caução para concessão de efeito suspensivo na sistemática do 
Código de Processo Civil). De certo modo, essa ainda é a opção mais benéfica ao obrigado, uma vez 
que o depósito obsta a fluência dos juros de mora (ALEXANDRE, 2017, p. 468). 
 Súmula nº 112/STJ: “O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se 
for integral e em dinheiro”. 
 Súmula Vinculante nº 28/STF: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como 
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de 
crédito tributário”. Da leitura desse verbete sumular se depreende que o depósito integral, 
embora suspenda a exigibilidade do crédito tributário, não perfaz um requisito à sua discussão 
pela via judicial, mormente pela restrição que tal obrigatoriedade causaria ao acesso à justiça. 
Ao fim do litígio, sendo vencedor o depositante, deverá ser reconhecida a improcedência total ou 
parcial do lançamento, e o valor depositado que não é devido à autoridade tributária poderá ser 
levantado por ele com os respectivos acréscimos legais. O levantamento deve ocorrer ainda que o 
depositante possua outros créditos tributários em aberto perante o mesmo sujeito ativo. Entretanto, 
caso se entenda pela regularidade do lançamento, o importe depositado será convertido em renda 
(destinado definitivamente aos cofres públicos), o que configura causa de extinção do crédito tributário 
(pois o valor já foi pago). Por fim, havendo extinção do processo sem julgamento de mérito, o valor 
depositado também será convertido em renda (ALEXANDRE, 2017, p. 469-470). Essa, aliás, é a orientação 
jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça: 
 
2. A Primeira Seção, por ocasião do julgamento do EREsp 227.835/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 
consolidou o entendimento de que os depósitos judiciais realizados com o objetivo de suspender a 
exigibilidade do crédito tributário somente poderão ser levantados pelo contribuinte nos casos em 
que ele, na questão de mérito na qual se discute a exigibilidade das respectivas exações, se consagrar 
vencedor. Nessa esteira, concluiu-se que, nas hipóteses em que o processo vier a ser extinto sem 
julgamento de mérito, os depósitos judiciais deverão ser convertidos em renda da União (STJ, AgRg 
no Ag 1300823/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 24/05/2011, DJe 
27/05/2011). 
 
 
37 
 
 
 
Em função da taxatividade das hipóteses de suspensão do crédito tributário, o Superior Tribunal de 
Justiça, no julgamento do Recurso Especial nº 1.156.668/DF, paradigma do Tema Repetitivo 378, firmou 
a seguinte tese jurídica: "a fiança bancária não é equiparável ao depósito integral do débito exequendo 
para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, ante a taxatividade do art. 151 do CTN e o 
teor do Enunciado Sumular n. 112 desta Corte". 
O Tribunal se utilizou da mesma premissa em relação à penhora e à medida cautelar de caução: 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO CAUTELAR. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. OCORRÊNCIA. (...) 2. Já decidiu o STJ que, muito embora 
a penhora e a Medida Cautelar de caução possam ensejar a expedição da certidão positiva de débitos 
com efeitos de negativa (art. 206, do CTN), não são elas meio apto a suspender a exigibilidade do 
crédito tributário, pois não previstas no art. 151 do CTN. Precedentes: REsp. 1.307.961/ MT, Rel. 
Ministro Castro Meira, DJE 12.09.2012; AgRg no REsp 1.331.172/SC, Rel. Ministro Napoleão Nunes 
Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 22.10.2013, DJE 22.11.2013(...) (STJ, AgRg no REsp 
1.504.009/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 19/03/2015, DJe 06/04/2015). 
 
 
(3) RECLAMAÇÕES E RECURSOS, NOS TERMOS DAS LEIS REGULADORAS DO PROCESSO 
TRIBUTÁRIO ADMINISTRATIVO 
Havendo processo administrativo contra o sujeito passivo, este poderá impugnar o lançamento que 
julgar indevido, em obediência aos direitos constitucionais à ampla defesa e ao contraditório. Em primeira 
Depósito 
integral
Processo 
administrativo 
ou judicial
Procedência Levantamento do depósito
Improcedência Conversão em renda
Extinção sem 
julgamento de 
mérito
Conversão em renda
 
38 
instância, a impugnação é chamada de reclamação. Sendo parte vencida, o sujeito passivo também pode 
interpor recurso. 
Nos processos administrativos fiscais, toda reclamação e todo recurso, contanto que previstos em 
lei, têm efeito suspensivo, impedindo, até a decisão final do processo, a realização de qualquer ato de 
cobrança ou a inclusão do nome do reclamante ou obrigado no rol de inadimplentes. 
 
De acordo com a Súmula Vinculante nº 21/STF, “é inconstitucional a exigência de depósito ou 
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. Em igual 
sentido, a Súmula nº 373/STJ: “é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso 
administrativo”. 
Saliente-se que o contrário implicaria manifestas ofensas ao princípio da isonomia (pessoas desprovidas 
de condições financeiras não poderiam ter acesso às mesmas oportunidades de defesa disponíveis às 
mais abastadas), à garantia da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, inciso LV, da CF/1988), e à 
garantia de direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra a ilegalidade e 
abuso de poder (art. 5º, inciso XXXIV, “a”, da CF/1988). 
 
 
(4) CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
Assevera o artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009 que o mandado de segurança consiste em 
ação constitucional em que o juiz, ao despachar a inicial, ordena a suspensão do ato que deu motivo ao 
pedido, quando relevante seu fundamento, com o fito de coibir irregularidades e ilegalidades decorrentes 
de abuso de poder. 
Não é necessário que exista crédito constituído para que a ação seja ajuizada, nem que tenha 
ocorrido fato gerador, pois a Carta Magna proíbe que se exclua da apreciação do Poder Judiciário a 
lesão e a ameaça de lesão a direito. Logo, a suspensão da exigibilidade pode ser preventiva. 
CUIDADO! Ao conceder a liminar, não pode o juiz expedir ordem impedindo a autoridade fiscal 
de promover o lançamento, mas somente a exigibilidade do crédito tributário constituído. 
 
39 
Ademais, segundo o Superior Tribunal de Justiça, a revogação da liminar ocasiona a incidência 
de encargos moratórios (juros e multa) sobre o crédito suspenso: 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. SUSPENSÃO 
DA EXIGIBILIDADE NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DE LIMINAR EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. 1. No período compreendido entre a 
concessão de medida liminar e a denegação da ordem incide correção monetária e juros 
de mora oua Taxa SELIC, se for o caso. Afastada a imposição de multa de ofício (EREsp 
839.962/MG, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Seção, julgado em 27/2/2013, DJe 
24/4/2013). 2. Agravo interno não provido (STJ, AgInt no REsp 1.471.847/SP, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 27/11/2018, DJe 07/12/2018). 
 
(5) CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA, EM OUTRAS ESPÉCIES DE 
AÇÃO JUDICIAL 
São mecanismos aplicáveis nos casos em que não é possível ao sujeito passivo proteger seu direito 
via mandado de segurança, seja pela ausência dos pressupostos constitucionais da ação (liquidez e 
certeza do direito) ou pela perda do prazo decadencial para impetração (cento em vinte dias, a contar 
da ciência do ato impugnado – art. 23 da Lei nº 12.016/2009). Para que haja o deferimento da medida 
liminar ou tutela antecipada, é necessária a demonstração da probabilidade do direito invocado e de 
risco de dano ao resultado útil do processo (art. 300 do CPC). 
(6) PARCELAMENTO 
Trata-se de uma medida de política fiscal a partir da qual a Administração Tributária busca recuperar 
créditos e criar condições práticas para que os sujeitos passivos inadimplentes tenham a possibilidade 
de voltar para a regularidade (ALEXANDRE, 2017, p. 486). 
É concedido na forma e condição estabelecidas em lei (art. 155-A, caput, do CTN), aplicando-se 
subsidiariamente as regras previstas para a moratória (§ 2º). O parcelamento de créditos tributários do 
devedor em recuperação judicial, no entanto, deve ser regido por lei específica (§ 3º)14 ou, na omissão 
do legislador, as regras do ente político atrelado ao devedor (§ 4º). 
 O Superior Tribunal de Justiça, em 2018, posicionou-se pela impossibilidade de flexibilização 
do princípio da legalidade: “as condições para a concessão de parcelamento tributário devem 
 
14 Questão 06 
 
40 
estrita observância ao princípio da legalidade, e não há autorização para que os atos 
infralegais tratem de condições não previstas na lei de regência do benefício” (STJ, REsp 
1.739.641/RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em 21/06/2018) (Info 629). 
 
CUIDADO! Os entes federados têm liberdade para estabelecer seus próprios prazos de 
parcelamento, mas estes jamais poderão ser inferiores ao concedido pela lei federal específica. 
Inteligência do art. 155-A, § 4º, parte final, do CTN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Não confundir parcelamento com moratória parcelada. As diferenças entre os institutos podem 
ser assim esquematizadas: 
 
 
Parcelamento
• Medida corriqueiramente praticada
pela autoridade tributária;
• Não exclui a incidência de multa e
juros, salvo disposição de lei em
contrário (art. 155-A, § 1º, do CTN). A
autoridade tributária facilita o
pagamento ao parcelá-lo, mas onera
a desídia do obrigado em adimplir
suas obrigações).
Moratória parcelada
• Medida excepcionalmente praticada
pela autoridade tributária;
• Pode ser concedida sem incidência de
qualquer multa ou juros (a autoridade
tributária reconhece que a dificuldade
dos sujeitos passivos para adimplir suas
obrigações tributárias decorre de
eventos externos, e por isso deixa de
onerá-los excessivamente).
 
41 
3.3.3 Extinção do crédito tributário 
 O artigo 156 do Código Tributário Nacional elenca um rol taxativo de situações que não impedem 
o lançamento da obrigação, mas obstam, definitivamente, a exigibilidade do crédito tributário (o crédito 
existe, mas é extinto). São elas: (i) pagamento; (ii) compensação; (iii) transação; (iv) remissão; (v) 
prescrição e decadência; (vi) conversão de depósito em renda; (vii) pagamento antecipado e a 
homologação do lançamento; (viii) consignação em pagamento; (ix) decisão administrativa irreformável, 
assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
(x) decisão judicial passada em julgado; (xi) dação em pagamento em bens imóveis, na forma e 
condições estabelecidas em lei15. 
 A verificação das causas acima elencadas afeta somente o crédito tributário (obrigação principal), 
não implicando extinção das obrigações acessórias. Nesse sentido, Eduardo Sabbag (2017) ensina: 
“quanto à extinção das obrigações, isso só pode ocorrer no que tange à obrigação principal, pois das 
obrigações acessórias o CTN não tratou, já que sua extinção se opera pela implementação das prestações 
a que elas se referem, sejam positivas ou negativas”. 
 Feitas tais ponderações introdutórias, passar-se-á a breves comentários sobre cada causa extintiva 
do crédito tributário. 
(1) PAGAMENTO 
Causa mais natural de extinção das obrigações. No Direito Tributário, a multa é sempre cumulativa, 
ou seja, a imposição de uma penalidade não elide o pagamento integral do crédito tributário (art. 157 
do CTN). Não há a opção de pagar o tributo OU multa. 
Diferentemente do que ocorre no Direito Civil quanto às obrigações periódicas, no Direito Tributário 
o pagamento parcial de um crédito não implica presunção de pagamento das prestações anteriores 
(art. 158 do CTN). Assim, o obrigado tem o dever de manter comprovantes de pagamento de todas as 
parcelas, até a data de prescrição dos respectivos créditos (a comprovação de pagamento do IPVA de 
2018, por exemplo, não faz presumir a quitação do IPVA de 2017). 
Salvo disposição expressa da legislação tributária, o pagamento é feito na repartição competente 
do domicílio do sujeito passivo (art. 159 do CTN – vide regras de domicílio tributário), e vencimento 
do crédito ocorre trinta dias após a data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento 
 
