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Literatura negra no Brasil

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BARRA, Bruno. Literatura negra no Brasil. Todo Estudo. Disponível em: 
https://www.todoestudo.com.br/literatura/literatura-negra-no-brasil. Acesso em: 08 de 
August de 2023. 
 
História da literatura negra no Brasil 
Momentos iniciais 
A necessidade de ouvir e contar histórias e o ritmo da poesia estão presentes nas mais 
diversas comunidades humanas; e em solos africanos, isso não era diferente. Desde lá, os 
sons dos tambores guiavam o movimento das poesias e cantigas, e os griots eram os 
grandes contadores de história. Com o processo diaspórico e de colonização, estes fazeres 
artísticos e literários, ainda que com dificuldade e tomando outras roupagens, 
sobreviveram no Brasil. Por isso, dizemos que a literatura feita pelos povos negros, desde 
muito tempo, se deu por meio da oralidade, o que os teóricos chamam de oralitura ou 
oratura. 
Partindo para as obras escritas em língua portuguesa no Brasil, temos em alguns autores 
do século XIX um marco do que conhecemos hoje por literatura negra. Uma das primeiras 
romancistas do Brasil, Maria Feminina dos Reis (Maranhão 1822 – 1917) era negra e seu 
livro “Úrsula”, publicado em 1859 ficou por muito tempo apagado. Nesta obra, a autora 
teve a primazia de narrar o horror da escravidão, a partir da perspectiva dos escravizados, 
em um momento pré-abolição no qual vigorava a estética Romântica, e o sujeito eleito 
como “Herói da nação” era o indígena, e não o negro. 
Ainda naquela época, autores como Luiz Gama, filho de Luísa Mahin, grande libertador 
de escravos, jornalista e também poeta, junto de Machado de Assis e Lima Barreto, 
grandes narradores do Brasil, criticaram a estrutura social e racial da sociedade brasileira, 
a partir de uma perspectiva bastante ácida, e dando novos moldes à construção das 
personagens negras que, naquele período, e em outros, eram representadas apenas de 
modo estereotipado e racista. Por isso a importância de marcar a autoria negra como um 
lugar de escrita que se afasta destas formas preconceituosas. 
É importante lembrar que, além destes, escritores consagrados do cânone nacional, como 
Gonçalves Dias, Gonçalves Crespo, Cruz e Souza, entre outros, também foram sujeitos 
negros que, em maior ou menor medida, deixavam marca ou vestígios de identidade em 
seus poemas. 
O Século XX e o início da contemporaneidade 
Nomes como Solano Trindade (1908-1974), Abdias Nascimento (1914 -2011), Carolina 
Maria de Jesus (1914-1977) e Carlos Assumpção (1927- ) fizeram história em nossa 
literatura. Abdias, poeta, dramaturgo, artista plástico e político, além de ter publicado 
poesias e livros ensaísticos, fundou, em 1944, o Teatro Experimental do Negro (TEN), 
cuja proposta era inserir o sujeito negro em primeiro plano na cena dramatúrgica 
brasileira, e não seguindo esteriótipos (e blackfaces) que por muito tempo estiveram 
presentes em importantes peças de teatro. 
Num período muito próximo, a autora de “Quarto de Despejo” (1960), “Diário de Bitita” 
(1986), “Casa de Alvenaria” (2021), e de outras obras a serem publicadas, também 
representou um grande marco na história da literatura de autoria negra no Brasil, haja 
vista que vendeu milhares de exemplares, e foi traduzida para 13 idiomas. Esse fato foi 
inédito porque se trata de uma escritora negra e pobre, que morou na favela, viu a fome 
de perto, e refletia em seus livros sobre essas questões no mesmo país que difundia o mito 
da democracia racial, ou seja, que negros e brancos conviviam harmonicamente. Além 
disso, Carolina escreveu poemas sobre amor. 
