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Prévia do material em texto

BRASÍLIA-DF. 
DEPENDÊNCIA QUÍMICA. 
CONCEITOS, CRITÉRIOS 
DIAGNÓSTICOS E NEUROBIOLOGIA
Elaboração
Ana Carolina Schmidt de Oliveira
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ..................................................................... 5
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA ............................................................................. 9
CAPÍTULO 1
TERMOS E CONCEITOS ........................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
MODELOS TEÓRICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA ................................................................. 14
CAPÍTULO 3
EPIDEMIOLOGIA ................................................................................................................... 17
UNIDADE II
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ................................................................................................................. 25
CAPÍTULO 4
MANUAIS DIAGNÓSTICOS E OUTROS INSTRUMENTOS .............................................................. 25
UNIDADE III
ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA ............................................................... 35
CAPÍTULO 5
O SISTEMA NERVOSO E O USO DE DROGAS ........................................................................... 35
PARA (NÃO) FINALIZAR ...................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 49
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à refl exão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específi cos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profi ssional que busca a formação continuada para 
vencer os desafi os que a evolução científi co-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de to rná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profi ssional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para refl exão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
fi nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fi m de que o aluno faça uma pausa e refl ita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifi que seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
refl exões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, fi lmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fi xação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fi xação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verifi car a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certifi cação.
Para não fi nalizar
Texto integrador, ao fi nal do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
A cada dia, as pesquisas sobre a dependência química vêm avançando no mundo inteiro. A grande 
questão é: quais são as melhores práticas diante de nossos clientes usuários de álcool e outras drogas? 
Nesta disciplina, você começará a “navegar” pela dependência química. Serão abordadas informações 
básicas para um melhor desempenho profi ssional: termos utilizados; conceitos fundamentais para 
a prática; epidemiologia do consumo de substâncias; diferenças entre uso, abuso e dependência 
de substâncias psicoativas; como realizar o rastreio a partir de instrumentos quantitativos; como 
estabelecer o diagnóstico a partir de manuais internacionais; e neurobiologia. Durante a apresentação 
dos conteúdos teóricos, estão inseridos “sinopses” de casos clínicos, que servem de ilustração para 
o que está sendo abordado.
De um modo geral, você irá encontrar conteúdos para um novo “olhar”, uma concepção diferenciada 
e profi ssional do fenômeno da dependência química.
Objetivos
 » Promover conhecimentos de termos e conceitos básicos para a atuação profi ssional 
frente à dependência química.
 » Compreender modelos teóricos que procuram explicar as causas da dependência 
química.
 » Capacitar para diagnóstico de abuso e dependência de substâncias psicoativas.
 » Analisar a prevalência do uso de álcool e drogas, e das consequências associadas a 
esse consumo, na população brasileira.
 » Compreender a ação das substâncias psicoativas no cérebro; como alteram o 
funcionamento normal cerebral e promovem a dependência.
9
UNIDADE I
APRESENTAÇÃO 
GERAL DA 
DEPENDÊNCIA 
QUÍMICA
CAPÍTULO 1
Termos e conceitos
No dia a dia do profi ssional que lida com pessoas usuárias de álcool e outras drogas 
são utilizados termos específi cos dessa área. Há aqueles mais presentes no senso 
comum e outros que são expressos mais no meio profi ssional. Quais termos 
específi cos dessa área você tem mais familiaridade? Como você defi niria a 
dependência química? 
Saber como se expressar de acordo com seu interlocutor é essencial. Abordar um 
paciente desmotivado com “palavras complicadas” pode difi cultar ainda mais o 
trabalho. Por outro lado, usar palavras do senso comum em uma discussão de caso 
clínico em uma equipe multiprofi ssional pode não ser bem visto, ou ainda causar 
interpretações equivocadas.
Além de diferenciar termos do senso comum dos técnicos, alguns deles serão aprofundados em seus 
conceitos, pois são essenciais nadependência química.
Terminologias 
O mundo da dependência química possui muitos “dialetos”. O tráfi co tem palavras próprias; os 
colegas de bar falam diferente do que falam em casa. Na busca pela recuperação do uso de drogas, 
muitas metáforas são utilizadas e repetidas. Alguns termos são comuns em certos ambientes, como 
os grupos de mútua ajuda. Ainda há termos do senso comum, carregados muitas vezes de uma visão 
pejorativa, moralista.
No trabalho com a dependência química devemos utilizar o termo mais adequado ao meio em que 
estamos. 
10
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Seguem alguns termos que merecem destaque:
Quadro 1. Termos utilizados no trabalho com a Dependência Química
TERMO TERMO técnico CONSIDERAÇÕES
Adicção Dependência
Termo “importado” do inglês “addiction”. No Brasil não é muito utilizado no meio acadêmico 
e da saúde, sendo mais empregado entre pessoas que frequentam grupos de mútua ajuda 
como Alcoólicos Anônimos.
Adicto Dependente Assim como adicção, é um termo mais utilizado entre membros de grupos de mútua ajuda.
Limpo/ Ativa
Abstinente/ fazendo consumo de 
substâncias psicoativas
Termos também mais utilizados pelos membros de grupos de mútua ajuda. Estar “limpo” 
quer dizer no senso comum “sóbrio”, ou seja, a pessoa não está fazendo o consumo de 
drogas. 
Alcoolista/ alcoólatra Dependente de álcool Estes termos são mais utilizados pelo senso comum, por terem caído em desuso. 
Bêbado/ drogado / 
viciado
Dependente de álcool/ 
Dependente químico
Termos carregados de moralismos, utilizados no senso comum. No caso de quando se diz 
“Ele está bêbado”, o adequado seria “ele está intoxicado pelo álcool”.
Fonte: Oliveira, 2012.2 – Conceitos
Alguns termos técnicos da dependência química precisam ser mais aprofundados, pois apesar de 
muitas vezes serem “intuitivos” é muito importante conhecer seus signifi cados para utilizarmos de 
maneira adequada. Frequentemente, precisamos explicar estes conceitos aos pacientes, familiares, 
outros profi ssionais de saúde, entre outras pessoas, e sem o conhecimento prévio pode-se sentir 
difi culdade.
Ainda, como reconhecer algo se não conhecemos? Como sabemos se um evento é um “fator de 
proteção” se eu não sei o que é isto?
A seguir, os principais conceitos:
Dependência Química (DQ)
Para a Décima Revisão da Classifi cação Internacional de Doenças, a Síndrome de dependência 
química é considerada:
“Um conjunto de fenômenos fi siológicos, comportamentais e cognitivos, no qual 
o uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma prioridade 
muito maior para um determinado indivíduo que outros comportamentos que 
antes tinham maior valor. Uma característica descritiva central da síndrome 
de dependência é o desejo (frequentemente forte, algumas vezes irresistível) de 
consumir drogas psicoativas (as quais podem ou não terem sido medicamente 
prescritas), álcool ou tabaco. Pode haver evidência que o retorno ao uso da 
substância após um período de abstinência leva a um reaparecimento mais 
11
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE I
rápido de outros aspectos da síndrome do que o que ocorre com indivíduos não 
dependentes.” (CID 10)
Podemos resumir que a dependência química é um padrão mal adaptativo do consumo de 
substâncias psicoativas (DSM IV), uma relação alterada entre o usuário e seu modo de consumo. “A 
pessoa passa a precisar da droga para “funcionar” normalmente.” (ADAM, 2010)
Os critérios diagnósticos para a dependência química serão apresentados no Capítulo 4 desta 
disciplina.
Substâncias Psicoativas (SPA)
As Substâncias Psicoativas (SPA) são aquelas que agem em processos mentais, como o humor, 
consciência, pensamento e comportamento do indivíduo. (BERTOLOTE, 2010)
As SPA são classifi cadas entre depressoras, estimulantes e perturbadoras do sistema nervoso 
central, como será abordado na Unidade IV desta disciplina.
Síndrome de abstinência 
É a presença de sintomas físicos e psicológicos quando ocorre a interrupção ou a diminuição do 
consumo da substância psicoativa que, em geral, vinha sendo utilizada em um longo período, em 
altas doses e frequentemente. (OMS, 2004; BERTOLOTE, 2010)
Alguns pacientes podem experimentar sintomas leves, porém existem aqueles que podem 
desenvolver sintomas e complicações mais graves. (LARANJEIRA, RONALDO E COL., 2000)
Uma série de fatores biopsicossociais infl uenciam o aparecimento e a evolução da síndrome 
de abstinência, como: a vulnerabilidade genética, o gênero, o padrão de consumo da SPA, as 
características individuais biológicas e psicológicas e os fatores socioculturais. (LARANJEIRA, 
RONALDO E COL., 2000) 
Cada SPA produz uma Síndrome de Abstinência específi ca, apesar de haver entre eles, muitos 
sintomas em comum. Você irá aprender na próxima disciplina as características da Síndrome de 
Abstinência de cada tipo de SPA.
SINOPSE
José percebe que toda noite, após ter passado a tarde bebendo, tem suado em excesso, e durante a manhã suas mãos tremem muito, sendo 
muito incômodo. Junto a isso, sente-se muito ansioso e irritado, não querendo “ver ninguém na frente”. Logo às 8h da manhã, vai ao bar e bebe 
sua primeira dose de pinga, e percebe que todas essas sensações ruins “desaparecem”. 
Fissura 
A fi ssura, ou craving, corresponde a vontade muito intensa de usar a substância psicoativa. É um 
desejo que parece incontrolável, e causa grande sofrimento no indivíduo (BERTOLOTE, 2010). A 
12
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
fi ssura pode ser compreendida como uma “onda do mar” que aparece, cresce, mas se aguardarmos, 
ela diminuirá e irá embora. 
Tolerância
A tolerância é a necessidade de consumir quantidades maiores da substância para ter os mesmos 
resultados esperados dos que obtinha anteriormente com doses menores (BERTOLOTE, 2010; 
OMS, 2004). A tolerância pode ser evidenciada em uma fala como a de Joana:
SINOPSE
“No começo eu bebia ‘socialmente’, apenas uma cervejinha com as minhas amigas da faculdade. Tomava dois copos e já ficava ‘alegre’. Era muito 
bom, me divertia demais. Comecei a sair todo final de semana. Então, comecei a beber bem mais, e passei a beber também caipirinha. Minhas 
amigas brincavam que eu bebia igual “homem”. Na verdade, eu percebia que era diferente, que pra mim não tinha limites. Essa fase de bebedeiras 
passou para minhas amigas, mas para mim não, hoje em dia, eu não consigo passar sem pelo menos meia garrafa de pinga por dia.”