15 Questão 10 
 
42 
(art. 160 CTN – regra que não se aplica ao lançamento por homologação, pois nesse caso o pagamento 
é antecipado, não havendo notificação de lançamento e incumbindo à legislação tributária estabelecer 
o prazo de pagamento do tributo). Ainda há a possibilidade de concessão de desconto pela antecipação 
do pagamento (parágrafo único do art. 160 do CTN), ainda que tal situação não seja muito recorrente 
no mundo concreto. 
Não efetuado o pagamento no tempo, forma e lugar legalmente estabelecidos, o sujeito passivo 
fica em mora, que tem efeitos automáticos (mora ex re), sendo imputáveis juros e penalidades 
pecuniárias (art. 161 do CTN). 
 Malgrado a possibilidade de incidência dos juros e multa de mora no dia seguinte ao do 
vencimento do débito, as legislações têm previsto que tal hipótese se aplica apenas às 
penalidades pecuniárias, incidindo os juros de mora, por outro lado, somente a partir do 
primeiro dia do mês seguinte ao vencimento do débito. 
 Salvo disposição da lei em contrário, os juros de mora são calculados de forma não 
capitalizada, em 1% ao mês (§1º do art. 161 do CTN). 
Prevê o art. 162 do CTN que o pagamento pode ser feito em moeda corrente, cheque, vale postal, 
estampilha, papel selado ou por processo mecânico. Vale ressaltar, entretanto, que as modalidades além 
de dinheiro não são adotadas atualmente. 
A imputação em pagamento ocorre quando se verifica que um determinado sujeito passivo possui 
perante o mesmo sujeito ativo mais de um débito, e oferece para pagamento montante insuficiente para 
quitação de tudo o que deve. Para se definir quais débitos serão quitados, segue-se a ordem do art. 163 
do CTN: 
(i) Primeiramente, dá-se preferência aos créditos em que o sujeito passivo é devedor na condição 
de contribuinte (obrigação própria) sobre os decorrentes de responsabilidade tributária 
(sem relação direta e pessoal); 
(ii) Não resolvida a questão com base no primeiro critério, priorizam-se as contribuições de 
melhoria, depois as taxas, e enfim os impostos. É uma ordem inversa do grau de 
retributividade (do mais retributivo para o menos retributivo); 
(iii) Se as duas primeiras regras não solucionarem o problema,adota-se o critério de ordem 
crescente dos prazos de prescrição (quita-se o tributo que prescreveria mais rápido); 
(iv) Como critério de desempate, não servindo as anteriores, decide-se a imputação em benefício 
dos créditos de valor mais elevado (ordem decrescente dos montantes). 
 
 
43 
 
Se um pagamento é considerado indevido ou maior que o devido, o montante pago a título de 
tributo deve ser parcial ou integralmente restituído. No ponto, preconiza o art. 165 do CTN que a 
restituição se dá nos seguintes casos: 
 Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da 
legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador 
efetivamente ocorrido; 
 Erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do 
montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao 
pagamento; 
 Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
 
 
Súmula nº 546/STF: “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão 
que o contribuinte ‘de jure’ não recuperou do contribuinte ‘de facto’ o ‘quantum’ respectivo”. 
Súmula nº 162/STJ: “Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do 
pagamento indevido”. 
Súmula nº 188/STJ: “Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do 
trânsito em julgado da sentença”. 
Imputação em 
pagamento
1º critério - Relação do sujeito com as obrigações
2º critério - Retributividade das obrigações
3º critério - Prescrição dos tributos
4º critério - Valor dos tributos
 
44 
Súmula nº 523/STJ: “A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais 
deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da 
taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação com 
quaisquer outros índices”. 
 
A teor do art. 166 do CTN, a restituição de tributos indiretos pode ser feita apenas em duas 
hipóteses: 
 Quando o contribuinte de direito comprovar que não transferiu o encargo financeiro do 
tributo; 
 Quando o contribuinte de direito estiver expressamente autorizado pelo contribuinte de fato 
a receber a restituição. 
Havendo pagamento a maior de tributo, os juros e multas de mora eventualmente exigidos 
indevidamente também serão restituídos, proporcionalmente, salvo as penalidades pecuniárias referentes 
a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. Inteligência do art. 167 do CTN. 
Conforme o art. 168 do CTN, assim como o direito de cobrar, o de pleitear a restituição se extingue 
em 05 (cinco) anos, contados a partir das seguintes datas: 
 Se a restituição decorrer de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou 
excessivo, da data da extinção do crédito tributário (extinção não contenciosa do crédito); 
 Nas demais hipóteses do art. 165 do CTN, da data em que se tornar definitiva a decisão 
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, 
revogado ou rescindido a decisão condenatória (extinção contenciosa do crédito). 
Nos casos em que a Fazenda Pública é notadamente contrária ao pleito que o obrigado deseja 
formular, é possível a este ajuizar a ação de repetição de indébito mesmo sem anterior pleito 
administrativo, no prazo de cinco (5) anos. No entanto, se optar por formular o pedido inicialmente na 
via administrativa e este vier a ser indeferido, prescreve em dois (2) anos a ação anulatória da decisão 
administrativa que denegar a restituição, ex vi do art. 169 do CTN. Ademais, dispõe o parágrafo único 
do artigo 169 do Código Tributário Nacional que o prazo prescricional é interrompido pelo início da 
ação judicial, recomeçando pela metade (dois anos e meio) a partir da intimação válida da Fazenda 
Pública. 
 No mesmo sentido, a Súmula 383/STF: “A prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça 
a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de 
cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo”. 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 (2) COMPENSAÇÃO 
Instituto que se configura na hipótese de duas ou mais pessoas serem, ao mesmo tempo, credoras 
e devedoras umas das outras. As duas obrigações extinguem-se até o ponto em que se compensam. 
Inteligência do artigo 368 do Código Civil. 
Em matéria tributária, a compensação depende da existência de lei que estipule as respectivas 
condições e garantias, ou que se delegue à autoridade administrativa o encargo de fazê-lo, não bastando 
a mera constatação de reciprocidade de dívidas, ex vi do art. 170 do CTN. Ademais, é necessário que a 
dívida seja líquida, certa e de crédito vencido ou vincendo (art. 170-A do CTN). 
 
Súmula nº 212/STJ: “A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou 
por medida liminar cautelar ou antecipatória”. 
Prazos 
prescricionais na 
repetição de 
indébito
Sem prévio processo administrativo: 05 anos
Com prévio processo administrativo: 02 anos em 
favor do obrigado (apara anular a decisão) 
Após o ajuizamento da ação judicial pelo 
obrigado: 02 anos e meio em favor da Fazenda 
(para cobrar o tributo)
 
46 
Súmula nº 213/STJ: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à 
compensação tributária”. 
Súmula nº 464/STJ: “A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não 
se aplica às hipóteses de compensação tributária”. 
Súmula nº 625/STJ: “O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo 
prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da 
execução de título judicial contra a Fazenda Pública”. 
 
(3) TRANSAÇÃO 
No Direito Tributário não há transação preventiva, mas é permitida a terminativa, nos termos da 
lei. Desse modo, a lei pode facultar aos sujeitos da obrigação a celebração de acordo para chegarem ao 
fim do litígio e, em consequência, provocarem a extinção do crédito tributário. Inteligência do artigo 171 
do Código Tributário Nacional. 
(4) REMISSÃO 
É a dispensa gratuita da dívida, concedida pelo credor em benefício do devedor (artigo 385 do 
Código Civil). Em matéria tributária, devido ao princípio da indisponibilidade do patrimônio público, pode 
ser concedida apenas com fundamento em lei específica (art. 150, §6º, da CF/1988). 
A lei pode autorizar a remissão parcial ou total do crédito tributário, atendendo, nos termos do 
art. 172 CTN: 
 À situação econômica do sujeito passivo; 
 Ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 
 À diminuta importância do crédito tributário; 
 A considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do 
caso; 
 A condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
 
O despacho que concede remissão não gera direito adquirido, sendo aplicável a regra do art. 155 
do CTN: 
 
47 
 A concessão da remissão pode ser “revogada” de ofício, sempre que se apure que o 
beneficiário não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, ou não cumpria ou deixou 
de cumprir os requisitos para a concessão do favor; 
 No caso de revogação, será cobrado o crédito acrescido de juros de mora: com penalidade, 
nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; sem 
penalidade, nos demais casos. 
 Segundo o parágrafo único do art. 155 do CTN, nos casos de aplicação de penalidade, o 
tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito 
da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso de não aplicação de penalidade, a 
revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. 
O texto legalnão restringe a possibilidade de concessão de remissão apenas para créditos relativos 
a tributos, podendo abranger também valores referentes a penalidades pecuniárias e juros. 
(5 e 6) DECADÊNCIA e PRESCRIÇÃO 
A decadência é perda de um direito pelo decurso de um prazo. 
O prazo para que a Administração Tributária promova o lançamento é decadencial; ao revés, o 
prazo para o ajuizamento da ação de execução fiscal é prescricional. Logo, a decadência impede o 
nascimento do crédito tributário. 
 
 
 
Dispõe o artigo 17316 do Código Tributário Nacional que “o direito de a Fazenda Pública constituir 
o crédito tributário extingue-se após 05 (cinco) anos”, a contar de diferentes datas, conforme 
esquematizado a seguir: 
 
16 Questão 08 
Decadência Lançamento definitivo Prescrição
 
48 
 
De outro lado, a prescrição se verifica quando a autoridade tributária não propõe, no prazo 
legalmente estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito tributário. 
O art. 174 do CTN estipula que o prazo de prescrição é de 05 (cinco) anos, contados a partir da 
data da constituição definitiva do crédito tributário (lançamento). 
Segundo o parágrafo único do artigo 174 do Código Tributário Nacional, existem as seguintes causas 
interruptivas da prescrição: 
 Despacho do juiz ordenando a citação em execução fiscal; 
 Protesto judicial; 
 Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
 Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito 
pelo devedor (confissão de dívida). 
Nos três primeiros casos, a interrupção se dá em decorrência de ato praticado na seara judicial; na 
última, pode ocorrer em sede administrativa. 
Nos casos de suspensão do prazo prescricional, o prazo fica sem fluir durante o tempo em que 
durar a respectiva causa e, cessada esta, volta ao seu curso apenas pelo que lhe faltava. O Código 
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Regra geral
1º dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, inciso I, 
do CTN)
Interrupção da 
decadência
Data em que se tornar definitiva a decisão que houver 
anulado, por vício formal, o lançamento efetuado (art. 
173, inciso II, do CTN)
Antecipação de 
contagem
Data do ato tendente a lançar o tributo (art 173, 
parágrafo único, do CTN)
Lançamento por 
homologação
Regra geral - com pagamento antecipado: data do 
fato gerador (art. 159, § 4º, do CTN)
Com pagamento antecipado, mas mediante dolo, fraude 
ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em 
que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, 
inciso I, do CTN)
Sem pagamento antecipado: 1º dia do exercício 
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado (art. 173, inciso I, do CTN)
 
49 
Tributário Nacional não prevê expressamente as hipóteses de suspensão da fluência do prazo 
prescricional, mas são admitidas, atualmente, cinco situações: 
 A concessão de moratória, parcelamento, remissão, isenção e anistia em caráter individual e 
mediante procedimento fraudulento do beneficiário (nesses casos, o prazo ficará suspenso 
até a revogação do favor); 
 As causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário previstas no art. 151 do CTN 
(hipóteses em que a suspensão durará até que o crédito volte a ser exigível); 
 A inscrição do crédito tributário em Dívida Ativa (a suspensão durará 180 dias, ou até a 
distribuição da ação de execução fiscal, se esta ocorrer primeiro); 
 A ordem judicial suspendendo o curso da execução fiscal, enquanto não for localizado o 
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora (neste caso, a suspensão 
deve durar um ano, após o qual o processo será arquivado e o prazo para prescrição 
intercorrente voltará a fluir do seu início). Inteligência do artigo 40 da Lei de Execução Fiscal; 
 Os demais atos e fatos imputáveis ao exequente que ensejem a suspensão da própria 
pretensão executiva. 
(7) CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA 
No caso de ser parcial ou total improcedente a impugnação do sujeito passivo quanto ao valor 
integral depositado. 
(8) PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO 
Na sistemática do §1º do art. 150 do CTN, o pagamento antecipado extingue o crédito, sob 
condição resolutória da posterior homologação do lançamento, momento em que ocorre a extinção 
definitiva. 
(9) CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO JULGADA PELA PROCEDÊNCIA 
É o meio processual cabível para que o sujeito passivo exerça seu direito de pagar e obter a 
quitação do tributo quando tal providência é impedida por fato imputável ao credor. Ocorre nas 
hipóteses elencadas no art. 164 do CTN, quais sejam: 
 Recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou 
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
 Subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem 
fundamento legal; 
 
