Buscar

historia da arte moderna

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 200 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA
DA ARTE
Priscila Farfan Barroso
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
B277h Barroso, Priscila Farfan.
 História da Arte / Priscila Farfan Barroso, Hudson de
 Souza Nogueira ; [revisão técnica: Max Elisandro dos Santos 
 Ribeiro]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
 221 p. ; il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-297-3
 1. Arte – História. I. Nogueira, Hudson de Souza.
 II. Título.
CDU 7
Revisão técnica:
Max Elisandro dos Santos Ribeiro
Licenciatura Plena em História
Especialista em Gestão e Tutoria EaD
Mestre em Educação
HA_Iniciais_Impressa.indd 2 12/01/2018 17:08:09
Arte Moderna: 
principais tendências
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Compreender as principais ideias da Arte Moderna. 
 � Apontar as tendências da Arte Moderna envolvendo o estilo. 
 � Identificar as tendências da Arte Moderna relacionadas à questão da 
mente e da função.
Introdução
A Arte Moderna surgiu no final do século XIX e início do século XX, 
percorrendo tanto a Europa quanto os países da América, incluindo o 
próprio Brasil. 
Neste texto, você vai conhecer os vários movimentos artísticos da Arte 
Moderna que surgiram em decorrência de acontecimentos na história 
mundial. Também vai identificar as tendências desse estilo de arte.
Arte Moderna e suas ideias
A Arte Moderna surgiu no final do século XIX e início do século XX. Essa 
denominação é dada ao conjunto de expressões artísticas que envolve a ar-
quitetura, a pintura, a escultura e a literatura desta época. Inicialmente, a 
Arte Moderna nasceu na Europa, mas durante a primeira Guerra Mundial 
foi introduzida na América. Isso ocorreu porque muitos artistas, moradores 
de Paris, se mudaram para fugir da guerra. Alguns deles foram para Nova 
York, como Francis-Marie Martinez Picabia (1879-1953), um reconhecido 
desenhista e pintor francês da primeira metade do século XX. Observe uma 
obra de Picabia na Figura 1.
HA_U3_C11.indd 141 12/01/2018 15:45:05
Figura 1. Idílio, de Francis Picabia.
Fonte: Aegis Education (c2018). 
A modernidade foi um período de transformações caóticas e vertigino-
sas que ficou marcado pela sensação de fragmentação da realidade. Os ar-
tistas modernistas acreditavam que as formas tradicionais de arte estavam 
ultrapassadas, e que deveriam criar uma nova cultura para transformar as 
características sociais e culturais já estabelecidas, substituindo-as por novas 
visões e formas. Com essa nova concepção da modernidade cultural, a ideia 
de destruição criativa passa a ser essencial na modernidade. Assim, os artistas 
seriam os responsáveis por representar e definir a essência da humanidade, 
como explicar Argan (1987, p. 49):
“Arte Moderna” não significa arte contemporânea, ou então arte do nosso 
século ou dos nossos dias. Há um período, ao qual atualmente nos referimos 
como o das “fontes do século XX”, em que se pensou que a arte, para ser 
arte, deveria ser moderna, ou seja, refletir as características e as exigências 
de uma cultura conscientemente preocupada com o próprio progresso, de-
sejosa de afastar-se de todas as tradições, voltada para a superação contínua 
de suas próprias conquistas. A arte deste período é também conhecida como 
“modernista” – programaticamente moderna e, portanto, consciente da ne-
cessidade de desenvolver-se em novas direções, com frequência contraditória 
em relação às anteriores.
Arte Moderna: principais tendências142
HA_U3_C11.indd 142 12/01/2018 15:45:06
A Arte Moderna sofreu influência de vários acontecimentos que ocorreram 
nesse período, como a Revolução Industrial, as máquinas a vapor, a fotografia, 
o cinema, o avião, o estudo da mente humana, o uso da energia nuclear, a con-
quista do espaço, o uso crescente da computação e dos satélites (que colocam 
a comunicação em tempo real as mais distantes partes do mundo) e outros 
elementos que contribuíram para as mudanças nos movimentos artísticos. 
Como resultado, surgiram três correntes artísticas: 
1. Estilo: em que se desejava romper com as regras e propor um novo 
estilo para se expressar, sendo esses movimentos: Fauvismo, Futurismo, 
Cubismo, Escola de Paris, Neoplasticismo, entre outros. 
2. Mente: que buscava o sensível e a emoção na representação artística, 
como os movimentos: Simbolismo, Expressionismo, Suprematismo, 
Dadaísmo, Surrealismo e outros.
3. Função: que tinha uma preocupação com a funcionalidade da arte e 
sua forma, como os movimentos: Arts & Crafts, Art Noveau, Construti-
vismo, Bauhaus, De Stijl, Arte Deco, Estilo internacional, entre outros.
No artigo “Modernismo e contexto político: a recepção da Arte Moderna no Correio 
da Manhã (1924-1937)”, o autor Rafael Cardoso (2015) analisa mais a fundo como a Arte 
Moderna foi recebida no Brasil. Para ler o artigo, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/8TxLku
Tendências da Arte Moderna: correntes 
envolvendo estilo
O Fauvismo é um movimento artístico iniciado na França e que apareceu no 
começo do século XX. É conhecido pelo uso de cores fortes e puras a partir 
de obras que fugiam das regras da realidade. O nome desse movimento teve 
origem na expressão francesa criada pelo crítico de arte Louis Vauxcelles 
“les fauves”, que significava “os selvagens”, e se referia ao intenso e puro 
uso das cores pelos artistas em sua obra. Observe a obra de Henri Matisse 
na Figura 2.
143Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 143 12/01/2018 15:45:06
https://goo.gl/8TxLku
Figura 2. A Dança, de Henri Matisse.
Fonte: Ellen Artes (c2018).
O Fauvismo não era considerado um movimento organizado, pois não 
tinha um posicionamento político-social e nem um manifesto, mas, ainda 
assim, podemos delinear suas características a partir do conjunto de obras 
que as representam. São elas: o uso intenso das cores puras (não misturadas), 
com destaque para o vermelho, azul e amarelo; a falta de compromisso com a 
realidade; a liberdade da cor (uso das cores de forma subjetiva); a melancolia, 
a moralização e a tristeza representadas de maneira alegre e suave; as cores 
que transmitem positivas emoções; a arte sem intenções políticas ou críticas; 
e a criação sem manter relação com intelectos ou sentimentos.
Assim, Proença (2003, p. 153) explica sobre os princípios que regem o 
Fauvismo:
Dois princípios que regem esse movimento artístico: a simplificação das formas 
das figuras e o emprego das cores puras. Por isso as figuras fauvinistas são 
apenas sugeridas e não representadas realisticamente pelo pintor. Da mesma 
forma, as cores não são as da realidade. Elas resultam de uma escolha arbitraria 
do artista e são usadas puras, tal como estão no tubo da tinta. O pintor não as 
torna mais suaves nem cria gradação de tons.
Os artistas do Fauvismo apenas reproduziam a subjetividade das emoções 
em suas obras. Dentre as suas referências, temos as obras dos pintores franceses 
Arte Moderna: principais tendências144
HA_U3_C11.indd 144 12/01/2018 15:45:06
André Derain (1880-1954), Maurice de Vlaminck (1876-1958), Vincent van Gogh 
(1853-1890) e Henri-Émile-Benoît Matisse (1869-1954), e também as máscaras 
africanas, devido às características das cores quentes e fortes, entre outros.
O Futurismo foi um movimento artístico e literário iniciado em 1909. A 
publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Felippo Marinetti, deu 
início a vanguarda futurista. Umberto Boccioni (1882-1916) foi um pintor e 
escultor italiano do movimento futurista, e é considerado um dos mais célebres 
futuristas italianos (veja um exemplo de suas obras na Figura 3). Em 1901, ele 
se transfere para Roma, juntamente com sua família, e realiza atividades de 
ilustrador e produtor de cartazes. 
Figura 3. Carga dos lanceiros, de Umberto Boccioni. 
Fonte: Wikipédia (2017).
As principais características do futurismo são: a desvalorização do mora-
lismo e da tradição; a valorização do desenvolvimento tecnológico e industrial; 
a defesa de umaligação entre o mundo moderno e as artes plásticas; o uso da 
propaganda como principal forma de comunicação; a utilização de onomato-
peias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos); as 
poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade; as 
pinturas com uso de cores vivas e contrastantes; a sobreposição de imagens, 
traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo; 
e o uso da multiplicação de detalhes e linhas.
145Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 145 12/01/2018 15:45:06
O Cubismo é considerado o movimento artístico mais influente da Arte 
Moderna. Com suas formas geométricas, muitas vezes, representadas por 
cilindros e cubos, a arte cubista quebrou os padrões estéticos que buscavam 
a perfeição das formas em uma imagem realista da natureza. Essa nova forma 
de expressão pode ser vista por diferentes ângulos ao mesmo tempo.
Segundo Francastel (1970, p. 247):
[...] a primeira ação do Cubismo, por volta de 1907, foi uma especulação sobre 
as dimensões do espaço. Influenciados pelos vocábulos que circulavam à 
sua volta, os cubistas acreditaram estar fazendo obra científica positiva ao 
introduzir em suas telas uma quarta dimensão ou ao suprimirem a terceira.
As principais características do cubismo são: o tratamento geométrico das 
formas da natureza; as representações dos objetos em todos os seus ângulos 
no mesmo plano, constituindo uma figura de três dimensões; a predominância 
de linhas retas, modeladas basicamente por cilindros e cubos, conforme a 
geometrização das formas e volumes; a renúncia da perspectiva; o abandono 
da noção de profundidade; e o rompimento com as linhas de contorno, de modo 
que a natureza passa a ser retratada de forma simples. Observe um exemplo 
de obra cubista na Figura 4.
Figura 4. Les Demoiselles D’avignon, de Pablo Picasso.
Fonte: Toda Matéria (c2011-2018).
Arte Moderna: principais tendências146
HA_U3_C11.indd 146 12/01/2018 15:45:06
Ainda, podemos dizer que o cubismo pode ser considerado como uma 
arte que privilegia o exercício mental no plano conceitual, como maneira de 
expressão das ideias. Os temas mais retratados são as naturezas mortas urba-
nas e os retratos. Os artistas que se destacam nesse movimento são o pintor 
espanhol Pablo Picasso (1881-1973), o artista Albert Gleizes (1881-1953), o 
pintor francês Georges Braque (1882-1963) e a pintora brasileira Tarsila do 
Amaral (1886-1973). 
