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DIREITO ADMINISTRATIVO VIDEOAULA PROF. LUCAS MARTINS PODERES ADMINISTRATIVOS www.acasadoconcurseiro.com.br DIREITO ADMINISTRATIVO 3 CASA DO CONCURSEIRO DIREITO ADMINISTRATIVO (MATRIZ) PODERES ADMINISTRATIVOS PROFESSOR LUCAS MARTINS Advogado, consultor jurídico e autor de obras jurídicas. Graduado pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Pós-graduado em Direito Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes – UNICAM/RJ - em convênio com o Curso Ênfase. Pós-graduando em Direito Administrativo pela Estácio de Sá em convênio com o Complexo de Ensino Renato Saraiva – CERS. Professor de diversos cursos preparatórios para concursos públicos, Exame da Ordem e pós-graduação. CONTATO INSTAGRAM: proflucasmartins FACEBOOK: facebook.com/proflucasmartins YOUTUBE: youtube.com/proflucasmartins TEMA Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. PODERES ADMINISTRATIVOS 1. Considerações Iniciais 2. Abuso de Poder 3. Vinculação X Discricionariedade 4. Poderes em Espécie 5. Deveres 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Quando do estudo do direito administrativo, fora demonstrado que, dentre seus objetos de regulamentação, tem-se o exercício, por parte do Estado, da função administrativa. Dessa forma, referido ramo do direito busca trazer normas que limitem essa atuação estatal, no intuito de se evitar os abusos que ocorriam antes da instituição daquilo que se denominou Estado de Direito. É com base nessa ideia que se diz que o direito administrativo não surge para conferir poderes ao Estado, mas, ao contrário, para limitar a atuação estatal. Antes do Estado de Direito, não havia limite à atuação estatal. O direito administrativo surge exatamente para delinear a atuação da Administração Pública, dizendo até onde ela pode ir e a partir de onde ela estará atuando de forma irregular. Nesse sentido que se faz necessário conhecer e restringir os poderes 4 que o Estado possui para desempenhar sua função administrativa. Tais poderes são exatamente os poderes administrativos. INSTRUMENTALIDADE Os poderes administrativos não são um fim em si mesmo. Eles não existem simplesmente para conferir prerrogativas à Administração Pública. Na verdade, existem para que a Administração tenha como efetivamente atuar em busca do interesse público. É exatamente por isso que se diz que esses poderes possuem caráter instrumental: são um meio para se atingir um fim, qual seja o interesse da coletividade. É dizer, para que a Administração tenha condições de garantir o interesse público, ela precisará de algumas ferramentas. Essas ferramentas são exatamente os poderes administrativos. Por meio dos poderes administrativos, a Administração Pública tem a possibilidade de garantir o interesse público. PODER-DEVER Os poderes administrativos aparecem, na verdade, como poderes-deveres. Nas palavras de Celso Antônio, deveres-poderes, por serem, efetivamente, mais um dever do que um poder (uma faculdade). Nesse sentido, a Administração Pública, diante de uma situação que exija a manifestação do poder de polícia, por exemplo, não poderá deixar de exercê-lo, pois, como visto, ela atua em nome do interesse público e dele não pode dispor (princípio da indisponibilidade do interesse público). PODERES DO ESTADO X PODERES ADMINISTRATIVOS Não se confundem os poderes administrativos, que são instrumentais e utilizados pela Administração Pública na persecução do interesse público, com os poderes do Estado, que, como já analisado, são poderes estruturais. 2. ABUSO DE PODER Ocorrerá toda vez que o agente público extrapolar o caráter instrumental dos poderes administrativos. Deve-se ter em mente que o abuso de poder se subdivide em duas modalidades: DESVIO DE PODER EXCESSO DE PODER Vício de finalidade. O agente pratica um determinado ato com finalidade diversa daquela que a lei estipulou para o referido ato. Geralmente, ocorre quando o agente pratica o ato buscando finalidade pessoal (favorecer ou prejudicar alguém), ao invés do interesse público. Entretanto, também pode ocorrer quando o agente, mesmo buscando o interesse público, pratica ato inadequado para aquele fim específico (vício na finalidade específica do ato). Exemplo: Administração pratica ato de exoneração para punir servidor que comprovadamente Vício de competência. O agente pratica um determinado ato sem que tenha atribuição para tal. Trata-se de vício que pode ser sanado, caso a competência não seja exclusiva (o que faz com que o ato eivado de vício de competência possa ser convalidado). Ocorre ainda que o agente atue em busca do interesse público. DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 5 praticou infração disciplinar grave. Há interesse público, na referida punição, mas o ato de exoneração não tem como finalidade específica punir servidores. Também é caso de desvio de poder. AÇÃO OU OMISSÃO O abuso de poder não ocorre apenas quando o agente público age (ação), mas também quando se omite em virtude de uma situação que demandaria sua ação (omissão). Dessa forma, o abuso de poder ocorre tanto por condutas comissivas (ações) como por condutas omissivas (omissões). 