50 
 Exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um 
mesmo fato gerador (tentativa de bitributação). 
O consignante deposita apenas o valor que entende como devido; julgada procedente a 
consignação, extingue-se o crédito tributário (não há suspensão, porque o sujeito passivo não impugna 
o valor depositado em consignação). Inteligência do art. 164, § 2º, do CTN. 
(10) DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL 
Para fins de extinção do crédito tributário, entenda-se decisão administrativa irreformável como “a 
definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória”, ex vi do artigo 
156, inciso IX, do Código Tributário Nacional. 
(11) DECISÃO PASSADA EM JULGADO 
Vulgo trânsito em julgado, situação em que o julgamento passa a se revestir de imutabilidade 
constitucionalmente protegida (artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal). 
(12) DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS 
Dação em pagamento é um acordo pelo qual o credor consente em receber prestação diversa da 
que lhe é devida (artigo 356 do Código Civil). No Direito Tributário, as prestações se restringem a 
dinheiro, mas é lícito à Administração Tributária aceitar extinguir o crédito por meio da entrega de um 
bem imóvel (e jamais móvel!) de igual valor. Inteligência do artigo 156, inciso XI, do Código Tributário 
Nacional. 
3.3.4 Exclusão do crédito tributário 
Diferentemente do que ocorre na suspensão e na extinção, a exclusão impacta diretamente a 
constituição do crédito tributário. Assim, a despeito da ocorrência do fato gerador e do consequente 
nascimento da obrigação tributária, a concessão de isenção ou anistia obsta o lançamento (SABBAG, 
2017). 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
(1) ISENÇÃO 
É a dispensa legal do pagamento de tributo. Os arts. 150, §6º, da CF/1988 c/c 176 do CTN impõem 
que a concessão de isenção seja feita por intermédio de lei específica, ainda que prevista em contrato17, 
sendo incabível sua instituição via ato infralegal. 
Nessa toada, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou em favor da impossibilidade de 
flexibilização do princípio da legalidade tributária em matéria de isenção, ainda que fundada no objetivo 
de coibir tributações discriminatórias: 
 
TRIBUTÁRIO. EXTENSÃO DE ISENÇÃO FISCAL A CATEGORIA NÃO CONTEMPLADA. Não é 
possível ao Poder Judiciário estender benefício de isenção fiscal a categoria não abrangida 
por regra isentiva na hipótese de alegação de existência de situação discriminatória e 
ofensa ao princípio da isonomia. A concessão de isenção fiscal é ato discricionário, fundado 
em juízo de conveniência e oportunidade do Poder Público, não sendo possível ao Poder 
Judiciário, sob o pretexto de tornar efetivo o princípio da isonomia, reconhecer situação 
discriminatória de categorias não abrangidas pela regra isentiva e estender, por via 
transversa,benefício fiscal sem que haja previsão legal específica. Precedente citado do 
STF: RE 405.579-PR, DJ 3/8/2011. (STJ, AgRg no AREsp 248.264/RS, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 27/11/2012, DJe 05/12/2012). 
 
17 “A menção à ‘isenção prevista em contrato’ visa a disciplinar os casos em que governos que tentam atrair investimento para o 
seu território fazem um acordo com empresas, segundo o qual o Poder Público se compromete a conceder benefícios fiscais para 
as entidades que se instalem em seu território. O pacto, por si só, não tem o condão de efetivamente isentar a entidade que 
cumpra sua parte, pois a isenção necessariamente decorre de lei, como exige o princípio da indisponibilidade do patrimônio 
público” (ALEXANDRE, 2017, p. 572-573). 
Suspensão
• Não impede o
lançamento, mas obsta,
de forma temporária, a
exigibilidade do crédito
tributário.
Extinção
• Não impede o
lançamento, mas obsta, de
forma definitiva, a
exigibilidade do crédito
tributário.
Exclusão
• Impede o lançamento,
e o crédito tributário
não chega a ser
constituído.
 
52 
 
CUIDADO! Não confundir isenção com não incidência, pois nesta o fato gerador sequer se 
configura, e naquela a obrigação tributária existe, mas não é lançada. 
O art. 177 do CTN assevera que, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva 
às taxas e às contribuições de melhoria, nem aos tributos instituídos posteriormente à sua 
concessão. 
Preceitua o art. 178 do CTN que a isenção pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer 
tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104 do referido códex (anterioridade). A exceção se dá 
nos casos em que o benefício é concedido por prazo certo e em função de determinadas condições 
(isenção onerosa). Inteligência, também, da Súmula nº 544/STF: “Isenções tributárias concedidas sob 
condição onerosa não podem ser livremente suprimidas”. 
Assim como os demais benefícios fiscais, a isenção pode ser concedida em caráter geral (objetivo, 
atinge a generalidade dos obrigados, sem necessidade de comprovação, por parte destes, de alguma 
característica pessoal especial. Exemplo: isenção do Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos 
da caderneta de poupança) ou em caráter individual (subjetivo, mediante cumprimento de determinados 
requisitos. Exemplo: isenção de IPI e IOF aos deficientes físicos que adquiram veículos adaptados às suas 
necessidades especiais) (ALEXANDRE, 2017, p. 575-576). 
 No caso da isenção individual/específica, a autoridade administrativa deve analisar cada caso, 
verificando se o interessado preencheu as condições e requisitos necessários à concessão do 
benefício. Inteligência do art. 179 do CTN. 
o A isenção específica não gera direito adquirido. Consequentemente, tratando-se de 
tributo lançado por período certo de tempo, o beneficiário precisa comprovar 
periodicamente que continua a preencher os requisitos necessários à isenção, sob pena 
de revogação do benefício (§§ 1º e 2º do art. 179 do CTN). 
 
 
 
As isenções heterônomas são vedadas pelo artigo 151, inciso III, da Constituição Federal, de acordo 
com o qual “é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito 
 
53 
Federal ou dos Municípios”. Pelo princípio da simetria, a norma deve ser interpretada de forma extensiva. 
Assim, é inconstitucional a concessão de isenção, por um determinado ente federado, de tributo de 
competência de outro. 
 
(2) ANISTIA 
É o perdão legal das infrações, tendo como consequência a vedação ao lançamento das respectivas 
penalidades pecuniárias (ALEXANDRE, 2017, p. 576). Segundo o art. 180 do CTN, o benefício somente 
pode abranger as infrações cometidas antes da vigência da lei que a concede, sem exceção. Há dois 
marcos temporais que delimitam a anistia: o benefício pode ser concedido somente após o 
cometimento da infração (sob pena de servir de incentivo à prática de atos ilícitos) e antes do 
lançamento da penalidade pecuniária (se o crédito já está constituído, a dispensa pode ser realizada 
apenas mediante remissão). 
 
Quando às limitações materiais, o benefício não é aplicável: 
 Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por 
terceiro em benefício daquele; 
 Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas 
naturais ou jurídicas. 
Dispõe o art. 181 do CTN que a anistia pode ser concedida em caráter geral ou de forma 
limitada: 
 Às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
 Às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante; 
 A determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela 
peculiares; 
 Sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja 
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
Enfim, o art. 182 do CTN estabelece que a isenção concedida em caráter limitado é efetivada, em 
cada caso, por despacho da autoridade administrativa, mediante requerimento do interessado, e não 
Sem 
anistia
Infração
Possibilidade 
de anistia
Lançamento
Sem 
anistia
 
54 
gera direito adquirido. Por ser similar aos benefícios concedidos em caráter individual, também são 
adotadas as regras de revogação do art. 155 do mesmo diploma. 
3.3.5 Garantias e privilégios do crédito tributário 
As garantias do crédito tributário, na concepção de Paulo de Barros Carvalho (apud SABBAG, 2017), 
são os meios jurídicos assecuratórios do direito da autoridade tributária ao percebimento das prestações 
devidas pelos obrigados. Vê-se, portanto, uma preocupação do legislador em dar o máximo de eficácia 
ao cumprimento de obrigações tributárias, conferindo segurança e estabilidade aos respectivos créditos. 
O rol de garantias discriminado pelo Código Tributário Nacional é exemplificativo, abrangendo 
também outras criadas por lei, a teor do art. 183, caput, do CTN. A possibilidade de criação de novas 
garantias se justifica pela natureza ou função de determinados tributos – alguns são dotados de 
particularidades que podem causar maior risco de não recebimento da prestação ao ente tributante, 
tornando imperiosa a instituição de medidas específicas. Ressalve-se apenas que o parágrafo único do 
art. 183 do CTN aponta que “a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a 
natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda”. 
O legislador tributário destacou quatro garantias, abaixo enumeradas: 
(1) De partida, segundo o art. 184 do CTN, todos os bens e rendas do sujeito passivo, seu 
espólio ou sua massa falida respondem pelo pagamento do crédito tributário (sem 
prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens), inclusive os gravados por ônus 
real ou cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade. A única exceção diz respeito nos 
bens definidos pela lei (especificamente, o artigo 833 do Código de Processo Civil) como 
absolutamente impenhoráveis. 
(2) De seu turno, o art. 185 do CTN aponta a presunção de fraude à execução fiscal quando o 
devedor tributário, a partir da data de inscrição do débito em Dívida Ativa, promove a 
alienação ou oneração de seus bens ou rendas (caput), salvo se tem reservado patrimônio 
suficiente para quitar a integralidade do débito (parágrafo único). 
 CUIDADO! O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial nº 
1.141.990/PR, paradigma do Tema Repetitivo 290, firmou o entendimento de que a 
Súmula nº 375/STJ (“o reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente”) não é aplicável 
às execuções fiscais: 
 
55 
 
1. A lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialisderrogat lex generalis), por isso 
que a Súmula n.º 375 do Egrégio STJ não se aplica às execuções fiscais. (...) 3. A Lei 
Complementar n.º 118, de 9 de fevereiro de 2005, alterou o artigo 185, do CTN, que 
passou a ostentar o seguinte teor: "Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou 
oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a 
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Parágrafo 
único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo 
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita." 4. 
Consectariamente, a alienação efetivada antes da entrada em vigor da LC n.º 118/2005 
(09.06.2005) presumia-se em fraude à execução se o negócio jurídico sucedesse a citação 
válida do devedor; posteriormente à 09.06.2005, consideram-se fraudulentas as alienações 
efetuadas pelo devedor fiscal após a inscrição do crédito tributário na dívida ativa. 5. A 
diferença de tratamento entre a fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato de que, 
na primeira hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na segunda, interesse 
público, porquanto o recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades 
coletivas (...) (STJ, REsp 1.141.990/PR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 
10/11/2010, DJe 19/11/2010). 
 
(3) A terceira garantia se refere ao art. 185-A do CTN, que estabelece que caso o devedor 
tributário devidamente citado não pague ou apresente bens à penhora no prazo legal, 
devem ser procurados bens penhoráveis; não sendo localizados, o juiz determinará a 
indisponibilidade dos bens e direitos do devedor (penhora on-line), comunicando a decisão 
aos órgãos e entidades pertinentes ao cumprimento da ordem judicial. A indisponibilidade 
é obrigatoriamente limitada ao valor total exigível, sendo mister o imediato levantamento 
da indisponibilidade do montante excedente (§1º). É um procedimento semelhante ao 
adotado pelo Código de Processo Civil. 
 Súmula nº 560/STJ: “A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do 
art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens 
penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre 
ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do 
executado, ao Denatran ou Detran”. 
o O esgotamento das diligências na busca de bens a serem penhorados, embora 
imprescindível para a decretação de indisponibilidade de bens, não é necessário 
para fins de autorização de penhora on line (BACENJUD, RENAJUD ou INFOJUD). 
 
