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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS JANINE MACHADO DA SILVEIRA BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DA PARAÍBA: AVANÇOS E PERSPECTIVAS 2000-2011 João Pessoa - PB 2012 JANINE MACHADO DA SILVEIRA BALANÇA COMERCIAL DO ESTADO DA PARAÍBA: AVANÇOS E PERSPECTIVAS 2000-2011 Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal da Paraíba como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Economia. Orientadora: Profª. Drª. Márcia Batista Fonseca João Pessoa – PB 2012 S586b Silveira, Janine Machado da. Balança comercial do estado da Paraíba: avanços e perspectivas 2000-2011./ Janine Machado da Silveira. – João Pessoa: UFPB, 2012. 78f.:il. Orientador: Profª.Drª. Márcia Batista Fonseca. Monografia (Graduação em Ciências Econômicas) – UFPB/CCSA. 1. Balança comercial – Paraíba. 2. Exportações. I. Título. UFPB/CCSA/BS CDU:339(043.2) UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AVALIAÇÃO DA MONOGRAFIA Comunicamos à Coordenação de Monografia do Curso de Graduação em Ciências Econômicas (Bacharelado) que a monografia da aluna Janine Machado da Silveira, Matrícula 10623319, intitulada Balança Comercial do Estado da Paraíba: Avanços e Perspectivas 2000-2011, foi submetida à apreciação da comissão examinadora, composta pelos seguintes professores: ________________________________________________________________, no dia ____________ às ___________hs, no período letivo de 2012.2 A monografia foi __________________ pela comissão Examinadora e obteve nota (_____) Reformulações sugeridas: Sim ( ) Não ( ) Atenciosamente, __________________________________________________ Profª. Drª. Márcia Batista da Fonseca (Orientadora) ___________________________________________________ Profª. Ms. Ionara Stefáni Viana de Oliveira (Examinadora) __________________________________________________ Prof. Ms. Aléssio Tony Cavalcanti de Almeida (Examinador) Cientes, _________________________________________________ Prof. Ms. Ademário Félix de Araújo Filho (Coordenador de monografia) _________________________________________________ Prof. Dr. Alexandre Lyra Martins (Chefe do Departamento de Economia) Ciente:____________________________________________ Janine Machado da Silveira (Aluna) Dedico aos meus avôs (Antônio e Maria), a minha mãe (Jeane) e irmãs, principalmente Janaína, que sempre me apoiaram e incentivaram, e foi através deles que hoje eu estou realizando esse sonho. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter me dado forças para resistir às dificuldades enfrentadas ao longo da minha carreira acadêmica e da minha vida. A meus avôs Antônio Machado e Maria da Silva (in memoriam) por terem sidos meus segundos pais, pelos ensinamentos recebidos e apoio aos meus estudos. E especialmente a minha avó Maria por ter me criado e ensinado os valores da vida. A minha mãe Jeane Machado pelo esforço e dedicação a criação de duas filhas sem a presença do pai, pelo amor e educação recebidos. As minhas irmãs Janaína Machado e Maria Jeane pela assistência, apoio e carinho. As minhas amigas de infância: Bárbara, Deisyane, Sendy, Treicy e Malba, por estarem presentes na melhor fase da minha vida, por compartilhar sonhos e brincadeiras. Aos meus amigos do curso, especialmente Caroline, Juliana, João Paulo, Cleantony, Denis, Oriel, Kenet, João Marcos, Pholvy, Wendell, Anderson e outros tantos que ficaram marcados eternamente em meu coração e na minha história, por ter compartilhado momentos de aprendizado, desespero e alegria. Ao meu amor e companheiro Jonnathan pelo carinho e apoio nas horas difíceis. Aos meus sogros Rubervânia e João Irineu pelo apoio e paciência. Aos professores do Curso de Ciências Econômicas e aos funcionários do curso do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), por se mostrarem sempre disponíveis a me ajudar. A minha orientadora Márcia Batista Fonseca, exemplo de humildade, carisma, profissionalismo e competência. Obrigada pela orientação paciente e estimulante e por ter contribuído intensamente na minha formação acadêmica. “O que distingue uma época econômica de outra, é menos o que se produziu do que a forma de produzi-lo.” (Karl Marx) RESUMO A economia da Paraíba se caracteriza por seu relativo fechamento ao comércio internacional, seu coeficiente de abertura situa-se em média por volta de 5% nos anos 2000/2011. Ao longo dos anos tem se verificado um baixo dinamismo nas exportações do Estado que vem apresentando uma tendência de queda na participação das exportações brasileiras nos anos de 2000-2011, tendo em média uma participação de 0,16% e uma média de 1,96% nas exportações do Nordeste. Esta pesquisa descritiva tem por objetivo analisar o comportamento da Balança Comercial da Paraíba no período entre os anos de 2000-2011 e traçar um perfil dos avanços alcançados ao longo desses anos. Para tanto foi utilizado o cálculo do índice de vantagem comparativa revelada juntamente com a taxa de cobertura e comércio intraindustria. A partir da pesquisa realizada, foi verificado que a pauta de exportação da Paraíba é relativamente concentrada em poucos produtos primários e manufaturados e sua importações são relativamente concentradas em bens de capital e insumos industriais. Como os produtos importados geralmente são industrializados e, portanto, com maior valor agregado, a balança comercial paraibana historicamente tende a ser deficitária. Também se verificou que o Estado apresenta em sua maioria um comércio intraindústria, e que os setores que se apresentaram com verdadeira vantagem comparativa foram o setor de calçados, alimentício e sucroalcooleiro. Palavras-chave: Balança comercial. Paraíba. Exportações. ABSTRACT The economy of the State of Paraíba is characterized by its relative closeness with respect to international trade. Its coefficient of openness is averagely around 5% in the years 2000/2011. Over the years there has been a low dynamism in the exports of Paraíba, which has shown a downward trend in the share of Brazilian exports in the years 2000-2011, with an average share of 0.16% and an average of 1.96 % in the Northeastern exports. This descriptive study aims to analyze the behavior of the trade balance of Paraíba in the period between the years 2000-2011 and to draw a profile of the progress made over the years. For this purpose was used the calculation of the index of revealed comparative advantage along with the coverage rate and intra-industry trade. Based on the research, it was found that the export goods of Paraíba are relatively concentrated in a few primary products and manufactured goods and that its imports are relatively concentrated in capital goods and raw material industries. As imported products are generally industrially manufactured and thus with higher added value, the trade balance of Paraiba historically tends to be deficient. It was also found that the State of Paraíba is mostly intra-industry orientated, and that the sectors that performed with real comparative advantage were the footwear, food and sugarcane sectors. Keywords: Trade balance. Paraíba. Exports.LISTA DE GRÁFICOS E FIGURAS Gráfico 01 - Balança Comercial Brasileira: 2000 a 2011 US$ FOB .................................... 29 Gráfico 02 - Balança Comercial do Nordeste: 2000 a 2011 US$ FOB ................................ 40 Gráfico 03 - Balança Comercial da Paraíba: 2000 a 2011 US$ FOB .................................... 45 Gráfico 04 - Exportações da Paraíba: Principais Municípios 2000-2011 US$ FOB ............ 52 Gráfico 05 - Importações da Paraíba: Principais Municípios 2000-2011 US$ FOB ............ 60 Gráfico 06 - Participação (%) das Exportações (X) e Importações (M) no PIB da Paraíba, 2000-2011 ....................................................................................................... 64 Figura 01 - Exportações da Paraíba: Participação (%) das Principais Empresas 2010-2011 .......................................................................................................... 48 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Exportações Brasileiras Por Fator Agregado, 2000-2011 US$ Milhões (FOB) ................................................................................................................ 31 Tabela 02 - Exportação Brasileira: Principais Blocos Econômicos, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB) ........................................................................................... 32 Tabela 03 - Regiões Exportadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB) .......................... 33 Tabela 04 - Principais Empresas Exportadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB) ....... 34 Tabela 05 - Importações Brasileiras Por Categoria de Uso, 2000-2011 US$ Milhões (FOB) ................................................................................................................. 35 Tabela 06 - Importação Brasileira: Principais Blocos Econômicos, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB) ............................................................................................ 37 Tabela 07 - Regiões Importadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB) .......................... 38 Tabela 08 - Principais Empresas Importadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB) ....... 39 Tabela 09 - Exportações Nordestinas Por Fator Agregado, 2000-2011 US$ Mil (FOB) ................................................................................................................. 