Buscar

Direito Administrativo - Conceito, Objeto e Fontes do Direito Administrativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 141 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 141 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 141 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO
VIDEOAULA
PROF. LUCAS MARTINS
CONCEITO, OBJETO E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
www.acasadoconcurseiro.com.br
http://www.acasadoconcurseiro.com.br
DIREITO ADMINISTRATIVO
3
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
PROFESSOR LUCAS MARTINS 
 
Advogado e consultor jurídico. Graduado pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Pós-
graduado em Direito Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes – UNICAM/RJ - em 
convênio com o Curso Ênfase. Pós-graduando em Direito Administrativo pela Estácio de Sá em 
convênio com o Complexo de Ensino Renato Saraiva – CERS. Professor de diversos cursos 
preparatórios para concursos públicos, Exame da Ordem e pós-graduação. 
 
CONTATO 
 
INSTAGRAM: @proflucasmartins 
FACEBOOK: facebook.com/proflucasmartins 
YOUTUBE: youtube.com/lucasmartinspessoa 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 1. Conceito de Direito Administrativo 
2. Fontes do Direito Administrativo 
3. Princípios do Direito Administrativo 
 
1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1.1. Origem 
1.2. Natureza Jurídica 
1.3. Objeto 
1.4. Critérios de Definição 
 
1.1. ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
O direito administrativo tem o escopo disciplinar e impor limites à atuação do Estado e de seus 
delegatários no exercício da função administrativa. Como no modelo “Estado absoluto” 
tínhamos um Estado completamente insubordinado à norma jurídica, não se falava em direito 
administrativo naquela época. Esse ramo do direito surge, portanto, quando o Estado passa a se 
submeter ao direito posto, isto é, a origem do direito administrativo está diretamente associada 
ao surgimento do Estado de direito e ao período pós Revolução Francesa (1789). Antes disso, 
não se falava em direito administrativo1. 
 
1.2. NATUREZA JURÍDICA 
 
 
1 A doutrina aponta que, no Brasil, o direito administrativo foi incluído como disciplina nos cursos jurídicos 
das Faculdades de Direito de São Paulo e de Olinda pelo Decreto 608, de 16/08/1851, tendo havido o 
início efetivo em1855 (MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. Princípios gerais de direito administrativo. 
3ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2007. Vol. 1. Páginas 139 e 140). 
4
 
 
A necessidade do homem em travar relações sociais fez surgir a necessidade do Direito, isto é, 
a necessidade de se instituírem normas de condutas impositivas, redigidas por um Estado 
politicamente organizado, tendente à função de alcançar a paz social. 
 
Entretanto, essas normas podem regulamentar interesses voltados para toda a coletividade ou 
interesses entre particulares. É justamente com base no interesse a ser tutelado que, 
tradicionalmente, se dividia o Direito em público (regulação de interesses da sociedade como 
um todo) e privado (regulação das relações travadas entre particulares). 
 
Com base nessa organização, o direito administrativo é ramo do “direito público”, posto que 
rege a organização e o exercício de atividades do Estado e visa perseguir os interesses da 
coletividade. 
 
Ademais, vale destacar que, no direito privado, há uma igualdade entre as partes envolvidas 
(relação horizontal), enquanto que, no direito público, há uma desigualdade entre as partes 
envolvidas (relação vertical), na medida em que o Estado é soberano ao seu povo. 
 
1.3. OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
O objeto de qualquer ramo do direito é aquilo que se busca regulamentar. Basicamente, todo 
ramo do direito se resume a um conjunto de normas jurídicas que busca regulamentar “alguma 
coisa”. Esta “coisa” a ser regulamentada por aquele conjunto de normas é o que se chama de 
“objeto”. Dessa forma, o objeto do direito administrativo é aquilo que este ramo do direito 
busca regulamentar. Como o direito administrativo busca disciplinar o exercício da função 
administrativa pelo Estado e por seus delegatário, a doutrina costuma apontar que o objeto 
deste ramo é a função administrativa, é dizer, o direito administrativo busca regulamentar o 
exercício da função administrativa, seja pelo Estado seja por seus delegatários. 
 
1.4. CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Quando se busca a definição (o conceito) do direito administrativo há grande divergência na 
doutrina. Para se chegar ao referido conceito, os estudiosos apresentaram diversos critérios de 
definição que variam basicamente conforme a compreensão daquilo que realmente é o objeto 
direito administrativo. Os critérios de definição costumam ser cobrados em provas havendo uma 
alteração entre eles, isto é, a banca define direito administrativo com base em um determinado 
critério (critério do serviço público, por exemplo) e associa a outro (critério das relações 
jurídicas, por exemplo). Vejamos: 
 
CRITÉRIO DEFINIÇÃO PROBLEMA 
Critério 
Legalista 
O direito administrativo se 
resume no conjunto da 
legislação administrativa 
existente no País. Também 
chamado de escola exegética. 
Desconsidera a existência de outras 
fontes do direito administrativo, como 
a doutrina e a jurisprudência. O direito 
não se limita à lei. 
Critério das 
Prerrogativas 
Públicas 
Também chamado de escola 
da puissiance publique 
(potestade”2 pública). O 
Não engloba a atividade de gestão do 
Estado, que também se insere no 
exercício da função administrativa. É o 
 
2 A palavra “potestade” designa o atributo ou a condição do que manda, do que impõe sua vontade. Vem 
de poder, potência, força. Para o direito administrativo, é a ideia de que o Estado, por ser soberano, tem 
“potestade”, isto é, pode mandar, impor sua vontade ao seu povo, ainda que se valha da força para tal. 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
5
 
 
direito administrativo seria o 
conjunto de normas jurídicas 
que regulamentariam as 
prerrogativas e os privilégios 
que o Estado teria no exercício 
de sua atividade de 
autoridade (atos de império). 
que ocorre quando o Estado, por 
exemplo, concede uma licença, uma 
autorização ao particular. 
Critério do 
Poder Executivo 
O direito administrativo se 
resume no complexo de leis 
disciplinadoras da atuação do 
Poder Executivo. 
Ignora que a função administrativa 
também pode ser exercida pelos 
demais poderes. Ademais, o Poder 
Executivo exerce outras funções que 
não a administrativa (função 
legislativa, quando o chefe do 
executivo edita uma medida 
provisória, por exemplo). 
Critério das 
Relações Jurídicas 
O direito administrativo se 
resume no conjunto de 
normas que busca disciplinar 
as relações jurídicas entre a 
Administração Pública e os 
particulares. 
Isso não é uma peculiaridade do 
direito administrativo, pois outros 
ramos do direito também disciplinam 
relações entre a Administração e 
particulares (direito tributário, penal, 
etc). 
Critério do 
Serviço Público 
O direito administrativo é o 
conjunto de normas que busca 
disciplinar a prestação dos 
serviços públicos pela 
Administração. 
A prestação de serviço público é 
apenas uma das tarefas atribuídas à 
Administração Pública. 
Critério 
Teleológico 
(Finalístico) 
O direito administrativo é o 
conjunto de normas que busca 
disciplinar as atividades do 
Estado para o cumprimento 
de seus fins. Critério 
defendido por Oswaldo 
Aranha Bandeira de Mello. 
Critério insuficiente, pois não abrange 
integralmente o conceito da matéria. 
Critério 
Negativista 
(Residual) 
O direito administrativo é o 
conjunto de normas que busca 
disciplinar tudo aquilo que 
não for disciplinado por 
nenhum outro ramo do 
direito. Trata-se de 
conceituação do direito 
administrativo por exclusão. 
Critério inadequado, pois não parece 
coerente utilizar um critério negativo 
para estabelecer a conceituação de 
uma atividade e, por conseguinte, do 
ramo que venha a discipliná-la. 
Critério da 
Distinção entre 
Atividade Jurídica 
e Social do Estado 
O direito administrativo é o 
conjunto de princípios que 
regula a atividade jurídica não 
contenciosa do Estado e a 
constituição dos órgãos e 
meios de sua ação em geral. 
 
 
Quando o faz, praticaos denominados “atos de império” e atua amparado por uma série de prerrogativas 
a ele garantidas pelo direito público. 
6
 
 
Critério da 
Administração 
Pública 
(Funcional) 
Também aparece como 
critério da Administração 
Pública. O direito 
administrativo é o ramo 
jurídico que estuda e analisa a 
disciplina normativa da função 
administrativa, esteja ela 
sendo exercida pelo Poder 
Executivo, Legislativo ou 
Judiciário ou, até mesmo, por 
particulares mediante 
delegação estatal. 
É o critério que tem sido 
majoritariamente admitido para se 
conceituar o direito administrativo. 
 
