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AVALIAÇÃO A3- PROCESSUAL CIVIL

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1 
 
AVALIAÇÃO A3- DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
João Inácio, agora Autor, promoveu a sua ação no Foro do seu domicílio, sendo 
a ação distribuída para 2ª Vara Cível do Fórum da Comarca de Belo Horizonte 
(1). 
 
HÁ ERRO/VICIO NA QUESTÃO 
 
Observa-se que a demanda fora proposta no domicílio do autor, constando-se 
o erro da afirmativa, uma vez que deveria ter sido observado alguns dispositivos, entre 
eles o artigo 47 do CPC, que dispõe: 
 
“Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente 
o foro de situação da coisa. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição 
se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, 
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. 
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da 
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.” 
 
Assim, na hipótese de direito de vizinhança deve ser aplicado o foro de 
situação da coisa. 
 
Além disso, caso João Inácio tenha proposto a ação em face da pessoa jurídica 
“Baladas Forever LTDA”, deve ser observado o artigo 53, III, do CPC, onde prevê que 
para ação em que for ré a pessoa jurídica seria competente o foro de sua sede, esse 
também é o entendimento do TJSP, vejamos: 
 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. Reconhecimento de incompetência territorial 
e determinação de remessa dos autos para a Comarca de Saquarema/RJ, 
local da sede das rés. Situação de vulnerabilidade não comprovada. 
Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor 
. Competência que deverá ser regida pelo lugar 
onde se localiza a sede, para a ação em que a ré for pessoa jurídica. 
Inteligência do artigo 53 , III , a , do Código de Processo Civil . Decisão 
2 
 
mantida. Recurso não provido.” Jurisprudência disponível em: 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-sp/1407819461 
Nesse sentido, o julgado acima listado, bem como a legislação reconhece que 
em caso de a pessoa jurídica ser a ré, a competência será onde está localizada sua 
sede, sendo incontestável a competência de São Sebastião-SP, caso a ação tenha 
sido proposta em face de “Baladas Forever LTDA”. 
 
Em hipótese de foros concorrentes é imperioso destacar os ensinamentos do 
ilustre doutrinador Fredie Didier Jr: 
 
“A existência de foros concorrentes, significa que todos eles são igualmente 
competentes para, em tese, julgar um determinado tipo de demanda.” (Curso 
de Direito Processual. 23. ed., Editora Juspodivm, 2021, p.276). 
 
Mediante a existência de duas opções, cabe ao autor a escolha, porém, no 
caso em questão, ambas as alternativas apontam para a comarca de São Sebastião-
SP sendo este o competente para julgar a demanda. 
___________________________________________________________________ 
O Advogado, contratado pelo Autor, ajuizou a referida ação em face de Rogério 
Casmurro (2), agora réu, na qualidade de sócio–majoritário da pessoa jurídica 
sediada no imóvel vizinho 
 
HÁ ERRO/VICIO NA QUESTÃO 
 
É notório o equívoco na afirmativa, uma vez que a demanda foi ajuizada em 
face de Rogério Casmurro, quando na realidade deveria ter sido em face de “Baladas 
Forever LTDA”. 
 
Conforme dispõe o artigo 49-A do CC: 
 
“Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, 
associados, instituidores ou administradores.” 
 
Desse modo, o sócio da pessoa jurídica não deve ser confundido com a própria 
pessoa jurídica, porque a pessoa jurídica tem personalidade jurídica própria. 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-sp/1407819461
3 
 
 
A respeito do significado do conceito da personalidade jurídica, é imprescindível 
citar o entendimento do ilustre jurista Carlos Roberto Gonçalves: 
 
“Personalidade jurídica é a aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. 
As pessoas jurídicas são entidades criadas pelo direito para atender a fins 
sociais, econômicos, culturais ou religiosos, que possuem existência, 
patrimônio e vontade próprios, distintos dos de seus membros ou 
fundadores.” (Direito Civil Brasileiro. 20. ed., Saraiva, 2022, p.263). 
 
Portanto, de acordo as lições do autor e a legislação pertinente, percebe-se que 
no presente caso a “Baladas Forever LTDA” possui obrigações perante seus vizinhos, 
tendo em vista sua personalidade jurídica, devendo a referida pessoa jurídica figurar 
do polo passivo da demanda, sendo ilegítimo para figurar no polo passivo seu sócio. 
___________________________________________________________________ 
Observadas as cautelas de estilo, o Juiz determinou que o Réu fosse citado por 
correio (3), em Maresias, São Sebastião-SP. 
 
HÁ ERRO/VICIO NA QUESTÃO 
 
A preferência da citação é por meio eletrônico, fato que não foi observado no 
caso sub oculi, incorrendo a afirmativa em erro/vicio, pois foi determinado de início 
citação via correio, vejamos a literalidade do art. 246 do CPC: 
 
“Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo 
de até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos 
endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder 
Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional de Justiça.“ 
 
A respeito da temática vale asseverar as lições de Fredie Didier Jr: 
 
“A citação por meio eletrônico é a forma preferencial de citação, devendo ser 
utilizada sempre que possível, antes da citação por correio.” (Curso de Direito 
Processual. 23. ed., Editora Juspodivm, 2021, p.761). 
 
4 
 
Ora, a citação via correio somente seria autorizada após ausência da 
confirmação após 3 (três) dias úteis. 
 
Sob outro prisma, em caso de autorização de citação pelo correio pode ser 
realizada em qualquer localidade em que se encontre o réu, conforme o art. 243 do 
CPC. 
___________________________________________________________________ 
Devidamente citado, o Réu apresentou sua contestação em 3 de marco de 2022, 
alegando: (a) que era parte ilegítima apenas, (b) indicou a parte legítima (4) e (c) 
que não havia qualquer barulho, assim como a atividade exercida respeitava o 
sossego alheio. 
 
NÃO HÁ ERRO/VICIO NA QUESTÃO 
 
Na afirmativa não houve qualquer erro ou vicio, pois o art. 339 do CPC, aduz 
que quando o réu alegar sua ilegitimidade ele será responsável pela indicação 
do sujeito legitimo para figurar em seu lugar, o que certamente o fez no caso. 
 
Certamente é notório os ensinamentos do doutrinador Fredie Didier Jr sobre a 
matéria: 
 
“Há situações, porém, em que o réu que alegar a sua ilegitimidade tem o 
dever de indicar o legitimado passivo. São os casos em que, pelas 
circunstâncias do caso, o réu tem conhecimento de quem seja o legitimado 
passivo.” (Curso de Direito Processual. 23. ed., Editora Juspodivm, 2021, 
p.808). 
 
No caso em comento, é certo que Rogério possui o conhecimento da pessoa 
legitimada para figurar no polo passivo, em razão disso indicou a pessoa legitima. 
 