41 Tabela 10 - Participação (%) dos Estados Exportadores do Nordeste: 2000-2011 .............. 42 Tabela 11 - Importações Nordestinas Por Categoria de Uso, 2000-2011 US$ Milhões (FOB) .................................................................................................................. 43 Tabela 12 - Principais Estados Importadores do Nordeste: 2000-2011 ................................. 44 Tabela 13 - Exportações da Paraíba Por Fator Agregado 2000-2011 US$ Mil (FOB) ................................................................................................................. 46 Tabela 14 - Principais Produtos Exportados, 2000/2005/2011 US$ Mil (FOB) .................. 47 Tabela 15 - Principais Empresas Exportadoras, 2003/2005/2011 US$ Mil (FOB) .............. 49 Tabela 16 - Exportações da Paraíba: Principais Blocos Econômicos, 2000-2011 US$ Mil (FOB) ................................................................................................................. 50 Tabela 17 - Exportações da Paraíba: Principais Países de Destino, 2000-2011 US$ Mil (FOB) ................................................................................................................. 51 Tabela 18 - Participação (%) dos Principais Municípios Exportadores da Paraíba: 2000-2011 .......................................................................................................... 53 Tabela 19 - Exportações da Paraíba: Principais Municípios, Empresas, Produtos, e Destinos em 2011 ............................................................................................... 54 Tabela 20 - Importações da Paraíba Por Categoria de Uso 2000-2011 US$ Mil (FOB) ................................................................................................................. 55 Tabela 21 - Principais Produtos Importados, 2000/2005/2011 US$ Mil (FOB) .................. 56 Tabela 22 - Principais Empresas Importadoras, 2000/2005/2011 US$ Mil (FOB) .............. 57 Tabela 23 - Importações da Paraíba: Principais Blocos Econômicos, 2000-2011 US$ Mil (FOB) .................................................................................................. 58 Tabela 24 - Importações da Paraíba: Principais Países de Origem, 2000-2011 US$ Mil (FOB) .................................................................................................. 59 Tabela 25 - Participação (%) dos Principais Municípios Importadores da Paraíba: 2000-2011 .......................................................................................................... 61 Tabela 26 - Importações da Paraíba: Principais Municípios, Empresas, Produtos, e Países de Origem em 2011 .............................................................................. 62 Tabela 27 - Coeficiente de Abertura Comercial: Brasil, Nordeste e Paraíba 2000-2011 .......................................................................................................... 65 Tabela 28 - Vantagem Comparativa Revelada e Taxa de Cobertura do Comércio da Paraíba: 2000,2005 e 2011 ............................................................................ 70 Tabela 29 - Comércio Intraindústria (Grubel & Lloyd): Paraíba 2000, 2005 e 2011 ........... 71 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ALADI - Associação Latino-Americana de Integração. ALCA - Área de Livre Comércio das Américas. ALICE - Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior. BACEN - Banco Central do Brasil. CACEX - Carteira de Comércio Exterior. CEAG/PB - Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa da Paraíba. CED - Conselho Estadual de Desenvolvimento. CINEP - Companhia de Desenvolvimento da Paraíba. CINPAR - Companhia de Investimentos e Incorporações da Paraíba. CIN/PB - Centro Internacional de Negócios da Paraíba. CNI - Confederação Nacional da Indústria. EUA - Estados Unidos da America. FAGRIN - Fundo de Desenvolvimento Agrícola e Industrial. FAIN - Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba. FIEP - Federação das Indústrias da Paraíba. FINOR - Fundo de Investimento do Nordeste. FOB - Free on Board - Livre a bordo. FUNDAP - Fundação do Desenvolvimento Administrativo. FUNDESP - Fundo de Industrialização do Estado da Paraíba. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IDEME/PB - Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba IPCA - Índice de Preço ao Consumidos Amplo. IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. MERCOSUL - Mercado Comum do Sul. MDIC - Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. NAI/PB - Núcleo de Assistência Industrial da Paraíba. NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul. PIB - Produto Interno Bruto. PNPE - Programa Novos Pólos de Exportações. PROGEX - Programa de Apoio Tecnológico à Exportação. SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SECEX - Secretaria de Comércio Exterior. SISCOMEX - Sistema de Comércio Exterior. SUDENE - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.UE - União Europeia. ZPE - Zona de Processamento de Exportações. 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 16 1.1 Justificativa ..................................................................................................................... 18 1.2 Objetivo ........................................................................................................................... 19 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 19 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 19 1.3 Estrutura da Monografia .............................................................................................. 19 2 ABORDAGEM TEORICO-METODOLOGICA .......................................................... 20 2.1 A Importância do Comércio Internacional .................................................................. 20 2.2 A Balança Comercial de um País .................................................................................. 22 2.3 Indicadores de Desempenho do Setor Exportador ...................................................... 23 2.3.1 Vantagem Comparativa Revelada ................................................................................. 23 2.3.4 Taxa de Cobertura ......................................................................................................... 24 2.3.3 Comércio Intraindústria ................................................................................................ 24 2.4 Revisão da Literatura .................................................................................................... 25 2.5 Metodologia .................................................................................................................... 27 3 PANORAMA DA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA E NORDESTINA ENTRE 2000-2011 ............................................................................................................ 29 3.1 Panorama da Balança Comercial do Brasil ................................................................. 29 3.1.1 Exportações ................................................................................................................... 30 3.1.2 Importações ................................................................................................................... 35 3.2 Panorama da Balança Comercial do Nordeste ............................................................ 39 3.2.1 Exportações ................................................................................................................... 40 3.2.2 Importações ................................................................................................................... 42 4 ANALISE DA BALANÇA COMERCIAL DA PARAÍBA ENTRE 2000-2011 .......... 45 4.1 Balança Comercial da Paraíba ..................................................................................... 45 4.1.1 Exportações ................................................................................................................... 46 4.1.2 Importações ................................................................................................................... 54 15 5 ASPECTOS CONJUNTURAIS E ESTRUTURAIS EXPLICATIVOS DA BALANÇA COMERCIAL PARAIBANA .......................................................................................... 63 5.1 Efeitos da Abertura Comercial sobre o Comportamento da Balança Comercial Paraibana ....................................................................................................................... 63 5.2 Políticas Públicas Voltadas ao Setor Exportador do Estado da Paraíba ................. 65 5.3 Vantagens Comparativas Reveladas e os “Setores Fortes” no Comércio Exterior do Estado .............................................................................................................................. 69 5.4 Comércio Intraindustrial da Paraíba ........................................................................... 70 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 72 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................. 74 APÊNDICES ........................................................................................................................ 78 APÊNDICE A – Participação % das Exportações/Importações da Paraíba nas Exportações/Importações do Brasil e do Nordeste US$ FOB ............................................... 