56 
STJ, AgInt no REsp 1.184.039/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, 
julgado em 28/02/2017, DJe 04/04/2017). 
(4) Por derradeiro, os artigos 191 a 193 do CTN aduzem que a prova de quitação de tributos 
(certidão negativa) é requisito para a extinção das obrigações do falido, para a concessão 
de recuperação judicial, para a partilha e adjudicação de bens do espólio, e para a 
contratação e participação em licitação com a Administração Pública. 
 
 
 
Em prosseguimento, os privilégios asseguram a superioridade do crédito tributário sobre os 
demais. Deveras, o art. 186 do CTN define que o crédito tributário possui preferência quase absoluta 
sobre os demais, independentemente da natureza ou da data de constituição destes, salvo os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho e de acidente de trabalho (primeiramente são pagos os créditos 
trabalhistas, depois os tributários, e por fim os restantes). 
O parágrafo único do art. 186 do CTN discorre sobre regras específicas no que tange aos processos 
de falência. Neles, ainda há outros créditos que preferem ao de natureza tributária, quais sejam: 
créditos extraconcursais18 (art. 84 da Lei nº 11.101/2005), importâncias passíveis de restituição e 
 
18 São extraconcursais os créditos referentes aos credores da massa falida. Tratando-se do falido em si, os créditos são 
concursais. 
Garantias do 
crédito 
tributário
Sujeição de toda a renda e patrimônio à satisfação do crédito 
tributário
Presunção de fraude na execução fiscal
Indisponibilidade de bens 
Necessidade de quitação de tributos para fins de falência, 
recuperação judicial, partilha e adjudicação de bens do espólio, e 
contratação ou licitação com a Administração Pública
 
57 
créditos com garantia real (no limite do valor do bem gravado). Ademais, a multa tributária prefere 
apenas aos créditos subordinados (quirografários, são os últimos a serem pagos em caso de insolvência). 
 São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos 
no curso do processo de falência, nos termos dos arts. 67 e 84 da Lei de Falência. O 
art. 188 do CTN confere a esses créditos preferência absoluta, ainda que vincendos. 
Havendo contestação do devedor acerca da legitimidade do crédito tributário, tal 
questão não deve ser avaliada pelo juiz da falência, mas pelo juízo fiscal competente 
(§1º). A mesma regra se aplica aos processos de concordata (§2º). 
CUIDADO! Na falência, a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho 
pode ser limitada por lei (art. 186, parágrafo único, inciso II, do CTN). 
 
 
 
 
 
 Regra geral de ordem de preferência (art. 186 do CTN): 
 
 Ordem de preferência em processos de falência (arts. 186, parágrafo único, do CTN c/c 
83 da Lei nº 11.101/2005 – Lei de Falência e Recuperação Judicial): 
 
 
 
Por derradeiro, consoante o art. 187 do CTN, a execução fiscal não é sujeita a concurso de 
credores, tampouco a habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou 
arrolamento (habilitação em juízo universal, no qual estão os demais credores). Contudo, nada 
impede que a cobrança do crédito tributário ocorra nessas situações. 
Créditos trabalhistas Créditos tributários Outros créditos
Créditos 
trabalhistas
Créditos extraconcursais, com 
garantia real e restituições
Créditos tributários, 
exceto multas
Créditos com 
privilégios
Créditos 
quirografários
Multas, incluindo 
as tributárias 
Créditos 
subordinados
 
58 
 O único concurso de preferência se dá entre os próprios entes federados, 
respeitada a seguinte ordem (parágrafo único do art. 187 CTN e artigo 29 da Lei de 
Execuções Fiscais): União → Estados, Distrito Federal e Territórios (conjuntamente 
e pro rata19) → Municípios (conjuntamente e pro rata). 
o Súmula nº 497/STJ: “Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos 
da Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mesmo bem”. 
 Os créditos tributários têm preferência no processo de liquidação judicial ou voluntária de 
pessoas jurídicas de direito privado. Inteligência do art. 190 do CTN. 
 Também há preferência absoluta do crédito tributário vencido ou vincendo a cargo do de 
cujus ou de seu espólio sobre os habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros 
encargos do monte (art. 189 do CTN). Havendo contestação ao crédito, o processo também 
deve ser remetido ao juízo fiscal competente, tal como na falência (parágrafo único). 
 
 
 
19 Entenda-se pro rata como “proporcionalmente”. 
 
59 
QUADRO SINÓTICO 
RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
3.1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 Principal: pagar tributo ou prestação pecuniária. Decorre de lei. 
 Acessória: prestações positivas ou negativas. Decorre da legislação tributária. 
 
3.1.1. Fato gerador 
(arts. 114-118, CTN) 
 Aspectos abstrato (hipótese de incidência) e concreto 
(consequente normativo). 
 Fato gerador da obrigação principal: situação 
definida em lei como necessária e suficiente à sua 
ocorrência. 
 Fato gerador da obrigação acessória: qualquer 
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a 
prática ou a abstençãode ato que não configure 
obrigação principal. 
 Momento de ocorrência: 
o Situação de fato: desde o momento em que se 
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que 
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
o Situação de direito: desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída; 
o Negócio com condição suspensiva: desde o 
implemento da condição; 
o Negócio com condição resolutiva: desde o 
momento da prática do ato ou da celebração do 
negócio. 
 Norma geral de antielisão. 
3.1.2.1. Sujeito ativo 
(arts. 119-120, CTN) 
 É a pessoa jurídica de direito público titular da 
competência para exigir o seu cumprimento. Art. 119, 
CTN). 
 Sujeito direto (tem competência E capacidade 
tributária ativa) e indireto (tem apenas capacidade 
tributária ativa). 
 
60 
 Extraterritorialidade da legislação tributária (art. 120 
do CTN). 
3.1.2.2. Sujeito passivo 
(arts. 121-123, CTN) 
 É a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária. Art. 121, CTN. 
o Obrigação principal: contribuinte (de fato ou de 
direito) ou responsável. 
o Obrigação acessória: pessoa obrigada às 
prestações que constituam o seu objeto. 
3.1.2.3. Solidariedade 
(arts. 124-125, CTN) 
 Não há solidariedade ativa. 
 Solidariedade passiva: de fato (pessoas com 
interesse comum na situação que constitua o fato 
gerador da obrigação principal) e de direito 
(pessoas expressamente designadas por lei). Art. 
124, CTN. 
 Sem benefício de ordem. 
 Efeitos da solidariedade (art. 125, CTN): 
o Salvo disposição de lei em contrário, o 
pagamento realizado por um dos obrigados 
aproveita aos demais; 
o A isenção ou remissão de crédito exonera 
todos os obrigados, salvo se o benefício for 
específico a um dos devedores; 
o A interrupção da prescrição em relação a um 
dos obrigados se estende aos demais. 
3.1.2.4. Capacidade tributária 
(art. 126, CTN) 
 Capacidade ativa: ente federado ou outra pessoa 
jurídica de direito público, por delegação revogável 
a qualquer tempo. 
 Capacidade passiva (art. 126, CTN): independe 
o da capacidade civil das pessoas naturais; 
o de achar-se a pessoa natural sujeita a 
medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou 
profissionais, ou da administração direta de seus 
bens ou negócios; 
 
61 
o de estar a pessoa jurídica regularmente 
constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional. 
3.1.3. Domicílio tributário 
(art. 127, CTN) 
 Regra geral: o sujeito passivo pode escolher seu 
domicílio tributário, ressalvada a possibilidade de a 
autoridade administrativa recusar o local eleito, na 
hipótese de este dificultar ou impossibilitar a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo. 
 Regras para o caso de omissão do sujeito passivo: 
o Quanto às pessoas naturais, será domicílio 
tributário sua residência habitual ou, sendo esta 
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua 
atividade; 
o No que tange às pessoas jurídicas de direito 
privado ou firmas individuais, será o lugar de sua 
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem 
origem à obrigação, o de cada estabelecimento (o 
domicílio se vincula ao local em que os fatos se 
deram, se o caso); 
o Em relação às pessoas jurídicas de direito 
público, será qualquer de suas repartições no 
território da entidade tributante. 
 Recusa da autoridade ou impossibilidade de adoção 
das regras acima: lugar da situação dos bens ou da 
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à 
obrigação. 
3.2. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
 Sujeição passiva indireta – sem relação pessoal e direta com a obrigação. 
 Subsidiária, solidária ou pessoal. 
 Por substituição (“para frente” e “para trás”) e por transferência. 
3.2.1. Responsabilidade dos sucessores 
(arts. 129-133, CTN) 
 Sucessões: imobiliária; por aquisição e remição de 
bens móveis; causa mortis; comercial; empresarial. 
 
62 
3.2.2. Responsabilidade de terceiros 
(arts. 134-135, CTN) 
 Dos pais, pelos tributos devidos por seus filhos 
menores; dos tutores e curadores, pelos tributos 
devidos por seus tutelados ou curatelados; dos 
administradores de bens de terceiros, pelos tributos 
devidos por estes; do inventariante, pelos tributos 
devidos pelo espólio; do síndico e o comissário, pelos 
tributos devidos pela massa falida ou pelo 
concordatário; dos tabeliães, escrivães e demais 
serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os 
atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do 
seu ofício; dos sócios, no caso de liquidação de 
sociedade de pessoas. 
3.2.3. Responsabilidade por infrações 
(arts. 136-137, CTN) 
 Responsabilidade pessoal do agente, 
independentemente de dolo. 
3.2.3.1. Denúncia espontânea 
(art. 138, CTN) 
 Exclui a responsabilidade por infrações, contanto que 
realizada antes de comunicação formal por parte da 
autoridade tributária. 
3.3. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
3.3.1. Lançamento 
(arts. 142-150, CTN) 
 Natureza jurídica mista: constitutiva em relação ao 
crédito tributário (não existe crédito sem 
lançamento), mas declaratória quanto à obrigação (o 
lançamento tem a função de atestar de modo formal a 
ocorrência do fato gerador da obrigação e dotá-la de 
exigibilidade, não de criá-la). 
 Lançamento de ofício: a própria autoridade 
administrativa utiliza os dados de que dispõe a respeito 
do sujeito passivo, identificando-o, declarando a 
ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente, especificando a matéria tributária em 
questão, calculando o montante do tributo devido e, se 
o caso, aplicando a penalidade cabível. 
 Lançamento por declaração: há um misto de atuação 
das partes na realização do procedimento, dele 
participando tanto o Fisco quanto o sujeito passivo da 
obrigação tributária. Decerto, a elaboração de 
 
63 
declarações e sua entrega à Administração Fazendária 
são obrigações acessórias referentes ao fornecimento 
de matéria de fato, ao passo que a análise da matéria 
de direito para fixação do tributo fica a cargo da 
autoridade administrativa. 
 Lançamento por homologação: a responsabilidade 
de identificar a ocorrência do fato gerador e calcular o 
tributo é transferida ao sujeito passivo, que efetua o 
pagamento antecipado do tributo, sem qualquer 
participação da autoridade fiscal. Assim, o crédito é 
extinto sob condição resolutória da homologação, feita 
pela Administração após análise do procedimento 
realizado. 
3.3.2. Suspensão do crédito tributário 
(arts. 151-155-A, CTN) 
 (i) Moratória; (ii) depósito do montante integral do 
crédito tributário; (iii) reclamações e recursos, nos 
termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; (iv) medida liminar em mandado de 
segurança; (v) medida liminar ou tutela antecipada, em 
outras espécies de ação judicial; (vi) parcelamento. 
3.3.3. Extinção do crédito tributário 
(arts. 156-174, CTN) 
 (i) Pagamento; (ii) compensação; (iii) transação; (iv) 
remissão; (v) prescrição e decadência; (vi) conversão de 
depósito em renda; (vii) pagamento antecipado e a 
homologação do lançamento; (viii) consignação em 
pagamento; (ix) decisão administrativa irreformável, 
assim entendida a definitiva na órbita administrativa, 
que não mais possa ser objeto de ação anulatória; (x) 
decisão judicial passada em julgado; (xi) dação em 
pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei. 
3.3.4. Exclusão do crédito tributário 
(arts.175-182, CTN) 
 (i) Isenção; (ii) anistia. 
 
