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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PROPOSTA DE ALTERAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UMA INTERSEÇÃO RODOVIÁRIA NO ENTRONCAMENTO ENTRE A RSC-453 E VRS-816, SITUADA EM VENÂNCIO AIRES/RS Petra Schmidt Lajeado, junho de 2021 Petra Schmidt PROPOSTA DE ALTERAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UMA INTERSEÇÃO RODOVIÁRIA NO ENTROCAMENTO ENTRE A RSC-453 E VRS-816, SITUADA EM VENÂNCIO AIRES/RS Projeto de monografia apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão II, do curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale do Taquari - Univates, como parte da exigência para obtenção do título de Bacharela em Engenharia Civil. Orientador: Prof.ª Carolina Becker Pôrto Fransozi Lajeado, junho de 2021 Petra Schmidt PROPOSTA DE ALTERAÇÕES GEOMÉTRICAS EM UMA INTERSEÇÃO RODOVIÁRIA NO ENTROCAMENTO ENTRE A RSC-453 E VRS-816, SITUADA EM VENÂNCIO AIRES/RS A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada no componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso II, do Curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale do Taquari - Univates, como parte da exigência para a obtenção do grau de Bacharela em Engenharia Civil. Profª. Carolina Becker Pôrto Fransozi - orientadora Universidade do Vale do Taquari - Univates Profª. Rebeca Jéssica Schmitz Universidade do Vale do Taquari - Univates Engº. Fabiano de Oliveira Pereira Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem - DAER Lajeado, julho de 2021 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por não ter me abandonado, mesmo quando eu me sentia só e desamparada, sempre guiou meus passos para chegar onde estou hoje. Agradeço aos meus pais, Andréa e Roque, por todo apoio e suporte durante a graduação. Sem vocês não seria possível ter chegado até o final. Ao meu amigo Renan, pela compreensão e companheirismo nos momentos bons e ruins. Você é o irmão que Deus colocou no meu caminho. A Prof.ª Carolina, pela orientação e confiança de que daria tudo certo no final, e por ter aceitado fazer parte desse desafio junto comigo. Também agradeço ao Prof.º João Rodrigo, por ter me orientado no TCC I, sua ajuda foi de grande importância. Aos profissionais do DAER, em especial ao Superintendente Regional Eng.º Fabiano de Oliveira Pereira, por ter disponibilizado seu tempo e conhecimento para ajudar neste projeto. A Eng.ª Mara Regina Bianchini, por ter fornecido as contagens volumétricas da VRS-816. A Eng.ª Taise Rossi, pelo apoio e incentivo. A Eng.ª Eliete Halmenschlager, pela paciência e colaboração em me ajudar, compartilhando sua experiência como engenheira do DAER e agora também pela STE. RESUMO O crescimento desordenado da frota de veículos no Brasil culminou na necessidade de melhorias nas estradas e rodovias existentes para comportar o volume elevado de veículos. Além disso, a implantação de novas vias e interseções se torna indispensável para atender a essa nova demanda, visto que há uma tendência das cidades se ajustarem aos planos de mobilidade urbana. Dentro deste contexto, a presente monografia analisou as condições atuais do entroncamento localizado entre a RSC-453 e a VRS-816, em Venâncio Aires/RS, a fim de propor pontos de melhoria para o tráfego através de uma remodelação do projeto geométrico da interseção para atender a um volume de tráfego para o ano de 2031. As contagens volumétricas de veículos foram fornecidas pelos órgãos responsáveis pela administração destes trechos, sendo imprescindíveis para definir qual o tipo de interseção adequada para ser implementado no local. A partir disso, foram estabelecidos os elementos geométricos da interseção para elaboração do projeto da mesma. O modelo de interseção adotado neste estudo foi a rótula no formato alongado. Foi possível elaborar uma interseção em que o número de conflitos gerados pelos cruzamentos existentes fossem amenizados, melhorando a segurança dos usuários ao realizarem conversões à esquerda e retornos, além de diminuir o tempo de espera nos horários de pico. Palavras-chave: Projeto geométrico. Interseções. Rotatória. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 5 1.1 Problema de pesquisa 6 1.2 Objetivos 6 1.2.1 Objetivo geral 6 1.2.2 Objetivos específicos 6 1.3 Justificativa da pesquisa 6 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8 2.1 Interseções 8 2.2 Tipo de movimentos e conflitos em interseções 9 2.2.1 Movimentos 10 2.2.2 Conflitos 11 2.3 Critérios de projeto 12 2.3.1 Fatores determinantes de implantação 12 2.4 Classificação das rodovias 13 2.4.1 Classificação funcional 14 2.4.2 Classificação técnica 15 2.4.3 Classes de projeto 16 2.5 Volume de tráfego 17 2.5.1 Volume horário de projeto 17 2.5.2 Volume médio diário 18 2.6 Capacidade 18 2.6.1 Nível de serviço 19 2.7 Veículos de projeto 21 2.8 Largura dos ramos 22 2.8.1 Comprimento das faixas de mudança de velocidade 24 2.9 Critérios para determinação do tipo de interseção 24 2.10 Estudos de caso envolvendo interseções rodoviárias 26 2.10.1 Proposta de reconfiguração de uma interseção em Florianópolis 27 2.10.2 Readequação do projeto geométrico da interseção de acesso a Três Pontas - MG 28 2.10.3 Proposta de readequação da rotatória Av. Aguanambi x BR-116 em Fortaleza 29 2.10.4 Remodelação de uma interseção rodoviária na cidade de Curitiba - PR 29 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 31 3.1 O local de estudo 31 3.2 Elementos operacionais da interseção 34 3.2.1 Volume do tráfego local 34 3.2.2 Projeção Exponencial 37 3.2.3 Definição do tipo de interseção 38 3.3 Elementos geométricos da interseção 39 3.3.1 Veículo de projeto 39 3.3.2 Velocidade Diretriz 40 3.3.3 Distância de Visibilidade 41 3.3.4 Raio mínimo 42 3.3.5 Superelevação 43 3.3.6 Largura do ramo 44 3.3.7 Comprimento das faixas de mudança de velocidade 45 3.4 Análise dos pontos de conflito 47 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 48 4.1 Contagem do tráfego 48 4.2 Determinação do volume médio diário (VMD) 49 4.3 Determinação do VDM do ano de projeto 50 4.4 Determinação do volume horário de projeto (VHP) 51 4.5 Escolha do tipo de interseção 51 4.6 Elementos geométricos da interseção 52 4.7 Projeto geométrico da interseção 56 4.8 Análise dos pontos de conflito 61 5 CONCLUSÃO 63 5.1 Sugestão para trabalhos futuros 64 REFERÊNCIAS 66 APÊNDICE A - PROJETO GEOMÉTRICO DA INTERSEÇÃO 70 ANEXO A - DADOS FORNECIDOS PELA EGR 72 ANEXO B - DADOS FORNECIDOS PELO DAER 74 ANEXO C - MAPA TOPOGRÁFICO DO SITE TOPOGRAPHIC-MAP 75 ANEXO D - CARTA TOPOGRÁFICA DO EXÉRCITO BRASILEIRO 76 5 1 INTRODUÇÃO O aumento da frota de veículos, no Brasil, ocorreu de forma desorientada, o que culminou na necessidade de melhorias dos antigos caminhos das rodovias e estradas existentes e a implantação de novas vias que atendessem às demandas de tráfego de veículos, tornando a mobilidade um grande desafio aos governantes (SENÇO, 2008). Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB, 2008), é assegurado pela Lei nº 9.503/97 que a utilização das vias públicas de transporte por pessoas, animais e veículos deve dispor de condições seguras. Entretanto, conforme a 23ª pesquisa da Confederação Nacional de Transporte de Rodovias (CNT, 2019), as rodovias brasileiras apresentam problemas em cerca de 59% da extensão dos trechos analisados. Sendo que a situação do pavimento piorou em relação à 2018 (52,4% com problemas), assimcomo a sinalização (48,1%) e também a geometria das vias (76,3%). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2018), o Brasil se encontra em quinto lugar entre os países com maior índice de mortes em acidentes de trânsito. Estes dados evidenciam a importância em melhorar as condições operacionais das rodovias e interseções, tanto no que diz respeito a sua geometria quanto na manutenção do pavimento e sinalização, a fim de promover a segurança dos usuários. 6 1.1 Problema de pesquisa Considerando o fluxo de veículos atual e a projeção futura para o ano de projeto, qual seria a geometria mais adequada para o entroncamento entre as rodovias RSC-453 e a VRS-816, localizado no município de Venâncio Aires/RS? 1.2 Objetivos Nos itens a seguir são apresentados os objetivos geral e específicos. 1.2.1 Objetivo geral Propor alterações geométricas para o entroncamento entre a RSC-453 e a VRS-816 , localizado em Venâncio Aires/RS, considerando as características necessárias para acomodar o volume de tráfego que se apresenta atualmente e a projeção futura . 1.2.2 Objetivos específicos São objetivos específicos deste trabalho: a) determinar a topografia do local de implantação com base em cartas topográficas; b) determinar o tráfego que circula no local a partir da contagem volumétrica; c) propor uma remodelação do projeto geométrico da interseção, considerando os parâmetros da legislação vigente; d) analisar os pontos de conflito e identificar se houveram melhorias com o projeto proposto. 1.3 Justificativa da pesquisa O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil, sendo responsável por 96% do deslocamento dos passageiros e 58% do transporte de cargas (LEMOS, 2017), sendo assim, possui grande importância na sociedade e na economia do país. Segundo a OMS (2018), cerca de 1,35 milhão de pessoas morrem devido a acidentes no trânsito, custando à maioria dos países cerca de 3% do produto interno bruto (PIB). Dentro do sistema viário, as interseções apresentam trajetórias conflitantes em que a probabilidade de ocorrerem acidentes é maior. As características geométricas de uma 7 interseção, associada à sinalização viária, podem influenciar no tráfego (TRB, 1987 apud Nodari, 2003). Para Peña e Goldner (2012) as interseções são elementos fundamentais, uma vez que são responsáveis por ordenar os movimentos conflitantes do tráfego e, por este motivo, acabam se tornando locais de ocorrência de acidentes. Embora a sua seção seja reduzida em comparação à extensão total de uma via, as interseções apresentam um índice de acidentes que é inversamente proporcional ao seu tamanho. Geralmente, as interseções são projetadas para atender uma determinada demanda de veículos até o seu 10º ano após a abertura da via (DNIT, 2005). Em consequência disso, e com o aumento acelerado do volume de tráfego ao longo dos últimos anos, muitas interseções já atingiram a sua capacidade máxima e não suportam mais a demanda, pois não há a remodelação dessas estruturas, o que acaba causando congestionamentos, acidentes e estresse no trânsito (MARCUSSO; SOLEK, 2018). 8 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Nesta seção será indicada a revisão bibliográfica necessária para o desenvolvimento do trabalho de conclusão. 2.1 Interseções Com o aumento do uso de veículos automotores surgiu a necessidade de encontrar soluções para a mobilidade. Neste momento, aparecem conflitos entre vias que se cruzam ou então que se unem, tornando imprescindível o desenvolvimento de estudos para aprimorar a forma com que os usuários utilizam esses locais (MILLACK, 2014). Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT, 2005, p. 39), uma interseção é definida como “a área em que duas ou mais vias se unem ou se cruzam, abrangendo todo o espaço destinado a facilitar os movimentos dos veículos que por ela circulam”. O órgão federal ainda esclarece as seguintes definições: a) interseção: confluência, entroncamento ou cruzamento de duas ou mais vias; b) acesso: quando há uma interseção de uma rodovia com uma via de ligação, podendo ser de uso particular ou público; c) retorno: permite que veículos em uma determinada corrente de tráfego possam realizar a transferência para a corrente de sentido contrário. As interseções podem ser classificadas como interseções em nível e interseções em níveis diferentes, de acordo com os planos em que realizam os movimentos. 