78 16 1 INTRODUÇÃO Os anos de 2000 a 2011 foram marcados pela recuperação das exportações do Brasil, que na década de 90 sofreram com as mudanças provocadas com a abertura comercial e financeira. A década de 90 também foi marcada por várias crises econômicas que influenciaram no comércio externo brasileiro: em 1995 a crise no México, que determinou a fuga de capitais externos dos países emergentes; as crises asiáticas em 1997 e da Rússia em 1998. A eliminação de barreiras não tarifárias e a acentuada queda nas tarifas de importação fizeram que o volume importado crescesse, fazendo com que no ano de 1994 após a implementação do Plano Real as importações aumentassem de forma significativa (causa também atribuída à política cambial adotada pelo governo a partir de julho de 1994, no qual apreciou o câmbio). Em 1995, pela primeira vez desde 1987, a balança comercial passou a apresentar déficit. (ALVES; TARGINO, 2006). Segundo Maia e Nunes (2005) o crescimento das importações, que foram estimuladas principalmente pela eliminação de tarifas e valorização do câmbio, provocou a deterioração da balança comercial entre 1995 e 2002, fazendo com que as exportações decrescessem provocando assim o aumento da competitividade dos produtos domésticos frente aos produtos importados. Somente a partir de 2000, o saldo da balança comercial voltou a crescer devido ao crescimento das exportações, que resultou da mudança da política cambial que deixou de operar com regime de bandas cambiais e passou a operar com regime de câmbio flutuante provocando assim a desvalorização cambial. A balança comercial da Paraíba durante esse período também se mostrou deficitária, vindo a se recuperar e apresentar superávit nos anos de 2001 a 2006, voltando a apresentar déficit em seu saldo a partir de 2007 até 2011, um dos motivos desse comportamento foi o reflexo da crise econômica internacional que estourou em meados de 2007 nos Estados Unidos. O cenário do setor externo paraibano é caracterizado por um baixo dinamismo ao longo dos anos 2000-2011 na balança comercial paraibana devido à elevação de importações, crise financeira internacional e poucos incentivos governamentais ao setor exportador. Além disso, a economia da Paraíba se caracteriza por seu relativo fechamento ao comércio internacional, seu coeficiente de abertura, a soma das exportações mais importações como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), situa-se em média por volta de 5% nos anos 2000/2011. Sua pauta de exportação é relativamente concentrada em poucos produtos primários e manufaturados e sua importações são relativamente concentradas em bens de 17 capital e insumos industriais. Como os produtos importados geralmente são industrializados e, portanto, com maior valor agregado, a balança comercial paraibana historicamente tende a ser deficitária. Segundo Gadelha (2006), entre os setores industriais, a indústria de transformaçãoainda continua a ser o setor mais produtivo da Paraíba. No Estado os segmentos de maior produtividade são: alimentos, bebidas, calçados, construção civil, minerais não metálicos, sucroalcooleiro e têxtil. Dentre esses setores o que mais se destaca no ramo das exportações é o setor têxtil e de calçados. O Estado apresenta uma das economias mais pobres do país, tendo uma participação média de 0,84% no PIB do Brasil para os anos 2000/2011 e apresenta uma taxa de crescimento médio do PIB entre 2005 e 2009 de 4%, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2012). A Paraíba possui uma estrutura socioeconômica frágil diante do fenômeno climático das secas, mas seu comércio externo que se baseia em produtos industrializados não é tão afetado, pois suas agroindústrias que estão sujeitas aos fenômenos climáticos estão localizadas nas mesorregiões da Mata e do Brejo que recebem esses efeitos com menos intensidade. Apesar de ter uma maior participação do setor industrial no comércio externo, a Paraíba apresenta uma baixa competitividade nesse setor, que ao contrario deveria se mostrar uma atividade competitiva, é um setor dominado por um pequeno grupo de grandes empresas de capital não paraibano, intensivas em mão de obra barata e em incentivos fiscais estaduais, principalmente nos setores de calçados e têxteis, fazendo assim com que as pequenas empresas de capital paraibano tenham uma concorrência desleal em relação a essas grandes empresas no comércio internacional. Umas das principais forças propulsoras do crescimento de um país são as exportações, por esse motivo é de fundamental importância à implantação e aperfeiçoamento de políticas públicas que propiciem o crescimento das exportações. Algumas dessas políticas são desenvolvidas no Estado pelo SEBRAE, a empresa CORREIOS e o Centro Internacional de Negócios (CIN), que elaboram e adotam políticas e programas dentro do estado da Paraíba voltados ao comércio internacional. No entanto, se podem encontrar na Paraíba políticas que não são voltadas diretamente para as exportações, como as políticas de isenção de impostos que apesar de não serem diretamente voltadas para o comércio externo ajudam grandes empresas exportadoras a se instalarem na Paraíba, como as políticas de incentivos fiscais. Como exemplo se pode citar 18 o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba (FAIN), que atrai empresas exportadoras para o Estado. No período de 2000/2011 também se pode notar uma mudança na pauta de exportações paraibanas, os produtos têxteis deram lugar aos produtos do setor calçadista e sucroalcooleiro. Novos parceiros econômicos surgiram, tais como a África e a Ásia que desde o ano de 2009 vem aumentando suas participações nas exportações paraibanas, chegando em 2011 com uma participação de 15% e 11% respectivamente segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 1.1 Justificativa Os fatos econômicos comprovam que economias mais abertas ao comércio internacional tendem em média a crescer mais. O grau de abertura comercial da Paraíba desde os anos 90 tem apresentado um baixo percentual, devido a esse motivo a análise de indicadores de orientação externa e os índices de vantagem comparativa, taxa de cobertura e comércio intraindústria refletem o desenvolvimento do comércio externo da Paraíba no período de 2000/2011, como também os pontos fortes do comércio internacional do Estado. Além disso, percebeu-se a partir de uma revisão da literatura sobre o comportamento do setor externo paraibano no período de 2000 a 2011, ou seja, uma década pós-abertura comercial, uma carência de estudos sobre o tema. A justificativa para a escolha do período estudado revela o baixo dinamismo nas exportações da Paraíba que vem apresentando uma tendência de queda na sua participação nas exportações do Brasil nos anos de 2000-2011, tendo em média uma participação de 0,16% e uma média de 1,96% nas exportações do Nordeste. Outro ponto de destaque são as políticas adotadas pelo Estado para atrair novas indústrias, com o intuito de promover o desenvolvimento industrial, estas políticas acabam gerando benefícios para indústrias que atuam no setor exportador do Estado. Com base nessas observações este estudo pretende responder ao seguinte problema de pesquisa: Por que a balança comercial do Estado da Paraíba tem apresentado uma tendência deficitária ao longo dos anos? Para responder ao questionamento foram elaborados os objetivos da pesquisa. 19 1.2 Objetivo 1.2.1 Objetivo geral Esta pesquisa tem por objetivo analisar o comportamento da Balança Comercial da Paraíba no período entre os anos de 2000-2011, traçando um perfil dos avanços alcançados ao longo desses anos. 1.2.2 Objetivos específicos 1. Apresentar o cenário atual da Balança Comercial da Paraíba identificando os principais produtos exportados e importados, os principais municípios exportadores e importadores, as principais empresas exportadoras e importadoras como também os principais destinos dessas exportações e origem das importações. 2. Analisar o desenvolvimento da balança comercial da Paraíba através dos índices de vantagem comparativa revelada, taxa de cobertura e comércio intraindústria para os anos de 2000-2011. 3. Discutir sobre as políticas públicas voltadas ao setor exportador do Estado da Paraíba. 1.3 Estrutura da Monografia Esta é uma pesquisa descritiva de análise quantitativa, baseada em dados secundários. Além desta introdução, este estudo está dividido em mais seis capítulos. No segundo é apresentada a abordagem teórica e metodológica. O terceiro capítulo traça um panorama da balança comercial do Brasil e da região Nordeste. O quarto apresenta uma análise da balança comercial do estado da Paraíba. O quinto capítulo mostrar uma análise dos aspectos conjunturais e estruturais da balança comercial da Paraíba. Por fim, são apresentadas as conclusões e as referências do trabalho. 20 2 ABORDAGEM TEORICO-METODOLOGICA O comércio internacional é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande parcela do Produto Interno Bruto (PIB), oferece também novas oportunidades para o crescimento econômico e para a geração de empregos. Este capítulo discute a importância do comércio internacional e a contribuição de alguns autores para esse tema, como também uma breve abordagem sobre a balança comercial, visando demonstrar suas variáveis. 