Na literatura cubista, as qualidades que se destacam são: a elaboração 
formal do texto, o uso da impressão tipográfica e o destaque para os espaços 
em preto e branco. O francês Guillaume Apollinaire (1880-1918) foi o mais 
importante escritor da literatura cubista. Ele teve uma grande proximidade 
com Picasso, como explicita Veneroso (2006, p. 153):
As colagens de Picasso lembram os caligramas de Apollinaire, artista que, em 
seus experimentos gráficos, teve uma sensibilidade próxima à de Picasso. Ao 
mesmo tempo em que este experimentava o uso de letras e materiais diversos, 
estranho à pintura, Apollinaire fazia experiências com o texto visual. Em 
“L’esprit nouveau et les poètes”, publicado em 1918 no Mercure de France, 
Apollinaire observa que a poesia “deve ser como a página do jornal, da qual 
saltam simultaneamente aos olhos as coisas mais díspares”. Apollinaire co-
nheceu Picasso em 1905 e era um ardente defensor dos cubistas, sobre os 
quais publicou um livro em 1913.
Tendências da Arte Moderna: correntes 
envolvendo mente e função
O Expressionismo foi um movimento artístico e cultural que surgiu no início 
do século XX, provavelmente na Alemanha, por isso também é chamado 
de Expressionismo Alemão. Os círculos artísticos e intelectuais alemães 
se mantiveram nesse movimento por duas décadas. Ele é considerado um 
movimento transversal aos campos artísticos das artes plásticas, literatura, 
música, cinema, dança, teatro e fotografia. 
O pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) é considerado o precursor 
do Expressionismo, e sua obra mais importante é O Grito (1893), que você 
observar na Figura 5.
147Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 147 12/01/2018 15:45:06
Figura 5. O Grito, de Edvard Munch. 
Fonte: Wikimedia Commons (2015).
Como explica Proença (2003, p. 152):
Nela a figura humana não apresenta suas linhas reais mas contorce-se sob 
o efeito de suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha 
diagonal da ponte, conduzem o olhar do observador para a boca da figura 
que se abre num grito perturbador. Essa atitude inédita para as personagens 
da pintura e a ênfase para as linhas fortes evidenciam a emoção que o artista 
procurar expressar.
Arte Moderna: principais tendências148
HA_U3_C11.indd 148 12/01/2018 15:45:07
Essa obra é considerada, uma das mais importantes do movimento ex-
pressionista, e representa uma figura andrógina em um momento de profunda 
angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslo, na No-
ruega, ao pôr do sol.
Sobre as características do Expressionismo, evidenciamos: a busca da 
expressão das emoções e dos sentimentos do autor da obra; a distorção e o 
exagero dos temas em seu processo de purificação; a reflexão sobre a angústia 
existencialista do indivíduo que habita a sociedade industrializada; a defor-
mação do mundo real, para representar a natureza e o ser humano; o desprezo 
pela perspectiva e pela luz; a defesa do da liberdade individual por meio da 
subjetividade e do irracionalismo; o uso de cores (fortes e puras) usadas de 
forma emotiva; e as linhas com formas retorcidas e agressivas. Seus temas 
são miséria, solidão e loucura, pois reflete o espírito da época, sendo muitas 
vezes considerados depravados e subversivos.
O Dadaísmo ou simplesmente “Dadá”, foi um movimento artístico eu-
ropeu do século XX, cujo lema era: “a destruição também é criação”. Seu 
fundador, Tristan Tzara (1896-1963), considerou o movimento propulsor das 
ideias surrealistas, com caráter ilógico e antirracionalista. Micheli (1991, p. 
41) explica mais sobre esse movimento:
Com o dadaísmo, uma nova realidade toma posse de seus direitos. A vida 
aparece uma simultânea confusão de barulhos, de cores, de ritmos espirituais 
que são imediatamente retratados na arte dadaísta pelos gritos e pelas febres 
sensacionais da sua audaz psique quotidiana e em toda a sua brutal realidade. 
Eis a encruzilhada bem definida que distingue o dadaísmo de todas as outras 
tendências da arte [...].
A Fonte, um urinol de porcelana branco, como você pode ver na Figura 
6, é considerada a obra que melhor representa o dadaísmo na França. Criada 
em 1917, é uma das mais notórias obras do artista francês Marcel Duchamp 
(1887-1968).
149Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 149 12/01/2018 15:45:07
Figura 6. A Fonte, de Marcel Duchamp.
Fonte: Artsy (c2018).
De modo geral, as principais características do dadaísmo são: o rompimento 
com os modelos tradicionais e clássicos; o espírito de liderança e de protesto; 
a espontaneidade, a improvisação e a irreverência artística; a busca do caos e 
da desordem; o teor ilógico e irracional; o caráter irônico, radical, destrutivo, 
agressivo e pessimista; a aversão a guerra e aos valores burgueses; a rejeição 
ao nacionalismo e ao materialismo; e a crítica ao consumidor e ao capitalismo.
O Surrealismo foi outro movimento artístico europeu que surgiu em Paris 
no início do século XX. Na Europa, o período entre a primeira e a segunda 
guerra (1918-1939), ficou conhecido como “os anos loucos”. A incerteza de 
se viver em paz, levou as pessoas ao desejo de “viver apenas o presente”. 
Foi nesse período de incertezas, desequilíbrio, insatisfação e contradições 
que surgiram diversos movimentos artísticos, chamados de “vanguardas 
europeias”, como uma nova maneira de ver a realidade. Assim, a Ades (1991, 
p. 92) explica que:
Arte Moderna: principais tendências150
HA_U3_C11.indd 150 12/01/2018 15:45:08
A imagem surrealistanasce da justaposição fortuita de duas realidades di-
ferentes, e é da centelha gerada por esse encontro que depende a beleza da 
imagem; quanto mais diferentes forem os dois termos da imagem, mais bri-
lhante será a centelha.
Suas características são: a valorização da fantasia, da loucura e da utiliza-
ção da reação automática; o uso em potencial o subconsciente como fonte de 
imagens fantásticas de sonhos como o maior objetivo para o artista; as artes 
plásticas e a literatura vistas como meio de expressar a fusão da realidade 
com os sonhos, em uma realidade absoluta, uma “surrealidade; e o artista 
se deixar levar pelo impulso, fazendo tudo o que lhe vier à mente, sem a 
preocupação da lógica.
Esse movimento teve sua origem em reação ao racionalismo e ao ma-
terialismo da sociedade ocidental. A arte surrealista influenciou além das 
artes plásticas, outras manifestações artísticas, como a literatura, o teatro e o 
cinema. A obra intitulada A Persistência da Memória, apresentada na Figura 7, 
é uma pintura de 1931 do pintor catalão Salvador Dalí (1904-1989). A pintura 
pertence a coleção do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque desde 1934, 
e é amplamente reconhecida e referenciada na cultura popular por conta do 
impacto visual de seus objetos, que parecem se derreter no ambiente externo.
Figura 7. A Persistência da Memória, de Salvador Dali.
Fonte: Amorosi (c2018).
151Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 151 12/01/2018 15:45:08
O Simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, 
no teatro e na literatura. Surgiu na França, no século XIX, em oposição ao 
Realismo e ao Naturalismo. Poetas, pintores, escritores e dramaturgos foram 
influenciados pelo misticismo, refletindo nas suas produções. Esse movimento, 
apelidado de “decadentismo”, devido à decadência dos valores estéticos, foi 
individualista e místico. 
As principais características do Simbolismo são: a ênfase em temas místi-
cos, subjetivos e imaginários; o caráter individualista; a desconsideração das 
questões sociais; a aproximação da poesia e da música, com a estética marcada 
pela musicalidade; e as obras de arte serem feitas com intuição, desprezando 
a lógica e a razão.
Em 1886, um manifesto trouxe o nome que iria marcar essa corrente, com 
ideais românticos, envolvendo a literatura, os palcos teatrais e as artes plásticas. 
A poesia “As Flores do Mal”, do poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867), 
é que deu origem ao Simbolismo, mas na época a obra foi censurada, só vindo 
à tona na integra, após a morte do poeta.
As Flores do Mal
Dá um tempo, ó minha dor, controla tua agressividade.
Tu querias a noite; aí está; ela vem descendo;
Uma atmosfera sombria já envolve quase toda a cidade,
Uns encontram a paz; outros seguem padecendo.
Enquanto dos mortais a multidão vil,
Sob o chicote do prazer, esse impiedoso carrasco,
Vai colhendo remorsos na festa servil,
Minha dor, me dá a mão, vamos por aqui, sem asco,
Ver, longe deles, debruçaram-se os anos defuntos,
Sobre os balcões do céu, usando velhos conjuntos;
Emergir a saudade, do fundo das águas, sorridente;
O sol moribundo adormecer atrás da arcada mansa,
E, como uma longa mortalha arrastando-se no Oriente,
Ouve, minha cara, ouve a doce noite que avança.
(BAUDELAIRE, 1985, tradução de Ivan Junqueira).
O Construtivismo foi um movimento artístico do início do século XX que 
se deu na capital da Rússia, Moscou, tendo forte influência na arquitetura e na 
arte ocidental. Esse movimento foi até 1920 e influenciou outro movimento 
artístico, o da Bauhaus, que foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura 
de vanguarda na Alemanha. Nesse período, os artistas tinham a preocupação de 
Arte Moderna: principais tendências152
HA_U3_C11.indd 152 12/01/2018 15:45:08
mostrar uma nova configuração da arte, influenciada pela Revolução Industrial. 
Assim, pretendiam romper com o passado tradicional e sugerir outras formas 
de apresentação com os avanços tecnológicos modernos, como as máquinas, 
a engenharia elétrica e eletrônica, a evolução fabril, entre outros. 
Os artistas usaram o relevo, os objetos industriais, a fotografia, a tipografia, 
a moda e a tridimensionalidade para expressar os ideais do movimento. O 
Construtivismo representou um importante movimento revolucionário da 
frente russa. As principais características desse movimento foram: o rompi-
mento com a arte clássica, acadêmica e tradicional; o uso da arte geométrica, 
tridimensional e abstrata; a proposta da antiarte e experimentações artísticas; 
o uso de colagens, suportes, objetos pré-fabricados e de uso comum como 
madeira, plástico, ferro, vidro, arame e outros a influência do Marxismo, 
Futurismo e racionalismo científico; temas com fundo político e sociais; e o 
desejo de ser um movimento contrário ao Naturalismo e ao Expressionismo. 
Veja um exemplo de obra construtivista na Figura 8.
Figura 8. Neuer, de El Lissitzy. 
Fonte: The Museum of Modern Art (1923).
153Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 153 12/01/2018 15:45:08
O movimento Art Nouveau surgiu na Europa, entre 1890 e 1910, e in-
fluênciou a arquitetura e as artes gráficas. É uma arte decorativa, voltada 
para o desenho e a arquitetura, que influenciou as artes plásticas. Os novos 
materiais produzidos pelas indústrias, como o ferro, o vidro, o alumínio, o aço 
e o cimento, foram a principal contribuição para o nascimento da arquitetura 
moderna, com novas formas. Como explica Barilli (1991, p. 9):
Aplicamos o termo art nouveau a um estilo de arquitetura e das artes 
figurativas e aplicadas que floresceu na última década do século XIX e 
nos primórdios do século XX. Precedido de uma longa fase preparató-
ria, o fenômeno influenciou muitos ramos da arte até a eclosão da I Guerra 
Mundial e foi simultâneo em toda a Europa Ocidental, sendo exemplo da 
fermentação e do intercâmbio ininterrupto de idéias e de experimentos no 
seio de nossa cultura.
Na escultura, o traço marcante são as formas abstratas, a integração entre 
espaço, movimento, luz e até mesmo som. Foi no século XIX que apareceram 
as primeiras construções metálicas, com formas totalmente novas. Um desses 
exemplos é a construção da Torre Eiffel (apresentada na Figura 9), idealizada 
por Gustav Eiffel, que hoje é reconhecida como símbolo de Paris.
Figura 9. Torre Eiffel, de Gustav Eiffel. 
Fonte: Dmitry Brizhatyuk / Shutterstock.com
Arte Moderna: principais tendências154
HA_U3_C11.indd 154 12/01/2018 15:45:09
No link a seguir, você pode assistir a um documentário sobre a Semana de Arte Moderna 
de 1922 (MENDONA, 2017) e conhecer o impacto das tendências da Arte Moderna no Brasil.
https://goo.gl/sLT7m6
1. Quais as principais ideias 
da Arte Moderna?
a) Trazer os dogmas 
clássicos e tradicionais nas 
expressões artísticas.
b) Ênfase no realismo, na simetria, 
harmonia e perfeição.
c) Trazer novas formas de perceber 
a sociedade pela arte.
d) Ênfase em trabalhos sem 
sentido e sem motivo.
e) Trazer ainda mais as concepções 
religiosas e mitológicas 
do mundo moderno.
2. Qual destes movimentos de Arte 
Moderna se preocupavam com 
questões sociais e políticas?
a) Fauvismo.
b) Simbolismo.
c) Dadaísmo.
d) Art nouveau.
e) Construtivismo.
3. Por meio de quais características 
o Expressionismo demonstrou 
a subjetividade?
a) Apresentando figuras 
abstratas e ilógicas.
b) Buscando a expressão da 
emoção e do sentimento 
por meio da deformação 
do mundo real.
c) Apresentando cores 
claras e destacando a 
luminosidade da cena.
d) Buscando a expressão a 
partir das linhas retas e 
planos perpendiculares.
e) Apresentando a emoção 
por meio da racionalidade 
e da lógica matemática.
4. Sobre o Dadaísmo, é 
correto afirmar que:
a) propunha como arte 
elementos do cotidiano.
b) não foi considerado 
um movimento.
c) propunha como arte a retomada 
do valores greco-romanos.
d) não produzia artisticamente 
algo relevante.
e) propunha como arte temas 
envolvendo flores e frutas.
5. Dos movimentosexistentes 
na Arte Moderna, a qual 
Pablo Picasso se vinculou?
a) Neoclassicismo.
b) Cubismo.
c) Dadaísmo.
d) Surrealismo.
e) Construtivismo.
155Arte Moderna: principais tendências
HA_U3_C11.indd 155 12/01/2018 15:45:09
https://goo.gl/sLT7m6
ADES, D. Dadá e surrealismo. In: STANGOS, N. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 1991. p. 81-99.
AEGIS EDUCATION. Dicionário Aegis de design: PICABIA, Francis. [S.l.]: Aegis Strategy, 
c2018. Disponível em: <http://www.aegis-education.com/dicionario.php?id=243>. 
Acesso em: 07 jan. 2018.
AMOROSI, M. Gli orologi molli (Salvador Dali). [S.l.]: Celeste, c2018. Disponível em: <ht-
tps://www.celesteprize.com/artwork/ido:130255/>. Acesso em: 07 jan. 2018.
ARGAN, G. C. As fontes da arte moderna. Novos Estudo (Cebrap), São Paulo, n. 18, p. 
49-56, set. 1987. 
ARTSY. Marcel Duchamp. [S.l.: s.n.], c2018. Disponível em: <https://www.artsy.net/
artist/marcel-duchamp>. Acesso em: 07 jan. 2018.
BARILLI, R. Art nouveau. São Paulo: M. Fontes, 1991. 
BAUDELAIRE, C. As flores do mal. 7. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
CARDOSO, R. Modernismo e contexto político: a recepção da arte moderna no Correio 
da Manhã (1924-1937). Revista de História, São Paulo, n. 172, p. 335-365, jan.-jun. 2015. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rh/n172/2316-9141-rh-172-00335.pdf>. 
Acesso em: 07 jan. 2018.
ELLEN ARTES. Fauvismo. [S.l.]: Comunidades.net, c2018. Disponível em: <http://images.
comunidades.net/ell/ellen-artes/fauvismo2.jpg>. Acesso em: 07 jan. 2018.
FRANCASTEL, P. Études de sociologie de l’art. Paris: Denoel, 1970.
MENDONA, J. C. Semana de arte moderna: documentário. [S.l.]: YouTube, 2017. 1 vídeo. Dis-
ponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GRKio1yJeXA>. Acesso em: 07 jan. 2018.
MICHELI, M. As vanguardas artísticas. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
PROENÇA, G. História da arte. 16. ed. São Paulo: Ática, 2003.
THE MUSEUM OF MODERN ART. El Lissitzky. New York: MoMA,1923. Disponível em: 
<https://www.moma.org/collection/works/88312>. Acesso em: 07 jan. 2018.
TODA MATÉRIA. Picasso. Matosinhos: 7Graus, c2011-2018. Disponível em: <https://
static.todamateria.com.br/upload/pi/ca/picasso-1.jpg>. Acesso em: 07 jan. 2018.
VENEROSO, M. C. F. O dialogo imagem-palavra na arte do século XX: as colagens 
cubistas de Pablo Picasso e sua relação intertextual com Guillaume Apollinaire. Aletria, 
Belo Horizonte, v. 14, jul.-dez. 2006.
WIKIMEDIA COMMONS. File:Edvard Munch – The Scream – Google Art Project.jpg. [S.l.], 
2015. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Edvard_Munch_-_
The_Scream_-_Google_Art_Project.jpg>. Acesso em: 09 jan. 2018.
WIKIPÉDIA. Umberto Boccioni. [S.l.], 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/
wiki/Umberto_Boccioni>. Acesso em: 07 jan. 2018.
Arte Moderna: principais tendências156
HA_U3_C11.indd 156 12/01/2018 15:45:10
http://www.aegis-education.com/dicionario.php?id=243
tps://www.celesteprize.com/artwork/ido
https://www.artsy.net/
http://www.scielo.br/pdf/rh/n172/2316-9141-rh-172-00335.pdf
http://comunidades.net/ell/ellen-artes/fauvismo2.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=GRKio1yJeXA
https://www.moma.org/collection/works/88312
http://static.todamateria.com.br/upload/pi/ca/picasso-1.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File
https://pt.wikipedia.org/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
HISTÓRIA
DA ARTE
Priscila Farfan Barroso
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
B277h Barroso, Priscila Farfan.
 História da Arte / Priscila Farfan Barroso, Hudson de
 Souza Nogueira ; [revisão técnica: Max Elisandro dos Santos 
 Ribeiro]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
 221 p. ; il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-297-3
 1. Arte – História. I. Nogueira, Hudson de Souza.
 II. Título.
CDU 7
Revisão técnica:
Max Elisandro dos Santos Ribeiro
Licenciatura Plena em História
Especialista em Gestão e Tutoria EaD
Mestre em Educação
HA_Iniciais_Impressa.indd 2 12/01/2018 17:08:09
Arte Pós-moderna
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Compreender as características e as influências da Arte Pós-Moderna.
 � Identificar as obras e artistas internacionais da Arte Pós-Moderna
 � Reconhecer o Pós-modernismo no Brasil e alguns artistas em destaque.
Introdução
A Pós-modernidade surge após os anos 1960 e apresenta uma oposição 
em relação à Modernidade. As artes produzidas neste período investem 
na interação com o público, trazem elementos do cotidiano, são fáceis 
de compreender e têm elementos cômicos e estranhos. Trata-se de uma 
nova proposta. 
Neste capítulo, você conhecerá a Arte Pós-moderna e vai perceber 
a liberdade no momento da construção da obra de arte, bem como a 
grande variação de estilos e técnicas que podem ser usados dentro desse 
movimento de arte.
Características e influências da Arte Pós-
moderna
A arte no Pós-Modernismo surge nos anos de 1960, ao mesmo tempo em 
que acontece muitas mudanças nas ciências e nas sociedades. Chamamos 
de “Pós-moderna” o momento depois da Arte Moderna, que foi identificada 
com a Revolução Industrial e os ideais do Iluminismo. Para compreender 
o Pós-modernismo é importante peceber suas principais diferenças com o 
Modernismo, apresentadas no Quadro 1.
HA_U4_C16.indd 209 12/01/2018 15:46:43
Fonte: Santos (1997, p. 42).
Modernismo Pós-modernismo
cultura elevada
estetização
interpretação
obra/originalidade
forma/abstração
hermetismo
conhecimento superior
oposição ao público
crítica cultural
afirmação da arte
banalização do cotidiano
antiarte
desestetização
processo/pastiche
conteúdo/configuração
fácil compreensão
jogo com arte
participação do público
comentário cômico, social
desvalorização obra/autor
Quadro 1. Comparativo Modernismo e Pós-Modernismo.