3. VINCULAÇÃO X DISCRICIONARIEDADE Ambos os institutos dizem respeito ao grau de liberdade que terá o administrador ao atuar em busca do interesse público. Tais institutos, tradicionalmente, aparecem em provas de concursos como poder vinculado e poder discricionário. Entretanto, para boa parte da doutrina, não seriam efetivamente poderes administrativos, mas sim formas de manifestação dos demais poderes (normativo, hierárquico, disciplinar e de polícia). Para ilustrar, veja as duas situações abaixo: SITUAÇÃO 01 SITUAÇÃO 02 Determinado servidor público federal ficou quarenta dias consecutivos sem trabalhar de forma injustificada. De acordo com a Lei 8.112/90, a referida conduta caracteriza abandono de cargo e o servidor deverá ser demitido. Nesse caso, teremos o poder disciplinar (Administração punindo seu servidor) se manifestando de forma vinculada, pois a lei não confere qualquer margem de escolha à Administração, que apenas terá uma única alternativa: praticar o ato de demissão. Determinado servidor público federal cometeu a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa. De acordo com a Lei 8.112/90, a referida conduta caracteriza infração punida com suspensão. Entretanto, a referida lei possibilita que a Administração, julgando ser mais conveniente, venha a converter a pena de suspensão em pena de multa. Nesse caso, teremos o mesmo poder disciplinar (Administração punindo seu servidor), entretanto se manifestando de forma discricionária, pois a lei confere margem de escolha à Administração, para que, julgando o que reputa mais conveniente e oportuno em cada caso, decida por aplicar uma penalidade ou a outra. Ademais, outra crítica que se faz ao se considerar vinculação e discricionariedade como poderes é o fato de que nenhum ato administrativo será absolutamente discricionário, pois sempre estará sujeito à lei. Em outras palavras, todo ato discricionário, ainda que a sua prática exija certo juízo de conveniência e oportunidade por parte do agente público, terá um mínimo de vinculação, pois determinados elementos do ato administrativo (competência, finalidade e 6 forma) sempre deverão estar dispostos de forma objetiva na lei. Apesar disso, como dito, é possível que tais institutos apareçam nas provas como verdadeiros poderes administrativos, razão pela qual passaremos a analisa-los como tal. 3.1. PODER VINCULADO Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, o poder vinculado ou regrado é aquele que estabelece um único comportamento possível a ser adotado pela Administração diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para juízo de conveniência e oportunidade (mérito administrativo). A lei já prevêtodos os elementos do ato administrativo a ser praticado, não cabendo nenhuma margem de escolha ao agente público. É o caso, como já analisado, do servidor público que falta mais de trinta dias consecutivos e, de acordo com a lei, deve ser demitido. “Faltar mais de 30 dias” é um critério de objetivo para a prática do ato de demissão, pois, vindo o servidor a faltar 31 dias, a Administração Pública deverá demiti-lo (sem que caiba qualquer juízo de conveniência ou oportunidade para a prática do ato). Trata-se, portanto, de ato vinculado, decorrente do poder vinculado. 3.2. PODER DISCRICIONÁRIO É aquele que, por sua vez, confere certa margem de escolha à Administração na prática do ato administrativo. A lei confere essa margem ora conferindo (1) opções1 ora trazendo como substrato fático um (2) conceito jurídico indeterminado (vago). CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS Em algumas situações, a lei não confere opções de forma clara, vindo a determinar como suporte fático ensejador à prática do ato aquilo que se denomina de conceito jurídico indeterminado/vago, exigindo que a Administração, através de seu agente, faça uma carga valorativa na atuação. No ordenamento brasileiro, por exemplo, há norma que permite à Administração, no exercício do seu poder de polícia, dissolver passeata em que haja tumulto. Entretanto, o conceito de tumulto é algo que varia de pessoa para pessoa e, no caso concreto, é o administrador que, fazendo uma carga valorativa, isto é, analisando a conveniência e oportunidade em cada caso concreto, irá definir se há ou não tumulto capaz de ensejar ou não na prática do ato que venha a dissolver