2.1 A Importância do Comércio Internacional A teoria das Vantagens Absolutas de Adam Smith foi uma das primeiras que abordou as relações comerciais entre os países, essa teoria diz que o país que produzir uma mercadoria com o menor custo, sendo este medido em termos de horas de trabalho, poderá realizar trocas com outros países, de forma benéfica. A teoria de Smith preconizava que o comércio entre duas nações se baseia nas vantagens absolutas. Quando uma nação é mais eficiente na produção de uma mercadoria do que a outra nação, ela apresenta uma vantagem absoluta em relação à produção dessa mercadoria. Assim, ambas as nações podem especializar-se na produção da mercadoria que apresentam vantagem absoluta e trocar parte de sua produção com outra nação pela mercadoria em que ela apresente desvantagem absoluta. Através desse processo os recursos são utilizados com maior eficiência e ambas as nações crescerão em termos de produção da mercadoria que apresentam vantagem absoluta e com esse crescimento haverá ganhos para ambas as nações e uma maior especialização produtiva. Complementando esta visão à teoria das Vantagens Comparativas de David Ricardo, afirma que mesmo sendo menos eficiente na produção de todos os bens, os países se beneficiam com o comércio internacionalatravés da especialização na produção de bens em que são relativamente mais eficientes (especializar-se em atividades nas quais sejam relativamente mais eficientes), os seja, aqueles em que apresentam vantagens comparativas, adquirindo de outros países aqueles bens em que são relativamente menos eficientes. A teoria de Ricardo justifica a razão pela qual o comércio internacional é benéfico para todas as nações que nele estejam inseridas, pois visa demonstrar a possibilidade de haver comércio internacional mesmo que um país não possa produzir a custos menores que outros 21 através da especialização nos setores que possuem vantagem comparativa (existem comércio e especialização desde que o sistema de preços relativos de um país seja diferente do outro). Habeler introduziu ao modelo de Ricardo, os custos de oportunidade na teoria das vantagens comparativas. O custo de um bem é a quantidade de um segundo bem do qual se deve abrir mão para prover recursos necessários para produzir uma unidade adicional do primeiro bem. Assim a nação que apresentar o custo de oportunidade inferior na produção de um bem possui uma vantagem comparativa naquele bem e uma desvantagem no segundo bem. Krugman (2003) sintetiza as ideias de Ricardo mostrando que o comércio internacional produz um aumento do produto de um país porque permite que cada país se especialize em produzir o bem no qual possui uma vantagem comparativa. Segundo ele um país possui vantagem comparativa na produção de um bem se o custo de oportunidade da produção desse bem em relação aos demais é mais baixo nesse país do que em outros países. Para Bertil Ohlin e Eli Hechsher, as vantagens comparativas existem, mas sua causa não se encontra na diferença de produtividade do trabalho entre nações como preconizava Ricardo. Um país mantém relações de trocas com outro país, porque existem diferenças nas dotações de fatores na produção de bens (como também na intensidade de sua utilização), fazendo assim que esse país produza mais e com menor preço. Logo um país que tem um fator abundante terá um custo relativo mais baixo do que no país onde ele é escasso, devido ao fato de os fatores de produção não serem iguais entre os diferentes países. Helpman e Krugman analisam a importância das economias de escala e concorrência imperfeita sobre o comércio internacional. A vantagem comparativa resultante da diferença de dotações de fatores entre países não é a única existência do comércio internacional. Os retornos crescentes gerados pelas economias de escala criam um incentivo extra e geram comércio mesmo se os países forem idênticos nos gastos, tecnologia e dotações de fatores. O modelo desenvolvido por Helpman e Krugman leva em consideração as seguintes hipóteses: considera-se a existência de dois fatores de produção (capital e trabalho), dois tipos de produtos (manufaturados e alimentos), dois países comercializando os produtos entre si e, a estrutura de mercado dos produtos manufaturados é de concorrência monopolista. Com base nessas hipóteses o modelo mostra que a especialização não será determinada somente pelas vantagens comparativas baseadas na dotação de fatores, mas também será fundamentada na conjunção das vantagens comparativas com economias de escala. 22 Esse modelo também trás o conceito do comércio intraindustrial1 e interindustrial. Nos países relativamente semelhantes em dotações de fatores produtivos ocorrerá com maior intensidade o comércio intraindústria, caso contrário, ocorrerá com maior intensidade o comércio interindústria. Na visão keynesiana o comércio externo é importante no sentido em que as exportações têm um efeito multiplicador sobre a produção e o emprego como também pelo afluxo de renda do exterior que aumenta os meios de pagamento reduzindo assim a taxa de juros que estimula os investimentos. (SOUZA, 1999). 2.2 A Balança Comercial de um País A Balança Comercial é um componente da Balança de Pagamentos, que se localiza na subconta da Balança de Transações Correntes. Registra as exportações e importações de um país, como também o saldo da diferença dos mesmos. Um superávit acontece quando as exportações são maiores que as importações, ao contraio registra-se um déficit. As exportações são bens tangíveis que são produzidos em um determinado país e que são vendidos a outros países. As importações são bens tangíveis produzidos em outros países, ou seja, bens que são produzidos no exterior e adquiridos por pessoas, empresas ou governo de um determinado país. O Brasil, por grau de elaboração do produto, adota a classificação das exportações por fator agregado: produtos básicos ou industrializado (semimanufaturado e manufaturado). Os produtos básicos são aqueles com um baixo grau de elaboração (guardam suas características próximas ao estado em que são encontrados na natureza). Os produtos industrializados são aqueles que sofreram transformação substantiva: os produtos semimanufaturados são aqueles que ainda não estão em sua forma definitiva de uso, quer final quer intermediário, pois deverão passar por outro processo produtivo para se transformarem em produto manufaturado. A classificação por fator agregado tem sido utilizada no Brasil desde meados dos anos 1960, e tem sido adotada para mensurar o grau de elaboração da pauta do País. Segundo o MDIC, a metodologia por fator agregado foi elaborada pelo Setor de Nomenclatura da área de estatística da CACEX (Carteira de Comércio Exterior), do Banco do Brasil, órgão responsável na época pela administração do comércio exterior brasileiro. 1 O comércio intraindustria pode ser definido quando uma indústria exporta e importa dentro de um mesmo setor, caso contrario, se a indústria exporta e importa em setores diferentes acontece um comércio interindustria. 23 As importações no Brasil são classificadas por categorias de uso: bens de consumo (duráveis e não duráveis), bens de capital, combustíveis e lubrificantes, e matérias-primas e produtos intermediários. 2.3 Indicadores de Desempenho do Setor Exportador 2.3.1 Vantagem Comparativa Revelada O indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) foi proposto inicialmente por Balassa (1965 e 1977), e especifica os preços pós-comércio. Em sua versão mais atual, Balassa (1979), o VCR é definido como a razão das exportações de um dado produto ou setor de um país em relação às exportações mundiais desse mesmo produto ou setor e, compara esse quociente com a participação das exportações totais do país em relação às exportações totais mundiais, e está baseado (exclusivamente) no valor das exportações, pois considera que o valor das importações eram muito influenciadas por medidas protecionistas dos parceiros comerciais. (HIDALGO, 2000). O indicador de vantagem comparativa revelada para uma região ou país j, em um setor industrial ou grupo de indústrias i, pode ser definido da seguinte forma: VCRij = Xij/Xiz Xj/Xz Onde: Xij = é o valor das exportações do produto ou setor (i) da região ou país (j); Xiz = é o valor das exportações do produto ou setor (i) do país ou zona de referência (z); Xj = é o valor total das exportações da região ou país (j); e Xz = é o valor total das exportações do país ou zona de referência (z). Se a VCRij > 1 - O produto ou setor (i) apresenta vantagem comparativa revelada. Se a VCRij < 1 - O produto ou setor (i) apresenta desvantagem comparativa revelada. Segundo Hidalgo (2000) o índice de VCR fornece um indicador da estrutura relativa das exportações de uma região ou país. Quando uma região exporta um grande volume de um determinado produto ou em determinado setor, em relação com o que é exportado pelo país desse mesmo produto ou setor, isso sugere que a região apresenta uma vantagem comparativa na produção dessebem ou nesse setor. 24 Nesse trabalho foram consideradas as exportações da Paraíba como a variável (j) e as exportações do Brasil como zona de referencia (z). Como variável (i) foram considerados os dados das exportações do grupo de mercadorias, tanto da Paraíba quando do Brasil, utilizado somente para comparar as exportações da Paraíba com as efetuadas em nível nacional. 