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Apostila Cenários e Modalidades da EAD Sumário Introdução 1. A Educação a Distância 2. Os Possíveis Obstáculos dos Cursos De EAD 3. Os Problemas Encontrados no Estudo a Distância 4. Autonomia e Eficiência na Aprendizagem 5. Os Componentes para a Aprendizagem Autônoma 6. Ensino Híbrido 7. Dicas Práticas de Ensino Híbrido 8. O Professor na Educação Online 9. Estratégias de Aprendizagem Combinada no Ensino Híbrido 10. Projetos de Aprendizagem Combinada Considerações Finais Bibliografia – Literatura Complementar Introdução Apesar de ser uma modalidade de ensino que está crescendo no país, principalmente com o incentivo do governo atual, a Educação a Distância (EAD) ainda possui muitos problemas a serem enfrentados. As rápidas mudanças que vêm acontecendo no mundo, associadas ao grande desenvolvimento das tecnologias da informação, têm expandido consideravelmente a capacidade de modernização dos sistemas educacionais e diversificado as possibilidades de interação e troca de informação entre indivíduos que se encontram separados geograficamente, formando uma grande rede de informação e conhecimento. A utilização das tecnologias no ensino, através de meios eletrônicos e computacionais, como as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) pode contribuir com a solução de diversos problemas no campo da educação. Porém, também pode ser um problema para aqueles não apresentam habilidade e que não dominam tais tecnologias. Embora no ensino a distância educador e aluno estejam separados geograficamente, eles podem estar próximos graças estas tecnologias digitais da informação e comunicação, que permitem a interação e a comunicação entre eles. Esta é a base da EAD, ou seja, a ideia básica, desta modalidade de educação, é que alunos e professores podem estar em locais diferentes, até mesmo em países diferentes, durante todo o processo de aprendizado e ensino, ou grande parte deste. No entanto, não é necessário apenas obter um meio para que as interações aconteçam. A interação entre os indivíduos não se realiza apenas quando um se comunica com o outro, mas sim nas ações resultantes das comunicações. Sendo assim, as tecnologias digitais de comunicação e informação são possibilidades para se realizar interações, que dependem da atitude dos envolvidos diante das propostas de ações nos ambientes digitais de aprendizado. Escolher estudar em um curso à distância pode ser vantajoso em vários aspectos. Nos cursos particulares, as mensalidades costumam ser bem mais acessíveis, também há a vantagem de o aluno não precisar se deslocar todos os dias para a instituição de ensino e poder estudar em locais e horários que forem mais convenientes. Estes são fatos que costumam ser decisivos para muitos estudantes que desejam adquirir um diploma de graduação, de pós-graduação, de especialização, entre outros. Pode parecer bastante fácil concluir um curso a distância, mas não é tão simples como parece à primeira vista. Muitos alunos que iniciam um curso de EAD se surpreendem com as exigências apresentadas pelo curso, já que estudar sozinho diante de um computador, por exemplo, sem a socialização interação presencial e companhia diária de professores e amigos de curso, demanda muita disciplina e autonomia por parte do estudante. Além do que, as disciplinas apresentam uma carga horária que deverá ser cumprida pelo aluno. Sendo assim, sem uma organização adequada, haverá certamente um acúmulo de atividades perante o cronograma de atividades a serem cumpridas. Esta discrepância entre a expectativa e a realidade leva muitos alunos a desistir dos cursos que, por sinal, apresentam grande evasão. Estudos têm demonstrado que é preciso potencializar a educação humana do sujeito social autônomo e inventivo, o que traz a necessidade de se desenvolver uma prática pedagógica que não traz vantagens somente para a obtenção de conteúdo curricular, fato que tem sido constatado na maioria das instituições de ensino a distância. A EAD tem se apresentado como uma possível solução para carências educacionais, como por exemplo, alcançar pessoas isoladas geograficamente, almejando tais perspectivas, projetos de educação à distância estão sendo inseridos em políticas para a educação. Tais políticas devem atentar para o contexto cultural em que esteja inserido o projeto e as condições em que se desenvolve, com o intuito de oferecer ao educando a autonomia na ação de aprender. Cabe a educação propiciar ao estudante, independente de modalidade de educação a distância ou presencial: • Adquirir consciência crítica, criativa, participativa e questionadora. • Formação sólida que assegure: Compreender os fundamentos básicos do ensino sob uma visão globalizada da cultura; Dominar o conteúdo; Apresentar informações seguras para a análise e interpretação da realidade pelo aluno. • Ação instrutiva que vincule teoria e prática, voltada para a percepção das relações entre os contextos sócio-econômico-político e cultural. Desta maneira, a interação entre o professor e o aluno deve ser de trocas e interações, tendo como objetivo o crescimento em conjunto, sob aprendizados individualizados, porém significativos. O desafio da Educação a Distância é a compreensão do estudante como sujeito ativo de sua própria aprendizagem. Trata-se de um desafio de ensinar e aprender outros significados, saindo do ensino centrado no educador para fundamentar-se em uma atitude de colaboração e crescimento mútuo. O papel do professor é ser um orientador que faz mediações, esclarece dúvidas, direciona o foco do aluno, disponibiliza opções e age como um colaborador aprendiz, que interage com outros educadores. A maior parte dos educadores que trabalham com atividades de ensino através da rede virtual assumem o compromisso de moderador, ou mesmo, facilitador da construção do saber, evitando assim encher o aluno de informações, que muito provavelmente não serão assimiladas. 1. A Educação a Distância O Termo EAD vem condicionado a ideia de ausência de um ambiente espacial, convencional como a sala de aula. A Tecnologia é extremamente importante neste método de ensino, pois trata-se de uma questão fundamental para o desempenho ideal da Educação à Distância, podendo romper barreiras que até então dificultavam os processos de aprendizagem de muitas pessoas. As vantagens da Educação à Distância estão na flexibilidade do tempo, na abertura dos sistemas de rede, na independência da localização geográfica em que se encontra o aluno, e a maior autonomia deste. Na Educação à Distância o sucesso do estudante está diretamente ligado na sua motivação e nas condições de estudo em que se encontra. A educação à distância perpassa a maior autonomia do aluno. Na Educação à Distância aluno e professor não se encontram juntos fisicamente, no entanto, estão conectados virtualmente, graças às tecnologias de comunicação e informação. Portanto, saímos do contato físico para formarmos um contato virtual, rompendo as barreiras levantadas pelo espaço e pelo tempo. A necessidade de um aperfeiçoamento profissional está latente nos dias de hoje e a Educação à Distância se apresenta como uma alternativa capaz de facilitar este aperfeiçoamento rompendo os limites de um espaço físico como uma sala de aula convencional. Uma das estratégias de que o aluno deve lançar mão na Educação à Distância é procurar vencer o desafio de estudar sem a companhia dos colegas de turma e do professor, obtendo autonomia do seu ato de aprender, sendo que para isso precisa de muita dedicação e disciplina,para desenvolver a habilidade de construir uma aprendizagem baseada na autonomia. 