a passeata. MÉRITO ADMINISTRATIVO 1 De acordo com a Lei 8.666/93 (art. 19), por exemplo, a Administração Pública, ao adquirir um bem por decisão judicial, pretendendo aliená-lo, poderá fazê-lo mediante licitação na modalidade concorrência ou leilão. Logo, há uma margem de escolha. Trata-se de ato discricionário, decorrente do poder discricionário. A Administração, analisando a conveniência e oportunidade do caso concreto, irá decidir o que reputa mais conveniente e oportuno: licitar a alienação daquele bem imóvel na modalidade concorrência ou na modalidade leilão. É a lei conferindo opções à Administração. Nesse caso, é fácil controlar a legalidade do ato praticado, bastando se verificar se a opção adotada pela Administração foi uma das possibilitadas pela lei. Sendo, o ato será, pelo menos em princípio, válido. Não sendo, o ato será inválido. DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 7 forma) sempre deverão estar dispostos de forma objetiva na lei. Apesar disso, como dito, é possível que tais institutos apareçam nas provas como verdadeiros poderes administrativos, razão pela qual passaremos a analisa-los como tal. 3.1. PODER VINCULADO Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, o poder vinculado ou regrado é aquele que estabelece um único comportamento possível a ser adotado pela Administração diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para juízo de conveniência e oportunidade (mérito administrativo). A lei já prevê todos os elementos do ato administrativo a ser praticado, não cabendo nenhuma margem de escolha ao agente público. É o caso, como já analisado, do servidor público que falta mais de trinta dias consecutivos e, de acordo com a lei, deve ser demitido. “Faltar mais de 30 dias” é um critério de objetivo para a prática do ato de demissão, pois, vindo o servidor a faltar 31 dias, a Administração Pública deverá demiti-lo (sem que caiba qualquer juízo de conveniência ou oportunidade para a prática do ato). Trata-se, portanto, de ato vinculado, decorrente do poder vinculado. 3.2. PODER DISCRICIONÁRIO É aquele que, por sua vez, confere certa margem de escolha à Administração na prática do ato administrativo. A lei confere essa margem ora conferindo (1) opções1 ora trazendo como substrato fático um (2) conceito jurídico indeterminado (vago). CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS Em algumas situações, a lei não confere opções de forma clara, vindo a determinar como suporte fático ensejador à prática do ato aquilo que se denomina de conceito jurídico indeterminado/vago, exigindo que a Administração, através de seu agente, faça uma carga valorativa na atuação. No ordenamento brasileiro, por exemplo, há norma que permite à Administração, no exercício do seu poder de polícia, dissolver passeata em que haja tumulto. Entretanto, o conceito de tumulto é algo que varia de pessoa para pessoa e, no caso concreto, é o administrador que, fazendo uma carga valorativa, isto é, analisando a conveniência e oportunidade em cada caso concreto, irá definir se há ou não tumulto capaz de ensejar ou não na prática do ato que venha a dissolver a passeata. MÉRITO ADMINISTRATIVO 1 De acordo com a Lei 8.666/93 (art. 19), por exemplo, a Administração Pública, ao adquirir um bem por decisão judicial, pretendendo aliená-lo, poderá fazê-lo mediante licitação na modalidade concorrência ou leilão. Logo, há uma margem de escolha. Trata-se de ato discricionário, decorrente do poder discricionário. A Administração, analisando a conveniência e oportunidade do caso concreto, irá decidir o que reputa mais conveniente e oportuno: licitar a alienação daquele bem imóvel na modalidade concorrência ou na modalidade leilão. É a lei conferindo opções à Administração. Nesse caso, é fácil controlar a legalidade do ato praticado, bastando se verificar se a opção adotada pela Administração foi uma das possibilitadas pela lei. Sendo, o ato será, pelo menos em princípio, válido. Não sendo, o ato será inválido. Nada mais é que a escolha, isto é, a decisão tomada pela Administração após exercer seu juízo de conveniência e oportunidade possibilitado pela Lei. Quando a Administração opta em suspender o servidor federal ao invés de multa-lo, quando ela entende haver tumulto que enseje a dissolução da manifestação, em todos esses casos, a decisão tomada, é o que se chama de mérito administrativo. Apenas se fala em mérito administrativo quando a lei confere margem de escolha, logo somente quando houver discricionariedade (atos discricionários). MÉRITO ADMINISTRATIVO E CONTROLE JUDICIAL O juízo de conveniência e oportunidade, que caracteriza o poder discricionário (mérito administrativo), é, como aduz seu próprio nome, destinado à Administração Pública no exercício