ATENÇÃO PARA O CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA! 
Como visto, é o critério que tem sido utilizado para conceituar o direito administrativo 
atualmente. Com base nesse critério, o professor Hely Lopes Meirelles desenvolveu o 
seguinte conceito de direito administrativo, que costuma aparecer em provas: 
Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades 
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo 
Estado. 
Fragmentando o referido conceito, temos o seguinte: 
 “conjunto harmônico de princípios” 
Todo ramo do direito, para que se torne uma disciplina autônoma, depende de um 
embasamento principiológico para sua existência. Este conjunto harmônico de princípios que 
norteiam o direito administrativo recebe o nome de regime jurídico administrativo que será 
analisado mais adiante. 
“que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas” 
É o conjunto harmônico de princípios que busca reger os órgãos, agentes e atividades 
públicas, isto é, o direito administrativo visa ordenar a atividade institucional, no intuito de 
regulamentar sua estrutura orgânica (órgãos e entes da Administração Pública), seu corpo de 
pessoal (agentes públicos) e as atividades públicas que se enquadram nas tarefas 
desempenhadas pela Administração Pública (função administrativa), ainda que exercida pelo 
Poder Legislativo ou pelo Judiciário de forma atípica. 
“tendente a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado” 
Visa regulamentar as atividades administrativas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado. Essa parte do conceito serve para diferenciar a 
função administrativa das demais funções desempenhadas pelo Estado. Nesse sentido, a 
função administrativa tende a realizar concretamente os fins desejados pelo Estado, diferente 
da função legislativa que o faz de forma abstrata. Tende a realizar diretamente os fins 
desejados pelo Estado, diferente da função jurisdicional, que o faz de forma indireta mediante 
provocação. 
 
Além do conceito apresentado pelo professor Hely Lopes Meirelles, é importante conhecer 
como outros doutrinados vêm a definir direito administrativo. Nesse sentido, alguns conceitos 
importantes nos quadros abaixo. 
 
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO 
Ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos 
que a exercem. 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
7
 
 
Critério da 
Administração 
Pública 
(Funcional) 
Também aparece como 
critério da Administração 
Pública. O direito 
administrativo é o ramo 
jurídico que estuda e analisa a 
disciplina normativa da função 
administrativa, esteja ela 
sendo exercida pelo Poder 
Executivo, Legislativo ou 
Judiciário ou, até mesmo, por 
particulares mediante 
delegação estatal. 
É o critério que tem sido 
majoritariamente admitido para se 
conceituar o direito administrativo. 
 
ATENÇÃO PARA O CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA! 
Como visto, é o critério que tem sido utilizado para conceituar o direito administrativo 
atualmente. Com base nesse critério, o professor Hely Lopes Meirelles desenvolveu o 
seguinte conceito de direito administrativo, que costuma aparecer em provas: 
Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades 
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo 
Estado. 
Fragmentando o referido conceito, temos o seguinte: 
 “conjunto harmônico de princípios” 
Todo ramo do direito, para que se torne uma disciplina autônoma, depende de um 
embasamento principiológico para sua existência. Este conjunto harmônico de princípios que 
norteiam o direito administrativo recebe o nome de regime jurídico administrativo que será 
analisado mais adiante. 
“que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas” 
É o conjunto harmônico de princípios que busca reger os órgãos, agentes e atividades 
públicas, isto é, o direito administrativo visa ordenar a atividade institucional, no intuito de 
regulamentar sua estrutura orgânica (órgãos e entes da Administração Pública), seu corpo de 
pessoal (agentes públicos) e as atividades públicas que se enquadram nas tarefas 
desempenhadas pela Administração Pública (função administrativa), ainda que exercida pelo 
Poder Legislativo ou pelo Judiciário de forma atípica. 
“tendente a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado” 
Visa regulamentar as atividades administrativas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado. Essa parte do conceito serve para diferenciar a 
função administrativa das demais funções desempenhadas pelo Estado. Nesse sentido, a 
função administrativa tende a realizar concretamente os fins desejados pelo Estado, diferente 
da função legislativa que o faz de forma abstrata. Tende a realizar diretamente os fins 
desejados pelo Estado, diferente da função jurisdicional, que o faz de forma indireta mediante 
provocação. 
 
Além do conceito apresentado pelo professor Hely Lopes Meirelles, é importante conhecer 
como outros doutrinados vêm a definir direito administrativo. Nesse sentido, alguns conceitos 
importantes nos quadros abaixo. 
 
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO 
Ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos 
que a exercem. 
 
 
 
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO 
Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas 
administrativas que integram a Administração Pública, a atividade não contenciosa que 
exercer e os bens de quem se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. 
 
JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO 
Conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações 
jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado e entre as coletividades a que devem seguir. 
 
 
Por fim, importante destacar que o direito administrativo não se confunde com o direito 
constitucional. Enquanto este define quais fins o Estado deve buscar, aquele define como o vai 
concretizá-los. 
 
2. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
O direito administrativo não possui codificação. É dizer, atualmente não há um “Código de 
Administrativo”, como há Código Penal, Código Civil, etc. Entretanto, a doutrina costuma 
apontar basicamente quatro fontes deste ramo, quais sejam: 
 
LEI JURISPRUDÊNCIA 
Trata-se de fonte primária/principal do 
direito administrativo brasileiro. A lei é quem 
efetivamente cria o direito administrativo. 
Para alguns doutrinadores, a palavra “lei” 
deve ser compreendida em sentido amplo, 
englobando: 1) normas constitucionais 
(aqueles que se estão acima das demais 
normas, aparecendo na cúpula da pirâmide 
de Kelsen); 2) normas infraconstitucionais 
(originadas do processo legislativo, tais como 
lei ordinária, lei complementar, tratado 
internacional3, etc); 3) normas infralegais 
(provenientes da própria Administração 
Pública, tais como decreto presidencial, 
instrução normativa, resolução, regimento, 
etc)4. Para outros, contudo, estas (normas 
infralegais) estariam fora do alcance da 
palavra “lei”, posto que são normas que não 
podem inovar na ordem jurídica, eis que 
possuem fundamento apenas indireto na 
Constituição Federal. Para fins de provas, as 
Trata-se de fonte secundária do direito 
administrativo,já que apenas influencia na 
sua criação. Caracteriza-se como a reiteração 
de julgados dos órgãos do judiciário, que 
forma uma orientação acerca de 
determinada matéria. Deve-se ficar atento 
quanto às súmulas vinculantes e aos julgados 
em repercussão geral que, apesar de 
decorrem da função jurisdicional do Estado 
(são, portanto, jurisprudência), têm sido 
considerados como fonte primário, eis que 
possuem caráter de imposição (e não de 
mera orientação). 
 
 
3 Não se inserem aqui os tratados que versarem sobre (1) direitos humanos e forem aprovados com o 
quórum de emenda à Constituição nos termo do art. 5º, §3º, CF, que terão status de norma constitucional 
e os de (2) direitos humanos que não forem aprovados pelo referido quórum, que terão status de norma 
supralegal (abaixo das normas constitucionais, mas acima das normas infraconstitucionais). 
4 Há doutrinadores que não consideram como fonte primária os atos infralegais, posto que possuem 
fundamento direto nas leis (e não na Constituição Federal), não podendo inovar na ordem jurídica. O 
candidato deve ficar atento, pois as bancas ora englobam 
8
 
 
bancas ora englobam as normas infralegais 
(administrativas) como fonte primária, ora 
não englobam5. 
DOUTRINA COSTUMES SOCIAIS 
Trata-se de fonte secundária. Caracteriza-se 
pela produção científica dos estudiosos da 
matéria que vem a influenciar tanto na 
elaboração de novas normas, como no 
julgamento das demandas que envolvem o 
direito administrativo. 
Trata-se de fonte secundária. Caracteriza-se 
por regras não escritas e somente são 
considerados como fonte quando, de alguma 
forma, influenciarem na produção legislativa 
ou jurisprudencial. Por esse motivo, menos 
que uma fonte secundária, os costumes 
aparecem como fonte indireta. Cuidado, pois 
os costumes administrativos (prática 
administrativa) são considerados fontes 
secundárias, podendo, inclusive, gerar 
direitos em determinadas situações. 
 
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 3.1. Considerações Iniciais 
 3.2. Regime Jurídico Administrativo 
 
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Inicialmente, vale apontar que alguns estudiosos trazem classificação que já veio a ser abordada 
em provas de direito administrativo. Trata-se de classificação que toma como base não apenas 
os princípios jurídicos, mas sim princípios aplicados a qualquer área do saber. Vejamos: 
 
PRINCÍPIOS 
ONIVALENTES 
PRINCÍPIOS 
PLURIVALENTES 
PRINCÍPIOS 
MONOVALENTES 
PRINCÍPIOS 
SETORIAIS 
Também 
denominados 
princípios universais, 
são aqueles comuns 
a todos os ramos do 
saber. 
Comuns a um grupo 
de ciências. 
Referem-se a um só 
campo de 
conhecimento. 
Informam apenas um 
determinado setor 
em que se divide 
uma ciência. 
Exemplos: princípio 
da identidade; 
princípio da razão 
suficiente. 
Exemplos: princípio 
da causalidade, 
aplicável às ciências 
naturais; princípio do 
alterum non laedere 
(não prejudicar a 
outrem), aplicável às 
ciências naturais e às 
ciências jurídicas. 
Exemplos: princípios 
gerais do direito; 
princípio de que 
ninguém se escusa 
alegando ignorar a 
lei. 
Exemplos: princípio 
da proposta mais 
vantajosa (direito 
administrativo); 
princípio da 
autotutela (direito 
administrativo). 
 