Um pouco mais tarde, em 1978, um grupo de escritores negros contemporâneos, a 
exemplo de Oswaldo de Camargo (1936), Oliveira Silviera (1941 – 2009) e Cúti (1951 – 
), para citar alguns, fizeram a primeira publicação dos Cadernos Negros. A coletânea 
surgiu a partir de um esforço coletivo, e de um desejo que estes escritores e escritoras 
tinham de reunir suas obras e criar uma vida literária negra no Brasil. Foi a partir dessas 
publicações coletivas que autoras como Conceição Evaristo, muito conhecida nos dias de 
hoje, começaram a publicar. Os Cadernos Negros congregam poemas e contos e 
continuam a ser publicados, somando mais de 40 edições. 
Desde o século XIX, sobretudo com a reunião de escritores promovida a partir dos 
Cadernos, uma base muito sólida da literatura negra no Brasil foi construída, o que abriu 
caminhos para que muitos escritores e escritoras contemporâneas possam publicar e ter 
sua obra apreciada por um público leitor que vem se desenvolvendo a cada dia. O Século 
XX, em especial, possui muita importância, pois diversos autores e pesquisadores 
iniciaram os estudos acadêmicos sobre a literatura negra, afro-brasileira ou de autoria 
negra – todos estes termos existem e têm suas respectivas justificativas teóricas. 
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O mais importante é que se compreenda que este tipo de literatura, que versa sobre 
absolutamente todos os temas, conta a história da população negra pelo seu próprio viés. 
Trata-se, então, de uma perspectiva negra a partir da qual os sujeitos narram a partir de 
si, com dignidade e humanidade, expondo, dessa maneira, questões que muitas vezes um 
olhar branco, exterior, não dá conta. 
 
 
16 principais autores da literatura negra brasileira 
Do século XIX até os dias atuais, não são poucos os nomes que marcaram e seguem 
marcando a literatura de autoria negra no Brasil. Na lista abaixo, você conhece mais 
escritoras e escritores, de diferentes estilos e gêneros literários, e suas respectivas obras. 
Geni Guimarães 
Geni Guimarães 
Paulista de São Manoel, Geni Guimarães é professora, autora de uma série de livro de 
poemas, a exemplo de “A cor da Ternura” (1989) e também publicou contos nos Cadernos 
Negros. Sua obra possui forte traço autobiográfico e versa sobre família, afetos e 
resistências. 
 A cor da ternura (1998) é um livro que aborda de forma crítica, por meio da 
visão de uma mulher negra, os efeitos do racismo na construção da vida de uma 
pessoa de cor. 
Guimarães escreveu outras obras de suma relevância para a história da literatura negra no 
Brasil, desde contos a poemas, confira algumas. 
 Leite do peito (1988) 
 O pênalti (2019) 
Eliana Alves Cruz 
Eliana Alves 
https://www.instagram.com/p/CTlH3P9HXbE/
https://www.instagram.com/p/CDY62UyJq_f/
Romancista de mão-cheia, trata sobre o período da escravidão em seus livros, recheados 
de informações históricas, como é o caso de “O crime do Cais do Valongo (2018) 
 O crime do Cais do Valongo (2018) é um romance histórico-policial, que 
acontece no século XIX e relata sobre a vinda dos escravos de Moçambique para 
o Rio de Janeiro. 
Outros romances e aventuras foram escritas por Cruz, explorando a temática do período 
da escravidão de forma responsável e intrigante. 
 Água de Barrela (2018) 
 Nada digo de ti, que em ti não veja (2019) 
Elisa Lucinda 
Elisa Lucinda 
Capixaba de nascença e carioca de coração, Elisa Lucinda é poeta, atriz, cantora, e dona 
de um texto tanto profundo, quanto bem-humorado. Entre seus temas mais destacados, 
está a sexualidade das mulheres e a vida do cotidiano. 
 Parem de falar mal da rotina (2011) é uma peça de teatro de muito sucesso, que 
posteriormente virou livro. 