Se o Modernismo estava associado ao consumo, a Pós-modernidade está 
ligada à comunicação. Nesse momento, o avanço dos meios de comunicação 
e a evolução da tecnologia eletrônica, com informações em tempo real, di-
versões e serviços, marca o mundo com grandes mudanças. A era digital e a 
globalização permitem a sociedade contemporânea absorver novos conceitos e 
tendências, dando origem ao novo movimento artístico que recebeu o nome de 
Pós-Modernismo. Essa nova tendência, considerada por alguns como antiarte, 
vigora até os nossos dias na literatura, escultura, arquitetura, cinema e artes 
plásticas. Deste modo, Eagleton (1998, p. 7) reforça que: 
Pós-modernidade é uma linha de pensamento que questiona as noções clássicas 
de verdade, razão, identidade e objetividade, a ideia de progresso ou emanci-
pação universal, os sistemas únicos, as grandes narrativas ou os fundamentos 
definitivos de explicação. [...] vê o mundo como contingente, gratuito, diverso, 
instável, imprevisível, um conjunto de culturas ou interpretações desunificadas 
gerando certo grau de ceticismo em relação à objetividade da verdade, da his-
tória e das normas, em relação às idiossincrasias e à coerência de identidade.
As principais características da arte Pós-Moderna são: 
 � aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico;
 � desenvolvimento de ações por meio da proliferação, da justaposição 
e da disjunção; 
Arte Pós-moderna210
HA_U4_C16.indd 210 12/01/2018 15:46:44
 � descontrucionismo, entrelaçamento textual (colagem montagem e 
outros); 
 � imitação vulgar de um estilo particular; 
 � desterritorialização da cultura; 
 � culturas híbridas, que apresentam o resultado de elementos de duas 
culturas diferentes; 
 � constante referência a obras e estilos do passado reinterpretados e 
recriados com técnicas e propostas novas (ver Figura 1); 
 � interação com a participação do público para a configuração de uma 
obra de arte; 
 � modo particular de experimentar, interpretar e ser no mundo; 
 � imprecisão e espontaneidade;� liberdade para criar; 
 � arte destituída de hierarquizações; 
 � multiplicidade de estilos; 
 � combinação de tendências; 
 � hiper-realismo; 
 � aproximação com a cultura popular; 
 � imaginação e criatividade; 
 � cotidiano banalizado. 
Figura 1. A Persistência da Memória, de Sollier.
Fonte: Sollier (2013).
211Arte Pós-moderna
HA_U4_C16.indd 211 12/01/2018 15:46:44
Soma-se a essas características o individualismo, como próprio do século 
XX, que evidencia a atitude de quem vive exclusivamente para si e demonstra 
pouca ou nenhuma solidariedade, inclusive na produção artística. Assim, 
cabe dizer que esse estilo reúne várias escolas artísticas heterogêneas, que se 
agrupam por possuírem uma mesma característica: a ausência de um método 
específico. Observe a Figura 2.
Figura 2. Obra do arquiteto Nicholas Gimenes. 
Fonte: Gimenes (2014). 
Assista à palestra O pensamento pós-moderno e a falência da modernidade, do jornalista 
Juremir Machado (JULIAN NETO, 2014), que vai ajudar você a refletir sobre as principais 
questões do tema.
https://goo.gl/Ak8i9D
Principais artistas da Arte Pós-moderna
O período Pós-modernismo acontece ao mesmo tempo do chamado capita-
lismo pós-industrial, que é caracterizado pela troca de bens imateriais como 
Arte Pós-moderna212
HA_U4_C16.indd 212 12/01/2018 15:46:45
https://goo.gl/Ak8i9D
a informação e os serviços, consequência das tecnologias eletrônica e nuclear. 
Esse é um estilo que emerge a partir de grandes inovações técnicas, artís-
ticas, sociais, literárias e políticas, por isso não o encontramos em todas as 
partes do mundo, mas naqueles países com zonas de maior industrialização 
e transformações sociais.
Na Arte Pós-modernista podemos perceber a progressiva implantação 
do abstracionismo na figuração, impondo-se a crise da representação, pro-
jetada pelos impressionistas (Monet, Sisley, Cézanne e Renoir), pontilhistas 
(Seurat, Signac), cubistas (Picasso, Bracque) e futuristas (Boccioni, Carra, 
Giacomo Balla), entre outros movimentos vanguardistas. Seu auge se deu 
quando a mera referência à figura foi totalmente eliminada. Assim, em 
meio a esse contexto, o mundo das artes entendeu que a liberdade criativa 
se devia traduzir na liberdade de opção em linguagens e referências formais 
e conceituais.
Na literatura, a condição pós-moderna é expressa pelo francês Jean François 
Lyotard, que apresenta o fim das metanarrativas – a narrativa contida dentro 
ou além da própria narrativa – e entende esse período como “[...] o estado da 
cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, 
da literatura e das artes” (LYOTARD, 1993, p. 15). Agora, você vai conhecer 
alguns dos artistas Pós-modernos e suas obras.
John Baldessari nasceu em 1931 e é um arquiteto e artista conceitual norte-
-americano. Ele é uma das grandes influências do século XX, sendo pioneiro 
no Pós-modernismo e influenciando outros artistas. Você pode observar uma 
de suas obras na Figura 3. Em 1970, ele queimou a maior parte de suas obras 
e guardou as cinzas em uma obra com forma de livro. Tedesco (2016, p. 65) 
ainda fala sobre outras obras do autor:
Convém mencionar que Baldessari, durante a década de 1970, realizou mais 
de duas dezenas de vídeos e alguns filmes super-8, nos quais a linguagem 
audiovisual era ponto centra daquelas obras. Em I’m making art, vídeo de 
1971, o artista fica diante da câmera, em pé, olhando para o monitor, que 
transmite sua imagem. Cada vez que pronuncia a frase I’m making art, mo-
vimenta um de seus braços em gestos simples como dobrar, esticar, levantar, 
ou inclina-se para frente ou para o lado, sempre com curtos movimentos. Uma 
proposição na qual o artista relaciona sua imagem e ação ao texto falado e 
ao modo como o diz, Baldessari diz - eu estou fazendo arte, e expressa isso 
em pé, diante da câmera, movimentando seus braços, a visibilidade dessa 
articulação, nos mostra tudo, numa camada sutil, o vídeo explicita o seu 
posicionamento diante da arte.
213Arte Pós-moderna
HA_U4_C16.indd 213 12/01/2018 15:46:45
Figura 3. Pura Belleza, de John Baldessari. 
Fonte: Jakulis (2016).
Jeff Koons, nascido em 1955, é um artista norte-americano que estudou pin-
tura em Chicago. Ele usou várias técnicas e materiais para construir suas obras. 
Entre os seus trabalhos estão Puppy, um cachorro formado por flores, medindo 
16 metros de altura, como você pode ver na Figura 4; Rabbit, um coelho feito 
de plástico espelhado, imitando aço inoxidável; e série de objetos de porcelana. 
Assim, ele se tornou mais conhecido da cultura de massa. Seu objetivo é transfor-
mar objetos do cotidiano em peças de arte, tornando-se, dessa forma, um artista 
controverso, intrigante e provocador. Koons ainda expressa a estética popular 
massiva conhecida como kitsch, que remete a um sistema de imitação a partir 
de artefatos culturais e estilos de decoração inócuos com certa extravagância.
Figura 4. Puppy, obra de Jeff Koons. 
Fonte: Wikipedia (2017). 
Arte Pós-moderna214
HA_U4_C16.indd 214 12/01/2018 15:46:45
Meyer Vaisman é um artista venezuelano, desenhista, escultor, autor de 
um conjunto de autorretratos irónicos e de naturezas mortas, nascido em 
1960. Suas obras têm grande projeção na cena nova-iorquina nos anos de 
1980 e 1990, uma vez que ele se formou na Parsons School of Design, em 
Nova York. Uma das definições dada a sua obra foi a “estética da razão 
cínica”, por conta da influência do Posapropiacionismo, do Simulacionismo 
neoabstracto e do Neo Geo, que visavam à apropriação de elementos mo-
dernos buscando novas significações através da arte. Observe uma de suas 
artes na Figura 5.
Figura 5. Obra de Meyer Vaisman.
Fonte: Christie (2008). 
Veja o documentário Saída pela loja de presentes-Bansky (DESLISE, 2017), sobre a produção 
artística de Bansky que realiza trabalhos pós-modernos em estêncil nas ruas de Bristol, 
Londres e outras cidades. 
https://goo.gl/GM2swj
215Arte Pós-moderna
HA_U4_C16.indd 215 12/01/2018 15:46:46
https://goo.gl/GM2swj
Pós-modernismo no Brasil
No Brasil, o Pós-modernismo é um movimento contemporâneo com uma 
mudança geral em todos os aspectos, das artes até as ciências. Trata-se de um 
momento de colocar ideias e pensamentos livres de objeções, a partir de um 
processo individualista, liberto de crenças, medos e preconceitos. Por meio 
das tecnologias, da mídia e da eletrônica, as informações levam o indivíduo 
ao consumo, e essas obras de arte do Pós-modernismo se propõem a provocar 
uma reflexão crítica sobre esse processo de consumo demasiado. No Brasil, 
os artistas Pós-modernos que se destacaram são Vik Muniz e Eduardo Kobra, 
ambos referências não apenas por divulgarem suas artes por meio da pintura, 
mas pela versatilidade de suas construções. 
Vik Muniz, brasileiro nascido em 1961, é artista plástico, pintor e fotógrafo. 
Ficou conhecido por usar materiais inusitados em suas obras, como lixo, açúcar 
e chocolate. Entre seus trabalhos está uma cópia da Mona Lisa, de Leonardo 
da Vinci, feita com manteiga de amendoim e geleia como matéria-prima. 
Recriou muitos trabalhos do francês Monet e, com calda de chocolate, pintou 
o retrato de Sigmund Freud, o pai da psicanálise. 
Após compor estas imagens com materiais inusitados, que vão se degra-
dando com o passar do tempo, em razão dos elementos perecíveis que utiliza, 
ele se preocupa em fotografar as superfícies criadas e apresentar o retrato como 
produto final do efeito permitido com o uso desses elementos. 
Seu sucesso foi grande devido a sua criatividade e, em 2011, produziu 
um documentário sobre suas obras usando o lixo como material, como você 
pode observar na Figura 6. O documentário foi feito no aterro de Jardim 
Gramacho e eleito o melhor documentário pelo Festival de Sundance, bem 
como indicado para concorrer ao Oscar no ano seguinte. Atualmente, ele 
reside em Nova York. 
Arte Pós-moderna216
HA_U4_C16.indd 216 12/01/2018 15:46:46
Figura 6. O Beijo, de Vik Muniz.
Fonte: Kristin (2011). 