9 Segundo o DNIT (2005), uma interseção em nível ocorre quando os cruzamentos de correntes de tráfego se dão no mesmo nível, sem a necessidade de obras de arte especiais para o deslocamento dos veículos. Para isso, são adotadas soluções que tornam a troca do fluxo de veículo segura e eficaz. As interseções em nível podem ser divididas quanto ao número de ramos, as soluções adotadas e também em função do sistema de controle de sinalização adotado. Em relação ao número de ramos, a interseção pode apresentar de três a cinco ou mais ramos. A solução adotada pode ser mínima, onde não há nenhum controle especial, neste caso a via deve apresentar um volume horário total inferior a 300 UCP na via principal e de 50 UCP na via secundária, ou então soluções complexas que variam de acordo com o nível de precisão do projeto. A interseção pode apresentar controle por meio do uso de sinalização vertical ou horizontal ou, no caso de zonas urbanas, por meio de semáforos (DNIT, 2005). As interseções em níveis diferentes são assim classificadas pois os ramos se cruzam em cotas diferentes, por este motivo se tornam mais seguras em relação às interseções em nível visto que não há cruzamentos diretos. Além disso, este tipo de interseção permite que a construção seja feita em etapas, sem paralisações. Entretanto, em virtude do seu alto custo inicial sua implantação deve ser criteriosamente analisada (MILLACK, 2014). Esse tipo de interseção é classificada pelo DNIT (2005) em dois tipos: cruzamento em níveis diferentes sem ramos e interconexão. Os cruzamentos em níveis diferentes sem ramos não apresentam alternâncias no fluxo de tráfego entre as rodovias que se interceptam, portanto, não apresentam ramos de conexão. Neste modelo são utilizados níveis de greides diferentes fazendo com que as vias se transpassem em níveis desiguais. Diferente dos cruzamentos sem ramos, a interconexão apresenta ramos que conectam os veículos de uma via para outra. Este tipo de solução é adotada em locais onde o tráfego é intenso e não há como intervir no mesmo nível da via (DNIT, 2005) . 2.2 Tipo de movimentos e conflitos em interseções Os movimentos realizados em interseções são maneiras de guiar as correntes de tráfego a uma determinada ação, sendo elas um cruzamento, afastamento ou união dessas 10 correntes. Pimenta e Oliveira (2004) citam que esses movimentos acabam gerando pontos de conflito devido às interferências causadas por estas correntes e seus componentes, que variam de acordo com a sua composição, volume, velocidade, tipo e formas das interferências.A análise desses movimentos e seus pontos de conflitos permite que sejam estudadas maneiras de resolver as interferências para garantir segurança e eficiência nas correntes de tráfego, além de assegurar as condições de operação da via. 2.2.1 Movimentos Os movimentos que ocorrem em uma interseção são divididos conforme a natureza de cada corrente de tráfego, conforme o Quadro 1. Quadro 1 - Tipos de movimentos em uma corrente de tráfego Tipo de movimento Definição Representação Cruzamento Ocorre quando uma corrente de tráfego corta a trajetória da outra corrente. Convergente Ocorre quando duas trajetórias ou mais de veículos se juntam, formando uma única corrente. Divergente Ocorre quando os veículos de uma mesma corrente se separam em trajetórias independentes. Entrecruzam ento Ocorre quando a trajetória de duas ou mais correntes se mesclam e posteriormente se separam. Fonte: DNIT (2005). 11 2.2.2 Conflitos Os pontos de conflitos são gerados pelos movimentos que ocorrem em uma interseção, portanto elas devem ser projetadas de forma a reduzirem esses pontos. Em alguns casos, essas alterações tornam os custos de implantação de uma interseção mais elevados (PIMENTA; OLIVEIRA, 2004). Os tipos de conflitos são descritos no Quadro 2. Quadro 2 - Pontos de conflitos em interseções Ponto de conflito Definição Representação Convergência São os pontos em que duas ou mais correntes de tráfego se juntam para formar uma única corrente. Divergência Ponto da interseção em que a corrente de tráfego se separa formando novas correntes. Entrelaçamento É o trecho em que é precedido por um ponto de convergência e seguido por uma divergência, no qual pode gerar acidentes nos cruzamentos das correntes. Cruzamento Ponto de conflito gerado por duas correntes de tráfego que se cruzam. Fonte: Pimenta e Oliveira (2004). 12 Segundo IPT (1991, p. 6) “um conflito de tráfego é um evento envolvendo 2 ou mais usuários da via, em que a ação de um dos usuários leva o outro a fazer uma manobra evasiva para evitar uma colisão”, sendo que esses conflitos podem levar a acidentes de trânsito. Ainda conforme o autor, um conflito de tráfego apresenta as seguintes fases: a) o primeiro usuário toma uma ação determinada; b) o segundo usuário fica em risco de acidente; c) o segundo reage freando ou desviando; d) o segundo usuário segue o seu curso na via. Em interseções, os pontos de conflitos entre os usuários tendem a ser mais frequentes e importantes no contexto operacional da mesma, sendo categorizados conforme o tipo de manobra, sendo elas de mesma direção, com conversão à esquerda com o fluxo oposto e travessias (IPT, 1991). 2.3 Critérios de projeto Para avaliar a qualidade de um projeto de interseções é necessário que seja feito com devida atenção, por se tratar de um tema complexo, pois está diretamente relacionado com a vida dos usuários. Portanto, o projeto de uma interseção deve assegurar que ocorra a circulação ordenada dos veículos, mantendo o nível de serviço da rodovia e, principalmente, garantindo a segurança nas áreas em que ocorre a interferência de tráfego de outras correntes (MILLACK, 2014). O projeto de um interseção deve ser realizado levando em consideração fatores como a topografia do local em que será implementada, a composição e volume do tráfego, como ocorrerá a circulação dos veículos, quais medidas de segurança devem ser tomadas além da análise do custo de implantação. Assim, é possível especificar qual é a melhor proposta de traçado possível, otimizando todas as informações disponíveis no estudo (DNIT, 2005). 2.3.1 Fatores determinantes de implantação De acordo com o DNIT (2005), para que seja possível a implantação de uma interseção é necessário que alguns dados básicos sejam avaliados, dentre eles são: 13 a) dados funcionais: estão relacionados com a classificação funcional das vias que se interceptam, quanto a uma determinada rede, tipo de controle dos acessos, as velocidades da via e as prioridades de passagem; b) dados físicos: para a elaboração do projeto é essencial determinar a topografia do local mediante o uso de ferramentas topográficas e sistemas de processamento de dados, contendo todos os dados que possam afetar na implantação da rodovia, como edificações, acidentes geográficos e serviços existentes; c) dados de tráfego: para definir as soluções a serem adotadas e para o dimensionamento dos ramos da interseção é imprescindível ter conhecimento a respeito do volume e das características do tráfego que estará em circulação no ano de projeto. Neste caso também deve ser considerado o tráfego de pedestres quando estiver relacionado com problemas de capacidade e segurança na via; d) dados de acidentes: para evitar os riscos de acidentes nas interseções é possível prever, através de relatórios e pesquisas, as condições operacionais da interseção, determinando as causas dos acidentes e tornando viável suas correções; e) dados econômicos: os custos de implantação da interseção variam de acordo com o tipo de solução adotada, se será em nível ou não, além disso deve ser verificado a necessidade de desapropriação de terrenos e construções, devido a insuficiência de faixa de domínio disponível. Após a coleta e análise de todos esses dados é possível determinar qual o tipo de interseção que consegue suprir as necessidades do local e que melhor se adequa aos recursos disponíveis, proporcionando aos usuários um tráfego com fluidez e segurança. 2.4 Classificação das rodovias Segundo DNER (1999, p. 11), a “classificação das rodovias está diretamente relacionada com o nível de qualidade dos serviços que a rodovia se propõe prestar”, podendo ser de natureza técnica ou funcional. Dessa forma, por meio da classificação da rodovia é possível determinar quais os serviços são prestados por ela. Neste estudo, a classificação da 14 rodovia é um fator importante que influencia na determinação do tipo de interseção a ser adotada. 2.4.1 Classificação funcional O sistema quanto a classificação funcional se dá pelo agrupamento em subsistemas, de acordo com o tipo de serviço que é oferecido e a função que exercem. Nesse aspecto é preciso considerar as rodovias quanto a sua acessibilidade e mobilidade, uma vez que estas características influenciam diretamente no tráfego dos veículos (DNER,1999). De acordo com DNIT (2010, p. 43), a “mobilidade é o grau de facilidade para deslocar-se e acessibilidade é o grau de facilidade que oferece uma via para conectar a origem de uma viagem com seu destino”. O DNER (1999) determina a seguinte hierarquia de movimentos (FIGURA 1): a) acesso: o estágio final ou inicial de uma viagem se dá pelo uso de uma via local, apresentando tráfego reduzido; b) captação: por meio da via coletora ocorre a captação dos veículos das vias locais, apresentando maior tráfego; c) distribuição: via na qual apresenta como função principal a mobilidade, caracterizada como Via Arterial Secundária; d) transição: esteestágio é realizado por meio de uma rampa de acesso ou ramal de interseção; e) movimento principal: denominada como via de alto padrão, expressa ou então Via Arterial Principal, apresentando alto nível de performance. 15 Figura 1 - Hierarquia dos movimentos Fonte: DNER (1999). 2.4.2 Classificação técnica Considerando o que foi visto no item anterior, sabendo o tipo de via que está sendo estudada é possível determinar suas características técnicas como volume e composição do tráfego, a velocidade, a natureza e frequência dos acessos a propriedades lindeiras, a quem pertence a jurisdição, a sua situação hierárquica dentro da rede viária, o relevo do terreno (DNER, 1999). Com esses dados técnicos verifica-se qual o nível de serviço da via, com base em alguns critérios que são essencialmente utilizados para definir a classe de um determinado 16 trecho da rodovia, sendo eles posição hierárquica dentro da classificação funcional, volume médio diário de tráfego, nível de serviço e dentre outras condicionantes (DNIT, 2006). De acordo com DNER (1999, p. 20), em relação à posição hierárquica dentro da classificação funcional pode-se destacar que “a hierarquização do tráfego caracterizada pelas diversas funções das rodovias rurais resulta normalmente no crescimento do tráfego no sentido Sistema Local - Sistema Coletor - Sistema Arterial, com exceção dos trechos com influência urbana”. Já o volume médio diário de tráfego corresponde ao tráfego misto entre automóveis, ônibus e caminhões, situação na qual se encontram as rodovias brasileiras. O nível de serviço se refere à natureza do terreno, dado este necessário para determinar o volume horário de tráfego. Neste caso relaciona-se às condições do terreno e as possibilidades de ultrapassagem considerando as composições de tráfego. No que diz respeito às outras condicionantes estão diretamente ligadas ao fator econômico, fator este que é influenciado basicamente pela região em que se localiza a rodovia, podendo ser classificado como plano, ondulado ou montanhoso (DNER, 1999). 