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CFP Modulo III - Planejamento de Aposentadoria

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1. Princípios da Aposentadoria 3
2. Objetivos da Aposentadoria 11
3. Análise e Projeções de Necessidades na Aposentadoria 19
4. Projeções e Estratégias de Renda na Aposentadoria 24
5. Produtos de Previdência Complementar 39
CONTEÚDO
MÓDULO IV
MÓDULO III
1 PRINCÍPIOS DA APOSENTADORIA
Previdentia é um vocábulo de origem latina e significa “previsão” ou “prevenção”. Na nossa língua 
esse vocábulo é “previdência” e, segundo o dicionário Michaelis On-Line, significa “a qualidade 
do que é previdente”, “a faculdade de prever o futuro; antividência”. Assim, para efeitos desta 
disciplina, devemos nos precaver para uma fase da vida na qual não poderemos contar com a 
nossa força de trabalho para sobreviver, a fase da aposentadoria. 
A fase da aposentadoria pode representar em muitos casos um terço do tempo de vida de uma 
pessoa. Atualmente é razoável inferir que a idade para se aposentar é de 65 anos e, segundo a 
estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísca (IBGE), a esperança de sobrevida é de 
mais 20 anos, ou seja, espera-se que a pessoa viva até os 85 anos. O IBGE estimou que em 2021 
mais de 2,1 milhões de pessoas (aproximadamente 1% da população) viverão além dos 85 anos. 
Assim, sendo previdente, não seria incorreto utilizar uma esperança de sobrevida de 35 anos, ou 
seja, supor que a pessoa complete 100 anos. 
80
81
82
83
84
85
86
87
Esperança de sobrevida após completar 65 anos
Fonte: IBGE, adaptado pelo autor.
Nos tópicos abaixo discutiremos com mais detalhes o planejamento desse período muito longo na 
vida de uma pessoa, na vida do seu cliente.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 4
1.1 A necessdade e a importância do planejamento precoce e consistente 
para a aposentadoria
É importante saber que o planejamento financeiro pessoal engloba as atividades de controle 
do fluxo de caixa (receitas e despesas); gestão de seguros (residência, saúde, veículo e invalidez 
entre outros); planejamento tributário; planejamento da aposentadoria; sucessão familiar; e 
investimento. Assim, é importante que você conheça muito bem as necessidades e os desejos 
de seu cliente para entregar um plano financeiro adequado. Para isso, é muito importante 
compreender o ciclo de vida pessoal e o ciclo de vida do trabalho: 
Fonte: Elaborado pelo autor
Em linhas gerais, até os nossos 20 anos o sustento depende basicamente da família. O ciclo do 
trabalho vai dos 20 aos 65 anos e a partir dos 65 anos precisamos ter recursos próprios suficientes 
para bancar o período de aposentadoria.
Conversar com seu cliente sobre esse ciclo é muito importante. Para um planejador financeiro 
experiente, a figura acima parece ser muito básica, mas para quem tem pouco conhecimento em 
finanças, impressiona. É natural e salutar que o cliente busque fazer o melhor em sua profissão 
para ser muito bem sucedido, não apenas financeiramente, mas sobretudo do ponto de vista de 
sua satisfação e felicidade com a vida. Mas, é importante que o cliente conheça e compreenda 
alguns conceitos básicos, como a importância de poupar cedo, fluxo de caixa, orçamento, reseva 
de emergência (ou de liquidez), o efeito dos juros compostos ao longo do tempo, a diversificação 
dos investimentos (em classe de ativos e país) e o binômio risco x retorno. Assim, o profissional 
CFP® deve incentivar e auxiliar o seu cliente a buscar conceitos financeiros para que ele tenha mais 
domínio de sua vida. O site da Planejar tem uma área de artigos que foram escritos por planejadores 
financeiros certificados e publicados em meios de comunicação de grande circulação, como jornais 
e revistas. É uma ótima fonte de atualização e conhecimento para o planejador financeiro e para os 
seus clientes.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 5
O planejamento da aposentadoria é algo que muitas vezes deixamos para depois, em linha 
com uma questão explicada pela Economia Comportamental: o desconto hiperbólico, um viés 
comportamental que tende a dar maior peso ao hoje do que ao futuro. Compreender este 
conceito muito bem nos permite fazer uma escolha intertemporal (prefiro a expressão “troca 
intertemporal”) de abrir mão de algo agora para termos mais no futuro. Para compreender 
melhor esse conceito sugiro a leitura da fábula de Esopo “a cigarra e a formiga” e assistirem ao 
vídeo do “teste do marsmallow”, um experimento realizado pela Universidade de Standford. 
Ambas sugetões podem ser facilmente encontradas na internet. Além de explicarem bem esse 
viés, podemos utilizar esse material para explicar a importância do planejamento antecipado da 
aposentadoria e a importância dos juros ao longo do tempo.
a) A fábula explica muito bem a questão do planejamento para a adversidade: a formiga guardou 
o fruto do trabalho para o inverno (aposentadoria) e a cigarra não foi previdente e teve que pedir 
ajuda quando o inverno chegou. É importante comentar que estudos indicam que apenas 3 a 5 
pessosas em cada 100 conseguem ter autonomia financeira após encerrarem a sua fase produtiva. 
As pessoas que dependem de complemento de renda geralmente são assistidas pelo Estado, 
Igreje e/ou família. Mais à frente, mostraremos a dificuldade do Estado e da família continuarem 
provendo ajuda. 
b) O teste do marsmallow pode ser utilizado para explicar de forma muito lúdica e simples o valor 
do dinheiro no tempo. O teste é feito com crianças, que ficam isoladas ou em grupo em uma sala 
com um marshmallow. O adulto diz que se não comer o doce por um determinado período de 
tempo, ganhará outro. Assim, temos:
1) Início do teste -> Valor Presente (1 marshmallow);
2) Tempo de duração do teste -> Tempo;
3) Final do teste -> Valor Futuro (0 ou 2 marshmallow);
4) Juros -> 0% ou 100%, dependendo se a criança não comeu o doce.
Acreditem, tenho muita experiência prática no uso deste filme com adultos e o resultado é muito 
impressionante. Além disto, pesquisa posterior mostrou que as crianças que esperaram para comer 
o marshmallow tiveram um desempenho profissional melhor.
1.2 A necessidade de fluxo de caixa real (valor de compra) 
na aposentadoria
Os brasileiros têm aproximadamente R$6 trilhões aplicados em fundos de investimento, Caderneta 
de Poupança, títulos do Tesouro Nacional (inclusive Tesouro Direto), títulos de renda fixa, ações, 
CDBs, títulos isentos (como LCI e LCA), previdência privada e fundos de pensão. Ao analisar estes 
dados, em torno de 85% desta quantia está aplicada em renda fixa e 15% em renda variável, o 
que indica comportamento mais conservador da maioria das pessoas. Além disto, o “home bias” 
(aplicação realizadas em ativos locais) ainda é muito elevada, em torno de 95%, ou seja, ainda há 
pouca diversificação internacinal. 
Os fundos de Previdência Privada, administrados pelas Entidades Abertas e Fechadas, tem 80% 
dos recursos aplicados em renda fixa pública e privada. Esse volume fica muito próximo da média 
acima destacada e mostra a importância de compreender que o brasileiro opta, talvez lembrando 
do passado, majoritariamente em renda fixa (pós-fixada, prefixada ou indexada). 
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 6
O gráfico abaixo mostra a evolução desde 2011 e é bem curioso observar que a participação da 
renda variável caiu de 22,9% para apenas 10,5% das reservas. 
Fonte: Relatório Geral de Previdência Complementar, 5º bimestre de 2020.
Além disto, é importante analisar a inflação nos últimos anos. Os juros no Brasil historicamente 
foram muito elevados devido o grande descontrole inflacionário. No final dos anos 1990, o Banco 
Central do Brasil (BCB) adaptou a bem sucedida experiência da Nova Zelândia e adotou o regime 
de metas para a inflação. O gráfico abaixo mostra a evolução da inflação desde 2001:
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Inflação (IPCA) 7,7% 12,5% 9,3% 7,6% 5,7% 3,1% 4,5% 5,9% 4,3% 5,9% 6,5% 5,8% 5,9% 6,4% 10,7% 6,3% 2,9% 3,7% 4,3% 4,5% 4,0%
Meta Inflação 4,0% 3,5% 4,0% 5,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,5%4,5% 4,5% 4,5% 4,5% 4,3% 4,0% 3,8%
Teto da Meta 6,0% 5,5% 6,5% 8,0% 7,0% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,5% 6,0% 6,0% 5,8% 5,5% 5,3%
Piso da Meta 2,0% 1,5% 1,5% 3,0% 2,0% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 2,5% 3,0% 3,0% 2,8% 2,5% 2,3%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
Inflação x Meta Inflação
Inflação (IPCA) Meta Inflação Teto da Meta Piso da Meta
Fonte: BCB, adaptado pelo autor.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 7
Podemos dizer que o regime de metas foi bem sucedido, apesar de ter falhado no controle da 
inflação nos anos de 2001, 2002 e 2015.
O Conselho de Política Monetária (Copom), criado antes do regime de metas, tem como único 
objetivo manter a inflação (IPCA) dentro da meta estabelicida pelo Conselho Monetário Nacional 
(CMN) e, para isso, deve utilizar a taxa de Juros Selic. Importante ressaltar que no mês de fevereriro 
de 2021 o Congresso Nacional promulgou projeto de autonomia do BCB, que definiu que a 
Instituição tem como objetivo fundamental a estabilidade de preços, mas agregou objetivo de 
fomentar o pleno emprego. 
A queda da taxa de juros Selic para 2% ao ano e a perspectiva desta taxa seguir baixa por 
muito tempo (mesmo que em patamar mais elevado que estes 2%) compromete o retorno dos 
investimentos em renda fixa e isso pode gera a sensação que se deve migrar o quanto antes para 
aplicações mais arriscadas. Mas, antes de prosseguir, é preciso compreender dois conceitos para 
investir: retorno e risco.
1.2.1- Retorno é o quanto o dinheiro rendeu em determinado período, mas deveríamos calcular o 
quanto esse dinheiro rendeu acima da inflação e após descontar os custos e o imposto de renda. 
Se uma pessoa investiu no Tesouro Selic (com custo de 0,25%) e supondo IR de 15% (alíquota mais 
baixa e válida para aplicações com pelo menos 721 dias corridos), o retorno nominal (após a Taxa 
de Custódia e o IR) será um pouco acima de 1,4% e o retorno real, após descontar a inflação, será 
aproximadamente de -3,0% a.a. 
Abaixo gráfico com o histórico da taxa de juros Selic efetiva por ano e da taxa de juros real sem 
imposto de renda (supondo que não custos para se fazer o investimento) ao ano:
Fonte: BCB, adaptado pelo autor.