da função administrativa. É decorrência do poder discricionário que é um poder administrativo, isto é, um instrumento concedido à Administração para a persecução do interesse público. Exatamente por isso, não é possível que o Poder Judiciário, no exercício de sua função jurisdicional, interfira e substitua a decisão tomada pela Administração. Por essa razão, se diz que o controle judicial (feito pelo Poder Judiciário quanto a atos praticados por outros Poderes) não atinge o mérito administrativo, mas tão somente a legalidade do ato praticado. Entretanto, o controle judicial atinge os limites do mérito, já que delimitados pela própria lei (controle, portanto, de legalidade – e não de mérito). Uma coisa é o Poder Judiciário exercer um (1) novo juízo de conveniência e oportunidade, substituindo aquele já exercido pela Administração. Outra coisa é o Judiciário verificar se o exercício do mérito administrativo (2) respeitou os ditames legais e, caso o tenha extrapolado, declarar a ilegalidade do ato. Isso é possível, tendo em vista que o Poder Judiciário poderá controlar a legalidade dos atos administrativos, sejam eles vinculados, sejam eles discricionários. Ademais, como dito, a discricionariedade é limitada pela lei2. Dessa forma, quando o administrador extrapola o limite imposto pela lei, ele está, em última análise, cometendo uma ilegalidade. Esse controle de legalidade de atos discricionários chama-se controle dos limites do mérito administrativo. Veja abaixo duas situações distintas que exemplificam a diferença de se controlar o méritoem si e o limite do mérito. SITUAÇÃO 01 A Administração Pública poderia ter optado pela licitação na modalidade concorrência ou leilão, conforme determina a Lei 8.666/93; no exercício de seu mérito administrativo, veio a optar pela modalidade tomada de preço; caso um interessado leve o caso à Justiça, poderá o Judiciário anular o referido ato administrativo, tendo em vista que violou a lei ao escolher modalidade por ela não autorizada; isso é controle da legalidade de um ato discricionário e é possível. SITUAÇÃO 02 2 Por essa razão que se fala que discricionariedade não é arbitrariedade. Não se pode esquecer que a Administração está subordinada à lei (princípio da legalidade), como desdobramento direto do modelo Estado de Direito. Se, em algumas situações, ela vai ter uma determinada margem de escolha, é porque a lei a ela possibilitou. 8 Suponha que, no caso narrado acima, além do juiz anular o ato que publicou edital de licitação na modalidade tomada de preço, ele veio a determinar que a licitação fosse realizada na modalidade concorrência. Isso seria possível? Não! Pois, no caso, estaria o Judiciário não apenas controlando a legalidade do ato, mas, além disso, interferindo no mérito administrativo. É dizer, estaria o Poder Judiciário exercendo o próprio juízo de conveniência e oportunidade, isto é, o mérito administrativo, que, como o próprio nome sugere, cabe à Administração exercer (e não ao Judiciário). LIMITES DO MÉRITO ADMINISTRATIVO QUANDO HÁ CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO Quando a lei traz os limites do mérito, como na situação acima, é mais fácil de controlar a legalidade do ato. O problema é quando se trata de ato discricionário motivado por um conceito jurídico indeterminado, como no caso do tumulto e da interdição da casa de shows. Como verificar se, no caso concreto, o administrador extrapolou ou não os limites da lei? Pelo princípio da razoabilidade3. 4. PODERES EM ESPÉCIE 4.1. Poder Normativo (Regulamentar) 4.2. Poder Hierárquico 4.3. Poder Disciplinar 4.4. Poder de Polícia 4.1. PODER NORMATIVO (REGULAMENTAR) Trata-se do poder-dever que a Administração Pública tem para editar atos gerais e abstratos4, no intuito de dar fiel execução à lei, sem, contudo, alterá-la e sem inovar na ordem jurídica. Os atos decorrentes do poder normativo são atos administrativos de caráter normativo 3 Exemplo: servidor público federal praticou infração punida com a pena de suspensão. De acordo com a lei 8.112/90, a suspensão poderá ser aplicada em até 90 dias. Suponha que o servidor tenha sido suspenso por 90 dias (prazo máximo), entretanto sua conduta não tenha causado nenhum dano à Administração. Suponha que ele já estava no serviço público há 20 anos e nunca havia cometido qualquer infração disciplinar. Enfim, pelos dados, percebe-se que não seria razoável aplicar ao servidor que não causou qualquer prejuízo ao Erário e que tinha um excelente antecedente funcional a penalidade máxima para o caso. Claramente, o ato viola o princípio da razoabilidade e, por essa razão, é inválido podendo ser controlado não apenas pela própria Administração (controle administrativo), como também pelo Poder Judiciário (controle judicial). Entretanto, o Poder Judiciário se limitará a invalidar o ato, sem poder, contudo, determinar por quantos dias o servidor deverá ficar suspenso, pois, neste caso, estaria interferindo indevidamente no mérito administrativo. 