64 
3.3.5. Garantias e privilégios do crédito 
tributário (arts. 183-193, CTN) 
 Garantias são os meios jurídicos assecuratórios do 
direito da autoridade tributária ao percebimento das 
prestações devidas pelos obrigados. São elas: (i) 
sujeição de toda a renda e patrimônio à satisfação do 
crédito tributário; (ii) presunção de fraude à execução 
fiscal; (iii) indisponibilidadede bens e direitos; (iv) 
necessidade de quitação de tributos para fins de 
falência, recuperação judicial, partilha e adjudicação de 
bens do espólio, e contratação ou licitação com a 
Administração Pública. 
 Privilégios asseguram a superioridade do crédito 
tributário sobre os demais. 
o Em regra, segue-se a ordem: créditos 
trabalhistas e decorrentes de acidente de trabalho → 
créditos tributários → outros créditos. Exceção: 
processos de falência. 
o Concurso de preferência entre os entes 
federados, respeitada a seguinte ordem (parágrafo 
único do art. 187 CTN e artigo 29 da Lei de Execuções 
Fiscais): União → Estados, Distrito Federal e 
Territórios (conjuntamente e pro rata) → Municípios 
(conjuntamente e pro rata). 
o Os créditos tributários têm preferência no 
processo de liquidação judicial ou voluntária de pessoas 
jurídicas de direito privado. Inteligência do art. 190 do 
CTN. 
o Também há preferência absoluta crédito 
tributário vencido ou vincendo a cargo do de cujus ou 
de seu espólio sobre os habilitados em inventário ou 
arrolamento, ou a outros encargos do monte. 
 
 
 
65 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
 
(XXX EXAME DE ORDEM – FGV - 2019) A sociedade empresária ABC Ltda. foi autuada pelo Fisco do 
Estado Z apenas pelo descumprimento de uma determinada obrigação tributária acessória, referente à 
fiscalização do ICMS prevista em lei estadual (mas sem deixar de recolher o tributo devido). 
Inconformada, realiza a impugnação administrativa por meio do auto de infração. Antes que sobreviesse 
a decisão administrativa da impugnação, outra lei estadual extingue a previsão da obrigação acessória 
que havia sido descumprida. 
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A lei estadual não é instrumento normativo hábil para extinguir a previsão dessa obrigação tributária 
acessória referente ao ICMS, em virtude do caráter nacional desse tributo. 
B) O julgamento administrativo, nesse caso, deverá levar em consideração apenas a legislação tributária 
vigente na época do fato gerador. 
C) Não é possível a extinção dos efeitos da infração a essa obrigação tributária acessória após a lavratura 
do respectivo auto de infração. 
D) A superveniência da extinção da previsão dessa obrigação acessória, desde que não tenha havido 
fraude, nem ausência de pagamento de tributo, constitui hipótese de aplicação da legislação tributária 
a ato pretérito. 
 
 
Comentário 
 
CTN, art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [...] II - tratando-se de ato não 
definitivamente julgado: [...] b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência 
 
66 
de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de 
pagamento de tributo; [...] 
 
QUESTÃO 2 
 
(XXVIII EXAME DE ORDEM – FGV 2019) Pedro tem três anos de idade e é proprietário de um 
apartamento. Em janeiro deste ano, o Fisco notificou Pedro para o pagamento do Imposto Predial e 
Territorial Urbano (IPTU), por meio do envio do carnê de cobrança ao seu endereço. Os pais de Pedro, 
recebendo a correspondência, decidiram não pagar o tributo, mesmo possuindo recursos suficientes para 
tanto. 
Diante da impossibilidade de cumprimento da obrigação por Pedro, assinale a afirmativa correta. 
A) Os pais de Pedro devem pagar o tributo, na qualidade de substitutos tributários. 
B) O Fisco deverá aguardar Pedro completar 18 anos para iniciar o processo de execução da dívida. 
C) Os pais de Pedro responderão pelo pagamento do tributo, uma vez que são responsáveis tributários 
na condição de terceiros. 
D) O Fisco deve cobrar o tributo dos pais de Pedro, já que são contribuintes do IPTU. 
 
 
 
Comentário 
 
CAPÍTULO V - Responsabilidade Tributária 
SEÇÃO III - Responsabilidade de Terceiros 
 
 
67 
CTN, art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de 
que forem responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
 
QUESTÃO 3 
 
(XXVII EOU FGV 2018) A pessoa jurídica Sigma teve lavrado contra si um auto de infração. A autuação 
fiscal lhe impôs multa pela falta de exibição de notas fiscais durante um determinado período. Após ser 
citada em sede de execução fiscal, a pessoa jurídica Sigma alegou, em embargos à execução, que não 
apresentou as notas fiscais porque elas haviam sido furtadas por seu antigo gerente geral, que, com elas, 
praticara ilícito criminal, tendo sido, por isso, condenado na esfera penal por sonegação fiscal e furto 
daquelas notas. 
Com base nessa narrativa, no que tange ao pagamento da multa tributária, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A responsabilidade é pessoal do antigo gerente por ter cometido infração conceituada na lei como 
crime. 
B) A empresa deve arcar com o pagamento da multa, sendo possível, posteriormente, uma ação de 
regresso em face do antigo gerente geral. 
C) O antigo gerente não pode ser responsabilizado na esfera cível/tributária, por já ter sido condenado 
na esfera penal. 
D) O caso é de responsabilidade solidária, por ter a empresa nomeado o antigo gerente para cargo de 
tamanha confiança. 
 
 
Comentário 
 
68 
 
Essa questão foi a reprodução do artigo 137 do CTN da matéria responsabilidade 
tributária, dita por infrações. 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: 
 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando 
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra 
estas. 
 
 
QUESTÃO 4 
 
(XXV EXAME DE ORDEM – FGV - 2018) A pessoa jurídica XXX é devedora de Contribuição Social sobre 
o Lucro Líquido (CSLL), além de multa de ofício e de juros moratórios (taxa Selic), relativamente ao 
exercício de 2014. O referido crédito tributário foi devidamente constituído por meio de lançamento de 
ofício, e sua exigibilidade se encontra suspensa por força de recurso administrativo. No ano de 2015, a 
pessoa jurídica XXX foi incorporada pela pessoa jurídica ZZZ. 
Sobre a responsabilidade tributária da pessoa jurídica ZZZ, no tocante ao crédito tributário constituído 
contra XXX, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pelo pagamento da CSLL e dos juros moratórios (taxa 
Selic). 
B) A incorporadora ZZZ é integralmente responsável tanto pelo pagamento da CSLL quanto pelo 
pagamento da multa e dos juros moratórios. 
 
69 
C) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pelo tributo, uma vez que, em razão da suspensão da 
exigibilidade, não é responsável pelo pagamento das multas e dos demais acréscimos legais. 
D) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pela CSLL e pela multa, não sendo responsável pelo 
pagamento dos juros moratórios. 
 
 
Comentário 
 
Art. 132 CTN e Súmula 554 STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora 
abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas 
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. (Súmula 554, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado 
em 09/12/2015, DJ 15/12/2015) O novo enunciado dispõe que, em casos de sucessão empresarial (cisão, 
fusão, incorporação, transformação ou alienação), todo o passivo tributário, incluindo-se aí as multas 
punitivas e moratórias, fica sob a responsabilidade da empresa sucessora. 
 
QUESTÃO 5 
 
(XXIV EXAME DE ORDEM – FGV - 2017) Considere que Luís é um andarilho civilmente capaz que não 
elegeu nenhum lugar como seu domicílio tributário, não tem domicílio civil, nem residência fixa, e não 
desempenha habitualmente atividadesem endereço certo. 
A partir da hipótese apresentada, de acordo com o Código Tributário Nacional e no silêncio de legislação 
específica, assinale a afirmativa correta. 
A) Luís nunca terá domicílio tributário. 
B) O domicílio tributário de Luís será o lugar da situação de seus bens ou da ocorrência do fato gerador. 
C) O domicílio tributário de Luís será, necessariamente, a sede da entidade tributante. 
 
70 
D) O domicílio tributário de Luís será a residência de seus parentes mais próximos ou o lugar da situação 
dos bens de Luís. 
 
 
Comentário 
 
Conforme CÓDIGO TRIBUNAL NACIONAL: 
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da 
legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro 
habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em 
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade 
tributante. 
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos 
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
 
 
QUESTÃO 6 
 
71 
 
(XXXI EXAME DE ORDEM – FGV -2020) Uma sociedade empresária em recuperação judicial requereu, 
perante a Secretaria Estadual de Fazenda do Estado X, o parcelamento de suas dívidas tributárias 
estaduais. O Estado X dispunha de uma lei geral de parcelamento tributário, mas não de uma lei 
específica para parcelamento de débitos tributários de devedor em recuperação judicial. 
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. 
A) O parcelamento não pode ser concedido caso inexista lei específica estadual que disponha sobre as 
condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. 
B) O prazo de parcelamento a ser concedido ao devedor em recuperação judicial quanto a tais débitos 
para com o Estado X não pode ser inferior ao concedido por lei federal específica de parcelamento dos 
créditos tributários do devedor em recuperação judicial. 
C) O parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de juros, em regra, no caso de devedor em 
recuperação judicial. 
D) O parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de multas, em regra, no caso de devedor em 
recuperação judicia 
 
 
Comentário 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. § 3o Lei 
específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa 
na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação 
judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal 
específica. 
QUESTÃO 7 
 
72 
 
(XXX EXAME DE ORDEM – FGV 2019) No final do ano de 2018, o Município X foi gravemente afetado 
por fortes chuvas que causaram grandes estragos na localidade. Em razão disso, a Assembleia Legislativa 
do Estado Y, em que está localizado o Município X, aprovou lei estadual ordinária concedendo moratória 
quanto ao pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do ano subsequente, em favor de 
todos os contribuintes desse imposto situados no Município X. 
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Lei ordinária não é espécie normativa adequada para concessão de moratória. 
B) Lei estadual pode conceder moratória de IPTU, em situação de calamidade pública ou de guerra 
externa ou sua iminência. 
C) Lei estadual não pode, em nenhuma hipótese, conceder moratória de IPTU. 
D) A referida moratória somente poderia ser concedida mediante despacho da autoridade administrativa 
em caráter individual. 
 
 
Comentário 
Moratória: Significa dilação de prazo para pagamento do tributo, podendo ser concedida 
genericamente por lei (forma direta) ou por ato adm. declaratório do cumprimento dos requisitos 
previstos na lei (forma indireta). 
CTN, art. 152. A moratória somente pode ser concedida: I - em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de 
direito público competente para instituir o tributo a que se refira; [...] 
CF, art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana 
[IPTU]; [...] 
 
