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Aluno: Antônio Marcos da Silva Caetano Tutora: VICTOR FERREIRA E SILVA 2ª GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA EAD-disc. 2223- PRÁTICA DE ENSINO: HISTÓRIA MEDIEVAL ATIVIDADE PRÁTICA DE APRENDIZAGEM - VALOR 3,0 PONTOS ARTES NA IDADE MÉDIA A arte medieval foi produzida durante o período da Idade Média (século V ao XV) e expressada principalmente por meio da Arquitetura estando associada à religiosidade, durante este período dominado pelas Instituições religiosas a grande parte das construções, símbolos, expressões artísticas e signos estavam ligados diretamente sobre forte Influência e domínio da Igreja Católica. Uma vez que nesse período a Igreja tinha grande poder e influência na vida das pessoas. Assim, o teocentrismo (Deus como centro do mundo) foi a principal característica da cultura medieval. A arte da Idade Média transmite-nos um conceito alargado do homem e da sua relação com o mundo e constitui a própria essência desta época. Dá-nos a justa medida das misérias e grandezas do seu espírito. Mostra-o em todas as etapas e vicissitudes da sua vida. Deus está no centro do Universo mas, através do seu filho encarnado, Jesus Cristo, dá ao homem e å humanidade uma dimensão divina.( MARQUES, 2007, p. 3). História da Arte Medieval: Resumo A Idade Média teve início com a queda do Império romano do Ocidente, em 476. Seu fim foi marcado com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453. Na Idade Média, poucas pessoas sabiam ler. Essa atividade era exclusiva dos membros da Igreja (clero) e dos nobres. Portanto, a arte religiosa da Idade Média tinha o intuito de aproximar as pessoas da religiosidade e apresentar um caráter didático. A principal organização político-administrativa desse período estava baseada no sistema feudal. Nessas grandes extensões de terra, a mobilidade social era inexistente. A sociedade feudal era exclusivamente rural e autossuficiente. A estrutura social era estamental e fixa, dividida em rei, clero, nobreza e povo. Foi nesse contexto que a arte medieval se desenvolveu em diversos campos, como a arquitetura, pintura, música, escultura e literatura. Dois estilos foram predominantes nesse período: o Estilo Românico e o Estilo Gótico. ARTE MEDIEVAL ROMÂNICA E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS A arte Românica foi um estilo artístico que surgiu na Alta Idade Média (no início dela), na Europa a partir do século X como um estilo arquitetônico, peculiar, pitoresco e decorativo ao mesmo tempo. As decorações (pinturas, esculturas) da arte românica estão diretamente ligadas à arquitetura, uma vez que nela estão integradas. As influências da arte românica são numerosas: este movimento foi influenciado pelas ideias do Renascimento Carolíngio, da Antiguidade, do Império Bizantino, dos Orientais e dos Celtas. Devido ao contexto histórico, é mais comum encontrarmos essa arte nas antigas construções católicas, como igrejas e mosteiros. Porém, até hoje pode ser vista em castelos ou esculturas, pinturas e tapeçarias feitas com influência desse estilo. O estilo arquitetônico se espalhou pela Europa durante a reconstrução das Igrejas que haviam sido destruídas durante as invasões bárbaras ou por incêndios durante esse processo houve uma grande evolução nos métodos e na matéria prima a ser utilizada as frágeis construções de madeira deram lugar para as luxuosas construções de pedra, mais belas imponentes e resistentes verdadeiras fortalezas. Grandes edifícios religiosos como abadias, mosteiros e igrejas foram praticamente as únicas construções que exibiam a arquitetura românica. A arte esteve então ao serviço da religião e da fé. A parte exterior erra maciça, construída com grandes abóbadas de pedra, para substituir as telhas, elas podiam ser de berço (uma estrutura de arco pleno, mais simples) ou de arestas (mais estruturada para evitar desabamento, duas abóbadas apoiadas em pilares). todas as aberturas nas paredes possuíam um formato arredondado as torres geralmente quadradas (ou poligonais) e não muito pontiagudas. As paredes eram de pedras e grossas decoradas com inúmeras esculturas e pinturas. As igrejas eram projetadas em formato de cruz latina, com