2.4.3 Classes de projeto O método para enquadramento das rodovias em classes definidas foi resultado de um longo processo de desenvolvimento de implantação da malha rodoviária, em que se obteve vasta experiência técnica para tal elaboração. Tendo em vista as características do terreno, a via precisa atender à demanda crescente do tráfego, prezando fatores como a segurança dos usuários e econômicos (DNER, 1999). Conforme definição do DNER (1999, p. 24), tem se que: a) classe 0: também denominada como Via Expressa, apresenta elevado padrão técnico, pista dupla além de um controle total do acesso à via, geralmente os acessos se dão por meio de interseções em níveis diferentes; b) classe I: nesta categoria existe uma subdivisão, sendo Classe I-A as rodovias com pista dupla e a Classe I-B as de pista simples. A Classe I-A apresenta controle parcial de acesso, porém com grande demanda de tráfego. Na Classe I-B, de elevado padrão, suporta um limite a partir de 1.400 veículos por dia; 17 c) classe II: rodovia de pista simples com volume médio diário de 700 a 1.400 veículos; d) classe III: rodovia de pista simples com volume médio diário de 300 a 700 veículos; e) classe IV: pode ser classificada como Classe IV-A, com tráfego médio diário de 50 a 200 veículos no ano de abertura, ou então como Classe IV-B com tráfego médio diário inferior a 50 veículos. Geralmente esta classe de rodovias não é pavimentada e faz parte do sistema local. 2.5 Volume de tráfego Segundo o DNIT (2006), nas interseções o sistema de contagem do volume de tráfego utilizado é denominado como classificatório, no qual são registrados os volumes para os vários tipos ou classes de veículos. Estes dados são utilizados para o dimensionamento estrutural e geométrico, e também para o cálculo da capacidade da interseção. 2.5.1 Volume horário de projeto O Volume Horário de Projeto (VHP) é definido, conforme DNIT (2010, p. 58), como sendo “o volume de veículos por hora, que deve ser atendido em condições adequadas de segurança e conforto pelo projeto da via em questão”. Logo, a rodovia deve ser projetada para atender a demanda horária prevista para o ano de projeto, usualmente definido como o décimo ano após a conclusão das obras. Segundo DNIT (2006), para que essa exigência seja cumprida, deve-se adotar medidas que atendam à máxima demanda para o nível de serviço estipulado para a rodovia. Entretanto, durante o dimensionamento da rodovia é previsto um certo número de horas ao longo do ano em que o nível de serviço fica abaixo do desejado. Este fato ocorre para que não aconteça o superdimensionamento da rodovia durante as demais horas do ano. Em locais que dispõem de contagens horárias contínuas, ou seja, que abrangem o período de um ano inteiro, é possível determinar o volume horário utilizando um critério chamado de curva da enésima hora (DNIT, 2005). Por este método é feito a escolha do fator K 18 que será usado no projeto, obtido pelo trecho em que ocorre a mudança rápida do declive da curva. Geralmente, segundo DNIT (2005), é adotado o Volume da 50ª hora, em locais que possuem contagens mecanizadas permanentes. Com isso, o valor de K admitido é igual a 8,5% do VMD em rodovias rurais que não dispõem de informações precisas a respeito do comportamento do tráfego, sendo representativo da 50ª Hora. Entretanto, cabe salientar que essas contagens podem apresentar variações decorrentes de fluxos incomuns ou sazonais, que podem exceder os valores da 50ª hora. Nas interseções a contagem do tráfego é realizada nos períodos de pico, durante um número limitado de dias. Dessa forma é feito um ajuste das contagens realizadas e então, com base nas variações identificadas, se estima o volume de tráfego anual de cada ramo da interseção, aplicando o valor de K para a rodovia principal (DNIT, 2005). 2.5.2 Volume médio diário É designado pelo DNIT (2006, p. 63) como Volume Médio Diário (VMD) “à média dos volumes de veículos que circulam durante 24 horas em um trecho de via”, em geral estipulado para um período de tempo de um ano. Através desse dado, verifica-se o nível de serviço prestado pela via, além de indicar a necessidade de novas vias ou então melhorias nas existentes, calcular taxas de acidentes e até mesmo prever as possíveis receitas em postos de pedágio. O Volume Médio Diário pode ser subdividido em anual (VMDa), mensal (VMDm), semanal (VMDs) e em um dia da semana (VMDd), sendo sua unidade veículos/dia (vpd). Ele é considerado como a referência de maior importância no estudo das rodovias. 2.6 Capacidade A capacidade de uma rodovia representa o “número máximo horário de veículos que se estima poder passar por uma dada seção ou trecho homogêneo de uma rodovia, durante certo período de tempo, segundo determinadas condições existentes da rodovia e do tráfego” (DNIT, 2010, p. 66). Em outras palavras, a análisede capacidade do trecho estudado deve apresentar, ao longo de sua extensão, condições uniformes de tráfego, controle e geometria. 19 Para determinar a capacidade de uma rodovia, deve ser utilizado a edição mais recente do Highway Capacity Manual (HCM) (TRB, 2010), o método é baseado em critérios e normas norte-americanas. Todavia, os resultados obtidos com o HCM permitem aplicação direta, uma vez que apresentam uma precisão muito próxima da realidade. Millack (2014) destaca a importância da capacidade de uma rodovia para o dimensionamento da mesma, principalmente no que se refere à largura da pista, número de faixas e extensões mínimas em trecho de entrecruzamentos. Além disso, por meio da capacidade é possível identificar os trechos que possuem congestionamentos, viabilizando o melhor planejamento operacional, como as condições adotadas no controle do tráfego ou modificações na geometria da rodovia nos pontos mais afetados. Ainda segundo o autor, quando a capacidade de uma rodovia é excedida a mobilidade é diretamente afetada, o que dificulta a mudança de faixa, fazendo com que a velocidade diminua o que acarreta numa maior concentração dos usuários. 2.6.1 Nível de serviço O TRB (2010) menciona que “a qualidade do serviço descreve o quão bem uma instalação ou serviço de transporte opera da perspectiva de um viajante”. Devido a esse fato, o conceito de nível de serviço aborda, na perspectiva do usuário, quais as condições de operação de uma rodovia ou interseção, considerando fatores como velocidade, tempo de percurso, restrições ou interrupções no trânsito, liberdade de manobra, segurança, conforto e economia (DNIT, 2010). O método HCM (TRB, 2010) estabelece seis níveis de serviços, que variam do nível A (menos congestionado) ao F (mais congestionado). O nível de serviço em uma interseção é definido com base no tempo médio de espera (TME), expresso em segundos. Conforme definição do DNIT (2005), tem se que Quadro 3. 20 Quadro 3 - Nível de serviço da interseção Nível de serviço Definição Representação A A maioria dos veículos conseguem passar livremente pela interseção, sem sofrer atraso. B Os veículos da corrente secundária são afetados pelo fluxo principal, porém o tempo de espera ainda é pequeno. C Os motoristas da via secundária devem estar atentos ao fluxo expressivo da via principal. O tempo de espera se torna perceptível, pois começa a apresentar retenção de veículos, sem grande duração ou extensão. D Os motoristas da via secundária são levados a efetuar paradas, tornando o tempo de espera mais elevado, ocorrendo pequena perda do tempo. As retenções se tornam maiores, entretanto o tráfego se mantém estável. E As retenções de veículos se tornam maiores, com considerada extensão, interferindo no tráfego da via. O tempo de espera se torna elevado, atingindo a capacidade da via. F A capacidade é excedida, formando-se longas filas de veículos, tornando o tempo de espera muito elevado, o que acaba sobrecarregando a interseção. Fonte: DNIT (2005). 21 A partir dos tempos de espera em cada entrada é possível determinar o nível de serviço de cada ramo. Sendo assim, o ramo que apresenta um menor nível de serviço acaba determinando o nível de serviço da interseção como um todo. Além disso, uma interseção pode apresentar no máximo um nível de serviço D, em vias secundárias é permitido até o nível E (DNIT, 2005). 2.7 Veículos de projeto De acordo com Senço (2008, p. 562), em um projeto de interseções “é fundamental que os elementos geométricos sejam limitados e condicionados à utilização do mínimo de área”, portanto, é indispensável ter conhecimento dos veículos que irão trafegar na interseção. As características dos veículos são fundamentais para o correto dimensionamento geométrico da interseção. O DNIT (2005) apresenta cinco tipos básicos de veículos de projeto que são recomendados pela AASHTO, que devem ser adotados conforme as características predominantes no tráfego a ser estudado, como demonstra o Quadro 4. Quadro 4 - Tipos básicos de veículos de projeto Tipo Definição Representação VP Representa os veículos leves, como automóveis, minivans, vans, utilitários e pick-ups. CO São os veículos comerciais rígidos, não articulados, como caminhões e ônibus convencionais, tendo normalmente dois eixos e de quatro a seis rodas. (continua) 22 (conclusão) Tipo Definição Representação O Configura os veículos comerciais rígidos de maiores dimensões, incluindo ônibus longos e caminhões longos que possuem três eixos, suas dimensões aproximam-se do limite máximo admissível para veículos rígidos. SE São os veículos comerciais articulados, apresentando uma unidade tratora simples e um semi-reboque, tendo seu comprimento próximo do limite máximo admissível para a categoria. RE Representa os veículos comerciais com reboque, sendo composto de caminhão trator trucado, um semi-reboque e um reboque, sendo conhecido como bitrem, o seu comprimento é o máximo permitido na legislação. Fonte: DNIT (2005). Ainda, segundo o autor, ao se escolher o veículo de projeto o dimensionamento será feito levando em consideração as características e dimensões do veículo adotado. Portanto os veículos que possuem dimensões menores terão facilidade de realizar manobras, por outro lado, os veículos com dimensões maiores que o veículo de projeto terão dificuldade em realizar as manobras, podendo até mesmo serem impossibilitados de realizá-las. 2.8 Largura dos ramos A largura do ramo nada mais é do que a largura da pista de rolamento, bem como os acostamentos e faixas de segurança, sendo necessário considerar em ramos de uma faixa a possibilidade de ultrapassagem caso algum veículo fique imobilizado no trecho do ramo. Para definir a largura do ramo deve-se considerar o tipo de operação, a curvatura, o volume e a natureza do tráfego que irá realizar a conversão (DNIT, 2005). 23 Os tipos de operações das pistas são classificadas pelo DNIT (2005) em: a) caso I: A operação é feita em uma única faixa e em um sentido, sem a possibilidade de ultrapassagens; adotados em baixos volumes de trânsito, no qual a pista de conversão é reduzida; b) caso II: A operação é feita em uma única faixa e sentido, porém é prevista a condição para ultrapassagem; adotado em todos os tipos de conversão desde que a capacidade de operação não seja excedida; c) caso III: A operação se dá em faixa dupla, com mão única ou dupla, podendo ser feito em um ou dois sentidos para trânsitos muito intensos. Também é necessário classificar as condições do tráfego, conforme segue (DNIT, 2005): a) condição de tráfego A: Predominam veículos VP, considerando também veículos do tipo CO; b) condição de tráfego B: Número de veículos CO impõe as condições do projeto, porém ainda considera veículos SR, no qual o volume de caminhões é moderado, sendo de 5 a 12% do tráfego local; c) condição de tráfego C: Número suficiente de veículos O impõeas condições do projeto ou para intensidade elevada de caminhões, incluindo semi-reboques. O Quadro 5 apresenta as combinações entre o tipo de operação com as condições de tráfego: Quadro 5 - Condições de tráfego para determinação de largura de pista Caso Condição A Condição B Condição C Caso I P CO SR Caso II P - P P - CO CO - CO Caso III P - CO CO - CO SR - SR Fonte: DNIT (2005). 