2. Os Possíveis Obstáculos dos Cursos de EAD A Educação à Distância (EAD) é um método que permite a realização de cursos de graduação, pós- graduação, especialização e mesmo escolarização Infantil, fundamental ou de ensino Médio ou técnico, sem a necessidade de comparecer às salas de aulas convencionais. Ainda permite uma flexibilidade considerável em relação ao horário a ser realizado o estudo e a execução das atividades. O desenvolvimento dos projetos de EAD demanda mudanças tanto do professor, ao desenvolver o processo, como da equipe, que precisa valorizar o trabalho participativo, ou dos alunos, que precisam desenvolver a capacidade de autonomia em sua formação, de maneira a construir um processo de aprendizagem em que a interação física entre professor e aluno seja eventual ou totalmente dispensável. Mesmo que esta modalidade de ensino tenha apresentado uma grande procura de alunos, ainda existem vários problemas que podem proporcionar desilusão ao estudante. Entre estes problemas podemos ressaltar: • Evasão dos alunos dos cursos de EAD Em muitas situações os cursos EAD passam a ser desinteressantes para o aluno, mediante a dificuldade deste para encontrar as informações que necessita no ambiente (plataforma) do curso, mediante a falta de compreensão de conteúdo, ou mesmo inabilidade para se adaptar a estrutura do ambiente virtual. Em muitos casos o aluno considera as atividades muito extensas e os métodos de avaliação inadequados. Fatores que colaboram grandemente para a desistência de muitos alunos de cursos de EAD. • Falta de preparação dos alunos Se o aluno não apresentar disciplina e não estiver preparado para estudar sozinho por meios virtuais, os resultados poderão não corresponder às suas expectativas. Primeiramente, antes do início do estudo dos módulos do curso, é preciso que o tutor, aquele que dará todo o apoio ao aluno, coordene a ambientação deste no ambiente virtual do curso. Tal procedimento, associado a um guia de estudo, proporcionará ao estudante não apenas se ambientar ao ambiente do curso, mas também, experimentar as várias ferramentas e recursos acessíveis na plataforma de estudo. • Falta de boas práticas para tutoria on-line O tutor na EAD é o educador que oferece apoio aos estudantes por meio de uma tutoria à distância. Ele é o profissional que esclarece as dúvidas dos alunos, os orienta em relação ao conteúdo e, em muitos casos, também elabora o conteúdo pedagógico. Sendo assim, o tutor na EAD atua como um mediador do conhecimento. No entanto, o tutor pode ser o responsável pela desistência do aluno, devido às dificuldades de comunicação entre tutor e aluno, falta de estímulo, demora na resposta das dúvidas e dos exercícios enviados pelo estudante e a pouca participação nas ferramentas interativas presentes na plataforma de aprendizagem. A comunicação entre tutor e aluno acontece quase que totalmente através da internet e, por este motivo, é muito importante ter um manejo na escolha dos termos, no tom e no conteúdo das mensagens trocadas com os alunos. O aluno precisa do auxílio dos tutores com o retorno rápido às dúvidas questionadas e às atividades por eles efetuadas no decorrer do processo de aprendizagem. Os tutores ao darem o feedback rapidamente aos alunos geram um sentimento de estar presente, porém online. Esta forma de ensino exige um comportamento de apoio ao estudante e também exige o envolvimento do aluno e uma atitude ativa deste para com o acompanhamento do curso. Para tanto o aluno precisa receber assessoramento constante e participativo dos tutores. O apoio da tutoria é bastante necessário para evitar e solucionar problemas que possam aumentar a frustração do aluno da EAD. Por este motivo, o próprio aluno deve assumir e participar ativamente de todo o processo de seu aprendizado. A demora nas intervenções do tutor devido ao grande número de mensagens, pode representar um grande problema na EAD. Em algumas situações, no início de um curso a distância, os estudantes vão compreendendo que as interações tendem a diminuir por atraso dos tutores nas respostas das dúvidas. Em algum momento o aluno descobre que suas mensagens não estão sendo respondidas, nem seus pedidos de ajuda estão sendo socorridos. Às vezes, são questões difíceis de resolver, porém o aluno acaba tendo que contemplar e tratar de adaptar-se, ou acaba desistindo do curso. • Custos da produção dos cursos O material do curso, em muitos casos é disponibilizado online através de uma plataforma, para o aluno ter o material em papel necessitará imprimir o material para poder ser lido, o que dificulta, já que o custo da impressão costuma ser um pouco alto. No entanto, mesmo imprimindo o material, são poucos os estudantes que fazem as leituras em tempo para realizar os processos avaliativos. Em muitos dos cursos da EAD são disponibilizados em cada semana uma grande quantidade de material para leitura. Sendo assim, é importante disponibilizar para os alunos leituras atualizadas, de acordo com os limites dos alunos, para que assim, estes não se sintam desmotivados a continuarem com o curso. • Dificuldades nas interações de trabalhos em grupo No caso de cursos que sugerem trabalhos em grupo, costuma acontecer de alguns integrantes de um grupo podem passar a trocar mensagens sobre atividades que efetuaram juntos e, por isso, criam grupos fechados que podem desestimular os demais participantes que ficaram de fora. Outro problema que pode surgir, quando algumas aulas são disponibilizadas a um grupo, é o tempo de acompanhamento do estudante no curso, pois o tempo necessário para acompanhar uma atividade on- line com um grupo de 15 pessoas, por exemplo, é considerável. Assim sendo, o tutor deve regular a quantidade de informação, de maneira que os estudantes obtenham atividades em quantidade suficientes para permanecerem motivados e satisfeitos. 