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RESENHA W

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-CAMPUS IX
COLEGIADO DE LETRAS
DISCIPLINA: LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
RESENHA DO LIVRO MAYOMBE, DE PEPETELA 
O Romance Mayombe é de autoria de Pepetela (1941), autor angolano que nasceu em Benguela, a 29 de Outubro de 1941. A maior parte de sua obra foi publicada depois da independência de Angola. Além de edições no Brasil e em Portugal, seus romances tem sido traduzidos e publicados em 15 idiomas e recebeu diferentes prêmios internacionais. 
O romance Mayombe foi publicado em 1980, e conta trajetória de um grupo de guerrilheiros na província de Cabinda, junto à fronteira do Congo.
A obra organiza-se em seis capítulos nos quais há mutação do foco narrativo – um narrador onisciente e onipresente se intercala com as personagens, guerrilheiros do MPLA, no papel de narrador da história. Com isso, o autor demonstra que nem mesmo a revolução se organiza como um conjunto, sendo enxergada de forma diferente e conflitante pelos seus próprios membros.
Neste sentido, os guerrilheiros se encontram no Mayombe e têm como meta a interferência nas operações de exploração da floresta tocadas pelos portugueses. Logo no principio da missão, Teoria, o professor da base, é contundido. Apesar da dor constante no andar, ele continua a missão com os seus companheiros.
O segundo capítulo, intitulado “A Base”, faz referência à base de guerrilheiros do MPLA que fora construída na floresta de Mayombe. Chegam ao local oito novos guerrilheiros.
O terceiro capítulo recebe o nome da noiva do Comissário: "Ondina".
No quarto capítulo, intitulado "A Surucucu", é revelado o suposto ataque dos tugas à base de guerrilheiros e o planejamento do contra-ataque.
No quinto capítulo, "A Amoreira", Mundo Novo foi nomeado chefe em Dolisie.
No "Epílogo" da obra, o Comissário reflete sobre a morte do Comandante Sem Medo.
 	Cada um desses participantes, com origem, ideologia, visão e propostas próprias, possuem também ideais distintos que os impedem de lutar pela mesma unidade libertadora.
A historia tem uma única personagem feminina (Ondina), responsável pela instauração de transformações em alguns guerrilheiros do Mayombe. 
Chama atenção o fato de que Ondina não tem voz na narrativa, o que evidencia a crítica para a desigualdade de gênero na luta instaurada em Angola por libertação e justiça.
 A obra é uma reflexão, envolta pelos ideais socialistas, sobre a dura realidade da sociedade angolana, sobre as perspectivas do movimento de libertação e da população local em relação aos princípios conflitantes do MPLA.

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