2.3.2 Taxa de Cobertura Com o intuito de identificar os pontos fortes da Paraíba no comércio internacional foram utilizados o calculo da taxa de cobertura, que pode ser definido da seguinte forma: TCji = Xji Mji Onde: Xij = é o valor das exportações do produto ou setor (i) da região ou país (j); e Mji = é o valor das importações do produto ou setor (i) da região ou país (j). Esse índice mostra o percentual das importações que são cobertas pelas exportações. Podem-se definir como “pontos fortes” no comércio internacional aqueles produtos ou setor onde se verifica uma taxa de cobertura maior que uma unidade. Segundo Hidalgo (2000) os produtos ou setores que apresentam simultaneamente vantagem comparativa revelada e taxa de cobertura maior que um, podem ser definidos como os “pontos fortes” da economia no comércio internacional, com base no critério de Gutman e Miotti (1996)2. 2.3.3 Comércio Intraindústria Com base no índice sugerido por Grubel e Lloyd (1975), o comércio intraindústria mensura as exportações de uma indústria que é compensada pelas importações da mesma indústria, ou seja, é definida como as exportações e importações de produtos classificados dentro de uma mesma indústria, e é obtido com base a partir da seguinte fórmula: G – L = 1 - ∑ │Xi – Mi│ ∑ (Xi + Mi) 2 Os produtos que simultaneamente apresentem vantagem comparativa revelada e taxa de cobertura superior à unidade, constituem os chamados “pontos fortes” de uma economia. 25 Onde: Xi = é o valor das exportações do produto (i) e Mi = é o valor das importações do produto (i) O índice situa-se no intervalo entre zero e a unidade. Se o índice for igual à unidade, o comércio é do tipo intraindústria perfeito. Se o índice for zero, o comércio será do tipo interindústria (ou comércio do tipo Heckscher-Ohlin). Segundo Hidalgo (2004), comércio intraindústria se diferencia do comércio interindústria, pelas economias de escala e pela diferenciação de produtos e o conhecimento desse tipo de comércio é importante em relação à formulação de estratégias de inserção internacional de uma economia. Na próxima seção serão citados alguns autores que se utilizaram desses índices para fins de conclusão de seus artigos ou trabalhos acadêmicos. 2.4 Revisão da Literatura Nesta sessão foram identificados alguns textos que apresentam objetivos próximos ao apresentado por esta pesquisa. Um dos mais referenciados textos sobre o setor externo paraibano é o de Maia (2001). Maia (2001) mostra os impactos da abertura comercial no setor exportador da Paraíba, analisando o desempenho da economia paraibana nos anos 90. Para tanto utilizou como base os indicadores de vantagens comparativas reveladas, comércio intraindústria, contribuição do saldo comercial e a taxa de cobertura para os anos de 1989 a 2000, procurando identificar em quais setores o Estado manteve sua vantagem comparativa e os setores que foram prejudicados com o processo de abertura econômica. Concluiu que os setores que receberam incentivos fiscais adotados pela política industrial do Estado da Paraíba: setor têxtil, setor de calçados e o setor de couro, apresentaram maiores vantagens comparativas. Hidalgo (2000) faz uma análise sobre estrutura das exportações do Nordeste entre os anos 1975-1995, identificado os setores mais competitivos da região no comércio internacional utilizando como base os índices de vantagens comparativas reveladas e as taxas de cobertura. Conclui que o Nordeste apresenta ganhos de vantagem comparativas revelada em alguns produtos manufaturados como, químicos e plásticos e borracha, e apresenta desvantagem comparativa revelada em outros grupos como o de calçados e couros. Hidalgo (2000) também identificou os “pontos fortes” da economia do Nordeste: 26 Os “pontos fortes” no comércio exterior da região constituem aqueles produtos onde a economia tem sólidas oportunidades de inserção e expansão comercial. A comparação dos “pontos fortes” de um país, ou região, com os “pontos fracos” de cada um dos parceiros comerciais, permite conhecer o grau de aproveitamento e adaptação da oferta dos produtos de um país, ou região, à demanda internacional. Cabe, porém, fazer a observação de que o não aproveitamento de oportunidades comerciais pode dever-se também à existência de barreiras tarifárias e não tarifárias ou ainda devido à existência de acordos e sistemas de preferências comerciais entre países. (HIDALGO, 2000, pag. 565-566). Segundo o autor alguns desses “pontos fortes” da Região Nordeste no comércio internacional são os seguintes produtos: Peixes, frutas, açúcares, produtos químicos inorgânicos, produtos químicos orgânicos, produtos diversos das indústrias químicas, fibras sintéticas ou artificiais, gesso e cimento, etc. Em relação ao conteúdo fatorial das exportações do Nordeste, Hidaldo (2000) conclui que a especialização do Nordeste está mais baseada em recursos naturais e em capital do que no trabalho. Na maior parte do período analisado as exportações intensivas em recursos naturais apresentaram 2/3 das exportações totais da região e também apresentaram um aumento da participação dos produtos intensivos em recursos de capital no total exportado pela região. Silva (2008) faz uma análise sobre estrutura das exportações do Rio Grande do Norte entre os anos 1996-2006, identificado os produtos mais competitivos do Estado como também o grau de concentração de produtos e os destinos das exportações, o tipo de comércio e os setores fortes no comércio internacional, para tanto foi utilizando como base os índices de comércio intraindustrial, e os índices de vantagem comparativa revelada. Silva (2008) conclui que as exportações do Rio Grande do Norte estão concentradas em poucos produtos primários como também em poucos países de destinos e que o comércio internacional do Estado é basicamente interindustrial, do tipo Heckscher-Ohlin, exporta produtos primários e importa produtos manufaturados. Entre os produtos que apresentaram ganhos de vantagem comparativa revelada, o algodão que também apresentou maiores indicadores de comércio intraindustrial, ressaltando assim a importância do setor têxtil na economia do Estado. 27 2.5 Metodologia Esta é uma pesquisa descritiva de análise quantitativa, baseada em dados secundários. Quanto aos objetivos, a pesquisa é descritiva porque tem como objetivo analisa o comportamento da Balança Comercial do Estado da Paraíba, sem que haja manipulação por parte do pesquisador, observando o fenômeno como ele realmente se apresenta. (MARCONI; LAKATOS, 2001). O universo ou cenário da pesquisa é o Estado da Paraíba, abrangendo suas exportações e importações. Os dados e informações utilizados foram obtidos via documentação indireta. A documentação indireta consistiu de pesquisa bibliográfica. Bibliográfica por usar materiais elaborados, já publicados, como livros e artigos científicos, publicações periódicas (jornais e revistas) e sítios eletrônicos de diversas ordens. Os dados utilizados no trabalho foram dados secundários. Para a execução dos objetivos citados, o primeiro passo foi encontrar os dados sobre a Balança Comercial da Paraíba entre os anos de 2000-2011. Para tanto, foram utilizadas informações divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), órgão filiado ao MDIC, disponível através do Sistema de Análisedas Informações de Comércio Exterior (ALICE) para exportação e importação discriminada por estado e por capítulos, os quais correspondem aos setores produtivos e estão enumerados de 1 (um) a 99 (noventa e nove) de acordo com a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) sendo definidos pelo MDIC (2004) como correspondendo a todo produto objeto de uma importação ou exportação. As informações são expressas em dólares dos EUA, na condição de venda Free on Board - Livre a bordo (FOB), e em quilograma líquido. O segundo passo foi encontrar os dados sobre o PIB da Paraíba entre os anos 2000- 2011. Para tanto foram coletados o PIB no período compreendido de 2000 a 2009 na base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pois os dados do PIB nesse site só esta disponível até o ano de 2009. Para o período compreendido entre 2010 e 2011, foram utilizadas estimativas do PIB a preços correntes calculados pelo Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (IDEME-PB). O terceiro passo foi transformar o PIB a preços correntes em PIB real para tanto foi utilizado o Índice de Preço ao Consumidos Amplo (IPCA) para os anos de 2000 a 2011 disponibilizado pelo IBGE para deflacionar o PIB. Como os dados do PIB foram disponibilizados em moeda nacional foi utilizado o conversor de moedas do Banco Central do Brasil (BACEN) para conversão do PIB (de reais para dólar). A taxa de câmbio utilizada foi a 28 taxa de câmbio de venda do fim do período de cada ano disponibilizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na base de dados do IPEADATA. Com base nos dados coletados e cálculo dos índices pretende-se apresentar um perfil da balança comercial do Estado, identificando as participações relativas das exportações e importações no PIB da Paraíba e sua abertura comercial durante o período estudado, como também identificar os setores que se apresentam como pontos fortes no comércio internacional. Mas, antes foi traçado um panorama da balança comercial do Brasil e do Nordeste, com o objetivo de facilitar o processo de comparação, que será discutido no próximo capítulo. 29 3 PANORAMA DA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA E NORDESTINA ENTRE 2000-2011. No ano de 2011 a balança comercial do Brasil totalizou um superávit de US$ 29,800 bilhões. Em oposição a isso, no mesmo ano, as balanças comerciais do Nordeste e da Paraíba ficaram deficitárias. O Nordeste totalizou um déficit de US$ 5,325 bilhões e a Paraíba de US$ 792,8 milhões. Este capítulo apresenta um panorama da balança comercial do Brasil e do Nordeste, para efeito de comparação com a situação apresentada no mesmo período pela Paraíba. 