3. Os Problemas Encontrados no Estudo a Distância Muitos estudantes apresentam, durante a fase inicial de estudo, dificuldades na organização do tempo, organização e planejamento sobre quando e como realizar os estudos e as tarefas. Muitos estudantes se apresentam confusos diante das condições e demandas das atividades do processo de aprendizado. Para muitos alunos trata-se de uma experiência de aprendizagem nova com a qual ainda não sabem como lidar. Tais dificuldades correspondem a uma desigualdade entre as expectativas dos alunos, presentes no início do curso, e a dedicação, o esforço e as exigências concretas de estudo à distância, que se apresentavam desconhecidas, devido a sua falta de experiência como alunos dessa modalidade. • O Perfil Muitos estudantes apresentam dificuldade ao ter que estudar sozinho, sem a presença física de um professor orientando e respondendo às dúvidas que vão surgindo no processo de aprendizagem, mas o estudante precisa ter paciência, perseverança e muita força de vontade para estudar sozinho, com a mesma motivação e empenho que deveria ter em uma sala de aula presencial, com a presença física de um educador. Possuir o perfil compatível com os limites e desafios encontrados na EAD para realizar um curso a distância é fundamental para a escolha de uma modalidade na qual conseguirá se adaptar. Ao ser analisada a questão do perfil, entram em questão os desafios mais comuns para os alunos que optam por um curso de EAD. • A Concentração A concentração talvez seja o mais difícil dos desafios. Por estar estudando normalmente em casa, com o conforto e lazer disponíveis, a dificuldade de ter disciplinae conseguir se manter concentrado é normal. O estudante deve buscar um lugar tranquilo e sem a presença de sons externos, que possam atrapalhar a concentração. O aluno deve procurar permanecer o maior tempo possível em seu estado de estudos, porém, sempre respeitando os intervalos necessários de descanso. No entanto, o estudante deve evitar tirar a concentração dos estudos com intervalos muito curtos, pois pode ser prejudicial para o resultado final do aprendizado. • Saber administrar o tempo O tempo gasto para cumprir a carga horária das aulas virtuais muitas vezes excede a carga horária das aulas presenciais em cursos equivalentes. As discussões virtuais exigem mais tempo e análises mais profundas. As interações on-line demandam dos alunos mais leitura, precisando muito tempo para ler as discussões, que são frequentemente extensas. Muitos estudantes não apresentam disciplina para administrar o tempo de estudo corretamente, seja por falta de tempo para os estudos ou por uma inabilidade na organização pessoal. Saber administrar o tempo pode ser considerado uma vantagem, mas também um desafio. Os estudantes que escolhem a educação à distância, porém, que não são capazes de administrar o tempo da maneira correta, acabam prejudicando atividades importantes, tanto as escolares como as atividades profissionais. Por sua vez, quem consegue disponibilizar o tempo a seu favor tem muito a lucrar com a educação a distância. Considerando que quem faz o horário de estudos e o encaixa da melhor forma possível nos seus horários livres é o próprio estudante. A plasticidade do tempo em cursos on-line é um dos principais argumentos lançados pelos estudantes da EAD quando questionados a respeito da razão que os levou a procurar esta modalidade de ensino. • Redes Sociais O aluno de EAD deve procurar evitar ficar conectado nas redes sociais (facebook e whatsApp, por exemplo) durante o tempo em que se dedica aos estudos. O que evitará desviar a atenção e a concentração dos estudos. O aluno deve reservar um tempo exclusivo para ser dedicado aos estudos e deve procurar deixar o lazer para um horário em que estiver disponível. • Disciplina O estudante deve procurar atribuir regras a si mesmo, procurando manter uma disciplina de estudos. Deve buscar determinar horários, matérias a serem estudadas e pausas necessárias. Este são fatores muito importantes para que o aluno consiga administrar seus estudos e otimizar os resultados esperados. • Conteúdo do curso desinteressantes e dificuldade em se adaptar ao ambiente virtual As dificuldades para achar as informações procuradas na plataforma do curso, causadas pela falta de compreensão do conteúdo e da estrutura do ambiente virtual, são bastante comuns na EAD. Muitos alunos tem dificuldade para transitar entre as muitas sessões disponíveis no curso. A falta de habilidade para participar do fórum de discussão e de ler e enviar mensagens, também são bastante comuns entre os alunos da EAD. Dificuldade para acessar os textos complementares, problemas de concentração, muitas vezes ocorrido pelo excesso de conteúdo desinteressante, dificuldade em compreender, realizar e enviar respostas aos exercícios oferecidos, atividades muito extensas, sistema avaliativo inadequado e conteúdo do curso em desacordo com o esperado. Tais problemas são alguns dos que podem ser encontrados pelos alunos da EAD. • Inabilidade e falta de domínio técnico das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) A falta de habilidade para lidar com as TIC gera grandes dificuldades para o aluno em acompanhar as atividades propostas pelos cursos online. Atividades que para muitos podem ser muito simples - como receber e enviar e-mail, participar de chats, de grupos de discussão, visitar links sugeridos - para alguns estudantes da EAD tais atividades podem se apresentar como um grande problema. A EAD baseada nas TIC requer uma alfabetização tecnológica que pode se tornar um obstáculo insuperável para alguns estudantes. O manuseio do editor de textos, um banco de dados, instalação de softwares necessários para a rotina de estudo, pesquisa de material complementar na Internet, uso de email, são algumas das habilidades que o aluno precisa desenvolver frente as TIC para efetivar seu estudo online. Na EAD os estudantes passam por várias dificuldades e necessidades por não terem tido a oportunidade de passarem por experiências prévias em ambiente virtual. Muitos alunos não apresentam habilidades mínimas necessárias para efetivarem os estudos com sucesso nesta modalidade de aprendizagem. • Faculdades EAD reconhecidas pelo MEC O diploma de uma faculdade a distância tem o mesmo valor, tanto quanto os de cursos presenciais, desde que a instituição de ensino e o curso estejam devidamente reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Entretanto, em alguns casos de cursos EAD de instituições particulares, alunos descobrem tarde demais que seu diploma não é reconhecido pelo MEC. Infelizmente algumas instituições não conseguem a aprovação do MEC e mesmo diante desta situação continuam vendendo seus cursos. 