 
73 
QUESTÃO 8 
(XXIX EXAME DE ORDEM – FGV - 2019) A Fazenda Pública apurou que fato gerador, ocorrido em 
12/10/2007, referente a um imposto sujeito a lançamento por declaração, não havia sido comunicado 
pelo contribuinte ao Fisco. Por isso, efetuou o lançamento de ofício do tributo em 05/11/2012, tendo 
sido o contribuinte notificado desse lançamento em 09/11/2012, para pagamento em 30 dias. Não sendo 
a dívida paga, nem tendo o contribuinte impugnado o lançamento, a Fazenda Pública inscreveu, em 
05/10/2017, o débito em dívida ativa, tendo ajuizado a ação de execução fiscal em 08/01/2018. 
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A cobrança é indevida, pois o crédito tributário foi extinto pelo decurso do prazo decadencial. 
B) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado o prazo prescricional para propor a ação de 
execução fiscal. 
C) A cobrança é devida, pois a inscrição em dívida ativa do crédito tributário, em 05/10/2017, suspendeu, 
por 180 dias, a contagem do prazo prescricional para propositura da ação de execução fiscal. 
D) A cobrança é devida, pois não transcorreram mais de 10 anos entre a ocorrência do fato gerador 
(12/10/2007) e a inscrição em dívida ativa do crédito tributário (05/10/2017). 
Comentário 
 
O lançamento [natureza jurídica mista] declara a obrigação tributária e constitui o crédito tributário. 
CTN, art. 173. O direito de a FP constituir o crédito tributário extingue-se após 5 anos [prazo decadencial], 
contados: 
I - do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
01/01/2008 - início do prazo decadencial. 
31/12/2012 - término do prazo decadencial. 
CTN, art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 anos, contados da data da 
sua constituição definitiva 
 
74 
A prescrição quinquenal para a cobrança dos tributos sujeitos a lançamento de ofício é contada da data 
de sua constituição definitiva, ou seja, quando já não caiba recurso adm. ou findo o prazo para sua 
interposição. (STJ - jurisprudência em teses). 
 
QUESTÃO 9 
(XXVIII EXAME DE ORDEM – FGV - 2019) O médico João da Silva está há 4 (quatro) anos sem pagar a 
anuidade cobrada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Diante desse cenário, o CRM poderá 
A) inscrever o débito em dívida ativa de natureza tributária, depois promovendo a competente ação de 
execução fiscal, regida pela Lei nº 6.830/80, para cobrança. 
B) promover a competente ação de execução fiscal regida pela Lei nº 6.830/80, sem necessidade de 
inscrição em dívida ativa, por serem as certidões de inadimplemento de anuidades expedidas pelos 
conselhos profissionais dotadas de natureza de título executivo extrajudicial. 
C) promover a competente ação de cobrança das anuidades, regida pelo Código de Processo Civil, a 
partir da comprovação do não pagamento das anuidades em atraso. 
D) promover a competente ação de execução das anuidades, regida pelo Código de Processo Civil, por 
serem as certidões de inadimplemento de anuidades expedidas pelos conselhos profissionais dotadasde natureza de título executivo extrajudicial. 
 
 
Comentário 
Depois do LANÇAMENTO fica instituído o CRÉDITO TRIBUTÁRIO, aqui acaba a cobrança pelas vias 
administrativas, se esta não for paga, o sujeito ativo (ente federativo competente) inscreverá esse débito 
em DÍVIDA ATIVA, inscrevendo-o no CADASTRO DE DÍVIDA ATIVA, que o possibilitará de promover a 
EXECUÇÃO FISCAL. 
 
QUESTÃO 10 
 
75 
(XXVII EXAME DE ORDEM – FGV - 2018) A sociedade empresária ABC, atuante na área de prestação 
de serviços de limpeza, em dificuldades financeiras, não estava conseguindo realizar o pagamento dos 
tributos federais. Diante disso, ela se ofereceu à Administração Pública Federal para realizar o pagamento 
dos tributos mediante prestação direta de serviços de limpeza em prédios públicos ou, alternativamente, 
transferir para o Fisco um imóvel de sua propriedade. 
A respeito desse cenário, assinale a afirmativa correta. 
 
A) As propostas são inadmissíveis, pois os tributos somente podem ser pagos em dinheiro. 
B) As propostas são admissíveis, em razão do princípio da menor onerosidade para o devedor (favor 
debitoris). 
C) A proposta de transferência de imóvel do contribuinte para a Fazenda Pública Federal para pagamento 
de tributo é admissível por expressa permissão legal. 
D) A proposta de prestação direta de serviços para pagamento de tributo é admissível, em circunstâncias 
excepcionais, como forma subsidiária de garantia do recebimento do crédito pela Fazenda Pública. 
 
Comentário 
 
CTN - Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
 
 
 
76 
GABARITO 
 
Questão 1 – D 
Questão 2 – C 
Questão 3 – A 
Questão 4 – B 
Questão 5 – B 
Questão 6 – B 
Questão 7 – C 
Questão 8 – C 
Questão 9 – A 
Questão 10 – C 
 
 
 
77 
QUESTÃO DESAFIO 
Quais são as modalidades de exclusão do crédito tributário e o que 
as diferencia? 
Máximo de 5 linhas 
 
78 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO 
Excluem o crédito tributário a isenção e a anistia (CTN, art. 175,I e II).A isenção exclui o 
crédito e impede a incidência da norma de tributação; a anistia se refere só às penalidades 
vindas do inadimplemento do crédito por parte do contribuinte(o crédito permanece; a 
exclusão é só da penalidade). 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 Art. 175 do CTN 
Questões referentes ao crédito tributário têm tido alta incidência nas provas preambulares do 
MPSC; logo, entre as prováveis perguntas que o examinador fará, é alta a probabilidade de 
haver algo relacionado ao tema. E, neste ano, a aposta do Diego é que apareça algo sobre a 
exclusão do crédito tributário. As hipóteses de exclusão estão no art. 175 do CTN, que assim 
dispõe: Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. Parágrafo único. A 
exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. 
 Isenção 
A inversão do ônus da prova não pode gerar para a parte a prova impossível ou excessivamente 
difícil de se realizar (prova diabólica). Continua inaplicável a negociação A isenção é a dispensa 
do pagamento do tributo que impede a incidência da norma de tributação. Note que o fato 
gerador ocorre normalmente, mas não alcança a etapa de lançamento do crédito. A concessão 
da isenção deve se dar por meio de lei específica, conforme prevê o art. 150, § 6º, da CRFB: Art. 
150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de 
base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas 
ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou 
municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente 
 
79 
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
 Anistia 
A anistia é o perdão que alcança as penalidades pecuniárias, como a multa, e só se refere às 
infrações cometidas antes da entrada em vigor da lei que a concede (diz respeito a atos 
pretéritos). MAS ATENÇÃO! Por expressa previsão legal (CTN, art. 180), a anistia não se aplica: 
"I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro 
em benefício daquele; II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio 
entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas". 
 
 
80 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
Capacidade tributária 
 Código Tributário Nacional: 7º; 126. 
Domicílio tributário 
 Código Tributário Nacional: 127. 
Exclusão do crédito tributário 
 Código Tributário Nacional: 175-182. 
 Constituição Federal: 150, § 6º. 
 Súmulas: 544, do STF. 
Extinção do crédito tributário 
 Código Civil: 356; 385. 
 Código Tributário Nacional: 156-174. 
 Súmulas 
o STF: 523, 546. 
o STJ: 162, 188, 212, 213, 464, 625. 
Fato gerador 
 Código Civil: 121. 
 Código Tributário Nacional: 114-118. 
Garantias e privilégios do crédito tributário 
 Código de Processo Civil: 833. 
 Código Tributário Nacional: 183-193. 
 Súmula: 497 e 560, do STJ. 
 
81 
Lançamento do crédito tributário 
 Código Tributário Nacional: 142-150. 
Noções gerais de sujeitos da relação tributária 
 Código Tributário Nacional: 119-123. 
Obrigação tributária 
 Código Tributário Nacional: 96; 113. 
Responsabilidade tributária 
 Código Tributário Nacional: 128-137. 
 Constituição Federal: 150, § 7º. 
 Súmula: 554, do STF. 
Solidariedade tributária 
 Código Civil: 264. 
 Código Tributário Nacional: 124-125. 
Suspensão do crédito tributário 
 Código de Processo Civil: 300. 
 Código Tributário Nacional: 111; 151-155-A. 
 Lei nº 12.016/2009: 7º, inciso III; 23. 
 Súmulas 
o STF: 21 (Vinculante), 28 (Vinculante). 
o STJ: 112, 373. 
 
 Súmula Vinculante nº 21, STF 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para 
admissibilidade de recurso administrativo. 
 Súmula Vinculante nº 28/STF 
 
82 
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na 
qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
 Súmula nº 544, STF 
Isenções tributárias concedidas sob condição onerosa não podem ser livremente suprimidas. 
 Súmula nº 546, STF 
Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte 
‘de jure’ não recuperou do contribuinte ‘de facto’ o ‘quantum’ respectivo. 
 
 Súmula nº 112, STJ 
O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro 
 Súmula nº 373, STJ 
É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. 
 Súmula nº 554, STJ 
Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os 
tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a 
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. 
 Súmula nº 560, STJ 
A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o 
exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos 
o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do 
domicílio do executado, ao Denatran ou Detran. 
 
 Súmula nº 625, STJ 
 
83 
O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo prescricional para a 
ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem oda execução de título 
judicial contra a Fazenda Pública. 
 
 
84 
JURISPRUDÊNCIA 
Exclusão do crédito tributário 
 STJ, AgRg no AREsp 248.264/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, 
julgado em 27/11/2012, DJe 05/12/2012 
TRIBUTÁRIO. EXTENSÃO DE ISENÇÃO FISCAL A CATEGORIA NÃO CONTEMPLADA. Não é possível ao 
Poder Judiciário estender benefício de isenção fiscal a categoria não abrangida por regra isentiva na 
hipótese de alegação de existência de situação discriminatória e ofensa ao princípio da isonomia. A 
concessão de isenção fiscal é ato discricionário, fundado em juízo de conveniência e oportunidade do 
Poder Público, não sendo possível ao Poder Judiciário, sob o pretexto de tornar efetivo o princípio da 
isonomia, reconhecer situação discriminatória de categorias não abrangidas pela regra isentiva e 
estender, por via transversa, benefício fiscal sem que haja previsão legal específica. Precedente citado do 
STF: RE 405.579-PR, DJ 3/8/2011. 
Garantias e privilégios do crédito tributário 
 STJ, REsp 1.141.990/PR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 10/11/2010, DJe 
19/11/2010 (Tema Repetitivo 290) 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. 
DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL. ALIENAÇÃO DE BEM 
POSTERIOR À CITAÇÃO DO DEVEDOR. INEXISTÊNCIA DE REGISTRO NO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO 
- DETRAN. INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO. INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA. ARTIGO 185 DO CTN, 
COM A REDAÇÃO DADA PELA LC N.º 118/2005. SÚMULA 375/STJ. INAPLICABILIDADE. 1. A lei especial 
prevalece sobre a lei geral (lex specialis derrogat lex generalis), por isso que a Súmula n.º 375 do Egrégio 
STJ não se aplica às execuções fiscais. (...) 3. A Lei Complementar n.º 118, de 9 de fevereiro de 2005, 
alterou o artigo 185, do CTN, que passou a ostentar o seguinte teor: "Art. 185. Presume-se fraudulenta 
a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a 
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Parágrafo único. O 
disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas 
suficientes ao total pagamento da dívida inscrita." 4. Consectariamente, a alienação efetivada antes da 
entrada em vigor da LC n.º 118/2005 (09.06.2005) presumia-se em fraude à execução se o negócio 
jurídico sucedesse a citação válida do devedor; posteriormente à 09.06.2005, consideram-se fraudulentas 
 