Porém, ressalvo a possibilidade da presença de erro/vício em caso de não ter 
indicado o sujeito correto, mas como não foi fornecido na afirmativa, depreende-se a 
correta indicação. 
___________________________________________________________________ 
5 
 
A carta de citação foi recebida no dia 20 de janeiro de 2022 e a juntada do 
mandado em 07 de fevereiro de 2022, considerando que no tribunal mineiro o 
dia 2 de março de 2022 (4ª feira de cinzas) o expediente iniciou às 13h. 
Recebida a contestação apresentada pelo Réu, o Juiz da 2ª (segunda) Vara Cível 
de Belo Horizonte proferiu despacho inaugural, determinando que o Autor se 
manifestasse sobre a contestação e documentos apresentados. Em réplica, o 
autor alegou intempestividade da contestação, requerendo a aplicação os 
efeitos da revelia (5). 
 
NÃO HÁ ERRO/VICIO NA QUESTÃO 
 
Conforme o art. 344 do CPC, se o réu não contestar a ação será considerado 
revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladaspelo autor. 
 
A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do afamado 
Fredie Didier Jr: 
 
“O segundo e mais importante efeito da revelia é a presunção relativa de 
veracidade dos fatos alegados pelo autor.” (Manual de Direito Processual. 10. 
ed., Editora Juspodivm, 2018, p.1356). 
 
Logo, depreende-se ser os efeitos da revelia muito drásticos para o réu-revel. 
No caso em comento, a carta de citação foi recebida no dia 20 de janeiro de 
2022 e a juntada do mandado em 07 de fevereiro de 2022, porém, o réu apenas 
apresentou sua contestação em 3 de marco de 2022, não obedecendo os 15 dias para 
oferecer a contestação, nos termos do art. 335 CPC. 
De acordo com o art. 231 do CPC, o termo inicial é a data do juntada nos autos 
pelo AR: 
 
“Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo 
do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a 
citação ou a intimação for pelo correio;” 
 
6 
 
Desse modo, quando não é observado o prazo legal pelo réu, deve recair os 
efeitos da revelia. 
 
Outro não é o entendimento jurisprudencial, consoante se verifica da ementa 
abaixo transcrita: 
 
“APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA DA CONTESTAÇÃO E 
DOCUMENTOS. REVELIA. CONFISSÃO FICTA. PRESUNÇÃO DE 
VERACIDADE DOS FATOS NARRADOS NA EXORDIAL. Na hipótese em 
que o Reclamado, apesar de regularmente intimado nos moldes do 
artigo 335 do CPC/2015, apresenta sua defesa e documentos fora do 
prazo legal, deve lhe ser aplicada a pena de revelia e confissão ficta 
quanto à matéria fática, reputando-se como verdadeiras as alegações 
deduzidas na exordial (art. 344 do CPC/2015). Destaco, ademais, que a 
apresentação intempestiva da contestação e documentos inviabiliza a sua 
utilização no deslinde da causa. (TRT18, RORSum - 0010577-
14.2021.5.18.0054, Rel. SILENE APARECIDA COELHO, 3ª TURMA, 
15/02/2022) (TRT-18 - RORSUM: 00105771420215180054 GO 0010577-
14.2021.5.18.0054, Relator: SILENE APARECIDA COELHO, Data de 
Julgamento: 15/02/2022, 3ª TURMA) (grifos nossos)” Disponível em: 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-18/1386066033 
___________________________________________________________________ 
Em despacho saneador o juiz não acolheu a ilegitimidade arguida (6), 
 
NÃO HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
Neste caso o juiz por decisão interlocutória resolve não o acolhimento da 
ilegitimidade por meio do despacho saneador, sendo a finalidade do despacho 
saneador declarar a ausência de vícios que impedissem o regular desenvolvimento 
processual para se chegar à entrega da prestação jurisdicional pleiteada. 
 
O despacho saneador pode perfeitamente compreender questões relativas à 
legitimidade, vejamos: 
 
“Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o 
juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;” 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-18/1386066033
7 
 
 
Nesse viés, cabe ao despacho saneador, na medida do possível, sanar todos os 
defeitos existentes nos processos, incluindo também a legitimidade. 
Nesse diapasão, impende destacar o entendimento do ínclito Daniel Amorim 
Assumpção Neves que aduz, in verbis: 
 
“O saneamento - e agora também organização - do processo continua a ser 
um ato processual complexo, como atestam os incisos do art. 357 do Novo 
CPC, cabendo ao juiz, nesse momento procedimental: resolver, se houver, 
as questões processuais pendentes; delimitar as questões de fato sobre as 
quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova 
admitidos; definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 do 
Novo CPC; delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do 
mérito; e, se necessário, designar audiência de instrução e julgamento.” 
(Manual de Direito Processual. 10. ed., Editora Juspodivm, 2018, p.694). 
 
Logo, não há motivos para não decidir sobre a ilegitimidade no despacho 
saneador se estiver a questão pendente, pois como mencionado pelo doutrinador, 
cabe ao juiz resolver as questões processuais pendentes neste momento, o que 
certamente o fez na questão, não sendo possível constatar erro/vicio na afirmativa. 
___________________________________________________________________ 
intimando as partes (Autor e Réu) para que especificassem as provas que 
pretendiam produzir, justificando a pertinência de cada uma delas, sem delimitar 
as questões (7). 
 
HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
Ocorre que, o magistrado deveria delimitar as questões de fato ou de direito, 
conforme art. 357 do CPC: 
 
“Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o 
juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade 
probatória, especificando os meios de prova admitidos; 
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373
8 
 
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do 
mérito;” 
 
Sendo assim, a fase de saneamento tem a finalidade de organizar o processo 
para resolver questões e tomar providencias necessárias para as próximas fases. 
 
Nesse passo, é de todo oportuno trazer à baila o entendimento do preclaro 
mestre que obtempera: 
 
“Essa fixação busca otimizar a instrução probatória, dado que o juiz, sendo o 
destinatário das provas, determina antes do início de sua produção quais 
fatos controvertidos realmente interessam ser provados para a formação de 
seu convencimento.” (Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito 
Processual. 10. ed., Editora Juspodivm, 2018, p.705). 
 
Ora, essa é a forma de afastar o trabalho desnecessário das partes em provar 
fatos que não são controvertidos e outros, que apesar da controvérsia, não interessam 
ao convencimento do juiz. 
 
Logo, o erro está em não delimitar as questões, visto que, irá dificultar a 
produção de provas no processo, além da confrontação ao disposto no art. 357 
supramencionado, assim, há evidentemente erro/vicio na afirmativa. 
___________________________________________________________________ 
O Autor requereu ao Juiz a produção das seguintes provas: a) depoimento 
pessoal do Réu; b) oitiva de testemunhas; c) a realização de inspeção judicial; 
e, d) prova técnica pericial para aferir a altura do som dentro dos cômodos da 
casa do Autor. 
O Réu, por sua vez, não se manifestou no prazo estabelecido pelo Juiz, 
quedando-se, pois, inerte. 
 
 Após tal prazo, uma entidade, representativa de crianças portadoras de 
necessidades especiais, requereu seu ingresso aos autos do processo, com o 
objetivo de auxiliar o Juízo e fornecer melhores elementos de convicção. O Juiz 
prontamente indeferiu o pedido, sob os argumentos de que aquele tipo de 
9 
 
processo não admitia qualquer intervenção e não existia qualquer modalidade 
que possibilitasse um terceiro atuar em auxílio do Juízo (8). 
 
HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
O indeferimento do juiz foi baseado na impossibilidade de qualquer intervenção, 
alegando ainda a inexistência de qualquer modalidade de intervenção para atuar em 
auxílio do juízo. 
 
Pois bem, de acordo com o art. 138 do CPC, a intervenção do amicus curiae é 
possível em qualquer processo, desde que se trate de tema muito específico, 
vejamos: 
 
“Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das 
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação 
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com 
representatividade adequada,no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.” 
 
Nesse raciocínio, o festejado professor Fredie Didier Jr. preleciona, de modo 
esclarecedor, no sentido de que: 
 
“A intervenção do amicus curiae passou a ser possível em qualquer processo, 
desde que se trate de causa relevante, ou com tema muito específico ou que 
tenha repercussão social (art. 138, caput, CPC).” (Curso de Direito 
Processual. 23. ed., Editora Juspodivm, 2021, p.665) 
Nesse sentido, o amicus curiae é um terceiro que, espontaneamente, a pedido 
da parte ou pelo órgão jurisdicional, intervém no processo para fornecer subsídios que 
possam aprimorar a qualidade do decisium. 
 
Destarte, de fato existe sim uma intervenção capaz de auxiliar o juízo como já 
exposto, além de que o caso envolve uma criança com deficiência, e a referida 
entidade possui a capacidade de ampliar a convicção, visto que, trata-se de uma 
especificidade. 
___________________________________________________________________ 
10 
 
Superada a questão supra, o Juiz entendeu que era muito mais fácil e dinâmico 
que o Réu provasse que a atividade por ele exercida não era nociva do que 
propriamente ao Autor, atribuindo, pois, o ônus da prova, com base no art. 373, 
§1º, do CPC (9). 
 
NÃO HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
 O artigo 373, §1º, do CPC, trata da distribuição dinâmica do ônus da prova, 
permitindo ao juiz, de acordo com as circunstâncias do caso decidir sobre a quem 
cabe comprovar determinados fatos. 
 
Nesse contexto, o juiz pode determinar que o réu prove que a atividade por ele 
exercida não é nociva, conforme previsto no art. 273 do CPC: 
 
 “Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do 
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, 
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à 
parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.” 
 
 Essa abordagem é parte do sistema de distribuição dinâmica do ônus da 
prova, que visa buscar uma distribuição mais justa e equitativa, levando em 
consideração as peculiaridades de cada caso. 
Portanto, o entendimento do juiz, conforme descrito, sugere que na perspectiva 
dele, seria mais fácil e dinâmico para o réu provar a ausência de nocividade de sua 
atividade do que para o autor provar o contrário. 
 
 Segundo os ensinamentos Cândido Rangel Dinamarco e Bruno Vasconcelos 
Carrilho Lopes a ideia tradicional de atribuição do ônus da prova pode ser entendida 
como: 
 
11 
 
"O sistema de distribuição dinâmica do ônus da prova confere ao 
magistrado maior flexibilidade para adaptar as regras gerais às 
peculiaridades de cada caso concreto, possibilitando a promoção de uma 
justiça mais efetiva e equitativa." (Teoria Geral do Novo Processo Civil. 2. ed., 
Malheiros Editores, 2016, p.184, grifos nossos). 
___________________________________________________________________ 
O Autor, com o objetivo de imprimir maior efetividade, contratou um famoso e 
reconhecido Instituto de Tecnologia, que, de forma particular, atestou que o som 
advindo da atividade exercida pelo imóvel vizinho superava em muito o limite 
de tolerância imposto pela legislação própria, procedendo a juntada do laudo 
técnico aos autos do processo. Diante do laudo produzido pelo renomado 
Instituto, o Juiz, sem qualquer oportunidade de ouvir o Réu, proferiu sentença 
(10), com a seguinte fundamentação: 
 
“Vistos etc. O documento juntado aos autos as fls. 209/300 
(laudo técnico), confirma toda a tese narrada na inicial. Diante 
disso, e de tudo mais que dos autos consta, julgo procedente o 
pedido formulado pelo Autor para o fim de condenar o Réu a 
realizar o tratamento acústico de seu estabelecimento, no prazo 
de 30 (trinta) dias, sob pena de multa diária de R$1.000,00 (mil 
reais) por dia de descumprimento. Como o Autor decaiu do seu 
pedido – pedido principal era a cessação absoluta de toda a 
atividade comercial no local – cada parte arcará com os 
honorários de seu patrono e as custas a que deu causa. 
Registre-se. Publique-se, Intime-se”. 
 
HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
O caso apresentado envolve uma decisão judicial que, aparentemente, foi 
proferida sem dar ao réu a oportunidade de se manifestar após a apresentação do 
laudo técnico, isso é considerado um vício processual, pois o réu tem o direito 
constitucional ao contraditório e à ampla defesa. 
 
12 
 
O contraditório e a ampla defesa são princípios fundamentais do devido 
processo legal no sistema jurídico brasileiro, eles garantem que todas as partes 
envolvidas em um processo judicial tenham a oportunidade de apresentar 
argumentos, contestar provas e se manifestar sobre as alegações feitas contra elas. 
 
Portanto, o réu poderia questionar essa decisão judicial alegando a falta de 
oportunidade para se manifestar e apresentar sua defesa diante do laudo técnico 
apresentado pelo autor. 
 
O devido processo legal requer que ambas as partes sejam ouvidas antes que 
uma decisão seja tomada, com base estabelece os artigos 9º e 10° do CPC, que 
dispõe: 
 
“Art. 9. não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta 
seja previamente ouvida.” 
 
“Art. 10. o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base 
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes 
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício.” 
 
 Desse modo, a sentença proferida sem a oportunidade do réu se manifestar 
sobre o laudo técnico pode ser considerada nula em razão da violação do contraditório 
e da ampla defesa, pois o réu deveria ter tido a chance de contestar ou impugnar as 
conclusões do laudo antes da decisão final do juiz. 
 
 Segundo o renomado jurista Fredie Didier Jr: 
 
"O contraditório e a ampla defesa são verdadeiros escudos do jurisdicionado, 
permitindo-lhe não apenas a possibilidade de reação, mas também o controle 
do processo e a participação ativa na construção da decisão judicial." (Curso 
de Direito Processual. 23. ed., Editora Juspodivm, 2021, p.104). 
 
13 
 
 Com isso, percebe-se a importância do contraditório e da ampla defesa 
no processo civil brasileiro, ressaltando que esses princípios são essenciais para a 
construção de uma decisão justa e equitativa. 
___________________________________________________________________ 
Inconformado com a R. Sentença proferida, o Réu interpôs competente recurso 
de apelação no 14º dia útil subsequente à intimação da R. Sentença e sem 
recolher o preparo devido, sendo certo que o relator, diante da falta de 
recolhimento do preparo, fez o juízo de admissibilidade negativo julgando 
deserto a apelação em decisão monocrática (11). 
 
HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
No caso descrito, o vício apontado é a falta de recolhimento do preparo pela 
ora apelante, o que resultou no juízo de admissibilidade negativo e na declaração de 
deserção da apelação. 
 
O juízo de admissibilidade negativo, ocorre quando a parte não cumpre com os 
requisitos necessários para a interposição do recurso, e um desses requisitos muitas 
vezes é o recolhimento do preparo. 
 
O preparo é a soma das despesas processuais que a parte deve antecipar para 
que seu recurso seja processado, caso a parte não efetua o devido recolhimento, o 
recurso pode ser considerado deserto, ou seja, não admitido por falta de cumprimento 
de requisitos formais. 
 
Desse modo, o art. 1.007 do CPC, estabelece as regras sobre o preparo do 
recurso, e a ausência desse pagamento pode levar à deserção do recurso, vejamos: 
 
“Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, 
quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive 
porte de remessa ede retorno, sob pena de deserção. 
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito 
Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos 
que gozam de isenção legal. 
14 
 
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de 
retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu 
advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no 
processo em autos eletrônicos. 
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, 
o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será 
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em 
dobro, sob pena de deserção. 
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma 
do § 4º. 
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de 
deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para 
efetuar o preparo. 
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a 
aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida 
quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 
(cinco) dias.” (grifos nossos) 
 
Portanto, no contexto apresentado pela afirmativa, a falta de recolhimento do 
preparo é um vício que pode justificar o juízo de admissibilidade negativo, porém, o 
relator deveria ter oportunizado o recorrente a recolher o preparo devido, sob 
pena de deserdação, mas o apelante não teve qualquer oportunidade de sanar o 
vício, assim, o relator infringiu o art. 1.007, §4º do CPC, eis o erro/vicio da questão. 
___________________________________________________________________ 
Face a decisão o apelante interpôs novo recurso para destrancar a apelação 
(12). 
NÃO HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
Nesta situação da questão pode ser interposto novo recurso para destrancar a 
apelação, sendo cabível o agravo interno para tal finalidade, visto que, visa impugnar 
as decisões monocráticas proferidas pelo relator. 
Segundo Humberto Dalla Bernardina de Pinho: 
“É a segunda modalidade de agravo previsto no CPC e serve para atacar 
decisões monocráticas do relator, fazendo com que, caso este não exerça o 
15 
 
juízo de retratação em relação ao que decidiu, submeta a questão ao 
colegiado.” (Manual de Direito Processual Civil Contemporâneo. 2. ed., 
Saraiva, 2020, p.1.528). 
Ou seja, o recurso nada mais é que a reanálise da decisão tomada de maneira 
monocrática por um relator por um grupo. 
Tal recurso está estabelecido no art. 1.021 do CPC: 
“Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para 
o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as 
regras do regimento interno do tribunal.” 
Nesse contexto, urge trazer à baila o entendimento jurisprudencial do Tribunal 
Regional da 6ª Região: 
“AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR QUE 
INDEFERIU O PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CABIMENTO. 1. O 
agravo interno ou agravo regimental é o recurso apropriado para atacar 
decisões monocráticas proferidas pelo relator, conforme dispõe o art. 
1.021 do CPC. 2. Em virtude da disposição expressa do art. 1.021 do CPC, 
o cabimento do agravo interno é amplo, não ficando restrito às hipóteses de 
cabimento do regimento interno do tribunal, que são meramente 
exemplificativas. Por isso, proferida decisão do relator indeferindo o pedido 
de concessão dos benefícios da justiça gratuita realizado em sede de recurso 
ordinário (art. 99, § 7º, do CPC), é cabível o agravo interno para ampliação 
do debate, levando a questão ao colegiado. Precedente desta Turma. 
JUSTIÇA GRATUITA. PROVA CABAL. SÚMULA 463 DO TST. 3. O 
deferimento do beneplácito em favor de pessoa jurídica depende de prova 
inconteste da insuficiência econômica. Fotografias que indicam a existência 
de máquinas inutilizadas e comprovantes de dívidas são insuficientes para 
demonstrar cabalmente que a pessoa jurídica não pode arcar com as 
despesas processuais, de sorte que merece ser mantida a decisão 
monocrática que indeferiu o pedido de gratuidade. Agravo interno conhecido 
e não provido.” (Processo: AgRT - 0001239-10.2020.5.06.0143, Redator: 
Fabio Andre de Farias, Data de julgamento: 06/10/2021, Segunda Turma, 
Data da assinatura: 06/10/2021)(TRT-6 - AGR: 00012391020205060143, 
Data de Julgamento: 06/10/2021, Segunda Turma, Data de Publicação: 
06/10/2021) Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-
6/1298907125 (grifos nossos) 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-6/1298907125
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/trt-6/1298907125
16 
 
O julgado supramencionado assemelha-se ao caso em comento, no tocante ao 
cabimento de agravo interno para atacar a decisão monocrática proferida pelo relator. 
___________________________________________________________________
Resolvida a questão relativa ao processamento do recurso, a parte em pesquisa 
junto às redes sociais, descobriu que o relator Desembargador Breno Lopes é 
irmão do Apelado, João Inácio (13). 
HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
Em análise da afirmativa, depreende-se, sem muitos esforços, a existência de 
erro/vicio na afirmativa, visto que, o desembargador relator é impedido para atuar na 
demanda. 
A respeito do impedimento faz-se necessário a citação do ilustre doutrinador 
Fredie Didier Jr: 
“É da essência da atividade jurisdicional ser ela exercida por quem seja 
estranho ao conflito (terceiro, aspecto objetivo) e desinteressado dela 
(imparcial, aspecto subjetivo). Note que alguém pode ser terceiro em relação 
ao conflito, mas não desinteressado (um filho é terceiro em um conflito do pai 
com outra pessoa, mas não é desinteressado). O órgão julgador tem de ser 
terceiro e desinteressado.” (Curso de Direito Processual Civil. 23. ed., Editora 
Juspodivm, 2021, v. 1, p.207). 
Diante dos ensinamentos do referido doutrinador, depreende-se que a 
imparcialidade do julgador é requisito processual de validade. 
Nesse viés, o art. 144 do CPC, lista as hipóteses de impedimento: 
“Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções 
no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou 
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
17 
 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, 
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação 
de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado 
de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor 
público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o 
processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato supervenientea fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de 
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus 
quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, 
mesmo que não intervenha diretamente no processo.” 
No caso em exame, o desembargador relator é irmão do apelado, 
enquadrando-se na hipótese do inciso IV, do artigo supracitado. 
18 
 