A artista explora o mundo do cotidiano e sentimentos como amor, dor, luto e paixão. 
Confira outras obras dela. 
 Vozes Guardadas (2016) 
 Livro do avesso, o pensamento de Edite (2019) 
Cidinha da Silva 
literafro 
https://www.instagram.com/p/CPoutGbBu-n/
https://www.instagram.com/p/CUVVzl6pl-t/
Grande nome da literatura contemporânea, a mineira Cidinha da Silva gravita entre a 
crônica e conto, e possui um texto enigmático que aborda desde temas relacionados à 
ancestralidade, até vivências nas cidades mais agitadas do mundo. 
 Um exu em Nova York (2019) percorre, a partir de uma visão contemporânea, 
temas como política, racismo religioso e ética no cotidiano. 
Carregando sempre sua ancestralidadenas escritas, outros textos foram publicados pela 
escritora e jornalista. 
 Os pentes d’Africa (2008) 
 O homem azul do deserto (2018) 
Cristiane Sobral 
Instagram 
Poeta, seus livros e poemas abordam temas relacionados à estética negra, a vida das 
mulheres negras, amor, entre outros. Além de escritora, Cristiane Sobral também é atriz 
e editora. 
Não vou mais lavar os pratos 
Nem vou limpar a poeira dos móveis. 
Sinto muito. Comecei a ler. Abri outro dia um livro 
e uma semana depois decidi. 
Não levo mais o lixo para a lixeira. Nem arrumo 
a bagunça das folhas que caem no quintal. 
Sinto muito. 
Depois de ler percebi 
a estética dos pratos, a estética dos traços, a ética, 
A estática. 
Olho minhas mãos quando mudam a página 
dos livros, mãos bem mais macias que antes 
e sinto que posso começar a ser a todo instante. 
Sinto. 
Qualquer coisa. 
Não vou mais lavar. Nem levar. Seus tapetes 
para lavar a seco. Tenho os olhos rasos d’água. 
Sinto muito. Agora que comecei a ler quero entender. 
O porquê, por quê? e o porquê. 
https://www.instagram.com/p/CUkzYxhLvOA/
Existem coisas. Eu li, e li, e li. Eu até sorri. 
E deixei o feijão queimar… 
Olha que feijão sempre demora para ficar pronto. 
Considere que os tempos são outros… 
Ah, 
esqueci de dizer. Não vou mais. 
Resolvi ficar um tempo comigo. 
Resolvi ler sobre o que se passa conosco. 
Você nem me espere. Você nem me chame. Não vou. 
De tudo o que jamais li, de tudo o que jamais entendi, 
você foi o que passou 
Passou do limite, passou da medida, 
passou do alfabeto. 
Desalfabetizou. 
Não vou mais lavar as coisas 
e encobrir a verdadeira sujeira. 
Nem limpar a poeira 
e espalhar o pó daqui para lá e de lá pra cá. 
Desinfetarei minhas mãos e não tocarei suas partes móveis. 
Não tocarei no álcool. 
Depois de tantos anos alfabetizada, aprendi a ler. 
Depois de tanto tempo juntos, aprendi a separar 
meu tênis do seu sapato, 
minha gaveta das suas gravatas, 
meu perfume do seu cheiro. 
Minha tela da sua moldura. 
Sendo assim, não lavo mais nada, e olho a sujeira 
no fundo do copo. 
Sempre chega o momento 
de sacudir, 
de investir, 
de traduzir. 
Não lavo mais pratos. 
Li a assinatura da minha lei áurea 
escrita em negro maiúsculo, 
em letras tamanho 18, espaço duplo. 
Aboli. 
Não lavo mais os pratos 
Quero travessas de prata, 
Cozinha de luxo, 
e jóias de ouro. Legítimas. 
Está decretada a lei áurea. 