mais de uma nave (salão). Elas tinham entre três e cinco ambiente O formato horizontal era uma marca dessa arquitetura, ou seja, não possuíam estruturas muito altas, elas crescem mais para os lados do que para cima. Havia pouca luz e poucas janelas, com uma porta principal de entrada. As edificações foram desenhadas com senso de ordem, defesa e clareza. Por todos esses traços grandes, brutos e sólidos, foram chamados de “fortalezas de Deus“ Os escultores do período românico eram conhecidos como Canteiros ou Mestres de Imagens, na sua grande maioria eram anônimos pois não assinavam as suas obras, más muito criativas e criaram esculturas inspirado em mitos, folclore e fé cristã (fé em Jesus Cristo e na trindade), as esculturas românicas tinham caráter ornamental (decorativo) e era mais usada nas estruturas externa ou interna das igrejas. Elas eram esculpidas em pedra e instaladas em fachadas, pórticos, capitéis, galerias, altares, túmulos e sarcófagos, pias batismais, tronos episcopais e outros locais. A mesma mistura de influências artísticas e simbolismo da pintura também se encontram aqui, às esculturas também desempenharam um papel de transmissão de conhecimento. Os escultores frequentemente ilustravam assuntos bíblicos, incluindo conexões entre o Antigo e o Novo Testamentos. Os episódios cristãos representados por essas esculturas permitiriam, assim, aumentar a fé cristã. A escultura profana (temas não religiosos) é rara e se concentra em decorações de residências dos nobres, seus castelos, monumentos ou edifícios públicos. As pinturas românicas eram recheadas de temas bíblicos e religiosos eram usadas didaticamente, uma forma de educar sem a escrita, era uma verdadeira linguagem não verbal, já que a maioria da população era analfabeta costumam ser encontradas em maior quantidade nas paredes das catedrais da época. O afresco era a técnica mais utilizada, em que a pintura era feita com argamassa sobre uma parede úmida, eram muito expressivas Quase todas as superfícies disponíveis foram pintadas ou cobertas com mosaicos. Os artistas embelezaram suas pinturas com muitos detalhes e deram um estilo realista às suas obras e outras eram Marcada pela Deformação: as figuras mantinham o senso estético de beleza e proporção, mas não existia um compromisso com a realidade crua. O Cristo era representado maior que as outras figuras, para simbolizar sua importância e divindade. Também marcada pelo Colorismo: Os pintores usaram cores vivas, como amarelo, vermelho, verde, branco e preto o uso de cores fortes, puras, sem sobretons. Haviam alguns poucos jogos de luz e sombra. A Simbologia: todas as coisas empregadas tinham um significado moral, os monstros eram os vícios, a beleza era a virtude, as cores e formas geométricas tinham mensagens transcendentes, etc. Mesmo considerando ser uma arte cristã, conservava traços da vida rural, da arte clássica da Antiguidade, da arte bizantina, carolíngia e escolas germânicas. Outras artes praticadas durante o período românico incluíam esmaltação (prática ornamental) e iluminação (manuscritos de imagem) capitulares (adornando as primeiras letras de um manuscrito), vitrais (várias aberturas foram decoradas com vitrais coloridos, embora estes não fossem tão grandes ou tão numerosos como os vitrais do período gótico). ARTE MEDIEVAL GÓTICA E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. A arte gótica é posterior à arte românica, e foi desenvolvida no período denominado Baixa Idade Média (século XII ao XV). O gótico nasceu na região de Paris, e dissipou-se depois pela Europa. Diferente da arte românica, a arte gótica revelou maior leveza e abertura de características muito complexas e variadas, que influencioutodos os setores da produção artística, também nas chamadas artes menores: como a ourivesaria, miniatura, talha em marfim, vitral e tecidos. Oficialmente o estilo surgiu com a construção do coro da Abadia de Saint-Denis em Paris, consagrado em 1144. Da França o estilo se espalhou pela Europa em grande número e diferentes finalidades. Se compararmos a arquitetura dos dois períodos, notamos que na arte gótica, as construções não possuíam paredes tão grossas. Além disso, as entradas (seja das igrejas ou dos