4. Autonomia e Eficiência na Aprendizagem A rotina de estudo em um curso de EAD demanda empenho e horas de leitura e reflexão, o que, em alguns cursos, significa estudar mais do que em um curso de aula presencial, contando que tal rotina é feita sem a presença física constante do educador. Nos cursos de EAD os educadores/tutores devem procurar assumir o papel de mediadores, orientando os estudos a serem cumpridos pelos alunos, sempre buscando que estes desenvolvam um pensamento crítico e independente. Neste processo de educação à distância o estudante passa a ser tão ou mais responsável do que o professor no processo de aprendizado. Como a interação entre alunos e professores ocorre de forma pontual, virtual e menos intensa que nos cursos presenciais, a autonomia e a eficiência no processo de aprendizado deve ser uma característica fundamental, esperada para o aluno da EAD. Além de saber solicitar a ajuda do tutor da maneira mais objetiva, para poder obter respostas para as dúvidas através dos recursos de interação disponíveis na plataforma, o estudante deve ser orientado a buscar informações por outras vias, já que as informações a respeito da matéria não se resumem ao conteúdo disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), ou seja, na plataforma digital dos cursos da EAD. É importante o aluno ser sempre lembrado a extrapolar o material didático disponibilizado na AVA para buscar as soluções necessárias por determinadas atividades. Portanto, o aluno de EAD deve ser estimulado a não permanecer passivo, esperando sempre pelo material oferecido pelo educador. O estudante deve ser orientado para ser um pesquisador, explorando e pesquisando soluções que possam ser aplicadas no dia a dia de sua rotina social e profissional. A curiosidade e a busca pelo saber são fatores essenciais para se aproveitar o máximo de um curso on-line. Nos cursos de EAD deve ser oferecido o embasamento teórico para ir atrás das informações, que podem ser importantes para serem realizadas as atividades e avaliações. Como a intenção de fazer um curso normalmente é de adquirir conhecimento, então, os alunos devem ser orientados a procurar saber sempre um pouco mais sobre o assunto, para poder aplicar o conhecimento com mais eficiência, profissionalmente. Embora a aprendizagem possa ser pessoal e intransferível, as instituições, em alguns casos, acabam por ignorar tais pressupostos e não oferecem a oportunidade aos estudantes de formarem os seus próprios conhecimentos, uma vez que a prática pedagógica nestas instituições se caracteriza por submetê-los a uma aprendizagem mecânica, baseada em um modelo onde o aluno é um agente passivo, que apenas repete aquilo que lhe foi transmitido. Tais práticas pedagógicas partem sempre do pressuposto de que o estudante não sabe nada sobre o assunto a ser ensinado e que o educador deve transmitir o conteúdo, exigindo sempre que o aluno domine tudo no final do curso. Muitos dos problemas, encontrados pelos estudantes no processo de aprendizagem, podem estar no âmbito motivacional e de comunicação. Porém, não é trabalho fácil identificar os problemas e selecionar conteúdos curriculares que cumpram com o papel da educação e proporcionem uma formação adequada para os alunos. O educador deve buscar obter a capacidade de provocar nos alunos atitudes de interesse, sobre o conteúdo de estudo e sobre o próprio processo de aprendizagem, através de uma comunicação clara e motivadora. Em protesto contra uma metodologia tradicional, conservadora e tecnicista nasce a aprendizagem autônoma, assunto que traz três questionamentos: • o que é uma aprendizagem autônoma? • para que serve esta abordagem pedagógica? • em que contexto esta metodologia é desejável ou necessária? Para responder à primeira questão primeiramente é preciso definir o que vem a ser autonomia: • capacidade da vontade humana de se autodeterminar • capacidade de governar-se pelos próprios meios Passando para a aprendizagem autônoma, está claro que, nesse processo pedagógico, o aluno deve ser responsabilizado pela sua aprendizagem, o que não está implícito na ausência do educador/tutor na gestão de atividade de ensino na EAD. Neste modelo de ensino esta atitude do estudante é muito necessária para a construção do conhecimento, já que a mesma é essencialmente autônoma. Equivale a se tornar competente para realizar um aprendizado significativo por si mesmo, para diversas situações e circunstâncias. O ser humano é um ser em aberto e necessita desenvolver possibilidades de investigação, não se manter no senso comum e agir com a sua própria singularidade. Portanto, aprender a aprender é o propósito indispensável da educação escolar. Para a realização de uma aprendizagem autônoma, o educador deve procurar manter uma posição de renúncia ao poder subentendido pelo próprio título de professor, uma posição que já foi muito embasada no controle do conhecimento e dos alunos. Algumas vantagens da aprendizagem autônoma: • permite ao aluno aprender melhor ao buscar maior aprofundamento nos assuntos de seu interesse; • contribui para enriquecer os conhecimentos dos alunos; • o aluno aprende a se libertar da dependência do educador e passa a conhecer outras alternativas de formar o conhecimento. Na aprendizagem autônoma, pode-se reconhecer três componentes que desempenham importante papel em todo o processo: • O Componente do saber; • O do saber fazer e; • O do querer. Os Currículos devem ser elaborados com a atenção voltada para à valorização da individualidade do aluno e do seu nível de cognição, das atitudes e valores, para a ética, para o respeito pelas diferenças individuais e em busca de um desenvolvimento global e contínuo. 5. Os Componentes para a Aprendizagem Autônoma Componentes do Saber Não se trata de um saber teórico puramente aprendido, mas sim de um saber relativo a si mesmo, saber sobre o próprio processo de aprendizagem, com suas particularidades, facilidades e dificuldades, considerando que o aprendizado não ocorre pela razão e sim por curiosidade e afinidade. O saber engloba conhecimentos necessários para o desempenho de uma prática. No entanto, para poder ser capaz de executá-la, é necessário saber fazer. Sendo assim, pode-se concluir que, ao conhecimento, está vinculada a habilidade do ser humano. Componentes do saber fazer Considerando que todo conhecimento a respeito do processo de aprendizado está efetivamente à disposição de uma aplicação prática, o saber a respeito do processo de aprendizado, deve ser modificado para um saber fazer. No cotidiano da prática educativa a avaliação a respeito da aprendizagem é normalmente realizada pelo educador, tendo como referência somente o conteúdo desenvolvido na disciplina, enquanto que no processo de aprendizado autônomo, o estudante não somente avalia o seu próprio desempenho, como também avalia o processo de desenvolvimento de seu aprendizado, de acordo com a sua própria auto orientação. Para que o Ensino possa criar um clima desafiador, podemos citar três condições básicas: • Sinceridade, autenticidade e entendimento nas relações educador/tutor e aluno; • Deve-se manter o respeito das individualidades e potencialidades de cada um; • Empatia. O Tutor deve ter em mente que a aprendizagem do estudante não se resume a simples transmissão de conhecimento. É, no entanto, um processo colaborativo, onde o estudante é formador do seu próprio conhecimento. Assim sendo, sua participação, deve ser constantemente estimulada para uma atitude ativa. Componente do Querer A vontade, o desejo de saber algo é de fundamental importância para que se obtenha sucesso no processo de construção do conhecimento. O aluno precisa estar convencido da eficiência e das vantagens dos métodos de aprendizagem autônoma e, assim, querer aplicá-los. O Educador/Tutor na EAD é o gestor do processo de ensino e aprendizagem, sendo um importante agente, responsável pela disposição do aluno procurar desenvolver sua aprendizagem autônoma. Não é suficiente o aluno apenas saber da existência do processo de aprender a aprender e da sua proposta pedagógica, o que pode oferecer uma ideia errada sobre a aprendizagem ser considerada um processo único. É um trabalho muito importante do professor promover a totalidade entre o saber, o saber fazer e o querer, ou seja, entre o pedagógico, o técnico, o psicossocial e o político. Tal totalidade, tão importante para um novo jeito de fazer pedagógico dentro de um contexto, com certeza contribuirá para que a educação esteja embasada em um processo construtivo, prazeroso, desafiador, estimulante e que o aluno mantenha sempre uma atitude ativa e investigativa. 