Além de comprrender a questão do efeito da inflação, é fundamental compreender que o dinheiro 
somente cresce ao longo do tempo quando a taxa de juros após a inflação (taxa de juros real) 
e líquida de custos e impostos é superior a inflação. Ou seja, o conceito de taxa nominal (que 
não leva em consideração a inflação, os custos e os impostos) é de pouca utilidade no processo 
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 8
de planejamento financeiro para a aposentadoria. Observe a linha horizontal verde no gráfico 
acima: na primeira década deste século o juro real líquido de impostos foi de 6,1%, mas na década 
seguinte de apenas 1,9%.
1.2.2- Risco está relacionado a perda e deve-se arriscar mais para ganhar mais. Mas, será que 
realmente compreendemos isto ou apenas respondemos “sim” com a esperança de que as perdas 
aconteçam apenas com os outros? Dentre várias situações que ocorrem com alguma frequência, 
como reagiria nos casos a seguir:
1. É abolutamente normal o índice Ibovespa cair 2% em um dia, exatamente a taxa bruta anual 
da Selic que vigorou por muitos meses entre 2020 e 2021. Sabendo disto, como reagiria o seu 
cliente: ficaria calmo e entenderia que a volatilidade é uma característica do mercado de ações e 
eventualmente aproveitaria a queda para comprar mais barato ou tenderia a resgatar a aplicação?
2. Fundos de renda fixa crédito privado (que investe em dívidas de empresas, como debêntures) 
rendem, em geral, acima da taxa Selic. Suponha que em determinado mês um título que 
representa 1% da carteira de um deerminado fundo com risco de crédito privado não é pago. Este 
fato provocará uma perda do investimento equivalente a 50% da taxa Selic anual que vigorou por 
muitos meses em 2020 e 2021. O seu cliente está preparado para encarar este retorno mais baixo? 
É importante que o planejador financeiro certificado entenda perfeitamente em qual fase de 
vida está o seu cliente para que consiga indicar a alocação de investimento mais adequada. As 
aplicações mais arriscadas podem fazer muito sentido, mas antes é preciso que o seu cliente 
responda ao questionário API e que tenha uma reserva de emergência (ou liquidez) de pelo menos 
6 meses de suas despesas alocada em investimento conservador e com liquidez diária. Com essas 
duas etapas concluídas, questione sobre “a quantidade de “pimenta” que pode ser adicionada 
nos investimentos: “meu cliente está em qual fase da vida?”; “o porquê de elevar o risco dos 
investimentos e qual o nível de tolerancia e a perdas do meu cliente?”; e “como diversificar para 
minimizar riscos?”.
Como se observar, em 2019 o juro real líquido de IR se aproximou de zero e caiu para território 
negativo em 2020 e 2021 (projeção), algo que afeta dramaticamente os investidores com perfil 
“conservador” porque os investimentos em aplicações sobretudo pós-fixada, como Tesouro Selic, 
DI (como os CDBs pós-fixados) e Poupança (que rendem 70% da taxa Selic + TR quando a taxa 
Selic estiver abaixo de 8,5%) não foram capazes sequer de repor a inflação no ano de 2020 e 
provavelmente não conseguirão superar a inflação em 2021. 
O plano de investimentos deve considerar os projetos de vida e perfil de investidor do cliente e a 
superaração da inflação dos recursos investidos ao longo do tempo. Assim, será possível criar uma 
meta crível para a reserva para a aposentadoria.
1.3 O poder dos juros compostos e do tempo na renda da aposentadoria
Uma das formas da reserva financeira crescer é através do efeito dos juros compostos. Muitas 
pessoas fazem conta com juros simples e em tempos de juros baixos e por período de tempo muito 
curto, a diferença não é tão grande. Mas, quem aplica em Previdência Privada precisa entender 
que o tempo é o principal aliado para atingir a meta de ter uma reserva financeira que permita 
aposentar com padrão de vida equivalente ao qual se habituou.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 9
O planejador financeiro certificado deve trabalhar o aspecto comportamental do seu cliente porque 
os juros compostos necessistam de pelo menos 10 anos para que seus efeitos sejam percebidos. 
Importante ressalvar o conceito do juro real, inclusive líquido dos custos e dos impostos. Não se 
deve fazer contas com juros nominais porque, neste caso, não há garantia de preservação do poder 
de compra no futuro.
Abaixo quadro com simulação para acumular R$1 milhão:
Taxa anual Taxa mensal Parcelas Valor mensal Diferença Valor acumulado % Parcelas % Juros
5% 0,41% 420 R$ 902 -18,8% R$ 1.000.000 37,9% 62,1%
4% 0,33% 420 R$ 1.111 R$ 1.000.000 46,7% 53,3%
3% 0,25% 420 R$ 1.360 22,4% R$ 1.000.000 57,1% 42,9%
Taxa anual Taxa mensal Parcelas Valor mensal Diferença Valor acumulado % Parcelas % Juros
5% 0,41% 360 R$ 1.226 -16,0% R$ 1.000.000 44,2% 55,8%
4% 0,33% 360 R$ 1.459 R$ 1.000.000 52,5% 47,5%
3% 0,25% 360 R$ 1.728 18,4% R$ 1.000.000 62,2% 37,8%
Taxa anual Taxa mensal Parcelas Valor mensal Diferença Valor acumulado % Parcelas % Juros
5% 0,41% 300 R$ 1.707 -13,1% R$ 1.000.000 51,2% 48,8%
4% 0,33% 300 R$ 1.965 R$ 1.000.000 59,0% 41,0%
3% 0,25% 300 R$ 2.255 14,7% R$ 1.000.000 67,6% 32,4%
Taxa anual Taxa mensal Parcelas Valor mensal Diferença Valor acumulado % Parcelas % Juros
5% 0,41% 240 R$ 2.464 -10,3% R$ 1.000.000 59,1% 40,9%
4% 0,33% 240 R$ 2.748 R$ 1.000.000 66,0% 34,0%
3% 0,25% 240 R$ 3.059 11,3% R$ 1.000.000 73,4% 26,6%
Taxa anual Taxa mensal Parcelas Valor mensal Diferença Valor acumulado % Parcelas % Juros
5% 0,41% 120 R$ 6.478 -5,0% R$ 1.000.000 77,7% 22,3%
4% 0,33% 120 R$ 6.817 R$ 1.000.000 81,8% 18,2%
3% 0,25% 120 R$ 7.171 5,2% R$ 1.000.000 86,1% 13,9%
Taxa anual Taxa mensal Parcelas Valor mensal Diferença Valor acumulado % Parcelas % Juros
5% 0,41% 60 R$ 14.746 -2,4% R$ 1.000.000 88,5% 11,5%
4% 0,33% 60 R$ 15.111 R$ 1.000.000 90,7% 9,3%
3% 0,25% 60R$ 15.484 2,5% R$ 1.000.000 92,9% 7,1%
Fonte: do autor
Algumas conclusões:
a) Quanto maior o prazo, menor o valor do depósito mensal;
b) Quanto maior a taxa de juros, menor o valor do depósito mensal;
c) Alta na taxa de juros reduz a parcela mensal, mas observe que queda na taxa de juros gera 
parcela proporcionalmente maior. Esse é um problema: queda nos juros gera esforço maior para 
atingir a meta. Alta na taxa de juros gera sobra proporcionalmente menor para atingir a meta;
d) Quanto mais cedo iniciaar os depósitos e quanto maior forem os juros, menor será o 
comprometimento da renda mensal para atingir a meta de R$1 milhão.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 10
Fica claro que o esforço é sempre menor quando a preparação para a aposentadoria ocorre mais 
cedo. Importante alertar que se continuarmos com taxas de juros historicamente mais baixas, o 
esforço para atingir a meta deverá ser duplamente maior: elevar o valor da parcela mensal e por 
mais tempo.
Finalmente, é importante entender como é o crescimento desta reserva ao longo do tempo. O 
gráfico a seguir simula a evolução de um único depósito ao longo de 20 anos com 3 taxas de juros. 
A principal conclusão é que quanto maior o prazo do depósito e maior os juros, menor o esforço 
para atingir a meta estabelecida:
a) Com juros de 3% a.a., o valor acumulado ao final do ano 10 é de 43% do valor futuro
b) Com juros de 4% a.a., o valor acumulado ao final do ano 10 é de 40% do valor futuro
c) Com juros de 5% a.a., o valor acumulado ao final do ano 10 é de 38% do valor futuro
1.000 
1.200 
1.400 
1.600 
1.800 
2.000 
2.200 
2.400 
2.600 
2.800 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Evolução de depósito com juros compostos
3% 4% 5%
Fonte: do autor.
Assim, após uma década, você terá em média recebido apenas 40% dos juros previstos para o 
período todo e em nehum dos casos terá dobrado o capital. É preciso paciência e persistência para 
conseguir atingir o objetivo!
1.4 O sistema de distribuição versus contribuição (no segundo, 
o cliente administra a sua própria aposentadoria.
O sistema de distribuição é o adotado pela Previdência Oficial e sistema de contribuição é quando 
a própria pessoa determina o valor destinado ao seu fundo de aposentadoria.
No caso da Previdência Oficial e com relação ao Regime Geral da Previência Social (GRPS), que 
será analisado com mais detalhe no capítulo 4, as pessoas que recebem renda são obrigadas a 
contribuir, e há basicamente duas formas:
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 11
a) Pessoas que trabalham sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, 
que tem “carteira assinada”: a contribuição é baseada na renda mensal auferida e o valor da 
contribuição é retido na fonte. Há uma questão importante a mencionar: a nova Lei considera 
todas as contribuições para cálculo do valor da aposentadoria e se a pessoa tem (ou teve) salário 
baixo no início da carreira, terá recolhimentos abaixo do teto e isso trará impacto negativo no valor 
de sua aposentadoria (ou seja, será menor). Adicionalmente, devemos ter em mente que ainda 
existe pagamento de salário “por fora” e este valor não sofre incidência da contribuição para o 
INSS e, por isso, não entrará no cálculo da aposentadoria;
b) Trabalhadores autônomos e proprietários de empresas: basicamente atribuem valor da renda 
no caso dos primeiros e valor de Pró-Labore no caso dos segundos. Não é tão difícil encontrar 
pessoas que declaram renda menor para econmizar com impostos (Imposto de Renda e INSS). Indo 
direto ao ponto, se você trabalha de forma autônoma (por exemplo, tem um empresa, é “pejota”), 
qual é o valor correto de Pró-Labore sabendo que a empresa pode distribuir grande parte da 
receita na forma de dividendo, que são isentos? Quando o Pró-Labore é substimado, há dois 
grandes problemas: (1) a sua aposentadoria tenderá a ser mais baixa, já que a nova Lei considera 
todas as suas contribuições; e (2) no caso de envetual incapacitação para seguir trabalhando, a 
aposentadoria por invalidez poderá ser um valor bem abaixo do teto do INSS.