 
 
 
5 A título de exemplo, a banca CESPE considerou como CORRETO o seguinte item: “O decreto federal é 
uma fonte primária do direito administrativo, haja vista o seu caráter geral, abstrato e impessoal”. 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
9
 
 
bancas ora englobam as normas infralegais 
(administrativas) como fonte primária, ora 
não englobam5. 
DOUTRINA COSTUMES SOCIAIS 
Trata-se de fonte secundária. Caracteriza-se 
pela produção científica dos estudiosos da 
matéria que vem a influenciar tanto na 
elaboração de novas normas, como no 
julgamento das demandas que envolvem o 
direito administrativo. 
Trata-se de fonte secundária. Caracteriza-se 
por regras não escritas e somente são 
considerados como fonte quando, de alguma 
forma, influenciarem na produção legislativa 
ou jurisprudencial. Por esse motivo, menos 
que uma fonte secundária, os costumes 
aparecem como fonte indireta. Cuidado, pois 
os costumes administrativos (prática 
administrativa) são considerados fontes 
secundárias, podendo, inclusive, gerar 
direitos em determinadas situações. 
 
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 3.1. Considerações Iniciais 
 3.2. Regime Jurídico Administrativo 
 
3.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Inicialmente, vale apontar que alguns estudiosos trazem classificação que já veio a ser abordada 
em provas de direito administrativo. Trata-se de classificação que toma como base não apenas 
os princípios jurídicos, mas sim princípios aplicados a qualquer área do saber. Vejamos: 
 
PRINCÍPIOS 
ONIVALENTES 
PRINCÍPIOS 
PLURIVALENTES 
PRINCÍPIOS 
MONOVALENTES 
PRINCÍPIOS 
SETORIAIS 
Também 
denominados 
princípios universais, 
são aqueles comuns 
a todos os ramos do 
saber. 
Comuns a um grupo 
de ciências. 
Referem-se a um só 
campo de 
conhecimento. 
Informam apenas um 
determinado setor 
em que se divide 
uma ciência. 
Exemplos: princípio 
da identidade; 
princípio da razão 
suficiente. 
Exemplos: princípio 
da causalidade, 
aplicável às ciências 
naturais; princípio do 
alterum non laedere 
(não prejudicar a 
outrem), aplicável às 
ciências naturais e às 
ciências jurídicas. 
Exemplos: princípios 
gerais do direito; 
princípio de que 
ninguém se escusa 
alegando ignorar a 
lei. 
Exemplos: princípio 
da proposta mais 
vantajosa (direito 
administrativo); 
princípio da 
autotutela (direito 
administrativo). 
 
 
 
 
5 A título de exemplo, a banca CESPE considerou como CORRETO o seguinte item: “O decreto federal é 
uma fonte primária do direito administrativo, haja vista o seu caráter geral, abstrato e impessoal”. 
 
 
No que diz respeito especificamente aos princípios na ciência jurídica (ou simplesmente 
princípios jurídicos), esses aparecem como espécie de norma jurídica. É dizer, norma jurídica é 
gênero do qual decorrem duas espécies: as (1) regras e os (2) princípios. Norma jurídica é aquela 
que possui poder de imposição. É dizer, pode ser imposta aos destinatários independentemente 
de suas respectivas concordâncias. Dessa forma, por também serem hoje considerados normas 
jurídicas, os princípios podem ser impostos aos destinatários independentemente de suas 
respectivas concordâncias. Um princípio, por si só, já produz efeitos jurídicos, 
independentemente de regulamentação legal. É dizer, um princípio por si só já é suficiente para 
a criação, extinção ou modificação de direitos, deveres, obrigações e proibições para alguém. 
 
Exemplificando, aqueles que vivem em relação homoafetiva, conforme decidido pelo STF6, terão 
os mesmos direitos e deveres conferidos pela lei 9.278/1996 ao homem e à mulher que vivam 
em união estável. Perceba que a referida lei não criou regras para as relações entre pessoas do 
mesmo sexo, mas apenas para pessoas de sexos opostos7, entretanto, de acordo com o 
Supremo, em virtude do princípio da igualdade, tais direitos e deveres, por si só, nasceriam para 
as pessoas do mesmo sexo. 
 
Nesse sentido, ainda, o STF definiu que o nepotismo é vedado em qualquer dos Poderes da 
República por força dos princípios constitucionais da impessoalidade, eficiência, igualdade e 
moralidade, independentemente de previsão expressa em diploma legislativo. Assim, o 
nepotismo não exige a edição de uma lei formal proibindo a sua prática, uma vez que tal vedação 
decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF/88 (Rcl 6.702/PR-MC-Ag). 
 
Importante compreender, portanto, que os princípios jurídicos impõem obrigações, podendo, 
independentemente de haver regras nesse sentido, anular atos jurídicos caso venham a ser 
desrespeitados. É plenamente possível, trazendo mais um exemplo, a anulação de um 
determinado ato que esteja de acordo com a lei (respeito ao princípio da legalidade), mas que 
seja praticado de forma desonesta (desrespeitoao princípio da moralidade), pois, como será 
visto mais adiante, não há hierarquia entre os princípios que regem o atuar da Administração 
Pública. 
 
3.2. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
 
 3.2.1. Definição 
 3.2.2. Princípios em Espécie 
 
3.2.1. DEFINIÇÃO 
 
Trata-se do conjunto harmônico de princípios de direito público que norteia toda a atuação da 
Administração Pública, aplicável aos órgãos e entes que a compõem, bem como aos agentes 
públicos em geral. Toda e qualquer pessoa que venha a se tornar agente público, passando a 
desempenhar alguma função administrativa em nome do Estado, deverá pautar sua atuação 
não apenas com base nas regras, mas também com base nos princípios que regem todo o atuar 
administrativo do Poder Público. 
 
Importante notar, ainda, que esses princípios aparecem como a forma de raciocinar o direito 
administrativo, isto é, de compreender sua lógica. Todos os institutos estudados no direito 
 
6 ADI 4277 e ADPF 132. 
7 Art. 1º, Lei 9.278 - É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, 
de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família. 
10
 
 
administrativo, de certa forma, decorrem de algum de seus princípios. Alguns exemplos: a) a 
exigência de prévia licitação às contratações realizadas pelo Estado, bem como de prévio 
concurso público para a investidura em cargos ou empregos públicos decorrem do princípio da 
impessoalidade; b) a organização administrativa do Estado em órgãos (desconcentração) e 
entidades (descentralização) decorre do princípio da especialidade; c) a prestação de serviços 
públicos deverá obediência ao princípio da continuidade; d) o controle dos atos praticados pela 
Administração Pública só será possível em virtude do princípio da publicidade; e) o estudo dos 
atos de improbidade administrativa possui bastante relação com o princípio da moralidade; f) o 
condicionamento da aquisição de estabilidade à aprovação do servidor efetivo em avaliação de 
desempenho funcional decorre do princípio da eficiência; g) a possibilidade do Estado efetuar 
desapropriações decorre do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado; etc. 
 
Por fim, deve-se ter em mente que o regime jurídico administrativo possui dois princípios 
basilares, dos quais decorrerão todos os demais: a) princípio da supremacia do interesse público 
sobre o interesse privado; b) princípio da indisponibilidade do interesse público. Reciprocamente, 
esses princípios definem prerrogativas conferidas ao Estado, para que este consiga alcançar o 
interesse público e, em sentido contrário, certas restrições ao mesmo, na medida em que o 
titular da coisa pública não é o Estado, mas sim o povo. 
 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL DOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
Desde já, deve-se ter em mente que, com base na doutrina moderna, todos os princípios de 
direito administrativo estão na Constituição, apesar de alguns estarem lá expressamente e 
outros apenas implicitamente. 
 
NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE OS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
Os princípios de direito administrativo possuem o mesmo grau de importância, não havendo 
princípio mais importante que o outro. Não é porque se trata de um superprincípio (como 
será vista a seguir), que este será mais importante que outro princípio dele decorrente. Não 
é porque se trata de um princípio explicitamente mencionado na Constituição, que este será 
mais relevante que outro implícito no texto constitucional. 
 
PRINCÍPIOS CONHECIDOS X PRINCÍPIOS RECONHECIDOS 
Para alguns doutrinadores, princípio conhecido é sinônimo de princípio explícito/expresso, 
enquanto princípio reconhecido aparece como sinônimo de princípio implícito. Aquele é 
mencionado no diploma normativo, já este é abstraído da interpretação da norma, não 
havendo no diploma normativo sua menção expressa. 
 
 
EXPRESSOS NA 
CRFB/88 
(Arts. 37, caput c/c 
5º, LV) 
EXPRESSOS NA LEI 
9.784/99 
(Art. 2º, caput) 
EXPRESSOS NA LEI 
8.987/95 
(Art. 6º, § 1º) 
EXPRESSOS NA LEI 
8.666/93 
(Art. 3º, caput) 
 
Legalidade 
 
 
Legalidade 
 
NÃO 
 
Legalidade 
 
Impessoalidade 
 
 
NÃO 
 
NÃO 
 
Impessoalidade 
 
Moralidade 
 
Moralidade 
 
NÃO 
 
Moralidade 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
11
 
 
administrativo, de certa forma, decorrem de algum de seus princípios. Alguns exemplos: a) a 
exigência de prévia licitação às contratações realizadas pelo Estado, bem como de prévio 
concurso público para a investidura em cargos ou empregos públicos decorrem do princípio da 
impessoalidade; b) a organização administrativa do Estado em órgãos (desconcentração) e 
entidades (descentralização) decorre do princípio da especialidade; c) a prestação de serviços 
públicos deverá obediência ao princípio da continuidade; d) o controle dos atos praticados pela 
Administração Pública só será possível em virtude do princípio da publicidade; e) o estudo dos 
atos de improbidade administrativa possui bastante relação com o princípio da moralidade; f) o 
condicionamento da aquisição de estabilidade à aprovação do servidor efetivo em avaliação de 
desempenho funcional decorre do princípio da eficiência; g) a possibilidade do Estado efetuar 
desapropriações decorre do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado; etc. 
 