A escritora ganhou diversos prêmios com suas obras, como o Prêmio de montagem GDF 
e o Prêmio do Ministério da Saúde. Além de poemas, Sobral contem livros de contos, 
confira mais de sua produção. 
 O Tapete Voador (2016) 
 Terra Negra (2017) 
Conceição Evaristo 
Wikipedia 
Conhecida como a Dama da literatura negra, Conceição Evaristo iniciou suas publicações 
nos Cadernos Negros, e é autora de romances, contos e poemas. Sua obra versa sobre 
afetos, ancestralidade, violência, dentre muitos outros temas. Seus livros estão traduzidos 
em vários idiomas, e também possui relevante trabalho acadêmico sobre Literatura Negra. 
 Olhos d’água (2014)é o volume de contos mais famosos da autoria e foi agraciado 
com o prêmio Jabuti. As histórias têm como personagem a população afro-
brasileira, a pobreza e a violência urbana que as atingem. 
Seu trabalho é marcado por suas experiências de vida como mulher negra no Brasil. 
Confira outras produções de Evaristo. 
 Ponciá Vicêncio (2003) 
 Poemas da recordação e outros movimentos (2017) 
Edimilson de Almeida Pereira 
Edmilson de Almeida 
https://en.wikipedia.org/wiki/Concei%C3%A7%C3%A3o_Evaristo#/media/File:ConceicaoEvaristo_(cropped).jpg
https://www.facebook.com/photo/?fbid=530003417147558&set=a.341611929320042
Autor de dezenas de livros de poesias, romances e também ensaios, Edimilson é dono de 
uma linguagem extremamente sensível e apurada. Suas reflexões, entre outros temas, se 
voltam para a relação dos sujeitos com a natureza, a memória, a ancestralidade e as 
religiosidades afro-brasileiras. Além disso, ele também escreve livros para crianças. 
Recentemente, foi lançada a antologia Poesia + (2019), que reúne poemas publicados de 
1985 a 2019. 
Tear 
O amor é farto. 
Nas terrinas foge sob 
olhos que cercam 
(encarcerados). 
o amor vige, 
ao resto, embornal. 
A sobra tem pegadas 
do amor: por isso sobra 
no campo. 
Amor se debruça 
no vão das costelas. 
E após, se configura 
em renda, texto, 
memória. 
O autor mineiro é um dos mais premiados da literatura brasileira. Confira outras obras do 
poeta. 
 Poemas para ler com palmas (2017) 
 O ausente (2020) 
Ricardo Aleixo 
Ricardo Aleixo 
Amante da poesia concreta e um artista multilinguagens, Ricardo Aleixo é autor de uma 
série de livros que tratam de temas diversos, como crítica social, religiosidades afro-
https://www.instagram.com/ricardoaleixoakavulgo/
brasileiras, além de muita metalinguagem. O que mais chama atenção em seus textos é o 
modo como estão dispostos nas página e nas telas. O livro “Pesado demais para ventania” 
(2018) é uma antologia de sua obra. 
Alheio 
escolhi ouvir, 
sei muito bem que o risco não é pequeno, meio 
adormecido no banco do 
ônibus, a não ser que ela voltasse a cabeça, não 
pensamos palavras, 
mas a cada novo 
ângulo descortinado, sempre a ponto 
de cair, é 
quando o sujeito retorna, escolho 
não falar, não 
considero prudente 
falar, ela insiste, 
a imagem fixa na retina, 
rastros na areia, chega 
um momento em que já não se pode 
recuar, um garoto sonha e ri muito 
alto, guardar sigilo, 
uma página em branco 
pensamento um corte, 
animais de corpos cilíndricos, 
imaginar o que há 
dentro de uma árvore, 
escolho olhar o fogo, ainda ontem, o todo inacabado, 
dois seixos na beira do lago, falava alheio, 
uma sequência de desvios, ouvia sem entender, 
estou só, aqui, escrito 
A partir de uma visão crítica da sociedade, sua poesia é carregada de sarcasmo e acidez. 