EduardoKobra, nascido em1976, é um brasileiro que iniciou sua carreira 
como pichador artístico. Depois, se tornou grafiteiro, com o projeto Muro 
das Memórias, em São Paulo, no qual retratou cenas antigas da cidade e, 
atualmente, se considera um muralista. Foi convidado para fazer o Mural 
da Paz, em Roma, e fez também diversos trabalhos em outros países. É dele 
também Todos somos um, mural de 3 mil metros feito para as Olimpíadas do 
Rio de Janeiro, de 2016 (veja na Figura 7). Foi premiado, em 2011, no maior 
evento de arte em 3D do mundo, o Sarasota Chalk Festival.
Figura 7. Todos somos um, no Rio de Janeiro, por Eduardo Kobra.
Fonte: Garcia (2016).
217Arte Pós-moderna
HA_U4_C16.indd 217 12/01/2018 15:46:46
Apesar da modernidade em suas obras, ele apresenta nas pinturas cenas e 
locais de épocas antigas, personalidades renomadas, trazendo certo saudosismo. 
Esse artista também tem experiência com a pintura em 3D em pavimentos 
a partir da técnica anamórfica, que tem a função de “enganar os olhos” de 
quem a aprecia, sendo necessário que observador se posicione em certo ângulo 
para compreender a imagem. Assim, é possível reconhecer a profundidade e 
a realidade da imagem criada. 
Para conhecer mais sobre o trabalho de Eduardo Kobra e suas influências, acesse o 
site do artista (KOBRA, 2017), no qual ele apresenta sua biografia, projetos e até vende 
suas obras.
https://goo.gl/y29fKf
1. Qual diferença entre Modernismo e 
Pós-modernismo? 
a) O modernismo valoriza a antiarte 
e o pós-modernismo, a arte.
b) O modernismo traz a 
banalidade do cotidiano e 
o pós-modernismo valoriza 
a cultura elevada.
c) O modernismo valoriza 
mais o processo e o pós-
modernismo, mais a obra.
d) O modernismo valoriza o 
artista e o pós-modernismo, 
a participação do público.
e) O modernismo valoriza 
a interpretação e o pós-
modernismo, a fácil 
compreensão.
2. Sobre as características 
do Pós-modernismo, é 
correto afirmar que: 
a) esse estilo se baseias dos dogmas 
greco-romanos da arte. 
b) pode envolver materiais 
de uso cotidiano em uma 
composição artística.
c) esse estilo aparece bastante 
em edificações sagradas 
e locais religiosos.
d) a proposta utiliza métodos 
clássicos e baseados na 
ciência. 
Arte Pós-moderna218
HA_U4_C16.indd 218 12/01/2018 15:46:47
https://goo.gl/y29fKf
e) esse estilo se destaca por 
privilegiar o pontilhismo 
para a produção da obra.
3. Em relação às influências do 
Pós-modernismo, assinale a 
alternativa correta. 
a) A sociedade passa por 
transformações sociais, mas 
isso não incide nas artes.
b) Há influência da arte neoclássica 
e suas inspirações magistrais 
no campo da arquitetura.
c) A era digital e a globalização 
trazem novos conceitos 
que incidem na arte.
d) A influência da arte surrealista 
faz com que criem releituras 
de obras clássicas.
e) A sociedade se mantém coesa 
e uniforme desde que surgiu.
4. Sobre os artistas internacionais 
no Pós-modernismo, marque a 
alternativa correta. 
a) John Baldessari é considerado 
um artista conceitual porque 
fez releituras de obras clássicas.
b) Explicitaram em suas obras 
a liberdade artística com 
opções de linguagens e 
referenciais conceituais.
c) Jeff Koons se valeu da 
estética kitsch que resgata 
a iluminação da obra.
d) Explicitaram o formalismo 
artístico e retomaram 
os autorretratos.
e) Meyer Vaisman enfatizou em 
suas produções abstrações 
sem a figura humana.
5. Sobre os artistas brasileiros 
do Pós-Modernismo, é 
correto afirmar que: 
a) Eduardo Kobra evidencia 
um estilo melancólico 
em suas esculturas.
b) Vik Muniz propôs sua arte 
a partir do muralismo 
e do grafite.
c) Eduardo Kobra trabalha 
com materiais do lixo e 
depois fotografa as cenas.
d) Vik Muniz fez sua a arte 
principalmente a partir do 
mármore, bronze e ferro.
e) Obras de arte do Pós-
modernismo se propõem 
a provocar uma reflexão 
crítica sobre esse processo 
de consumo demasiado e 
no Brasil não foi diferente.
219Arte Pós-moderna
HA_U4_C16.indd 219 12/01/2018 15:46:47
CHRISTIE. Meyer Vaisman (b. 1960). New York: Invaluable, 2008. Disponível em: <ht-
tps://www.invaluable.com/auction-lot/meyer-vaisman-venezuelan-b-1960-244-c-
-hmx1ltgmhs>. Acesso em: 11 jan. 2018.
DESLISE. Saída pela loja de presentes (exit through the gift shop) – Banksy – legen-
dado. [S.l.]: YouTube, 2017. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=qVYYHDKhqHQ>. Acesso em: 11 jan. 2018.
EAGLETON, T. As ilusões do pós-modernismo. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1998.
GARCIA, B. Why art needs to retake the Olympic stage. Boston: The Conversation, 2016. 
Disponível em: <http://theconversation.com/why-art-needs-to-retake-the-olympic-
-stage-64139/>. Acesso em: 11 jan. 2018.
GIMENES, N. As obras pós-modernas do arquiteto Frank Gehry. [S.l.], 2014. Disponível em: 
<http://www.nicholasgimenes.com.br/2014/10/as-obras-pos-modernas-do-arquiteto.
html>. Acesso em: 11 jan. 2018.
JAKULIS, L. John Baldessari: artes plásticas – fotografia. [S.l.]: Atrapados por la Imagen, 
2016. Disponível em: <http://atrapadosporlaimagen.blogspot.com.br/2016/04/john-
-baldessari-artes-plasticas.html>. Acesso em: 11 jan. 2018.
JULIAN NETO. Juremir Machado da Silva: o pensamento pós-moderno e a falência da 
modernidade. [S.l.]: YouTube, 2014. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=bUBAXx8Np3g>. Acesso em: 11 jan. 2018.
KOBRA, E. Kobra. São Paulo, 2017. Disponível em: <http://www.eduardokobra.com/>. 
Acesso em: 11 jan. 2018.
KRISTIN. Pictures of garbage. London: ArtEco, 2011. Disponível em: <http://artecony.
blogspot.com.br/2011/05/pictures-of-garbage.html>. Acesso em: 11 jan. 2018.
LYOTARD, J.-F. O pós-moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1993.
PROENÇA, G. História da arte. 16. ed. São Paulo: Ática, 2003.
SANTOS, J. F. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 1997. (Coleção Primeiros 
Passos, v. 165).
SOLLIER. La persistance de la mémoire. [S.l.], 2013. Disponível em: <https://www.sollier-
gallery.com/?lightbox=image1hro>. Acesso em: 11 jan. 2018.
TEDESCO, E. A. A. A série Movie scripts: Art de John Baldessari. Revista do Colóquio de 
Arte e Pesquisa do PPGA-UFES, Vitória, v. 6, n. 10, jun. 2016.
WIKIPEDIA. Jeff Koons. [S.l.], 2017. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Jeff_Ko-
ons>. Acesso em: 11 jan. 2018.
Arte Pós-moderna220
HA_U4_C16.indd 220 12/01/2018 15:46:48
tps://www.invaluable.com/auction-lot/meyer-vaisman-venezuelan-b-1960-244-c-
https://www.youtube.com/
http://theconversation.com/why-art-needs-to-retake-the-olympic-
http://www.nicholasgimenes.com.br/2014/10/as-obras-pos-modernas-do-arquiteto.
http://atrapadosporlaimagen.blogspot.com.br/2016/04/john-
https://www.youtube/
http://www.eduardokobra.com/
http://blogspot.com.br/2011/05/pictures-of-garbage.html
https://www.sollier/
http://gallery.com/?lightbox=image1hro
https://en.wikipedia.org/wiki/Jeff_Ko-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
ESTUDO DA PLÁSTICA
Celma Paese
Concretismo e 
Neoconcretismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os movimentos de Concretismo e Neoconcretismo.
 � Identificar o Concretismo e o Neoconcretismo nas artes plásticas.
 � Definir o Concretismo e o Neoconcretismo na arquitetura.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o Concretismo e o Neoconcretismo, 
suas principais características e diferenças. Além disso, vai aprender a 
identificar esses movimentos artísticos nas artes plásticas e na arquitetura.
O Concretismo e o Neoconcretismo
O Concretismo foi um movimento artístico e cultural que surgiu na Europa em 
meados do século XX, o qual visava à criação de uma nova linguagem, uma 
arte não figurativa, a princípio baseada em planos e cores. Formas geométricas 
dominavam as experiências plásticas. A vanguarda russa, o construtivismo, o 
suprematismo, a Bauhaus e o Neoplasticismo (DeStijl), entre outros, foram mo-
vimentos que continham ideias da arte concreta em suas formas de expressão. 
No Brasil, esse movimento de vanguarda chegou por volta de 1950, por 
meio do Suíço Max Bill (1908-1994), um dos precursores do movimento, ao 
lado do russo Vladimir Maiakovski (1893-1930). 
A partir da Exposição Nacional de Arte Concreta (1956), um grupo de 
artistas dá sinal de um futuro rompimento, em prol de outros ideais. Surgem 
os neoconcretistas, ou concretistas cariocas, que lançam seu manifesto em 
1959 junto com sua primeira mostra, no Rio de Janeiro. 
As mudanças culturais no Brasil ocorriam com grande velocidade e entusiasmo, acom-
panhando o ritmo da construção de Brasília. A nova capital foi o ápice do projeto 
desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, conhecido pelo 
lema “Cinquenta anos em cinco”. A atual capital começou a ser construída em 1957 e 
foi inaugurada, ainda incompleta, em 1960. A cidade foi erguida no meio do cerrado, 
a partir de uma concepção modernista de urbanismo e arquitetura. A figura a seguir 
traz o plano-piloto da cidade, desenvolvido por Lucio Costa (1957).
Arte concreta 
Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural (ARTE…, 2018), o Manifesto Arte 
Concretista foi escrito em 1930, por Theo van Doesburg, influente intelectual 
que também determinou os fundamentos do Neoplasticismo holandês. O 
manifesto, publicado no primeiro número da revista Arte concreta, lança as 
bases conceituais do movimento:
 � A arte é universal.
 � A obra de arte deve ser inteiramente concebida e formada pelo espírito 
antes de sua execução.
 � O quadro deve ser inteiramente construído com elementos puramente 
plásticos, isto é, planos e cores. 