Recaída
A recaída pode ser defi nida como o retorno ao consumo de determinada substância psicoativa nos 
mesmos padrões anteriores a um período de abstinência. (BEROLOTE, 2010)
Este é um termo que será mais amplamente trabalhado no Módulo que irá abordar a “Prevenção da 
Recaída”.
Fatores de risco e proteção
Os fatores de risco e os de proteção devem ser investigados individualmente. Apesar de existirem 
fatores que são comuns a todos, muitas vezes, ocorre de um fator representar risco para uma 
pessoa e não representar para outra. Por exemplo, para Maria ir às festas com bebidas, pode ser 
um grande fator de risco para recaídas, pois ela fi ca ansiosa, frustrada e com fi ssura; já para Ana 
ir às festas não é um problema, pois sempre escolhe uma amiga de confi ança para ir junto e sente-
se bem e segura.
Fator de risco
São aqueles fatores que aumentam a probabilidade de o indivíduo permanecer no uso, ou de ter uma 
recaída (MARQUES, 2006). Alguns exemplos comuns são: amigos de bar, cônjuge que também 
usa a substância, frustrações, transtornos psiquiátricos não tratados, dinheiro “sobrando”, festas, 
ociosidade etc.
SINOPSE
“Eu estava muito bem, já com três semanas sem beber. Aí passei um dia na frente do bar e meus amigos me chamaram. Fiquei sem graça de não 
cumprimentar, e acabei entrando. O problema é que eu acabei ficando.”
13
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE I
Fatores Predisponentes 
São aqueles fatores que anteriormente ao início de uso de álcool ou drogasjá colocavam o indivíduo 
em risco para desenvolver a dependência. Exemplos comuns são: violência doméstica, presença 
de dependentes químicos na família, pais usuários de drogas, envolvimento com a criminalidade, 
envolvimento com o tráfi co, transtornos psiquiátricos como depressão, ansiedade, transtorno 
afetivo bipolar, esquizofrenia, transtorno de défi cit de atenção e hiperatividade, uso de drogas pela 
mãe na gestação, abandono escolar etc.
SINOPSE
“Desde pequena, vi meu pai beber. No começo achava aquilo muito ruim, porque ele ficava longe da família e quando estava perto era muito 
agressivo. Quando ele bebia, era briga ‘na certa’ em casa. Não aguentava aquele clima, ficava com muita raiva do meu pai. Ao mesmo tempo, tinha 
muita curiosidade, e quando comecei a ficar mais velho, comecei a pegar a bebida que meu pai guardava em casa, para experimentar. Aí, comecei a 
beber também.”
Fatores de proteção
São fatores que podem auxiliar o indivíduo a atingir a abstinência e também fatores que auxiliam 
no impedimento de recaídas. Além disso, são fatores que podem prevenir o uso de drogas por 
um indivíduo, que diminuem a probabilidade desse consumo de substâncias durante a vida. 
(MARQUES; RIBEIRO, 2006). Alguns exemplos: espiritualidade, convívio familiar harmonioso, 
regras familiares, tratamentos, grupos de ajuda mútua, rotina equilibrada etc. 
SINOPSE
“Estou muito feliz, pois hoje faz um mês que não uso! Tenho cumprido o que combinamos aqui na terapia, tenho ido à igreja e ao NA. Às vezes, fico 
meio chateado por não poder andar com dinheiro e ter que pedir para minha esposa, mas entendo que por enquanto é necessário.”
Elabore um quadro de exemplos de fatores de risco e de fatores de proteção.
Acesse o Guia prático sobre uso, abuso e dependência de substâncias psicotrópicas 
para educadores e profi ssionais da saúde no link: < http://ww2.prefeitura.sp.gov.
br/arquivos/secretarias/participacao_parceria/comuda/publicacoes/guia_
pratico_sobre_uso_e_dependencia_de_droga.pdf> e amplie seu conteúdo.
Glossário de álcool e drogas. 
Link: <http://www.brasil.gov.br/enfrentandoocrack/publicacoes/material-
informativo/serie-por-dentro-do-assunto/glossario-de-alcool-e-drogas/view>.
14
CAPÍTULO 2
Modelos teóricos da dependência 
química
Se perguntassem a você: “O que leva uma pessoa a usar drogas?” ou “Por que uma 
pessoa se torna dependente de álcool ou drogas?” O que você responderia?
É comum ouvir a pergunta: “Por que alguém se torna dependente químico”? Se 
perguntarmos aos nossos pacientes, podemos ouvir diversos tipos de explicações: 
“Porque sofri um trauma na infância”; “Porque vim de um lar desestruturado”; 
“Porque sofria violência doméstica”; “Porque meu pai usava também”; “Porque não 
sabia lidar com frustrações”; “Porque era deprimido”; “Não sei”; e assim por diante. 
Percebe-se que as explicações sempre revelam um fator biológico, psicológico, 
social ou afetivo-familiar. No meio acadêmico e profi ssional, muitas são as teorias 
que tentam explicar as causas do fenômeno da dependência. O que se tem 
observado é que muitas delas, não conseguem explicar a dependência em toda sua 
complexidade.
A seguir, serão listados os principais modelos:
Modelo moral
O Modelo Moral coloca grande ênfase na escolha pessoal como um fator causal para a dependência 
de SPA. (PERROENOUD; RIBEIRO, 2011)
Assim, o usuário de SPA é considerado responsável pelo início, desenvolvimento do problema, pelas 
soluções e acredita-se que necessitam apenas de força de vontade para parar de usar.
As pessoas são induzidas à culpa pelo desenvolvimento do problema e também a pensar que, 
de alguma forma, lhes faltam força de vontade e “fi bra moral”, por não conseguirem mudar seu 
comportamento de uso (PILLON; LUIS, 2004).
Modelo de doença
Neste caso, a dependência seria um transtorno primário e independente de outras doenças. A causa 
está relacionada à hereditariedade da suscetibilidade do organismo do indivíduo aos efeitos das 
SPA. Um exemplo de pessoas que seguem o modelo de doença ao explicar a dependência química 
seria o de que a dependência é considerada uma doença como a hipertensão ou a diabetes. (FIGLIE 
et al., 2010)
15
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE I
O comportamento do uso da substância é visto como progressivo, incurável e o indivíduo dependente 
é visto como doente.
Neste modelo, o tratamento deve fi car na recuperação da dependência da SPA, sendo a abstinência 
total, objetivo a ser alcançado. Muito comum verifi car esta concepção entre membros de grupos de 
mútua ajuda, como Alcoólicos Anônimos. (PILLON; LUIS, 2004)
Certamente, os modelos biológicos trouxeram avanços em pesquisas na área da genética (estudo com 
gêmeos e adoção) e neurobiologia (estudo da ação da SPA no cérebro) relacionada a dependência 
(PERROENOUD; RIBEIRO, 2011).
A neurobiologia da dependência química será abordada no último Capítulo desta Disciplina.
Modelos psicológicos
Psicanalítico 
Entende a dependência química como um desenvolvimento inadequado da personalidade, ligado em 
geral, às experiências que a pessoa teve na infância. Nos estágios de desenvolvimento, a criança vive 
fracassos em superar desafi os de cada estágio, sendo mais difícil seguir para estágios seguintes. O uso 
de SPA viria como um alívio de frustrações geradas neste processo. (PERROENOUD; RIBEIRO, 2011)
Comportamental
Para este modelo, os comportamentos são aprendidos, e, portanto, podem ser modifi cados também 
pelo processo de aprendizagem. Em uma visão comportamental, o aprendizado pode ser estabelecido 
a partir (FIGLIE et al., 2010):
 » do Condicionamento clássico: situações do ambiente tornam-se estímulos 
condicionados que geram respostas. Por exemplo, a fi ssura: a visualização do copo 
de cerveja dá vontade intensa de beber.
 » do Condicionamento operante: os comportamentos são determinados pelos 
reforços positivos ou negativos, que resultam do comportamento. Um exemplo 
de reforço positivo seria a sensação de prazer e euforia gerados pela SPA; e um 
exemplo de reforço negativo seria a o alívio da ansiedade e irritabilidade, ou mesmo 
de sintomas de síndrome de abstinência.
 » da Modelagem: desenvolvimento de comportamentos a partir da observação do 
comportamento de outras pessoas. Um exemplo seria o fato de a criança imitar o 
pai fumando.
16
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Cognitivo-comportamental
Para este modelo, os comportamentos são aprendidos, e, portanto, podem ser modifi cados também 
pelo processo de aprendizagem. (FIGLIE et al., 2010)
Neste modelo, diferente da teoria comportamental, os comportamentos são infl uenciados pelos 
pensamentos e emoções. Assim, a pessoa poderia substituir seu comportamento mal adaptativo 
por um mais apropriado, por meio de correções de pensamentos e crenças disfuncionais. No uso de 
drogas, os estímulos interagem com as crenças disfuncionais da pessoa em relação a si e em relação à 
SPA, o que levaria a fi ssura e a busca pela SPA. (FIGLIE et al, 2010; PERROENOUD; RIBEIRO, 2011)
Modelo familiar
Modelos familiares, sejam de doença, sejam sistêmicos ou comportamentais, contribuíram para 
o conceito de equilíbrio, regras e metas que governam os relacionamentos familiares, e como elas 
infl uenciam o uso de SPA. (FIGLIE et al., 2010)
Modelo biopsicossocial 
Este tenta integrar as contribuições de todos os modelos em uma única teoria. Apenas um 
componente não é sufi ciente para explicar a dependência química em uma pessoa. Por exemplo, ter 
um pai dependente de substâncias não é sufi ciente para explicar a razão de uma pessoa se tornar 
dependente. Ou seja, a dependência é um fenômeno complexo e fatores biológicos (hereditariedade, 
metabolização da SPA pelo organismo, toxidade da SPA etc.), psicológicos (resiliência, controle 
emocional, depressão, etc.), sociais (disponibilidade da SPA, mídia, família, colegas, etc.) e ainda 
espirituais (fé, esperança, amor pela vida, etc.) interagem e desempenham papéis importantesna 
causa, no curso e nos resultados do caso. (FIGLIE et al., 2010)
Faça um resumo dos Modelos Teóricos e os comente criticamente.