4 Entende-se por ato geral aquele ato destinado a pessoas indeterminadas, isto é, pessoas que não podem ser individualizadas (ao contrário do ato individual, destinado a pessoas determinadas). Um decreto expedido pelo Presidente da República, por exemplo, é um ato geral, enquanto uma multa de trânsito endereçada à sua residência é um ato individual. Já o ato abstrato é aquele que não exaure (encerra) seus efeitos numa só aplicação, é dizer, ao contrário do ato concreto, que produz efeitos em um único caso concreto, o ato abstrato apenas deixará de produzir efeitos quando outro ato vir a retirá-lo do mundo jurídico. No exemplo anterior, enquanto o decreto é ato abstrato, a multa de trânsito é ato concreto. DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 9 Suponha que, no caso narrado acima, além do juiz anular o ato que publicou edital de licitação na modalidade tomada de preço, ele veio a determinar que a licitação fosse realizada na modalidade concorrência. Isso seria possível? Não! Pois, no caso, estaria o Judiciário não apenas controlando a legalidade do ato, mas, além disso, interferindo no mérito administrativo. É dizer, estaria o Poder Judiciário exercendo o próprio juízo de conveniência e oportunidade, isto é, o mérito administrativo, que, como o próprio nome sugere, cabe à Administração exercer (e não ao Judiciário). LIMITES DO MÉRITO ADMINISTRATIVO QUANDO HÁ CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO Quando a lei traz os limites do mérito, como na situação acima, é mais fácil de controlar a legalidade do ato. O problema é quando se trata de ato discricionário motivado por um conceito jurídico indeterminado, como no caso do tumulto e da interdição da casa de shows. Como verificar se, no caso concreto, o administrador extrapolou ou não os limites da lei? Pelo princípio da razoabilidade3. 4. PODERES EM ESPÉCIE 4.1. Poder Normativo (Regulamentar) 4.2. Poder Hierárquico 4.3. Poder Disciplinar 4.4. Poder de Polícia 4.1. PODER NORMATIVO (REGULAMENTAR) Trata-se do poder-dever que a Administração Pública tem para editar atos gerais e abstratos4, no intuito de dar fiel execução à lei, sem, contudo, alterá-la e sem inovar na ordem jurídica. Os atos decorrentes do poder normativo são atos administrativos de caráter normativo 3 Exemplo: servidor público federal praticou infração punida com a pena de suspensão. De acordo com a lei 8.112/90, a suspensão poderá ser aplicada em até 90 dias. Suponha que o servidor tenha sido suspenso por 90 dias (prazo máximo), entretanto sua conduta não tenha causado nenhum dano à Administração. Suponha que ele já estava no serviço público há 20 anos e nunca havia cometido qualquer infração disciplinar. Enfim, pelos dados, percebe-se que não seria razoável aplicar ao servidor que não causou qualquer prejuízo ao Erário e que tinha um excelente antecedente funcional a penalidade máxima para o caso. Claramente, o ato viola o princípio da razoabilidade e, por essa razão, é inválido podendo ser controlado não apenas pela própria Administração (controle administrativo), como também pelo Poder Judiciário (controle judicial). Entretanto, o Poder Judiciário se limitará a invalidar o ato, sem poder, contudo, determinar por quantos dias o servidor deverá ficar suspenso, pois, neste caso, estaria interferindo indevidamente no mérito administrativo. 4 Entende-se por ato geral aquele ato destinado a pessoas indeterminadas, isto é, pessoas que não podem ser individualizadas (ao contrário do ato individual, destinado a pessoas determinadas). Um decreto expedido pelo Presidente da República, por exemplo, é um ato geral, enquanto uma multa de trânsito endereçada à sua residência é um ato individual. Já o ato abstrato é aquele que não exaure (encerra) seus efeitos numa só aplicação, é dizer, ao contrário do ato concreto, que produz efeitos em um único caso concreto, o ato abstrato apenas deixará de produzir efeitos quando outro ato vir a retirá-lo do mundo jurídico. No exemplo anterior, enquanto o decreto é ato abstrato, a multa de trânsito é ato concreto. (verdadeiras normas administrativas5) e, por essa razão, são normas que se posicionam abaixo das leis (normas infralegais). Por isso, esses atos não podem alterar as leis. Ademais, se, através do poder normativo, a Administração inovasse na ordem jurídica, não estaria dando execução à lei, mas sim efetivamente legislando indevidamente, isto é, usurpando função legislativa e, com isso, violando a separação de poderes6. O que a Administraçãodeve