24 2.8.1 Comprimento das faixas de mudança de velocidade Ao sair de uma rodovia, os motoristas devem reduzir a velocidade do veículo para efetuar a manobra, e ao entrar na rodovia, o motorista deve acelerar o veículo até atingir a velocidade ideal para seguir o fluxo do trânsito. Para realizar esses movimentos é necessário introduzir faixas especiais para que os condutores consigam executar as manobras com segurança. Isso ocorre pois ao mudar de velocidade dentro da faixa de tráfego da rodovia surgem perturbações no fluxo do trânsito, podendo ocasionar acidentes. Portanto, essas faixas auxiliares são essenciais para proporcionar o espaço adequado capaz de permitir a aceleração ou desaceleração sem provocar conflitos ou interferências no fluxo direto da rodovia (DNIT, 2005). Essas faixas de mudança de velocidade possuem dois tipos, em taper e em paralelo. Segundo DNIT (p. 258, 2005), “o tipo taper pressupõe passagem direta do veículo de uma para outra faixa segundo um ângulo muito pequeno, enquanto que o tipo paralelo pressupõe a existência de um trecho de faixa auxiliar de largura constante”, conforme demonstra a Figura 2. Figura 2 - Faixas de mudança de velocidade Fonte: DNIT (2005). 2.9 Critérios para determinação do tipo de interseção Em virtude dos diversos fatores que são considerados para o dimensionamento de uma interseção não há como estabelecer critérios generalizados que possam definir com precisão qual o tipo de interseção mais indicado a ser implementado em uma região. Isso ocorre 25 principalmente pelo fato de que uma interseção apresenta suas próprias particularidades, como relevo, volume de tráfego, velocidades e tipo de veículos (DNIT, 2005). O DNIT (2005) cita que as Normas Suecas (Vägutformning 94) uniformizaram o modo de estudar uma interseção, por meio de fórmulas e gráficos, de acordo com os conflitos de tráfego que se apresentam no local, dividindo em sete tipos e agrupados conforme o seu porte, sendo as interseções menores (A, B, C e G) e as interseções maiores (D,E e F), como demonstra o Quadro 6. Quadro 6 - Tipos de interseções Tipo Definição Representação A Não possui ilhas canalizadoras de tráfego, apresentando uma faixa de trânsito para cada movimento. É considerada como a interseção mínima. B Apresenta uma ilha divisória do tipo gota na via secundária, o que a caracteriza como interseção tipo gota. Essa ilha canaliza o tráfego que sai e que chega na rodovia principal. Além disso, ajuda a controlar o fluxo do trânsito e melhora a visibilidade. Contém, normalmente, uma faixa de trânsito para cada movimento. C Essa interseção possui uma faixa de trânsito para giro à esquerda, sendo caracterizada como interseção canalizada. As ilhas servem como dispositivo de segurança a fim de evitar colisões traseiras, além de manter o fluxo de circulação na via principal. Também servem como refúgio para pedestres. G A rótula urbana é um dispositivo utilizado para diminuir a velocidade dos veículos, de modo que a preferência seja dos veículos que circulam em torno da ilha central. As áreas de circulação possuem pequenos raios, obrigando os que chegam a ceder a passagem. DESLO- CADA As interseções deslocadas são aquelas em que se transforma uma interseção de quatro ramos em duas de três ramos. (Continua) 26 (Conclusão) Tipo Definição Representação D A rótula apresenta uma ou duas faixas de acesso, com raios maiores em torno da ilha central e ilhas canalizadoras. Pode ser denominada como convencional, quando a prioridade do tráfego é do ramo de acesso, ou como moderna, quando a prioridade é do tráfego que circula na rotatória. E Este tipo de interseção é controlada por semáforos. F É classificada como interconexão, quando as correntes de tráfego se cruzam em níveis diferentes. Fonte: DNIT (2005). 2.10 Estudos de caso envolvendo interseções rodoviárias Uma interseção pode determinar o fluxo de uma rodovia, ou seja, uma interseção que não atenda às exigências pode acarretar em congestionamentos, gerando ao usuário uma experiência desconfortável. Esse tipo de acontecimento faz com que seja necessário a adoção de medidas para solucionar esses problemas, a fim de melhorar a trafegabilidade do trecho estudado (DNIT, 2005). Dentre alguns pontos negativos que podem surgir em uma interseção pode se destacar os que estão relacionados com o dimensionamento inadequado, má execução, elevado tempo de espera, alto número de acidentes, dificuldade de visibilidade, entre outros (DNIT, 2005). A seguir serão demonstrados alguns casos em que foram encontradas soluções eficientes que geraram melhorias consideráveis nas interseções. Serão apresentadas propostas de alterações em duas interseções urbanas e duas rurais, respectivamente. As interseções apresentadas são nos municípios de Florianópolis (cruzamento entre as ruas Professor Lauro Caldeira de Andrada, Delfino Conti e João Pio 27 Duarte), Três Pontas (Trevo do Padre Victor), Fortaleza (BR-116, Av. Aguanambi e Av. Eduardo Girão) e Curitiba (rua Eduardo Sprada e Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira). 2.10.1 Proposta de reconfiguração de uma interseção em Florianópolis O estudo realizado por Millack (2014) propôs uma reconfiguração de uma interseção no cruzamento entre as ruas Professor Lauro Caldeira de Andrada, Delfino Conti e João Pio Duarte, na cidade de Florianópolis. A interseção está localizada junto a uma das principais vias que passam pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Devido ao alto volume de tráfego, a interseção apresenta sinalização semafórica, a fim de organizar os movimentos, e também ilhas de canalização para direcioná-los. Observando a interseção, nota-se que há muitos movimentos que geram pontos de conflitos que são amenizados pela presença da sinalização e da canalização. Entretanto, nos horários de pico, o tráfego passa a não ser mais comportado pela semaforização, evidenciando a necessidade de uma readequação. Após a realização da contagem do tráfego, foi constatado um FHP de 0,96, indicando um grande volume de tráfego, excedendo a capacidade da interseção durante a hora de pico. A partir dos demais dados coletados, ficou evidente a necessidade de realizar um projeto geométrico em níveis diferentes. Por se tratar de uma área com alto índice de urbanização, a área de implantação deve ser a menor possível a fim de evitar desapropriações. A solução mais apropriada projetada por Millack (2014) levou em consideração a possibilidade para reduzir o número de conflitos, eliminando também os cruzamentos e assim melhorando o tempo de espera. Oprojeto constitui uma geometria simples, na qual ocorre a elevação de uma das pistas da rua Prof. Lauro Caldeira de Andrada favorecida pela futura duplicação da rua Dep. Antônio Edu Vieira, sendo esta elevação considerada como Via Principal. Já sob a nova interseção seria executada uma rotatória que atenderia o tráfego secundário, permitindo manobras de retorno e oferecendo maior capacidade em comparação ao uso de semáforos. A rotatória possuiria uma ilha central circular, no qual foi optado por escolher o maior diâmetro disponível, visando aumentar a capacidade da rotatória. Para o 28 projeto proposto, seria viável dividir a construção em duas etapas, sendo a primeira etapa a construção da rotatória e posteriormente o viaduto para o tráfego da via principal. 2.10.2 Readequação do projeto geométrico da interseção de acesso a Três Pontas - MG A interseção que dá acesso à cidade de Três Pontas, em Minas Gerais, também conhecida como Trevo do Padre Victor, foi estudada por Custódio (2017). O estudo foi realizado a fim de verificar se a interseção possui as condições de tráfego ideais para uso, uma vez que o local já foi cenário de acidentes devido a grande quantidade de veículos de carga que fazem o escoamento da produção de café no local. Os parâmetros apresentados na rotatória foram confrontados com os manuais do DNIT, com o intuito de averiguar se haviam divergências. Custódio (2017) constatou, com base na análise, que alguns itens não se enquadraram no solicitado pelo manual do DNIT (2005). Alguns ítens que não atenderam foram: a pista da rotatória apresentando apenas uma faixa de tráfego, enquanto no manual o solicitado eram duas faixas, nível de serviço e capacidade em desacordo, ausência de distância de visibilidade em uma das entradas, raio da pista incompatível com a superelevação. Para identificar o nível de serviço da nova interseção, foi realizado o cálculo do tráfego para dez anos, a fim de garantir a eficiência do projeto, além disso foram consideradas duas faixas na pista da rotatória. Neste item obteve-se um nível de serviço A. Também foi proposto por Custódio (2017) a correção da declividade longitudinal a fim de melhorar a distância de visibilidade de parada, visto que a inclinação é de 13%. Para atender a declividade de 3% exigida pelo DNIT (2005) se faz necessário a realização de um aterro para corrigir o greide, com um volume de 8.476,24 m³ de solo. Com base na seção transversal obtida, a distância de visibilidade para a realização das manobras foi ajustada. Outra melhoria a ser realizada seria a correção da superelevação da pista rotatória, aumentando a declividade transversal da pista para evitar desapropriações relacionadas ao aumento do raio da rotatória, que tornariam os custos mais elevados. Obteve-se uma elevação de 7,16%, assim a força do atrito entre o pneu do carro e o pavimento, associada a elevação da pista, fazem com que o veículo se mantenha em sua trajetória, evitando tombamentos. 29 Com as melhorias propostas foi possível melhorar o nível de serviço da interseção, além de aumentar a capacidade, sobretudo tornou-a mais segura aos usuários, sendo também a solução mais eficiente economicamente. 2.10.3 Proposta de readequação da rotatória Av. Aguanambi x BR-116 em Fortaleza Em 2005 foi construída uma rotatória entre a rodovia, BR-116 e duas vias arteriais urbanas, Av. Aguanambi e Av. Eduardo Girão, e mais três vias locais, na cidade de Fortaleza/CE, com o intuito de controlar os conflitos que ocorriam no local. Entretanto, segundo Neto (2013), após a execução da rotatória o número de acidentes aumentou consideravelmente devido aos conflitos no entrelaçamento das vias. Posteriormente, com o intuito de resolver a questão, foram implantados três semáforos, o que solucionou parte do problema, reduzindo em 35% o número de acidentes. Porém, a falta de fluidez e de segurança da interseção ainda se mantinham, principalmente no horário de pico. Por meio de um software de microssimulação de tráfego, Neto (2013) obteve os parâmetros necessários para verificar se as melhorias propostas pelo Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (TRANSFOR) resolveriam o problema. Dentre as modificações abrangidas no projeto do TRANSFOR, estavam a ampliação das vias e também a implantação de uma interseção em desnível sobre a rotatória existente, a fim de reduzir o número de cruzamentos. Após a aplicação da microssimulação, constatou-se uma redução no tempo médio de viagem das rotas estudadas de 35%, sendo que a redução do tempo de viagem global foi de aproximadamente 51 horas. Portanto, seria de grande importância que a proposta fosse executada, visando a diminuição do número de entrelaçamentos fazendo com que os riscos de acidentes se tornassem menores, tornando o tráfego dos veículos mais seguro e com mais fluidez. 