17
CAPÍTULO 3
Epidemiologia
A partir do que você observa em seu trabalho, em seu bairro, nos seus lugares de 
convívio, você acha que a maioria ou a minoria dos brasileiros ingere bebida alcoólica 
ou faz uso de algum tipo de entorpecentes? Quais são as drogas mais utilizadas? Há 
muita diferença entre o número de pessoas que fazem o uso de drogas lícitas e 
ilícitas? E como é a estatística do uso entre as crianças e os adolescentes? 
Dados epidemiológicos são importantes fontes da realidade do consumo e das 
consequências de álcool e drogas nos países, estados e regiões. Saber quais são as 
drogas mais utilizadas e como elas afetam a sociedade é importante para a 
elaboração de políticas públicas adequadas ao perfi l da população. Por exemplo, 
saber qual é a prevalência de consumo das drogas lícitas entre os adolescentes pode 
sinalizar a necessidade de rever os pontos de venda de álcool e drogas próximos à 
escola. Ou então, “O que é mais urgente: prevenir o consumo de maconha ou de 
álcool entre adultos?”. É a partir de dados de levantamentos que se pode embasar e 
justifi car projetos de intervenção em todos os níveis. 
Levantamentos populacionais 
A Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), órgão do governo federal responsável pelas ações de 
articulação da Política Nacional sobre Drogas vem ao longo dos anos promovendo a realização de 
estudos e pesquisas sobre o uso de drogas, seja na população em geral ou em grupos específi cos. 
Os dados obtidos são disponibilizados à sociedade para que possa ampliar a compreensão do tema 
e aos gestores públicos como suporte na formulação e na implementação de ações e de políticas 
específi cas (CARLINI et al., 2005). 
No site do CEBRID você encontra links para download dos principais levantamentos 
populacionais para verifi cação do uso de álcool e drogas na população brasileira; 
entre crianças e adolescentes; entre crianças e adolescentes em situação de rua; 
entre indígenas. 
II Levantamento Domiciliar 
A partir do II Levantamento Domiciliar (CARLINI et al. 2005) sobre o uso de drogas psicotrópicas 
no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país (2005) contatou-se que:
 » 22,8% dos 7.939 entrevistados, haviam feito uso na vida, de qualquer droga (exceto 
Tabaco e Álcool); 10,3% haviam feito uso no ano; e 4,5% uso no mês.
 » Em relação ao uso na vida, uso no ano e uso no mês das drogas mais usadas: 
18
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Quadro 2. Consumo SPA população geral (Destaques da Professora).
SPA uso na vida % uso no ano % uso no mês %
MACONHA 8,8 2,6 1,9
SOLVENTES 6,1 1,2 0,4
BENZODIAZEPÍNICOS 5,6 2,1 1,3
OREXÍGENOS 4,1 3,8 0,1
ESTIMULANTES (ANOREXÍGENOS) 3,2 0,7 0,3
COCAÍNA 2,9 0,7 0,4
XAROPES (codeína) 1,9 0,4 0,2
OPIÁCEOS 1,3 0,5 0,3
ALUCINÓGENOS 1,1 0,3 0,2
ESTERÓIDES 0,9 0,2 0,1
CRACK 0,7 0,1 0,1
BARBITÚRICOS 0,7 0,2 0,1
ANTICOLINÉRGICOS 0,5 0 0
MERLA 0,2 0 0
HEROÍNA 0,1 0 0
ÁLCOOL 74,6 49,8 38,3
TABACO 44,0 19,2 18,4
Fonte: II Levantamento Domiciliar
Pode-se observar no Quadro 2, que o uso na vida, no ano e no mês de substâncias lícitas é 
signifi cativamente maior do que o uso de substâncias ilícitas. A SPA ilícita mais utilizada é a 
maconha.
 » Em relação à dependência de drogas:
Quadro 3. Dependência na População
SPA Dependência %
ÁLCOOL 12,3
TABACO 10,1
MACONHA 1,2
BENZODIAZEPÍNICOS 0,5
SOLVENTES 0,2
ESTIMULANTES 0,2
Fonte: II Levantamento Domiciliar
Pode-se analisar, por meio do Quadro 3 que a prevalência de dependência de álcool e tabaco, 
substâncias lícitas também é muito maior do que a de SPA ilícitas. Aqui a maconha também merece 
destaque, por ser a SPA com maior número de usuários dependentes.
19
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE I
 » O estudo ainda revelou que: 
Drogas Injetáveis
 › Não houve relato do consumo de drogas injetáveis no Brasil. Este dado deve ser 
analisado cuidadosamente, pois apesar de não haver relato, não signifi ca que 
não exista. 
Tráfi co
 › Entre os 12 e 17 anos, já existem relatos de uso de SPA, assim como facilidade de 
acesso às mesmas. 7,8% das jovens relataram terem sido abordadas por pessoas 
querendo vender- lhes droga.
 » As porcentagens de entrevistados que relatam ter presenciado pessoas vendendo 
drogas variam de 15% a 25%.
 » 18,3% dos participantes viram pessoas procurando por drogas e por trafi cantes.
 » Em relação à procura por drogas, nos 30 dias que antecederam à pesquisa:
 › Na idade de 12 a 17 anos, 1,7% dos entrevistados; 
 › O maior número de compradores (5,9%) está na faixa etária de 18 a 24 anos, 
decrescendo para 0,5% com os entrevistados acima de 35;
 › Acima dos 18 anos a procura por drogas é muito mais presente no sexo masculino.
Tratamento
 › 2,9% dos entrevistados já passaram por tratamento para abuso de drogas, sendo 
três vezes maior entre os homens (6,2% estavam na faixa etária acima de 35 anos).
Violência
 › Os acidentes de trânsito envolvendo motoristas sob efeito de Álcool e outras 
drogas aparecem em maior porcentagem para o sexo masculino.
 › Estar sob efeito de Álcool e outras drogas durante o trabalho trouxe complicações 
para 1,2% dos entrevistados (maioria do sexo masculino e de 25 a 34 anos).
 › Pessoas que já feriu alguém quando estava sob efeito de alguma SPA atingiu 
0,7% no total e o sexo masculino mostrou as maiores porcentagens nas faixas 
etárias a partir dos 18 anos.
20
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
 › Cerca de 3,0% da população entrevistada já se feriram quando estavam sob 
efeito de alguma SPA. 
 › Os homens praticaram cerca de quatro vezes mais agressões relacionadas ao uso 
de drogas que as mulheres.
 › 6,3% do total de pessoas já discutiram quando estavam sob efeito de alguma 
SPA, predominando para o sexo masculino. 
Acesse o II Levantamento Domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil 
e faça uma discussão sobre os principais dados encontrados sobre a sua região 
(estado), comparando-os com os dados brasileiros (país).
Consumo de drogas entre estudantes dos Ensinos 
Fundamental e Médio 
Acesse o VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre 
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino 
nas 27 Capitais Brasileiras de 2010 e veja as comparações entre os estudantes do 
Brasil e do exterior em relação ao comportamento de consumo de SPA.
Antes deste VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes 
do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras 
de 2010, realizado pelo SENAD e CEBRID, foram realizados outros quatro levantamentos nos anos 
de 1987, 1989,1993, 1997 e 2005. 
No Quadro a seguir, você tem as principais características da amostra deste estudo:
Quadro 4. Amostra
características
 Amostra 50.890 estudantes
Rede pública 31.280
Rede particular 19.610
Gênero Feminino 51,2%
Gênero Masculino 47,1%
Faixa Etária Predominante 13 a 15 anos (42,1%)
Predomínio de estudantes sem defasagem série/idade (80,4%)
Classe Social Rede pública Predominante C (34,2%)
Classe Social Rede Particular Predominante B (42,4%)
Fonte: Adaptado do VI Levantamento.
21
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE I
 » O estudo revelou que em 2010:
Quadro 5. Uso de SPA entre estudantes (Destaques da Professora).
SPA uso na vida % uso no ano % USO NO MÊS % Frequente pesado
ÁLCOOL 60,5 42,4% 21,1 2,7 1,6
TABACO 16,9 9,6% 5,5 0,7 1,5
SOLVENTES/INALANTES 8,7 5,2 2,2 0,2 0,3
MACONHA 5,7 3,7 2,0 0,3 0,4
ANSIOLÍTICOS 5,3 2,6 1,3 0,1 0,1
COCAÍNA 2,5 1,8 1,0 0,2 0,2
ANFETAMÍNICOS 2,2 1,7 0,9 0,1 0,3
CRACK 0,6 0.4 0,3 0,0 0,1
ANTICOLINÉRGICOS 0,5 0,4 0,2 0,0 0,0
ENERGÉTICO COM ÁLCOOL 15,4 - - - -
ESTEROIDES/ ANABOLIZANTES 1,4 - - - -
ÊXTASE 1,3 - - - -
LSD 1,0 - - - -
ANALGÉSICOS OPIÁCEOS0,6 - - - -
ÓPIO/ HEROÍNA 0,3 - - - -
BENFLOGIN ® 0,4 - - - -
METANFETAMINA 0,3 - - - -
KETAMINA 0,2 - - - -
QUALQUER DROGA (MENOS ÁLCOOL E TABACO) 25,5 10,6 5,5 0,8 1,1
Fonte: Adaptado do VI Levantamento.
Percebe-se assim, que o álcool e o tabaco são as drogas de predominância de uso na vida, seguidas 
pelos inalantes. Merece destaque ainda, a alta prevalência da mistura de álcool e energéticos. O 
crack não é uma droga de destaque entre estudantes. 
 » Aspectos de comparação entre escolas públicas e privadas do VI Levantamento:
 › A porcentagem de estudantes com relato de uso no ano de qualquer droga (exceto 
álcool e tabaco) foi de 9,9% para a rede pública e 13,6% na rede particular. 