fazer é apenas complementar (regulamentar) a lei, que é abstrata e, sem esse complemento, não teria como ser implementada, executada na prática. Veja abaixo alguns exemplos. EXEMPLO 01 A lei determina que é proibido o tráfico ilícito de drogas, mas não define exatamente quais substâncias são consideradas drogas, para tal finalidade. A Administração, se valendo de seu poder normativo, edita um ato definindo quais são as substâncias consideradas ilícitas, para dar execução à lei de drogas. Sem essa regulamentação dada pela Administração, seria inviável aplicar a lei (que é abstrata) nos casos concretos. EXEMPLO 02 A lei determina que, durante as férias forenses, causas urgentes serão tratadas em plantão, mas não diz exatamente que tipo de causa deve ser considerada urgente. A Administração, se valendo de seu poder normativo, edita ato definindo quais são as causas consideradas urgentes para fins de execução da respectiva lei. Há certa divergência na doutrina quanto à utilização da expressão poder normativo ou poder regulamentar. Por um lado, há quem entenda que o poder regulamentar se limitaria à possibilidade de o Chefe do Poder Executivo expedir seus regulamentos7 (poder regulamentar em sentido estrito). Nesse caso, a expressão mais abrangente seria poder normativo, eis que englobaria não apenas o ato regulamento, mas todos os demais atos administrativos considerados normativos. Por outro lado, há quem entenda que o poder regulamentar, na verdade, seria o poder conferido à Administração para complementar as leis, seja através do ato regulamento ou através de qualquer outro ato administrativo considerado normativo (poder regulamentar em sentido amplo). DECRETO EXECUTIVO X DECRETO AUTÔNOMO O ato administrativo decreto (para alguns, seria o mesmo que regulamento) pode se subdividir em basicamente duas espécies: a) decreto executivo; b) decreto autônomo. O decreto executivo é aquele expedido simplesmente para dar execução à lei. É ato administrativo que não inova no ordenamento jurídico. Já o decreto autônomo é expedido para tratar de matéria que seria reservada à lei. No Brasil, em regra, não se admite o decreto autônomo, pois, como visto, todo ato administrativo de caráter normativo é norma infralegal, 5 Exemplos: decreto; regulamento; instruções normativas; resoluções; deliberações; regimentos; etc. 6 Nesse sentido, inclusive, o art. 49, V, da Constituição Federal determina caber ao Congresso Federal sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 7 Há na doutrina, inclusive, quem sustente que regulamento é ato administrativo, mas que decreto seria tão somente a forma pela qual o ato regulamento é expedido. É dizer, decreto seria apenas um instrumento para viabilizar a prática do ato regulamento. Entretanto, algumas bancas vêm considerando regulamento e decreto como sinônimos. 10 estando em posição inferior às leis. Ocorre que, excepcionalmente, o constituinte admitiu duas hipóteses de decreto autônomo no Brasil: 1) quando para extinguir cargo público, desde que vago; 2) quando para tratar de organização e funcionamento da Administração, desde que não implique em aumento de despesas nem na criação ou extinção de órgãos públicos8. 4.2. PODER HIERÁRQUICO Trata-se do poder-dever que a Administração Pública tem para distribuir atribuições internamente (dentro de uma mesma pessoa jurídica), no intuito de organizar-se e estruturar- se. Lembre-se que apenas haverá hierarquia dentro de um mesmo ente, razão pela qual nada que envolva entes diferentes decorrerá do poder hierárquico (o que há entre entes diferentes é relação de vinculação). A descentralização administrativa, por exemplo, não é decorrência do poder hierárquico, pois enseja distribuição externa de atribuições. Por outro lado, a desconcentração decorre do poder hierárquico, já que implica em distribuição interna de atribuições pela criação dos órgãos. Dois institutos importantíssimos que decorrem do poder hierárquico são a delegação e avocação de competência, que possuem disciplinamento nos artigos 11 a 17 da Lei 9.784/99 (processo administrativo). A delegação, por exemplo, amplia a outro órgão competência inicialmente destinada apenas ao órgão delegante. Já a avocação ocorre quando órgão hierarquicamente superior “chama para si” competência originariamente destinada a órgão a ele subordinado. Recomenda-se uma leitura atenta dos dispositivos abaixo. DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA: LEI 9.784/99 (PROCESSO ADMINISTRATIVO) Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; 8 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 11 estando em posição inferior às leis. Ocorre que, excepcionalmente, o constituinte admitiu duas hipóteses de decreto autônomo no Brasil: 1) quando para extinguir cargo público, desde que vago; 2) quando para tratar de organização e funcionamento da Administração, desde que não implique em aumento de despesas nem na criação ou extinção de órgãos públicos8. 