Diante do exposto na afirmativa, deve ser arguido incidente de impedimento, 
tendo em vista ser a forma estabelecida pela lei para afastar o desembargador da 
causa, por lhe faltar imparcialidade. 
Logo, caso desembargador impedido julgue a apelação, ensejará à nulidade do 
julgamento, conforme o entendimento do TJMT: 
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – NULIDADE DO JULGAMENTO – 
PARTICIPAÇÃO DE DESEMBARGADOR IMPEDIDO – DECISÃO 
COLEGIADA NULA - RECURSO PROVIDO. De acordo com o disposto no 
artigo 144, inciso IV, do CPC, há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado 
exercer suas funções no processo quando for parte no processo ele próprio, 
seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. Na hipótese, é nulo o acórdão 
objeto da embargabilidade, eis que o Desembargador Sebastião de Moraes 
Filho, embora impedido, por equívoco participou do julgamento.” (TJ-MT - 
EMBDECCV: 10008237620208110000 MT, Relator: CLARICE CLAUDINO 
DA SILVA, Data de Julgamento: 22/07/202 Segunda Câmara de Direito 
Privado, Data de Publicação: 29/07/2020) Disponível em: 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-mt/886587743 
___________________________________________________________________
Por ocasião do julgamento, a Câmara Julgadora, sem qualquer consulta às 
partes por se tratar de matéria de ordem pública, extinguiu o procedimento, sem 
resolução do mérito, por entender que a ação deveria ser ajuizada em face da 
pessoa jurídica e não em face do seu sócio majoritário, tendo tal decisão sido 
tomada por maioria de votos (2 x 1), encerrando-se aí o julgamento. 
Diante da extinção, o Autor foi condenado ao pagamento de honorários de 
sucumbência no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa 
atualizado, cujo valor atribuído foi de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). 
 
Diante da falta de outros recursos das partes a decisão transitou em julgado. 
 
Iniciada a fase de cumprimento da sentença para recebimento dos valores 
oriundos da condenação, que, por opção do Exequente (Rogério Casmurro), foi 
iniciada em São Sebastião (14), o Juiz daquela Comarca determinou que o 
https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-mt/886587743
19 
 
Executado (João Inácio) pagasse a quantia devida no prazo de 15 dias úteis e 
que a sua intimação se desse na pessoa do seu advogado. 
 
NÃO HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
Neste caso, após detalhada observação, constata-se que o exequente está 
correto, não existindo erro/vicio. 
Á luz do CPC, em especial o art. 516, parágrafo único, estabelece que o 
exequente pode efetuar o cumprimento de sentença no juízo que decidiu a causa no 
primeiro grau de jurisdição: 
“Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I - Os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - O juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal 
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão 
proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar 
pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se 
encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser 
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa 
dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.” 
Nessa senda, percebe-se que o exequente atendeu o dispositivo legal, assim, 
requereu o cumprimento de sentença no juízo que decidiu a causa, ou seja, São 
Sebastião-SP. 
Cumpre asseverar, que conforme demonstrado na questão 01, o juízo 
competente para julgar a demanda seria São Sebastião-SP, razão pela qual 
depreende-se que os autos foram remetidos para o referido juízo e nele fora proferido 
sentença. 
A respeito da competência do cumprimento de sentença ensina o ilustre 
Humberto Theodoro Júnior: 
“Enquanto a competência funcional se caracteriza pela improrrogabilidade, a 
territorial é relativa, podendo ser modificada pelas partes, expressa ou 
20 
 
tacitamente. Essa regra é parcialmente quebrada na hipótese do parágrafo 
único do art. 516, onde se estabelece a opção para o credor processar o 
cumprimento da sentença excepcionalmente perante juízo diverso daquele 
em que o título executivo judicial se formou.” (Curso de Direito Processual 
Civil. 51. ed., Editora Juspodivm, 2021, v. 3, p.150). 
Logo, é fixado pela doutrina e pela legislação, que caso o exequente deseje 
poderia ter solicitado o cumprimento de sentença em juízo diverso do que resolveu a 
lide, mas não é o caso da questão, pois o cumprimento de sentença fora requisitado 
em juízo da formação do título executivo judicial. 
___________________________________________________________________
Transcorrido mais de 6 (seis) meses, sem que o Executado, João Inácio, 
pagasse a quantia, o que fez com que o Exequente pedisse o bloqueio de ativos 
financeiros, o que restou parcialmente frutífero com a penhora de 40% do 
faturamento da empresa do executado (15). 
HÁ VÍCIO/ERRO NA QUESTÃO 
Ab initio, é importante destacar que a afirmativa não especifica o tipo da 
empresa do executado, ou seja, se ela é de responsabilidade limitada ou não. 
 
Partindo da premissa que a empresa possua responsabilidade limitada, não 
será possível a realização de qualquer ato expropriatório voltado para o patrimônio da 
pessoa jurídica, tendo em vista que a existência da personalidade jurídica, assim, para 
atingir esse patrimônio que não se confunde com o do sócio, deverá ser instaurado 
incidente de desconsideração da personalidade, vejamos a literalidade do art. 133 do 
CPC: 
 
“Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será 
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir no processo. 
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os 
pressupostos previstos em lei.” 
 
21 
 
O incidente poderia ter sido proposto em momento anterior ao da fase de 
cumprimento de sentença, tendo em vista a possibilidade de cabimento na fase de 
conhecimento, nos termos do art. 134 do CPC. 
 
A complementar o entendimento da propositura do incidente em momento 
anterior, se faz necessário o notório do conhecimento dos juristas Gilberto Gomes 
Brushi, Rita Dias Nolasco e Rodolfo da Costa Manso Real Amadeo: 
 
"O caput do art. 134 do CPC/2015 torna clara a amplitude de cabimento do 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, prevendo-o tanto 
para a fase de conhecimento, quanto para a fase de cumprimento de 
sentença, bem como para o processo de execução fundada em título 
executivo extrajudicial”. 
(BRUSHI, Gilberto Gomes; NOLASCO, Rita Dias; AMADEO, Rodolfo da Costa Manso 
Real. Fraudes patrimoniais e a Desconsideração da Personalidade Jurídica no 
Código de Processo Civil de 2015. 1. ed. em e-book baseada na 1. edição impressa, 
São Paulo, Revista dos Tribunais, 2016, ISBN 978-85-203-6066-8. Disponível em: 
<https://proview.thomsonreuters.com>. Acesso em: 23/9/2016). 
 
Portanto, na ocasião do executado ser sócio de empresa com 
responsabilidade limitada, o valor bloqueado não poderá ser convertido em 
penhora. 
 
Sob outro prisma, em caso de a empresa do executado não possuir 
responsabilidade limitada, é possível a penhora do faturamento obtido pelo 
empresário devedor, nos termos da hipótese listada no art. 835 do CPC. 
 
No entanto,para que ocorra a penhora deve ser verificado previamente a 
existência de outros bens penhoráveis, em caso de existência, se for de valor ínfimo 
ou inferior ao crédito executado, o juiz poderá penhorar o percentual da empresa, 
conforme dispõe o art. 866 do CPC: 
 
“Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, 
esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito 
executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento de 
empresa. 
https://proview.thomsonreuters.com/
22 
 
§ 1º O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo 
em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade 
empresarial. 
§ 2º O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à aprovação 
judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entregando 
em juízo as quantias recebidas, com os respectivos balancetes mensais, a 
fim de serem imputadas no pagamento da dívida. 
§ 3º Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-á, 
no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora de frutos e 
rendimentos de coisa móvel e imóvel.” 
 