Em resumo, é importante compreender estes dois pontos para simular o valor que será recebido 
como aposentadoria. E, por isso, é absolutamente fundamental que o seu cliente tenha 
conhecimento em educação financeira! 
No caso do regime de contribuição, a pessoa define o valor das contribuições, mas não é possível 
definir de forma precisa o valor do montante depositado e da renda futura. Há muitas questões a 
serem consideradas e que serão abordadas mais à frente. Em todo caso, nesse regime, exige-se 
maior conhecimento de finanças.
2 OBJETIVOS DA APOSENTADORIA
O planejador financeiro certificado deve conhecer e compreender as necessidades e desejos do 
seu cliente. Esse é um dos objetivos do segundo passo do processo de planejamento financeiro. O 
profissional deve ouvir muito o seu cliente para ter as informações necessárias para desenvolver o 
plano. Assim, o profissional não julga e nem pode levar o seu viés para o plano financeiro, que deve 
ser um projeto integrado e holístico que aponte o melhor caminho, já que não existe solução única. 
2.1 Objetivos de estilo de vida
Cada cliente é único e é preciso compreender isto. Clientes com renda e posição social equivalentes 
podem ter estilos de vida completamente diferentes e isto é um dos fatores que deixa a profissão 
mais dinâmica e mais desafiadora!
Estilo de vida mais sofisticado exigirá mais recursos na fase da aposentadoria. Assim, se há pouca 
reserva e baixa capacidade de poupança hoje e baixa perspectiva de aumentar esta capacidade 
no futuro, provavelmente não será possível manter o atual estilo de vida na aposentadoria. É 
importante que o profissional converse com o seu cliente e o ajude a refletir sobre o objetivo do 
estilo de vida, mas, no final, a decisão sempre será do cliente.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 12
2.1.1) Atividades na aposentadoria
A aposentadoria pode representar, como dito anteriormente, um longo período na vida da pessoa. 
Assim, aposentar não significa ficar inativo. Muitas pessoas aproveitam essa fase da vida para 
realizar desejos como fazer um curso superior ou outra graduação, dedicar tempo em projetos 
sociais e abrir um negócio, como uma consultoria que exige pouco dinheiro como investimento 
inicial. 
O planejamento bem feito e bem executado principalmente se inciado quando a pessoa é jovem, 
deve permitir liberdade de escolha ao se aposentar. Por isso é muito importante debater sobre 
estilo de vida. Aposentar e continuar trabalhando, se sentir ativo, é algo que pode ser muito 
benéfico para a saúde mental. Mas, receber a aposentadoria, pública e privada, e continuar 
trabalhando para se sustentar, é algo que deve ser evitado. 
2.1.2 Cuidados com a saúde na 3ª idade (planejamento)
Os cuidados com a saúde devem ter prioridade no planejamento financeiro. Vimos que a esperança 
de vida está subindo e é muito importante termos qualidade de vida. 
Quem trabalha sob o regime CLT pode ter acesso a um plano de saúde empresarial. É comum 
ter uma pequena parcela debitada mensalmente além de pagamento da co-participação. Mas, é 
preciso estar atento para algumas questões:
a) Hoje em dia, na verdade há pelo menos 20 anos, há rotatividade maior de empregos. Ou seja, 
durante a sua vida profissional, deverá mudar de emprego várias vezes;
b) Mesmo que não deseje mudar de emprego, atualmente a vida média de uma empresa diminuiu. 
Muitas vezes somos surpreendidos com o fim de uma empresa muito grande (basta lembrar da 
crise de hipotecas subprime de 2008 e de empresas aéreas);
c) Suponha que tenha acesso a um bom plano de saúde hoje, será que se esse benefício será 
estentido para a fase da aposentadoria?
Enfim, é preciso refletir muito sobre o tema. Para exemplificar, veja como é o reajuste dos planos 
segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS). Esse é assunto de outra disciplina, mas que deve ser 
abordado neste momento nesta disciplina:
MÓDULO VI | CFP| EA BANKING SHOOL 13
Fonte: ANS.
Observe que quando completamos 59 anos iremos pagar 6 vezes mais do que um jovem até os 18 
anos. Há algumas estratégias para redução do custo, como fazer o plano por CNPJ ou incluir a co-
participação. Mas, no final, o custo é muito elevado. 
Abaixo gráfico comparando o custo dos planos reajustados pela inflação médica, medida pela 
Variação do Custo Médico Hospitalar (VCHM), planos individuais pela ANS e IPCA:
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
Comparativo de reajustes
VCMH ANS IPCA
Fonte: IESS Data, ANS, IBGE. Adaptado pelo autor.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 14
O mais impressionante é quando acumulamos os dados:
a) VCMH: 472%
b) ANS: 196%
c) IPCA: 92%
Além dos custos com plano de saúde (ou com seguro-saúde), temos que estimar custos com 
suplementos alimentares (principalmente no caso de determinadas doenças, como diabetes), 
medicamentos e eventualmente com cuidadores. 
Finalmente, devemos ter em mente que o Estado brasileiro sofre com o problema de ter uma 
dívida pública muito grande e há discussões sobre o fim de alguns beneficíos fiscais, incluindo a 
dedutibilidade das despesas médicas para o Imposto de Renda das pessoas físicas. 
É muito difícil estimar qual será este gasto no futuro, mas é preciso ter muita consciência que 
poderá ser a principal despesa na fase da aposentadoria. Mais uma vez entra a questão do estilo 
de vida, que pode inclusive incluir a prática de esportes e alimentação mais saudável, sempre 
com a orientação de profissionais habilitados. Há planos de saúde que permitem o acesso aos 
melhores hospitais e outros que dão acesso a bons hospitais, fato que deve ser planejado com 
muita antecedência. 
Concluindo, deve-se ter uma conversa franca com o seu cliente e fazer várias cotações de planos 
para ver como ficará o orçamento na fase da aposentadoria, sempre considerando que o reajuste 
da despesa médica tende a ser superior ao reajuste do INSS (que é pelo INPC) e da eventual renda 
auferida da Previdência Privada. 
2.2 Objetivos financeiros baseados em moeda deflacionada
Vimos anteriormente a importância da retirada da inflação no cálculo dos retornos, o que 
chamamos de juros reais. Neste tópico, aprofundaremos o conceito ao discutir a questão da 
inflação no orçamento.
A taxa de juros real de longo prazo no Brasil deverá ser menor do que a observada, mas deverá 
seguir com juros positivos. Uma sugestão é usar a taxa de juros dos títulos do Tesouro Nacional de 
longo prazo indexados ao IPCA, as NTN-B (no caso do Tesouro Direto, Tesouro IPCA). Mas, devemos 
considerar a inflação ao calcular a taxa real livre de impostos, já que estes são calculados sobre o 
rendimento nominal do título. Com relação a inflação, a sugestão é utilizar a meta da inflação do 
regime de metas adotado pelo Banco Central. 
O título 2045 está pagando atualmente aproximadamente 4% de juro real, a meta para a inflação 
para 2023 será de 3,25% e o custo da custódia da B3 é de 0,25% ao ano. Assim, supondo Imposto 
de Renda de 15% ao ano, o juro real livre dos custos e impostos será de aproximdamente 2,7% ao 
ano. 
Naturalmente, esta é uma projeção baseada com as informações de março de 2021. Assim, como 
veremos à frente, é preciso revisar o cenário.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 15
2.2.1) Cálculo do capital necessário para a aposentadoria
Conforme o processo de planejamento financeiro, o segundo passo, que é a “coleta de dados, 
informações e objetivos do cliente”, é absolutamente fundamental para fazer o cálculo do capital 
necessário para a aposentadoria. Assim, dedique muito tempo e atenção nesta fase. A fase 3 do 
processo, “analisar e avaliar as condições financeiras”, também é muito importante e depende 
basicamente do nosso conhecimento e experiência como profissional.
2.2.1.1- Orçamento
a) Orçamento para a fase de acumulação: o profissional deve conhecer todas as receitas e despesas 
do seu cliente e, desta forma, será capaz de projetar o orçamento para a fase de vida em que estará 
trabalhando e podendo acumular reservas financeiras. Este orçamento, naturalmente, não é linear 
e por isto devemos saber em qual fase de vida e trabalho está o cliente, conforme visto na figura 
do tópico 1.1;
b) Orçamento para a aposentadoria: nesta fase da vida, muitas despesas não existirão mais, como 
as despesas relativas ao nosso trabalho. Por outro lado, muitas despesas podem ter alteração 
significativa de peso e o destaque é a despesa médica. Assim, para esta fase, exigi-se um plano 
orçamentário completamente distinto.
2.2.1.2- Receitas
O planejador deve identificar quais as receitas existirão quando o cliente se aposentar. Em geral, 
temos:
a) Previdência Social com valor limitado ao teto atual de R$6.433,57 (2021);
b) Previdência Privada Aberta (VGBL e/ou PGBL) e/ou Previdência Fechada;
c) Rendimentos de aplicações financeiras;
 a. Dividendos;
 b. Rendimento de FII;
 c. Juros de aplicações de renda fixa;
 d. Rendimentos de aplicações como os fundos de investimentos.
d) Receita de aluguéis;
e) Renda de trabalho caso opte por continuar tendo alguma atividade remunerada.
Além disto, devemos lembrar de eventual herança, FGTS (para quem é celetista) e dispensa por 
programa de PDV, que geralmente é mais comum em empresas púbicas.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 16
2.2.1.3- Despesas
Podemos ter redução e incrementos de despesas. Assim, é muito importante entendermos o 
objetivo de estilo de vida do cliente. Quanto mais elevado, provavelmente menores serão os cortes 
de despesas
a) Reduçao de despesas
 a. Gastos com locomoção para o trabaho. No caso de automóvel, reavaliar a quantidade de 
veículos e custo dos mesmos;
 b. Gastos com vestuário. Dependendo da profissão, como advogado e executivo, este gasto 
pode ser bastante elevado;
 c. Gastos com refeições que muitas vezes não são totalmente compensados por reembolsos 
ou “tíquetes”.
b) Aumento dos gastos
 a. Maior destaque para os gastos com saúde, conforme item 2.1.2;
 b. Gastos com lazer, com costumam serem mais elevados nesta fase;
 c. Filho boomerang (filho volta a morar com os pais) – apesar de ser mais comum na fase 
anterior, pode ocorrer eventualmente nesta fase principalmente no grupo de renda familiar 
mais baixa. Também pode ocorrer pagamento de despesas de netos com estudos, algo mais 
comum.
2.2.1.4- Premissas
Algumas premissas são muito importantes pois definirão o equilíbrio orçamentário de longo prazo. 