 › Estudantes de escolas particulares apresentam prevalência de uso de drogas para 
os padrões de uso na vida e ano, porém os de escola pública mostram maiores 
índices de uso pesado. 
 » Relação entre uso de drogas e gênero:
 › O gênero masculino usa mais drogas como cocaína, solventes, maconha e 
22
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
esteroides; e o feminino, medicamentos, como os anfetamínicos (anorexígenos 
– moderadores de apetite), os ansiolíticos (tranquilizantes) e analgésicos. 
 › Pela primeira vez em um levantamento entre estudantes, o uso na vida de tabaco 
foi maior no gênero feminino, apesar de não haver signifi cância estatística. 
 › O uso de álcool foi predominante nas meninas em comparação com o gênero 
masculino (já observado em 2004). 
 » Relação entre uso de drogas e faixas etárias:
 › Outro dado que é importante analisar refere-se à disseminação do uso na vida e 
no ano de drogas em geral. 
Quadro 6. Uso e faixas etárias
faixa etária uso na vida % USO NO ANO %
10-12 10,4 5,4
13-15 22,5 9,6
16-18 42,8 17,0
Fonte: Adaptado do VI Levantamento. 
 » Idade do primeiro uso de drogas:
 › Cerca de 5,0% devem ter iniciado a experimentação de droga antes dos 10 anos. 
 » Uso não médico de drogas lícitas. 
Quadro 7. Drogas lícitas e ilícitas
SPA uso na vida %
Ilícitas (maconha, cocaína, crack, ópio, LSD, êxtase, ketamina e 
metanfetamina).
12,2
Lícitas (anfetamínicos, ansiolíticos, inalantes, anticolinérgicos, 
Benflogin®, analgésicos, analgésicos opiáceos, anabolizantes e 
energéticos com álcool).
34,7%
Fonte: Adaptado do VI Levantamento.
 › O uso dos benzodiazepínicos e dos anoréticos anfetamínicos está presente 
predominantemente entre estudantes do gênero feminino. 
 › O estudo coloca que é provável que as estudantes consigam esses medicamentos 
por meio das “farmácias” dos lares e cessão por amigos, o que indica que há um 
acesso relativamente fácil a essas drogas e que o uso pelas estudantes pode estar 
23
APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE I
relacionado com o “exemplo de dentro de casa” (adultos tomando medicamentos 
para fi carem “calmos” ou perder peso). 
 » Comparando o uso de drogas (não incluindo álcool e tabaco) pelos Estudantes 
Brasileiros nos anos de 2004 e 2010.
 › Entre 2004 e 2010, o uso no ano revelou diminuição de maneira estatisticamente 
signifi cante da porcentagem de alunos relacionado à redução no uso.
Quadro 8. Comparação 2004 e 2010
SPA uso no ano 2004 % uso no ano 2010%*
ÁLCOOL 63,3 41,1
TABACO 15,7 9,8
SOLVENTES/INALANTES 14,1 4,9
MACONHA 4,6 3,7
ANSIOLÍTICOS 3,8 2,1
COCAÍNA 1,7 1,9
ANFETAMÍNICOS 3,2 1,6
CRACK 0,7 0.4
Total uso no ano (MENOS ÁLCOOL E TABACO) 19,6 9,9
*indica significância estatística com p ≤ 0,05; Teste de Qui-quadrado.
Fonte: Adaptado do VI Levantamento.
Apesar da diminuição geral, pode-se observar que o consumo de cocaína aumentou de 2004 a 2010.
Houve acentuada queda no número de alunos relatando uso no ano de 2010 de drogas, exceto álcool 
e tabaco: 
Quadro 9. Comparação faixa etária 2004 a 2010
faixa etária
uso no ano 2004 
%
USO NO ANO 
2010 %
10-12 anos 10,2% 4,6%
13-15 anos 30,3% 8,4%
16-18 anos 26,6 % 15,7%
+ 18 anos 29,2% 15,2%
Fonte: Adaptado do VI Levantamento.
Acesse o VI Levantamento e destaque em um pequeno texto como é o padrão de 
uso entre os estudantes de sua região.
24
UNIDADE I │APRESENTAÇÃO GERAL DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Consumo de drogas entre crianças e adolescentes 
em situação de rua 
O CEBRID (NOTO, A. R., 2004) realizou cinco levantamentos sobre o uso de drogas entre crianças 
e adolescentes em situação de rua. O primeiro levantamento foi realizado há quase vinte anos 1987, 
o segundo levantamento 1989, o terceiro 1993, o quarto 1997 e o quinto em 2003. O signifi cativo 
consumo de drogas foi observado em todos os anos e em todas as capitais avaliadas. A realização 
sistemática desses levantamentos tem permitido avaliar as mudanças ocorridas ao longo dos anos, 
fornecendo subsídios para o desenvolvimento de programas preventivos mais realistas.
Em relação ao uso no ano e uso no mês de cada SPA entre 2.807 crianças e adolescentes em situação 
de rua entrevistados nas 27 capitais brasileiras; e frequência do uso de SPA no mês que antecedeu 
a pesquisa, os resultados foram:
Quadro 10. Uso SPA entre jovens em Situação de Rua
Frequência
SPA uso no ano %
USO NO 
MÊS %
quase todos os dias* alguns dias** poucos dias***
ÁLCOOL 62,4% 43,0% 3,0% 19,0% 21,0%
TABACO 52,5% 44,5% 29,5% 8,4% 6,6%
SOLVENTES/INALANTES 36,8% 28,7% 16,3% 7,1% 5,3%
MACONHA 32,1% 25,4% 11,2% 8,3% 6,0%
COCAÍNA E DERIVADOS 18,5% 12,6% 2,4% 4,4% 5,8%
MEDICAMENTOS (Rohypnol®, 
Artane®,Benflogin®)
7,4% 5,0% 1,0%, 2,0%, 2,6%
CHÁ 2,8% 1,3% 0,2% 0,4% 0,7%
OUTRAS 3,2% 1,4% 0,2%, 0,7%, 0,4%
* “Quase todos os dias” (20 ou mais dias)
** “Alguns dias” (4 a 19 dias)
*** “Poucos dias” (1 a 3 dias)
Fonte: Levantamento do Consumo de Drogas entre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua.
A partir do Quadro 10, pode-se verifi car que é alta a prevalência do consumo de SPA entre jovens em 
situação de rua, tanto de SPA lícitas como ilícitas. Ainda assim, os dados do tabaco e do álcool são 
considerados alarmantes, assim como nos levantamentos de outras populações.
Expectativa de vida mais citadas; Comportamentos de risco associados ao uso de 
drogas psicotrópicas; Formas de aquisição das drogas psicotrópicas 
<http://200.144.91.102/cebridweb/download.aspx?cd=48>
25
UNIDADE IICRITÉRIOS 
DIAGNÓSTICOS
CAPÍTULO 4
Manuais diagnósticos e outros 
instrumentos
Quando você se depara com uma pessoa que faz uso de álcool ou outras drogas, 
como você sabe se ele é dependente, ou se ele apenas faz um uso ou um abuso 
dessa substância?
Certamente, qualquer profi ssional da Saúde irá se deparar em sua prática diária com 
um paciente que relata fazer consumo de álcool, tabaco ou outras drogas. 
Infelizmente, o que se observa é que este dado, muitas vezes, é negligenciado e o 
paciente é dispensado do atendimento sem qualquer avaliação desse 
comportamento de consumo. Ainda que se verifi que um consumo problemático, o 
paciente em geral sai sem nenhuma conduta defi nida a respeito de sua situação.
Muitas vezes, a avaliação sobre o consumo de substâncias não é realizada pela falta de 
informações de como deve ser aplicado esse procedimento. Faltam conhecimentos 
e/ou ferramentas para que o profi ssional possa se amparar a um diagnóstico. 
Uso, abuso e dependência
Como se pode observar, pelas pesquisas epidemiológicas, nem todo indivíduo que bebe ou usa 
drogas é dependente. Mas, como saber se uma pessoa já está ou não dependente de SPA?
De forma didática, o esquema abaixo representa as formas de consumo de álcool e outras drogas de 
acordo com as consequências deste consumo:
26
UNIDADE II │ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Figura 1: Uso, abuso, dependência
 
Fonte: NEAD
O Uso de substâncias, representado pelo quadrante A, é aquele em que o indivíduo apenas fez 
um uso experimental de uma SPA, ou faz um uso considerado “social”, tendo pouca ou nenhuma 
consequência a partir desse consumo. Apesar de comumente não ser um consumo problemático, 
deve-se ter em mente que, mesmo com pequenas doses, e mesmo com pessoas não dependentes, as 
SPAs podemcausar prejuízos, por exemplo, acidentes. Vale lembrar também que ninguém “nasce” 
dependente, sendo que uma pessoa que faz apenas o uso de uma SPA, caso persista neste uso, 
poderá evoluir para o abuso, ou mesmo dependência. 
No Abuso de SPA, representado pelo quadrante B, a pessoa faz um uso maior da SPA, já tendo 
algum tipo de consequência decorrente desse consumo. Ainda assim, não atende aos critérios para 
dependência. O abuso de SPA é descrito tanto pelo CID 10 como pelo DSM IV, como veremos no 
item a seguir.
A dependência de SPA, representada pelo quadrante C, a pessoa já tem um alto consumo de uma ou 
mais SPA, com consequências graves decorrentes desse consumo. Para o diagnóstico de dependência 
é necessário que alguns critérios estejam presentes, como veremos nos próximos itens.
O quadrante D representa uma situação inexistente, uma vez que o fato de uma pessoa ser dependente 
já representa uma grave consequência. (FIGLIE et al.; 2010)
Podemos dizer que a dependência apresenta uma evolução. Na Figura 2, o indivíduo, apesar de 
fazer um uso possivelmente abusivo, posteriormente retoma ao uso “social”. Já na Figura 3 observa-
se que o indivíduo já apresenta critérios para dependência, apresentando consequências cada vez 
mais graves. Este esquema da evolução pode ser útil para visualizar o caso e história do paciente.
27
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS │ UNIDADE II
Figura 2. Evolução do uso de drogas 
Fonte: NEAD.
Figura 3. Evolução do uso de drogas (uso abusivo)
Fonte: NEAD.