4.2. PODER HIERÁRQUICO Trata-se do poder-dever que a Administração Pública tem para distribuir atribuições internamente (dentro de uma mesma pessoa jurídica), no intuito de organizar-se e estruturar- se. Lembre-se que apenas haverá hierarquia dentro de um mesmo ente, razão pela qual nada que envolva entes diferentes decorrerá do poder hierárquico (o que há entre entes diferentes é relação de vinculação). A descentralização administrativa, por exemplo, não é decorrência do poder hierárquico, pois enseja distribuição externa de atribuições. Por outro lado, a desconcentração decorre do poder hierárquico, já que implica em distribuição interna de atribuições pela criação dos órgãos. Dois institutos importantíssimos que decorrem do poder hierárquico são a delegação e avocação de competência, que possuem disciplinamento nos artigos 11 a 17 da Lei 9.784/99 (processo administrativo). A delegação, por exemplo, amplia a outro órgão competência inicialmente destinada apenas ao órgão delegante. Já a avocação ocorre quando órgão hierarquicamente superior “chama para si” competência originariamente destinada a órgão a ele subordinado. Recomenda-se uma leitura atenta dos dispositivos abaixo. DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA: LEI 9.784/99 (PROCESSO ADMINISTRATIVO) Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; 8 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. HIERARQUIA HORIZONTAL HIERARQUIA VERTICAL Hierarquia manifestada por atos de coordenação. Ocorre quando se distribui competências entre órgãos de mesmo nível hierárquico. É o caso, por exemplo, da União distribuir competências voltadas à educação para o Ministério da Educação, competências voltadas ao meio ambiente para o Ministério do Meio Ambiente, etc. Não há subordinação entre esses órgãos, mas uma relação hierárquica de coordenação entre eles. Hierarquia realizada por atos de subordinação. Ocorre quando se distribui competências entre órgãos de diferentes níveis hierárquicos. É o caso, por exemplo, da União distribuir competências para o Ministério da Saúde, depois para o SUS, depois para os postos de saúdes e hospitais públicos, etc. Perceba que são órgãos subordinados entre si, havendo, no caso uma relação hierárquica de subordinação entre eles. Além da desconcentração administrativa (criação de órgãos), da delegação e da avocação de competências, também decorrem do poder hierárquico, por exemplo, uma ordem de serviço, o dever funcional de cumprir ordens dadas pelo superior hierárquico, a possibilidade de interposição de recurso administrativo a ser analisado por autoridade superior àquela que proferiu a decisão recorrida, etc. Por fim, não há poder hierárquico ligado à função jurisdicional nem à função legislativa, mas tão somente à função administrativa, seja ela exercida no Poder Executivo ou em qualquer dos outros dois Poderes de Estado (Legislativo e Judiciário). 4.3. PODER DISCIPLINAR 12 Trata-se do poder-dever que a Administração Pública tem para aplicar sanções àquele que com ela possua um vínculo específico, que, para doutrina moderna, pode decorrer de uma hierarquia (relação Administração-agente público) ou de um contrato assinado (relação Administração- particular). Trata-se de poder sancionador, isto é, punitivo, que é mais aprofundado quando do estudo do regime disciplinar presente no estatuto aplicado em cada caso. PODER DISCIPLINAR X PODER DE POLÍCIA Toda penalidade aplicada pela Administração Pública decorre do poder disciplinar? Não! Apenas quando houver o referido vínculo específico entre ela e o apenado. Não havendo, isto é, caso a Administração venha a punir aquele que com ela não possua qualquer vínculo específico (multa de trânsito aplicada a condutor infrator, por exemplo), será manifestação do poder de polícia. Dessa forma, quando há aplicação de penalidades por parte da Administração Pública, tem-se o seguinte: a) se decorrente de algum vínculo específico, tem- se manifestação do poder disciplinar; b) se decorrente do poder geral que o Estado tem sobre seu povo, tem-se manifestação do poder de polícia. PODER DISCIPLINAR X PODER HIERÁRQUICO Tradicionalmente, o poder disciplinar decorria da hierarquia. Entretanto, atualmente vem-se admitindo, como já trabalhado, a existência de vínculo especial também nos casos em que um determinado particular tenha contrato assinado com a Administração. É o caso, por exemplo, de uma empreiteira que tenha se comprometido, via contrato de execução de obra, a finalizar 50% da obra na metade da vigência do