Por fim, deve-se ter em mente que o regime jurídico administrativo possui dois princípios 
basilares, dos quais decorrerão todos os demais: a) princípio da supremacia do interesse público 
sobre o interesse privado; b) princípio da indisponibilidade do interesse público. Reciprocamente, 
esses princípios definem prerrogativas conferidas ao Estado, para que este consiga alcançar o 
interesse público e, em sentido contrário, certas restrições ao mesmo, na medida em que o 
titular da coisa pública não é o Estado, mas sim o povo. 
 
PREVISÃO CONSTITUCIONAL DOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
Desde já, deve-se ter em mente que, com base na doutrina moderna, todos os princípios de 
direito administrativo estão na Constituição, apesar de alguns estarem lá expressamente e 
outros apenas implicitamente. 
 
NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE OS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
Os princípios de direito administrativo possuem o mesmo grau de importância, não havendo 
princípio mais importante que o outro. Não é porque se trata de um superprincípio (como 
será vista a seguir), que este será mais importante que outro princípio dele decorrente. Não 
é porque se trata de um princípio explicitamente mencionado na Constituição, que este será 
mais relevante que outro implícito no texto constitucional. 
 
PRINCÍPIOS CONHECIDOS X PRINCÍPIOS RECONHECIDOS 
Para alguns doutrinadores, princípio conhecido é sinônimo de princípio explícito/expresso, 
enquanto princípio reconhecido aparece como sinônimo de princípio implícito. Aquele é 
mencionado no diploma normativo, já este é abstraído da interpretação da norma, não 
havendo no diploma normativo sua menção expressa. 
 
 
EXPRESSOS NA 
CRFB/88 
(Arts. 37, caput c/c 
5º, LV) 
EXPRESSOS NA LEI 
9.784/99 
(Art. 2º, caput) 
EXPRESSOS NA LEI 
8.987/95 
(Art. 6º, § 1º) 
EXPRESSOS NA LEI 
8.666/93 
(Art. 3º, caput) 
 
Legalidade 
 
 
Legalidade 
 
NÃO 
 
Legalidade 
 
Impessoalidade 
 
 
NÃO 
 
NÃO 
 
Impessoalidade 
 
Moralidade 
 
Moralidade 
 
NÃO 
 
Moralidade 
 
 
 
 
Publicidade 
 
 
NÃO 
 
NÃO 
 
Publicidade 
 
Eficiência 
 
 
Eficiência 
 
Eficiência 
 
NÃO 
Contraditório – 
Ampla Defesa 
Contraditório – 
Ampla Defesa 
 
NÃO 
 
 
NÃO 
 
 
 
NÃO 
Finalidade, 
Motivação, 
Razoabilidade, 
Proporcionalidade, 
Segurança Jurídica, 
Interesse Público. 
Regularidade, 
Continuidade, 
Segurança, 
Atualidade, 
Generalidade, 
Cortesia, 
Modicidade. 
Igualdade, 
Probidade 
Administrativa, 
Vinculação ao 
Instrumento 
Convocatório, 
Julgamento Objetivo. 
 
3.2.2. PRINCÍPIOS EM ESPÉCIE 
 
Compreendido o conceito de regime jurídico administrativo, o próximo passo é trabalhar os 
princípios que vem a integra-lo, isto é,estudar o conteúdo de cada princípio administrativo em 
espécie. Pode-se dividir os princípios administrativos da seguinte forma: 
 
 a) Superprincípios 
 b) Princípios Expressos na CF 
 c) Princípios Implícitos na CF 
 
A) SUPERPRINCÍPIOS 
 
Também denominados de supraprincípios ou “pedras de toque” são os dois princípios que 
embasam todo o regime jurídico administrativo, deles derivando todos os demais. São eles: 
 
 i) Supremacia do Interesse Público sobre o privado 
 ii) Indisponibilidade do Interesse Público 
 
I) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO 
 
A ideia é a de que o interesse público é supremo em relação ao interesse particular. Havendo 
conflito entre ambos, deve prevalecer o interesse público. É com base neste princípio, por 
exemplo, que os atos administrativos são dotados de presunção de legitimidade, que há a 
possibilidade de desapropriação de imóveis de particulares, etc. Trata-se de princípio que 
fundamenta todas as prerrogativas conferidas à Administração Pública, no intuito de que ela 
tenha condições de perseguir o interesse público. 
 
II) PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
 
Se por um lado a Administração Pública possui algumas prerrogativas em relação ao particular, 
por outro se submete a uma série de restrições, limitações e sujeições. A ideia é a de que, 
12
 
 
havendo interesse público, o Estado deve agir, não podendo deixar de fazê-lo sob pena de estar 
dispondo, renunciando, “abrindo mão” de um interesse do qual não é titular. 
 
Como dito, esses dois superprincípios embasam o regime jurídico administrativo que se resume 
às prerrogativas conferidas à Administração goza e nas limitações a ela impostas. É o que ocorre, 
por exemplo, quando o Estado, em princípio, deve licitar antes de contratar (uma restrição a ele 
imposta), mas vem a ter cláusulas exorbitantes em seus contratos não aplicadas ao particular 
contratado (prerrogativas). 
 
B) PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
Os princípios administrativos explicitamente mencionados na Constituição são basicamente os 
que estão no art. 37, caput. Há quem, contudo, também inclua no rol de “princípios 
administrativos explícitos na Constituição” alguns que se encontram no art. 5º, a exemplo dos 
princípios do contraditório e da ampla defesa. Dessa forma, temos como princípios explícitos os 
seguintes89: 
 
 i) Princípio da Legalidade 
 ii) Princípio da Impessoalidade 
iii) Princípio da Moralidade 
 iv) Princípio da publicidade 
 v) Princípio da Eficiência 
 vi) Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa 
 
I) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
A Administração Pública está subordinada à lei, é dizer, deve agir em busca do interesse público 
não da forma que o gestor quiser, mas dentro daquilo que a lei lhe autoriza e/ou determina. 
Trata-se de decorrência direta do modelo de Estado que atualmente adotamos (Estado de 
Direito). Também denominado de princípio da subordinação à lei e princípio da juridicidade. 
Esta última nomenclatura denota a obediência da Administração Pública não apenas à lei, mas 
ao direito como um todo (Constituição Federal – que está acima das leis, princípios, etc)10. 
 
Não se deve confundir o princípio da legalidade aplicado à Administração Pública (princípio da 
subordinação à lei) com o princípio da legalidade aplicado ao particular (princípio da não 
contradição à lei), onde o particular está autorizado a fazer tudo que não contrariar a lei 
(autonomia da vontade). É dizer, enquanto o particular está autorizado a fazer tudo que não 
contrarie a lei, a Administração Pública apenas poderá fazer o que estiver autorizado na lei. 
 
Por fim, vale destacar que o princípio da legalidade é uma decorrência direta do princípio da 
indisponibilidade do interesse público. A ideia é a de que a Administração só poderá atuar com 
autorização do titular desse interesse, que é o povo, que o faz por meio da lei editada por seus 
representantes legitimamente escolhidos (deputados, senadores, etc). Em outras palavras, a 
atuação da Administração depende da vontade da lei, isto é, da vontade do povo. 
 
8 Art. 37, CF - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
9 Art. 5º, LV, CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
10 Nesse sentido, inclusive, determina o art. 2º, parágrafo único, I, da Lei 9.784/99 que, nos processos administrativos 
serão observados, entre outros, os critérios de atuação conforme a lei e o Direito. 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
13
 
 
havendo interesse público, o Estado deve agir, não podendo deixar de fazê-lo sob pena de estar 
dispondo, renunciando, “abrindo mão” de um interesse do qual não é titular. 
 
Como dito, esses dois superprincípios embasam o regime jurídico administrativo que se resume 
às prerrogativas conferidas à Administração goza e nas limitações a ela impostas. É o que ocorre, 
por exemplo, quando o Estado, em princípio, deve licitar antes de contratar (uma restrição a ele 
imposta), mas vem a ter cláusulas exorbitantes em seus contratos não aplicadas ao particular 
contratado (prerrogativas). 
 
B) PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
Os princípios administrativos explicitamente mencionados na Constituição são basicamente os 
que estão no art. 37, caput. Há quem, contudo, também inclua no rol de “princípios 
administrativos explícitos na Constituição” alguns que se encontram no art. 5º, a exemplo dos 
princípios do contraditório e da ampla defesa. Dessa forma, temos como princípios explícitos os 
seguintes89: 
 
 i) Princípio da Legalidade 
 ii) Princípio da Impessoalidade 
iii) Princípio da Moralidade 
 iv) Princípio da publicidade 
 v) Princípio da Eficiência 
 vi) Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa 
 
I) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 
A Administração Pública está subordinada à lei, é dizer, deve agir em busca do interesse público 
não da forma que o gestor quiser, mas dentro daquilo que a lei lhe autoriza e/ou determina. 
Trata-se de decorrência direta do modelo de Estado que atualmente adotamos (Estado de 
Direito). Também denominado de princípio da subordinação à lei e princípio da juridicidade. 
Esta última nomenclatura denota a obediência da Administração Pública não apenas à lei, mas 
ao direito como um todo (Constituição Federal – que está acima das leis, princípios, etc)10. 
 
Não se deve confundir o princípio da legalidade aplicado à Administração Pública (princípio da 
subordinação à lei) com o princípio da legalidade aplicado ao particular (princípio da não 
contradição à lei), onde o particular está autorizado a fazer tudo que não contrariar a lei 
(autonomia da vontade). É dizer, enquanto o particular está autorizado a fazer tudo que não 
contrarie a lei, a Administração Pública apenas poderá fazer o que estiver autorizado na lei. 
 
Por fim, vale destacar que o princípio da legalidade é uma decorrência direta do princípio da 
indisponibilidade do interesse público. A ideia é a de que a Administração só poderá atuar com 
autorização do titular desse interesse, que é o povo, que o faz por meio da lei editada por seus 
representantes legitimamente escolhidos (deputados, senadores, etc). Em outras palavras, a 
atuação da Administração depende da vontade da lei, isto é, da vontade do povo. 
 
8 Art. 37, CF - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
9 Art. 5º, LV, CF - aos litigantes, emprocesso judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
10 Nesse sentido, inclusive, determina o art. 2º, parágrafo único, I, da Lei 9.784/99 que, nos processos administrativos 
serão observados, entre outros, os critérios de atuação conforme a lei e o Direito. 
 
 
 
II) PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 
A ideia tradicional deste princípio é a de que a Administração deve atuar sem discriminar o 
administrado, seja para beneficiá-lo, seja para prejudicá-lo. Pouco importa a quem é destinado 
um determinado ato administrativo. O agente público deve atuar sempre em busca do interesse 
público, não podendo discriminar os administrados em virtude de aspectos pessoais. 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE À LUZ DO AGENTE PÚBLICO 
A atuação sem discriminar quem será beneficiado/prejudicado pela prática do ato, segundo 
a doutrina de Maria Sylvia Di Pietro, é uma manifestação do princípio da impessoalidade na 
(1) ótica do administrado (particular). Entretanto, o referido princípio também deve ser 
analisado da (2) ótica do agente, isto é, da Administração Pública, no sentido de que quem 
atua não é a pessoa do agente que pratica o ato, mas sim o próprio Estado (órgão ou ente ao 
qual o agente esteja vinculado), conforme se depreende da teoria do órgão analisada na aula 
de organização administrativa. Exemplo: prefeito de um determinado Município que faz 
propaganda pessoal por obra realizada pela municipalidade. Essa ótica do princípio da 
impessoalidade decorre da vedação à promoção pessoal expressamente prevista no art. 37, 
§1º da Constituição Federal, bastante cobrado nas provas. Veja no quadro abaixo: 
 
Art. 37, §1º, CF - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos. 
 
O candidato deve ficar atento, pois conduta em desrespeito ao art. 37, §1º não viola o 
princípio da publicidade, mas sim o princípio da impessoalidade. Trata-se de pegadinha muito 
comum em provas. 
 
III) PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 
Também conhecido como princípio da honestidade, da boa-fé de conduta, da atuação não 
corrupta. Está associado ao trato com a coisa pública, isto é, o administrador, ao tratar com a 
coisa pública, deve ser honesto, ético, agir de boa fé. 
 
MORALIDADE JURÍDICA (ADMINISTRATIVA) X MORALIDADE PÚBLICA (SOCIAL) 
Ideias que, embora parecidas, não devem ser confundidas. A moralidade pública (social) 
busca diferenciar o bem e o mal, o certo e o errado no senso comum da sociedade. Já a 
moralidade jurídica (administrativa) está associada sempre à ideia de bom administrador, de 
atuação que vise alcançar o bem estar de toda a coletividade. Exemplificando, o agente 
público que vai trabalhar com uma roupa inadequada estará violando a moralidade pública 
(social), mas não a moralidade jurídica (administrativa). O agente público que é demitido por 
ser encontrado fazendo “sexo” na repartição pública, da mesma forma, estará atentando 
contra a moral pública (social), mas não da moral jurídica (administrativa). Diferentemente 
desses dois primeiros exemplos, tem-se o caso do agente público que é punido por desviar 
dinheiro público ou que faz uso privado de qualquer outro bem público, violando com isso a 
moralidade jurídica (administrativa), isto é, a moralidade como princípio (norma jurídica). A 
ideia é basicamente a de que a moralidade como princípio (jurídica/administrativa) tem uma 
viés mais patrimonial, enquanto que a modalidade pública um viés mais social. 
 
14
 
 
IV) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
A Administração Pública, em regra, deve atuar de forma transparente, no intuito de: 1) viabilizar 
o controle da atuação pública; 2) garantir eficácia a seus atos. Nesse sentido, caso o Poder 
Público atuasse em sigilo - como ocorria na época do Estado Absoluto, seria inviável aferir se sua 
atuação estaria ou não pautada na legalidade. Da mesma forma, não haveria como se exigir o 
cumprimento de um determinado ato por parte do administrado, sem que a Administração lhe 
conferisse publicidade. 
 
Com base no princípio da publicidade, a regra é a de que a atuação da Administração Pública é 
transparente, isto é, não poderá atuar em sigilo. Entretanto, como todo princípio, este também 
não é absoluto. Nesse sentido, a Constituição Federal apresenta algumas ressalvas à publicidade 
da atuação estatal11. Para regulamentar a matéria foi editada a Lei de Acesso à Informação – Lei 
12.527/11 (LAI). 
 
Por fim, deve-se atentar para o fato de que publicidade não se confunde com publicação, sendo 
esta apenas uma das formas de se garantir aquela. É dizer, publicação é apenas um dos 
instrumentos que podem ser utilizado para se garantir a publicidade da atuação estatal, mas 
não o único. Em outras palavras, publicidade é gênero, enquanto publicação é espécie. 
 
V) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
A Administração Pública deve atuar em busca do melhor resultado possível para o interesse 
público (produtividade), gastando a menor quantidade de recursos possível para tal 
(economicidade). Trata-se de princípio que não estava expressamente mencionado no texto 
originário da Constituição Federal. Foi acrescentado no art. 37, caput, a partir da Emenda 
Constitucional 19/98 (reforma administrativa do Estado brasileiro). É possível vislumbrá-lo, por 
exemplo, no art. 41 da Constituição Federal12, que condiciona a aquisição de estabilidade por 
parte do servidor efetivo à aprovação em avaliação periódica de desempenho. 
 
VI) PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Ambos estão explícitos no art. 5º, LV, da Constituição Federal13. Em linhas gerais, entende-se 
por contraditório o direito que o indivíduo tem de ser informado de que há uma acusação ou 
um processo contra si. Já a ampla defesa é o direito que ele tem de impugnar referida acusação 
ou simplesmente se manifestar nos autos do processo, seja judicial ou administrativo. Vale 
destacar que a doutrina costuma analisar a ampla defesa com base em três aspectos: 
 
DEFESA PRÉVIA DEFESA TÉCNICA DUPLO GRAU 
Indiscutivelmente aplicável 
no direito administrativo, 
configurando o direito de se 
É se defender com quem 
tenha conhecimento técnico 
da norma jurídica, isto é, com 
Trata-se do direito ao recurso 
administrativo, isto é, direito 
de reexame dos atos 
 
11 Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, 
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) 
(Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
12 Art. 41, §4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
13 Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
15
 
 
IV) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
A Administração Pública, em regra, deve atuar de forma transparente, no intuito de: 1) viabilizar 
o controle da atuação pública; 2) garantir eficácia a seus atos. Nesse sentido, caso o Poder 
Público atuasse em sigilo - como ocorria na época do Estado Absoluto, seria inviável aferir se sua 
atuação estaria ou não pautada na legalidade. Da mesma forma, não haveria como se exigir o 
cumprimento de um determinado ato por parte do administrado, sem que a Administração lhe 
conferisse publicidade. 
 
Com base no princípio da publicidade, a regra é a de que a atuação da Administração Pública é 
transparente, isto é, não poderá atuar em sigilo. Entretanto, como todo princípio, este também 
não é absoluto. Nesse sentido,a Constituição Federal apresenta algumas ressalvas à publicidade 
da atuação estatal11. Para regulamentar a matéria foi editada a Lei de Acesso à Informação – Lei 
12.527/11 (LAI). 
 
Por fim, deve-se atentar para o fato de que publicidade não se confunde com publicação, sendo 
esta apenas uma das formas de se garantir aquela. É dizer, publicação é apenas um dos 
instrumentos que podem ser utilizado para se garantir a publicidade da atuação estatal, mas 
não o único. Em outras palavras, publicidade é gênero, enquanto publicação é espécie. 
 
V) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 
A Administração Pública deve atuar em busca do melhor resultado possível para o interesse 
público (produtividade), gastando a menor quantidade de recursos possível para tal 
(economicidade). Trata-se de princípio que não estava expressamente mencionado no texto 
originário da Constituição Federal. Foi acrescentado no art. 37, caput, a partir da Emenda 
Constitucional 19/98 (reforma administrativa do Estado brasileiro). É possível vislumbrá-lo, por 
exemplo, no art. 41 da Constituição Federal12, que condiciona a aquisição de estabilidade por 
parte do servidor efetivo à aprovação em avaliação periódica de desempenho. 
 
VI) PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Ambos estão explícitos no art. 5º, LV, da Constituição Federal13. Em linhas gerais, entende-se 
por contraditório o direito que o indivíduo tem de ser informado de que há uma acusação ou 
um processo contra si. Já a ampla defesa é o direito que ele tem de impugnar referida acusação 
ou simplesmente se manifestar nos autos do processo, seja judicial ou administrativo. Vale 
destacar que a doutrina costuma analisar a ampla defesa com base em três aspectos: 
 
DEFESA PRÉVIA DEFESA TÉCNICA DUPLO GRAU 
Indiscutivelmente aplicável 
no direito administrativo, 
configurando o direito de se 
É se defender com quem 
tenha conhecimento técnico 
da norma jurídica, isto é, com 
Trata-se do direito ao recurso 
administrativo, isto é, direito 
de reexame dos atos 
 
11 Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, 
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) 
(Vide Lei nº 12.527, de 2011) 
12 Art. 41, §4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
13 Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
 
manifestar antes de uma 
decisão administrativa. 
 
EXCEÇÃO: havendo 
emergência que exija a 
imediata prática do ato, o 
contraditório (e 
consequentemente a defesa 
do interessado) será 
diferido/postergado, isto é, a 
defesa não será prévia, mas 
ulterior à prática do ato, em 
virtude da urgência em 
praticá-lo. 
um advogado. A defesa 
técnica, em regra, em 
obrigatória nos processos 
judiciais e também já foi 
obrigatória nos processos 
administrativos. Ocorre que, 
atualmente, há 
entendimento pacificado do 
STF desobrigando a defesa 
técnica nos processos 
administrativos, inclusive de 
natureza disciplinar14. Dessa 
forma, hoje a presença de 
advogado em processo 
administrativo não é mais 
obrigatória. Entretanto, caso 
o administrado pretenda 
constituir advogado, a 
Administração não poderá 
negar, sob pena de tal 
negação acarretar em 
nulidade do processo por 
cerceamento de defesa. 
praticados pela 
Administração Pública, 
aspecto que não se restringe 
à via judicial, mas também se 
encontra presente no âmbito 
administrativo. Vale destacar 
que, em alguns casos, desde 
que haja previsão legal, se 
admite uma terceira 
instância de julgamento. 
Ademais, o STF entende ser 
inconstitucional a exigência 
de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens 
para admissibilidade de 
recurso administrativo15. 
 
 
C) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
Alguns princípios estão no texto constitucional apenas de forma implícita, isto é, sem previsão 
expressa. Entretanto, vários princípios que não são mencionados explicitamente na Constituição 
Federal acabam sendo mencionados em algumas normas infralegais (leis) ou até mesmo 
infralegais (decretos, por exemplo). A Lei 9.784/1999, por exemplo, que regulamenta o processo 
administrativo federal, menciona explicitamente vários princípios administrativos que não são 
mencionados no texto constitucional16. Da mesma forma o faz a Lei 14.133/2021, lei geral de 
licitações e contratos, que também menciona explicitamente uma grande quantidade de 
princípios17. Por fim, vale destacar, ainda, a Lei 8.987/1995, que regulamenta os contratos de 
 
14 Súmula Vinculante 05 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar 
não ofende a Constituição. 
15 Súmula Vinculante 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro 
ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
16 Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
17 Art. 5º - Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da 
moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, 
do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação 
ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da 
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim 
como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro). 
16
 
 
concessão e permissão de serviços públicos18. Os mais recorrentes em provas são os elencados 
abaixo: 
 
 i) Princípio da Finalidade 
 ii) Princípio da Motivação 
 iii) Princípio da Razoabilidade 
 iv) Princípio da Proporcionalidade 
 v) Princípio da Segurança Jurídica 
 vi) Princípio da Autotutela 
 vii) Princípio da Continuidade 
 viii) Princípio da Isonomia 
 ix) Princípio da Especialidade 
 x) Princípio da Probidade 
 
I) PRINCÍPIO DA FINALIDADE 
 
A ideia é de que toda atuação da Administração Pública deve ter como finalidade o bem comum, 
isto é, o interesse público. O interesse público deve ser o fim de toda atuação estatal. Há que 
entenda que o princípio da finalidade seria sinônimo do princípio da impessoalidade, afinal uma 
atuação pessoal não possui como fim o interesse público. Por fim, também se justifica no 
princípio da finalidade, a ideia de que, havendo mais de uma forma de se interpretar uma 
determinada norma, a interpretação deverá ser a que melhor atenda o fim público. 
 
II) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
Ao praticar seus atos, a Administração Pública, em regra, deve expor os motivos que lhe levaram 
a pratica-lo. Entende-se por motivo o pressuposto fático e jurídico que fundamenta a prática do 
ato. A exposição do motivo se entende como motivação. Em regra, os atos administrativos 
devem ser motivados, embora alguns não exijam motivação (nomeação e exoneração em cargos 
comissionados, por exemplo). O princípio da motivação, por exemplo, possibilita a interposição 
de recursos por parte daquele que sofra decisão administrativa desfavorável. 
 
III) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE 
 
Em algumas situações, a Administração Pública age com discricionariedade, dentro de um juízo 
de oportunidade e conveniência. Ocorre que essa discricionariedade não pode virar 
arbitrariedade. A ideia do referido princípio é justamente a de que o agente público, ao agir 
exercendo o chamado juízo de conveniência e oportunidade, deverespeitar certos padrões 
éticos e adequados ao senso comum. Caso o ato praticado seja ilegal ou viole o princípio da 
razoabilidade, poderá ele ser anulado, inclusive, pela via judicial. Em palavras simples, o 
princípio da razoabilidade aparece como limitador da atuação discricionária do Estado. 
 
IV) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
 
A ideia é a de haja equilíbrio entre o ato a ser praticado e os fins a serem alcançados pela 
Administração Pública. É dizer, deve haver equilíbrio ente os motivos que deram origem ao ato 
e a consequência jurídica da conduta. 
 
18 Art. 6º, §1º - Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, 
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
17
 
 
concessão e permissão de serviços públicos18. Os mais recorrentes em provas são os elencados 
abaixo: 
 
 i) Princípio da Finalidade 
 ii) Princípio da Motivação 
 iii) Princípio da Razoabilidade 
 iv) Princípio da Proporcionalidade 
 v) Princípio da Segurança Jurídica 
 vi) Princípio da Autotutela 
 vii) Princípio da Continuidade 
 viii) Princípio da Isonomia 
 ix) Princípio da Especialidade 
 x) Princípio da Probidade 
 
I) PRINCÍPIO DA FINALIDADE 
 
A ideia é de que toda atuação da Administração Pública deve ter como finalidade o bem comum, 
isto é, o interesse público. O interesse público deve ser o fim de toda atuação estatal. Há que 
entenda que o princípio da finalidade seria sinônimo do princípio da impessoalidade, afinal uma 
atuação pessoal não possui como fim o interesse público. Por fim, também se justifica no 
princípio da finalidade, a ideia de que, havendo mais de uma forma de se interpretar uma 
determinada norma, a interpretação deverá ser a que melhor atenda o fim público. 
 
II) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
 
Ao praticar seus atos, a Administração Pública, em regra, deve expor os motivos que lhe levaram 
a pratica-lo. Entende-se por motivo o pressuposto fático e jurídico que fundamenta a prática do 
ato. A exposição do motivo se entende como motivação. Em regra, os atos administrativos 
devem ser motivados, embora alguns não exijam motivação (nomeação e exoneração em cargos 
comissionados, por exemplo). O princípio da motivação, por exemplo, possibilita a interposição 
de recursos por parte daquele que sofra decisão administrativa desfavorável. 
 
III) PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE 
 
Em algumas situações, a Administração Pública age com discricionariedade, dentro de um juízo 
de oportunidade e conveniência. Ocorre que essa discricionariedade não pode virar 
arbitrariedade. A ideia do referido princípio é justamente a de que o agente público, ao agir 
exercendo o chamado juízo de conveniência e oportunidade, deve respeitar certos padrões 
éticos e adequados ao senso comum. Caso o ato praticado seja ilegal ou viole o princípio da 
razoabilidade, poderá ele ser anulado, inclusive, pela via judicial. Em palavras simples, o 
princípio da razoabilidade aparece como limitador da atuação discricionária do Estado. 
 
IV) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
 
A ideia é a de haja equilíbrio entre o ato a ser praticado e os fins a serem alcançados pela 
Administração Pública. É dizer, deve haver equilíbrio ente os motivos que deram origem ao ato 
e a consequência jurídica da conduta. 
 