2.10.4 Remodelação de uma interseção rodoviária na cidade de Curitiba - PR A interseção em nível estudada por Marcusso e Solek (2018) está localizada no cruzamento entre a rua Eduardo Sprada e a Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, na cidade de Curitiba/PR. A interseção apresenta sinalização semafórica, porém não apresenta direito de 30 passagem para pedestres e ciclistas, o que acaba ocasionando congestionamentos e redução na fluidez do tráfego, pois a região contém um fluxo considerável de pedestres e ciclistas. Devido às circunstâncias, a interseção já foi cenário de diversos acidentes. Dentre as alternativas estudadas por Marcusso e Solek (2018), haviam duas possibilidades de remodelação da interseção, sendo a primeira opção a rotatória moderna convencional e a segunda opção uma turbo-rotatória, desenvolvida por Fortuijn (2009). O projeto da rotatória moderna, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), foi disponibilizado para verificar se os critérios de tráfego e capacidade estavam conforme as normas. A turbo-rotatória foi desenvolvida com base no projeto fornecido pelo IPPUC. Para a rotatória moderna o nível de serviço encontrado para o ano de 2018 foi A, entretanto, para um cenário futuro no ano de 2033 o nível de serviço cairia para F, ou seja, com a implantação da rotatória moderna, no ano de 2033 o grau de saturação seria superior a 100%, ocorrendo a piora das condições da interseção. Na turbo-rotatória pode-se observar que houve um aumento no tempo de espera, sendo que para o ano de 2033 o tempo de espera aumentou em quase 30%. A implantação da rotatória seria uma proposta que resolveria o problema apenas a curto prazo, pois conforme o fluxo de veículos aumentasse o nível de serviço já não seria o mesmo em todas as aproximações, e quando chegasse no 15º ano após a abertura do tráfego a capacidade já estaria excedida. O mesmo fato ocorreu para a turbo-rotatória, a partir dos dados obtidos pelo simulador de tráfego AIMSUN o desempenho apresentado seria ruim em praticamente todasas aproximações no ano 2033. Com base no estudo realizado por Marcusso e Solek (2018) nenhuma das opções analisadas demonstrou ser apropriada para implantação no local, sendo o mais correto realizar um estudo para implantação de uma interseção em desnível. 31 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A elaboração do presente trabalho foi feita por meio de pesquisas quantitativas. A coleta de dados de contagens volumétricas e levantamentos do tráfego do local de estudo foram disponibilizados pelos órgãos responsáveis pela gestão da operação das vias de estudo para a realização do projeto geométrico de uma interseção. Além disso, a pesquisa se enquadra como um estudo de caso, uma vez que será realizado um estudo mais aprofundado a respeito de um caso específico. 3.1 O local de estudo O entroncamento de acesso à Vila Palanque, Linha Travessa e Venâncio Aires (FIGURA 3 e 4), situado pelo cruzamento da RSC-453 Km 10 e pela VRS-816 Km 7+910, já foi cenário de inúmeros acidentes causados pela disputa de passagem de carros, caminhões e até mesmo máquinas agrícolas, gerando diversos transtornos aos moradores, principalmente nos horários de pico, conforme indica o Comando Rodoviário da Brigada Militar responsável pelo local (DICKOW, 2019). O trecho da RSC-453 é administrado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), pertence à Rota do Sol, que liga a Serra Gaúcha ao litoral, possui pista simples nos dois sentidos. A faixa de domínio na RSC-453 é de 70 metros e a largura da pista é de 3,50 metros. Já o trecho da VRS-816 é administrado pela 11ª Superintendência Regional do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), sendo sua extensão total de 13,36 km, faixa de domínio de 40 metros e largura da pista de 3 metros. 32 Figura 3 - Detalhe da área de estudo Fonte: Google Maps adaptado pela Autora (2020). Figura 4 - Localização da área de estudo Fonte: Google Maps adaptado pela Autora (2020). 33 O entroncamento está situado no município de Venâncio Aires, conhecido também como a Capital Nacional do Chimarrão, com cerca de 71.973 habitantes (IBGE 2020). É considerado o pólo central entre os Vales do Taquari e Rio Pardo. Seus acessos são realizados por duas rodovias de grande importância, a RSC-287 e RSC-453, facilitando o escoamento da produção de erva mate e também dos demais produtos do local. A Linha Travessa é utilizada como um acesso secundário ao município (FIGURA 5), sendo também utilizada pelos moradores da Vila Palanque (FIGURA 6). Figura 5 - Vista do acesso a Linha Travessa Fonte: Autora (2021). Figura 6 - Vista do acesso a Vila Palanque Fonte: Autora (2021). 34 A rotatória vazada implementada no local exige com que os veículos que precisam cruzar a RSC-453 atravessem as duas faixas de rolamento de uma só vez, ou seja, aumenta o tempo de espera dos veículos que se encontram no trecho secundário, visto que necessitam aguardar oportunidade no fluxo principal nos dois sentidos ao mesmo tempo, situação dificultada principalmente nos horários de pico. A configuração deste tipo de interseção apresenta características que aumentam o índice de acidentes por colisão lateral, principalmente se há grande presença de veículos lentos que realizam conversões à esquerda, além de permitir que os veículos do trecho secundário acessem diretamente a rodovia, sem realizar o cruzamento corretamente. Mediante as características do local, se faz necessário uma proposta de melhorias no aspecto geométrico da interseção, tendo como base os manuais de infraestrutura de transportes para a elaboração do mesmo. Em função do novo Coronavírus, não foi possível realizar o levantamento topográfico do local de estudo. Portanto, a fim de verificar qual é a característica do relevo no entroncamento, utilizou-se as cartas topográficas do Exército Brasileiro e de mapas topográficos fornecidos no site Topographic-map para fazer uma análise e definir este parâmetro. 3.2 Elementos operacionais da interseção Para a elaboração do projeto de interseção foi preciso considerar alguns critérios que são fundamentais para determinar as suas características físicas e geométricas. Estes conceitos são baseados em normas que regem os princípios para a elaboração de rodovias e seus demais componentes. 3.2.1 Volume do tráfego local Com o intuito de estipular o volume do tráfego no local do estudo, é necessário realizar a contagem volumétrica, a fim de determinar a quantidade, o sentido e a composição do fluxo de veículos que utilizam o trecho estudado. As contagens realizadas nas interseções têm por objetivo obter o fluxo entre as vias que se cruzam e também dos seus ramos de ligação (DNIT, 2006). 35 Em virtude da pandemia pelo novo Coronavírus, não foi possível realizar a contagem volumétrica no período de realização desta pesquisa, uma vez que se trata de um período atípico que influenciou diretamente o tráfego de veículos no país. Portanto, no presente trabalho foram utilizados os dados fornecidos pela concessionária EGR, bem como a última contagem realizada pelo DAER, em 2018, ambos disponíveis em seus respectivos sites. A partir dos dados coletados na contagem volumétrica, foi determinado o volume horário de projeto (VHP) e o volume médio diário (VMD). Para determinar o VMD do trecho principal, foi utilizada a contagem obtida pelo posto de pedágio em Cruzeiro do Sul (RSC-453/Km 18+900) da EGR. Uma vez que o posto de contagem é permanente, dispõe-se de uma contagem volumétrica de tráfego durante o ano. A praça de pedágio está localizada a 9,2 km em relação ao local de estudo, conforme a Figura 7. Neste caso, foi calculado o volume médio diário anual (VMDa) através da Equação 1. (1) 𝑉𝑀𝐷𝑎 = 𝑛 º 𝑑𝑒 𝑣𝑒 í 𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑓𝑒𝑔𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑜 365 Figura 7 - Distância entre o pedágio da EGR em relação ao entroncamento estudado Fonte: Google Maps (2021). Para o trecho secundário foi disponibilizada uma contagem semanal realizada no mês de julho de 2018, portanto, foi necessário, primeiramente, determinar o VMD semanal através 36 da Equação 2. Posteriormente, calculou-se o fator de expansão sazonal para determinar o VMD anual do trecho secundário pela Equação 3. (2) 𝑉𝑀𝐷𝑠 = 𝑛 º 𝑑𝑒 𝑣𝑒 í 𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑓𝑒𝑔𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎 7 (3) 𝑓𝑎 = 𝑉𝑀𝐷𝑎 𝑉𝑀𝐷𝑚 Após calcular o VMD semanal, este foi utilizado como VMD mensal, no qual foi aplicado o fator de expansão sazonal (fa) para se obter o VMD anual do trecho secundário, conforme Equação 4. (4) 𝑉𝑀𝐷𝑎 = 𝑓𝑎 × 𝑉𝑀𝐷𝑠 Após obter o valor do VMD anual nos trechos é possível calcular o VHP, que é determinado a partir do VMD anual da interseção aplicando-se um fator K que é obtido na Curva da Enésima Hora (FIGURA 8), em que se relaciona o volume horário de tráfego como porcentagem do VMD (fator k em %) com o número de horas do ano em que o volume horário é igual ou superior ao especificado. Portanto,tem-se a Equação 5. (5) 𝑉𝐻𝑃 = 𝐾 × 𝑉𝑀𝐷𝑎 É recomendado utilizar o VHP expresso em unidades de carro de passeio por hora (UCP/h), sendo o número equivalente de carros de passeio que desempenham os mesmos impactos na rodovia (DNIT, 2006), como indica a Tabela 1. Neste trabalho foi considerado o número de horas congestionadas como sendo a 50ª hora. Tabela 1 - Fatores de equivalência para unidades de carros de passeio (UCP) Tipo de Veículo VP CO/O SR/RE M B SI Fator de equivalência 1 1,5 2 1 0,5 1,1 Fonte: DNIT (p. 194, 2005). 37 Figura 8 - Curva da Enésima Hora Fonte: DNIT (2005). 3.2.2 Projeção Exponencial Como já mencionado, uma interseção é projetada para suportar o volume de tráfego durante um determinado período de tempo. Para estipular este volume a ser suportado, é feita uma Projeção Exponencial (EQUAÇÃO 6), considerando o volume inicial e o fator de crescimento anual. Segundo indica o DNIT (2006), se aplica uma taxa de crescimento anual de 3%, uma vez que faltam informações de variáveis socioeconômicas a respeito do crescimento do tráfego no Brasil. (6) 𝑉𝑛 = 𝑉𝑜 × ( 1 + 𝑎 ) 𝑛 Sendo que: Vn: volume de tráfego no ano “n”; Vo: volume de tráfego no ano base; 38 a: taxa de crescimento anual; n: número de anos decorridos após o ano base. 3.2.3 Definição do tipo de interseção Com o intuito de definir qual o tipo de interseção é o mais adequado para o local do estudo foi utilizada a Figura 8, com base no manual do DAER (1999), no qual é possível verificar o tipo de interseção com base no fluxo da via principal e da via secundária que cruzam a interseção, já em unidades de carros de passeio por hora (ucp/h). Tanto o manual do DNIT (2005) quanto o DAER (1999) se baseiam em normas estrangeiras, principalmente normas inglesas e suecas. Portanto, utilizou-se estas normas para auxiliar na definição do tipo de interseção, sendo feito conforme indicam os manuais brasileiros aplicados neste estudo. Figura 9 - Tipos de interseções adotados pelo DAER/RS Fonte: DAER (1991). De acordo com o tipo de interseção encontrado, foi possível definir os demais parâmetros necessários para iniciar o projeto geométrico da interseção. 39 3.3 Elementos geométricos da interseção Após a coleta dos dados e as definições dos parâmetros dos elementos de projeto, foi elaborado o projeto geométrico da interseção, objeto de estudo deste trabalho. Foram utilizados como base o traçado dos eixos das rodovias extraídos do software BIM da Autodesk Infraworks (Versão Estudante 2020) (FIGURA 9), utilizado para modelagem de infraestruturas. Posteriormente, os eixos da rodovia foram exportados para o software Autodesk Autocad (Versão Estudante 2020) para a elaboração do projeto geométrico. Figura 10 - Layout da interface do software Infraworks Fonte: Autora (2020). 3.3.1 Veículo de projeto Com base na contagem volumétrica, foi possível determinar o veículo de projeto uma vez que ficará claro quais os veículos que mais trafegam no local. Após a escolha do veículo de projeto foram coletadas as suas características conforme a Tabela 2, permitindo verificar os raios de manobra de acordo com as dimensões de cada veículo. 40 Tabela 2 - Dimensões básicas dos veículos de projeto Características Designação do veículo Veículos leves (VP) Caminhões e ônibus convencionais (CO) Caminhões e ônibus longos (O) Semi-reboques (SR) Reboques (R) Largura total 2,1 2,6 2,6 2,6 2,6 Comprimento total 5,8 9,1 12,2 16,8 19,8 Raio min. da roda externa dianteira 7,3 12,8 12,8 13,7 13,7 Raio min. da roda interna traseira 4,7 8,7 7,1 6,0 6,9 Fonte: DNIT (2010). Geralmente, adota-se como veículo de projeto aquele que tenha comprimento inferior a 14 metros que é permitido pela legislação. Além disso, a maioria dos veículos que circulam no país estão nessa faixa de dimensão, sendo assim não há a necessidade em adotar dimensões maiores, visto que há uma tendência em se fabricar veículos menores e mais ágeis (DNIT, 2010). 