6. Ensino Híbrido Uma abordagem híbrida para a realização do ensino combina instrução presencial em sala de aula com atividades online. Essa abordagem reduz a quantidade de tempo de permanência em um curso presencial tradicional e promove as atividades do curso online. Durante o tempo de instrução em sala de aula, os alunos podem se envolver em experiências de aprendizagem autênticas e colaborativas. Os componentes online podem incluir conteúdo aprimorado de multimídia e canais para discussão contínua. O aprendizado híbrido, também conhecido como aprendizado combinado, pode ter definições variadas. Por exemplo, alguns grupos acreditam que a porcentagem de redução da sala de aula é essencial para uma definição, enquanto outros não. Realizar um curso híbrido não significa palestrar em sala de aula e mandar os alunos para casa para ler um livro didático e fazer tarefas online. Pesquisas mostraram, e a prática eficaz pode demonstrar, que a melhor instrução híbrida permite que os alunos interajam com o conteúdo e se envolvam em atividades de aprendizagem antes, durante e depois da aula presencial. Frequentemente, os alunos podem interagir com o conteúdo online de forma independente ou assíncrona, enquanto colaboram e aplicam conceitos chave na sala de aula. Um modelo de sala de aula invertida pode ser usado como meio de equilibrar ou combinar os ambientes de aprendizagem online e presencial. “Inverter a sala de aula” é um conceito pedagógico que substitui o formato padrão deaula expositiva pela oportunidade de explorar conceitos e revisar materiais de fora da classe. Isso pode acontecer de várias formas, mas a premissa subjacente é que os alunos revisem as informações fora da classe e, em vez de simplesmente receberem as informações do instrutor, venham preparados para discutir os conceitos. 7. Dicas Práticas de Ensino Híbrido O modelo híbrido de ensino e aprendizagem usa opções on-line e presenciais de forma proposital. Este modelo não apenas oferece a flexibilidade de criar seu curso, mas também dá aos alunos mais domínio sobre o aprendizado. Aqui estão algumas dicas sobre como fazer um curso híbrido eficiente: 1. Construa o que você deseja que os alunos aprendam Os cursos híbridos bem-sucedidos integram totalmente a instrução online e presencial, planejando interações com base nas boas práticas de ensino: • Não pense em seu curso híbrido como seu curso normal traduzido diretamente para ser online, ou seu curso normal com componentes online adicionados. Uma meta-análise determinou que muitos cursos semipresenciais não tiveram sucesso porque eram “um curso e meio”. • Não construa seu curso híbrido começando com os objetivos de aprendizagem listados em seu currículo. Então, enquanto você está construindo seu curso, selecione e alinhe o método de entrega de trabalhos, tecnologia e tarefas que melhor ajudarão os alunos a aprender os objetivos e o conteúdo. Considere o que é melhor feito: • pessoalmente X online, • em tempo real X dar flexibilidade de horários aos alunos, • facilitado pelo instrutor X facilitado pelos recursos de aprendizagem. Por exemplo, em pesquisas desenvolvidas sobre o tema, poucos alunos relataram estar satisfeitos com suas instituições, sentindo falta de um sentimento de pertencimento. Como pode ser mais difícil construir relacionamentos online, aproveite as oportunidades pessoalmente. Os recursos de aprendizagem online têm vantagens que aprimoram a aprendizagem, como feedback imediato e monitoramento do progresso. Na verdade, em muitos estudos, pesquisas mostram que, em média, combinar o aprendizado online com o presencial é mais eficaz do que o aprendizado presencial somente. Há duas coisas a considerar ao selecionar como abordar a parcela online de seu curso híbrido: • Existe tecnologia educacional que pode ajudar a resolver quaisquer problemas que você tenha? Por exemplo: os alunos podem se concentrar em realizar as atividades de aprendizagem o mais rápido possível, em vez de se envolver profundamente. A tecnologia de aprendizagem adaptativa está se tornando cada vez mais sofisticada para detectar quando os alunos estão se envolvendo de forma produtiva e quando não estão, e pode reagir para manter a atenção dos alunos. • Você corre o risco de usar a tecnologia digital apenas para sua própria comodidade? A replicação pura de uma experiência analógica com tecnologia digital pode adicionar complexidade sem trazer quaisquer benefícios. Para obter mais recursos, é bom o professor analisar um ponto de partida para pensar sobre como usar a tecnologia em sua aula. Geralmente, um curso híbrido é equilibrado para ter mais trabalho online facilitado pela tecnologia e menos reuniões presenciais. Por exemplo, um modelo que muitas escolas estão considerando para encorajar o distanciamento social é realizar uma grande palestra online com pequenas seções de discussão presencial. Aqui estão apenas alguns exemplos de como professores procuraram combinar o aprendizado online e presencial: • Cursos ministrados por meio de um formato de aprendizado combinado em um modelo invertido, com palestras online seguidas por um workshop tutorial presencial de duas horas por semana. • Grupos que se conhecem pessoalmente e online podem usar uma abordagem de aprendizagem invertida, em que os alunos cocluem as atividades atribuídas antes de vir para uma aula presencial. • Reuniões semanais em um laboratório de informática com o restante das atividades do curso concluídas online. 