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1 Gases Ideais (Capítulo 02 Castellan) Profª Daniela Martins Fernandes de Oliveira Universidade estadual de Maringá Departamento de Química 2 • Estado mais simples da matéria. • Coleção de átomos ou moléculas amplamente separadas, em movimento aleatório, cuja velocidade média se eleva com o aumento da temperatura, e cuja trajetória não é afetada por interações entre as moléculas. • Descrição quantitativa simples de suas propriedades a partir de propriedades TD: massa, volume, pressão, T, densidade, etc. • Importância biológica, industrial e ambiental: 11 elementos e centenas de compostos são gases em condições ambiente. Propriedades dos Gases 3 Definições Sistema → Parte do Universo separada do mesmo por fronteiras bem definidas. Vizinhança → Parte externa do sistema que pode interagir com o mesmo. Fronteira → Limite entre sistema e vizinhança onde as propriedades do sistema são medidas. Os sistemas podem ser: - Abertos: Trocam energia e matéria com as vizinhanças. - Fechados: Trocam energia mas não matéria com as vizinhanças. - Isolados: Não trocam energia nem matéria com as vizinhanças. - Adiabático: Troca energia somente na forma de trabalho (w). Aberto Fechado Isolado Adiabático (q = 0) Que tipo de sistema é esse? 4 Definições Transformações Restritivas: - Isométricas ou isocóricas (V=cte) - Isobáricas (P=cte) - Isotérmicas (T=cte) - Adiabáticas (q=0) Estado Termodinâmico do Sistema → É definido quando suas variáveis de estado (propriedades macroscópicas) possuem valores definidos. Ex: O estado em que se apresenta um gás, sob o ponto de vista macroscópico, é caracterizado pelas seguintes variáveis: pressão (P); volume (V); Temperatura (T) e quantidade de matéria: massa (m) ou nº de mols (n). São exemplos de variáveis (ou propriedades) de estado do sistema. Estado de Equilíbrio de um Sistema → É definido quando todas as suas propriedades mantêm-se inalteradas com o tempo. 5 Como é feita a descrição de um sistema em equilíbrio???? Equação de Estado: É a equação matemática que relaciona todas as propriedades que descrevem o estado do sistema. Modelo do Sistema: Versão simplificada do sistema que busca representar seus aspectos essenciais. É uma estrutura inicial para discussões. 6 Descrição de um Sistema Gasoso Estado Termodinâmico Definido por propriedades termodinâmicas Sistema Gasoso: - Volume que ocupa, V - Quantidade de substância (número de mols) , n ou massa, m - Pressão, P - Temperatura , T Equação de Estado: De maneira geral, os gases obedecem a uma eq. de estado relaciona uma das 4 propriedades às outras 3. P = f (T, V, n) V = f (P, T, n) T = f (P, V, n) n = f (P, V, T) Forma Geral de uma equação de estado 7 - Propriedades Intensivas: Independem da extensão do sistema. Possuem o mesmo valor quando medidas em qualquer ponto de um sistema em equilíbrio. Ex: Pressão (P) e Temperatura (T) e densidade (), etc. Descrição de um sistema gasoso Propriedades de Estado: (P, V, T, n) - Propriedades Extensivas: Dependem da extensão do sistema (quantidade de amostra) e seu valor é obtido somando-se o valor de cada ponto do sistema. Ex: n, V, m, energia, etc. V m = n V V = A razão entre duas propriedades extensivas gera uma propriedade intensiva. 