Nesse sentido, ocorrendo o previsto no caput do referido artigo, deverá o juiz 
fixar um percentual que não inviabilize o exercício da atividade empresarial. 
 
No tocante à penhorabilidade do faturamento da empresa, é de suma 
observância o julgado do TJDF: 
 
“2. Extrai-se do artigo 866 do Código de Processo Civil que a medida 
expropriatória de percentual de faturamento de pessoa jurídica deve ser 
implementada quando não existirem outros bens a serem penhorados ou 
estes serem de difícil alienação ou insuficientes, sendo necessário, portanto, 
o esgotamento de outros meios aptos a localização desses bens, o que não 
ocorreu no caso. 3. A jurisprudência do c. Superior Tribunal de Justiça 
ressalta o caráter excepcional da penhora sobre o faturamento de empresa, 
sendo necessária a presença cumulativa de três requisitos, quais sejam: a 
inexistência de bens passíveis de garantir a execução ou de difícil alienação; 
a nomeação de administrador-depositário (§2º art. 866 do CPC) e a fixação 
de percentual que não inviabilize a atividade empresarial. 4. A penhora, nos 
termos do artigo 835 do CPC, deve observar a ordem legal, sendo o 
percentual sobre o faturamento de empresa devedora uma das últimas 
formas de penhora a serem admitidas.” Acórdão 1310026, 
07381330620208070000, Relator: CESAR LOYOLA, Segunda Turma Cível, 
data de julgamento: 09/12/2020, publicado no DJE: 17/01/2021. Disponível 
em: https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-
web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresent
acao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.
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23 
 
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10026 
 
No caso em exame, não é possível verificar requisitos estabelecidos pela 
jurisprudência e legislação aplicável que são (I) inexistência de bens passíveis de 
penhora, pois não fora informado nenhuma pesquisa de patrimônio anterior, (II) 
nomeação de administrador-depositário, não constato nenhuma nomeação na 
afirmativa, (III) o percentual fixado de maneira que não inviabilize a atividade 
empresarial, não foi justificado na assertiva que o referido percentual de 40% iria 
inviabilizar ou não as atividades promovidas pelo empresário. 
 
Em razão disso, pela hipótese de a empresa não possuir responsabilidade 
limitada, a legislação aplicável ao caso em consonância com a jurisprudência, não 
permite a penhora do faturamento da empresa com as informações expostas pela 
questão. 
___________________________________________________________________ 
Inconformado com o bloqueio e objetivando resolver a questão, o executado 
depositou 30% do valor devido acrescido de custas e honorários e requereu que 
o restante do débito fosse pago em 6 parcelas mensaiscorrigidas 
monetariamente e acrescidas de juros (16) 
 
HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO 
 
A afirmativa faz referência a possibilidade de parcelamento do débito pelo 
executado, porém, a solicitação de parcelamento deve ser feita no prazo para 
apresentar embargos à execução, nos termos do art. 916 do CPC, verbis: 
 
“Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e 
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido 
de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe 
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24 
 
seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas 
de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. 
§ 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento 
dos pressupostos do caput , e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) 
dias. 
§ 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar 
as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. 
§ 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão 
suspensos os atos executivos. 
§ 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o 
depósito, que será convertido em penhora. 
§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará 
cumulativamente: 
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do 
processo, com o imediato reinício dos atos executivos; 
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das 
prestações não pagas. 
§ 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao 
direito de opor embargos 
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.” 
 
Além de não ter sido feita no prazo estabelecido pela legislação, conforme 
exposto no §7º do referido artigo, tal parcelamento da dívida não pode ser realizado 
no procedimento do cumprimento de sentença, ou seja, é apenas permitido em sede 
de execução fundada em título extrajudicial. 
 
A propósito decidiu o Superior Tribunal de Justiça: 
 
“RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA. PEDIDO 
DA PARTE EXECUTADA DE PARCELAMENTO DO DÉBITO. VEDAÇÃO 
EXPRESSA CONTIDA NO ART. 916, § 7º, DO CPC/2015. MITIGAÇÃO. 
IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE. NÃO 
INCIDÊNCIA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. O 
propósito recursal consiste em definir se a vedação constante do art. 916, § 
7º, do CPC/2015 – que obsta a aplicação da regra de parcelamento do crédito 
exequendo ao cumprimento de sentença – pode ser mitigada, à luz do 
princípio da menor onerosidade da execução para o devedor. 2. A 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, formada à luz do diploma 
25 
 
processual revogado, admitia a realização, no cumprimento de sentença, do 
parcelamento do valor da execução pelo devedor previsto apenas para a 
execução de título executivo extrajudicial (art. 745-A do CPC/1973), em 
virtude da incidência das regras desta espécie executiva subsidiariamente 
àquela, conforme dispunha o art. 475-R do CPC/1973. Precedentes. 3. Com 
a entrada em vigor do CPC/2015, todavia, fica superado esse entendimento, 
dada a inovação legislativa, vedando expressamente o parcelamento do 
débito na execução de título judicial (art. 916, § 7º), com a ressalva de que 
credor e devedor podem transacionar em sentido diverso da lei, tendo em 
vista se tratar de direito patrimonial disponível. 4. O princípio da menor 
onerosidade, a seu turno, constitui exceção à regra – de que o processo 
executivo visa, precipuamente, a satisfação do crédito, devendo ser 
promovido no interesse do credor – e a sua aplicação pressupõe a 
possibilidade de processamento da execução por vários meios igualmente 
eficazes (art. 805 do CPC/2015/2015), evitando-se, por conseguinte, conduta 
abusiva por parte do credor. 5. Saliente-se, nesse contexto, que a admissão 
do parcelamento do débito exequendo traria como consequências, por 
exemplo, a não incidência da multa e dos honorários decorrentes do não 
pagamento voluntário pelo executado no prazo de 15 (quinze) dias, nos 
termos do previsto no art. 523, § 1º, do CPC/2015, e a imposição ao credor 
de maior demora no recebimento do seu crédito, depois de já suportada toda 
a delonga decorrenteda fase de conhecimento. É evidente, desse modo, a 
inexistência de meios igualmente eficazes, a impossibilitar a incidência do 
princípio da menor onerosidade. 6. Portanto, nos termos da vedação contida 
no art. 916, § 7º, do CPC/2015, inexiste direito subjetivo do executado ao 
parcelamento da obrigação de pagar quantia certa, em fase de cumprimento 
de sentença, não cabendo nem mesmo ao juiz a sua concessão 
unilateralmente, ainda que em caráter excepcional. 7. Recurso especial 
conhecido e desprovido.” (REsp nº 1.891.577 – MG (2019/0140061-6, relator 
Ministro Marco Aurélio Belizze, Terceira Turma, julgado em: 24/05/2022, Dje 
de 14/06/2022.) Disponível em: 
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?component
e=ITA&sequencial=2173801&num_registro=201901400616&data=2022061
4&formato=PDF 
 
O Colendo Superior Tribunal de Justiça, vêm decidindo que o executado não 
possui direito ao parcelamento do débito em momento de cumprimento de sentença, 
porém, nada impede a composição amigável das partes no tocante ao parcelamento. 
 