 Modelos vivos (2010) 
 Mundo palavreado (2013) 
Grace Passô 
Wikipedia 
Importante nome do teatro contemporâneo, Gracê Passô é atriz, dramaturga e diretora. 
Seus textos dramáticos abordam as relações humanas em diferentes dimensões e são 
recheados de metalinguagem. 
 Por Elise (2005) é uma peça de teatro e a primeira criação do grupo 
espanca!(MG). Agora em formato de livro, a obra as contradições de sentimentos 
vividas nas relações humanas. 
Suas peças, por vezes, ultrapassam o formato teatro e são desenvolvidos como livros, 
devido sua relevância para a literatura negra no Brasil. 
 Congresso internacional do medo (2012) 
 Mata teu pai (2017) 
Itamar Vieira Júnior 
Wikipedia 
Nascido em Salvador, Itamar Vieira Júnior é Graduado e Mestre em Geografia pela 
Universidade Federal da Bahia. Uma grande revelação da literatura contemporânea, é 
autor do premiadíssimo romance “Torto Arado” (2019). Além de romancista, Itamar 
também é autor de livros de contos. 
https://en.wikipedia.org/wiki/Grace_Pass%C3%B4#/media/File:Grace_Pass%C3%B4.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/Itamar_Vieira_J%C3%BAnior#/media/File:Itamar_Vieira_Jr_1.jpg
 Torto Arado (2019) explora o interior do sertão baiano, a relação dos povos 
negros com a terra, a luta por ela, a religiosidade, afetos, entre outros temas 
Sua relação com o estado em que nasceu está presente em todas as suas obras, e assim foi 
o vencedor do XI Prêmio Projeto de Arte e Cultura da Bahia. 
 Dias (2012) 
 Doramar ou a odisseia: Histórias (2021) 
Lima Barreto 
Wikimedia 
Com muita acidez e ironia, o carioca fez um retrato da sociedade brasileira em fins do 
século XIX e início do XX. Seus romances e contos falam sobre a loucura, o engano 
disfarçado de inteligência, a família, além de criticarem as hipocrisias da sociedade 
brasileira. 
 Triste fim de policarpo quaresma (1915) é um romance pré-modernista 
brasileiro, considerado uma das principais obras do movimento. Conta a história 
de um militar patriota brasileiro e desenvolvetodas suas contradições durante a 
narrativa. 
O autor e jornalista brasileiro foi um dos críticos mais assíduos da Primeira República 
Brasileira e traz em suas obras essa posição. 
 Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1909) 
 Clara dos Anjos (1948) 
Mel Duarte 
Instagram 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/LimaBarreto.jpg
https://www.instagram.com/p/CVApcihA3uZ/
Poeta, Mel Duarte encontrou sua dicção no slam, modalidade poética que tem como 
centralidade a expressão vocal. Seus temas giram em torno das vivências das mulheres 
negras brasileiras e de questões relativas ao empoderamento. Em 2019, organizou a 
antologia “Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta” (2019). 
minha condição 
Eu não escrevo pra incendiar casas 
mas pra ascender faíscas aos olhos de quem me lê 
não escrevo pra matar a fome de multidões 
mas espero que minhas palavras preencham um vazio que te ajude a se manter de pé 
não escrevo pra governar um povo 
eu ouço o que ele diz e utilizo minha voz para propagar sua mensagem 
não escrevo pra obter a sua aprovação 
mas pra registrar minha trajetória e de tantas mulheres negras que já foram silenciadas. 
Eu escrevo pra acessar lugares em mim que são invisíveis aos olhos 
pra expurgar pensamentos que não me deixam dormir 
escrevo, pois, cada palavra é um atestado da minha condição poeta 
e sendo poeta, ainda miúda que sou 
escrevo porque a palavra é o que me resta 
Num mundo conduzido por falsos profetas 
nessa briga de egos e dialética 
me apego num sopro de esperança 
que me permite o papel e a caneta 
Escrevo pra sobreviver 
e sobrevivendo eu luto 
escrevo se adoeço 
e escrevendo me curo 
E você? Pra quê escreve? 