3.1 Panorama da Balança Comercial do Brasil O Brasil exportou, durante todo o ano de 2011, um total de US$ 256,040 bilhões apresentando um crescimento de 116% em relação ao ano de 2005, quando o país exportou US$ 118,529 bilhões, e um crescimento de 115% no comparativo 2000/2005, se comparado a 2000 quando as exportações brasileiras registraram o valor de US$ 55,119 bilhões. As importações aumentaram em 32% quando comparados os anos de 2000/2005, e 208% fazendo um comparativo de 2005/2011. Em 2011 as importações somaram o valor de US$ 226,243 bilhões, no ano de 2005 somaram o valor de US$ 73,551 bilhões e no ano 2000 registraram o valor de US$ 55,851 bilhões. No ano de 2011 a balança comercial do Brasil totalizou um superávit de US$ 29,800 bilhões, como mostra o gráfico 01. Fazendo um comparativo com o ano de 2005 obteve um decréscimo no seu superávit de 34%. Gráfico 01 - Balança Comercial Brasileira: 2000 a 2011 US$ FOB Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. -50.000.000.000 0 50.000.000.000 100.000.000.000 150.000.000.000 200.000.000.000 250.000.000.000 300.000.000.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Exportação Importação Saldo Comercial 30 Verifica-se que o saldo da balança comercial brasileira tornou-se superavitário com trajetória ascendente a partir de 2001. Segundo Fontenele e Melo (2005), essa mudança de trajetória do saldo é explicada, em parte, pelo aumento das exportações do conjunto dos produtos básicos e industrializados e pela diminuição, nos últimos anos, da participação das importações de produtos industrializados (de maior valor agregado). Em 2009, o desaquecimento da economia mundial causado pela crise econômica internacional, que em 2007 afetou o mercado imobiliário dos EUA e as bolsas de valores de todo mundo, fez com que houvesse um decrescimento tanto das exportações quanto das importações brasileiras, 23% e 26% respectivamente, em relação a 2008. 3.1.1 Exportações Os anos de 2000 a 2011 foram marcados pela recuperação das exportações do Brasil, que na década de 90 sofreram com as mudanças provocadas com a abertura comercial e financeira. A pauta de exportação brasileira nesses 12 anos se mostrou relativamente concentrada em produtos manufaturados e básicos. Os produtos manufaturados tiveram uma maior participação nas exportações brasileira em média 50,64% entre 2000 a 2011. Só nos anos de 2010 e 2011 que os produtos básicos tomaram a frente das exportações tendo uma participação de 44,58% e 47,83% respectivamente. Essa crescente participação dos produtos básicos na pauta de exportações brasileiras nos coloca a tese da “reprimarização” da pauta exportadora, liderados pelas commodities. Comparando os anos 2000/2005 os produtos básicos apresentaram um crescimento de 176%, os semimanufaturados de 88% e os produtos manufaturados um crescimento de 101%. Os produtos básicos foram os que obtiveram maior crescimento no comparado entre 2000 a 2005 e sua participação na pauta de exportações brasileira vem apresentando uma tendência de crescimento. Comparando 2005/2011 os produtos básicos apresentaram um crescimento de 253%, os semimanufaturados de 126% e os produtos manufaturados um crescimento de 41%, mostra tabela 01. Pode-se verificar que os produtos básicos foram a categoria de produtos que apresentaram maior crescimento tanto no comparativo 2000/2005 quando no comparativo 2005/2011. 31 Tabela 01 - Exportações Brasileiras Por Fator Agregado, 2000-2011 US$ Milhões (FOB). Período Básicos Part.% Semimanufaturados Part.% Manufaturados Part.% 2000 12.564 22,79 8.499 15,42 32.559 59,07 2001 15.349 26,33 8.244 14,14 32.957 56,54 2002 16.959 28,06 8.966 14,83 33.069 54,71 2003 21.186 28,94 10.945 14,95 39.764 54,32 2004 28.529 29,51 13.433 13,89 53.137 54,96 2005 34.724 29,30 15.966 13,47 65.361 55,14 2006 40.281 29,23 19.523 14,17 75.023 54,44 2007 51.596 32,12 21.800 13,57 83.943 52,25 2008 73.028 36,89 27.073 13,68 92.683 46,82 2009 61.958 40,50 20.499 13,40 67.349 44,02 2010 90.005 44,58 28.207 13,97 79.563 39,40 2011 122.457 47,83 36.027 14,07 92.291 36,05 Média 47.386 33,01 18.265 14,13 62.308 50,64 Var. % 2000/2005 176 - 88 - 101 - Var. % 2005/2011 253 - 126 - 41 - Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. Segundo dados do MDIC/SECEX (2011), na categoria de produtos básicos os principais produtos exportados no ano de 2011 foram: minérios de ferro e seus concentrados (16,33% principalmente para China, Japão e Holanda); óleos brutos de petróleo (8,44% principalmente para Estados Unidos, China e Santa Lucia) e soja mesmo triturada (6,38% principalmente para China, Espanha e Holanda). Quanto aos semimanufaturados os principais produtos exportados foram: açúcar de cana em bruto (4,51% principalmente para Rússia, China e Egito); pastas químicas de madeira (1,95% principalmente para China, Holanda e Estados Unidos); e produtos semimanufaturados de ferro ou aço (1,81% principalmente para Estados Unidos, Alemanha e Coréia do Sul). (MDIC/SECEX, 2011). Dentre os produtos manufaturados os principais produtos exportados foram: automóveis de passageiros(1,71% principalmente para Argentina, México, Alemanha e Colômbia); partes e peças para veículos automóveis e tratores (1,56% principalmente para Argentina, Estados Unidos, México e Venezuela) e aviões (1,53% principalmente para Estados Unidos, China, Argentina e Alemanha). (MDIC/SECEX, 2011). Pode-se notar que a China tem participação em quase todos os principais produtos exportados pelo Brasil em 2011, firmando-se assim como uma dos principais destinos das exportações brasileiras nesse ano. 32 Fazendo uma comparação entre 2000, 2005 e 2011, percebe-se que o Brasil ampliou suas exportações para todos os blocos, com destaque para a Ásia que obteve o maior crescimento em sua participação nas exportações do Brasil, 313% no comparativo 2005/2011, como mostra a tabela 02. Tabela 02 - Exportação Brasileira: Principais Blocos Econômicos, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB). Discriminação 2000 Part. % 2005 Part. % 2011 Part. % Var. % 2000/ 2005 Var. % 2005/ 2011 Ásia 6.324 11,48 18.552 15,68 76.697 29,96 193 313 - China 1.085 1,97 6.834 5,78 44.314 17,31 530 548 ALADI 12.902 23,42 25.428 21,49 49.657 19,39 97 95 - MERCOSUL 7.733 14,04 11.726 9,91 27.852 10,88 52 138 - Argentina 6.233 11,31 9.915 8,38 22.709 8,87 59 129 - ALADI (exclusive MERCOSUL) 5.169 9,38 13.702 11,58 21.805 8,52 165 59 União Européia – UE 14.784 26,84 26.493 22,39 52.946 20,68 79 100 - Holanda 2.796 5,08 5.283 4,47 13.640 5,33 89 158 Estados Unidos (Inclusive Porto Rico) 13.366 24,26 22.741 19,22 25.942 10,13 70 14 - Estados Unidos 13.180 23,93 22.472 18,99 25.805 10,08 70 15 Oriente Médio 1.338 2,43 4.286 3,62 12.260 4,79 220 186 África 1.347 2,44 5.977 5,05 12.225 4,77 344 105 Europa Oriental 972 1,77 3.861 3,26 5.174 2,02 297 34 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. A China tornou-se o principal país comprador do Brasil apresentando um crescimento de 548% no comparativo 2005/2011. O principal produto exportado para China é o minério de ferro, que cada vez mais apresenta crescimento nas exportações do Brasil para esse país. Em 2011 a China teve uma participação de 17%, ultrapassando os Estados Unidos e a Argentina, que no ano de 2000 foram os principais países compradores do Brasil. Dentre as regiões brasileiras a principal região exportadora no ano de 2011 foi a Região Sudeste com uma participação de 56,99%, como mostra a tabela 03, de um total de US$ 145,9 bilhões, e uma participação de 56,51% em 2000 de um total de US$ 31,1 bilhões, tendo como principais estados exportadores São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro que juntos tem uma participação de mais de 50% das exportações do Brasil. Nos últimos 12 anos quase todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento nas suas exportações. No comparativo dos anos 2000, 2005 e 2011. No comparativo 2000/2005 a região brasileira que apresentou maior crescimento foi a Região Centro-Oeste com um 33 crescimento de 292%, tendo como principal estado exportador Mato Grosso que apresentou um crescimento de 302% no comparativo 2000/2005. No comparativo 2005/2011 alguns estados brasileiros apresentaram decréscimo, tais como, Amazonas 57%, Rio Grande do Norte 32% e a Paraíba 1%. Tabela 03 - Regiões Exportadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB). Descrição 2000 Part.% 2005 Part.% 2011 Part.% Var. % 2000/2005 Var. % 2005/2011 Região Sudeste 31.129 56,51 65.291 55,19 145.906 56,99 110 123 São Paulo 19.788 35,92 38.008 32,13 59.909 23,40 92 58 Minas Gerais 6.711 12,18 13.501 11,41 41.393 16,17 101 207 Rio de Janeiro 1.839 3,34 8.191 6,92 29.445 11,50 345 259 Espírito Santo 2.791 5,07 5.591 4,73 15.158 5,92 100 171 Região Sul 12.884 23,39 26.060 22,03 45.872 17,92 102 76 Rio Grande do Sul 5.780 10,49 10.454 8,84 19.427 7,59 81 86 Paraná 4.392 7,97 10.023 8,47 17.394 6,79 128 74 Santa Catarina 2.712 4,92 5.584 4,72 9.051 3,54 106 62 Região Norte 3.322 6,03 7.409 6,26 20.861 8,15 123 182 Pará 2.441 4,43 4.808 4,06 18.337 7,16 97 281 Amazonas 773 1,40 2.144 1,81 914 0,36 177 -57 Amapá 36 0,07 76 0,06 603 0,24 113 688 Rondônia 59 0,11 203 0,17 489 0,19 240 142 Tocantins 8 0,02 159 0,13 486 0,19 1.810 206 Acre 1 0,00 11 0,01 17 0,01 635 49 Roraima 2 0,00 8 0,01 15 0,01 228 79 Região Centro-Oeste 1.833 3,33 7.177 6,07 20.805 8,13 292 190 Mato Grosso 1.033 1,88 4.152 3,51 11.099 4,34 302 167 Goiás 545 0,99 1.816 1,54 5.605 2,19 233 209 Mato Grosso do Sul 253 0,46 1.149 0,97 3.916 1,53 354 241 Distrito Federal 2 0,00 60 0,05 184 0,07 3.607 209 Região Nordeste 4.025 7,31 10.554 8,92 18.830 7,35 162 78 Bahia 1.943 3,53 5.988 5,06 11.016 4,30 208 84 Maranhão 758 1,38 1.501 1,27 3.047 1,19 98 103 Ceará 495 0,90 930 0,79 1.403 0,55 88 51 Alagoas 224 0,41 584 0,49 1.371 0,54 160 135 Pernambuco 284 0,52 785 0,66 1.199 0,47 176 53 Rio Grande do Norte 150 0,27 413 0,35 281 0,11 177 -32 Paraíba 77 0,14 228 0,19 225 0,09 194 -1 Piauí 63 0,12 59 0,05 164 0,06 -7 180 Sergipe 30 0,05 66 0,06 122 0,05 123 84 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. 