Caso não haja equilíbrio, alguma solução deve ser encontrada, como por exemplo a necessidade 
de renda complementar, corte de despesa, venda de algum ativo, enfim, cada caso é um caso e 
deve ser analisado com todas as suas peculiaridades.
a) Taxa de juro real de longo prazo: a sugestão está no início deste capítulo;
b) Expectativa de vida: comentamos no início do capítulo 1 que devemos considerar, neste 
momento, 100 anos. Assim, quanto mais tempo o cliente ficar na fase ativa, de acumulação, menos 
capital acumulado será exigido nesta fase;
c) Questões tributárias: mudanças em benefícios fiscais podem ocorrer, como a não permissão de 
deduzir despesa médica, alterção na tributação dos planos de Previdência Privada ou alterção no 
regime de isenção para maiores de 65 anos;
d) Haverá legado financeiro ou será usada toda a reserva financeira? Se houver a intenção de 
deixar legado financeiro, maior terá que ser o capital acumulado. Ou, deve-se contratar seguro de 
vida (veja no tópico específico), mas o custo do pagamento deverá ser considera no Orçamento (da 
fase de acumulação e/ou da fase de aposentadoria).
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 17
2.2.2 Estabelecimento de metas acessíveis
O passo número 4 do planejamento financeiro é “desenvolver o plano de recomendações 
financeiras e apresentá-lo ao cliente”. Este plano precisa ser exequível e, por isto, integrado e 
holístico, apontando o melhor caminho. Comentamos da importância do passo dois, que é ouvir 
atentamente o cliente. Assim, não adianta apresentarum plano viável do ponto de vista financeiro 
para atingir as metas se não respeitar as necessidades, desejos e crenças do cliente.
O plano, mesmo que aceito pelo cliente, deve ser entendido como um guia e não como “leis em 
pedra”. A vida é muito dinâmica e coisas boas ou ruins podem acontecer e, desta forma, o plano 
deve ser revisto. Se o cliente tiver promoção, ganhar bônus extra ou conseguir um emprego extra, 
possivelmente parte do novo recurso deverá ser direcionado para a formação de poupança. Por 
outro lado, podem ocorrer infortúneos, como desemprego temporário, despesa imprevista ou 
algum problema de saúde que afete a projeção do crescimento da reserva ou que force resgate 
parcial ou total da mesma. Este é um dos motivos do plano ser flexível e exequível e o planejador 
financeiro certificado deve estar próximo do seu cliente, para apoiá-lo e ajustar o plano:
a) Fluxo de Caixa: devido a dinâmica da vida, como dito acima, podemos ter uma sobra de dinheiro 
em algum momento ou falta de dinheiro em outro momento. Assim, é preciso rever o plano de 
aposentadoria;
b) Revisão do plano: o passo 6 do processo de planejamento financeiro é sobre a revisão do plano, 
que deve ser acordada com o cliente. Além de uma revisão anual (sugestão), é preciso lembrar da 
figura do Ciclo de Vida Pessoal x Trabalho, apresentada no tópico 1.1, já que a evolução do cliente 
com base neste ciclo requer a revisão do plano;
c) Se eventualmente o planejador financeiro perceber descasamento entre o estilo de vida e o 
plano financeiro, deve conversar com o cliente sobre isso. É melhor fazer um ajuste hoje do que 
deixar passar e depois não ser mais possível fazer uma correção;
d) O cliente pode a qualquer momento e por vários motivos fazer saques parciais ou total de sua 
reserva. Pode ocorrer uma necessidade e, por isso, é importante que o cliente forme primeiro uma 
reserva de emergência que cubra ao menos 6 meses do gasto e, se não for suficiente, naturalmente 
buscará o recurso em reservas de longo prazo. Não há “receita de bolo”, mas dentro do possível 
é melhor fazer um ajuste no estilo de vida do que reduzir as reservas. O cliente também pode 
resolver fazer um saque para satisfazer um desejo. Em qualquer situção, a decisão é do cliente 
e o planejador financeiro deve alertar para as consequências que este ou estes saques terão na 
reserva para aposentadoria.
Segundo o livro Top de Planejamento Financeiro Pessoal, pode-se adotar uma técnica conhecida 
por SMART, que é “specifc”, “measurable”, “attainable”, “relevant” e “time-based”, ou, segundo o 
livro, “específica, mensurável, atingível, relevante e com prazo definido”. 
a) Específica. Deve indicar algo de forma direta e evitar meta genérica. Em geral usamos prazo e 
valores para atingir o objetivo. Em se tratando de aposentadoria, seria fazer depósitos mensais 
de R$1.459,00 por 30 anos com taxa de juro real de 4% ao ano para atingir a meta financeira de 
R$1.000.000,00 em valor constante (livre de inflação);
b) Mensurável. Se teremos que fazer os depósitos durante 420 meses, eu preciso medir o 
cumprimento do objetivo. Ou seja, não adianta observar de tempos em tempos se o cliente está 
fazendo o depósito e se os juros reais permanecem os mesmos. Assim, pode-se acompanhar a 
meta mensalmente ou bimestralmente;
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 18
c) Atingível. Se o cliente tiver capacidade de poupança para aposentadoria de apenas R$1.000,00 
por mês, a meta não é atingível. É importante lembrar que o cliente tem metas de curto prazo, 
médio prazo e longo prazo (aposentadoria em geral é longo prazo). Assim, é preciso verificar o 
quanto do valor mensal a ser investido pode ser alocado para fins de aposentadoria;
d) Relevante. Se, por algum motivo, o cliente não se convecer que fazer poupança para fins de 
aposentadoria é relevante, de nada adiantará fazer um “plano perfeito”. É preciso ter motivação. 
Na época das Olimpíados do Rio, escrevi um artigo para a Planejar e comparei o empenho de uma 
pessoa para guardar dinheiro para Previdência: “Enfim, melhor do que evocar Santo Agostinho e 
procrastinar a decisão, devemos evocar o espírito olímpico, tão presente entre nós neste ano: os 
atletas passam anos se dedicando e se sacrificando para um dia, no futuro, participarem de uma 
Olimpíada. Por que não pegarmos este espírito e aplicá-lo em nossas finanças?” (Arena do Pavini).
e) Prazo. O exemplo de poupar por 30 anos tem um prazo, muito longo, mas bem definido. É 
preciso deixar bem claro que quanto maior o prazo, menor o sacrifício!
2.3 Estabelecer metas de renda em cenários 
de mudanças políticas e econômicas
Há trinta, o Brasil era governado por Collor de Mello. Eu vivi esta época, estava terminando a 
Faculdade de Economia. O país ficou escandalizado com o congelamento da poupança popular 
como forma de combater a inflação. Passamos a ter alguma estabilidade quando o presidente 
Itamar Franco lançou o Plano Real, mas mesmo assim passamos por muitas crises: inflação muito 
alta, Selic a 45% ao ano, maxi desvalorização cambial e juros reais de 1% ao mês. E, também, muita 
evolução na forma de investir nesse período. Assim, o plano que fizer hoje, para um período de 
10, 20 ou 30 anos é válido, mas precisa ser revisto preferencialmente todo ano, para verificar se 
as premissas são válidas, se a reserva está crescendo de acordo com o projetado e se há novos 
produtos de investimentos.
É importante comentar que há um viés conhecido em finanças comportamentais chamado “ilusão 
do controle”. Muitas vezes acreditamos que as projeções de analistas famosos e de bancos centrais 
são corretas. Simon Potter, um ex-membro sênior do Federal Reserve de Nova York publicou 
um artigo em 2011 que examinou a performance das projeções de analistas do Federal Reserve 
Bank de Nova York e do setor privado, que falharam na predição da Grande Recessão (crise das 
hiptotecas subprime de 2008) e afirmou que “a profissão do economista foi devidamente criticada 
por sua incapacidade de prever a grande queda dos preços dos imóveis norte-americanos e de sua 
subsequente propagação, primeiro em uma crise financeira sem precedentes e, em seguida, para 
a Grande Recessão.”
Além disto, passamos por mudança econômica importante muito recentemente, a reforma da 
Previdência Oficial, que alterou, para pior, as regras para aposentar. E, muito provavelmente, 
devido a evolução demográfica, teremos outras reformas.
Em resumo, reveja o plano financeiro do seu cliente e alguns pontos críticos são:
a) Premissas de juros reais livre de custos e impostos (veja o quadro do item 1.3);
b) Produtos de investimentos. Há pouco tempo houve uma atualização (CMN 4.444) que permiteu 
que a Previdência Privada invista no exterior; 
c) Legislação tributária. Em breve teremos reforma dos impostos e um dos alvos é a tributação de 
dividendos, fato que pode prejudicar em muito a renda do cliente.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 19
3 ANÁLISE E PROJEÇÕES DE NECESSIDADES NA APOSENTADORIA
Os passos 2 (obter informações, dados e objetivos) e 3 (analisar e avaliar as condições financeiras) 
são essencias para que analisar e projetar as necessidades do seu cliente na aposentadoria. Além 
disto, o passo 6 (monitorar a situação do cliente) é essencial para que essas recomendações sejam 
acompanhadas e revistas. O planejamento financeiro é um processo contínuo e holístico!
3.1 Inflação e seu impacto na renda necessária na aposentadoria
O Brasil tem muitos índices de preços, dentre os quais:
IPCA: variação do custo de vida de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos e éa 
inflação oficial do país;
INPC: variação do custo de vida de famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos e que 
reajusta as aposentadorias e pensões pagas pelo INSS;
IVMH: índice do variação do custo do médico hospitalar;
IGP-M: medido pela FGV e é uma cesta composta com 60% da inflação do atacado (IPA), 10% da 
inflação do custo da construção (INCC) e 30% da inflação do consumidor (IPC),que mede os gastos 
de uma família com renda entre 1 e 33 salário mínimos. 
IPC-3i: medido pela FGV e compõe o índice IPC. O 3i é o índice de preços ao consumidor da terceira 
idade e mede a variação da cesta de consumo de famílias majoritariamente composta por pessoas 
acima de 60 anos
Abaixo gráfico com a variação desde 2010 destes índices e do salário mínimo:
0%
5%
10%
15%
20%
25%
VCMH IGP-M Salário Mínimo IPC-3i INPC IPCA
Fonte: IBGE, FGV, IESS Data. Adaptado pelo autor.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 20
Entre 2010 e 2019 a diferença entre IGP-M, IPC-3i, INPC e IPCA era pouco, com IGP-M em torno de 
10 pontos acima. Mas, em 2020 o IGP-M subiu em 5 vezes mais do que a inflação oficial devido ao 
forte aumento dos preços dos alimentos.
No período acima, de 11 anos, o INPC (86%) ficou entre o IPCA (84%) e o IPC-3i (90%), mas muito 
abaixo do reajuste do salário mínimo (125%), do IGP-M (132%) e do VCMH (408%) fato que não é 
muito preocupante. 