E pra onde você escorre, 
quando esse mar palavra transborda? 
Para conhecer mais trabalhos da poeta, confira suas obras mais antigas. 
 Fragmentos dispersos (2013) 
 Negra nua crua (2016) 
 
 
 
 
Jarid Arraes 
Instagram 
Cordelista de mão-cheia, ela também é poeta e contista. Violências e afetos são temas que 
permeiam sua escrita, trazendo para cena protagonistas negras. 
 Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis (2017) é uma obra prestigiada, em 
que a autora resgata a história de mulheres postas de lado da História deste país. 
Vencedora dos prêmios Biblioteca Nacional 2020 e APCA da literatura 2019 na categoria 
contos, a autora também entrou para lista de melhores livros de 2019 com duas de suas 
obras. 
 Um buraco com meu nome (2018) 
 Redemoinho em dia quente (2019) 
Marcelo D’Salete 
Marcelo D’Salete 
O grande artista Marcelo D´Salete, por meio de suas histórias em quadrinhos, esta arte 
sequencial, (re)conta importantes momentos da História. 
 Angola Janga (2017), a partir de muita pesquisa e criação verbal e visual, 
apresenta “uma história de palmares”, como enuncia o subtítulos 
Suas ilustrações dão vida a momentos históricos da humanidade. Confira suas outras 
obras. 
 Encruzilhada (2011) 
https://www.instagram.com/p/CK9LzEVnZY-/
https://www.facebook.com/photo?fbid=10157827592374928&set=t.624064927
 Cumbe (2014) 
Miriam Alves 
Miriam Alves 
Nome importante para a Literatura Negra no Brasil, Miriam Alves narra e leva à poesia a 
condição da mulher negra em um país racista. Além de seu trabalho ficcional, tem 
também textos no campo da crítica. Iniciou suas publicações nos Cadernos Negros, e é 
autora de romances e livros de poesia, a exemplo do Mulher mat(r)iz (2011). 
Com vida (ainda) 
Agora me afogo 
em cerveja. 
Fumo cigarros de cravo. 
Acalma ensinam. 
Acalme-se! 
Mas não me acalmo 
Dizem que um novo surgirá. 
Um novo? 
A dúvida me alucina 
Um novo…. 
Sobre os nossos corpos 
Mortos empilhados 
(De novo) 
Vala comum 
Adubando o capital($) 
Mortes 
Sem estatísticas 
Geram lucros brancos 
Nos banco$ 
Não me acalmo 
Alucino 
Além de escritora, é ativista na luta antirracista. Suas obras permeiam as experiências de 
pessoas negras na sociedade. 
https://www.instagram.com/p/B1pcDSZgTjp/
 Momentos de busca (1983) 
 Maréia (2019) 
Além destas autoras e autores com suas respectivas obras, há muito mais da Literatura 
Negra no Brasil que merece ser conhecido, apreciado, e tem de fundamental relevância 
neste campo de estudos. Confira mais algumas obras: 
 Primeiras Trovas Burlescas de Getulino (1859), de Luiz Gama 
 Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves 
 Eles: contos (2018), de Vagner Amaro 
 Um corpo negro (2019), de Lubi Prates 
 O pequeno príncipe preto (2020), de Rodrigo França 
Referências 
A trajetória do negro na literatura brasileira (On-line) – Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/ea/a/mJqCRgkgYfJzbmnfBJVHR9x/?lang=pt. Acesso em: 25 de 
abril de 2021. 
Literatura Negro-brasileira (On-line) – Disponível em: 
http://www.letras.ufmg.br/literafro/. Acesso em: 25 de abril de 2021.

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