34 O estado do Rio de Janeiro tornou-se a terceira potência exportadora do Brasil, passando de uma participação de 3,34% nas exportações brasileiras em 2000 para uma participação de 11,50% em 2011. As principais empresas exportadoras do Brasil foram a Vale e a Petrobrás que juntas obtiveram uma participação de mais de 20% nas exportações do Brasil em 2011, e também foram às empresas que apresentaram maior crescimento no comparativo 2000/2005, a Vale com um crescimento de 202% e a Petrobrás com um crescimento de 421%, como mostra a tabela 04. No comparativo 2005/2011 as empresas que apresentaram maiores crescimentos foram a Vale 619% e a Samarco Mineração 327%. Tabela 04 - Principais Empresas Exportadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB). Descrição 2000 Part.% 2005 Part.% 2011 Part.% Var. % 2000/ 2005 Var. % 2005/ 2011 Vale S.A. * 1.596 2,90 4.817 4,07 34.653 13,53 202 619 Petrobrás S.A. 1.456 2,64 7.585 6,41 22.912 8,95 421 202 Bunge Alimentos S/A 977 1,77 2.194 1,85 6.539 2,55 125 198 Samarco Mineração S.A. 388 0,71 986 0,83 4.215 1,65 154 327 Embraer S.A. 2.702 4,91 3.267 2,76 4.209 1,64 21 29 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. *Companhia Vale do Rio Doce, mudou a marca e o nome de fantasia da empresa para apenas Vale S.A em 2007. A empresa Vale S.A, maior empresa exportadora da atualidade, esta localizada no estado de Minas Gerais e Maranhão, se destaca pelas exportações de minérios de ferros, principal produto exportado pelo Brasil na atualidade, principalmente para China. A Petrobrás esta localizada nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e Maranhão. A empresa Bunge esta localizada no Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná, Bahia, São Paulo, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Tocantins. A empresa Samarco esta localizada no estado de Espírito Santo e a Embraer no estado de São Paulo. Na próxima seção serão apresentadas as importações do Brasil como também os principais produtos importados e origem dessas importações. 35 3.1.2 Importações A pauta de importação brasileira nesses 12 anos se mostrou relativamente concentrada em matérias-primas e produtos intermediários que em média obteve uma participação de 49% nos anos de 2000 a 2011 como mostra a tabela 05. Tabela 05 - Importações Brasileiras Por Categoria de Uso, 2000-2011 US$ Milhões (FOB). Período Bens de Capital Part.% Matérias- Primas e Prod. Inter. Part.% Bens de Consumo Part.% Combust. e Lubrif. Part.% 2000 13.602 24,36 28.495 51,03 7.381 13,22 6.357 11,39 2001 14.801 26,63 27.396 49,29 7.107 12,79 6.276 11,29 2002 11.593 24,54 23.451 49,65 5.907 12,51 6.281 13,30 2003 10.348 21,44 25.797 53,45 5.538 11,48 6.577 13,63 2004 12.126 19,3133.495 53,35 6.859 10,93 10.303 16,41 2005 15.385 20,92 37.761 51,34 8.482 11,53 11.923 16,21 2006 18.912 20,69 45.286 49,55 11.997 13,13 15.201 16,63 2007 25.120 20,83 59.409 49,25 16.024 13,28 20.068 16,64 2008 35.929 20,74 83.277 48,08 22.525 13,01 31.466 18,17 2009 29.690 23,26 59.689 46,76 21.523 16,86 16.745 13,12 2010 40.995 22,57 83.884 46,18 31.426 17,30 25.344 13,95 2011 47.894 21,17 102.091 45,12 40.084 17,72 36.174 15,99 Média 23.033 22,21 50.836 49,42 15.404 13,65 16.060 14,73 Var. % 2000/2005 13 - 33 - 15 - 88 - Var. % 2005/2011 211 - 170 - 373 - 203 - Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. De acordo com o MDIC/SECEX (2011), no ano de 2000 as matérias-primas e produtos intermediários apresentaram uma participação de mais de 50% nas importações brasileiras, reflexo do bom desempenho apresentado pela economia em 2000 com a produção industrial, impulsionando o aumento das importações desses segmentos, que na maioria dos casos, entram na composição de bens exportáveis, contribuindo assim, para ampliar a taxa de crescimento das exportações brasileiras com maior agregação de valor. A outra categoria de produtos que apresenta maior participação na pauta de importações brasileira são os bens de capital, que em média apresentam uma participação de mais de 20% nas importações do país nesses 12 anos. A categoria de combustíveis e lubrificantes apresenta uma tendência de crescimento na pauta de importação do Brasil, passando de US$ 6,357 bilhões em 2000 para US$ 36,174 bilhões em 2011. 36 Comparando os anos 2000/2005 os bens de capital apresentaram um crescimento de 13%, a categoria matérias-primas e produtos intermediários 33%, os bens de consumo 15% e a categoria combustíveis e lubrificantes apresentaram um crescimento de 88%. Já no comparativo 2005/2011 os bens de capital apresentaram um crescimento de 211%, a categoria matérias-primas e produtos intermediários 170%, os bens de consumo de 373% e o grupo dos combustíveis e lubrificantes apresentaram um crescimento de 203%. Em 2011, dentre os bens de capital os principais produtos importador foram: maquinaria industrial (7,24%); maquinas e aparelhos de escritório e serviço cientificam (3,42%) e partes e peças para bens de capital para indústria (2,99%). Na categoria matérias- primas e produtos intermediários os principais produtos importados foram: produtos químicos e farmacêuticos (11,95%); produtos minerais (9,05%) e acessórios de equipamentos de transporte (6,16%). (MDIC/SECEX, 2011) Com respeito aos bens de consumo, de acordo com dados do MDIC/SECEX (2011), os bens de consumo duráveis tiveram uma participação de 10,65% e os bens de consumo não duráveis 7,07%. Dentre os bens de consumo duráveis os principais foram: veículos automóveis de passageiro (5,63%); maquinas e aparelhos de uso doméstico (2,07%) e objetos de adorno de uso pessoal e outros (1,67%). Já nos bens de consumo não duráveis os principais foram: produtos farmacêuticos (2,26%); produtos alimentícios (2,16%) e vestuário e outras confecções têxteis (0,87%). No grupo dos combustíveis e lubrificantes os principais produtos importados foram: petróleo (6,22%); óleos combustíveis (3,48%) e naftas (2,12%). (MDIC/SECEX, 2011) Com relação aos principais blocos econômicos de origem das importações brasileiras, em 2000 foram: a União Européia e os Estados Unidos. Já em 2011 foram: a Ásia, que juntamente com a União Européia, passou a ser os principais blocos de origem das importações brasileiras, obtendo juntas mais de 50% de participação nas importações do Brasil. Fazendo uma comparação entre 2000, 2005 e 2011, verifica-se que quase todos os blocos econômicos apresentaram crescimento na sua participação nas importações brasileiras, com destaque para a Ásia que obteve um crescimento em sua participação nas importações do Brasil 96% no comparativo 2000/2005 e um crescimento de 315% no comparativo 2005/2011, como mostra a tabela 06. 37 Tabela 06 - Importação Brasileira: Principais Blocos Econômicos, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB). Discriminação 2000 Part. % 2005 Part. % 2011 Part. % Var. % 2000/ 2005 Var. % 2005/ 2011 Ásia 8.593 15,40 16.870 22,94 70.076 30,97 96 315 - China 1.222 2,19 5.353 7,28 32.788 14,49 338 512 União Européia - UE 14.048 25,18 18.146 24,67 46.416 20,52 29 156 - Alemanha 4.421 7,93 6.144 8,35 15.213 6,72 39 148 ALADI 11.659 20,90 11.567 15,73 36.155 15,98 -1 213 - MERCOSUL 7.796 13,98 7.051 9,59 19.375 8,56 -10 175 - Argentina 6.843 12,27 6.239 8,48 16.906 7,47 -9 171 - ALADI (Exclusive MERCOSUL) 3.863 6,93 4.516 6,14 16.780 7,42 17 272 Estados Unidos (Incl. Porto Rico) 13.002 23,31 12.851 17,47 34.225 15,13 -1 166 - Estados Unidos 12.864 23,06 12.664 17,22 33.962 15,01 -2 168 África 2.908 5,21 6.667 9,06 15.436 6,82 129 132 Oriente Médio 1.560 2,80 2.509 3,41 6.141 2,71 61 145 Europa Oriental 1.161 2,08 1.174 1,60 5.175 2,29 1 341 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. A Ásia tem como principal país de origem das importações brasileiras a China, suas importações passaram de US$ 1,2 bilhão em 2000 para 32,8 bilhões em 2011, obtendo um crescimento de 338% no comparativo 2000/2005 e um crescimento de 512% no comparativo 2005/2011, tornando-se assim o segundo principal país de origem das importações do Brasil em 2011, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Os principais produtos importados da China são os aparelhos eletrônicos que cada vez mais tomam espaço na pauta de importações brasileiras. (MDIC/SECEX, 2011) Dentre as regiões brasileiras a principal região importadora no ano de 2011 foi a Região Sudeste com uma participação de 55,21% de um total de US$ 124,9 bilhões, e uma participação de 64,20% em 2000 de um total de US$ 35,8 bilhões, apresentando um crescimento de 26% no comparativo 2000/2005 e um crescimento de 176% no comparativo 2005/2011. Tem com principais estados importador São Paulo e o Rio de Janeiro que juntos tem uma participação de mais de 40% das importações do Brasil. Nos últimos 12 anos todas as regiões brasileiras apresentaram crescimento nas suas importações no comparativo 2000/2005 e 2005/2011, mas a região brasileira que apresentou maior crescimento foi a Região Centro-Oeste, tendo como principal estado importador Goiás que apresentou um crescimento de 691% no comparativo 2005/2011, como mostra a tabela 07. 