8 - Pressão: É definida como força por unidade de área (P = F/A). Em sistemas gasosos, a pressão é o resultado das incessantes colisões de suas moléculas com as paredes do recipiente. Ex: pneu. O aparelho usado para medir a pressão de um gás é o manômetro. A pressão atmosférica é medida em um barômetro (Torricelli 1643). Unidades: SI (Sistema Internacional) → Pa (Pascal) 1 Pa = 1 N m-2 = 1 kg m-1 s-2 1 N = kg m s-2 1 atm = 760 Torr = 760 mmHg 1 atm = 1,01325 x 105 Pa Unidades e Fatores de Conversão Pressão: Propriedade que indica condição de equilíbrio mecânico entre sistemas. Ex: dois gases separados por uma parede móvel. manômetro barômetro 9 - Volume: O volume de qualquer substância é o espaço ocupado por essa substância. No caso dos gases, o volume de uma amostra gasosa é igual ao volume do recipiente que a contém. Unidades: SI (Sistema Internacional) → m3 1 L = 1 dm3 = 1000 cm3 = 10-3 m3 Unidades e Fatores de Conversão - Temperatura: É a medida do grau de agitação térmica das partículas que constituem um sistema (grosseiramente). Propriedade que indica o sentido do fluxo de energia na forma de calor através de uma fronteira rígida e termicamente condutora (equilíbrio térmico entre sistemas). Unidades: SI (Sistema Internacional) → K (Kelvin) No Brasil usa-se a unidade ºC (grau Celsius). No zero absoluto de temperatura, T = 0 (escala Kelvin) e T = - 273,15 ºC. Conversão de ºC p/ Kelvin T(K )= T(ºC) + 273,15 10 P V dimensão de Energia 1 dina = 10-5 N 1 erg = 10-7 J 1 atm L = 101,325 J atm L = Energia Unidades e Fatores de Conversão 2cm dina A F P == ergcmdinacm cm dina V A F === ... 3 2 (Sistema CGS) )(... 3 2 JJoulemNm m N V A F === (Sistema Internacional) - Mol: Expressa quantidade de substância em termos de entidades elementares presentes nessa substância. Um mol de uma substância corresponde ao nº de entidades elementares presentes em exatamente 12 g de 12C. Esse nº é a constante de Avogadro 6,02 x 1023 mol-1. 11 ✓ A Natureza dos Gases Uma notável característica dos gases é que muitas de suas propriedades são bastante semelhantes, particularmente a baixas pressões. Como resultado, ao invés de estudarmos as propriedades de cada gás, individualmente, podemos descrever todos os gases em conjunto. Assim, nossa primeira tarefa será descobrir quais são estas propriedades comuns a todos (a maioria) eles. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.linhaeco.com/site/framework/view/upload/Image/POLUICAO.gif&imgrefurl=http://www.linhaeco.com/site/%3Faction%3DMenu.detalhe%26id%3D13&usg=__86p5L620bOOx6cgqlotseunM368=&h=288&w=291&sz=19&hl=pt-BR&start=1&itbs=1&tbnid=aZuhP1URo1Y_4M:&tbnh=114&tbnw=115&prev=/images%3Fq%3Dpolui%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bdo%2Bar%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/geografia/geografia_trabalhos/poluicaoatmosferica01.jpg&imgrefurl=http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/geografia/geografia_trabalhos/poluicaoatmosferica.htm&usg=__YLoBZblRyWC7cpAL-ULyNU9vxVE=&h=336&w=500&sz=32&hl=pt-BR&start=3&itbs=1&tbnid=JB3QzYlJqHjU4M:&tbnh=87&tbnw=130&prev=/images%3Fq%3Dpolui%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bdo%2Bar%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR 12 Podemos começar a construir nosso modelo p/ um sistema gasoso a partir das observações do nosso cotidiano..... AS PROPRIEDADES EMPÍRICAS DOS GASES 1) Os gases são facilmente compressíveis (idéia de pressão) Isso sugere que existe muito espaço (vazio) entre suas moléculas. 