3.3.2 Velocidade Diretriz A velocidade diretriz de uma interseção deve garantir ao usuário condições seguras de operação. O DNIT (2010) menciona que seria ideal se a velocidade de projeto dos ramos fosse igual à das vias que conectam, porém, devido às restrições de traçado ocasionado por motivos topográficos ou pela disponibilidade de faixa de domínio, acabam por gerar velocidades de projeto mais baixas nos ramos. Além disso, segundo Pimenta e Oliveira (2004), quando a velocidade da rodovia é adotada para a interseção acaba tornando seu custo mais elevado. Por este motivo, em geral, a velocidade de projeto dos ramos tende a ser de 60% a 70% ao da velocidade da via. Para determinar a velocidade de projeto dos ramos aplica-se a Equação 7. (7) 𝑉𝑟 = 𝑘 × 𝑉𝑝 41 Sendo que: Vr: velocidade de projeto dos ramos Vp: velocidade das vias k: 0,6 ou 0,7. Em alguns casos especiais, como interseções que não possuem pontos de conflitos, ou seja, sem trechos de entrelaçamento, pode-se utilizar o valor de k = 0,75 para os casos em que é necessário escoar grandes volumes de tráfego. Enquanto que nos locais que precisam realizar paradas ou andar com velocidade reduzida utiliza-se Vr = 30 km/h. Também salienta-se que não há necessidade de manter a mesma velocidade para todos os ramos (PIMENTA; OLIVEIRA, 2005). Tabela 3 - Velocidade de projeto para rotatórias Velocidade de projeto da rodovia (km/h) Velocidade média de operação da rodovia (km/h) Velocidade de projeto da pista rotatória (km/h) Mínima Desejável 50 45 30 50 65 55 50 55 ≥80 65 a 80 55 65 Fonte: DNIT (2005). 3.3.3 Distância de Visibilidade Os motoristas devem ter uma boa visibilidade de toda a interseção permitindo que ele possa identificar possíveis perigos antes de executar as manobras, a fim de evitar o risco de colisões. A distância de visibilidade é determinada conforme o tipo de controle de tráfego presente na interseção (DAER, 1991). Neste estudo de caso foi definida, em cada ramo, a distância apropriada de acordo com o triângulo de visibilidade, possibilitando ao condutor a detecção do perigo a tempo de realizar a parada antes de chegar no cruzamento. As distâncias foram obtidas conforme a 42 velocidade de projeto apresentada em cada ramo da interseção, como demonstra a Tabela 4 extraída do DAER (1991). Tabela 4 - Distância de visibilidade Velocidade de Projeto (km/h) 40 50 60 70 80 90 100 110 120 Distância (m) 45 65 79 93 109 132 155 180 210 Fonte: DAER (1991). Neste caso, foi utilizado a norma do DAER (1991), pois nela contempla a distância de visibilidade permitindo a parada do veículo, ou seja, a distância na qual o motorista consegue perceber o perigo e parar antes de chegar ao cruzamento. 3.3.4 Raio mínimo No caso deste estudo, é desejável que a velocidade de giro no ramo da interseção seja igual ou superior a 25 km/h, portanto as curvas tiveram que apresentar raios maiores e superelevações compatíveis. Neste caso, a Tabela 5 apresentaos raios mínimos a serem adotados nas interseções de acordo com a velocidade de projeto das curvas e suas respectivas superelevações. Os raios mínimos devem ser estabelecidos a partir do bordo interno da curva. Nos casos em que o tráfego precisa parar no ramo, é permitido utilizar valores menores na superelevação. A presença de grandes veículos de carga permite a redução da superelevação para valores abaixo do recomendado, visto a dificuldade desses veículos em trafegar em certas condições. Tabela 5 - Raios mínimos para curvas em interseções Velocidade de projeto (km/h) 25 30 40 50 60 70 Coeficiente de atrito transversal - f 0,32 0,28 0,23 0,19 0,17 0,15 Superelevação (%) 0 2 4 6 8 9 Raio mínimo calculado (m) 15 24 47 79 113 161 Raio mínimo arredondado (m) 15 25 50 80 115 160 Fonte: DNIT (2005). 43 3.3.5 Superelevação Devido à presença da força centrífuga e do atrito causado pelos raios das curvas é necessário implantar uma superelevação a fim de contrabalançar este efeito gerado pela aceleração centrífuga. Neste caso é aplicada uma inclinação em relação ao plano horizontal da curva, de modo a garantir ao usuário condições de conforto e segurança durante a manobra (DNIT, 2010). Em virtude da grande variação de possíveis raios e velocidades nas curvas das interseções é fornecido pelo DNIT (2005) uma relação de combinações que resultam em intervalos admissíveis de taxas de superelevação para cada situação (TABELA 6). Os valores recomendados pela norma a serem adotados devem estar entre a metade ou terço superior do intervalo adotado. Também é indicado uma taxa máxima de 10% e de no mínimo 2%, em função da drenagem da superfície da curva. Tabela 6 - Taxas de superelevação para curvas em interseções (%) Raio (m) Velocidade de projeto da curva (km/h) 20 30 40 50 60 70 15 2-10 25 2-7 2-10 50 2-5 2-8 4-10 70 2-4 2-6 3-8 6-10 100 2-3 2-4 3-6 5-9 8-10 150 2-3 2-3 3-5 4-7 6-9 9-10 200 2 2-3 2-4 3-5 5-7 7-9 300 2 2-3 2-3 3-4 4-5 5-6 500 2 2 2 2-3 3-4 4-5 700 2 2 2 2 2-3 3-4 1000 2 2 2 2 2 2-3 Fonte: DNIT, 2005. Portanto, a superelevação das curvas foi obtida a partir da análise das curvas de níveis presentes no local confrontando com a velocidade do ramo e o seu respectivo raio, seguindo 44 as orientações da norma para que a superelevação adotada seja a mais adequada, visando que sua implantação garanta segurança além de ser viável economicamente. 3.3.6 Largura do ramo A largura do ramo é estipulada mediante a combinação do tipo de operação com a condição do tráfego presente no local do estudo de acordo com o raio do bordo interno da pista (TABELA 7). Podem ser previstos acostamentos ou não nos ramos da interseção, entretanto, obstáculos como pilares devem manter um afastamento mínimo de 1,50 metros do bordo da pista. Os muros de arrimo ou cortes íngremes devem manter uma distância de pelo menos 0,8 metros da tangente (DNIT, 2005). Tabela 7 - Largura das pistas de conversão (m) Raio do bordo interno da pista (m) Caso I Uma faixa de trânsito sem previsão de passagem à frente Caso II Uma faixa de trânsito com previsão para passagem de um veículo parado Caso III Duas faixas de trânsito, com um ou dois sentidos A B C A B C A B C 15 5,4 5,5 7,0 6,0 7,8 9,8 9,4 11,0 13,6 25 4,8 5,0 5,8 5,6 6,9 7,9 8,6 9,7 11,1 30 4,5 4,9 5,5 5,5 6,7 7,6 8,4 9,4 10,6 50 4,2 4,6 5,0 5,3 6,3 7,0 7,9 8,8 9,5 75 3,9 4,5 4,8 5,2 6,1 6,7 7,7 8,5 8,9 100 3,9 4,5 4,8 5,2 5,9 6,5 7,6 8,3 8,7 125 3,9 4,5 4,8 5,1 5,9 6,4 7,6 8,2 8,5 150 3,6 4,5 4,5 5,1 5,8 6,4 7,5 8,2 8,4 Tangente 3,6 4,2 4,2 5,0 5,5 6,1 7,2 7,9 7,9 Fonte: DNIT, 2005. Além disso, deve ser prevista a construção de acostamentos ou de faixas de segurança, pois os veículos pesados os utilizam para realizar o giro de forma mais apropriada. Para determinar a largura do acostamento se utiliza a Tabela 8. 45 Tabela 8 - Largura do acostamento ou espaço lateral equivalente Condição do ramo Projeto Largura do acostamento ou espaço livre equivalente (m) À esquerda À direita Trechos curtos, geralmente dentro de interseção canalizada Mínimo 0,60 0,60 Desejável 1,20 1,20 Trechos médios a longo, em corte ou em aterro Mínimo 1,20 1,80 Desejável 3,00 3,60 Fonte: DNIT, 2005. 3.3.7 Comprimento das faixas de mudança de velocidade Os comprimentos recomendados a serem utilizados nas faixas de mudanças de velocidade são para rampas de até 2%. Esses comprimentos são determinados em função da velocidade da interseção e da velocidade dos ramos (TABELAS 9 e 10), e proporcionam o espaço adequado aos condutores para realizar as manobras de aceleração ou desaceleração, sem provocar interferências no fluxo do tráfego. Essas faixas devem possuir a largura e comprimentos apropriados para a execução destas manobras. A largura do trecho constante deve estar entre 3,50 a 3,60 metros, não sendo necessário manter o acostamento igual ao restante da rodovia. 46 Tabela 9 - Comprimento da faixa de desaceleração Velocidade diretriz (km/h) Taper (m) Comprimento da faixa de desaceleração, inclusive taper (m) Velocidade de segurança da curva de saída (km/h) 0 20 30 40 50 60 70 80 40 40 60 50 40 - - - - - 50 45 75 70 60 45 - - - - 60 55 95 90 80 65 55 - - - 70 60 110 105 95 85 70 60 - - 80 70 130 125 115 100 90 80 70 - 90 80 145 140 135 120 110 100 90 80 100 85 170 165 155 145 135 120 100 85 110 90 180 180 170 160 150 140 120 105 120 100 200 190 195 175 170 155 140 120 Fonte: DNIT, 2005. Tabela 10 - Comprimento da faixa de aceleração Velocidade diretriz (km/h) Taper (m) Comprimento da faixa de aceleração, inclusive taper (m) Velocidade de segurança da curva de saída (km/h) 0 20 30 40 50 60 70 80 40 40 60 50 40 - - - - - 50 45 90 70 60 45 - - - - 60 55 130 110 100 70 55 - - - 70 60 180 150 140 120 90 60 - - 80 70 230 210 200 180 140 100 70 - 90 80 280 250 240 220 190 140 100 80 100 85 340 310 290 280 240 200 170 110 110 90 390 360 350 320 290 250 200 160 120 100 430 400 390 360 330 290 240 200 Fonte: DNIT, 2005. 47 3.4 Análise dos pontos de conflito Para que um projeto seja eficiente, ele deve considerar a natureza e periculosidade dos pontos de conflitos presentes na interseção, pois eles afetam na operação do tráfego, provocando a redução na velocidade dos veículos que trafegam no local, podendo interferir na capacidade e segurança da interseção (DNIT, 2005). Portanto, foi realizada a análise dos pontos de conflitos presentes na interseção atual, bem como no projeto elaborado, a fim de verificar se houve ou não melhorias neste aspecto. Foram traçados os movimentos das correntes de tráfego para verificar como estes pontos interferem na interseção, comparando a situação atual com a projetada. Como não foi possível realizar as contagens volumétricas, não foi possível determinar o nível de serviço da interseçãoexistente nem o fator de hora pico, pois é necessário o tempo de espera em cada ramo e o volume máximo de veículos que trafegam durante 15 minutos no horário de pico. Também não se conseguiu realizar o levantamento topográfico, sendo necessário a utilização de cartas topográficas para verificar o relevo presente no local de implantação. 48 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo serão apresentados os parâmetros obtidos para o desenvolvimento do projeto geométrico da interseção, bem como a elaboração do projeto propriamente dito. Este trabalho se delimita ao projeto geométrico da interseção, não incluindo os projetos complementares, como análise de custos, serviços de terraplenagem, sinalização e drenagem, entre outros. 4.1 Contagem do tráfego Os dados utilizados para determinar a contagem do tráfego foram obtidos pelos órgãos responsáveis. Em função da pandemia pelo novo Coronavírus, que poderia ocasionar erros devido à possível redução de veículos trafegando, ocasionada pelos protocolos de redução das atividades comerciais nos meses em que seriam feitos os levantamentos, utilizou-se como base os dados do ano de 2018 para ambas as rodovias analisadas. As contagens volumétricas da VRS-816 foram fornecidas pela 11ª Superintendência Regional do DAER, em Lajeado (TABELA 11), sendo que as mesmas ocorreram do dia 22 de julho até 28 de julho, durante 24 horas do dia, utilizando o equipamento PicoCount 2500. Foram aplicados os fatores de conversão para UCP aos dados obtidos, conforme especificado no Quadro 7 deste trabalho, a fim de se utilizar uma padronização para as informações. As contagens fornecidas estão apresentadas nos Anexos A e B. 49 Tabela 11 - Contagem volumétrica dos trechos da VRS-816, em UCP Trecho 22/07/18 23/07/18 24/07/18 25/07/18 26/07/18 27/07/18 28/07/18 SRE-0010 803 983 1014 771 984 1054 1079 SRE-0030 1043 1187 1213 862 1294 1418 1328 Total 1846 2170 2227 1633 2278 2472 2407 Fonte: Autora (2021). A EGR fornece em seu site a contagem volumétrica anual para cada categoria de veículos, portanto, utilizou-se a contagem do ano de 2018, no qual foi convertido para UCP, cujos valores são apresentados na Tabela 12. Tabela 12 - Contagem volumétrica da ERS-453, em UCP Classe Jan Fev Mar Abr Mai Jun Total em UCP 207.110 194.160 227.701 224.196 188.175 218.249 Classe Jul Ago Set Out Nov Dez Total em UCP 220.831 224.602 210.950 226.153 216.922 217.386 Fonte: Autora (2018). A partir dos volumes de tráfego obtidos, procedeu-se à determinação dos volumes médios diários. 