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QUE BOCA GRANDE VOCÊ TEM! ARTICULAÇÕES SOBRE OS DISTÚRBIOS DA ORALIDADE NO AUTISMO Alunos(as): Débora Beatriz, Gabriel Alexandre, George Melo, Nicoly Lima, Maria Aparecida e Thamires Lima. A Importância Da Oralidade Na psicanálise, a oralidade é vista como o primeiro estágio do desenvolvimento psicossexual. É através da boca que o bebê começa a sentir prazer, criar vínculos e se relacionar com o outro. Oralidade e Autismo No autismo, a oralidade pode aparecer de forma diferente. Muitas vezes, a boca se torna um lugar de repetição e de comportamentos intensos, como seletividade alimentar ou o ato de colocar objetos na boca. Esses gestos mostram que algo na relação com o outro e na comunicação simbólica não está acontecendo da forma esperada. Papel da Psicanálise A psicanálise propõe uma escuta atenta, que acolhe essas manifestações não apenas como sintomas, mas como formas de linguagem. O analista busca criar um espaço onde o sujeito possa transformar esses atos corporais em modos de comunicação e vínculo. INTRODUÇÃO Oralidade Boca: primeira zona de prazer e desejo No autismo: dificuldade de vínculo, boca usada de forma repetitiva sem significado Fase Oral (Freud) Boca como fonte de prazer e vínculo inicial Etapas: busca do objeto, autoerotismo, oferta ao outro No autismo: falha na oferta ao outro → autoerotismo sem vínculo Boca como Desejo e Linguagem Boca permite fala e comunicação simbólica Conecta corpo e linguagem (Lacan; Magtaz) Distúrbios: sensação de vazio, lambedura de objetos Intervenção: boca pode virar espaço de comunicação e desejo compartilhado A ORALIDADE NA TEORIA PSICANALÍTICA Oralidade no Autismo • A boca deixa de ser apenas para alimentação e passa a expressar como a criança se relaciona com o mundo. • A oralidade não simboliza; torna-se um modo de lidar com o vazio psíquico (Dias, 2016). Manifestações dos Distúrbios da Oralidade • Voracidade: comer de forma compulsiva, sem saciedade. • Indiscriminação oral: lamber, morder ou ingerir objetos. • Segundo Dias (2016), a boca funciona como “um buraco que engloba tudo e nunca se satisfaz”. Corpo e Linguagem no Autismo • A linguagem não aparece pela fala, mas pelo corpo: a boca age em vez de comunicar. • Falha na constituição do Eu corporal (Jerusalinsky, 2015). • A clínica busca transformar a boca do ato para a palavra, favorecendo o laço com o Outro. DISTÚRBIOS DA ORALIDADE E AUTISMO Articulações entre Oralidade e Autismo Crianças com TEA têm dificuldade em entender gestos, emoções e linguagem figurada. Tendem a falar de forma literal e têm menor interação social. Função da Boca no Autismo A boca é usada para explorar o mundo e sentir estímulos. Pode haver alterações no processamento sensorial, causando busca ou rejeição por certas texturas e sabores. Clínica da Oralidade O analista deve acolher e escutar o autista, sem buscar apenas curar. Mesmo sem fala, gestos e sons são formas de expressão. O objetivo é favorecer o laço social e a comunicação. ARTICULAÇÕES ENTRE ORALIDADE E AUTISMO Formação do Ser O sujeito se constitui na relação com o Próximo, que introduz a linguagem e o desejo. Autismo e o Próximo No autismo, o Próximo é percebido como invasão, dificultando o vínculo e a entrada no simbólico. Corpo e Oralidade A boca expressa o conflito entre prazer imediato e relação com o outro, refletindo a dificuldade em desejar e se comunicar. O Papel do Analista O analista escuta sem impor sentido, permitindo que o autista encontre sua própria forma de falar e se ligar ao Próximo. LINGUAGEM, CORPO E OUTRO NO AUTISMO CLÍNICA PSICANALÍTICA E ORALIDADE NO AUTISMO Função da Clínica Psicanalítica A função da clínica psicanalítica é de oferecer um espaço de escuta e expressão, ajudando o sujeito a dar sentido aos seus atos e vínculos, sem buscar corrigir comportamentos. Oralidade no Autismo A oralidade no autismo se manifesta como um modo singular de comunicação e de laço com o mundo, muitas vezes através de atos como comer, lamber ou morder. Nesses gestos, a boca ultrapassa sua função biológica e se torna um meio de expressão simbólica, revelando tentativas do sujeito de se conectar e se fazer reconhecer pelo outro. OBRIGADA!