2) Os gases se expandem rapidamente (idéia de volume) Isso sugere que as moléculas de um gás se movem muito rapidamente. Nossa primeira imagem de um gás seria a de uma coleção de átomos ou moléculas amplamente espaçados que estão em incessante movimento aleatório. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=movimento+aleat%C3%B3rio+do+g%C3%A1s&source=images&cd=&cad=rja&docid=xploI7qYIA41LM&tbnid=RvpN4anQU-3wJM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fprofessorafabianadauhs.blogspot.com%2F2010_04_01_archive.html&ei=uQ4IUdfdJof-0gGu_oHQBQ&psig=AFQjCNEv3zE5i2u5ZYnlm7IkLAvpiDnFqw&ust=1359568954218851 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=press%C3%A3o+do+g%C3%A1s&source=images&cd=&cad=rja&docid=PkDlOtUsBPULoM&tbnid=zs4Y1yLRbh-b1M:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.brasilescola.com%2Fquimica%2Fteoria-cinetica-dos-gases.htm&ei=VQIIUYnLMY2v0AHdmYG4AQ&psig=AFQjCNH8BxBfcmTh9TIlg15dD1DkUy0aeA&ust=1359565781966964 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=press%C3%A3o+do+g%C3%A1s&source=images&cd=&cad=rja&docid=cXo4WO6G4EBG5M&tbnid=XIRQfeqFvddaqM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.aulas-fisica-quimica.com%2F8q_09.html&ei=yAIIUYLIG-qE0QHN-YCIBg&psig=AFQjCNHxFoVbZB8zMBm923XdLzq_isLjPQ&ust=135956589669854913 Esse sistema gasoso que visualizamos é chamado de Gás Ideal Moléculas (ou átomos) em constante movimento aleatório • Movimento aumenta com aumento da Temperatura. • Moléculas muito separadas umas das outras não interagindo entre si. • Trajetórias pouco perturbadas por forças intermoleculares (ausência de interações intermoleculares). AS PROPRIEDADES EMPÍRICAS DOS GASES 14 Lei de Boyle 1627-1691 ✓ As primeiras medidas quantitativas realizadas com gases para descrever suas propriedades foram realizadas pelo cientista Robert Boyle no séc. XVII. ✓ Estudou o efeito da pressão (P) sobre o volume (V) de um gás (1662). As Leis Empíricas dos Gases Boyle constatou que “ à T= cte, o volume de uma quantidade fixa de gás (n=cte) diminui quando a pressão sobre ele aumenta”. Lei de Boyle Implicação: Se uma determinada quantidade de gás for comprimida até metade de seu volume, sua pressão dobrará. À T e n constantes Em que C é uma constante de proporcionalidade que depende da temperatura. 15 - Lei de Boyle: P 1 / V “ À temperatura constante, a pressão de uma quantidade fixa de gás é inversamente proporcional ao seu volume.” Isoterma de Boyle para o gás ideal Na respiração a lei de Boyle pode ser observada. Na inalação, o diafragma se expande deixando o volume do pulmão maior. Como o produto PV deve ser constante, a pressão interna do pulmão diminui com este aumento de volume. Como a pressão atmosférica é maior, ar entra no pulmão até equalizar as pressões. O processo inverso ocorre na exalação. PV = cte As Leis Empíricas dos Gases 16 Isotermas obtidas pelos experimentos de Boyle - Válida para qualquer gás (baixas pressões). - Desvio para gases a elevadas pressões ( P e V→ 0). Por quê? T1 T2 T3 T4 P , V , A densidade () de um gás é proporcional à pressão, por isso em elevadas altitudes o ar é mais rarefeito. As Leis Empíricas dos Gases 17 Explicação Molecular da Lei de Boyle Por que à baixas pressões a lei de Boyle é obedecida por todos os gases independente da identidade química? Em uma amostra de gás