Caso seu cliente tenha despesas contratadas que são indexadas ao IGP-M (como aluguel), o 
ideal seria trocar o indexador para INPC ou IPCA, assim mitigaria descolamentos que ocorrem 
frequentemente entre o IGP-M e os outros índices de preços ao consumidor. Por outro lado, se ele 
recebe alugueis, o ideal seria manter estes contratos em IGP-M.
Com relação ao salário mínimo, a política de reajuste do mesmo mudou, não considera mais o 
crescimento do PIB de dois anos atrás. Se essa política se manter ou se o reajuste real for baixo, 
não é algo para muita preocupação, mas é importante lembrar que muitas despesas podem ser 
indexadas ao salário mínimo, como os serviços domésticos e de cuidadores.
A questão principal é como manter uma boa cobertura de saúde ao longo do período de 
aposentadoria casos os reajustes dos planos sigam neste ritmo. Este será um grande desafio e que 
precisa ser conversado e alertado ao cliente.
Os índices acima, apesar de muitos, não obrigatoriamente refletem a variação do reajuste da cesta 
de consumo do seu cliente. O ideal é mapear muito bem os gastos e verificar o peso dos gastos 
indexados ao salário mínimo, ao IGP-M e plano de saúde, pois isto dará uma boa ideia do risco da 
renda projetada para a fase da aposentadoria de fato garantir uma vida digna. Por isto, é importante 
insistir, quanto mais cedo iniciar a preparação melhor. O cliente precisa estar muito consciente 
destes riscos porque ajustes no fluxo de caixa ou no estilo de vida podem ser necessários para 
comportar despesas essenciais, como saúde.
Na fase da acumulação há vários produtos disponíveis para acompanhar a inflação, como os 
títulos Tesouro IPCA negociados no Tesouro Direto e as debêntures indexadas a índices de preços. 
O porfólio de investimentos do seu cliente não é assunto deste tópico, mas é muito importante 
conhecer o risco de forte aumento de custos na fase da aposentadoria para que isto seja 
considerado na política de investimento.
3.2 Risco de Longevidade
No início deste material, no item 1, mostramos que a esperança de sobrevida do brasiliero cresceu 
nos últimos anos e deverá continuar crescendo nos próximos anos. Abaixo mais um gráfico 
interssante, que mostra a evolução do aumento da expectativa de vida ao nascer no Brasil nos 
últimos 80 anos:
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 21
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2019
Total 45,5 48,0 52,5 57,6 62,5 66,9 69,8 73,9 76,9
Homem 42,9 45,3 49,7 54,6 59,6 63,2 66,0 70,2 73,1
Mulher 48,3 50,8 55,5 60,8 65,7 70,9 73,9 77,6 80,1
Diferença entre sexos 5,4 5,5 5,8 6,2 6,1 7,7 7,9 7,4 7,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Expectativa de vida ao nascer no Brasil (anos)
Fonte: IBGE, adaptado pelo autor.
Um fato importante a ser notado é que a mulher vive mais do que o homem e este fato deve ser 
considerado no planejamento da aposentadoria.
Parece que está claro que estamos vivendo mais e os estudos indicam que continuaremos com este 
fenômeno nos próximos anos. Muitos falam que o homem de 150 anos já nasceu e há cientistas 
como José Luiz Cordeiro (Singularity University) que diz que “a morte será opcional”. Por isso 
indicamos, com as informações atuais, que o plano deve considerar a possibilidade do seu cliente 
chegar aos 100 anos, mitigando o risco da evolução demográfica. 
Além disto, ocorre um outro fenômeno, que é a redução das famílias: o número de filhos por 
mulher caiu de 6 até 1970 para algo em torno de 1,5 agora, número insuficiente para manter a 
população do país estável (esse número é de 2,1 filhos por mulher). 
0,0%
1,0%
2,0%
3,0%
4,0%
5,0%
6,0%
7,0%
Taxa de fecundidade total
Fonte: IBGE, adaptado pelo autor.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 22
Trazendo esses dados para a vida pessoal, há vinte anos a esperança de sobrevida era de 80 anos 
e o cálculo para a reserva financeira para uso futuro era menor. Além disso, as famílias eram mais 
populosas e, teoricamente, os pais poderiam contar com a ajuda dos filhos para complementar 
a renda. Hoje vivemos mais, por isso a reserva financeira deve ser maior, e temos menos filhos 
(quando temos), fato que dificulta sermos ajudados pela família.
Estas duas mudanças, pessoas vivendo mais e menos crianças nascendo, ocorrem de forma 
simultânea e muito rápida e isto trás grandes impactos para o planejamento da aposentadoria 
porque alteram substancialmente a pirâmide estária do Brasil:
Fonte: IBGE.
3.2.1- Previdência Pública
O ano de 2019 foi marcado pela reforma da Previdência Pública, que retornou coma idade mímina 
para requisitar a aposentadoria. Pode parecer surpreendente, mas em agosto de 1962 o Presidente 
João Goulart sancionou a Lei 4.130 que eliminava a idade mínima para se aposentar, que era de 
55 anos, e a exigência de tempo de contribuição de 35 anos para os homens e 30 anos para as 
mulheres. Observe que pelo gráfico da expectativa de vida ao nascer, o brasileiro vivia em média 
53 anos.
Reformar a Previdência ocorre basicamente por dois motivos: aumento da esperança de vida após 
completar 65 anos (assunto que foi comentado) e o forte aumento na razão de depência.
O fenômeno do envelhecimento da população gera um descontrole no regime da Previdência 
Pública que é baseado no conceito de repartição simples, ou seja, o equilíbrio atuarial depende da 
razão de dependência, que é a divisão da população com idade acima de 65 pelo população com 
idade entre 15 a 64 anos.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 23
A pirâmide demográfica mudou, a cada ano que passa a população fica mais velha. O grande 
problema no caso brasileiro é a velocidade desse fenômeno, que ocorre de forma muito mais 
rápida do que na Europa. Observe a evolução da razão de dependência dos idosos no gráfico 
abaixo. Os países mais populosos demoraram 65 anos (de 1950 a 2015) para que esta razão subisse 
de 12,4 para 26,2. No nosso caso, esta razão irá subir nesta mesma proporção em apenas 25 anos, 
entre 2015 e 2040. E, além disso, corremos o risco de ter uma população mais envelhicida do que 
a média mundial.
12,4
26,2
44,0
51,8
57,5
5,4
11,4
26,9
54,0
61,9
0
10
20
30
40
50
60
70
Razão de Dependência dos Idosos
50 países mais envelhecidos Brasil
Fonte: Banco Itaú, adaptado pelo autor.
Observe que atualmente essa depência está aproximandamente na proporção de 1 idoso para 8 
pessoas mais novas e subirá para 2040 para a proporção de 1 para 4.
Além da consequente exigiência de regras mais duras (que serão vistas no capítulo 4), ocorre 
também uma redução no teto do valor pago pelo INSS, conforme o gráfico abaixo:
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Aposentadoria: teto do INSS convertido em Salário Mínimo
Fonte: IBGE, adaptado pelo autor
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 24
Há muitos anos atrás, o teto da aposentadoria correspondia a 20 salários mínimos. No final da 
década de 1980, o teto caiu para menos de 10 salários mínimos e, em 2021, permanece abaixo de 
6 salários mínimos.
Parte da justificativa para o teto ter caído tanto foi a política de valorização do saláriomínimo 
iniciada no advento do Plano Real, em 1994, e continuada durante diversos anos quando o reajuste 
do mínimo equivalia a soma do Índice Nacional de Preço do Consumidor (INPC) com o PIB de dois 
anos atrás.
Assim, para quem ganha mais do que 5 salários mínimos, a necessidade de poupar para 
aposentadoria é ainda mais importante, já que não terá remuneração (aposentadoria) equivalente 
ao salário recebido na ativa. E mais, qual a garantia que a atual Lei não será reformada mais adiante, 
deixando as regras mais duras? Provavelmente teremos novas reformas e talvez seja razoável 
considerar uma quantia equivalente a 3 salários mínimos como benefício a ser pago no futuro. 
3.2.2- Seguradoras
Este assunto será visto à frente, no tópico 5.6.2, que trata das tábuas biométricas. Mas, em resumo, 
a seguradora estima quantos anos a pessoa irá viver a partir da data do pedido da transformação do 
saldo do Fundo em renda. Assim, é preciso uma estimativa razoavelmente precisa e esta estimativa 
é dada pela tábua biométrica, que precisa passar por constantes revisões para incorporar a 
mudança demográfica.
4 PROJEÇÕES E ESTRATÉGIAS DE RENDA NA APOSENTADORIA
O planejador financeiro deve conhecer as três fontes básicas de geração de renda na fase da 
aponsentadoria. É importante, sempre que possível, diversificar estas fontes de geração de receita, 
que são a Previdência Oficial, a Previdência Privada e a acumulação própria.
4.1 As três fontes básicas de renda na aposentadoria
4.1.1- Previdência Social
O marco inicial da Previdência Social foi o Decreto 4.682/1923, também conhecido por Elói Chaves, 
que criou a caixa de aposentadoria e pensões para os funcionários das ferrovias.
Atualmente a Previdência Social é composta por três regimes: Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e o Regime de Previdência Complementar.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 25
Fonte: Ministério da Economia
Diversas reformas previdenciárias foram feitas e atualmente o regime público, que é destinado 
a todos os trabalhadores, é compreendido pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e o 
Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Importante salientar que todas as pessoas que 
exercem atividade remunerada são contribuintes obrigatórios.
Segundo a Secretaria da Previdência, “a Previdência social é ‘seguro do trabalhador brasileiro, pois 
lhe garante reposição de renda para seu sustento e de sua família, por ocasião de sua inatividade, 
em casos de doença, acidente, gravidez, prisão, morte e velhice.” 
Os regimes públicos RGPS e RPPS utilizam o regime financeiro de caixa. Na Previdência Privada, o 
regime financeiro é de capitalização.
4.1.1.1- Regime Próprio de Previdência Social (RPPS)
O RPPS é obrigatório e exclusivo para os servidores públicos titulares de cargos efetivos civis dos 
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e municípios).
O valor da contribuição e os direitos são definidos pelos Institutos de Previdência ou Fundos 
Previdenciários dos entes federativos e a aposentadoria ocorre por tempo de contribuição ou por 
idade.
É importante destacar duas reformas que este sistema passou:
a) 2003- os servidores públicos passaram a receber benefício calculado com base na média dos 
80% maiores salários e perderam a integralidade e a paridade, desta forma os reajustes seguem a 
inflação;
b) 2013: os benefícios passaram a seguir o teto do RGPS e foi criada a Fundação de Previdência 
Complementar do Servidor Público (FUNPRESP), que administra o plano complementar para os 
novos servidores da União, autarquias e fundações.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 26
4.1.1.2- Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
O RGPS tem a sua operacionalização a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que foi 
fundado em junho de 1990 no governo do Presidente Collor de Mello através da fusão do Instituto 
de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) com o Instituto Nacional 
da Previdência Social (INPS). O INSS é uma autarquia vinculada ao Ministério da Economia. 