28
UNIDADE II │ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Assista ao fi lme Diário de um Adolescente e visualize os conceitos aprendidos 
nesta disciplina. 
Classificação Internacional de Doenças -10ª 
revisão (CID 10) 
A Classifi cação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10 é uma das mais 
utilizadas no Brasil. A seguir, como se devem classifi car os diagnósticos de Transtornos Mentais e 
Comportamentais devido ao Uso de Substância Psicoativa.
A avalição do consumo de SPA deve ser feita a partir de todas as fontes de informação possíveis: 
informações fornecidas pelo próprio sujeito; as análises de sangue urina e fi o de cabelo; os sintomas 
característicos; comportamentos clínicos; e outras evidências, como as drogas achadas com o 
paciente e os relatos de familiares e amigos. (W.H.O, 1993)
Acesse o site do datasus <www2.datassus.gov.br> e consulte on-line a CID 10.
Classificação 
Entre os Códigos F10 a F19 estão agrupados os transtornos mentais e comportamentais devidos ao 
uso de substância psicoativa. (W. H.O, 1993)
O Código “F” signifi ca que o quadro corresponde a um transtorno mental e comportamental; o Código 
numeral de 10 a 19 corresponde à SPA implicada no caso; o Código ponto seguido de numeral de 0 a 
9 especifi ca o quadro clínico; e ainda dentro de alguns quadros clínicos há códigos que especifi cam 
ainda mais o quadro.
Exemplo: F10.0.04 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool. Intoxicação 
aguda. Com distorções perceptivas.
29
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS │ UNIDADE II
Quadro 11. Esquema para Classificação CID 10
Transtornos mentais e 
comportamentais devidos ao 
USO DE (F)
.0 a .9 .00 a .75
 » álcool (F10)
 » opiáceos (F11)
 » canabinoides (F12)
 » sedativos e hipnóticos (F13)
 » cocaína (F14)
 » outros estimulantes, inclusive a cafeína 
(F15)
 » alucinógenos (F16)
 » tabaco (17)
 » solventes voláteis (F18)
 » de múltiplas drogas e ao uso de outras 
substâncias psicoativas (F19)
0 Intoxicação aguda 00 Não complicada
01 Com trauma ou outra lesão corporal
02 Com outras complicações médicas
03 com delirium
04 Com distorções perceptivas
05 Com coma
06 Com convulsões
1 Uso nocivo para a saúde 07 Intoxicação patológica
2 Síndrome de dependência
20 Atualmente abstinente
21 Atualmente abstinente, porém em ambiente protegido
22 Atualmente em regime de manutenção ou substituição 
clinicamente supervisionado (dependência controlada
23 Atualmente abstinente, porém em tratamento com drogas 
aversivas ou bloqueadoras
24 Atualmente usando a substância (dependência ativa)
25 Uso contínuo
26 Uso episódico (dipsomania)
3 Estado de abstinência
30 Não complicado
31 Com convulsões
4 Síndrome de abstinência com 
delirium
40 Sem convulsões
41 Com convulsões
5 Transtorno psicótico
50 Esquizofreniforme
51 Predominantemente delirante
52 Predominantemente alucinatório
53 Predominantemente polimórfico
54 Predominantemente com sintomas depressivos
55 Predominantemente com sintomas maníacos
56 Misto
6 Síndrome amnésica
7 Transtorno psicótico residual 
ou de instalação tardia
70 Flashbacks (revivências)
71 Transtorno de personalidade ou de comportamento
72 Transorno afetivo residual
73 Demência
74 Outro comprometimento cognitivo persistente
75 Transtorno psicótico de início tardio
8 Outros transtornos mentais ou 
comportamentais
9 Transtorno mental ou 
comportamental não 
especificado
Fonte: CID 10
30
UNIDADE II │ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Diretrizes diagnósticas
Uso nocivo
 » O diagnóstico requer que um dano real deva ter sido causado à saúde física e mental 
do usuário.
 » Padrões nocivos são frequentemente criticados por outras pessoas e estão com 
frequência associados a consequências sociais diversas de vários tipos. O fato de 
que um padrão de uso ou uma substância em particular não seja aprovado por outra 
pessoa, pela cultura ou possa ser levado a consequências socialmente negativas, tais 
como prisão ou brigas conjugais, não é por si mesmo evidência de uso nocivo.
 » A intoxicação aguda ou a ressaca não é por si mesma evidência sufi ciente do dano à 
saúde requerido para codifi car uso nocivo.
 » O uso nocivo não deve ser diagnosticado se a síndrome de dependência, um 
transtorno psicótico ou outra forma específi ca de transtorno relacionado ao uso de 
drogas ou álcool está presente.
Síndrome de dependência
Um diagnóstico defi nitivo de dependência deve usualmente ser feito somente se três ou mais dos 
seguintes requisitos tenham sido experienciados ou exibidos em algum momento durante o ano 
anterior:
a. Um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
b. Difi culdades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos 
de seu início, término ou níveis de consumo;
c. Um estado de abstinência fi siológico quando o uso da substância cessou ou foi 
reduzido, como evidenciado por: a síndrome de abstinência característica para 
a substancia ou uso da mesma substância (ou intimamente relacionada) com a 
intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
d. Evidencia de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa 
são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais 
baixas;
e. Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da 
substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária para obter ou 
tomar a substancia ou para se recuperar de seus efeitos;
f. Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências 
manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado, por consumo excessivo de 
bebidas alcoólicas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de 
consumo excessivo da substancia ou comprometimento do funcionamento cognitivo 
relacionado à droga; devem ser feitos esforços para determinar se o usuário estava 
realmente (ou se poderia esperar que estivesse) consciente da natureza e extensão 
do dano.
31
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS │ UNIDADE II
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos 
mentais - 4ª edição (DSM IV)
Critérios diagnósticos 
Abuso de substância
Os Critérios para abuso de substância entorpecente são:
a. Um padrão mal adaptativo de uso de uma substância levando a prejuízo ou 
sofrimento clinicamente signifi cativo, manifestado por um ou mais dos seguintes 
aspectos, ocorrendo dentro de um período de 12 meses:
1. Uso recorrente da substância acarretando fracasso em cumprir obrigações 
importantes no trabalho, na escola ou em casa.
2.Uso recorrente da substância em situações nas quais isto representa perigo para 
a integridade física. 
3. Problemas de ordem jurídica recorrentes, relacionados à substância. 
4. Uso continuado da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais 
persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos desta.
b. Os sintomas jamais satisfi zeram os critérios para Dependência de Substâncias 
relativos a esta classe de substância.
Dependência de substância
Um padrão mal adaptativo de uso de substância, levando a um comprometimento ou sofrimento 
clinicamente signifi cativo, manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo em 
qualquer momento no mesmo período de 12 meses:
1. Tolerância, defi nida por qualquer um dos seguintes critérios: 
a. necessidade de quantidades progressivamente maiores de substâncias, para 
obter a intoxicação ou o efeito desejado.
b. acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade da 
substância.
2. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos:
a. síndrome de abstinência característica da substância.
b. a mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida 
para aliviar ou evitar sintomas de abstinência.
3. A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por período 
mais longo do que o pretendido.
32
UNIDADE II │ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
4. Existe um desejo persistente ou esforços mal sucedidos no sentido de reduzir ou 
controlar o uso da substância.
5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para obtenção da substância, na 
utilização da substância ou na recuperação de seus efeitos.
6. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativos são abandonadas ou 
reduzidas em virtude do uso da substância.
7. O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou 
psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela 
substância.
Faça uma tabela de consulta comparando os critérios de uso e abuso de substâncias 
psicoativas do CID10 e DSM IV.
Outros instrumentos para avaliação 
diagnóstica
Muitas vezes, o profi ssional sente a necessidade de instrumentos padronizados para avaliar a 
presença de um transtorno ou medir sua gravidade, facilitando e embasando sua prática clínica.
Instrumentos diagnósticos
A seguir, seguem alguns instrumentos diagnósticos baseados no DSM IV, já validados, para a 
população brasileira.
M.I.N.I. 
O M.I.N.I. é uma entrevista diagnóstica estruturada baseado no DSM IV, de aplicação rápida, em 
torno de 15 minutos, que explora os Transtornos Mentais descritos pelo Manual, entre eles, o abuso 
e a dependência de álcool e outras drogas.
Acesse o artigo sobre a validação da M.I.N.I. <http://xa.yimg.com/kq/
groups/15983109/1845968711/name/Mini+Portugues.pdf> no Brasil. 
SCID
O SCID é uma Entrevista Clínica Estruturada, baseada também no DSM IV, para os Transtornos do 
eixo I, dentre eles, transtornos do uso de álcool e outras substâncias.
Acesse o SCID <http://xa.yimg.com/kq/groups/21689873/1470032809/name/
folha+de+resposta+da+SCID+CV.pdf > para aplicação clínica.
33
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS │ UNIDADE II
Instrumentos para rastreio
ASSIST
O teste de triagem do envolvimento com álcool, tabaco e outras substâncias ASSIST é um instrumento 
para detecção precoce do uso de SPA válido, confi ável e passível de ser utilizado em serviços de 
atenção primária à saúde. O ASSIST foi desenvolvido em um projeto multicêntrico coordenado pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS). 
As propriedades psicométricas da versão brasileira do ASSIST se mostraram satisfatórias, o 
que recomenda a sua aplicação a pacientes de serviços de atenção primária/secundária à saúde. 
(HENRIQUE et al., 2004.)
Acesse <http://www.who.int/substance_abuse/activities/assist_portuguese.pdf>
para leitura do texto da validação brasileira do ASSIST e para visualização do 
instrumento.
Visualize o questionário ASSIT (http://www.who.int/substance_abuse/activities/
assist_portuguese.pdf). 
Instrumentos para Avaliação de Gravidade
Abaixo, dois instrumentos que avaliam a gravidade da dependência.
SADD – Short Alcohol Dependence Data – Avaliação do grau de dependência 
de álcool.