comprimida à metade de seu volume inicial (V = V0/2), duas vezes mais moléculas atingirão as paredes do recipiente num dado intervalo de tempo do que antes da compressão. Desta forma, a força média sobre a parede dobra. Assim, quando o volume do gás se reduz à metade, a pressão dobra e PV se mantém constante. V0 é o volume inicial do gás As Leis Empíricas dos Gases 18 -Lei de Charles: Jacques Charles (1746-1823) Lei de Charles (1787): “À pressão constante, o volume de uma quantidade fixa de gás (n = cte) varia linearmente com a temperatura”. V t Onde t é a temperatura em ºC. As Leis Empíricas dos Gases 19 Pt b V = 0 . P V V V t t = + V t À massa e pressão constantes, V varia com a temperatura t (ºC) da seguinte forma: V = a + bt (1) a → coef. linear e b → coef. angular Substituindo em (1): (2) Por que derivada parcial??? As Leis Empíricas dos Gases 20 - 0 depende da pressão. - 0 é 36,610 x 10 -4 0C-1 para todos os gases quando P → 0, ou seja, todos os gases se contraem ou se expandem da mesma quantidade quando submetidos a mesma variação de temperatura, à pressão constante, quando P → 0. A P fixa P V t é o aumento de volume por unidade (grau) de aumento na temperatura. O aumento relativo de volume por unidade de aumento na temperatura, tomando-se V=V0 como volume de referência é: 0 00 1 = P P t V VV T V 0 → coeficiente de expansão térmica a 0ºC. Unidade: t-1 (ºC-1) 0 é o coeficiente de expansão térmica a 0 ºC, isto é, o aumento relativo de volume por unidade de aumento de temperatura, a 0 ºC. As experiências de Charles mostraram que p/ uma massa fixa de gás e sob pressão constante, o aumento relativo de volume por unidade de aumento de temperatura era o mesmo para todos os gases os quais ele fez as medidas. 21 Figura 1.5 Moore C Cx º15,273 1 º10610,36 140 == −− - depende da pressão 0 = 36,610 x 10 -4 0C-1 Para todos os gases quando P → 0. Determinado por Renault em 1847. / ºC -1 22 ( )0 01V V t= + 0 0 0 1 V V t = + += tVVV ooo Rearranjando: Voltando à eq. (2): 0 . P V V V t t = + (2) 0 0 1 = Pt V V Sendo, , substituindo em (2): Como é um valor constante para todos os gases qdo P → 0, a eq. pode ser escrita como e é definido Como uma nova escala de temperatura (Temperatura Absoluta) 15,273 1 0 = 0 0 0 1 V V t = + t+ 0 1 (3) 23 0 1 T t = + 273,15T t= + Unidade Kelvin – Temperatura Absoluta 0 0V V T= O volume de um gás sob P fixa é diretamente proporcional a T absoluta. (Se T=0, V=0 ??????) 0 273,15 T V V= Um gás a P cte, se dilata de 1/273,15 do seu volume a 0 0C para cada unidade de aumento de temperatura. (Unidade de temperatura termodinâmica) (4) As eqs. (3) e (4) podem ser combinadas para fornecer: (5) (6) A partir da eq. (6), dizemos que: O volume de um gás a pressão fixa é diretamente proporcional à temperatura termodinâmica 273,15 24 - Válido para qualquer gás. - Desvio para gases a baixas temperaturas. Por quê??? ✓ Por que a pressão aumenta quando o volume diminui? ✓ Por que o volume aumenta quando a T aumenta? 