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SARTRE_ A EXISTENCIA PRECEDE A ESSENCIA

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SARTRE: A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA 
 
Introdução 
A Filosofia, desde seus primórdios, se ocupou em esmiuçar a verdade, fatos e exaltar os                             
questionamentos da humanidade. Em primeiro momento, procurou-se explicar a natureza, sua                     
origem e seus fenômenos. Ao longo dos séculos, buscaram-se explicações éticas, confirmações                       
teológicas e chegada a Renascença, o homem tornou o mundo antropocêntrico e passou a                           
tentar entender sua própria essência. 
 
No século XX, uma corrente filosófica se destacou buscando estudar a existência e seus                           
paradigmas ou mesmo, seus devaneios: o existencialismo. Os representantes dessa corrente se                       
dividiam entre o ateísmo e cristianismo, sendo Jean-Paul Sartre, alvo dessa pesquisa, um dos                           
ateístas que explicou a existência, como precursora da essência humana. 
 
A Vida De Sartre  
Jean- Paul Aymard Sartre, nasceu dia 21 de junho de 1905, na capital da França. foi um filósofo                                   
nascido no dia 21 de Junho de 1905, em Paris - França. Foi criado com a ajuda do avô,                                     
descendente de uma tradicional família alemã e teve acesso a boa educação, além de vasta                             
bibliografia literária à sua disposição. 
 
Cursou a Filosofia da Escola Normal Superior de paris, a partir de 1924 e a partir de seus                                   
estudos acadêmicos encontrou muitos cientistas e filósofos influentes. Foi nesse período que                       
conheceu Simone de Beauvoir (filósofa existencialista e um dos grandes nomes do feminismo),                         
com quem mantivera um relacionamento aberto até o fim de sua vida. 
 
Após concluir o curso de Filosofia, Sartre serve ao exército como metereologista até 1931 e                             
depois disso retorna à Paris para lecionar no Ensino Básico e escrever. Tendo seu primeiro                             
romance recusado pelas editoras, dedica-se aos estudos e com isso se aprofunda no                         
existencialismo de Heidegger, a filosofia de Karl Jaspers e no estudo fenomenológico de                         
Edmund Husserl. Leu também, Kierkegaard e Nietzche, fundamentando nos pensadores citados,                     
a influência principal para o desenvolvimento de sua filosofia. 
 
Os estudos de Sartre foram interrompidos com a convocação para a Segunda Guerra Mundial,                           
no entanto, quando volta à Paris em 1941, engaja-se com a política e começa a ser um destaque                                   
a partir de ideologias sociais. Em vida, o filósofo chegou a visitar o revolucionário cubano Che                               
Guevara. Dedica seus dias ao desenvolvimento de suas obras filosóficas e à manutenção de                           
seus ideais. 
 
Na década de 1970, em idade avançada, sua saúde se fragilizou e com o excesso de álcool e                                   
trabalho, aos poucos foi adoecendo. Perdeu um pouco da visão e sentia fortes dores, recusando                             
tratar-se, faleceu no ano de 1975. 
 
A Filosofia De Sartre  
 
No século XX, o mundo perdeu-se em duas grandes guerras. No período contemporâneo, os                           
vestígios da renascença, ainda fortes, se aliam de um pensamento já tecnológico e sistêmico                           
que privilegiava a economia nas relações humanas. Quando a índole humana mostra seu viés                           
contestável, surgem as teorias de justificação e questiona-se a autoridade divina. A partir de tais                             
fenômenos, tem-se por efeito o desenvolvimento do estudo da existência e essência dos                         
indivíduos. 
 
Sartre, desenvolve um existencialismo ateísta. A partir da crença da inexistência de Deus,                         
entende-se que não há um criador que promove a existência e lhe dá sentido. O ser humano, não                                   
seria como um objeto fabricado para satisfazer uma necessidade. O nascimento humano, para                         
Sartre, seria uma condenação. Seu pensamento, traz um pouco da Tábula Rasa de John Locke,                             
que colocava a mente de um recém-nascido como uma folha em branco para ser preenchida. 
 
Ao longo de sua vida, o homem teria em mãos a responsabilidade de bordar-se e moldar sua                                 
essência, dando sentido à própria existência. Antes de tomar tal dever para si, o indivíduo seria                               
um não-ser (ausência de ser), pois como diz, diferente do ser-em si, que tem essência prévia                               
definidora da existência (objetos, coisas e o próprio corpo seria ser-em-si), as pessoas seriam                           
compreendias como "ser-para-si". Tal compreensão, dirá do indivíduo uma consciência                   
egocêntrica, sem personalidade definida (algo quase contraditório), que não dará razão de ser,                         
mas o caracterizará como ser humano. 
 