Concretismo e Neoconcretismo2
 � Um elemento pictural só significa a “si próprio” e, consequentemente, 
o quadro não tem outra significação que “ele mesmo”.
 � A construção do quadro, assim como seus elementos, deve ser simples 
e controlável visualmente.
 � A técnica deve ser mecânica, isto é, exata, anti-impressionista.
 � Esforço pela clareza absoluta.
Sem implicar uma arte figurativa, a arte concreta nasce também como 
oposição à arte abstrata em termos de forma, podendo trazer vestígios sim-
bólicos por causa de sua origem na abstração da representação do mundo: 
linha, ponto, cor e plano não figuram nada e são o que há de mais concreto 
em uma pintura. Para os concretistas, o que há de concreto em uma pintura 
são os elementos formais.
O movimento concreto se constituiu, primeiro, na cidade de São Paulo, em 
meados da década de 1950, sendo liderado pelos poetas e irmãos Augusto e 
Haroldo de Campos, conhecidos como os “irmãos Campos”, e Décio Pignatari. 
O grupo concretista de São Paulo foi fundador da Revista Noigandres (1952), 
divulgadora das ideias atreladas ao Concretismo. 
Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural (EXPOSIÇÃO…, 2017), o espírito 
que comandou a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956, oficializando 
o movimento fica explícito nas palavras que o poeta Décio Pignatari (1927-
2012) pronunciou em 1957: “esse foi o primeiro encontro nacional das artes 
de vanguarda realizado no país, tanto no que se refere às artes visuais quanto 
à poesia concreta” (EXPOSIÇÃO…, 2017, documento on-line). Realizada por 
iniciativa do grupo concreto paulista, a mostra aconteceu em São Paulo, no 
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), em dezembro de 1956, e 
no Rio de Janeiro, no Ministério da Educação e Saúde, em janeiro e fevereiro 
de 1957. Participaram artistas das duas cidades. A exposição era composta de 
cartazes-poemas, obras pictóricas, esculturas e desenhos, além de palestras 
e conferências. A revista Ad-arquitetura e decoração incluiu em seu n. 20 o 
material exposto, fato que a fez funcionar como uma espécie de catálogo da 
mostra. Nos dois eventos, foram exibidas obras de diversos artistas plásticos 
como: Geraldo de Barros (1923-1998), Aluísio Carvão (1920-2001), Waldemar 
Cordeiro (1925-1973), João José da Silva Costa (1931), Judith Lauand (1922) 
e Maurício Nogueira Lima (1930-1999). Além disso, participam como convi-
dados especiais do evento os poetas: Décio Pignatari, os irmãos Haroldo de 
Campos (1929-2003) e Augusto de Campos (1931), Ferreira Gullar (1930-2016) 
e Ronaldo Azeredo (1937-2006).
3Concretismo e Neoconcretismo
Amilcar de Castro (1920-2002) foi gravador, desenhista, escultor, pintor, diagramador 
e professor. 
Há muito tempo fora da base, suas obras se estendem horizontalmente 
no solo e dialogam com a paisagem. Num percurso de cerca de cinco 
décadas, Amilcar de Castro experimenta infinitas possibilidades do 
plano. Resistente ao excesso de racionalismo, suas dobras tornam a 
geometria maleável e mais humana (AMILCAR..., 2018). 
A imagem a seguir apresenta uma escultura de Amilcar de Castro, no jardim do 
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP).
Fonte: Costa (2015).
Concretismo e Neoconcretismo4
Arte neoconcreta
O movimento neoconcreto ou Neoconcretismo surgiu como reação ao movi-
mento concretista de São Paulo, no final da década de 1950, no Rio de Janeiro. 
A partir da Exposição Nacional de Arte Concreta, um grupo de artistas dá sinal 
de um futuro rompimento, em prol de outros ideais. Segundo a Enciclopédia 
Itaú Cultural (NEOCONCRETISMO, 2017), esse rompimento foi oficializado 
com a publicação, em 23 de março de 1959, no Rio de Janeiro, do Manifesto 
Neoconcretista no suplemento dominical do Jornal do Brasil. A publicação teve 
como autores os artistas Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, 
Lygia Clark, Lygia Pape, Reinaldo Jardim e Theon Spanudis. No mesmo dia 
da publicação do Manifesto ocorreu a “I Exposição de Arte Neoconcreta” 
com obras dos artistas que mais se destacaram no movimento e que assina-
ram o “Manifesto Neoconcreto”. Duas outras exposições nacionais de arte 
neoconcreta ocorreram nos anos seguintes: uma em 1960, no Ministério da 
Educação, no Rio de Janeiro, e outra em 1961, no Museu de Arte Moderna 
de São Paulo. O fim da década de 1950 se tornava, então, o grande marco de 
uma nova forma de se expressar artisticamente.
Não se tratando somente de uma disputa histórica entre as cidades do Rio de 
Janeiro e São Paulo (sede dos artistas concretistas), o movimento neoconcreto 
partia da subjetividade do artista e da possibilidade da experiência física da obra 
de arte ante a arte tida como racional e dogmática dos artistas paulistanos da 
década de 1950. Os neoconcretistas ou concretistas cariocas acreditavam que 
a arte não podia ser considerada como um mero objeto tal qual consideravam 
os poetas paulistas, de forma que, para eles, a expressividade estava acima 
da forma. Para tanto, criticavam a tendência racional, positivista, dogmática 
e técnico-científica do concretismo ortodoxo paulista: A recuperação das 
possibilidades criadoras do artista (não mais considerado um inventor de 
protótipos industriais) e a incorporação efetiva do observador (que, ao tocar 
e manipular as obras, torna-se parte delas) apresentam-se como tentativas de 
eliminar a tendência técnico-científica presente no Concretismo. 
Antes de questionar se esse foi um movimento de superação a outro, é 
importante refletirmos sobre o período em que o Concretismo se consolidou. 
O Brasil, e principalmente a cidade de São Paulo, passava por um processo de 
intensa urbanização e industrialização, o que acabou refletindo nas produções 
artísticas daquele momento.
5Concretismo e Neoconcretismo
O Team X, projetado pelos Smithsons e construído em Londres apenas em 1972, é um 
conjunto habitacional popular claramente brutalista, como se percebe na imagem a 
seguir. Segundo Fazio, Moffett e Wodehouse (2011), o projeto foi criado para ser uma 
resposta simpática à vida urbana da classe trabalhadora inglesa. O enorme edifício é 
um contínuo de aparência externa dura e ousada. Incluía “ruas elevadas” em forma 
de passarelas entreligando os blocos de edifícios, que serviriam como equipamentos 
de socialização entre oshabitantes: “a presença de amplas varandas de concreto no 
terceiro pavimento de cada edifício, oferecendo vistas para o jardim central e criando 
espaço comum de encontro para seus habitantes e para as crianças brincarem” (LYNCH, 
2017, documento on-line).
Robin Hood Gardens começou a ser demolido oficialmente pelo governo inglês 
em 2017: segundo Lynch (2017), a falta de manutenção dos jardins internos e das 
“ruas suspensas” fez com que as condições do complexo se tornassem precárias, 
transformando-se em uma incubadora de crimes.
Fonte: Wikipedia (2018).
Arquitetura concreta e neoconcreta
A arquitetura concreta aconteceu nos países da Europa junto com os mo-
vimentos de vanguarda no entreguerras, como ocorreu com o De Stijl e o 
Construtivismo Russo, e pode ser considerada uma vertente da arquitetura 
Concretismo e Neoconcretismo6
modernista. No pós-guerra, o que aconteceu foi o surgimento da arquitetura 
brutalista na Inglaterra, que se espalha pelo mundo e chega ao Brasil no final 
dos anos 1950. No Brasil, não existem arquiteturas que se intitularam concretas 
e neoconcretas. O que existiu na época foi um período em que a arquitetura mo-
derna ganha força com a construção de Brasília e o reconhecimento definitivo 
de Lucio Costa e Oscar Niemeyer como estrelas da arquitetura nacional. Outro 
fato marcante para a época foi a urbanização de São Paulo e o surgimento da 
arquitetura brutalista no Brasil e de nomes como o Arquiteto Vilanova Artigas, 
no início dos anos 1960 e, mais tarde, Paulo Mendes da Rocha.
Brutalismo
O brutalismo aconteceu a partir de uma radicalização de determinados pre-
ceitos modernos que privilegiavam “a verdade estrutural das edificações”, de 
forma a nunca esconder os seus elementos estruturais (o que se conseguia ao 
tornar o concreto armado aparente ou destacando os perfis metálicos de vigas 
e pilares). Para Fazio, Moffett e Wodehouse (2011), essa radicalização pode 
ser considerada a última manifestação da arquitetura moderna, já anunciando 
a transição para o pós-moderno que começava a nascer paralelamente nos 
Estados Unidos nos anos 1950 e se impõe, nos anos 1960, como uma resposta à 
radicalização dos cânones modernistas. O brutalismo não pode ser considerado 
um movimento, mas sim uma vertente do moderno. As últimas obras de Le 
Corbusier são consideradas brutalistas.
Em 1953, durante uma reunião do Congresso Internacional de Arquitetura 
Moderna (CIAM), no sul da França, um grupo chamado Team-X expôs suas 
ideias deixando claro que pensava de maneira não convencional. O Team-X 
incluía o casal de arquitetos britânicos Peter e Alisson Smitson, Ralph Erskine 
e Aldo Van Eyck. A arquitetura do Team-X propunha pensar nos problemas 
sociais das cidades e da necessidade de habitações no contexto regional e local 
(FAZIO; MOFFETT; WODEHOUSE, 2011).
Acesse o link a seguir para ler mais sobre a arquitetura paulista brutalista (CONCEITOS, 
[201-?]).
https://goo.gl/iizyW
7Concretismo e Neoconcretismo
Brutalismo no Brasil
Principal ator arquitetônico da urbanização da maior cidade do Brasil, o bru-
talismo paulista, também conhecido como Escola Paulista, foi uma arquitetura 
extremamente marcada por um discurso ético, sendo este o principal ponto 
de contato com o brutalismo inglês (SANVITTO, 2013). A preocupação com 
questões sociais e com a “verdade dos materiais” tem a mesma postura ética da 
arquitetura brutalista inglesa que teve nos Smithson seus maiores defensores. 
Por outro lado, afirma Sanvitto (2013), a influência formal está vinculada 
claramente a Le Corbusier, quando se observa o concreto bruto aplicado aos 
prismas puros, e a busca por uma volumetria única. Apesar das semelhanças, 
o brutalismo adquiriu características próprias no Brasil. E, assim, o brutalismo 
paulista afirmou-se como uma arquitetura com características próprias.