2. Planeje interações eficazes Depois de identificar seus objetivos, pense nas interações que usará para facilitar o aprendizado. O aprendizado híbrido oferece muita flexibilidade na forma de interagir. Esses diferentes tipos de interação se enquadram nas três categorias a seguir. a) Interações aluno-instrutor Interações aluno-instrutor, como e-mails, anúncios e discussões. A interação com o instrutor é o principal impulsionador do aprendizado bem-sucedido, mas parece mais difícil online. Você pode fazer questão de promover conexões usando nomes e humor dos alunos. b) Interações aluno-aluno Interações aluno-aluno, como discussões, trabalho de grupo colaborativo e atividades de revisão por pares. Isso pode acontecer ao mesmo tempo pessoalmente ou online e fora da classe. Cada modo tem seus prós e contras: • interações face a face e síncronas são boas para criar um senso de espontaneidade e conexão, mas não tão boas para estimular a participação ou dar flexibilidade. • as interações online assíncronas incentivam a participação, a profundidade da reflexão e a flexibilidade, mas podem carecer de espontaneidade e conexão e podem permitir que os alunos procrastinem. c) Interações aluno-conteúdo As interações aluno-conteúdo incluem atividades, como ler conteúdo, assistir a um vídeo ou resolver um conjunto de problemas. • Integre as experiências O educador pode projetar as interações online e presenciais de forma que elas se apoiem, em vez de se sentirem desconexas. Por exemplo, atribua atividades de aprendizagem online desafiadoras e envolventes e, em seguida, discuta-as pessoalmente, com perguntas convidativas. Se você está incentivando discussões online, consulte-as em classe para confirmar seu valor. • Crie uma abordagem centrada no aluno para a aprendizagem Em um modelo híbrido, incentive seus alunos a assumir o controle de seu aprendizado. Comece permitindo que os alunos escolham como eles se envolvem com o conteúdo. Em seguida, incentive-os a monitorar e refletir sobre seu aprendizado. Ao usar tecnologia com funcionalidade de monitoramento de progresso, o professor também pode ajudá-los a se manterem no caminho certo. Alguns educadores usam o painel em seu material de curso online para dar aos alunos a responsabilidade sobre seu aprendizado. • Apoie o sucesso do aluno Na aprendizagem híbrida, os alunos devem ser mais autodirigidos. Estabeleça expectativas claras e construa um suporte para a aprendizagem autodirigida, como encorajar os alunos a planejar, verificar sua compreensão, estudar mais conforme necessário e refletir sobre sua aprendizagem. Para apoiar ainda mais seu sucesso, ajude-os a usar as ferramentas realizando uma sessão de integração de tecnologia sobre como usar a tecnologia e onde obter ajuda. Essa abordagem pode não apenas ajudar a manter os alunos motivados, mas também desenvolve uma habilidade importante para a vida toda: a autogestão. • Avalie a aprendizagem online Como você não estará na sala com os alunos quando eles fizerem o teste, comunique claramente as regras e instruções antes do exame. As regras podem incluir quantas oportunidades os alunos têm para concluir o exame, se eles podem salvar e voltar mais tarde para concluí-lo, se precisam deixar de lado todos os dispositivos móveis e se é um exame de livro aberto ou fechado. A tecnologia pode ajudá-lo a reduzir as oportunidades de trapaça: - A senha protege seu exame e limita os alunos a uma tentativa de login, - Exija que os alunos preencham uma declaração de honestidade antes de começar o exame, - Forneça acesso à sua sessão de exame dentro de um período de tempo predeterminado, - Embaralhe os itens ou crie várias versões do exame para atribuir aleatoriamente aos alunos, - Crie um banco de itens de ondetirar perguntas aleatórias, uma função incorporada em muitos sistemas de gestão de aprendizagem. - Peça aos alunos que justifiquem ou expliquem suas respostas adicionando um campo de resposta aberto após cada pergunta de resposta selecionada, - Se você não tiver esses recursos, use mais tipos de perguntas abertas em vez de verdadeiro / falso ou de múltipla escolha. • Melhorar continuamente Mantenha sua abordagem simples no início e busque a melhoria contínua, não a perfeição. O educador deve tentar algo, obter retorno de seus alunos e continuar melhorando seu curso. Os colegas da equipe de trabalho também podem dar conselhos. O educador pode construir uma rede de aprendizagem formal ou informal para que todos possam aprender uns com os outros, pois quando confrontados com o desconhecido, como pesquisadores, primeiro olhamos para o que outros estudaram e as lições que aprenderam. 8. O Professor na Educação Online Especialistas que tem ajudado na disseminação dessas práticas, afirmam considerar que o Ensino Híbrido é a única forma de promover a transformação das redes de ensino. O Ensino Híbrido abre espaço para o trabalho em equipe e o desenvolvimento do pensamento crítico como nunca antes. Essa abordagem é capaz de oferecer aos alunos conhecimento e oportunidade para desenvolver as habilidades de que o indivíduo precisa para ter sucesso na vida em sociedade. Cursos Online e Aprendizagem Combinada A aprendizagem combinada apresenta-se como uma solução que mistura duas possibilidades de ensino e permite ao professor experimentar e aumentar os seus resultados. É possível se observar profissionais que mesclam módulos online com aulas presenciais, ou criar um curso online como material de apoio ao ensino presencial. Essa combinação de metodologias também contribui para outra mudança na educação que tem sido debatida nos últimos anos: a aprendizagem invertida. Aprendizagem invertida: evolução na educação A aprendizagem invertida é uma metodologia de ensino que torna o aluno protagonista da sua própria aprendizagem, promovendo uma aprendizagem ativa, investigativa e colaborativa. Nesse modelo, o aluno estuda determinado assunto em casa, com o auxílio da tecnologia, e vai para a sala de aula preparado para debater, discutir suas dúvidas, contribuir com ideias e assim exercer um papel ativo em sala de aula, sendo um transmissor de conhecimentos e não apenas um receptor. Os acadêmicos há muito defendem o posicionamento do aluno como protagonista da aula, aprendendo de forma mais autônoma, com o apoio da tecnologia, para otimizar a eficácia do ensino. Divulgada nos últimos anos pelos professores Jon Bergmann e Aaron Sams , a metodologia da aula invertida tem obtido resultados positivos, tendo sido testada e aprovada por universidades norte americanas como Duke, Stanford e Harvard. Apesar do conceito ser considerado uma inovação, grandes nomes da educação já falavam sobre a importância dessa forma de aprendizagem ativa. É preciso lembrar, por exemplo, que Paulo Freire era adepto de que o professor transformasse a aula em um ambiente interativo , utilizando recursos como vídeos e televisão. “Não precisamos acabar com a escola”, disse ele em um diálogo com Papert em 1996, “mas sim mudá-la completamente até que nasça um novo ser tão atual quanto a tecnologia”. Infelizmente, a mudança é lenta, mas algumas escolas e universidades já estão fazendo isso e, em breve, poderemos ver resultados surpreendentes. Enquanto isso, o ensino híbrido e a educação a distância continuam crescendo, provando seus benefícios para uma realidade futura que, esperamos, trará mudanças concretas e positivas para a educação. Vantagens do ensino híbrido para as escolas e alunos Muitos debates têm sido feitos em torno das vantagens e desvantagens desse método, e se ele é melhor ou não do que o ensino em sala de aula. Assim como no Ensino Híbrido, a melhor conclusão a que se chegou foi que não é necessário definir se um é superior ao outro, ambos têm seus pontos positivos e podem ser utilizados em conjunto. Crescimento do mercado de Ensino Híbrido Deve-se sempre lembrar que nem todos os alunos aprendem da mesma forma, alguns são mais visuais e