0 273,15 T V V= O volume de um gás à P fixa é diretamente proporcional à temperatura termodinâmica (absoluta). Graficamente Interpretação molecular das leis de Boyle e Charles 25 Boyle: PV = Cte (à T e n ctes) Charles: )( ctesnePCte T V = PV cte T = P/ todos os estados definidos do sistema em equilíbrio e com nº de mols constante: cte T VP T VP == 2 22 1 11 Precisamos calcular essa constante!!!! Princípio de Avogadro (1811): Referência: gás ideal a 1 atm (P0) e a 273,15 K (T0). Avogadro 130 22414 −== molcm n V V “Volumes iguais de gases, nas mesmas condições de temperatura e pressão contêm o mesmo número de moléculas” nxteconsV tan= À T e P ctes. V n O volume molar (V/n) de gases diferentes deve ser o mesmo nas mesmas condições de T e P. 26 Volume molar: Princípio de Avogadro: Volume que 1 mol de moléculas da substância ocupa. “Volumes iguais de gases diferentes, nas mesmas condições de temperatura e pressão contêm o mesmo número de moléculas” V n O princípio de Avogadro implica que o volume molar de um gás deve ser o mesmo para todos os gases à T e P constantes. Volume Molar (L mol-1) Gás Ideal 22,41 Ar 22,09 CO2 22,26 N2 22,40 O2 22,40 H2 22,43 V n V V = 27 Se trabalharmos com n mols do gás na CNTP: R = constante “Universal” dos gases 10 414,22 −== Lmol n V V O valor numérico de R depende das unidades de P e V: Condições normais de temperatura e pressão (CNTP) T = T0 = 0 o C = 273,15 K P = P0= 1 atm CNTP: 101325 Pa = 1,01325 bar = 1 atm = 760 mmHg CNTP (atual): 100.000 Pa = 1 bar = 0,986923 atm = 750,062 mmHg Unidade de “R”: Energia K-1mol-1 Equação de estado de um gás ideal. R é chamada agora de constante dos gases ideais. Chegamos à lei dos gases ideais: É considerada uma lei limite, pois é obedecida nos limites de baixas P e altas T. P V = n R T - A equação de estado do gás ideal torna-se cada vez mais válida à medida que a pressão é reduzida. É obedecida no limite de baixas pressões. - Um gás que existe na natureza, chamado de gás real, comporta-se cada vez mais como um gás ideal à medida que sua pressão vai diminuindo. Ex: Qual é a pressão de 1 mol de gás ideal que ocupa 12 L de volume à 25ºC de temperatura? P= ? n = 1 mol V = 12 L T = 25 °C T = 25 + 273,15 = 298,15 K Atenção para as unidades!!! 29 Equação de estado de um gás ideal.P V = n R T É uma equação geral, aproximada, que se aplica a TODOS os gases e se torna cada vez mais precisa à medida que P → 0.Lei de Boyle: PV = Cte (T e n ctes) Lei de Charles: )( ctesnePCte T V = Princípio de Avogadro: R constante universal dos gases ideais ( n) A eq. de estado do gás ideal escrita em termos de volume molar, relaciona três variáveis intensivas do sistema. O estado do gás pode ser descrito conhecendo-se duas dessas variáveis. V = Cte x n (T e P ctes) 30 Propriedades do Gás Ideal Isotermas do gás ideal T = cte. para cada curva V RT P = Isóbaras do gás ideal T P R V = P = cte. para cada curva À P=cte, T, V ..falha p/ baixas temperaturas À T=cte, P, V..falha p/ altas pressões Isométricas do gás ideal T V R P = Volume molar constante para cada reta Aplicações da lei do Gás Ideal EXERCÍCIO 01: Em uma experiência para investigar as propriedades do gás refrigerante usado em um sistema de ar-condicionado, uma amostra de volume de 500 mL a 28,0 °C foi encontrada exercendo uma pressão de 92,0 kPa. Que pressão exercerá a amostra quando for comprimida a 300 mL e resfriada a -5°C ? V1 = 500 mL T1 = 28 °C P1 = 92,0 kPa V2 = 300 mL T2 = -5 °C P2 = ? T1 = 28 + 273,15 = 301,15 K T2 = (- 5) + 273,15 = 268,15 K V1 = 500 x 10 -3 L 1 atm -------101325 Pa X atm -------92,0 x 103 Pa P1 = 0,907969 atm V1 = 300 x 10 -3 L P2 = 136,8 kPaP2 = 1,35 atm Comparar com a pressão nas condições iniciais A quantidade de amostra não varia durante a transformação (n = constante) 32 Aplicações da lei do Gás Ideal EXERCÍCIO 02: Em um processo industrial, o nitrogênio é aquecido a 500 K num recipiente de volume constante. Se o gás entra no recipiente a 100 atm e 300 K, qual sua pressão na temperatura de trabalho se seu comportamento for de gás ideal? V1 = V2 = V = constante n1 = n2 = n T1 = 300 K P1 = 100 atm V2 = V1 = V= constante T2 = 500 K P2 = ? Interessante que o valor experimental de Pressão para o N2 nessas condições é 183 atm, mostrando um erro de 10% por considera-lo um gás ideal. 33 A EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT 1P − = Diminuição relativa do volume por unidade de aumento na pressão, a T = cte. ;P V− 1 T V V P = − T V é P − P V T A partir das isóbaras (à P=cte), têm-se que a inclinação da curva fornece a taxa de variação do volume com a temperatura. 1 P V V T = dimensão: 1T − = Aumento relativo de volume por unidade de aumento na temperatura, à P=cte. A partir das isotermas (à T=cte), têm-se que a inclinação da curva fornece a taxa de variação do volume com a pressão. dimensão: (ou ) é o coef de compressibilidade isotérmica (ou ) é sempre positivo é sempre positivo 34 ( ),V f P T= P T V V dV dT dP T P = + ( ),P f V T= T V P P dP dV dT V T = + V P T = A variação da pressão com a temperatura p/ qualquer substância pode ser calculada quando se conhece e ./ (1) (2) Tab. 5.1 Castellan – Coeficientes de dilatação térmica e compressibilidade a 20°C. A EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT Atividade!!! Demonstrar a relação mostrada acima. 35 ( ),V f P T= P T V V dV dT dP T P = + ( ),P f V T= T V P P dP dV dT V T = + V P T = Com base nas relações PVT de um gás ideal, demonstre de forma detalhada a relação /: EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT (1) (2) 1 P V V T = 1 T V V P = − ATIVIDADE 36 V P T = EQUAÇÃO DE ESTADO E AS RELAÇÕES PVT Ex: Se um termômetro for preenchido c/ mercúrio a 50 ºC, que pressão se desenvolverá dentro do termômetro se este for aquecido a 52 ºC? Dados: = 1,8 x 10-4 ºC-1 e =3,9 x 10-6 atm-1. 37 Se determinarmos a massa m de um gás em uma ampola de gás de volume V, a densidade é: m V = m n M = PV n RT= n RT P V = m RT P M V = P M RT = .M RT P = ( )RM T P = 0P → P → 0 gás real → ideal / P = cte A pressões suficientemente baixas, / P é uma função linear de P. m RT P V M = Figura 2.7 Castellan – pág. 18 Massa Molar do Gás Ideal a partir da Densidade () Valor usado p det. a MM de um gás ideal PV n RT= Amônia, 25 ºC P → 0 T = cte 38 Exercícios: 1. Determine a densidade em g/cm3 do gás F2 (MM= 38 g/mol) a 20,0 ºC e 188 Torr comportando-se como um gás ideal. 1 atm ---- 760 Torr x atm ---- 188 Torr P = 0,247368 atm T = 20,0 + 273,15 T = 293,15 K R = 0,082 atm L K-1 mol-1 1 L = 1000 cm3 39 Exercícios: 2. Determine a massa molar de um gás ideal (em g mol-1) cuja densidade é 1,80 g/L a 25,0ºC e 880 Torr. 1 atm ---- 760 Torr x atm ---- 880 Torr P = 1,157895 atm T = 25,0 + 273,15 T = 298,15 K Que gás é esse? F2 (Flúor) R = 0,082 atm L K-1 mol-1 40 Misturas de Gases Lei das Pressões Parciais de Dalton (1810): “A pressão total exercida por uma mistura de gases ideais é igual à soma das pressões parciais dos componentes da mistura”. Implicações: O estado do gás depende somente do nº de moléculas e não de sua natureza. No caso de uma mistura de mais de dois constituintes: TPV n RT= 1 2 3Tn n n