Quadro 12. Questionário de Avaliação
Pensando nos últimos 12 meses: NUNCA
POUCAS 
VEZES
MUITAS 
VEZES
SEMPRE
É difícil tirar o pensamento de beber da cabeça? 0 1 2 3
Acontece de você deixar de comer por causa da bebida? 0 1 2 3
Você planeja seu dia em função da bebida? 0 1 2 3
Você bebe em qualquer horário? (manhã, tarde ou noite) 0 1 2 3
Na ausência de sua bebida favorita você bebe qualquer outra? 0 1 2 3
Acontece de você beber sem levar em conta os compromissos? 0 1 2 3
A quantidade de bebida que você bebe chega a prejudica-lo (a)? 0 1 2 3
No momento em que você começa a beber é difícil parar? 0 1 2 3
Você tenta se controlar (deixar de beber)? 0 1 2 3
Na manhã seguinte a uma noite em que você tenha bebido muito, você precisa 
beber para se sentir melhor?
0 1 2 3
Você acorda com tremores nas mãos, na manhã seguinte a uma noite que 
você tenha bebido muito?
0 1 2 3
34
UNIDADE II │ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Depois de ter bebido muito você levanta com náuseas ou vômitos? 0 1 2 3
Na manhã seguinte a uma noite em que você tenha bebido muito, você levanta 
não querendo ver ninguém?
0 1 2 3
Depois de ter bebido muito você vê coisas que mais tarde percebe que é 
imaginação sua?
0 1 2 3
Você esquece do que acontece enquanto estava bebendo ou bêbado? 0 1 2 3
Score: Grau de dependência Leve= 0 a 9 
 Moderada= 10 a 19 pontos 
 Grave= mais que 20
DAST – Drug Abuse Screening Test – Avaliação do grau de problemas 
relacionados ao uso de drogas.
Quadro 13. Questionário de Avaliação
PENSANDO NOS ÚLTIMOS 12 MESES: SIM NÃO
Você usou drogas/ remédios que não fossem indicados por razão médica? 1 0
Você usou drogas/ remédios em doses maiores que a prescrita? 1 0
Você abusa de mais de uma droga ao mesmo tempo? 1 0
Você consegue passar mais de uma semana sem usar drogas? 0 1
Você sempre consegue parar de usar droga quando quer? 0 1
Você teve blackouts ou flashbacks como resultado do uso de drogas? 1 0
Você eventualmente sente-se mal ou culpado pelo uso de drogas? 1 0
Seu cônjuge (ou pais) sempre reclama do seu envolvimento com drogas? 1 0
O abuso de drogas tem criado problemas entre você e seu cônjuge (ou pais)? 1 0
Você perdeu amigos por causa do uso de drogas? 1 0
Você negligenciou sua família por causa do uso de drogas? 1 0
Você teve problemas no trabalho por causa do uso de drogas? 1 0
Você perdeu emprego por causa do uso de drogas? 1 0
Você tem se envolvido em brigas quando está sob influência de drogas? 1 0
Você se envolveu em atividades ilegais com a finalidade de obter drogas? 1 0
Você foi preso por posse de drogas ilícitas? 1 0
Você teve sintomas de abstinência quando parou de usar drogas? 1 0
Você teve algum problema médico como resultado do uso de drogas? Ex.: perda da memória, hepatite, convulsões, 
sangramentos, etc. 
1 0
Você pediu ajuda a alguém por problema com drogas? 1 0
Você envolveu-se em algum programa de tratamento específico para o uso de drogas? 1 0
Score: 0 = nenhum problema
 1-5= nível baixo de problemas
 5-10= nível médio de problemas
 11-15= nível substancial de problemas
16-20= nível severo de problemas
35
UNIDADE III
ASPECTOS
NEUROBIOLÓGICOS
DA DEPENDÊNCIA 
QUÍMICA
CAPÍTULO 5
O Sistema nervoso e o uso de drogas
Como as substâncias psicoativas agem no cérebro? Como essas alterações cerebrais 
podem infl uenciar o estabelecimento da dependência química? Como essas 
alterações infl uenciam o comportamento do dependente? Porque a droga é tão 
prazerosa? 
A dependência química, como vista anteriormente, tem diversas infl uências para sua causa. 
Assim, não se pode explicar a dependência apenas em termos neurobiológicos. Ainda assim, 
com o avanço tecnológico, hoje já é possívelverifi car áreas cerebrais relacionadas à dependência, 
e como as alterações cerebrais produzidas pelas drogas podem explicar mecanismos envolvidos 
na dependência. Com essas informações, o profi ssional poderá rever sua prática e preparar um 
tratamento mais adequado aos seus pacientes.
Considerações
As alterações do comportamento, da motivação, e da capacidade de julgamento são sinais e sintomas 
psicopatológicos que se originam da ação direta SPA no Sistema Nervoso Central. 
Assim, o que se observa comumente na prática clínica é a difi culdade do paciente em mudar seus 
comportamentos inadequados. Quando se compreende a neurobiologia da dependência química, 
percebe-se que muitas vezes a família, empregadores e profi ssionais da saúde exigem mais do que a 
pessoa dependente de SPA pode realizar naquele momento.
Na realidade, o dependente químico irá necessitar de ajuda para se motivar e conseguir fazer 
mudanças em seus comportamentos. Ele tem um papel central e ativo em seu tratamento, mas deve 
ser acompanhado por um profi ssional preparado. (SILVA; LARANJEIRA, 2010)
36
O Sistema Nervoso Central (SNC)
O Sistema Nervoso (SN), o principal sistema de comunicação do cérebro com o ambiente, é dividido 
em duas regiões: Central e Periférica. 
O Sistema Nervoso Central (SNC) é composto por (OMS; 2006. NEAD): 
 » Encéfalo 
 › Cérebro, Cerebelo e Tronco Encefálico 
 » Medula Espinhal
O sistema nervoso periférico é formado por todos os nervos fora do cérebro e medula. (OMS; 2006)
É papel do SN coletar informações do mundo exterior, comparar com as experiências vividas pelo 
indivíduo e promover as adaptações necessárias para que se lide com a situação e para a manutenção 
da vida. (NEAD)
Figura 4. Sistema Nervoso Periférico
Fonte: NEAD.
Regiões cerebrais envolvidas na Dependência 
Química
No estudo da neurobiologia da DQ, o destaque é dado ao cérebro (NEAD). 
As principais regiões do cérebro relacionadas à DQ serão apresentadas:
 » Área tegmentar ventral (ATV): região que sinaliza a importância de estímulos 
que são essenciais para a sobrevivência, como aqueles associados com a alimentação 
37
ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE III
e a reprodução. As SPA também têm efeitos intensos na ATV, sinalizando para o 
cérebro que as SPA são muito importantes de uma perspectiva motivacional (OMS). 
É uma região rica em dopamina. Os corpos celulares dos neurônios desta área 
enviam projeções a regiões ligadas a emoção, pensamento, memória e execução de 
comportamentos. (OMS; 2004)
 » Nucleus accumbens: se encontra abaixo do córtex, e é considerada uma área-
chave para dependência de substância, para a motivação e aprendizado. Nele é 
sinalizado o valor motivacional de um estímulo. (OMS; 2006)
 » Córtex cerebral (substância cinzenta): camada externa do cérebro formada 
por neurônios que está relacionado com a dependência de substâncias, desde 
os efeitos das SPA sobre as sensações e percepções, até os comportamentos e 
pensamentos envolvidos na fi ssura e no uso “descontrolado” de SPA (OMS, 2006). 
Abaixo do córtex, na substância branca, estão os axônios que se ligam a outros 
neurônios para a comunicação de diferentes áreas do cérebro (NEAD).
 » Sistema Límbico: é formado por estruturas importantes em relação à 
emoção, à motivação e ao aprendizado. Tem papel essencial no desenvolvimento 
da dependência. Interage com o córtex e o nucleus accumbens. É composto 
principalmente pelo hipocampo (memória) e a amígdala (regulação emocional). 
(OMS; 2006).
Figura 5. Mapa das regiões cerebrais 
Fonte: American Scientist apud NEAD.
Deve-se ressaltar que, apesar de se dividir as regiões do cérebro para estudo, todas as partes 
funcionam de maneira integrada. 
O cérebro é dividido em dois hemisférios, unidos por uma estrutura chamada corpo caloso. A 
superfície do cérebro possui giros e sulcos. Observe a imagem: 
38
UNIDADE III │ ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
Figura 6. Cérebro humano
Fonte: VIRTUAL HOSPITAL (<www.vh.org>) apud NEAD.
Uma divisão dos hemisférios importante para nosso estudo é a dos lobos cerebrais. Cada lobo é 
especializado em funções diferentes: (OMS, 2006; NEAD)
 » Lobo frontal: raciocínio, abstração, planejamento e resolução de problemas.
 » Lobo temporal: memória, linguagem, audição e emoções.
 » Lobo parietal: recepção e processamento de informações dos órgão do sentido e 
das vísceras.
 » Lobo occipital: visão 
Figura 7. Divisões anatômicas do cérebro
Fonte: MACHADO, A.. Neuroanatomia funcional. RJ: Atheneu; 1988 apud NEAD.
Sistema de recompensa cerebral
Apesar de muitas vezes acharmos que apenas as responsabilidades são essenciais para a vida, 
cientistas mostram que sentir prazer é uma das funções vitais do organismo, para a autopreservação. 
É o prazer que nos impulsiona a ter relações sexuais (e assim procriar), nos impulsiona a comer, a 
tocar um instrumento musical, e assim por diante. (SILVA; LARANJEIRA, 2010. NEAD)
Esses comportamentos como comer, beber, brincar, são recompensas naturais. Sabe-se que outra 
forma de obter prazer é com o consumo de SPA, sendo uma recompensa “não natural”. 
39
ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE III
Na década de 1950 estudos revelaram que há uma região cerebral relacionada ao prazer. E então, 
pesquisadores conseguiram determinar a anatomia e a fi siologia do sistema de recompensa cerebral 
(SRC), popularmente chamado de centro do prazer. 
Todas as sensações prazerosas produzidas pelas SPA estão principalmente relacionadas à liberação 
de dopamina no SRC. Os estímulos partem da área tegumentar ventral para o núcleo accumbens e 
o córtex pré- frontal. 