Tornando à uma frase dita anteriormente - o nascimento humano, para Sartre, seria uma                           
condenação-, a humanidade estaria fadada à uma missão individual de autodescoberta e                       
definição, sem interferência de Deus ou de outrem. A ideia de nulas interferências se explicaria                             
pela ideia de um prisioneiro, cuja liberdade foi podada. Não tendo autorização de sair ou direito                               
de querer soltar-se, tem constante a liberdade de tentativa de fuga. Não se pode desfazer do                               
fardo, mas se pode escolher como guiar seu arbítrio, por isso, estaríamos condenados a ser                             
livres. 
 
Da liberdade condicional (pois obriga a existência e feição da essência), surgiriam três aspectos                           
da responsabilidade desassistida pela divindade: a angústia, o desamparo e o desespero. 
 
A angústia seria resultada do reconhecimento da liberdade, pois tendo consciência dos efeitos                         
de suas escolhas, o homem se vê encruzilhado pelas possibilidades e não tem com quem dividir                               
o peso de suas decisões. O filósofo explica: "O existencialismo não tem pejo em declarar que o                                 
homem é angústia. Significa isso: o homem ligado por um compromisso e que se dá conta de                                 
que não é apenas aquele que escolhe ser, mas de que é também um legislador pronto a                                 
escolher, ao mesmo tempo que a si próprio, a humanidade inteira, não poderia escapar ao                             
sentimento da sua total e profunda responsabilidade" (SARTRE, 1946: 7; O existencialismo é um                           
humanismo). 
 
O desamparo seria consequência direta da ideia causadora da angústia. O homem não se vê                             
amparado nem por deus nem por outrem. Não há a quem culpar, senão a si mesmo por seus                                   
erros e falhas. A fala de Dostoievski: “se deus não existisse, tudo seria permitido”, explicaria isto:                               
sem a presença divina, não há nenhuma dica do certo ou errado, não há apoio pragmático e                                 
desapoiado por Deus, também estaria dos outros homens. Não há união real entre os homens,                             
ou quem dividida o peso da decisões, por fim o homem está sozinho e desamparado. 
 
Já o desespero é conseguinte do desamparo, pois o homem é posto a agir sem esperança. Sem                                 
quem o apoie, não há condições de certeza para a realização das vontades. Sem recorrer àreza                                 
ou à clemência dos outros homens, as ações de cada um deveriam estar sujeitas à                             
desesperança. 
 
Destrinchando a humanidade pelos olhos de Sartre, não há essência humana e com isso, a                             
existência também será um fenômeno de molde inconstante. Quem somos não é algo certeiro,                           
não é como uma argila que se molda e põe na fornalha para manter-se, mas sim algo como uma                                     
duna. A vida humana é uma arte efêmera que se redesenha a todo instante e seu propósito                                 
desconhecido, pode ser ao menos dito como a contemplação de sua amplitude. 
 
Conclusão 
O homem e suas angústias. Nietzche, Schopenhauer, Gautama...A vida humana e seu                       
sofrimento constante foi alvo do estudo de centenas de filósofos. Se para Gautama o fim do                               
sofrimento é o anular do desejo, para Nietzche é enfrentar a realidade. Sartre falou da angústia,                               
a partir da essência humana. Ao fazer-se ser-em-si, o homem encontra-se só e deve arcar com                               
as consequências de suas escolhas. 
 
Se sobram dúvidas a respeito, resumamos tal efeito à passagem para a vida adulta. Tendo                             
consciência de si e tomando a responsabilidade de seus atos, muitos se paralisam perante as                             
possibilidades. A vida seria como um grande fim do ensino médio em que todos buscam                             
respostas sobre o que fazer e mesmo após fazer, não se sentem assertivos. O desamparo da                               
ordem familiar, docente ou divina, enlouquece os jovens para escolher seus cursos                       
universitários e por fim, o desespero toma conta, pois neste momento, os únicos responsáveis                           
por construir as próprias possibilidades, são eles mesmos e os resultados de seu esforço. 
 
Como dito anteriormente, a vida é mesmo como uma arte efêmera, cujo único propósito óbvio é                               
a sua contemplação fortuita. Contemplação dessas que anima a continuidade e não que                         
paralisa. A existência para Sartre precede a essência, e por mais que se possa discordar em                               
alguns de seus termos, a verdade é que, de fato, só a gente pode se moldar e fazer-nos ser quem                                       
realmente somos, ao longo da vida e da experiência. Somos o resultado de um longo trajeto.                               
Bem certo, foi Heráclito em dizer que estaremos em constante mudança, talvez essa seja a real                               
essência humana…

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