4.2 Determinação do volume médio diário (VMD) Após obter o volume do tráfego em UCP é possível determinar o VMD anual da RSC-453, utilizando a Equação 1. 𝑉𝑀𝐷𝑎 = 2 . 576 . 433 365 = 7 . 059 𝑈𝐶𝑃 / 𝑑𝑖𝑎 Para determinar o VMD da rodovia VRS-816, foi necessário calcular o fator de expansão de sazonalidade, para o qual utilizou-se o mês de julho, aplicando a Equação 3. Este procedimento foi utilizado para expandir o VMD semanal do trecho secundário, uma vez que 50 as contagens do trecho secundário foram realizadas em um período de uma semana e não representam adequadamente as condições médias do tráfego (GOMES, 2004). 𝑉𝑀𝐷 𝑗𝑢𝑙ℎ𝑜 = 220 . 831 30 = 7 . 361 𝑈𝐶𝑃 / 𝑑𝑖𝑎 𝑓𝑎 = 7 . 059 7 . 361 = 0 , 96 O VMD semanal foi obtido aplicando-se a Equação 2. 𝑉𝑀𝐷 𝑠 = 15 . 033 7 = 2 . 148 𝑈𝐶𝑃 / 𝑑𝑖𝑎 Para transformar o VMD semanal para anual utilizou-se a Equação 4. 𝑉𝑀𝐷𝑎 = 0 , 96 × 2 . 148 = 2 . 062 𝑈𝐶𝑃 / 𝑑𝑖𝑎 De acordo com os VMD obtidos, pode-se classificar a RSC-453 como sendo uma rodovia de classe I-B e a VRS-816 como classe II. Com base nos volumes médios diários obtidos através das contagens, parte-se para a determinação do cálculo do VHP e do VMD do ano de projeto. 4.3 Determinação do VDM do ano de projeto A projeção do volume de tráfego para o ano de projeto, que nada mais é do que uma previsão futura de como será o tráfego em um determinado período de tempo, é necessária para a elaboração da interseção. Neste estudo foi calculado o volume de tráfego segundo uma progressão geométrica (EQUAÇÃO 6), no qual se aplica uma taxa de crescimento anual de 3%. (principal) 𝑉𝑛 = 7 . 059 × ( 1 + 0 , 03 ) 13 = 10 . 366 (secundário) 𝑉𝑛 = 2 . 062 × ( 1 + 0 , 03 ) 13 = 3 . 028 Neste caso, usou-se a projeção de 13 anos, uma vez que os dados das contagens possuem uma defasagem de 3 anos (coletados em 2018) e a vida de projeto considerada é de 10 anos. 51 4.4 Determinação do volume horário de projeto (VHP) Para não superdimensionar a interseção aplicou-se o fator k de 8,5% para representar o volume de veículos que irão trafegar no local ao longo do horário de pico. Com a determinação do volume horário de projeto, obtido através da Equação 5, pode-se observar que o fluxo de veículos no horário de pico é mais elevado no trecho principal quando comparado ao trecho secundário, sendo que o trecho secundário representa 29,17% do trecho principal, o que dificulta a travessia dos veículos que estão no trecho secundário. (principal) 𝑉𝐻𝑃 = 0 , 085 × 10 . 366 = 881 𝑈𝐶𝑃 / ℎ (secundário) 𝑉𝐻𝑃 = 0 , 085 × 3 . 028 = 257 𝑈𝐶𝑃 / ℎ Visto que a configuração atual do entroncamento já apresenta sinais que a capacidade de tráfego está sendo excedida, é possível observar a partir dos valores obtidos de VHP que a interseção não atenderá a nova demanda de tráfego, tornando cada vez mais difícil a realização das manobras pelos usuários. Por este motivo, justifica-se a modificação da rotatória existente, de forma a facilitar a travessia do fluxo proveniente da VRS-816 com a projeção de um canteiro central, para que se atravesse uma via por vez. 4.5 Escolha do tipo de interseção A partir dos volumes de tráfego contabilizados nas vias principal e secundária (TABELA 13), utilizou-se a Figura 6 para determinar qual o tipo de interseção a ser adotada para o local de estudo. Com os dados do volume futuro das vias, verificou-se que o tipo de interseção seria com prioridade, ou seja, quando “o tráfego da via principal tem prioridade ao uso da interseção em relação ao tráfego da via secundária” (DNIT, 2005, p. 128). De acordo com as normas inglesas (DNIT, 2005), é recomendado que este tipo de interseção seja adotado para VMD de até 5.000 veículos por dia na via principal e de 3.000 na via secundária. Para interseções com quatro ramos, que é o caso deste estudo, apresenta-se baixo índice de segurança pois nem sempre os veículos da via secundária dão preferência ao tráfego da via principal. Além disso, o tempo de espera para os veículos que estão na via secundária pode ser elevado devido à espera pela a oportunidade de cruzar a rodovia, fazendo com que os 52 motoristas se arrisquem para entrar ou atravessar a rodovia principal. A presença de veículos lentos, principalmente à noite, pode ser a causa de graves acidentes ao efetuar manobras de travessia davia principal em locais onde a visibilidade não é favorecida. Portanto, para este estudo, o modelo adotado de interseção será a rótula cheia alongada, conforme a Figura 11, no qual os raios de giro são mantidos enquanto alonga-se o eixo longitudinal, ficando similar a uma elipse, mas com dois lados paralelos, permitindo aos veículos do trecho secundário a travessia de uma pista de cada vez, proporcionando mais segurança aos usuários e fluidez no trânsito (VALIM; ALVES, 2018). Todavia, considerando que o tráfego é mais elevado na RSC-453 em relação a VRS-816, mantém-se a prioridade para RSC-453. Tabela 13 - Dados para determinar o tipo de interseção Via Volume Atual Volume Futuro Principal 7.059 10.366 Secundário 2.062 3.028 Fonte: Autora (2021). Figura 11 - Rótula cheia alongada Fonte:Valim e Alves (2018). 4.6 Elementos geométricos da interseção Para a elaboração do projeto geométrico da interseção foi necessário definir quais os principais elementos de rotatória que serão utilizados ao longo do projeto geométrico. Optou-se por elaborar a rotatória em forma alongada, a fim de aproveitar o máximo possível 53 da faixa de domínio disponível e assim evitar a necessidade de desapropriações no local de implantação. Utilizando como base a contagem volumétrica, que identifica a natureza dos veículos em circulação no local de estudo, foi definido o tipo de veículo a ser considerado na determinação das características geométricas da interseção (DNIT, 2006). As características do veículo de projeto são fundamentais, uma vez que condicionam diversos aspectos no dimensionamento geométrico da interseção (DNIT, 2005). O veículo de projeto adotado neste estudo foi o caminhão trucado, classe 3C (caminhão simples com 3 eixos), com peso total bruto (PBT) de até 23 toneladas e 14 metros de comprimento (FIGURA 12). Optou-se por adotar este veículo de projeto pois analisando a contagem do tráfego ele é o segundo modelo de veículo comercial com maior número na contagem (ANEXO A), sendo que o primeiro seria o caminhão simples com 2 eixos. Conforme indica o Gráfico 1, o veículo comercial com 3 eixos representa 9,31% do tráfego local. Portanto, a interseção atenderia os dois modelos mais representativos que trafegam pelo local, não ultrapassando os 14 metros de comprimento permitido pela legislação. Figura 12 - Veículo de projeto adotado Fonte: DNIT (2006). 54 Gráfico 1 - Contagem volumétrica do mês de julho Fonte: Autora (2021). A fim de garantir a segurança dos usuários da interseção é necessário realizar as manobras com velocidade reduzida em comparação com a velocidade normal da pista. Portanto, utilizou-se a Equação 7 para definir a velocidade diretriz da interseção. Neste caso, utilizou-se a velocidade da rodovia principal (RSC-453) de 80 km/h e optou-se em adotar o fator de k=0,7. 𝑉𝑟 = 0 , 7 × 80 = 56 𝑘𝑚 / ℎ → 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑟 60 𝑘𝑚 / ℎ De acordo com a Tabela 3, em que a velocidade da rodovia é 80 km/h, é possível determinar que a velocidade da pista rotatória seja de 60 km/h. Já a velocidade adotada para as conversões à direita nos ramos B, C e D foi de 40 km/h e no ramo A de 50 km/h, uma vez que o seu raio de conversão é maior que os demais (APÊNDICE A). A distância de visibilidade foi determinada a partir da velocidade de projeto adotado em cada ramo da interseção. É fundamental que os usuários tenham boa visibilidade para realizar as manobras. De acordo com a Tabela 4, a distância de visibilidade a ser utilizada para a velocidade de projeto de 60 km/h é de 79 metros. Essa distância permite ao usuário ter 55 maior segurança antes de realizar alguma manobra de forma direta. Uma vez que a topografia do local de implantação da interseção é praticamente plana, este parâmetro foi devidamente atendido. O raio de uma interseção deve ser compatível com a velocidade de projeto e a superelevação da mesma, sendo definido a partir do bordo interno da curva. Vale ressaltar que o veículo de projeto também possui influência neste elemento geométrico, pois o traçado do veículo não pode se sobrepor ao raio da interseção, ou seja, ao realizar a manobra, o veículo não deve subir nos canteiros que delimitam a estrada. Com base na Tabela 5, adotou-se para a interseção um raio de 17 metros. Como o modelo é do tipo alongado, optou-se em utilizar um raio e uma tangente ao raio, permitindo com que se utilize um raio menor no canteiro central. A superelevação da pista de rolamento nos raios das curvas é imprescindível para contrabalançar o efeito da aceleração centrífuga gerada nos veículos durante a execução do movimento. Conforme a Tabela 6, existe uma relação de possíveis combinações levando em consideração o raio e a velocidade do projeto. Para o raio de 17 metros, o intervalo da taxa de superelevação é de 2 a 10%. Neste caso foi utilizada a superelevação indicada na Tabela 5, sendo 2%. A largura da pista adotada para a execução da conversão dentro da rotatória foi de 10,0 metros, considerando o Caso III, condição B, conforme indica a Tabela 8. Já para a conversão nos ramos, utilizou-se a largura de 5,0 metros, para o Caso I, condição B. Além disso, foi considerada uma faixa de 3,50 metros de largura na tangente da rotatória, para que os veículos consigam sair do fluxo principal do tráfego antes de realizar a conversão, fazendo com que a redução de velocidade não seja realizada na pista principal (APÊNDICE A). Para estipular o comprimento das faixas auxiliares de mudança de velocidade utilizou-se a Tabela 9 para desaceleração para os ramos A e C e a Tabela 10 para aceleração para os ramos B e D, de acordo com as velocidades adotadas nos ramos que convergem à direita. Os comprimentos adotados para os tapers estão apresentados na Tabela 13. 56 Tabela 13 - Comprimento das faixas de mudança de velocidade em função da velocidade. Ramo Velocidade do ramo (km/h) Taper (m) Comprimento total (m) A 50 55 55 B 40 55 70 C 40 55 65 D 40 55 70 Fonte: Autora (2021). 4.7 Projeto geométrico da interseção É notável que a configuração atual do entroncamento entre a RSC-453 com a VRS-816 não atende mais as condições de segurança e conforto para com os usuários da rodovia, devido ao aumento do fluxo de veículos que utilizam ambas as rodovias diariamente. Conforme os parâmetros estipulados, foi possível elaborar o projeto geométrico da interseção (APÊNDICE A). Comparando a proposta elaborada com a situação existente, atualmente os veículos precisam esperar que os dois lados estejam livres para cruzar a RSC-453 de uma só vez, gerando, muitas vezes, manobras arriscadas e proibidas que podem ocasionar acidentes. Já com a nova proposta (FIGURA 15 e 16), esse risco é reduzido pois os veículos podem atravessar uma pista de cada vez, tendo espaço suficiente para aguardar o momento adequado para travessia, restringindo também a possibilidade de manobras proibidas. Utilizou-seo raio de 17 metros para o canteiro central somado a uma tangente de 20 metros, ficando em um formato próximo de uma elipse. Este modelo de interseção mantém os elementos dentro da faixa de domínio. A pista de rolamento na interseção possui 10 metros de largura, a fim de oferecer espaço suficiente para os veículos de grande porte realizarem as manobras com segurança e acomodar o veículo enquanto espera para cruzar a via. Foram criadas ilhas divisórias no trecho secundário para ordenar o fluxo dos veículos e acomodá-los até realizar a travessia da via. Destinou-se, também, o espaço para aceleração e desaceleração dos veículos ao entrar ou sair do fluxo principal, tanto para as conversões à direita quanto para as conversões à 57 esquerda. Ou seja, as faixas de mudança de velocidade foram implementadas nos canteiros centrais e nas entradas e saídas do trecho secundário, possuindo 3,5 metros de largura. Na via principal optou-se em alargar o tamanho da faixa de rolamento para 5 metros para que os veículos tenham espaço para realizar as manobras com segurança. Além disso, acrescentou-se uma faixa de manobra dentro da interseção com 3,5 metros para as conversões. Os canteiros que dão acesso ao trecho secundário possuem um afastamento de 1,5 metros da pista, sendo este espaço utilizado como um acostamento, a fim de evitar que os veículos parem nas faixas de mudança de velocidade caso ocorra algum sinistro. O projeto foi elaborado para que não fosse necessária a realização de desapropriações, portanto para as curvas de conversão dos ramos aproveitou-se o máximo do espaço disponível a fim de evitar raios de manobras muito pequenos, sendo o menor raio localizado no ramo B, com 25,88 metros. O estaqueamento da interseção foi baseado no km 10 da RSC-453 a partir do Google Maps (FIGURA 13), para a sua correta posição deverá ser feito georreferenciamento da estaca. Deverão ser realocados os postes de energia elétrica. O acesso existente para Mato Leitão localizado antes do acesso à Linha Travessa, deverá ser fechado, sendo realizado pela VRS-816 sentido à Linha Travessa, para evitar conflitos de entrada e saída dentro da interseção. Figura 13 - Estaca do km 10 da RSC-453 Fonte: Google Earth (2021). 