Cada tipo de SPA tem um mecanismo de ação e estejam relacionadas a neurotransmissores 
específi cos, todas as SPA ativam a dopamina de maneira direta ou indireta. A dopamina é importante 
para o desenvolvimento de dependência para todas SPA, devido seu papel no SRC. 
O que diferencia as recompensas naturais das “não naturais” é o potencial que o estímulo das SPA 
tem de provocar liberação de dopamina no SRC, quanto ao tempo de estímulo, quantidade de 
dopamina liberada e quantidade de dopamina nas fendas sinápticas no SRC. 
O sistema de recompensa tem participação fundamental na busca de recompensas naturais e não 
naturais. Pelas sensações prazerosas obtidas durante essas experiências, o indivíduo é motivado a 
buscá-las repetidas vezes. (SILVA; LARANJEIRA, 2010)
Exemplo: Maria, certo dia, sentiu um cheiro muito bom vindo do refeitório de seu trabalho. Foi até 
lá e pode almoçar uma comida muito apetitosa e fi cou muito feliz e satisfeita. Maria sabe agora que 
o almoço do refeitório de seu emprego é muito gostoso e sempre se prepara para estar lá no horário. 
A dopamina é o neurotransmissor sintetizado dentro do SRC. 
O SRC possui uma via dopaminérgica (trato mesolímbico-mesocortical) importante para pensar a 
recompensa na DQ, os neurônios que se projetam da área tegmental ventral para a maior parte do 
córtex frontal e sistema límbico (nucleus accumbens). 
Vale destaque que, as recompensas naturais chegam aumentar em até 100% o SRC, já as não 
naturais, chegam a aumentar 1000 vezes mais. 
A partir do exposto, pode-se entender que a capacidade das SPA em estimular o SRC, resultando 
sensações prazerosas leva o indivíduo a repetir o consumo de SPA, buscando os mesmo 
efeitos. (NEAD)
A motivação para a recompensa é muito importante. Quando não estamos com fome, o cheiro bom 
de um alimento não nos trai tanto quanto quando estamos com muita fome. Em casos extremos, 
limites, uma pessoa pode roubar para adquirir um alimento, ou seja, sua motivação para se alimentar 
é muito grande. 
No caso da dependência química, as SPA agem da mesma maneira no SRC em relação à motivação, 
pois a SPA passa a ser entendida como um estímulo essencial para a vida, como comida e bebida. 
Com o uso repetido, essa associação é cada vez mais fortalecida, a SPA passando a ser cada vez mais 
entendida como essencial,tornando o indivíduo cada vez mais motivado para o consumo. 
Assim, estímulos que lembrem o uso, como pessoas, objetos, ambientes, podem desencadear um 
desejo intenso da SPA, que podem “dominar” a pessoa e levar a recaídas (OMS, 2004).
40
UNIDADE III │ ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
A recompensa da SPA pode se apresentar de maneiras diversas, desde euforia, felicidade, alívio de 
tensão, diminuição do cansaço, melhora da atenção. 
Importante ressaltar que a recompensa da SPA, e a ação dela no SRC sozinha não pode explicar a 
DQ. Nem toda pessoa que experimenta e uso SPA se torna dependente, inclusive, apenas a minoria 
desenvolve a DQ. 
Ainda assim, as recompensas das SPA são importantes no desenvolvimento da DQ. São essas 
sensações que promovem a autoadministração repetitiva da SPA e atribuem um signifi cado, um 
valor motivacional aos estímulos que predizem o uso de SPA, servindo de incentivo a esse consumo 
(OMS, 2006). 
Como cada SPA age nos sistemas de neurotransmissão, você verá na próxima disciplina.
Neurotransmissores relacionados à 
Dependência Química
Neurônios
O cérebro é formado por células nervosas (neurônios).
O neurônio é composto por:
 » Membrana celular: o que delimita a célula.
 » Corpo celular: região onde está o núcleo.
 » Núcleo: onde contém o material genético da célula.
 » Dendritos: prolongamentos da membrana a partir do núcleo.
 » Axônio: prolongamento maior da membrana, como uma cauda.
 » Botões sinápticos, ou botões terminais: onde fi cam armazenados os 
neurotransmissores a serem liberados para a fenda sináptica.
Figura 8. Fisiologia e neuroanatomia funcional
Fonte: NEAD. 
41
ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE III
As informações são enviadas de um neurônio para o outro através de estímulos elétricos que enviam 
ao próximo neurônio substâncias químicas chamadas neurotransmissores. 
O neurotransmissor é uma molécula de proteína produzida pelo neurônio. e armazenados no botão 
terminal. Com o estímulo, o corpo do neurônio é excitado, e envia um sinal elétrico ao longo do 
axônio. Eles são liberados em um espaço entre neurônios, chamado fenda sináptica (local onde o 
axônio de um neurônio se comunica com o dendrito de outro neurônio). Veja na imagem que segue.
Após serem liberados na fenda sináptica, os neurotransmissores podem ser:
 » ligados aos receptores do neurônio seguinte (pós- sináptico);
 » metabolizado por enzimas presentes na fenda;
 » recaptados pelo neurônio que o liberou (pré- sináptico).
Figura 9. Exemplo neurotransmissão.
Fonte: retirada de NEAD.
Assim, há três maneiras de aumentar o estímulo ao neurônio pelos neurotransmissores, os efeitos 
normais do neurotransmissor são exacerbados:
 » impedindo que os neurotransmissores sejam recaptados pelo neurônio pré- 
sináptico
 » aumentando a liberação de neurotransmissor pelo neurônio pré- sináptico ao 
bloquear a receptação
 » impedindo a metabolização dos neurotransmissores na fenda sináptica, ao inibir 
as enzimas designadas para isto. (SILVA e LARANJEIRA, 2010)
Os neurotransmissores têm estruturas e funções específi cas. A seguir, são apresentados os 
neurotransmissores ligados à DQ. 
42
UNIDADE III │ ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
Os neurotransmissores envolvidos na 
Dependência Química
O cérebro contém dezenas de tipos de neurotransmissores, e cada tipo de neurotransmissor se liga 
a um tipo específi co de receptor. Os receptores recebem os nomes de seus neurotransmissores, ex: 
receptores de dopamina. 
As SPA conseguem imitar os efeitos de neurotransmissores naturais, e de interferir com a função 
normal das sinapses, alterando a acumulação, a liberação ou a eliminação de neurotransmissores. 
As SPA que se ligam e reforçam as funções dos receptores são denominadas de “agonistas”, e as que 
se ligam para bloquear a função normal são as “antagonistas”. (OMS, 2004)
Os neurotransmissores envolvidos na DQ são:
neurotransmissor Funções receptores 
ligados à DQ
SPAs ligadas
Acetilcolina
Papel no aprendizado e na memória. Neurônios que 
sintetizam e liberam acetilcolina são chamados neurônios 
colinérgicos.
Nicotínicos e 
Muscarínicos
Nicotina, cogumelo muscarina; pode 
também contribuir com efeitos da 
cocaína e anfetamina.
Ácido Gama-
aminobutírico (GABA)
Inibição/ sedação/ redutor de ansiedade GABA-A e GABA-B Benzodiazepínicos, Barbitúricos e Álcool.
Glutamato Excitatório. É importante para o aprendizado e memória.
Nmetil- D-aspartato 
(NMDA)
Alucinógenos, como a fenciclidina (PCP), 
atuam no NMDA.
Cocaína, Nicotina e as Anfetaminas
Dopamina
Envolvida com os movimentos, o aprendizado e a 
motivação. Sua função no SNC é a recompensa, o 
prazer. A dopamina tem papel fundamental no sistema de 
recompensa cerebral.
dopaminérgicos
Cocaína, a nicotina e as anfetaminas 
principalmente, mas está presente no 
efeito de todas as SPA no sistema de 
recompensa.
Noradrenalina Envolvida nas respostas de vigília e estresse. noradrenérgicos Cocaína e as anfetaminas
Serotonina
Envolvida na regulação do humor, da vigília, da 
impulsividade, da agressividade, do apetite e da 
ansiedade.
serotoninérgicos
LSD e o ecstasy, cocaína, anfetaminas, 
álcool e nicotina.
Opioides Prazer analgesia, inibição. opioides Álcool, heroína e a morfina
Figura 10. retirada de NIDA apud NEAD.
43
ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE III
As SPA no cérebro
Os diferentes tipos, ou classes de SPA agem de maneiras diferentes no cérebro para produzir seus 
efeitos. 
Elas podem ser classifi cadas como:
depressoras do SNC estimulantes do SNC perturbadoras do SNC
álcool, sedativos e hipnóticos, solventes, inalantes nicotina, cocaína, anfetaminas, ecstasy LSD, maconha
Assim, por se ligarem a diferentes receptores, por aumentares ou diminuírem a atividade dos 
neurônios, têm diferentes efeitos sobre o comportamento, diferentes sintomas de síndrome de 
abstinência, e diferenças no estabelecimento da tolerância. (OMS, 2004)
O livreto Drogas Psicotrópicas proporciona uma visão simples sobre as drogas 
depressoras, estimulantes e perturbadoras.
Acesse o link: <http://200.144.91.102/sitenovo/download.aspx?cd=51>.
Neuroadaptação 
Como falado anteriormente, o SRC e o prazer produzido pela SPA não são sufi cientes para explicar 
o surgimento da DQ. (OMS, 2004)
Como exposto anteriormente, dentre os critérios da CID 10 está a Síndrome de Abstinência e a 
Tolerância. Hoje, com a evolução das técnicas de neuroimagem, estes dois aspectos já são possíveis 
de avaliar biologicamente. (OMS, 2004; NEAD)
A evitação dos sintomas de desconforto produzidos pela síndrome de abstinência e fi ssura pode ser 
considerado um grande motivador para manutenção do uso. 
Os sintomas da síndrome de abstinência e a tolerância decorrem de alterações neurobiológicas. 