38 Tabela 07 - Regiões Importadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB). Descrição 2000 Part. % 2005 Part. % 2011 Part. % Var. % 2000/2005 Var. % 2005/2011 Região Sudeste 35.812 64,20 45.211 61,47 124.901 55,21 26 176 São Paulo 25.577 45,85 30.488 41,45 82.161 36,32 19 169 Rio de Janeiro 4.948 8,87 6.700 9,11 18.977 8,39 35 183 Minas Gerais 2.779 4,98 3.936 5,35 13.026 5,76 42 231 Espírito Santo 2.508 4,50 4.087 5,56 10.738 4,75 63 163 Região Sul 9.660 17,32 13.403 18,22 49.283 21,78 39 268 Paraná 4.684 8,40 4.525 6,15 18.766 8,29 -3 315 Rio Grande do Sul 4.019 7,21 6.692 9,10 15.662 6,92 66 134 Santa Catarina 957 1,72 2.186 2,97 14.854 6,57 129 579 Região Nordeste 4.794 8,59 6.268 8,52 24.156 10,68 31 285 Bahia 2.256 4,04 3.311 4,50 7.767 3,43 47 135 Maranhão 486 0,87 1.157 1,57 6.281 2,78 138 443 Pernambuco 939 1,68 806 1,10 5.531 2,44 -14 586 Ceará 718 1,29 589 0,80 2.403 1,06 -18 308 Paraíba 150 0,27 94 0,13 1.018 0,45 -37 980 Alagoas 64 0,12 93 0,13 451 0,20 43 387 Sergipe 94 0,17 93 0,13 302 0,13 -1 223 Rio Grande do Norte 70 0,13 110 0,15 242 0,11 57 120 Piauí 16 0,03 15 0,02 158 0,07 -6 961 Região Norte 4.276 7,67 5.679 7,72 14.725 6,51 33 159 Amazonas 3.922 7,03 5.220 7,10 12.730 5,63 33 144 Pará 261 0,47 404 0,55 1.344 0,59 55 232 Rondônia 45 0,08 22 0,03 407 0,18 -52 1.779 Tocantins 9 0,02 14 0,02 162 0,07 58 1.039 Amapá 28 0,05 16 0,02 68 0,03 -41 308 Roraima 5 0,01 1 0,00 7 0,00 -82 668 Acre 6 0,01 10,00 7 0,00 -91 1.246 Região Centro-Oeste 1.135 2,03 2.951 4,01 13.029 5,76 160 342 Goiás 374 0,67 724 0,98 5.728 2,53 94 691 Mato Grosso do Sul 161 0,29 1.080 1,47 4.469 1,98 572 314 Mato Grosso 90 0,16 410 0,56 1.578 0,70 353 285 Distrito Federal 509 0,91 737 1,00 1.253 0,55 45 70 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. Na Região Nordeste, que obteve um crescimento de 285% no comparativo 2005/2011, o estado da Paraíba obteve maior crescimento nas importações de 980% no comparativo 2005/2011. Em relação às principais empresas importadoras do Brasil, a Petrobrás em 2011 teve uma participação de 13,47% nas importações do Brasil. No comparativo 2000/2005 obteve 39 um crescimento de 10% nas suas importações, como mostra a tabela 08. A empresa Petrobrás se destaca na produção de combustíveis e seus derivados, e também um dos produtos mais importados pela empresa é o petróleo. Tabela 08 - Principais Empresas Importadoras, 2000/2005/2011 US$ Milhões (FOB). Descrição 2000 Part.% 2005 Part.% 2011 Part.% Var. % 2000/ 2005 Var. % 2005/ 2011 Petrobrás S.A. 7.443 13,34 8.177 11,12 30.469 13,47 10 273 Cisa Trading S/A 545 0,98 541 0,74 3.140 1,39 -1 480 Samsung Ltda. 141 0,25 702 0,95 3.003 1,33 398 328 Embraer S.A. 1.352 2,42 1.737 2,36 2.775 1,23 29 60 Braskem S/A * 18 0,03 700 0,95 2.569 1,14 3.695 267 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. * No ano de 2000 a empresa Braskem tinha outra razão social, se chamava Copene Petroquímica do Nordeste S.A, passando a se chamar Braskem em 2002. A segunda no ranking é a empresa Cisa Tragind líder no mercado de importação de produtos eletroeletrônicos, químicos e farmacêuticos, cosméticos e equipamentos de bens de capital. Essa empresa atua no mercado desde 1997, têm sedes em São Paulo, e filiais nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, além da Argentina e Estados Unidos e opera através da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (FUNDAP), sistema de incentivo a importações do Estado do Espírito Santo. Na próxima seção apresenta um panorama da balança comercial do Nordeste no período de 2000 a 2011, destacando suas variáveis exportações e importações como também os principais Estados nordestinos que influenciam em suas exportações e importações, seus principais produtos e empresas no ano de 2011. 3.2 Panorama da Balança Comercial do Nordeste A balança comercial do nordeste nesses 12 anos se mostra oscilante, no ano de 2011 a balança comercial do Nordeste totalizou um déficit de US$ 5,325 bilhões. Comparando o desenvolvimento das exportações em relação às importações verifica-se uma tendência de equilíbrio entre as duas, onde as exportações seguem junto com as importações apresentando pouca diferença entre as duas linhas, como mostra o gráfico 02. 40 Gráfico 02 - Balança Comercial do Nordeste: 2000 a 2011 US$ FOB Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. Segundo Galvão (2005) a recuperação da balança comercial do Nordeste iniciou-se em 2002, com uma extraordinária recuperação das exportações da região em decorrência de uma conjuntura mundial extremamente favorável, tanto em termos de uma aceleração do crescimento dos fluxos do comércio internacional quanto da expressiva elevação dos preços das commodities. O Nordeste exportou, durante o ano de 2011, um total de US$ 18,830 bilhões. Verifica-se um crescimento de 162%, realizando um comparativo 2000/2005, quando a região exportou US$ 4,025 bilhões em 2000 e US$ 10,554 bilhões em 2005, e um crescimento de 78% no comparativo 2005/2011. As importações obtiveram um crescimento de 31% quando comparado o ano de 2000 com o ano 2005 e um crescimento de 285% fazendo um comparativo de 2005/2011. Em 2011 as importações somaram US$ 24,156 bilhões, no ano de 2005 somaram um total de US$ 6,268 bilhões e no ano 2000 registraram um total de US$ 4,794 bilhões. Em 2003 a balança comercial do Nordeste apresentou-se superavitária, revertendo o saldo negativo presente desde 1996, voltando a ser deficitária em 2008 com uma breve recuperação em 2009 e voltando a ser novamente deficitária de 2010 a 2011. 3.2.1 Exportações A pauta de exportação nordestinas nesses 12 anos se mostrou relativamente concentrada em produtos manufaturados, com uma participação média 46% entre os anos de 2000 a 2011. -10.000.000.000 -5.000.000.000 0 5.000.000.000 10.000.000.000 15.000.000.000 20.000.000.000 25.000.000.000 30.000.000.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Exportação Importação Saldo Comercial 41 Comparando os anos 2000/2005 os produtos básicos apresentaram um crescimento de 247%, os semimanufaturados de 70% e os produtos manufaturados um crescimento de 207%. Comparando 2005/2011 os produtos básicos apresentaram um crescimento de 99%, os semimanufaturados de 130% e os produtos manufaturados um crescimento de 43%, como mostra tabela 09. Tabela 09 - Exportações Nordestinas Por Fator Agregado, 2000-2011 US$ Milhões (FOB). Período Básicos Part.% Semimanufaturados Part. % Manufaturados Part. % Nordeste 2000 738. 18,33 1.462 36,30 1.754 43,56 4.026 2001 805 19,22 1.355 32,35 1.953 46,64 4.188 2002 948 20,37 1.395 29,97 2.254 48,41 4.655 2003 1.437 23,50 1.563 25,58 3.055 49,98 6.112 2004 2.038 25,34 1.960 24,36 3.965 49,30 8.043 2005 2.561 24,25 2.481 23,49 5.391 51,04 10.561 2006 2.068 17,78 3.493 30,03 5.937 51,05 11.629 2007 2.605 19,91 4.030 30,79 6.274 47,95 13.086 2008 3.450 22,33 5.358 34,67 6.397 41,40 15.451 2009 2.934 25,25 3.743 32,22 4.772 41,08 11.616 2010 4.466 28,15 4.622 29,13 6.530 41,15 15.868 2011 5.100 27,08 5.709 30,32 7.688 40,83 18.830 Média 2.429 22,63 3.097 29,93 4.664 46,03 10.339 Var. % 2000/2005 247 - 70 - 207 - 162 Var. % 2005/2011 99 - 130 - 43 - 78 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. Entre os principais produtos exportados pelo Nordeste em 2011, se destacam: fuel-oil com uma participação de 10%, outros grãos de soja mesmo triturados 8,7% e açúcar de cana em bruto com uma participação de 8,6%. (MDIC/SECEX, 2011). Em relação às principais empresas exportadoras que atuaram no Nordeste em 2011 a que se destaca é a Petrobrás que está presente nos principais estados exportadores da Região, como Bahia, Maranhão, Ceará e Pernambuco. (MDIC/SECEX, 2011). A Bahia é o principal Estado exportador tendo em média uma participação de 54,78% nas exportações do Nordeste nos anos de 2000 a 2011, como mostra a tabela 10. O Estado possui um polo petroquímico que desempenha um papel muito importante nas exportações de produtos de origem petroquímica que possuem alto valor agregado. 42 Tabela 10 - Participação (%) dos Estados Exportadores do Nordeste: 2000-2011 Período Alagoas Bahia Ceara Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Sergipe 2000 5,57 48,28 12,30 18,83 1,93 7,06 1,57 3,71 0,74 2001 7,27 50,67 12,60 13,00 2,52 8,01 0,96 4,48 0,50 2002 6,41 51,81 11,71 14,01 2,53 6,87 1,03 4,81 0,81 2003 5,91 53,35 12,48 12,10 2,76 6,73 0,96 5,08 0,64 2004 5,69 50,55 10,71 15,31 2,66 6,43 0,91 7,13 0,59 2005 5,53 56,71 8,84 14,21 2,16 7,44 0,56 3,92 0,63 2006 5,96 58,24 8,27 14,73 1,80 6,72 0,41 3,20 0,68 2007 5,07 56,61 8,78 16,64 1,80 6,65 0,43 2,90 1,11 2008 5,68 56,30 8,26 18,36 1,47 6,07 0,89 2,25 0,72 2009 7,09 60,35 9,30 10,61 1,36 7,09 1,44 2,22 0,52 2010 6,12 56,00 8,00 18,40 1,37 7,01 0,81 1,79 0,48 2011 7,28 58,50 7,45 16,18 1,20 6,37 0,87 1,49 0,65 Média 6,13 54,78 9,89 15,20 1,96 6,87 0,90 3,58 0,67 Fonte: MDIC/SECEX. Elaboração própria. O estado do Maranhão, segundo no ranking, possui uma participação média de 15,20%, com destaque para o complexo de alumínio da ALUMAR no Estado, tornando o Maranhão em uma zona produtora de metais para exportação. 3.2.2 Importações A pauta de importação nordestina nesses 12 anos se mostrou relativamente concentrada em bens
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