A Escola Paulista acreditava na verdade, na correção, na virtude e na 
igualdade entre as pessoas. Tal ideologia conduzia soluções arquitetônicas 
nas quais nada havia a esconder. A sugestão da vida comunitária é explícita 
na utilização do espaço único. A ideia da não aceitação das segregações era 
refletida nas compartimentações evitadas (SANVITTO, 2013). O espaço único 
e a continuidade interior-exterior eram vistos como sinônimo de liberdade, 
pois permitiam a livre circulação. Constituíam a força moral que orientava 
essa arquitetura, que condenava as perversidades que ocorrem na intimidade 
fechada dos interiores: por esse motivo, o espaço fechado era descartado. 
O espaço único, portanto, era visto como agente da liberdade dos vícios, 
crimes, segregações e conluios, considerados frutos da privacidade que a 
compartimentação pode oferecer. O privado, portanto, era visto como uma 
forma associada ao ilícito.
Vilanova Artigas, a respeito do seu projeto para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 
da Universidade de São Paulo (FAU USP).
Pensei que este espaço fosse a expressão da democracia. Pensei que o 
homem na Faculdade de arquitetura teria o viço e que nenhuma atividade 
aqui seria ilícita, que não teria de ser vista por ninguém, e que os espaços 
teriam uma dignidade de tal ordem que eu não podia pôr uma porta 
de entrada, porque era para mim um crime (SANVITTO, 2013, p. 11).
Concretismo e Neoconcretismo8
Fonte: Santos (2010).
AMILCAR de Castro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São 
Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
pessoa2448/amilcar-de-castro>. Acesso em: 19 de dez. 2018.
ARTE Concreta. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: 
Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3777/
arte-concreta>. Acesso em: 19 de dez. 2018.
CONCEITOS. In: ZEIN, R. V. (Coord.). Arquitetura Paulista Brutalista 1953-1973, [201-?]. Dis-
ponível em: <http://www.arquiteturabrutalista.com.br/index1port-conceitos.htm>. 
Acesso em: 19 dez. 2018. 
COSTA, M. M. Gigante Dobrada, de Amílcar de Castro. Inhotim — Brumadinho, Minas 
Gerais, 9 fev. 2015. Disponível em: <http://marianamagcosta.com/2016-1-24-inhotim-
-brumadinho-minas-gerais/>. Acesso em: 9 jan. 2019.
EXPOSIÇÃO Nacional de Arte Concreta (1. : 1956 : São Paulo, SP). In: ENCICLOPÉDIA 
Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: 
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/evento80977/exposicao-nacional-de-arte-
-concreta-1-1956-sao-paulo-sp>. Acesso em: 19 de dez. 2018.
FAZIO, M.; MOFFETT, M.; WODEHOUSE, L. A história da arquitetura mundial. 3. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2011.
9Concretismo e Neoconcretismo
LYNCH, P. Robin Hood Gardens de Alison e Peter Smithson começa a ser demolido. 
ArchDaily, 7 set. 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/878712/robin-
-hood-gardens-de-alison-e-peter-smithson-comeca-a-ser-demolido>. Acesso em: 19 
dez. 2018. 
NEOCONCRETISMO. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São 
Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
termo3810/neoconcretismo>. Acesso em: 19 de dez. 2018.
SANTOS, M. Andares superiores do prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Uni-
versidade de São Paulo (FAU – USP), concluído em 1969 na Cidade Universitária, São Paulo. 
2010. Disponível em: <http://www.imagens.usp.br/?p=1003>. Acesso em: 9 jan. 2019.
SANVITTO, M. L. A. Brutalismo paulista: uma estética justificada por uma ética? In: SEMI-
NÁRIO DOCOMOMO BRASIL ARQUITETURA MODERNA E INTERNACIONAL: conexões 
brutalistas 1955-75, 10., 2013, Curitiba. Anais... Rio de Janeiro: Docomomo Brasil, 2013. p. 
1-24. Disponível em: <http://docomomo.org.br/wp-content/uploads/2016/08/CON_03.
pdf>. Acesso em: 19 dez. 2018.
WIKIPEDIA. The west side (inner side) of the 10 storey east block. Robin Hood Gardens, 
23 dez. 2018. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Robin_Hood_Gardens#/
media/File:RobinHoodgardens.jpg>. Acesso em: 9 jan. 2019.
Leituras recomendadas
CHING, F. D. K. Arquitetura:forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
FRAMPTON, K. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
Concretismo e Neoconcretismo10
Conteúdo:
História da 
Arquitetura
Jana Cândida Castro dos Santos 
Arquiteturas modernista 
e pós-modernista
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os movimentos da arquitetura contemporânea pós-ecletismo.
  Identificar as características da arquitetura contemporânea.
  Reconhecer as principais obras e os artistas da arquitetura modernista 
e pós-modernista.
Introdução
Os acontecimentos do século XX, combinados aos avanços tecnológicos 
na construção civil (marcados pelo uso do aço e do concreto armado) 
deram uma nova visão às cidades como um local para abrigar indústrias 
e sistemas modernos de transporte. Pensando-se ainda na questão da 
saúde física e mental, caracterizaram nesse contexto o surgimento das 
arquiteturas modernista e, mais tarde, pós-modernista. Neste capítulo, 
você verá a descrição dos movimentos da arquitetura contemporânea 
pós-ecletismo, a partir da identificação de suas características e principais 
obras e artistas.
Arquitetura modernista
Durante o período de transição da Revolução Industrial até nossa contempo-
raneidade, surgem novos problemas e, com isso, repostas diferentes e únicas, 
a partir de um leque de novas experimentações. Para Pereira (2010, p. 227), 
esses novos problemas levaram “[...] a uma desagregação dos nexos morfoló-
gicos tradicionais em todos os campos”. O século XX traz consigo mudanças 
culturais e científi cas importantes. Tais mudanças e as novas descobertas 
levaram a teorias que abalaram a sensação “típica do século XIX de progresso 
infi nito”, abrindo caminho para uma nova etapa cultural e arquitetônica. A 
nova etapa cultural é marcada pelo modernismo, do qual fazem parte outros 
tantos movimentos, como será visto a seguir. O percurso será iniciado pela 
explicação sobre o abandono do ornamento na arquitetura modernista.
Adolf Loos (1870–1933) deu início à sua carreira associada à Sezession de 
Viena, mas logo se afastou. Após entrar em contato com os textos de Louis 
Sullivan, começou a opor-se ao uso de ornamentos na arquitetura. E, assim, 
dedicou-se a explorar, criando um novo método de composição espacial, cha-
mado de Raumplan. Um de seus textos mais famosos foi publicado em 1908, 
o Ornamento e crime, seguindo a sugestão de abandonar a ornamentação na 
arquitetura, como já sugerido por Sullivan, e adotando como resultado “formas 
vernaculares simples”, construções funcionais e desadornadas, adequadas, a 
seu ver, para a era das máquinas (Figura 1).
Figura 1. Casa Moller, Viena, 1927–1928.
Fonte: Ching, Jarzombek e Prakash (2019. p. 703).
A Casa Moller se mostra como um projeto paradigmático de Loos, visto 
que sua fachada é simples e “[...] um tanto opressora” (CHING; JARZOMBEK; 
PRAKASH, 2019, p. 703). E se, por um lado, o exterior da casa é simples, os 
Arquiteturas modernista e pós-modernista2
ambientes internos, por outro, “[...] são ricamente revestidos de lâminas de 
madeira clara nas paredes e de tapetes orientais no piso, criando uma sensação 
de suntuosa elegância”, como colocam Ching, Jarzombek e Prakash (2019, p. 
703). Embora Loos seja considerado como um dos precursores do modernismo, 
nesse caso, ele apresenta uma aproximação com o ideal do movimento das 
artes e ofícios, em razão do tratamento do interior e seu intimismo.
O futurismo e o construtivismo
O futurismo italiano e o construtivismo russo foram dois movimentos que 
infl uenciaram o desenvolvimento do modernismo europeu, apesar de terem 
sido relativamente breves.
Filippo Marinetti (1876–1944) foi o principal responsável por apresentar 
os ideais futuristas, publicando um manifesto, em 1909, para sua fundação, 
mesmo ano em que Frank Lloyd Wright seguia para a Europa após abandonar 
os Estados Unidos. Marinetti acreditava piamente que a paisagem italiana, 
assim como sua arquitetura, deveria sofrer uma mudança radical. Segundo 
Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 483), ele “[...] louvava a velocidade, o 
perigo, a audácia e até mesmo a guerra como meio de limpar a sociedade; 
também anunciou o fim das noções tradicionais de tempo e espaço”. Para 
Marinetti (apud CHING; JARZOMBEK; PRAKASH, 2019, p. 708), “[...] a arte 
não pode ser nada além de violência, crueldade e injustiça”. Ao redor dessa 
retórica agressiva, estavam artistas e escultores, ainda sem meios gráficos 
para se expressarem.
O arquiteto mais conhecido do movimento foi Antonio Sant’Elia (1888–
1916). A arquitetura futurista perdeu muita força após a sua morte. Sant’Elia 
ficou conhecido a partir da exposição de 1914, Città Nuova (Cidade Nova) 
e da publicação que a acompanhou, Messagio (Mensagem), que se tornou o 
manifesto da arquitetura futurista. Sua técnica envolvia perspectivas exube-
rantes, projetos para hangares de aeronaves, blocos de apartamentos, centro 
de transporte, entre outros. Os projetos se caracterizavam por “[...] fortes 
volumes sem ornamentação, verticalidade, paredes inclinadas ou escalonadas, 
múltiplos níveis de circulação horizontal, elevadores externos e equipamentos 
de geração de energia aparentes”, como como ser visto na Figura 2 (FAZIO; 
MOFFETT; WODEHOUSE, 2011, p. 484).
3Arquiteturas modernista e pós-modernista
Figura 2. Antonio Sant’Elia, detalhe de La 
Città Nuova, 1914. Sant’Elia explorou as pos-
sibilidades de uma cidade dinâmica domi-
nada por múltiplos meios de transporte. 
As altas torres de elevadores conectadas 
às laterais dos prédios por passarelas são 
especialmente impressionantes.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011. p. 484).
Assim como os futuristas, os construtivistas também eram muito ra-
dicais na Rússia revolucionária, ainda que determinados a desaparecer, em 
vista do classicismo de Stalin. O construtivismo idealizava uma República 
Soviética cuja arquitetura fosse impulsionada pelas forças da industrialização. 