85 
as alienações efetuadas pelo devedor fiscal após a inscrição do crédito tributário na dívida ativa. 5. A 
diferença de tratamento entre a fraude civil e a fraude fiscal justifica-se pelo fato de que, na primeira 
hipótese, afronta-se interesse privado, ao passo que, na segunda, interesse público, porquanto o 
recolhimento dos tributos serve à satisfação das necessidades coletivas (...) 
 STJ, AgInt no REsp 1.184.039/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado 
em 28/03/2017, DJe 04/04/2017 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA 
DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA PELO SISTEMA BACEN-JUD. 
DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNCIAS PARA LOCALIZAÇÃO DE BENS. MATÉRIA 
DECIDIDA EM RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO À SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC/73. 
PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte 
na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do 
provimento jurisdicional impugnado. Assim sendo, in casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015 
no julgamento do Agravo Interno. II - Esta Corte, em precedentes submetidos ao rito do art. 543-C, 
firmou entendimento segundo o qual é desnecessário o esgotamento das diligências na busca de bens 
a serem penhorados a fim de autorizar-se a penhora on line (sistemas BACEN-JUD, RENAJUD ou 
INFOJUD), em execução civil ou execução fiscal, após o advento da Lei n. 11.382/2006, com vigência a 
partir de 21/01/2007. III - A Agravante não apresenta, no agravo, argumentos suficientes para 
desconstituir a decisão recorrida. IV - Agravo Interno improvido. 
Norma geral de antielisão fiscal 
 STJ, AgInt nos EDcl no REsp 1.725.911/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda 
Turma, julgado em 12/02/2019, DJe 11/03/2019 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. PREJUÍZOS FISCAIS. COMPENSAÇÃO. EMPRESA 
INCORPORADORA. VEDAÇÃO DO ART. 33 DO DECRETO-LEI 2.341/1987. (...) Nesse sentido, os entes 
federativos são livres para editar as normas que melhor lhes convirem, respeitados tão-somente as balizas 
constitucionais. A regra do art. 33 do Decreto-lei 2.341/87 foi editada nesse diapasão: para vedar a 
compensação de prejuízos fiscais nas operações de transformações da pessoa jurídica. Depreende-se de 
tal proceder que o objetivo foi impedir a elisão tributária, pois muitas empresas viram a reorganização 
societária como instrumento de planejamento tributário e passaram a se reorganizar com o único intuito 
da economia de tributos. Passou a ser um negócio vantajoso incorporar ou fundir a empresa deficitária 
 
86 
como forma de reduzir a carga tributária. O titular da competência tributária pode através de 
normatização adequada excluir as zonas de não-incidência para impedir a utilização da elisão tributária. 
Não há o que a doutrina chamou de poder geral da Administração tributária para desconstituir atos e 
negócios jurídicos (a chamada norma geral antielisão) já que o art. 116, parágrafo único, do CTN é norma 
de eficácia limitada, carente de lei para produzir efeitos. Portanto, considerada a autorização para a 
compensação de prejuízos fiscais como forma de benefício fiscal, livremente suprimível pelos entes 
federativos no exercício da competência tributária, é perfeitamente válida a regra do art. 33 do Decreto-
lei 2.341/87 e demais regras posteriores de igual teor" (...). 
 
Princípio da pecunia non olet 
 STF, HC 94.240/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 23/08/2011, DJe 
11/10/2011 
EMENTA: Habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime contra a ordem tributária. Artigo 1º, 
inciso I, da Lei nº 8.137/90. Desclassificação para tipo previsto no art. 2º, inciso I, da indigitada 
lei. Questão não analisada pelo Superior Tribunal de Justiça. Supressão de instância. 
Inadmissibilidade. Precedentes. Alegada atipicidade da conduta baseada na circunstância de que 
os valores movimentados nas contas bancárias do paciente seriam provenientes de contravenção 
penal. Artigo 58 do Decreto-Lei nº 6.259/44 - Jogo do Bicho. Possibilidade jurídica de tributação 
sobre valores oriundos de prática ou atividade ilícita. Princípio do Direito Tributário do non olet. 
Precedente. Ordem parcialmente conhecida e denegada. 1. A pretendida desclassificação do 
tipo previsto no art. 1º, inciso I, para art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 não foi analisada pelo 
Superior Tribunal de Justiça. Com efeito sua análise neste ensejo configuraria, na linha de 
precedentes, verdadeira supressão de instância, o que não se admite. 2. A jurisprudência da 
Corte, à luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível 
a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato 
gerador é interpretada com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem 
como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 
77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem 
parcialmente conhecida e denegada. 
 
87 
Responsabilidade tributária 
 STF, ADI 1.851/AL, Rel. Min. Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, julgado em 
08/05/2002, DJ 22/11/2002 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.CLÁUSULA SEGUNDA DO CONVÊNIO 
13/97 E §§ 6.º E 7.º DO ART. 498 DO DEC. N.º 35.245/91 (REDAÇÃO DO ART. 1.º DO DEC. N.º 
37.406/98), DO ESTADO DE ALAGOAS. ALEGADA OFENSA AO § 7.º DO ART. 150 DA CF 
(REDAÇÃO DA EC 3/93) E AO DIREITO DE PETIÇÃO E DE ACESSO AO JUDICIÁRIO. Convênio que 
objetivou prevenir guerra fiscal resultante de eventual concessão do benefício tributário 
representado pela restituição do ICMS cobrado a maior quando a operação final for de valor 
inferior ao do fato gerador presumido. Irrelevante que não tenha sido subscrito por todos os 
Estados, se não se cuida de concessão de benefício (LC 24/75, art. 2.º, INC. 2.º). Impossibilidade 
de exame, nesta ação, do decreto, que tem natureza regulamentar. A EC n.º 03/93, ao introduzir 
no art. 150 da CF/88 o § 7.º, aperfeiçoou o instituto, já previsto em nosso sistema jurídico-
tributário, ao delinear a figura do fato gerador presumido e ao estabelecer a garantia de 
reembolso preferencial e imediato do tributo pago quando não verificado o mesmo fato a final. 
A circunstância de ser presumido o fato gerador não constitui óbice à exigência antecipada do 
tributo, dado tratar-se de sistema instituído pela própria Constituição, encontrando-se 
regulamentado por lei complementar que, para definir-lhe a base de cálculo, se valeu de critério 
de estimativa que a aproxima o mais possível da realidade. A lei complementar, por igual, definiu 
o aspecto temporal do fato gerador presumido como sendo a saída da mercadoria do 
estabelecimento do contribuinte substituto, não deixando margem para cogitar-se de momento 
diverso, no futuro, na conformidade, aliás, do previsto no art. 114 do CTN, que tem o fato 
gerador da obrigação principal como a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. O fato gerador presumido, por isso mesmo, não é provisório, mas definitivo, não 
dando ensejo a restituição ou complementação do imposto pago, senão, no primeiro caso, na 
hipótese de sua não-realização final. Admitir o contrário valeria por despojar-se o instituto das 
vantagens que determinaram a sua concepção e adoção, como a redução, a um só tempo, da 
máquina-fiscal e da evasão fiscal a dimensões mínimas, propiciando, portanto, maior 
comodidade, economia, eficiência e celeridade às atividades de tributação e arrecadação. Ação 
conhecida apenas em parte e, nessa parte, julgada improcedente. 
 
88 
 STF, RE 593.849/MG, Rel. Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno, julgado em 
19/10/2016, DJe 05/04/2017 (Tema 201) 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE 
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA 
OU PARA FRENTE. CLÁUSULA DE RESTITUIÇÃO DO EXCESSO. BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA. 
BASE DE CÁLCULO REAL. RESTITUIÇÃO DA DIFERENÇA. ART. 150, §7º, DA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA. REVOGAÇÃO PARCIAL DE PRECEDENTE. ADI 1.851. 1. Fixação de tese jurídica ao 
Tema 201 da sistemática da repercussão geral: “É devida a restituição da diferença do Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS pago a mais no regime de substituição 
tributária para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”. 2. A 
garantia do direito à restituição do excesso não inviabiliza a substituição tributária progressiva, 
à luz da manutenção das vantagens pragmáticas hauridas do sistema de cobrança de impostos 
e contribuições. 3. O princípio da praticidade tributária não prepondera na hipótese de violação 
de direitos e garantias dos contribuintes, notadamente os princípios da igualdade, capacidade 
contributiva e vedação ao confisco, bem como a arquitetura de neutralidade fiscal do ICMS. 4. 
O modo de raciocinar “tipificante” na seara tributária não deve ser alheio à narrativa extraída da 
realidade do processo econômico, de maneira a transformar uma ficção jurídica em uma 
presunção absoluta. 5. De acordo com o art. 150, §7º, in fine, da Constituição da República, a 
cláusula de restituição do excesso e respectivo direito à restituição se aplicam a todos os casos 
em que o fato gerador presumido não se concretize empiricamente da forma como 
antecipadamente tributado. 6. Altera-se parcialmente o precedente firmado na ADI 1.851, de 
relatoria do Ministro Ilmar Galvão, de modo que os efeitos jurídicos desse novo entendimento 
orientam apenas os litígios judiciais futuros e os pendentes submetidos à sistemática da 
repercussão geral. 7. Declaração incidental de inconstitucionalidade dos artigos 22, §10, da Lei 
6.763/1975, e 21 do Decreto 43.080/2002, ambos do Estado de Minas Gerais, e fixação de 
interpretação conforme à Constituição em relação aos arts. 22, §11, do referido diploma legal, e 
22 do decreto indigitado. 8. Recurso extraordinário a que se dá provimento. 
 STJ, AgInt no AREsp 1.076.860/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, 
julgado em 28/11/2017, DJe 19/12/2017 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 2 DO STJ. APLICAÇÃO DAS 
REGRAS DO CPC/1973. TEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. SUSPENSÃO DO EXPEDIENTE FORENSE 
 
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DEMONSTRADA. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL EM HASTA PÚBLICA. AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA. DÉBITOS 
TRIBUTÁRIOS. SUB-ROGAÇÃO NO PREÇO. PARÁGRAFO ÚNICO, DO ART. 130, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE 
DE IMPUTAR-SE AO ARREMATANTE ENCARGO OU RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PENDENTE. 
LEGÍTIMA A EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. (...) 5. No 
enfrentamento da matéria, o Tribunal de origem lançou os seguintes fundamentos (fls. 122-123, e-STJ): 
"Assim, tem-se que o direito líquido e certo foi bem demonstrado. Aliás, diz-se demonstrado porque, 
sem dúvida, o direito existe e tem arrimo no parágrafo único do art. 130 do Código Tributário Nacional 
(...) Ora, a hipótese traçada no dispositivo transcrito se amolda perfeitamente ao caso. Fique bem claro 
que tratamos no presente caso do arrematante, não do antigo proprietário. Sendo assim, não é possível 
a imposição da responsabilidade tributária ao recorrido em relação ao período anterior à arrematação. 
Não há obstáculos, portanto, para que se expeça a certidão negativa de débitos". 6. Nos termos do 
artigo 130 do CTN, os créditos relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade sub-rogam-se 
sobre o respetivo preço quando arrematados em hasta pública, não sendo o adquirente responsável 
tributário pelos tributos que oneraram o bem até a data da realização da hasta. 7. Com efeito, ainda que 
o preço alcançado na arrematação do bem seja insuficiente para a quitação do débito tributário, o 
arrematante não poderá ser responsabilizado por dívidas contraídas por outrem, conforme a literalidade 
do parágrafo único do art. 130 do CTN. Precedentes: AgRg no Ag 1.246.665/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, 
Primeira turma, DJe 22/4/2010; REsp 954.176/SC, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda turma, DJe 
23/6/2009. 8. Agravo Interno a que se nega provimento. 
 