auditivos, enquanto outros são mais práticos, necessitando interagir e realizar atividades para poder assimilar o conteúdo. Misturando ensino online e offline, é possível aproveitar as duas metodologias, entre as quais se destacam: • Maior flexibilidade de tempo; • Diminui a necessidade de mobilidade; • Diminui custos; • Promove integração entre os participantes, com consequente troca de experiências; • Possibilita o desenvolvimento de dinâmicas coletivas; • Facilita a avaliação do aluno; • Possibilita trabalho de campo e visitas a locais de interesse; • Melhores resultados de aprendizagem através do uso de meios de informação mais diversos. Os professores que desejam começar a explorar as potencialidades do ensino online podem escolher como ponto de partida o curso misto, utilizando as aulas online para reforçar o conteúdo ministrado em sala de aula. 9. Estratégias de Aprendizagem Combinada no Ensino Híbrido Apresentar informações aos alunos da maneira certa pode ser a chave para alcançar os resultados esperados de aprendizagem. Os alunos desenvolvem níveis mais altos de interesse naquilo que precisam aprender. Além disso, o professor precisa tornar o aprendizado empolgante o suficiente para se tornar uma busca por toda a vida para eles. Existem muitas maneiras diferentes de fazer isso em uma sala de aula moderna, e uma das mais populares hoje é usar estratégias de aprendizagem combinada. Há muitos benefícios em usar o aprendizado combinado em sala de aula. No entanto, muitos professores não têm experiência no uso da tecnologia para ajudar seus alunos. Incorporar estratégias de aprendizagem combinada em sala de aula pode ser uma experiência difícil e frustrante. Porém, isso pode ser revertido com o tempo e com o interesse em conectar os alunos a uma aprendizagem significativa. O uso do aprendizado combinado em sala de aula pode ajudar os alunos a aprender mais facilmente, ajudando-os a se interessar pelas atividades e pelo conhecimento. 1. Demonstrar a relevância do assunto Os alunos devem investir pessoalmente no currículo. Se eles não entenderem o que pedimos para fazer, é menos provável que façam. Ao incorporar o aprendizado combinado, é importante oferecer um trabalho relevante aos alunos. Os projetos que os alunos realizam devem se conectar aos seus interesses e ter um propósito significativo. Criar soluções para problemas do mundo real é um bom exemplo. Além disso, o professor deve mostrar a relevância do estudo desde o início. Explicar a relevância do assunto após o fato não ajuda o aluno ou o instrutor e também pode retardar o processo de aprendizagem. 2. Construir níveis de habilidade A aprendizagem combinada incorpora conexões presenciais e online. Como tal, oferece aos alunos oportunidades para vários níveis de aprendizagem interativa, tornando-o muito mais variado e eficaz. Além disso, se o professor for claramente apaixonado por algo, isso despertará o interesse do aluno. Os alunos fazem as coisas por conta própria, com o professor e com outros alunos da classe. Cada um deles requer um conjunto diferente de habilidades. A oportunidade de socializar e compartilhar ideias com outras pessoas é mais importante do que se imagina. Os alunos precisam de tempo de aprendizagem individual e privado da mesma forma. Uma mistura saudável dessas coisas ajuda os alunos a obter o máximo de interação e informação possível. 3. Disponibilizar ferramentas de aprendizagem móvel O aprendizado com ferramentas móveis, como o celular, é vital para o sucesso da maioria das aulas de aprendizado combinado.Quando um instrutor não fornece aos alunos ferramentas de aprendizagem móvel, é muito difícil para eles obterem as informações de que precisam para concluir o trabalho. Ao oferecer ferramentas móveis, muito mais pode ser realizado, não importa onde o aluno esteja no momento. 4. Atender às necessidades individuais dos alunos No aprendizado combinado, grande parte do trabalho concluído online é um reforço do que os alunos aprendem em sala de aula. Se o aluno não precisa desse trabalho, ele não deveria ter que concluí-lo. Alguns alunos entendem conceitos mais rápido do que outros. Estar aberto a isso pode ajudar todos os alunos a aprender e reter informações com mais facilidade. 5. Definir metas Para manter os alunos interessados, eles precisam ser agentes de seu próprio aprendizado. Sem metas, eles são apenas aprendizes passivos. Os alunos estão recebendo informações que podem ou não influenciar o que é importante para eles. Mantenha-os envolvidos, ajudando-os a definir metas que atendam aos seus interesses e ao conhecimento de que precisam. 6. Tornar o conteúdo e as instruções claras Instruções confusas podem causar desinteresse ao usar estratégias de aprendizado combinado. Sem uma boa compreensão do trabalho exigido, o aprendizado será lento. É muito mais fácil para o aluno se desvencilhar da atividade de aprendizagem. Sendo assim, as instruções devem ser claras para os alunos. O conteúdo que o aluno está trabalhando também deve ser assim. 7. Criar tarefas desafiadoras e autênticas Os alunos podem dizer quando algo é autêntico. Eles responderão a isso muito melhor do que a outras opções. Eles também sabem quando estão sendo desafiados por um bom motivo. Eles sabem quando estão apenas recebendo algo para fazer que é difícil, mas não tem substância. Grandes ideias de aprendizagem combinada incluem combinar autenticidade com um desafio. Desta forma, os alunos terão uma resposta muito melhor a ele. 8. Motivar os alunos desinteressados Os alunos que se desligam precisam ser novamente engajados rapidamente, antes que percam mais interesse. Quanto mais cedo o professor se conectar com eles, melhor para todos os envolvidos no processo de aprendizagem. 10. Projetos de Aprendizagem Combinada 1. Debate Virtual O projeto de aprendizado combinado é adequado para uso em uma variedade de assuntos. Isso ajudará os alunos a desenvolver habilidades de pensamento crítico, raciocínio lógico e melhores argumentos persuasivos. O educador deve pedir aos alunos que localizem um “especialista” online com uma visão sobre um tópico que difere da visão pessoal do aluno. No caso do ensino infantil, pode-se pedir que os alunos procurem sites de Ciências para crianças. Isso exigirá uma pesquisa bem minuciosa, então deve dar a eles algum tempo. Os alunos podem acessar qualquer site que ofereça vídeo-palestras sobre vários tópicos. Depois que os alunos localizarem esse ponto de vista alternativo, o professor deve pedir que criem um debate virtual com o palestrante. Os alunos podem ser tão criativos quanto possível com este. Ele pode assumir várias formas diferentes como um projeto: • uma resposta em vídeo para o palestrante; • um episódio de podcast; • um “debate” fictício em que um colega de classe desempenha o papel de especialista. No aprendizado combinado, um professor pode usar sites para reforçar as habilidades ensinadas. O site escolhido pode se tornar a base de uma lição. Uma aula típica em sala de aula usando a internet pode ser configurada da seguinte