Este regime é obrigatório para todos os trabalhadores da iniciativa privada e para os servidores 
públicos não filiados ao RPPS. Os trabalhadores deste regime são também conhecidos por 
“celetistas”, aqueles que são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho. 
O regime é de repartição simples e, como visto no capítulo 3, essa é a causa dos graves problemas 
deste regime previdenciário. Outro aspecto que interfere no equilíbrio é que as aposentadorias e 
pensões não podem ser inferiores a 1 salário mínimo e o reajuste é anual, pelo Índice Nacional de 
Preços ao Consumidor (INPC) medido pelo IBGE.
4.1.1.2.1- Regras para a aposentadoria antes da Reforma da Previdência de 2019.
O quadro abaixo é um resumo das regras para a aposentadoria:
Aposentadoria Mulher Homem
Idade mínina - Urbano 60 65
Idade mínima - Rural 55 60
Tempo de Contribuição - anos 30 35
Carência mínima - meses 180 180
Regra 85/95 pontos (até 31/12/18) 85 95
Teto do benefício (2021) R$ 6.433,57
a) Aposentadoria por tempo de contribuição
O benefício depende do Período Básico de Cálculo (PBC), que é o espaço de tempo de contribuições 
que será utilizado para calcular o seu valor. Este PBC sofreu uma importante alteração pela Lei 
9.876/1999: o cálculo passou a ser feito com base nas contribuições efetuadas a partir de julho de 
1994 (data do lançamento da nossa moeda, o real, no governo do Presidente Itamar Franco) com 
a possibilidade de exclusão dos 20% menores salários de contribuição de qualquer mês. Ou seja, a 
média passou a ser feita com base nos 80% maiores salários de contribuição. 
Fator Previdenciário:
Como visto no item 3.2.1, o Presidente João Goulart em 1962 revogou a idade mínima de 
aposentadoria. Assim, para corrigir um pouco esta questão, foi instituído por esta mesma lei 
(9.876/1999) o “fator previdenciário”, que nada mais é do que um desconto sobre o valor da 
aposentadoria levando-se em consideração a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de 
sobrevida. A fórmula do fator previdenciário segue abaixo:
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 27
Onde:
f = fator previdenciário (a tabela, baixada do site do Ministério da Economia, está abaixo)
Es = esperança de sobrevida no momento 
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria
Id = idade no momento da aposentadoria
a = alíquota de contribuição com valor fixo de 0,31
37,0 36,1 35,2 34,3 33,4 32,6 31,7 30,8 30,0 29,2 28,3 27,5 26,7 25,9 25,1 24,3 23,5 22,7 21,9 21,2 20,4 19,7 18,9 18,2 17,5 16,8 16,1 15,5
43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
15 0,186 0,192 0,198 0,204 0,211 0,218 0,225 0,233 0,241 0,250 0,259 0,268 0,278 0,289 0,300 0,312 0,324 0,337 0,351 0,366 0,382 0,399 0,417 0,436 0,456 0,478 0,501 0,526
16 0,198 0,205 0,211 0,218 0,225 0,233 0,241 0,249 0,258 0,267 0,277 0,287 0,297 0,309 0,321 0,333 0,347 0,361 0,376 0,391 0,408 0,426 0,445 0,466 0,487 0,511 0,535 0,562
17 0,211 0,218 0,225 0,232 0,240 0,248 0,256 0,265 0,275 0,284 0,295 0,305 0,317 0,329 0,341 0,355 0,369 0,384 0,400 0,417 0,435 0,454 0,474 0,496 0,519 0,544 0,570 0,598
18 0,224 0,231 0,239 0,247 0,255 0,263 0,272 0,281 0,291 0,302 0,312 0,324 0,336 0,349 0,362 0,376 0,391 0,407 0,424 0,442 0,461 0,481 0,503 0,526 0,550 0,577 0,604 0,634
19 0,237 0,245 0,253 0,261 0,269 0,278 0,288 0,298 0,308 0,319 0,330 0,343 0,355 0,369 0,383 0,398 0,414 0,431 0,448 0,467 0,488 0,509 0,532 0,556 0,582 0,610 0,639 0,670
20 0,250 0,258 0,266 0,275 0,284 0,294 0,304 0,314 0,325 0,336 0,349 0,361 0,375 0,389 0,404 0,420 0,436 0,454 0,473 0,493 0,514 0,537 0,561 0,586 0,614 0,643 0,674 0,707
21 0,263 0,272 0,280 0,289 0,299 0,309 0,319 0,330 0,342 0,354 0,367 0,380 0,394 0,409 0,425 0,441 0,459 0,478 0,498 0,519 0,541 0,565 0,590 0,617 0,646 0,676 0,709 0,744
22 0,276 0,285 0,294 0,304 0,314 0,324 0,335 0,347 0,359 0,372 0,385 0,399 0,414 0,429 0,446 0,463 0,482 0,501 0,522 0,544 0,568 0,5930,619 0,647 0,678 0,710 0,744 0,780
23 0,290 0,299 0,308 0,318 0,329 0,340 0,351 0,363 0,376 0,389 0,403 0,418 0,433 0,450 0,467 0,485 0,505 0,525 0,547 0,570 0,595 0,621 0,648 0,678 0,710 0,743 0,779 0,817
24 0,303 0,312 0,322 0,333 0,344 0,355 0,367 0,380 0,393 0,407 0,422 0,437 0,453 0,470 0,488 0,507 0,528 0,549 0,572 0,596 0,622 0,649 0,678 0,709 0,742 0,777 0,814 0,854
25 0,316 0,326 0,336 0,347 0,359 0,371 0,383 0,396 0,410 0,425 0,440 0,456 0,473 0,491 0,510 0,530 0,551 0,573 0,597 0,622 0,649 0,677 0,707 0,740 0,774 0,811 0,850 0,891
26 0,329 0,340 0,351 0,362 0,374 0,386 0,399 0,413 0,427 0,442 0,458 0,475 0,493 0,511 0,531 0,552 0,574 0,597 0,622 0,648 0,676 0,705 0,737 0,771 0,806 0,845 0,885 0,929
27 0,343 0,353 0,365 0,377 0,389 0,402 0,415 0,430 0,445 0,460 0,477 0,494 0,513 0,532 0,552 0,574 0,597 0,621 0,647 0,674 0,703 0,734 0,767 0,802 0,839 0,879 0,921 0,966
28 0,356 0,367 0,379 0,391 0,404 0,418 0,432 0,447 0,462 0,478 0,496 0,514 0,533 0,553 0,574 0,596 0,620 0,645 0,672 0,700 0,730 0,762 0,797 0,833 0,872 0,913 0,957 1,004
29 0,370 0,381 0,393 0,406 0,419 0,433 0,448 0,463 0,479 0,496 0,514 0,533 0,553 0,574 0,596 0,619 0,643 0,670 0,697 0,727 0,758 0,791 0,826 0,864 0,904 0,947 0,993 1,041
30 0,383 0,395 0,408 0,421 0,435 0,449 0,464 0,480 0,497 0,515 0,533 0,552 0,573 0,594 0,617 0,641 0,667 0,694 0,723 0,753 0,785 0,820 0,856 0,895 0,937 0,981 1,029 1,079
31 0,397 0,409 0,422 0,436 0,450 0,465 0,481 0,497 0,515 0,533 0,552 0,572 0,593 0,615 0,639 0,664 0,690 0,718 0,748 0,780 0,813 0,849 0,887 0,927 0,970 1,016 1,065 1,117
32 0,410 0,423 0,437 0,451 0,466 0,481 0,497 0,514 0,532 0,551 0,571 0,591 0,613 0,636 0,661 0,687 0,714 0,743 0,774 0,806 0,841 0,878 0,917 0,959 1,003 1,051 1,101 1,155
33 0,424 0,437 0,451 0,466 0,481 0,497 0,514 0,531 0,550 0,569 0,590 0,611 0,634 0,658 0,683 0,709 0,738 0,768 0,799 0,833 0,869 0,907 0,947 0,990 1,036 1,085 1,137 1,193
34 0,438 0,451 0,466 0,481 0,497 0,513 0,530 0,549 0,568 0,588 0,609 0,631 0,654 0,679 0,705 0,732 0,761 0,792 0,825 0,860 0,897 0,936 0,978 1,022 1,070 1,120 1,174 1,231
35 0,451 0,466 0,481 0,496 0,512 0,529 0,547 0,566 0,585 0,606 0,628 0,651 0,675 0,700 0,727 0,755 0,785 0,817 0,851 0,887 0,925 0,965 1,008 1,054 1,103 1,155 1,211 1,270
36 0,480 0,495 0,511 0,528 0,545 0,564 0,583 0,603 0,625 0,647 0,670 0,695 0,721 0,749 0,778 0,809 0,842 0,877 0,914 0,953 0,994 1,039 1,086 1,136 1,190 1,247 1,308
37 0,510 0,526 0,544 0,562 0,581 0,600 0,621 0,643 0,666 0,690 0,716 0,743 0,771 0,801 0,833 0,867 0,903 0,941 0,981 1,024 1,069 1,118 1,170 1,225 1,284 1,347
38 0,542 0,559 0,578 0,597 0,618 0,639 0,662 0,685 0,710 0,737 0,764 0,794 0,824 0,857 0,892 0,929 0,968 1,009 1,053 1,100 1,150 1,204 1,261 1,321 1,386
39 0,575 0,594 0,614 0,635 0,657 0,680 0,705 0,730 0,757 0,786 0,816 0,848 0,881 0,917 0,955 0,995 1,038 1,083 1,131 1,183 1,237 1,296 1,358 1,425
40 0,611 0,631 0,653 0,675 0,699 0,724 0,751 0,778 0,808 0,838 0,871 0,906 0,942 0,981 1,022 1,066 1,113 1,162 1,215 1,271 1,331 1,395 1,464
41 0,648 0,670 0,694 0,718 0,744 0,771 0,799 0,829 0,861 0,894 0,930 0,967 1,007 1,050 1,095 1,143 1,193 1,248 1,305 1,367 1,433 1,503
42 0,688 0,712 0,737 0,763 0,791 0,820 0,851 0,884 0,918 0,954 0,993 1,034 1,077 1,123 1,172 1,225 1,280 1,340 1,403 1,470 1,542
43 0,730 0,756 0,783 0,811 0,841 0,873 0,906 0,941 0,979 1,018 1,060 1,105 1,152 1,202 1,256 1,313 1,374 1,439 1,508 1,581
44 0,775 0,803 0,832 0,862 0,895 0,929 0,965 1,003 1,044 1,087 1,132 1,181 1,233 1,287 1,346 1,408 1,475 1,545 1,621
45 0,822 0,852 0,884 0,917 0,952 0,989 1,028 1,069 1,114 1,160 1,210 1,263 1,319 1,379 1,443 1,511 1,583 1,661
46 0,873 0,905 0,939 0,975 1,013 1,053 1,095 1,140 1,188 1,239 1,293 1,351 1,412 1,477 1,547 1,621 1,700
47 0,926 0,961 0,998 1,036 1,078 1,121 1,167 1,216 1,268 1,324 1,382 1,445 1,512 1,583 1,659 1,740
48 0,983 1,021 1,060 1,102 1,147 1,194 1,244 1,297 1,354 1,414 1,478 1,547 1,620 1,697 1,780
49 1,044 1,084 1,127 1,173 1,221 1,272 1,327 1,385 1,446 1,512 1,582 1,656 1,736 1,820
50 1,109 1,152 1,199 1,248 1,301 1,356 1,415 1,478 1,545 1,617 1,693 1,774 1,861
51 1,178 1,225 1,275 1,329 1,386 1,446 1,510 1,579 1,652 1,730 1,813 1,901
52 1,251 1,303 1,357 1,415 1,477 1,543 1,613 1,687 1,767 1,851 1,941
53 1,330 1,386 1,445 1,508 1,575 1,646 1,722 1,804 1,890 1,982
54 1,414 1,475 1,539 1,607 1,680 1,758 1,841 1,929 2,023
55 1,505 1,570 1,640 1,714 1,794 1,878 1,968 2,064
Fonte: IBGE. Elaboração: SRGPS/SPREV/SEPRT-ME.