18 Art. 6º, §1º - Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, 
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. 
 
 
 
Há quem sustente que o referido princípio estaria inserido no da razoabilidade, na medida em 
que ambos buscam estabelecer uma necessidade de valoração de adequação da conduta do 
agente estatal, dentro dos parâmetros da sociedade. 
 
O referido princípio, embora implícito no texto constitucional, está expressamente previsto no 
art. 2º da Lei 9.784/99. 
 
Ademais, vale destacar que, para o STJ, o princípio da proporcionalidade é dividido em três 
subprincípios, quais sejam: 
 
Princípio da Adequação Princípio da Necessidade Proporcionalidade em Sentido Estrito 
Trata-se da utilização da 
medida adequada, idônea 
para atingir o fim pretendido. 
Trata-se da avaliação de 
medida restritiva de direito, 
no intuito de se definir se é 
realmente necessária para 
atingir o fim proposto ou se 
existe uma medida menos 
danosa que atende a esse 
fim. 
Trata-se da ponderação que 
deve haver entre a 
intensidade da restrição ao 
direito fundamental e a 
importância da realização do 
direito fundamental. 
 
V) PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
 
Também pode aparecer como princípio da proteção à confiança. A ideia é a de garantir que o 
cidadão de boa-fé não seja surpreendido por alterações repentinas na ordem jurídica posta. Por 
trás do referido princípio está a ideia de que o cidadão deve confiar nas instituições públicas. 
Em virtude do princípio da segurança jurídica, por exemplo, que a Administração possui o prazo 
decadencial de 5 anos para anular seus atos ilegais que geraram benefícios ao terceiro de boa-
fé (art. 54, Lei 9.784/99). Também em virtude do princípio da segurança jurídica, que os efeitos 
de alguns atos praticados pelo denominado agente de fato podem ser mantidos no mundo 
jurídico. 
 
VI) PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
 
A Administração Pública tem o dever de anular os atos praticados, quando ilegais, ou de revoga-
los, quando não houver mais interesse público, isto é, quando o forem inoportunos ou 
inconvenientes, sem a necessidade de interferência do poder judiciário (por isso se fala em 
autotutela, isto é, tutela por si só, sem a interferência de um terceiro). Atenção para a redação 
da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, muito recorrente nas provas19. 
 
AUTOTUTELA X TUTELA ADMINISTRATIVA 
São princípios distintos. Com base no princípio da autotutela, a Administração Pública pode 
controlar seus próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os 
inconvenientes ou inoportunos, independentemente de autorização por parte do Poder 
Judiciário. O princípio da autotutela fundamenta o denominado controle interno (também 
chamado controle administrativo), que ocorre no âmbito de um mesmo Poder de Estado 
 
19 Súmula 473, STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os 
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 
18
 
 
(Executivo, Legislativo ou Judiciário). Com base no princípio da tutela administrativa, contudo, 
um determinado ente da Administração Direta (entes federativos) pode controlar sua 
Administração Indireta (suas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades 
de economia mista). O princípio da tutela fundamenta, portanto, o chamado controle 
finalístico (também chamado controle por vinculação). É o que ocorre, por exemplo, quando 
a União Federal, por meio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social (Administração 
Direta Federal) controla os atos praticados pelo INSS, que é autarquia federal, isto é, ente 
pertencente à Administração Indireta Federal. Trata-se de tutela administrativa, que pode 
aparecer em provas com outros nomes, como: supervisão ministerial (no âmbito federal), 
controle por vinculação ou controle finalístico. 
 
VII) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
A atividade administrativa, sobretudo a prestação de serviços públicos, deve ser ininterrupta, 
contínua, já que muitas necessidades da sociedade são inadiáveis. Se a prestação do serviço 
público é ininterrupta, surgem alguns questionamentos: 
 
➔ Sendo o serviço público ininterrupto, o servidor público tem direito de greve? 
 
Resposta: SIM. O direito de greve do servidor público é assegurado no art. 37, VII, da 
Constituição, embora seu exercício dependa de regulamentação em lei específica20. que 
determina o seguinte: “o direito de greve será exercidonos termos e nos limites definidos em lei 
específica”. A lei específica regulamentando o direito de greve dos servidores públicos nunca foi 
editada, o que impossibilitava o gozo do referido direito pelos servidores públicos. Ante a 
referida omissão, o STF, após ser provocado, determinou que, enquanto não houver lei 
específica tratando acerca da greve do servidor, este exercerá seu direito nos moldes da Lei 
Geral de Greve (Lei 7.783/90), que regulamenta o referido direito na iniciativa privada. 
 
CUIDADO! O servidor público poderá entrar em greve, mas, de acordo com os arts. 9º e 10º 
da Lei Geral de Greve (7.783/90), tratando-se de serviços essenciais, deverá ser mantido em 
atividade uma quantidade mínima de servidores com o propósito de assegurar os serviços 
cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, 
máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das 
atividades do ente ou da empresa quando da cessação do movimento. Por isso diz-se que o 
servidor público terá direito de greve, mas o serviço público não poderá ser paralisado. 
 
GREVE, MILITARES E DEMAIS AGENTES DA SEGURANÇA PÚBLICA 
Os militares não tem direito à sindicalização nem à greve, nos termos do art. 142, §3º, IV da 
Constituição Federal. Ademais, vale lembrar que o STF estendeu aos demais agentes da 
segurança pública a vedação ao direito de greve. Veja: “O exercício do direito de greve, sob 
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos 
que atuem diretamente na área de segurança pública”. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. 
orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 
(repercussão geral) (Info 860). Dessa forma, atualmente, não apenas os militares, mas 
qualquer agente integrante dos órgãos de segurança pública (art. 144, CF) estará impedido 
de entrar em greve. 
 
 
20 Art. 7º, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS
19
 
 
(Executivo, Legislativo ou Judiciário). Com base no princípio da tutela administrativa, contudo, 
um determinado ente da Administração Direta (entes federativos) pode controlar sua 
Administração Indireta (suas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades 
de economia mista). O princípio da tutela fundamenta, portanto, o chamado controle 
finalístico (também chamado controle por vinculação). É o que ocorre, por exemplo, quando 
a União Federal, por meio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social (Administração 
Direta Federal) controla os atos praticados pelo INSS, que é autarquia federal, isto é, ente 
pertencente à Administração Indireta Federal. Trata-se de tutela administrativa, que pode 
aparecer em provas com outros nomes, como: supervisão ministerial (no âmbito federal), 
controle por vinculação ou controle finalístico. 
 
VII) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
 
A atividade administrativa, sobretudo a prestação de serviços públicos, deve ser ininterrupta, 
contínua, já que muitas necessidades da sociedade são inadiáveis. Se a prestação do serviço 
público é ininterrupta, surgem alguns questionamentos: 
 
➔ Sendo o serviço público ininterrupto, o servidor público tem direito de greve? 
 
Resposta: SIM. O direito de greve do servidor público é assegurado no art. 37, VII, da 
Constituição, embora seu exercício dependa de regulamentação em lei específica20. que 
determina o seguinte: “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei 
específica”. A lei específica regulamentando o direito de greve dos servidores públicos nunca foi 
editada, o que impossibilitava o gozo do referido direito pelos servidores públicos. Ante a 
referida omissão, o STF, após ser provocado, determinou que, enquanto não houver lei 
específica tratando acerca da greve do servidor, este exercerá seu direito nos moldes da Lei 
Geral de Greve (Lei 7.783/90), que regulamenta o referido direito na iniciativa privada. 
 
CUIDADO! O servidor público poderá entrar em greve, mas, de acordo com os arts. 9º e 10º 
da Lei Geral de Greve (7.783/90), tratando-se de serviços essenciais, deverá ser mantido em 
atividade uma quantidade mínima de servidores com o propósito de assegurar os serviços 
cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, 
máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das 
atividades do ente ou da empresa quando da cessação do movimento. Por isso diz-se que o 
servidor público terá direito de greve, mas o serviço público não poderá ser paralisado. 
 
GREVE, MILITARES E DEMAIS AGENTES DA SEGURANÇA PÚBLICA 
Os militares não tem direito à sindicalização nem à greve, nos termos do art. 142, §3º, IV da 
Constituição Federal. Ademais, vale lembrar que o STF estendeu aos demais agentes da 
segurança pública a vedação ao direito de greve. Veja: “O exercício do direito de greve, sob 
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos 
que atuem diretamente na área de segurança pública”. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. 
orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 
(repercussão geral) (Info 860). Dessa forma, atualmente, não apenas os militares, mas 
qualquer agente integrante dos órgãos de segurança pública (art. 144, CF) estará impedido 
de entrar em greve. 
 
 
20 Art. 7º, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
 
➔ É possível interromper a prestação de um serviço público em virtude do 
inadimplemento por parte do usuário? 
 
Resposta: SIM. É possível, pois deverá prevalecer o interesse da coletividade em detrimento do 
interesse individual do usuário inadimplente. Entretanto, para que a interrupção seja legal 
deverá haver prévio aviso, nos termos do art. 6º, §3º da Lei 8.987/9521. De acordo com esse 
dispositivo, o serviço público poderá ser interrompido em três situações: 1) situação de 
emergência – sem prévio aviso; 2) razões de ordem técnica ou de segurança das instalações – 
com prévio aviso; 3) inadimplemento do usuário – com prévio aviso. 
 