n= + + Pressão parcial → 1 1 RT P n V = 2 2 RT P n V = 3 3 RT P n V = ( )1 2 3 1 2 3 RT P P P n n n V + + = + + T RT P n V = 1X = fração molar .i iP X P= 1 1 RT P n V = Sendo: PT= P1 + P2 + P3 PT A pressão parcial de um gás ideal i é igual sua fração molar vezes a pressão total T T A pressão total (PT) é a soma das pressões parciais 41 Misturas de Gases n n x ii = “A pressão exercida por uma mistura de gases é a soma das pressões parciais dos gases que a compõem.” Lei de Dalton = i iPP PxP ii = Xi = fração molar (nº mols da substância i) (nº mols total) Representação da Lei de Dalton PA =xAP Pressão Parcial de A Pressão Parcial de B PB =xBP PxP ii = Permite calcular a pressão de qualquer gás na mistura a partir da fração molar do gás e da pressão total 42 Significado Físico da Pressão Parcial 1 atm1 atm 38 cm H2 1 atm, T, V H2 ,, T, 2V 0,5 atm, T, V, vácuo Folha de paládio V RTn pi H 2= pi V RTn pf H 2/1 2 2 == Neste caso, o H2 comporta-se como se o N2 não estivesse presente. O volume do recipiente dobra e a pressão reduz à metade. Implicações Experimento: A definição de pressão parcial possui tanto significado físico quanto matemático. (I) (II) 43 Exercício: A composição do ar seco em % de massa ao nível do mar é de aproximadamente 75,5% N2; 23,2% O2 e 1,3% Ar. Qual a pressão parcial de cada componente quando a pressão total é igual a 1 atm? Dados de massas molares: N2 = 28,02 g mol -1; O2 = 32 g mol -1 e Ar = 39,95 g mol-1 Interpretação: Esperamos que espécies com frações molares maiores, exerçam maiores pressões parciais. nT = nN2 + nO2 + nAr nT = 3,45 mols Pi = xi PT PN2 = 0,780 x 1 atm = 0,78 atm PO2 = 0, 210 x 1 atm = 0,21 atm PAr = 0, 0096 x 1 atm = 0,0096 atm 44 Lei de Distribuição Barométrica Até agora, admitimos que a pressão do gás ideal independe da extensão do recipiente, ou seja, tem o mesmo valor em qualquer ponto do recipiente. Válido na ausência de campos de força! Influência do campo gravitacional??? - P/ sistemas gasosos de tamanho comum (laboratório), a influência do campo gravitacional é tão fraca que pode ser desprezada. - P/ líquidos o efeito é bastante pronunciado e a pressão será diferente em diferentes alturas em um recipiente. Ex: torre de destilação. - A influência aumenta com o aumento da densidade da substância. - Aplica-se para soluções coloidais, podendo-se determinar a relação entre concentração de soluto e altura. 45 Lei de Distribuição Barométrica • Considerando uma coluna de fluido, tendo seção transversal de área A a uma temperatura uniforme T, sujeita a um campo gravitacional agindo de cima para baixo com aceleração g: massa (m) Seja a pressão na altura h+dh igual a P+dP, assim:A pressão em qualquer altura, h, é determinada pela massa total do fluido, m, acima desta altura. A mg A F P == m = V V = A h A ghA A gV P == ghP = gdhdP gdhghdPP dhhgdPP = +=+ +=+ )( mas, P = gh, então: Lembrando que dh é + e dP é – ( V, P) Pressão em qualquer altura 46 Lei de Distribuição Barométrica onde P0 é a pressão na base da coluna e P é a pressão na altura h acima do início da coluna. A equação anterior é a fórmula usual p/ pressão hidrostática de um líquido. O sinal negativo significa que quando a altura aumenta (dh é +), a pressão diminui (dP é -). gdhdP −= Quando h aumenta de dh a pressão diminui de dp. P/ Líquidos: A densidade () de um fluido é independente da pressão e a equação anterior pode ser integrada: ghPPdhgdP hP P −=−−= 000 P/ Gases: a lei de distribuição barométrica relaciona a pressão em qualquer altura, com a altura, a temperatura da coluna, a MM do gás e a aceleração produzida pelo campo gravitacional, Vemos na eq. que a variação da pressão (dP) c/ a altura (dh) é proporcional à densidade do fluido, por isso esse efeito é mais importante p/ os líquidos. 