Tabela exemplificativa, calculada para idades e tempos de contribuição em anos exatos.
FATOR PREVIDENCIÁRIO 2021 (TABELA MORTALIDADE AMBOS OS SEXOS 2019 - IBGE)
T
E
M
P
O
 
D
E
 
C
O
N
T
R
I
B
U
I
Ç
Ã
O
EXPECTATIVA DE SOBREVIDA / IDADE DA APOSENTADORIA
Com a tabela em mãos, o cálculo é muito simples. Basta pegar o valor da aposentadoria calculado 
com base nos 80% dos maiores salários e multiplicar pelo número encontrado acima. 
O fator previdenciário foi uma tentativa de incentivar as pessoas a trabalharem até atingirem a 
idade mínima, conforme o quadro resumo das regras para a aponsentoria. Quanto mais nova a 
pessoa e quanto menor o tempo de contribuição, maior o desconto no valor da aposentadoria.
Observe que em algumas situações o valor da aposentadoria ultrapassa o valor calculado pelo 
INSS, mas lembre-se da limitação do teto. Esta aparente distorção ocorre porque o segurado pode 
trabalhar, por exemplo, até os 65 anos e ter 40 anos de contribuição e, por isso, tem direito a um 
valor superior ao calculado. 
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 28
Regra 85/95 Progressiva (ou Fator 85/95)
A regra 85/95 foi instituída pela Lei 13.183/2015 e na prática substituiu o fator previdenciário.
A regra é bem simples: soma-se a idade da pessoa com o tempo de contribuição e se atingir a 
pontuação mínima, pode solicitar a aposentadoria sem sofrer o desconto do fator promovido pelo 
previdenciário, independemente da idade do segurardo. 
A tabela abaixo mostra a evolução da regra, que agrega pontos a medida que o tempo avança, até 
atingir o limite 90/100 no ano de 2026.
Para ter direito a esta regra as mulheres devem ter 30 anos de contribuição e os homens 35 anos 
de contribuição. Além disto, exige-se carência de 180 meses (em direito previdenciário, carência é 
diferente de contribuição).
Perído de vigência Mulher Homem
Até 30/12/2018 85 95
De 31/12/2018 a 30/12/2020 86 96
De 31/12/2020 a 30/12/2022 87 97
De 31/12/2022 a 30/12/2024 88 98
De 31/12/2024 a 30/12/2026 89 99
A partir de 31/12/2026 90 100
Tempo de contribuição - anos 30 35
Carência mínima - meses 180
b) Aposentadoria por idade
A aposentadoria por idade pode ser solicitada pelo segurado do INSS que trabalha na cidade ou 
no campo. A idade mínima para se aposentar entre homens e mulheres tem diferença de 5 anos e 
aposentado rural aposenta 5 anos mais cedo do que o aposentado urbano, conforme o quadro no 
início deste tópico. Além disto, é exigido carência mínima de 180 meses.
O valor da aposentadoria corresponde a 70% do salário de benefício com acréscimo de 1% para 
cada ano de contribuição, com limite de 100% do salário de benefício. Este salário de benefício é 
calculado da mesma forma da aposentadoria por tempo de contribuição.
Além disto, o uso do fator previdenciário é facultativo, ou seja, somente é usado se for beneficiá-lo.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 29
A NOVA PREVIDÊNCIA
Depois de muitos anos, propostas e tentativas, a Nova Previdência entrou em vigor no dia 13 de 
novembro de 2019 com a publicação da emenda constitucional nº103 no Diário Oficial da União. A 
maior mudança foi a impossibilidade de se aposentar por tempo de contriubição. As novas regras 
valem para o RGPS e para o RPPS.
Mulheres Homens
RGPS
Idade Mínima 62 65
Contribuição - anos 15 20
RPPS
Idade Mínima 62 65
Contribuição - anos (1) 25 25
Trabalhadores rurais
Idade Mínima 55 60
Contribuição - anos 15 15
Professores
Idade Mínima 57 60
Contribuição - anos 20 20
Policiais (2)
Idade Mínima 55 55
Contribuição - anos (3) 30 25
(1) 10 anos no serviço públicoe 5 anos no mesmo cargo em
 que o servidor irá se aposentar
(2) Policiais federais, rodoviários federais e legislativos
(3) 25 anos de exercício da carreira
Fonte: Ministério da Economia, adaptado pelo autor.
Com relação ao cálculo do benefício no RGPS, temos:
a) 100% do histórico dos salários de contribução desde julho de 1994. Anteriormente a média era 
sobre as 80% maiores contribuições, ou seja, descartava-se as menores contribuições;
b) Ao atingir o tempo de contribuição mínimo (15 anos para mulheres e 20 anos para os homens), 
os trabalhadores terão direito a 60% do valor do benefício integral e este percentural subirá em 2 
pontos percentuais a cada ano de contribuição; 
c) Aponsetadoria pelo valor integral: para as mulheres com 35 anos de contribuição e para os 
homens com 40 anos de contribuição. Será possível receber acima de 100% caso mulheres tenham 
mais de 35 anos de contribuição e homens tenham mais de 40 anos de contribuição;
d) Valor do benefício: obrigatoriamente entre 1 salário mínimo e o teto (em torno de 5,5 salários 
mínimos);
e) Reajuste: anual, pelo INPC;
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 30
f) As alíquotas de contribuição passam a ser cobradas por faixa de salário. Fique atento ao fato que 
as alíquotas passarão a incidir sobre cada faixa de remuneração, como é o cálculo do IR. Assim, 
quem recebe o teto terá alíquota de 11,69%.
1. Até 1 salário mínino: 7,5%
2. Entre um salário mínimo de R$2.000,00: 9%
3. Entre R$2.000,00 e R$3.000,00: 12%
4. Entre R$3.000,00 e o teto do RGPS: 14%
Com relação ao cálculo do benefício dos servidores públicos da União que ingressaram na carreia a 
partir de 1º de janeiro de 2004 (quem ingressou antes segue o regime que garante a integralidade) 
pelo regime do RPPS, temos:
a) Com 20 anos de contribuição, 60% da média de todas as contribuições e aumentando em 2 
pontos percentuais a cada ano adicional de contribuição;
b) As alíquotas de contribuição foram alteradas:
1. Até 1 salário mínino: 7,5%
2. Entre um salário mínimo de R$2.000,00: 9%
3. Entre R$2.000,00 e R$3.000,00: 12%
4. Entre R$3.000,00 e o teto do RGPS: 14%
5. Entre o teto do RGPS e R$10.000,00: 14,5%
6. Entre R$10.000,00 e R$20.000,00: 16,5%
7. Entre R$20.000,00 e o teto constitucional: 19%
8. Acima do teto constitucional: 22%
Regras de transição:
Foram criadas regras de transição, mas para quem tem o direito adquirido, as regras de 
aposentadoria e pensão prevalecem as anteriores. Para o RGPS foram criadas 5 regras de transição, 
sendo que o segurado escolhe a que for mais vantajosa. O valor do benefício seguirá a nova regra 
de cálculo.
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1) Aposentadoria por tempo de contribuição
a. Transição pelo sistema de pontos, que soma do tempo de contribuição com a idade. A regra 
85/95 foi alterada: manteve-se o tempo mínimo de contribuição, mas elevou-se a pontuação.
Período de vigência Mulher Homem
2019 86 96
2020 87 97
2021 88 98
2022 89 99
2023 90 100
2024 91 101
2025 92 102
2026 93 103
2027 94 105
2028 95 105
2029 96 105
2030 97 105
2031 98 105
2032 99 105
2033 100 105
b. Transição por tempo de contribuição e idade. Homens poderão se aposentar aos 61 anos e com 
35 anos de contribuição e mulheres com 5 anos menos, ou seja, 56 anos e 30 anos de contribuição. 
Essa idade mínima irá subir 6 meses por ano até atingir 65 anos para homens (2027) e 62 anos para 
mulheres (2031). 
c. Transição com fator previdenciário “pedágio de 50”. Mulheres com mais de 28 anos de 
contribuição e homens com mais de 33 anos de contribuição poderão se aposentar sem idade 
mínima desde que cumpram pedágio de 50% sobre o tempo mínimo que falta para se aposentar. 
Por exemplo, mulher com 28 anos de contribuição poderá se aposentar sem idade mínima desde 
que contribua por mais 3 anos (2 para atingir 30 anos e 1 como pedágio). Além disso, aplica-se o 
fator previdenciário.
d. Transição com idade mínima e “pedágio de 100”. A regra estabelece idade mínima e pedágio 
de 100% para o tempo que falta para atingir o mínimo exigido de tempo de contribuição, 30 anos 
para mulheres e 35 anos para homens. A idade mínima é de 57 anos para mulheres e 60 anos 
para homens. Por exemplo, homem com 60 anos e 33 anos de contribuição precisa trabalhar e 
contribuir por mais quatro anos (2 para atingir 35 anos de contribuição + 100% de pedágio);
2) Aposentadoria por idade
Essa regra não altera em nada a regra para os homens, que precisam ter ao menos 65 anos, mas 
permite que a idade mínima para as mulheres seja de 60 anos em 2019 e suba 6 meses a cada ano, 
assim em 2023 a idade mínima será de 62 anos.