mosteiros) já incluíam mais aberturas, desde janelas e portas. O peso da estrutura não era mais absorvido pelas paredes, mas distribuído em pilares e uma série de estruturas secundárias colocadas fora dos edifícios. Assim nasceram as paredes de luz, cobertas por janelas, que correspondiam ao exterior, uma complexa rede de elementos para a liberação das forças. Os arcobotantes, os pináculos, os arcos de descarga eram todos elementos estruturais, que continham e dirigiam os impulsos laterais da cobertura ao solo, enquanto as paredes de enchimento perderam importância, substituídas pelas janelas. Devemos lembrar que as janelas da arte românica eram muito estreitas, enquanto na arte gótica as janelas já são maiores e em maior número, permitindo assim, a entrada da luz. Nesse período prevaleceu os arcos de volta-quebrada e as ogivas. Ainda na arquitetura, a arte gótica utilizou os vitrais para a entrada da luz. A maioria deles com temas religiosos. Uma das características mais relevantes da arquitetura gótica era verticalidade. Ou seja, as construções eram muito elevadas, as quais revelam a força da religiosidade. Quanto mais alto, mais perto de Deus estavam. Da mesma maneira que na arte românica, as pinturas e esculturas góticas tinham como principal tema a religião. Os vitrais foram muito comuns nesse período. Eram feitos de vidro e repleto de cores. Geralmente representavam temas religiosos, no entanto, há aqueles em formato arredondados, tal qual as rosáceas e mosaicos. A construção dos séculos XIV e XV caracterizou-se por uma nave central e duas naves muito mais baixas. Isso significava que a luz se concentrava sobretudo no nível do clerestório (parte superior da nave, transeptos e coro de uma igreja, com uma série de janelas ou vitros, acima dos telhados das naves laterais e que formavam a fonte principal de luz para a parte central do prédio). Já no gótico tardio, o arranjo interno mais comum seguiu o modelo da igreja salão, ou seja, com corredores laterais de igual altura em relação ao central. Isso significava que a luz não vinha mais de cima, mas sim das paredes laterais, iluminando todo o ambiente de forma homogênea. A direcionalidade tradicional também foi modificada, perdendo a conotação forte para os eixos anteriores, em favor de uma espacialidade policêntrica. Essa nova visão do espaço também estava relacionada à religiosidade mais terrena e mundana do século XV. A arte gótica e românica influenciou todo um contexto de artistas da Idade Média, não foram apenas Igrejas e monumentos construídos, mas também pinturas, objetos, que refletiam a importância dessas duas vertentes. No período gótico existia uma estreita relação entre arte e fé cristã, mas foi também o período em que renasceu a arte secular e profana. Se em algumas áreas buscavam-se expressivos efeitos antinaturalíssimos, em outras (como na escultura renascentista) assistimos ao resgate do estudo do corpo humano e de outros elementos do cotidiano. Escultura Gótica A escultura gótica também expressa o desejo de verticalidade. Contudo, esboça também o naturalismo capaz de atribuir movimento e vida às esculturas, as quais são, quase sempre, um complemento à arquitetura. Também era comum a presença de esculturas de monstros ou figuras humanas nos telhados das igrejas góticas, a fim de escoar as águas pluviais. Essas representações são intituladas gárgulas. Pintura Gótica A pintura gótica irá se delinear claramente em meados de 1350, quando terá lugar fora da arquitetura, à qual adornava murais, afrescos e vitrais. De toda forma, ela buscou transmitir o mesmo naturalismo e simbolismo religioso da escultura e da arquitetura. Os vitrais, pedaços coloridos de vidro unidos por chumbo, tinham como objetivo emocionar o expectador e ensiná-lo sobre a religião católica. De forma mais autônoma, a pintura irá se desenvolver nas iluminuras dos manuscritos, onde o volume irá se aproximar das formas escultóricas que adornam a catedral. É muito comum, nessas pinturas, a substituição da luz por fundos dourados, bem como a figuração de personagens religiosos com pouco volume. Podemos citar como grandes expoentes da pintura gótica o italiano Giotto di Bondone (1267-1337) e o holandês Jan Van Eyck (1390-1441).