47 Lei de Distribuição Barométrica Separando as variáveis: gdhdP −= P/ Gases: A densidade () depende da pressão. Para aplicar a eq. acima p/ gases ideais é preciso considerar que: e substituindo na equação acima: RT MP = gdh RT MP dP −= gdh RT M P dP −= Integrando: −= hP P dhg RT M P dP 00 C RT Mgh P +−=ln Essa cte de integração (C) é avaliada em termos de pressão na base (h=0), então: P=P0, lnP = lnP0 =C. Substituindo na equação anterior: 0lnln P RT Mgh P +−= RT Mgh e P P RT Mgh P P − =−= 00 ln 48 Lei de Distribuição Barométrica RT Mgh ePP − = 0 RT Mgh e − = 0 e, RT Mgh eCC − = 0 Onde C e C0 correspondem à concentração em mol/m3 (SI). Lei de distribuição barométrica ou gravitacional Essa lei descreve a distribuição da pressão na coluna e relaciona a pressão c/ a altura, a massa molar do gás, a temperatura da coluna e a aceleração da gravidade. - P0 é a pressão na base da coluna (h=0); - P e a pressão na altura h; - M é a massa molar do gás; - T é a temperatura na coluna; - g é a aceleração da gravidade; - R é a constante dos gases. 49 Lei de Distribuição Barométrica RT Mgh ePP − = 0 Variação da queda relativa da pressão com a T - Em T mais altas, a distribuição é mais homogênea; T, queda relativa. - Quanto menor a massa molar, menor a queda relativa; MM, queda relativa. Gases mais leves tem menor queda de pressão com a altura do que gases mais pesados a composição da atmosfera varia com a altura!!!!!! P/ o N2 Conseqüência: Pressões parciais de gases muito leves diminui menos rapidamente c/ a altura que a de gases mais pesados. Na atmosfera terrestre, a composição em grandes altitudes é diferente da composição no solo. À uma altura de 100 km, há uma maior % dos gases mais leves como He e Ne. 50 Lei de Distribuição Barométrica 50 30 10 0 Po = 1 atm P1 = 0,5 atm P3 = 0,125 atm P5 = 0,03125 atm Escrevendo a equação: Vemos que a relativa na pressão para um dado gás em dada T é uma constante (Mg/RT) multiplicada pelo na altura. A relativa é a mesma para todas as posições da coluna. dh RT Mg P dP =− Suponhamos que p/ certo gás em dada temperatura, a pressão ao nível do solo seja 1 atm e a distribuição mostra que a pressão diminui para 0,5 atm a uma altura de 10 km. Então p/ o mesmo gás, a pressão na altura (h+10 km) é a metade da pressão que tinha na altura h. Em qualquer altura, a pressão é a metade do valor que tinha na altura 10 km abaixo. 51 Lei de Distribuição Barométrica Exemplo: A pressão parcial do argônio na atmosfera é 0,0093 atm. Qual é a pressão do mesmo a 50 km se a temperatura for 20ºC? (g= 9,807 m/s2) No SI: MAr = 0,0399 kg mol -1; h = 5 x 104 m; T = 293,15 K e P0 = 0,093 atm 122 11 421 03,8 )15,293)(314,8( )105)(807,9)(0399,0( −− −− −− == JsKgm KmolJK mxmsKgmol RT Mgh J 03,8= RT Mgh RT Mgh ePP − = 0 03,80093,0 −= eP atmxPAr 6100,3 −= Logo, quando a altura, a pressão kg mol-1 kg m2 s-2 J-1 - Resolvendo primeiro o termo exponencial: RT Mgh ePP − = 0
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