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4.1.1.2.2- Principais benefícios
O quadro abaixo resume os principais benefícios que o segurado tem direito e os principais 
benefícios serão analisados:
Benefício urbanos Carência - meses de contribuição
Aposentadoria por invalidez 12
Auxílio acidente Ser segurado
Auxílio doença 12
Auxílio reclusão 24
Pensão por morte 18
Salário família Ser segurado
Salário maternidade 10
Fonte: Ministério da Economia, adaptado pelo autor.
a) Aposentadoria por invalidez
Benefício devido ao trabalhador permanentemente incapaz de exercer qualquer atividade 
laborativa e que também não possa ser reabilitado em outra profissão de acordo com perícia 
médica.
b) Auxílio acidente
Benefício pago para segurado que apresentar sequela permanente que reduza a sua capacidade de 
trabalho devido a acidente. Depende de perícia médica e os contribuintes individuais e facultativos 
não tem direito a este benefício.
c) Auxílio doença
Benefício pago para segurado que comprove estar temporariamente incapaz de realizar o seu 
trabalho devido a doença. Depende de perícia médica.
d) Pensão por morte (causa não acidental)
Este benefício precisa ser muito bem analisado e explicado para o seu cliente. A regra geral é que 
o segurado tenha realizado 18 contribuições e seja casado (ou união estável) há pelo menos dois 
anos. No caso de acidente, não há estes prazos mínimos. O ponto crucial é o tempo do benefício 
varia com a idade do dependente na data do óbito, conforme a tabela abaixo. Enfim, verificar uma 
cobertura de seguro de vida para complentar a renda do dependente.
Idade do dependente na data do óbito Duração máxima do benefício
Menos de 22 anos 3 anos
Entre 22 e 27 anos 6 anos
Entre 28 e 30 anos 10 anos
Entre 31 e 41 anos 15 anos
Entre 42 e 44 anos 20 anos
A partir de 45 anos Vitalício
Fonte: Ministério da Economia, adaptado pelo autor.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 33
Além disto, a Nova Previdência mudou as regras com relação ao valor a ser recebido no caso de 
pensões acima de um salário mínimo: o benefício correspnderá a pelo menos 60% do valor da 
aponsentadoria. A regra diz, que será de 50% do valor da aposentadoria acrescido de 10% para 
cada dependende, ou seja, somente no caso de existirem 5 ou mais depedentes, o valor será 
integral.
e) Salário maternidade
Benefício pago ao segurado devido a nascimento de filho, adoção ou guarda judicial para fins de 
adoção. Nestes casos, a regra geral de duração do benefício é de 120 dias.
Este benefício pode ser pago por 14 dias nos casos de aborto não criminoso.
4.1.2- Previdência Privada Complementar (Fechada e Aberta)
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) no Brasil é constituído por três órgãos reguladores e quatro 
órgãos supervisores e por diversos órgãos operadores, conforme a figura abaixo:
Fonte: Bacen, adaptado pelo autor.
O objetivo é a Previdência Complementar Privada, então o foco serão nos Órgãos relacionados ao 
tema.
a) Órgãos Normativos
São os responsáveis pelas políticas e diretrizes gerais para o funcionamento adequado do SFN. 
São eles: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e 
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP):
Criado em 1966 para ser o órgão normativo das atividades securitárias, fixando as diretrizes 
e normas para seguros privados e capitalização.A partir de 1977, a sua ação foi expandida à 
Previdência Privada aberta. 
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 34
Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC):
Criado em 2010 para substituir o Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) e 
integra a estrutura do Ministério da Economia. Tem como objetivo regular o regime de previdência 
complementar operada pelos fundos de pensão. 
b) Entidades Supervisoras
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): autarquia criada em 1966 e vinculada ao Ministério 
da Economia. Executora da política traçada pelo CNSP, sendo a responsável pela fiscalização, 
pelo controle e pelo fomento dos mercados de seguros e resseguro, das Entidades Abertas de 
Previdência Complmentear (EAPC) e das empresas de capitalização.
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC): autarquia criada em 2009 
e vinculada ao Ministério Economia com o objetivo de fiscalizar e supervisionar as Entidades 
Fechadas de Previdência Complemntar (EFPC), os fundos de pensão, e de executar as políticas para 
o regime de previdência complementar de acordo com as normas do CNSP.
4.1.2.1- Planos de benefícios: Contribuição Definida (CD), Benefício Definido (BD), Contribuição 
Variável (CV)
a) Benefício Definido
Foram criados nos anos 1970 e foram os primeiros a serem criados no Brasil. Os valores da 
contribuição a pagar e do benefício a receber são estabelecidos no momento da contratação do 
plano e seu custeio é determinado por cálculo atuarial para assegurar o valor definido do benefício 
da aposentadoria e, por este motivo, o valor da contribuição varia ao longo do tempo. A natureza 
do plano é mutualista, ou seja, de caráter solidário entre os participantes para que ocorra o 
equilíbrio atuarial. 
b) Contribuição Definida
Foram criados nos anos 1980 e o que é definido é o valor da contribuição do participante e do 
patrocinador. Cada participante tem uma conta e o valor do benefício será proporcional ao saldo 
acumulado na data de sua concessão.
c) Contribuição Variável
Este tipo de plano mescla as características dos planos BD e CD. Na fase de acumulação os 
aportes são feitos em contas individuais, característica do plano CD. Na fase de recebimento da 
aposentadoria, há característica do plano BD devido a possibilidade de contratar renda vitalícia. 
4.1.2.2- Regras de vesting
Quando uma empresa oferece um plano de Previdência Privada para os funcionários e ambos 
fazem aportes, algumas regras são estabelicidas para que o funcionário tenha direito ao benefício 
das contribuições pagas pelo empregado no plano de Previdência Privada. Isto é vesting! Em geral, 
não é comum o funcionário se aposentar na empresa, então essas regras estabelecem o percentual 
do aporte que a empresa fez e que o trabalhador poderá acessar ou pedir portabilidade quando 
sair da empresa. Fatores como tempo de empresa, tempo de permanência na empresa e nível 
hierárquico podem ser considerados.
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 35
Em linhas gerais, como não sabemos por quanto tempo permaneceremos na empresa, deve-se 
aceitar participar do plano de Previdência, afinal há chances de acessar parte ou todo o valor de 
contribuição da empresa, fato que eleva significativamente a reserva futura.
4.1.2.3- Plano patrocinado por empregador e plano instituído por entidade associativa
a) Plano patrocinado por empregador
A empresa pode patrocinar um plano de Previdência Privada de duas formas:
 • Plano Instituído: a empresa paga parte das contribuições e os funcionários tem direito de 
fazerem aportes. As contribuições da empresa podem gerar benefício fiscal desde que seja 
tributada pelo regime de lucro real e que o planos seja PGBL. Nos planos instituídos quase 
sempre há regras de vesting.
 • Plano averbado: a empresa apenas contrata uma Seguradora, mas não faz aportes. A 
vantagem para os funcionários são as condições (principalmnete em termos de taxa de 
administração e taxa de carregamento) para aderirem ao plano. Neste caso, os planos 
podem ser PGBL ou VGBL já que há ausência de aportes da empresa. Pode ser uma boa 
alternativa para as pequenas empresas oferecerem um benefício aos seus funcionários. 
b) Plano instituído por entidade associativa
É um plano de Previdência oferecido somente por EFPC (fundo de pensão) para um público restrito 
já que a pessoa deve estar ligada a alguma entidade como Sindicato, Associação, Conselho de 
Classe ou Cooperativa. 
Os planos de benefícios somente deverão ser oferecidos na modalidade de Contribuição Definida, 
a entidade de previdência constituída por instituidores devem terceirizar a gestão dos recursos e 
as entidades instituidoras (sindicatos, conselhos e outros) não podem contribuir.
4.1.3- Acumulação própria do patrimônio
É natural que o seu cliente não constitua toda a sua reserva de aposentadoria em planos de 
Previdência Privada. Como você estudou no módulo de investimentos, há dezenas ou centenas de 
alternativas para acumular capital, no Brasil e no exterior.
4.1.3.1- Ativos mobiliários
O mercado de capitais e financeiro do Brasil avançou muito e há aproximadamente dez anos, 
devido os avanços tecnológicos, surgiram as plataformas de investimentos, que se transformaram 
em concorrentes dos Bancos tradicionais. 
As plataformas de investimento foram essenciais para que a Indústria de Fundos de Investimento 
progredisse. Por terem uma atuação em formato de células independentes de Agentes Autônomos 
de Investimentos (AAI), as plataformas conseguiram uma penetração muito abrangente junto 
a população, difundindo os produtos e os serviços de uma forma crescente. Assim, uma nova 
geração de investidores semeou o crescimento e o aperfeiçoamento dos Fundos de Investimento, 
sejam de gestoras de recursos independentes ou de grandes Bancos, e essa geração alcançou hoje 
um protagonismo sem precedentes na história financeira recente no Brasil. 
Esse preâmbulo é importante para que o planejador financeiro certificado se atente para as 
novidades. Tivemos no final do ano de 2020 a liberação das negociação de BDR para investidores 
tradicionais e agora começaram a desembarcar os ETFs de BDR. As novidades continuam!
MÓDULO VI | CFP | EA BANKING SHOOL 36
Em geral, uma pessoa que se preocupa com aposentadoria busca ativos que garatam um retorno 
acima da inflação. Assim, devemos analisar a possibilidade de incluir os títulos Tesouro IPCA+ 
(NTN-B Principal) para a fase de acumulação e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B) para 
a fase do benefício. 
Além disto, tendo em mente que o prazo de acumulação pode ser muito longo e se o seu cliente 
tiver perfil moderado ou arrojado, fundo de ações pode ser uma alternativa muito interessante. 
Hoje em dia há muitos fundos ativos e muitos FoF de fundos de ações.
4.1.3.2- Ativos imobiliários
O brasileiro tem uma tradição muito interessante de buscar investimentos em imóveis. Assim, 
deve-se fazer uma comparação entre investir em imóvel e investir em um FII. 
Uma análise comparativa muito interessante pode ser obtida no site da Planejar. A única que 
ressalva que faço no artigo é que o pagmento da compra da cota do FII é agora em D + 2.
https://www.planejar.org.br/investimentos/imoveis-investimento-direto-ou-via-fundo/
4.2 O impacto dos impostos no fluxo de caixa
Observe que as alternativas de investimento apresentadas no tópico 4.1.3 foram pensadas sob a 
ótica tributária. Vamos destrinchar.
a) Tesouro IPCA+ para a fase de acumulação: não há pagamento de IR semestral, já que o título é 
bullet;
b) FII: o rendimento do fundo imobiliário, via de regra, é isento. No caso de aluguel, ocorre a 
possibilidade de pagar IR mensal via “carnê-Leão”;
c) Holding imobiliária: para quem tem mais recursos, é uma solução que pode ser muito 
interessante do ponto de vista tributário;
d) Fundos de ações, que tem pagamento de IR Fonte somente no resgate.
Observe que fundos multimercado e renda fixa não foram sugeridos. E por dois motivos:
a) Hoje em dia há excelentes alternativas

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