Essas alterações permanecem meses após a interrupção do consumo. Ao mesmo tempo em que a 
pessoa já não sente o mesmo prazer com a SPA como antes, ela se sente necessidade do uso, uma 
vez que seu organismo se adaptou com esta SPA e caso não a consuma, sentirá falta. (OMS, 2004)
Há adaptações que não precisamos “querer para acontecer”, como o aumento do batimento cardíaco 
durante um exercício físico. Essas adaptações diante de mudanças no ambiente têm como objetivo 
um equilíbrio do organismo: a homeostase. (NEAD)
O corpo de um indivíduo a princípio não necessita de nenhuma SPA para ter um equilíbrio. Porém 
com a repetição do consumo de SPA, o organismo se desequilibra, e, portanto, passa a buscar um 
novo equilíbrio, agora, com a presença da SPA. Inicialmente, o organismo tenta destruir, eliminar a 
SPA, para poder encontrar a homeostase, mas com o uso frequente, o cérebro irá sofrer alterações 
para difi cultar a ação da SPA, e para facilitar a destruição e excreção das mesmas. Ao mesmo tempo 
em que será mais “indiferente” à SPA, o organismo fi cará mais sensível à sua ausência. 
44
UNIDADE III │ ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIAQUÍMICA 
A neuroadaptação ocasiona tolerância e síndrome de abstinência a partir de um processo único de 
adaptação em busca da homeostase, porém didaticamente é dividida neuroadaptação de prejuízo, 
para a tolerância; e de oposição, para a síndrome de abstinência. (NEAD)
Figura 11. Ciclo representativo de Neuroadaptação
ESTADO DE 
ABSTINÊNCIA 
CONSUMO DE
SUBSTÂNCIA EFEITO 
AGUDO SUBSTÂNCIA
 
SUBSTÂNCIA
 
ADAPTAÇÃO
 ADAPTAÇÃO
 
NEUROADAPTAÇÃO
PREJUÍZO & OPOSIÇÃO 
TOLERÂNCIA 
SISTEMA NERVOSO 
CENTRAL EQUILIBRADO
RECUPERAÇÃO DA 
NEUROADAPTAÇÃO
REMOÇÃO DA 
SUBSTÂNCIA 
SÍNDROME DE
ABSTINÊNCIA 
Fonte: retirada de NEAD.
Tolerância
A adaptação de prejuízo acontece para difi cultar a ação da SPA no organismo, reduzindo seus 
efeitos. Os mecanismos para tanto podem ser: a redução do número ou da sensibilidade dos 
receptores dos neurônios à SPA; ou do aumento da efi cácia do corpo na metabolização e eliminação 
da SPA. (NEAD)
Com esses mecanismos, a quantidade de SPA consumida não irá fazer o mesmo efeito que fazia 
antes, que o indivíduo buscava com o uso. 
Então, para sentir as mesmas recompensas, o mesmo prazer, o indivíduo precisará consumir doses 
maiores para superar as barreiras que o organismo impôs. 
Isso não acontece apenas uma vez. O organismo sempre estará em busca da homeostase, e fará uma 
nova neuroadaptação a esta nova dose, criando novas barreiras. Assim o indivíduo irá novamente 
necessitar de maiores doses para obter o efeito anterior. (NEAD)
Síndrome de abstinência
A adaptação de oposição está relacionada ao aparecimento da síndrome de abstinência nos 
dependentes de substâncias psicoativas. Esta neuroadaptação consiste na derrota dos efeitos da 
SPA a partir de uma força de oposição de dentro da célula. 
45
ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA │ UNIDADE III
Este mecanismo, quando se diminui ou cessa o consumo da SPA, causa um desequilíbrio no SNC, e 
produz sintomas (em geral) opostos aos efeitos da SPA.
Exemplo: Carlos, dependente de cocaína, relata que no dia seguinte a uma noite que tenha usado 
muita cocaína, sente-se deprimido, entediado e sonolento. 
 É importante ressaltar que esses sintomas passam, assim que o indivíduo reestabeleça a homeostase, 
ou seja, o equilíbrio de quando não fazia o consumo constante de SPA. 
Todo dependente químico terá a síndrome de abstinência como o primeiro obstáculo para o início 
da recuperação, da abstinência, do tratamento. Portanto deve ser cuidada e levada a sério para o 
aumento da probabilidade de sucesso do tratamento. (NEAD)
A apresentação, características e maneiras de lidar com a síndrome de abstinência específi ca de 
cada SPA serão apresentados na próxima disciplina. 
Vale lembrar que é possível haver dependência química sem síndrome de abstinência e vice e versa. 
(OMS, 2006) Exemplo: José precisou fazer um longo tratamento médico com Diazepam, e quando 
suspendeu o consumo desta substância apresentou síndrome de abstinência. Porém não apresentou 
nenhum outro critério para síndrome de dependência química.
A fi ssura, forte desejo de consumir a SPA, pode então ser entendida como uma diminuição de 
domapina no SRC. Assim, a pessoa lembraria dos prazeres das recompensas da SPA, sentindo um 
desconforto grande devido a essa vontade, tendo uma grande motivação para voltar a consumir a 
SPA. A retomada do uso da SPA é percebida como a melhor maneira de aliviar esse desconforto. 
(NEAD)
Motivação, vias neuronais e drogas de abuso.
link: <http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol29/n3/130.html>.
Acesse o site do Dia a Dia Educação e veja animações sobre neurobiologia.
link: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mydownloads_08/
viewcat.php?cid=4&min=130&orderby=dateD&show=10>.
Caso clínico – uma apresentação prática dos 
conteúdos abordados
Identifi cação: O.R.
Idade: 63 anos
Estado civil: Casado
46
UNIDADE III │ ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
Religião: Católico praticante
Profi ssão: aposentado
Queixa
Diz ter recaído, após 10 anos abstinente, há cinco meses faz uso intenso de álcool. Está sofrendo 
com os tremores pela manhã, e sua demais. Relata estar com muita difi culdade para interromper o 
consumo e muito deprimido. “Perdi o controle” (sic).
Histórico
O.R. chega ao Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas com tremores intensos nas 
extremidades e com muito suor. 
Conta que bebe desde criança, pois era comum ter bebida em casa de sítio, e sempre acabava 
“bicando” um pouco. Já na adolescência fazia “bobagens” (sic), como ter bebido e passado mal no 
primeiro dia em que sua namorada pôde almoçar em sua casa. Na vida adulta sempre se sentiu 
deprimido, e intensifi cou ainda mais seu consumo de álcool, chegando a tomar um litro de pinga por 
dia, precisando ser internado em Comunidade Terapêutica. Conta que passou 10 anos sem beber, 
quando passou a frequentar Alcoólicos Anônimos, e retomou o trabalho, pois era motorista e havia 
perdido o trabalho por sofrer um acidente por estar intoxicado pelo álcool. 
Com esta recaída, sua esposa fi cou muito desesperançosa, imaginando que “não tem jeito” pensando 
em deixá-lo. 
O.R. sente que sua autoridade dentro de casa foi arruinada pelo álcool, pois frequentemente seus 
familiares chamam sua atenção ou brigam com ele. Diante disso sente-se envergonhado e com raiva.
Seus familiares se afastaram e suas fi lhas não permitem mais que ele cuide dos netos. Também o 
proibiram de dirigir, algo que ele gostava e tinha muito prazer em fazer.
O.R. não está trabalhando, não por estar aposentado, mas por não estar em condições. Sua esposa 
tem trabalhado vendendo doces e salgados para complementar a renda. O.R. fi ca ocioso em casa, 
pois também não tem passatempos e lazeres. Antes, gostava de tocar sanfona, mas nem isto consegue 
fazer. Passou a ir pouco à Igreja, uma atividade que quando abstinente fazia com frequência. Quando 
fi ca sozinho, relata que sente vontade de beber, pensa em tomar “só uma” (sic) e que irá voltar para 
a casa sem a esposa perceber. Porém o que acontece é que acaba bebendo mais, chegando a casa 
intoxicado e provocando confl itos com a esposa.
Sua esposa relata que ele está tão deprimido que não consegue nem arrumar sua cama pela manhã. 
Histórico Familiar
Pertence a uma família tradicional do município, sempre tendo morado em ambiente de sítio. Seu 
avô paterno era dependente de álcool, e tem dois sobrinhos dependentes de cocaína. É o quarto 
fi lho de uma prole de cinco irmãos. Casado há 40 anos, sua esposa acompanhou toda sua trajetória. 
Tiveram três fi lhas e hoje já têm netos. 
47
Escreva um texto discutindo o caso clínico a partir do que foi apresentado na 
disciplina.
48
PARA (NÃO) FINALIZAR
Desafios da quantidade, da complexidade e 
da gravidade
A atual disciplina apresentou dados populacionais alarmantes quanto ao consumo de substâncias 
e à dependência química. Percebe-se que mesmo o uso e o abuso de substâncias provocam 
consequências para os indivíduos.
Questões biológicas, psicológicas e sociais estão presentes na causalidade, consequências, e como 
veremos em próximas disciplinas, nas abordagens para tratamento. Isso evidencia a complexidade 
de compreender e lidar com a dependência química.
A Neurobiologia, a das ações das SPA no cérebro criam mais perguntas do que respostas. O que 
fazer? Qual é o papel do profi ssional da saúde? Como é possível superar a dependência com todas 
estas questões cerebrais? Como lidar com a Síndrome de Abstinência? Como manejar a fi ssura? 
Apesar de o desafi o parecer insolúvel, o conhecimento desenvolvido sobre cada substância psicoativa 
específi ca, e técnicas de tratamento vêm resultando em sucessos diários no trabalho com o paciente 
dependente de substâncias. 
Na próxima disciplina você irá entrar em contato com as características e tratamentos específi cos 
de cada substância psicoativa.
49
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
ADAM Encyclopedia. Drug Dependence. < http://www.uihealthcare.org/Adam/?/HIE%20
Multimedia/1/001522>AMORIM, Patrícia. Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI): validação de entrevista 
breve para diagnóstico de transtornos mentais. Rev. Bras. Psiquiatria. São Paulo, v. 22, Â n. 3, 
2000. <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22n3/v22n3a01.pdf>
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BORDIN, S., FIGLIE, N.B., LARANJEIRA, R. Sistemas Diagnósticos em Dependência Química – 
Conceitos Básicos e Classifi cação Geral. In: Figlie, Neliana Buzi; Bordin, Selma; Laranjeira, Ronaldo. 
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BERTOLOTE, J. M. Glossário de álcool e drogas. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas 
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CARLINI, E.A. et al. VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas 
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