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=2173801&num_registro=201901400616&data=20220614&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=2173801&num_registro=201901400616&data=20220614&formato=PDF
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=2173801&num_registro=201901400616&data=20220614&formato=PDF
26 
 
Assim, pelas razões expostas é evidente o erro/vicio na afirmativa. 
___________________________________________________________________ 
O juiz indeferiu o pedido de parcelamento e em pesquisa realizada nos 
convênios existentes (RENANJUD, INFOJUD etc.), verificou-se que o Executado 
tinha apenas a propriedade do imóvel da praia de Maresias constando da 
matrícula desse imóvel, o registro como bem de família voluntario (17). 
 
NÃO HÁ VICIO/ERRO NA QUESTÃO. 
 
Uma vez que não foi efetivada penhora sobre o bem, ora a mera pesquisa 
patrimonial pelos convênios (RENAJUD e INFOJUD) por si só não constitui penhora, 
depreende-se que na afirmativa em nada comenta a efetivação de penhora sobre o 
imóvel na praia de maresias. 
 
Sob outro prisma, seria evidente o erro/vicio, na hipótese de na constatação da 
propriedade do imóvel na praia de maresias fosse efetivada penhora sobre bem, 
mesmo diante da instituição voluntaria como bem de família. 
 
A propósito do bem de família, nas precisas palavras de Cristiano Chaves de 
Farias e Nelson Rosenvald: 
 
“protege-se o bem que abriga a família com o escopo de garantir a sua 
sobrevivência digna, reconhecida a necessidade de um mínimo existencial 
de patrimônio, para a realização da justiça social” (Curso de Direito Civil. 5. 
ed., Salvador: Editora Juspodivm, 2013, v. 6, p.939). 
 
Nesse sentido, o casal, entidade familiar ou até mesmo terceiro, podem 
resolver instituir parte de seu patrimônio mediante registro no Cartório de Registro de 
Imóveis, conforme dispõe o art. 1.711: 
 
“Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura 
pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de 
família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao 
tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel 
residencial estabelecida em lei especial. 
27 
 
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por 
testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa 
de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.” 
 
Cumpre salientar, que os instituidores deverão atentar-se para a possibilidade 
de que o patrimônio instituído não ultrapassar o limite de um terço do patrimônio 
líquido, sendo a referida regra uma proteção legislativa contra fraude contra credores. 
 
In casu, não é possível observar se os instituidores do imóvel localizado na 
praia de maresias observaram o limite do patrimônio líquido, pois a afirmativa carece 
de informações para ser analisado esse quesito. 
 
Logo, a penhora do imóvel na praia de maresias se caso fosse efetivada, iria 
confrontar diretamente o disposto no art. 1.715 do Código Civil, vejamos: 
 
“Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à 
sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de 
despesas de condomínio. 
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas neste artigo, o 
saldo existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em 
títulos da dívida pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes 
aconselharem outra solução, a critério do juiz.” 
 
No caso sub oculi, a dívida não é oriunda de tributos relativo ao imóvel, muito 
menos despesas condominiais. 
 
Destarte, verifica-se que conforme o exposto, é evidente não haver erro/vicio. 
___________________________________________________________________ 
Descobriu-se ainda que o imóvel de Belo Horizonte foi alienado a terceiros no 
curso do cumprimento (18). 
NÃO HÁ ERRO/VICIO NA QUESTÃO 
A afirmativa carece de informações para ser reconhecida a fraude à execução. 
As hipóteses de fraude a execução são estabelecidas pelo art. 792 do CPC: 
28 
 
“Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à 
execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão 
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no 
respectivo registro público, se houver; 
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo 
de execução, na forma do art. 828 ; 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou 
outro ato de constrição judicial originário do processo em que foi arguida a 
fraude; 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o 
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; 
V - nos demais casos expressos em lei. 
Logo, apesar de que o imóvel fora alienado no curso do feito executório, a 
afirmativa em questão não forneceu muitas informações sobre o ocorrido, razão pela 
qual não se vislumbra nenhuma hipótese do artigo supracitado no caso em questão. 
A propósito, o Colendo Superior Tribunal de Justiça editou súmula que deve 
ser observado para constatação de fraude a execução, eis o entendimento: 
“Súmula 375 do STJ - O reconhecimento da fraude à execução depende do 
registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente.” 
Assim, diante do entendimento exposto, não pode ser reconhecida a fraude à 
execução antes de ser constatada a presença do registro da penhora, razão pela qual 
não há como entender que a afirmativa existe algum erro/vicio, pois inexiste 
informação sobre o requisito. 
Além disso, é mister salientar, sobre a demasiada importância no que concerne 
a verificação da má-fé do comprador. 
No mesmo sentido decide o TJDF consoante se comprova da emanta abaixo 
transcrita: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art828
29 
 
“CIVIL E PROCESSO CIVIL. DUPLA APELAÇÃO. EMBARGOS DE 
TERCEIROS. PENHORA. AQUISIÇÃO DE IMÓVEL. REGISTRO DA 
CONSTRIÇÃO NA MATRÍCULA. INEXISTENTE. EXECUÇÃO EM CURSO 
AO TEMPO DA AQUISIÇÃO. SOLVÊNCIA DO ALIENANTE. 
DEMONSTRADA. MÁ-FÉ DO EMBARGANTE. AFASTADA. 
DESCONSTITUIÇÃO DA RESTRIÇÃO. POSSIBILIDADE. ÔNUS DA 
SUCUMBÊNCIA. RESPONSABILIDADE DO EMBARGADO. RECURSO DO 
EMBARGANTE PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO DO EMBARGADO 
NÃO PROVIDO. 1. Trata-se de apelações interpostas por ambas as partes 
contra sentença que, nos autos dos embargos de terceiros, julgou procedente 
o pedido para desconstituir a penhora incidente sobre o imóvel. 1.1. O 
embargante, em seu apelo, pede a reforma do julgado para que o embargado 
seja responsabilizado pelo pagamento dos ônus da sucumbência,bem como 
para que a verba honorária seja fixada com base no valor da causa. 1.2. O 
embargado, de sua vez, defende a regularidade e manutenção da penhora 
ao argumento de que o embargante teve conhecimento da existência de 
execução em curso na ocasião da aquisição do imóvel, conforme informação 
presente na escritura de compra e venda. 2. Segundo o Art. 792, II e IV, do 
CPC, a alienação do bem será ineficaz e considerada fraude à execução 
se, ao tempo da aquisição, tiver sido averbado, no registro do bem, 
eventual constrição ou mesmo se tramitava contra o devedor ação 
capaz de reduzi-lo à insolvência. 2.2. No mesmo sentido é a súmula 375 
do STJ: "O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente". 3. No 
caso dos autos, não havendo impedimento gravado na matrícula do 
imóvel, a alegação de fraude à execução deduzida pelo apelante está 
centrada no argumento de que, ao tempo da alienação, os embargantes 
?tinham total conhecimento da existência de execução de título 
extrajudicial em desfavor dos alienantes?. 3.1. Todavia, em que pese a 
alegação do apelante, convém ressaltar que a existência de ação judicial 
em curso, ao tempo da alienação, capaz de configurar fraude à execução 
é aquela que conduz o devedor a insolvência, o que não se verifica na 
hipótese dos autos, uma vez que o devedor possuiu bens suficientes 
para fazer frente ao pagamento do débito executado, o que afasta 
eventual alegação de má-fé do embargante adquirente. 4. Desta feita, 
considerando que os embargantes adquiriram o imóvel objeto dos autos sem 
que houvesse registro de gravame na matrícula do bem, acrescido de que a 
execução em curso, ao tempo da aquisição, não seria capaz de levar o 
devedor a insolvência, correta a sentença ao determinar a liberação da 
penhora. 5. Dos honorários de sucumbência - responsabilidade do 
30 
 