No entanto, muitas dessas ideias construtivistas transpunham o cenário rural 
e o estado de confusão total que caracterizava o país. Propunham o uso de 
materiais de construção modernos, como aço e o concreto, e grandes áreas de 
vidro. Entre seus projetos, destaca-se o Pavilhão Soviético para a Exposition 
des Arts Décoratifs, de 1925, projeto de Konstantin Melnikov (1890–1974), 
com “volumes romboides e estrutura em balanço” enfatizando o dinamismo, 
ao passo que “[...] os espaços interconectados expressavam a agenda ainda 
em aberta do Comunismo Soviético” (Figura 3) (FAZIO; MOFFETT; WO-
DEHOUSE, 2011, p. 485).
Arquiteturas modernista e pós-modernista4
Figura 3. Konstantin Melnikov, Pavilhão 
Soviético, Exposition des Arts Décoratifs, 
Paris, 1925. Para criar esta forma dinâmica, 
Melnikov usou um grelha de planejamento 
interseccionada por uma escadaria diagonal.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 485).
O expressionismo holandês e alemão
Os pintores dos grupos alemães Brucke (Ponte) e Blauer Reiter (Cavaleiro 
Azul), entre 1900 e 1914, revoltaram-se contra o naturalismo acadêmico, 
passando a expressar suas emoções, pensamentos e sentimentos diretamente 
na pintura. No período pós-guerra, os artistas e arquitetos europeus viam-
-se emocionados em relação à barbárie da guerra enquanto a sociedade se 
recuperava da devastação.
Os membros do expressionismo holandês, trabalhando em Amsterdã, 
deviam muito à obra de H. P. Berlage (1856–1934). Em suas obras, buscavam 
ressaltar o processo artesanal da construção, revelar a estrutura e um alto nível 
de detalhes. Um dos prédios pelo qual Berlage ficou conhecido é o da Bolsa 
de Valores de Amsterdã (1897–1903). O edifício apresenta paredes portantes 
de tijolo e pedra com inspiração medieval, cobertura de treliças de ferro e 
claraboias acima do grande salão (Figura 4).
5Arquiteturas modernista e pós-modernista
Figura 4. H. P. Berlage, Bolsa de Valores de Amsterdã, Amsterdã, 
1907–1903(exterior e interior do edifício).
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 487).
Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 487) revelam que:
Berlage se inspirou na longa tradição holandesa de construção com tijolos. 
A alvenaria de tijolo da Bolsa de Valores fica ainda mais rica pelo uso de 
pedras policromáticas tanto no interior quanto no exterior. No interior não 
há apenas tijolo e pedra, mas ferro na forma de arcos treliçados. O material 
que antigamente era considerado apropriado apenas para edificações como 
estufas e estações ferroviárias passou a ser aceito em edifícios institucionais.
 Diferentemente do holandês, o expressionismo alemão se mostrou muito 
mais diversificado, pois se preocupava tanto com a forma como com a utopia. 
Foram fundamentais para o movimento os escritos de Paul Scheerbart, que 
enxergava na arquitetura de vidro e cristalina um modo de amenizar a opaci-
dade “opressora” a seu ver, característica da cultura moderna. 
Dentre as obras do expressionismo alemão, um monumento bastante di-
vulgado é o da Caixa d’Água, de Posen (atual Poznan, na Polônia), projeto de 
Hans Poelzig, o qual juntou funções aparentemente heterogêneas com uma 
estética industrial, com um aspecto “quase alucinógeno” (Figura 5). Sobre 
essa obra, Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 491) afirmam que:
[...] vedações externas da edificação são facetadas e extremamente texturiza-
das, incluindo alvenaria variada e padrões de vidraça. No interior, inserido em 
uma estrutura independente [...] e sob o reservatório de água. Poelzig projetou 
um espaço de exibição que pretendia transformar em mercado público. A 
edificação é um impressionante amálgama de função e fantasia.
Arquiteturas modernista e pós-modernista6
Figura 5. Hans Poelzig, Caixa d’Água de Posen, Posen, 1911. Hans 
Poelzig era um membro muito respeitado da Werkbund; atualmente 
seria descrito como um corporativista. Mesmo assim, não encontrou 
dificuldades para produzir este projeto evocativo baseado em painéis 
policromados facetados. Alguns panos de tijolo externos se refletem 
no interior, entre a estrutura independente de pilares treliçados.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 491).
A Art Déco
A Art Déco abrange uma linguagem diversifi cada de projeto, incluindo de 
gráfi cos a móveis, de arquitetura a cerâmicas. Suas artes decorativas — tam-
bém conhecidas como l’art moderne — fl oresceram na França em meados 
de 1910, ao passo que sua arquitetura seguiu popular nos Estados Unidos ao 
longo da década de 1930, particularmente em arranha-céus e teatros. Como 
estilo, a Art Déco só foi reconhecida na década de 1960 (FAZIO; MOFFETT; 
WODEHOUSE, 2011, p. 492).
7Arquiteturas modernista e pós-modernista
Um exemplo do movimento Art Déco é o Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, estátua 
localizada no alto do morro do Corcovado, cuja construção teve início em 1926. Para 
Giumbelli (2008, p. 88):
[...] o Cristo Redentor participa e testemunha a própria consolidação de 
um estilo que pretendia encarnar os índices da suprema modernidade. 
No quadro da arquitetura brasileira e carioca, a estátua figura como 
uma das obras pioneiras do Art Déco.
O movimento Art Déco, assim como a Art Nouveau e as demais experiências 
modernistas, buscou a inovação em um novo século, mas suas inspirações 
eram extremamente ecléticas. Além das inspirações que serão citadas a se-
guir, o movimento também trouxe inspirações do Egito Antigo, da África, 
do Oriente e de outros locais, utilizando flores estilizadas, formas vegetais 
onduladas, formas geométricas facetadas e figuras humanas estilizadas, 
idealizadas e heroicas.
  Inspirações do cubismo: formas sobrepostas e facetadas.
  Inspirações do construtivismo russo: linguagem da mecanização.
  Inspirações do futurismo: o fascínio pelo movimento.
O movimento Déco, ainda que abraçasse a estética da máquina, apresentava 
um modo de celebrar tanto a arte como a tecnologia. Dentro de sua produção 
arquitetônica, destaca-se um famoso arranha-céu, o Edifício Chrysler (1928), 
situado em Nova Iorque e projetado por William Van Alen (1883–1954). Como 
vemos na Figura 6 e segundo Fazio e colaboradores (2011, pp. 492–493), o 
edifício, com sua “cúpula em forma de coroa feita de aço inoxidável, com 
sucessivos arcos preenchidos com raios de sol e coroada com uma flecha”, se 
tornou um marco na paisagem urbana. Ainda se destacam “suas gárgulas de 
águias e o famoso acrotério com motivos radiais e friso adjacente com rodas 
de veículos abstratas”.
Arquiteturas modernista e pós-modernista8
Figura 6. William Van Alen, Edifício Chrysler, Nova Iorque, 
1928. A silhueta mais característica na linha do horizonte de 
Nova Iorque ainda é a coroa de aço inoxidável do Edifício 
Chrysler. Ignorado por muito tempo pelos modernistas, 
este ornamento para edifícios altos ressurgiu quase como 
um fetiche nas décadas de 1970 e 1980.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 492).
Além dos edifícios altos Art Déco que se destacam em Nova Iorque, há um 
conjunto particularmente rico em Miami Beach, Flórida, “[...] onde a linguagem 
internacional se misturou com uma paleta de cores local e se adaptou ao clima 
subtropical” (FAZIO; MOFFETT; WODEHOUSE, 2011, p. 495). São edifícios 
9Arquiteturas modernista e pós-modernista
de escala modesta, mas pintados com tons fortes. Em geral, apresentam brises 
e balcões que enfatizam a horizontalidade do conjunto, sendo pontuados por 
elementos marcadamente verticais, como entradas e torres de escada. Sua 
decoração é marcada por motivos da Art Déco, como raios de sol, motivos 
da fauna e flora locais, incluindo as tradicionais palmeiras e flamingos de 
Miami (Figura 7), como ressaltam os autores citados.
Figura 7. Anton Skislewicz, The Breakwater, Miami 
Beach, Flórida, 1939. As volumetrias mais populares 
entre os edifícios da Art Déco em Miami combinam 
vários pavimentos horizontais com um alto elemento 
central — neste caso, um letreiro de hotel e uma 
caixa de escada.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 496).
O De Stijl
As origens do movimento holandês De Stijl remontam às obras do pintor Piet 
Mondrian (1872–1944) e do arquiteto H. P. Berlage (também comentado no ex-
pressionismo holandês) e possuem duas fases, ambas coordenadas por Theo Van 
Doesburg — pintor, projetista, tipógrafo, crítico, escritor e agitador de multidões. 
Os dois artistas que marcam o início do movimento buscavam em sua obra uma 
maneira moderna de se expressar. Os projetos de De Stijl são marcados pela 
ultrarracionalidade e por serem abstratos e mecânicos, diferentemente dos ex-
pressionistas holandeses, que tendiam ao fi gurativismo, sintonizados com o meio 
artesanal de produzir edifi cações (FAZIO; MOFFETT; WODEHOUSE, 2011).
Arquiteturas modernista e pós-modernista10
  Primeira fase do De Stijl: tem início em 1921 e inclui como parti-
cipantes Mondrian, vários outros pintores holandeses e os arquitetos 
Rob van t’Hoff (1887–1979) e J. J. P. Oud (1890–1963), que defendiam 
a criação de formas universais espacialmente ilimitadas e em sintonia 
com a tecnologia moderna.
  Segunda fase do De Stijl: de 1921 a 1922, mudaram os participantes, 
e o movimento ganhou um perfil mais internacional, sem Mondrian 
e com a permanência de Van Doesburg. Temos a entrada dos russos 
construtivistas El Lissitzky (1890–1941), Friedrich Kiesler (1890–
1965), do Grupo Berlim G (que incluía o jovem Mies va der Rohe), o 
planejador Cor Van Eesteren (1897–1988) e o arquiteto e desenhista 
de móveis holandês Gerrit Rietveld (1888–1964). Nessa fase, as obra 
do De Stijl continuaram abstratas e com caráter tecnicista, porém se 
tornaram mais construtivistas e radicais em relação à exploração do 
espaço tridimensional.
Dessa produção, podemos dar destaque, entre os desenhos de móveis, à 
Cadeira Vermelha e Azul (1917–18) de Rietveld, até hoje produzida (Figura 8).
Figura 8. Gerrit Rietveld, Cadeira Vermelha e Azul, 1917–
1918. Essa cadeira, nas cores primárias características do 
estilo, ainda

Continue navegando