SERVIÇOS ESSENCIAIS 
A jurisprudência vem se posicionando no sentido de que será ilegal a paralisação, por motivo 
de inadimplemento, ainda que com prévio aviso, se ensejar a interrupção de um serviço 
essencial à coletividade. Dessa forma, será possível o corte de energia elétrica de uma 
residência inadimplente, mas não de um hospital inadimplente. 
 
DÉBITOS ATUAIS 
Embora a inadimplência do usuário seja causa de interrupção da prestação de serviço, 
mediante aviso prévio, segundo a jurisprudência, é vedada a suspensão do fornecimento do 
serviço em razão de débitos pretéritos, já que o corte pressupõe o inadimplemento de conta 
atual, relativa ao mês do consumo. Dessa forma, a suspensão do serviço só é admissível no 
caso de débitos atuais, ou seja, os que provêm do próprio mês de consumo, ou, ao menos, 
dos anteriores próximos. Em se tratando de débitos pretéritos, isoladamente considerados, 
deve o concessionário valer-se dos meios ordinários de cobrança; a não ser assim, o 
consumidor estaria sofrendo inaceitável constrangimento, o que é vedado no Código de 
Defesa do Consumidor. Por outro lado, o novo usuário não pode sofrer a suspensão do serviço 
por débito do usuário antecedente. A prestação do serviço, remunerada por tarifa, gera 
obrigação de caráter pessoal, e não propter rem, como seria o caso de tributo. 
 
➔ A exceção de contrato não cumprido pode ser aplicada em contratos com a 
administração pública? 
 
Resposta: SIM. Caso a Administração Pública descumpra eventual contrato administrativo, é 
possível que o particular contrato, alegando a exceção de contrato não cumprido, deixe decumprir sua parte. Entretanto, o particular apenas poderá se valer da referida cláusula após 90 
dias de inadimplemento por parte da Administração. É dizer, existe exceção de contrato não 
cumprido por parte do particular nos contratos administrativos, desde que após 90 dias do 
inadimplemento por parte da Administração. O princípio da continuidade, portanto, relativiza a 
exceção de contrato não cumprido a 90 dias do inadimplemento por arte da Administração. 
 
VIII) PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
 
Trata-se de garantia constitucional que deve ser observada, inclusive, pela Administração 
Pública no desempenho da função administrativa. A ideia é a de isonomia material, em que se 
deve de tratar os desiguais de forma desigual para que eles venham a se igualar. Nesse sentido, 
é possível se verificar vários programas governamentais de inclusão social. 
 
 
21 Art. 6º, §3º - Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de (1) 
emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de (2) ordem técnica ou de segurança 
das instalações; e, II - por (3) inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
20
 
 
IX) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 
 
Trata-se de princípio que decorre de outros dois: eficiência e indisponibilidade do interesse 
público. A ideia é que a Administração Pública se estruture em órgãos ou entes que sejam 
especializados em uma determinada atividade pública, no intuito de que, havendo um 
órgão/ente específico para prestar um determinado serviço, este o será realizado de forma mais 
eficiente. É com base nesse princípio que se fala em desconcentração e descentralização da 
Administração Pública. 
 
X) PRINCÍPIO DA PROBIDADE 
 
Assim como a moralidade, a ideia de probidade também está diretamente ligada à ideia de 
administrador honesto. Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, temos o seguinte: “Quando se 
exige probidade ou moralidade administrativa, isso significa que não basta a legalidade formal, 
restrita da atuação administrativa, com observância da lei; é preciso também a observância de 
princípios éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa administração e a 
disciplina interna na Administração Pública” (ed. 29, pág. 973). 
 
O referido princípio encontra-se implicitamente previsto no art. 37, §4º, da Constituição Federal 
que determina: “os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, 
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 
 
Em virtude do referido dispositivo constitucional, entrou em vigor a Lei 8.429/92 – Lei de 
Improbidade Administrativa, definindo alguns dos atos de improbidade (arts. 9º a 11), bem 
como a gradação das sanções aplicadas àqueles que incorrerem em um dos atos de 
improbidade. 
 
Há quem sustente que a expressão “improbidade” seria mais ampla que a expressão 
“imoralidade”, na medida em que, de acordo com o art. 11 da referida lei, estão tipificados como 
atos de improbidade aqueles que atentarem contra qualquer princípio administrativo contra 
qualquer princípio administrativo, mas não apenas contra o princípio da moralidade. Dessa 
forma, a expressão improbidade seria mais abrangente que a expressão imoralidade. É dizer, 
todo ato imoral seria um ato ímprobo, mas nem todo ato ímprobo seria um ato imoral. 
 
Ademais, cabe observar que o princípio da probidade, embora implícito no texto constitucional, 
encontra-se expressamente previsto no art. 3º da Lei 8.666/93 (licitações e contratos 
administrativos). 
 
Por fim, vale destacar que a probidade, assim como a eficiência e a prestação de contas 
aparecem como deveres da Administração Pública. É dizer, todo e qualquer agente público tem 
os deveres de probidade, de eficiência e de prestação de contas. 
 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO
1. Conceito
2. Fontes
3. Princípios
1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1.1. Origem
1.2. Natureza Jurídica
1.3. Objeto
1.4. Critérios de Definição
1.1. ORIGEM
1.1. ORIGEM
▪ Pós Revolução Francesa
▪ Século XIX
▪ Estado de Direito
(VUNESP/FAPESP/Procurador/2018/Adaptada)
Sobre a origem do Direito Administrativo, é correto
afirmar que se deu no período que antecedeu a
Revolução Francesa, século XVI, época em que a
gestão pública era legalmente incondicionada.
(VUNESP/FAPESP/Procurador/2018/Adaptada)
Sobre a origem do Direito Administrativo, é correto
afirmar que se deu no período que antecedeu a
Revolução Francesa, século XVI, época em que a
gestão pública era legalmente incondicionada.
ERRADO
1.2. NATUREZA JURÍDICA
1.2. NATUREZA JURÍDICA
▪ Direito Público
▪ Prepondera o Interesse Público
▪ Desigualdade
▪ Relação Verticalizada
(FUNCAB/FUNASG/Advogado) Direito
Administrativo é o ramo do Direito Público que estuda
princípios e normas reguladores do exercício da
função administrativa.
(FUNCAB/FUNASG/Advogado) Direito
Administrativo é o ramo do Direito Público que estuda
princípios e normas reguladores do exercício da
função administrativa.
CORRETO
1.3. OBJETO
1.3. OBJETO
▪ Função Administrativa
(CESPE/TCE-MG/Analista de Controle
Externo/2018/Adaptada) O objeto do direito
administrativo é o estudo da função administrativa.
(CESPE/TCE-MG/Analista de Controle
Externo/2018/Adaptada) O objeto do direito
administrativo é o estudo da função administrativa.
CORRETO
1.4. CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO (ESCOLAS)
DEFINIÇÃO PROBLEMA 
Critério Legalista
O direito administrativo se resume ao
conjunto da legislação administrativa
existente no País. Também chamado de
escola exegética.
Desconsidera a existência de outras fontes do direito
administrativo, como a doutrina e a jurisprudência. O
direito não se restringe à lei.
Critério das 
Prerrogativas 
Públicas
Também chamado de escola da puissiance
publique (“potestade” pública). O direito
administrativo seria o conjunto de normas
jurídicas que regulamentariam as
prerrogativas e os privilégios que o Estado
teria no exercício de sua atividade de
autoridade (atos de império).
Não engloba a atividade de gestão do Estado, que
também se insere no exercício da função
administrativa. É o que ocorre quando o Estado, por
exemplo, concede uma licença ou uma autorização ao
particular.
Critério do Poder 
Executivo
O direito administrativo se resume no
complexo de leis disciplinadoras da atuação
do Poder Executivo.
Ignora que a função administrativa também pode ser
exercida pelos demais poderes. Ademais, o Poder
Executivo exerce outras funções que não a
administrativa (função legislativa, por exemplo,
quando o chefe do executivo edita uma medida
provisória).
CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO (ESCOLAS)
DEFINIÇÃO PROBLEMA 
Critério das 
Relações Jurídicas
O direito administrativo se resume no
conjunto de normas que busca disciplinar as
relações jurídicas entre a Administração
Pública e os particulares.
Isso não é uma peculiaridade do direito administrativo,
pois outros ramos do direito também disciplinam
relações entre a Administração e particulares (direito
tributário, dirieto penal, etc).
Critério do Serviço 
Público
O direito administrativo é o conjunto de
normas que busca disciplinar a prestação
dos serviços públicos pela Administração.
O exercício da função administrativa pelo Estado não
se restringe à prestação de serviços públicos, já que há
outras tarefas precípuas da Administração: exercício do
poder de polícia; exercício de atividades de fomento;
intervenção administrativa na propriedade privada ou
na ordem econômica.
Critério Teleológico
(Finalístico)
O direito administrativo é o conjunto de
normas que busca disciplinar as atividades
do Estado para o cumprimento de seus fins.
Critério defendido por Oswaldo Aranha
Bandeira de Mello.
Critério insuficiente, pois não abrange integralmente o
conceito

Continue navegando