58 Com base nos mapas topográficos (ANEXO C e D), a interseção está situada a uma altitude de aproximadamente 111 metros. Analisando as curvas de nível do local de implantação, observou-se que o terreno é relativamente plano, possuindo um desnível que não ultrapassa 10 metros. Portanto, deverão ser realizados ajustes no projeto geométrico de acordo com as informações obtidas no levantamento topográfico. Conforme visita no local de estudo, deverão ser feitos cortes e aterros no local de implantação, mas que em um primeiro momento não terão grande influência no desenvolvimento do projeto geométrico. Figura 14 - Legenda da Figura 15 Fonte: Autora (2021). 59 Figura 15 - Esquema do projeto geométrico da interseção Fonte: Autora (2021). 60 Figura 16 - Proposta do projeto geométrico da interseção Fonte: Autora (2021). 61 4.8 Análise dos pontos de conflito A avaliação da interseção quanto ao critério operacional é realizada através da análise dos pontos de conflitos existentes na mesma, sendo indicado a realização de estudos de antes e depois das intervenções. Os pontos de conflito localizados na interseção atual estão indicados na Figura 17. Figura 17 - Pontos de conflito na interseção atual Fonte: Autora (2021). Pode-se observar que os pontos de convergência e divergência ocorrem com frequência e proximidade nos movimentos de conversão à direita nos locais em que é realizado o retorno, tornando esse local uma região propícia para possíveis colisões. Já os pontos de cruzamento ocorrem simultaneamente nas duas direções da rodovia RSC-453, no momento da travessia da via, sendo essa região a de maior probabilidade para a ocorrência de acidentes. Já na interseção proposta (FIGURA 18), os pontos de conflito estão mais afastados entre si, pois há presença de espaços apropriados para que os veículos esperem o momento adequado para a realização das manobras. Os pontos de cruzamento foram afastados, uma vez que não há mais a necessidade de cruzar os dois sentidos da via de uma só vez. A presença das faixas de mudança de velocidade ajudam a reduzir o risco de colisões traseiras nos pontos de convergência e divergência. 62 Figura 18 - Pontos de conflito na interseção elaborada Fonte: Autora (2021). Com a nova proposta, os pontos de maior periculosidade foram distanciados, reduzindo as chances de acidentes por colisões laterais. Nos pontos de convergência e divergência, a presença das faixas de mudança de velocidade faz com que diminua a necessidade de redução de velocidade dos veículos que trafegam na rodovia principal, e consequentemente atenua o risco de colisões traseiras. Tendo em vista que as correntes de tráfego estão bem definidas e ordenadas, dificultando a execução de manobras proibidas que podem gerar pontos de conflito não analisados em projeto. 63 5 CONCLUSÃO O presente trabalho teve como objetivo principal a elaboração de um projeto geométrico levando em consideração o tráfego de veículos atual e a projeção futura, com base na contagem volumétrica. Também avaliou-se os aspectos topográficos do local de implantação que, em função do novo Coronavírus, teve que ser realizado mediante informações obtidas em cartas topográficas, pois não foi possível realizar o levantamento em campo, sendo observado que trata-se de um terreno plano. Foram observados também os pontos de conflito presentes na interseção atual a na proposta remodelada. A elaboração de um projeto traz consigo diversos aspectos que devem ser avaliados e estudados com base nas normas vigentes. Entretanto, estas normas servem como guia, sendo a interpretação um elemento fundamental no momento de definir os parâmetros do projeto, ou seja, as normas fornecem os parâmetros mínimos que devem ser seguidos, ficando sob a responsabilidade do projetista o encaixe e ajuste destes parâmetros para o seu local de estudo. O projeto de uma interseção deve sempre ter como objetivo final trazer a segurança e fluidez no tráfego, porém nem sempre se torna viável a implantação de projetos bem elaborados por questões econômicas. Portanto, cabe ao projetista a tarefa de minimizar ao máximo custos que podem ser evitados. A partir da contagem volumétrica foi possível verificar que o fluxo de veículos no trecho principal se torna bastante intenso no horários de pico quando comparado como trecho secundário, tornando o tempo de espera para realizar a travessia maior, além de aumentar o risco de acidentes causados pelas manobras arriscadas. 64 O projeto da interseção do entroncamento entre a RSC-453 e a VRS-816 foi elaborado para se manter dentro da faixa de domínio, a fim de evitar desapropriações no local, aproveitando ao máximoa faixa de domínio disponível. Por este motivo, adotou-se o tipo de interseção no modelo de uma rotatória cheia alongada, que permite a adoção de raios menores mas que ficam dentro do mínimo necessário para a conversão dos veículos. Neste caso, o raio adotado foi de 17 metros formado também por uma tangente de 20 metros que permite a realização de manobras de giro à esquerda na interseção com segurança. A largura da pista de rolamento da RSC-453 apresenta um alargamento, passando de 3,5 metros para 5 metros, proporcionando espaço suficiente para que veículos de grande porte realizem as manobras com segurança. Além disso, o canteiro central é resguardado por duas ilhas divisórias que separam as pistas, assim os veículos conseguem sair do fluxo principal por meio de uma faixa de mudança de velocidade sem ter que alterar sua velocidade bruscamente, seguindo por uma pista com 3,5 metros de largura até chegar ao giro à esquerda, no qual a pista passa a ter uma largura de 10 metros para permitir a movimentação e acomodação dos veículos para atravessarem a via. Para acessar o trecho secundário, foram criadas ilhas canalizadoras, sendo que os raios de conversão foram definidos conforme o espaço disponível, buscando sempre a utilização de raios maiores para suavizar as curvas. Além disso, também foram adicionadas faixas de mudança de velocidade para que os veículos consigam entrar e sair da rodovia com segurança e sem gerar perturbações no fluxo principal. Os parâmetros foram adotados visando atenuar os pontos de conflito no tráfego, buscando melhorias quanto à questão de segurança viária, conforto e redução no tempo de espera para a realização das manobras. Com os ajustes propostos, acredita-se que o projeto elaborado oferece a resolução para as questões mencionadas. 5.1 Sugestão para trabalhos futuros Para complementação do estudo, recomenda-se os seguintes assuntos: a) simulação do tráfego atual e futuro utilizando algum software específico; b) estudo econômico da implantação do projeto geométrico proposto; 65 c) elaboração dos projetos complementares para o local, sendo eles: drenagem, sinalização, pavimentação e terraplanagem. 66 REFERÊNCIAS ALBANO, J. F. Noções sobre interseções . Notas de aula. 2007. Disponível em: http://www.producao. ufrgs.br/arquivos/disciplinas/420_14-intersecoes_apresentacao.pdf . Acesso em: 30 ago. 2020. AUTODESK, INC. Autodesk AutoCAD 2020 . Versão Estudante. 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VAR. 1.5 0 8.50 8.50 VAR. i % i % SEÇÃO B-B' ESC. 1:250 CANT. 33.00 1.5 0 VAR. i % i % B' B SE N E S O NO O ES N R . 3 6 , 9 2 MATO LEITÃO 10 3 . 5 1 5 PT R 2 5 , 8 8 3 . 5 2 . 2 3 5 . 0 5 . 0 1 . 5 0 . 5 3 . 5 7 . 7 1 2 . 4 ESQUEMA 5 5 5 5 55 5 5 5 . 0 6.0 5 . 0 VÊNANCIO AIRES L A J E A D O L I N H A T R A V E S S A P A L A N Q U E RSC-453 V R S - 8 1 6 0 + 0 7 1 . 0 6 0 + 0 0 0 . 0 0 0 + 0 2 0 . 0 0 0 + 0 4 0 . 0 0 0 + 0 6 0 . 0 0 B P = E S T . 0 + 0 0 0 , 0 0 0 P C = E S T . 0 + 0 0 7 , 1 0 8 P T = E S T . 0 + 0 5 6 , 0 5 7 E P = E S T . 0 + 0 7 1 , 0 5 7 0 + 0 8 1 .8 5 0 + 0 0 0 . 0 0 0 + 0 2 0 . 0 0 0 + 0 4 0 . 0 0 0 + 0 6 0 . 0 0 0 + 0 8 0 .0 0 B P = E S T .0 + 0 0 0 ,0 0 0 P C = E S T .0 + 0 0 8 ,0 8 9 P T = E S T . 0 + 0 6 6 , 8 5 5 E P = E S T . 0 + 0 8 1 , 8 5 50+0 00.00 0 + 0 2 0 . 0 0 0 + 0 4 0 . 0 0 0 + 0 6 0 . 0 0 0 + 0 8 0 . 0 0 0 + 0 8 0 . 0 0 B P = E S T . 0 + 0 0 0 , 0 0 0 P C = E S T . 0 + 0 0 9 , 9 9 9 P T = E S T .0 + 0 6 5 ,9 2 9 E P = E S T .0 + 0 8 0 ,0 0 0 9+7 70.0 0 9+8 00.0 0 9+9 00.0 0 10+0 00.00 10+100.00 10+200.00 10+280.00 7 + 7 7 0 . 0 0 7 + 8 0 0 . 0 0 7 + 9 0 0 . 0 0 8 + 0 0 0 . 0 0 8 + 0 2 9 . 5 6 0 + 1 4 5 . 0 0 0 + 0 0 0 . 0 0 0 + 0 2 0 . 0 0 0 + 0 4 0 . 0 0 0 + 0 6 0 . 0 0 0 + 0 8 0 . 0 0 0 + 1 0 0 . 0 0 0 + 1 2 0 . 0 0 0 + 1 4 0 . 0 0 B P = E S T . 0 + 0 0 0 , 0 0 0 P C = E S T . 0 + 0 5 5 , 0 2 8 P T = E S T . 0 + 1 4 1 , 8 1 2 E P = E S T . 0 + 1 4 5 , 0 0 0 1 5 5 5 5 5 5 5 5 5 PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES P R O D U Z I D O P O R U M A V E R S Ã O D O A U T O D E S K P A R A E S T U D A N T E S PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES P R O D U Z I D O P O R U M A V E R S Ã O D O A U T O D E S K P A R A E S T U D A N T E S AutoCAD SHX Text EIXO DA PISTA AutoCAD SHX Text CANTEIRO AutoCAD SHX Text FLUXO SECUNDÁRIO DE VEÍCULOS AutoCAD SHX Text FLUXO PRINCIPAL DE VEÍCULOS AutoCAD SHX Text FAIXA DE DOMÍNIO AutoCAD SHX Text TAPER AutoCAD SHX Text Acesso secundário à Mato Leitão deverá ser AutoCAD SHX Text fechado, passando a ser realizado na interseção. AutoCAD SHX Text SINALIZAÇÃO DE ALERTA AutoCAD SHX Text ACOSTAMENTO AutoCAD SHX Text ESTAQUEAMENTO 72 ANEXO A - DADOS FORNECIDOS PELA EGR Contagem volumétrica fornecida pela EGR em função das categorias de veículos. Fonte: https://www.egr.rs.gov.br/conteudo/1716/volume-de-trafego 73 Categoria de veículos utilizados pela EGR. Fonte: https://www.egr.rs.gov.br/conteudo/3366/categorias https://www.egr.rs.gov.br/conteudo/3366/categorias 74 ANEXO B - DADOS FORNECIDOS PELO DAER Contagem volumétrica fornecida pela 11ª Superintendência Regional do DAER, em Lajeado. Fonte: https://www.daer.rs.gov.br/contagem-volumetrica-classificatoria-de-trafe go https://www.daer.rs.gov.br/contagem-volumetrica-classificatoria-de-trafego 75 ANEXO C - MAPA TOPOGRÁFICO DO SITE TOPOGRAPHIC-MAP Fonte:https://pt-br.topographic-map.com/maps/g2v6/Ven%C3%A2ncio-Aires/ 76 ANEXO D - CARTA TOPOGRÁFICA DO EXÉRCITO BRASILEIRO Fonte: https://bdgex.eb.mil.br/bdgexapp/mobile/?l=964,962,963,953&c=-52.165880,-29.585835&z=13 https://bdgex.eb.mil.br/bdgexapp/mobile/?l=964,962,963,953&c=-52.165880,-29.585835&z=13 77 bbdae1ec45d47cf143710b2190f820d0326a84d73568145b54d9f34a395b042a.pdf bbdae1ec45d47cf143710b2190f820d0326a84d73568145b54d9f34a395b042a.pdf Folhas e vistas Modelo bbdae1ec45d47cf143710b2190f820d0326a84d73568145b54d9f34a395b042a.pdf