 STJ, AgInt no AREsp 942.940/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado 
em 15/08/2017, DJe 12/09/2017 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL APÓS O 
LANÇAMENTO. SUJEITO PASSIVO. CONTRIBUINTE. ALIENANTE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ART. 130 
DO CTN. SUB-ROGAÇÃO TRIBUTÁRIA. DISTINÇÃO DO REGIME CIVIL. EFEITO REFORÇATIVO E NÃO 
EXCLUDENTE. PROTEÇÃO DO CRÉDITO. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO CAPUT COM O PARÁGRAFO 
ÚNICO E DEMAIS DISPOSITIVOS DO CTN. COERÊNCIA SISTÊMICA DA DISCIPLINA DA 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. IRRELEVÂNCIA DA DATA DO AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL 
PARA LIBERAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO ORIGINÁRIO. ART. 123 DO CTN. INOPONIBILIDADE À FAZENDA 
PÚBLICA DAS CONVENÇÕES PARTICULARES RELATIVAS À RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE 
TRIBUTOS. ATO NEGOCIAL PRIVADO. RES INTER ALIOS ACTA. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DAS 
CONVENÇÕES. SÚMULA 392/STJ. NÃO INCIDÊNCIA. AUSÊNCIA DE INTERESSE DA ALIENANTE NA 
DISCUSSÃO DE SITUAÇÃO PROCESSUAL DO TERCEIRO ADQUIRENTE. PEDIDO DE ANULAÇÃO DOACÓRDÃO. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO NA INSTÂNCIA ESPECIAL. (...) 4. 
O caput do art. 130 do CTN deve ser interpretado conjuntamente com o seu parágrafo único. Nenhuma 
dúvida de que a sub-rogação do parágrafo único não exclui a responsabilidade do proprietário anterior 
 
90 
à transferência imobiliária. Tal raciocínio há de ser aplicado na sub-rogação do caput, devendo a 
interpretação sistemática prevalecer sobre a isolada. 5. O parágrafo único do art. 130 do CTN ajuda não 
só a compreender o alcance e sentido da sub-rogação do caput, cujo efeito tem caráter meramente 
aditivo e integrador do terceiro adquirente sem liberação do devedor primitivo, como reforça o regime 
jurídico específico do instituto tributário em relação à disciplina estabelecida no Direito Civil. A sub-
rogação do Direito Civil é no crédito e advém do pagamento de um débito. A do Direito Tributário é no 
débito e decorrente do inadimplemento de obrigações anteriores, assemelhando-se a uma cessão de 
dívida, com todas as consequências decorrentes. Não há confundir a sub-rogação tributária com a sub-
rogação civil ante a diversidade de condições e, por conseguinte, de efeitos. 6. Importa assegurar que a 
sucessão no débito tributário seja neutra em relação ao credor fiscal, cuja mudança pura e simples de 
devedor pode se dar em detrimento da garantia geral do pagamento do tributo. O imóvel transferido 
não é o único bem a responder pela dívida fiscal dele advinda. Consoante prescreve o art. 184 do CTN, 
responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem 
ou natureza, do sujeito passivo, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis. Proteção parecida se encontra no art. 789 do CPC/2015, c/c o art. 10 da LEF. A subtração 
de uma quantidade negativa não equivale necessariamente à adição proporcional de uma positiva, pois 
o acervo patrimonial que potencialmente responde pela dívida pode ser diverso e por isso não passível 
de ser manietado por ato de vontade do devedor (...) 8. A correta interpretação do art. 130 do CTN, 
combinada com a característica não excludente do parágrafo único, permite concluir que o objetivo do 
texto legal não é desresponsabilizar o alienante, mas responsabilizar o adquirente na mesma obrigação 
do devedor original. Trata-se de responsabilidade solidária, reforçativa e cumulativa sobre a dívida, em 
que o sucessor no imóvel adquirido se coloca ao lado do devedor primitivo, sem a liberação ou 
desoneração deste. 9. A responsabilidade do art. 130 do CTN está inserida ao lado de outros dispositivos 
(arts. 129 a 133 do CTN), que veiculam distintas hipóteses de responsabilidade por sucessão, e localizada 
no mesmo capítulo do CTN que trata da responsabilidade tributária de terceiros (arts. 134 e 135) e da 
responsabilidade por infração (arts. 136 a 138). O que há em comum a todos os casos de 
responsabilidade tributária previstos no CTN é o fim a que ordinariamente se destinam, no sentido de 
propiciar maior praticidade e segurança ao crédito fiscal, em reforço à garantia de cumprimento da 
obrigação com a tônica de proteção do erário. O STJ tem entendido que os arts. 132 e 133 do CTN 
consagram responsabilidade tributária solidária, por sucessão, e o art. 135 ventila hipótese de 
responsabilidade de caráter solidário, por transferência. 10. Interpretação sistemática do art. 130 com os 
demais dispositivos que tratam da responsabilidade tributária no CTN corrobora a conclusão de que a 
sub-rogação ali prevista tem caráter solidário, aditivo, cumulativo, reforçativo e não excludente da 
responsabilidade do alienante, cabendo ao credor escolher o acervo patrimonial que melhor satisfaça o 
débito cobrado a partir dos vínculos distintos (...). 
Suspensão do crédito tributário 
 
91 
 STJ, AgRg no Ag 1300823/DF, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado 
em 24/05/2011, DJe 27/05/2011 
 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEPÓSITO 
JUDICIAL. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LEVANTAMENTO PELO 
CONTRIBUINTE. IMPOSSIBILIDADE. CONVERSÃO EM RENDA DA UNIÃO. 1. Caso em que a agravante 
insurge-se contra a decisão que conheceu do agravo de instrumento para prover o recurso especial. 2. 
A Primeira Seção, por ocasião do julgamento do EREsp 227.835/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 
consolidou o entendimento de que os depósitos judiciais realizados com o objetivo de suspender a 
exigibilidade do crédito tributário somente poderão ser levantados pelo contribuinte nos casos em que 
ele, na questão de mérito na qual se discute a exigibilidade das respectivas exações, se consagrar 
vencedor. Nessa esteira, concluiu-se que, nas hipóteses em que o processo vier a ser extinto sem 
julgamento de mérito, os depósitos judiciais deverão ser convertidos em renda da União. 3. Agravo 
regimental não provido. 
 
 STJ, REsp 1.156.668/DF, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 24/11/2010, DJe 
10/12/2010 (Tema Repetitivo 378) 
 
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. CAUÇÃO 
E EXPEDIÇÃO DA CPD-EN. POSSIBILIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
ART. 151 DO CTN. INEXISTÊNCIA DE EQUIPARAÇÃO DA FIANÇA BANCÁRIA AO DEPÓSITO DO 
MONTANTE INTEGRAL DO TRIBUTO DEVIDO PARA FINS DE SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. SÚMULA 
112/STJ. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DO CPC, NÃO CONFIGURADA. MULTA. ART. 538 DO CPC. EXCLUSÃO. 
1. A fiança bancária não é equiparável ao depósito integral do débito exequendo para fins de suspensão 
da exigibilidade do crédito tributário, ante a taxatividade do art. 151 do CTN e o teor do Enunciado 
Sumular n. 112 desta Corte, cujos precedentes são de clareza hialina (...) 2. O art. 151 do CTN dispõe 
que, in verbis: 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu 
montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V - a concessão 
de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 
104, de 10.1.2001) VI - o parcelamento." 3. Deveras, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
(que implica óbice à prática de quaisquer atos executivos) encontra-se taxativamente prevista no art. 151 
do CTN, sendo certo que a prestação de caução, mediante o oferecimento de fiança bancária, ainda que 
no montante integral do valor devido, não ostenta o efeito de suspender a exigibilidade do crédito 
tributário, mas apenas de garantir o débito exequendo, em equiparação ou antecipação à penhora, com 
 
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o escopo precípuo de viabilizar a expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa e a oposição 
de embargos (...) 4. Ad argumentandum tantum, peculiaridades do instituto da fiança demonstram, de 
forma inequívoca, a impossibilidade de sua equiparação ao depósito, tais como a alegação do benefício 
de ordem e a desoneração do encargo assumido mediante manifestação unilateral de vontade do fiador, 
nos termos dos arts. 827 e 835 do Código Civil, verbis: "Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento 
da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do 
devedor." "Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, 
sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a 
notificação do credor." 5. O contribuinte pode, após o vencimento da sua obrigação e antes da execução, 
garantir o juízo de forma antecipada, para o fim de obter certidão positiva com efeito de negativa. (...) 
12. Recurso especial parcialmente provido, apenas para afastar a multa imposta com base no art. 538, § 
único do CPC. Acórdão submetido ao regime do art. 543-Cdo CPC e da Resolução STJ 08/2008. 
 
 STJ, AgRg no REsp 1.504.009/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado 
em 19/03/2015, DJe 06/04/2015 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO CAUTELAR. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. OCORRÊNCIA. 1. A Fazenda Nacional interpôs Embargos 
de Declaração no qual alega omissão do julgado, pois a Ação Cautelar não foi ajuizada para suspender 
a exigibilidade do crédito tributário. 2. Já decidiu o STJ que, muito embora a penhora e a Medida Cautelar 
de caução possam ensejar a expedição da certidão positiva de débitos com efeitos de negativa (art. 206, 
do CTN), não são elas meio apto a suspender a exigibilidade do crédito tributário, pois não previstas no 
art. 151 do CTN. Precedentes: REsp. 1.307.961/ MT, Rel. Ministro Castro Meira, DJE 12.09.2012; AgRg no 
REsp 1.331.172/SC, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 22.10.2013, 
DJE 22.11.2013. 3. É cediço o entendimento de que a solução integral da controvérsia, com fundamento 
suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC e que o juiz não é obrigado a rebater todos os 
argumentos aduzidos pelas partes. Por outro lado, o juiz não pode deixar de conhecer de matéria 
relevante ao deslinde da questão, mormente quando sua decisão não é suficiente para refutar a tese 
aduzida, que, portanto, não abrange toda a controvérsia 4. No caso, os fundamentos asseverados pelo 
Tribunal a quo não são hábeis a afastar a argumentação tida como ignorada. Mesmo com os aclaratórios 
opostos para sanear a lacuna, a Corte de origem os rejeitou e deixou de se manifestar sobre o ponto 5. 
Agravo Regimental não provido. 
 STJ, AgInt no REsp 1.471.847/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado 
em 27/11/2018, DJe 07/12/2018 
 
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PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. SUSPENSÃO DA 
EXIGIBILIDADE NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUROS DE 
MORA. INCIDÊNCIA. 1. No período compreendido entre a concessão de medida liminar e a denegação 
da ordem incide correção monetária e juros de mora ou a Taxa SELIC, se for o caso. Afastada a imposição 
de multa de ofício (EREsp 839.962/MG, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Seção, julgado em 
27/02/2013, DJe 24/04/2013). 2. Agravo interno não provido. 
 STJ, REsp 1.739.641/RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em 
21/06/2018) (Info 629) 
As condições para a concessão de parcelamento tributário devem estrita observância ao princípio da 
legalidade, e não há autorização para que os atos infralegais tratem de condições não previstas na lei 
de regência do benefício. 
 
 
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MAPA MENTAL 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário. 11ª ed. rev., atual. e ampl. Salvador: Juspodivm, 2017. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 2: teoria geral das obrigações. 14 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2017. 
PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. 8ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 
2017. 
PAVANI, Vanessa Roda. A regra matriz de incidência tributária. Âmbito jurídico, 2011. Disponível em: 
<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/a-regra-matriz-de-incidencia-tributaria>. 
Acesso em 29 fev. 2020. 
POSSAS, Fernando Lima. Sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária. Jusbrasil, 2018. Disponível em: 
<https://fpossas.jusbrasil.com.br/artigos/519675093/sujeitos-ativo-e-passivo-da-obrigacao-tributaria>. 
Acesso em 29 fev. 2020. 
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 9ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
	DIREITO TRIBUTÁRIO
	Capítulo 3
	3. Relação Jurídico-Tributária e o Crédito Tributário
	3.1 Obrigação tributária
	3.1.1 Fato gerador
	3.1.2 Sujeitos da relação tributária
	3.1.2.1 Sujeito ativo
	3.
	3.1.1
	3.1.2
	3.1.2.1
	3.1.2.2 Sujeito passivo
	3.1.2.3 Solidariedade passiva
	3.1.2.4 Capacidade tributária
	3.1.2.5 Domicílio tributário
	3.2 Responsabilidade tributária
	3.2.1 Responsabilidade dos sucessores
	3.2.2 Responsabilidade de terceiros
	3.2.3. Responsabilidade por infrações
	3.2.2.1 Denúncia espontânea
	3.3 Crédito tributário
	3.3.1 Constituição do crédito tributário (lançamento)
	3.3.1.1 Lançamento de ofício/direto
	3.3.1.2 Lançamento por declaração/misto
	3.3.1.3 Lançamento por homologação/autolançamento
	3.3.2 Suspensão do crédito tributário
	3.3.3 Extinção do crédito tributário
	3.3.4 Exclusão do crédito tributário
	3.3.5 Garantias e privilégios do crédito tributário
	QUADRO SINÓTICO
	QUESTÕES COMENTADAS
	GABARITO
	QUESTÃO DESAFIO
	GABARITO QUESTÃO DESAFIO
	LEGISLAÇÃO COMPILADA
	JURISPRUDÊNCIA
	MAPA MENTAL
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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