embargado. 5.1. O STJ firmou entendimento no sentido de que, acolhido o 
pedido formulado em embargos de terceiros para desconstituir a constrição 
judicial, os honorários advocatícios serão de responsabilidade da parte 
embargada que, ciente da transmissão do bem, apresentar ou insistir na 
impugnação ou recurso para manter a penhora sobre o bem cujo domínio foi 
transferido para terceiro (Tema 872 - REsp 1452840/SP). 5.2. Na hipótese 
dos autos, mesmo ciente de que o imóvel já estava registrado em nome do 
embargante no cartório de registro de imóveis, o embargado continuou 
oferecendo resistência injustificada ao feito sem lograr êxito em comprovar 
motivo para manutenção da constrição desconstituída pela sentença 
recorrida. 5.3. Considerando que a presente demanda teve por pressuposto 
exclusivo a desconstituição da penhora, inexiste equívoco na decisão que 
fixou a verba sucumbencial com base no Art. 85, § 8º, do CPC. 6. Apelo do 
embargado improvido. 6.1. Apelo do embargante parcialmente provido.” 
(grifos nossos) Disponível em: 
https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-
web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.V
isaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada
.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoele
tronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=
resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&histo
ricoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=
BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostra
rPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDoc
umento=1406725 
Também é o entendimento do preclaro mestre Humberto Theodoro Júnior: 
“a fraude de execução não depende, necessariamente, do estado de 
insolvência do devedor e só ocorre no curso de ação judicial contra o 
alienante; é causa de ineficácia da alienação, nos termos do Código de 
Processo Civil atual (arts. 790 e 792); opera independentemente de ação 
anulatória ou declaratória. Pressupõe alienação voluntária praticada pelo 
devedor, de sorte que não se pode ver fraude à execução nas transferências 
forçadas realizadas em juízo.” (Curso de Direito Processual Civil - Vol. 3 . 
Disponível em: Minha Biblioteca, (54ª edição). Grupo GEN, 2020) 
Desse modo, repise-se, que diante das informações mencionadas na 
afirmativa, não há como ser reconhecida fraude à execução, pois não a presença dos 
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requisitos necessários para o reconhecimento, de acordo com a legislação, 
jurisprudência e doutrina. 
___________________________________________________________________
Após várias tentativas de localização de bens à penhora, sendo todas elas 
infrutíferas, o juiz determinou a suspensão do comprimento e o arquivamento 
dos autos e, transcorrido o prazo previsto em lei, após oitivas das partes, 
reconheceu a prescrição e decretou a extinção do cumprimento (19). 
NÃO HÁ VÍCIO/ERRO NA QUESTÃO 
Conforme o exposto, foram realizadas diversas tentativas de localização de 
bens à penhora, mas não foram localizados. 
 
Desse modo, incide o disposto do art. 921 do CPC, in verbis: 
 
“Art. 921. Suspende-se a execução: 
I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315 , no que couber; 
II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os 
embargos à execução; 
III - quando não for localizado o executado ou bens penhoráveis; 
IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes 
e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar 
outros bens penhoráveis; 
V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916 .” 
 
Logo, o caso sub oculi, enquadra-se na hipótese do inciso III, assim, agindo o 
magistrado dentro do esperado. 
 
Cumpre mencionar, que a referida suspensão se dará no prazo máximo de 1 
(um) ano, suspendendo também a prescrição intercorrente do feito executório, 
consoante § 1º do artigo supramencionado. 
 
Assim, como o informado na assertiva, o prazo da prescrição intercorrente foi 
atingido, em razão disso o magistrado prosseguiu com a oitiva das partes, após 
reconheceu a prescrição no caso. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art313
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art916
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A necessidade do contraditório é essencial para ser proclamada a prescrição 
no curso do processo na visão do conceituado Alexandre Freitas Câmara: 
 
“A prescrição intercorrente pode ser proclamada ex officio, mas se faz 
necessário, em atendimento à exigência constitucional de contraditório prévio 
e efetivo, que o juiz, antes de reconhecê-la, ouça as partes no prazo de quinze 
dias (art. 921, §5º). Proclamada a prescrição intercorrente, será extinto o 
procedimento executivo.” (O Novo Processo Civil Brasileiro – 5. ed. – São 
Paulo: Atlas, 2019, p. 415) 
 
Portanto, a luz do notável do doutrinador e da legislação pertinente, não há na 
afirmativa erro/vicio na questão. 
___________________________________________________________________ 
Após todos esses acontecimentos, Joao Inácio, em reunião com seu advogado, 
questiona a ele se há possibilidade de ajuizar nova demanda judicial, inclusive 
com o manejo de medida de urgência (20), tendo em vista que os problemas 
persistem continuando o barulho e o incômodo pelo imóvel vizinho. 
NÃO HÁ VÍCIO/ERRO NA QUESTÃO 
Caso os problemas persistam, João Inácio pode considerar a possibilidade de 
ajuizar uma nova ação, tendo em vista que a decisão de 2º grau que transitou em 
julgado não resolveu o mérito da demanda. 
Conforme preceitua o art. 486 do CPC: 
“Art. 486, CPC. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não 
obsta a que a parte proponha de novo a ação. 
§1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos 
dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação 
depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do 
mérito. 
§2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do 
pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado”.” 
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Assim, desde que o autor realize correção da ilegitimidade passiva, além da 
comprovação do pagamento das custas e dos honorários do processo anterior poderá 
sem nenhum problema ajuizar nova ação. 
Esse também é o entendimento do brilhante doutrinador Humberto Dalla 
Bernardina de Pinho: 
“A análise do mérito é feita por sentença de natureza terminativa, 
possibilitando ao autor o ingresso com uma nova ação, ou melhor, que ele 
proponha a demanda mais uma vez com os mesmos pedidos, causa de pedir 
e partes, sanado o vício que gerou tal decisão e desde que se comprove que 
foram pagos as custas e os honorários do advogado (art. 486).” (O Novo 
Processo Civil Brasileiro – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p. 799) 
Destarte, não existe erro/vicio, conforme as razões supramencionadas.

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