maneira: • Um professor mostra aos alunos um vídeo do site para apresentar um novo tópico ou habilidade. • Após assistir ao vídeo, o professor conduz uma discussão em sala de aula sobre o tema. • Após a discussão, os alunos podem praticar a nova habilidade durante a aula enquanto o professor oferece feedback. • No final da aula o professor atribuirá exercícios práticos do local para trabalhos de casa. 2. Sala de aula de língua estrangeira As salas de aula de línguas estrangeiras tradicionalmente usam multimídia. Expandir o uso de multimídia de simples gravações de áudio para uma sala de aula totalmente combinada pode ter um impacto positivo imediato nos alunos. É fácil envolver os alunos ativamente em idiomas usando os recursos online. Uma ótima atividade para seus alunos poderia ser criar um diálogo “cômico”: • Agrupe seus alunos em equipes de dois ou três alunos. • Faça com que cada grupo de alunos encontre um vídeo online. • Diga aos alunos para assistir ao vídeo sem som ou legendas. • Designe o grupo para criar um diálogo sobre o idioma usando o vídeo como inspiração. • Deixe os alunos praticarem. • Reproduza o vídeo sem som na aula enquanto os alunos dublam em seus próprios diálogos cômicos. 3. Crie seus próprios projetos de aprendizagem combinada Crie seu próprio aprendizado combinado com qualquer vídeo aula. Os professores podem facilmente adicionar perguntas para seus alunos responderem. O educador também pode adicionar recursos adicionais para criar uma aula específica do curso. Considerações Finais A aprendizagem autônoma, que é a base dos cursos de EAD, auxilia e enriquece o processo de aprendizado do aluno. Como o desejo e a afinidade são fundamentais para o empenho e a dedicação nos estudos, já que o aluno só aprende de verdade aquilo que deseja, aquilo que lhe chama a atenção, os cursos online são direcionados para aqueles que desejam obter conhecimento e apresentam um caráter ativo e de autonomia na formação e construção de seu conhecimento. Normalmente, o conteúdo que é imposto pelo educador, é memorizado apenas momentaneamente pelo estudante, sendo posteriormente esquecido, porque não formou nenhum laço de afinidade com o aluno. Na educação à distância, a autonomia e o desejo de saber e aprender são condições fundamentais para que esta modalidade pedagógica possa progredir e oferecer o objetivo esperado de formação do aluno. A aprendizagem baseada na autonomia, ou seja, trabalhar a autonomia do aluno para o ato de aprender independente da modalidade de ensino em que se encontra, proporciona certamente uma formação de alunos com maior autonomia e disciplina, alunos mais críticos e criativos, agentes de sua própria aprendizagem. Diante das dificuldades, fazer um curso em EAD não está no alcance de todos. Porém, pode ser a única alternativa para muitos. Como para quem se encontra impossibilitado de frequentar aulas presenciais por motivos como trabalho, família, problemas de localização geográfica e locomoção, por exemplo. Pode ser ideal para aqueles que apresentam motivação e disciplina para aprender sem a presença do professor e outros alunos de turma. É necessário que haja disciplina e autonomia dos estudantes em relação a organização do tempo de estudo, aplicação dos recursos, espaços, participação, entre outros. A flexibilidade das aprendizagens como a autonomia do estudante encontrada no processo de aprendizagem em cursos de EAD, faz com que o aluno se movimente entre o simples acompanhamento das instruções e materiais disponibilizados no curso, e a autoinstrução. Os princípios de flexibilidade e de autonomia permitem ao estudante o acompanhamento, de maneira individual e independente, dos programas de leitura e de materiais de estudo e da realização das atividades, sendo que estes princípios deverão facilitar para que o estudante consiga alcançar os objetivos formativos almejados. As frustrações e problemas, que muitas vezes não são casuais, apresentam ações e carências provocadas pelo próprio aluno, tutor e instituição, que percebem que não é suficiente fazer um curso de formação, proporcionar e dispor de ambiente virtual de aprendizagem e material, de um tutorou educador que conheça os materiais de aprendizagem e conteúdo presentes na plataforma, mas que tem que haver uma cumplicidade entre todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizado. Através dos avanços acontecidos nos últimos tempos, as tecnologias digitais da informação e comunicação se apresentam como estimuladoras de consideráveis transformações sociais. Em consequência, estes avanços levam a alterações também para a educação e o ensino híbrido é uma possibilidade que vem demonstrando crescente interesse. Contudo, é possível detectar que ainda há um longo caminho a percorrer, considerando que é necessário todo um planejamento e mudanças de posturas diante dos papéis dos envolvidos no processo educacional dentro do ensino híbrido. Sendo assim, é importante que o educador esteja preparado para tantas mudanças. A escola deve estar motivada para esta mudança, considerando que a inserção do ensino híbrido mudará toda uma cultura de metodologias, gestão, práticas docentes e crenças de educandos e educadores. Dentro deste novo contexto é preciso ser deixada de lado a memorização mecânica para que seja atribuído maior significado à análise, à busca, à seleção, ao compartilhamento, assim como, para a demanda pelo acesso às tecnologias para promover a interatividade, o compartilhamento de experiências e a articulação entre as atividades propostas nas escolas. Existe a possibilidade de se encontrar um sistema avesso às inovações necessárias para a implantação do ensino híbrido. Mas todas as barreiras podem ser superadas quando o propósito é superar o descompasso que se encontra entre a educação tradicional e o que exige a vida em sociedade, com cidadãos proativos, que apresentam poder de decisão e senso crítico. É possível acreditar que num futuro próximo teremos estes ingredientes. O professor poderá possibilitar aos estudantes não apenas a aprendizagem e produção de conhecimentos cognitivo e cultural, mas também, ético e lúdico, assim como poderá contribuir com a formação de cidadãos ativos, colaborativos e inovadores, protagonistas do seu próprio aprendizado. Bibliografia – Literatura Complementar BACICHI, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello (org). Ensino Híbrido: personalização e Tecnologia na Educação. Porto Alegre: Penso. 2015. BELLONI, Maria Luiza. Educação, Ensino Ou Aprendizagem A Distância? In: Educação a Distância. Campinas – SP: Autores Associados, 1999. CARRAHER, Terezinha Nunes. Aprender Pensando. Petropólis: Vozes, 1995. JONHSON, Spencer e CONSTANCE. Professor Minuto. Trad. De Ruy Iungnann. Rio de Janeiro: Editora Record, 1988. LIMA, Lauro de Oliveira. Introdução à Pedagogia: Ninguém educa ninguém. São Paulo: Loyola, 1994. TAVARES, Kátia. O Papel do Professor – Do Contexto Presencial para o Ambiente Online e Vice-Versa. Site www.catolica virtual.Br/Course/ead_asp/uea1/Leitura2_aula3.asp