contrato, mas que acabou descumprindo essa cláusula e, por conta disso, veio a ser penalizada pela Administração (contratante). Tal penalidade decorre do poder disciplinar, mesmo que não se fale, no caso, em qualquer vínculo hierárquico, mas sim de vínculo contratual. Dessa forma, não se pode confundir poder disciplinar com poder hierárquico, na medida em que, nem sempre, aquele será decorrência deste. É dizer, o poder disciplinar pressupõe um vínculo específico que pode ou não decorrer de uma hierarquia. Em virtude disso, caso a banca afirme que “o poder disciplinar apenas se manifesta em virtude de servidores” o item deve ser marcado como errado, na medida em que esse poder também se manifesta em face de particulares que tenham contrato com a Administração. É muito comum também as bancas afirmarem que quando a Administração penaliza seu servidor, há “fundamentação direta no poder disciplinar e indireta no poder hierárquico”. O item é correto. Perceba que a aplicação de sanções ao servidor tem fundamento no poder disciplinar, mas, no caso, indiretamente no poder hierárquico, pois é a partir da hierarquia existente que, no caso, faz nascer o vínculo específico. DEVIDO PROCESSO LEGAL Justamente por acarretar na aplicação de penalidades, o exercício do poder disciplinar deve sempre respeitar o devido processo legal, angariado por garantias como contraditório, ampla defesa, motivação das decisões, etc. 4.4. PODER DE POLÍCIA DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 13 Trata-se do poder-dever que a Administração Pública tem para aplicar sanções àquele que com ela possua um vínculo específico, que, para doutrina moderna, pode decorrer de uma hierarquia (relação Administração-agente público) ou de um contrato assinado (relação Administração- particular). Trata-se de poder sancionador, isto é, punitivo, que é mais aprofundado quando do estudo do regime disciplinar presente no estatuto aplicado em cada caso. PODER DISCIPLINAR X PODER DE POLÍCIA Toda penalidade aplicada pela Administração Pública decorre do poder disciplinar? Não! Apenas quando houver o referido vínculo específico entre ela e o apenado. Não havendo, isto é, caso a Administração venha a punir aquele que com ela não possua qualquer vínculo específico (multa de trânsito aplicada a condutor infrator, por exemplo), será manifestação do poder de polícia. Dessa forma, quando há aplicação de penalidades por parte da Administração Pública, tem-se o seguinte: a) se decorrente de algum vínculo específico, tem- se manifestação do poder disciplinar; b) se decorrente do poder geral que o Estado tem sobre seu povo, tem-se manifestação do poder de polícia. PODER DISCIPLINAR X PODER HIERÁRQUICO Tradicionalmente, o poder disciplinar decorria da hierarquia. Entretanto, atualmente vem-se admitindo, como já trabalhado, a existência de vínculo especial também nos casos em que um determinado particular tenha contrato assinado com a Administração. É o caso, por exemplo,de uma empreiteira que tenha se comprometido, via contrato de execução de obra, a finalizar 50% da obra na metade da vigência do contrato, mas que acabou descumprindo essa cláusula e, por conta disso, veio a ser penalizada pela Administração (contratante). Tal penalidade decorre do poder disciplinar, mesmo que não se fale, no caso, em qualquer vínculo hierárquico, mas sim de vínculo contratual. Dessa forma, não se pode confundir poder disciplinar com poder hierárquico, na medida em que, nem sempre, aquele será decorrência deste. É dizer, o poder disciplinar pressupõe um vínculo específico que pode ou não decorrer de uma hierarquia. Em virtude disso, caso a banca afirme que “o poder disciplinar apenas se manifesta em virtude de servidores” o item deve ser marcado como errado, na medida em que esse poder também se manifesta em face de particulares que tenham contrato com a Administração. É muito comum também as bancas afirmarem que quando a Administração penaliza seu servidor, há “fundamentação direta no poder disciplinar e indireta no poder hierárquico”. O item é correto. Perceba que a aplicação de sanções ao servidor tem fundamento no poder disciplinar, mas, no caso, indiretamente no poder hierárquico, pois é a partir da hierarquia existente que, no caso, faz nascer o vínculo específico. DEVIDO PROCESSO LEGAL Justamente por acarretar na aplicação de penalidades, o exercício do poder disciplinar deve sempre respeitar o devido processo legal, angariado por garantias como contraditório, ampla defesa, motivação das decisões, etc. 4.4. PODER DE POLÍCIA Primeiramente, deve-se ter em mente que o poder de polícia é o poder-dever que a Administração Pública tem para restringir ou limitar direitos e liberdades individuais em prol do interesse público. Trata-se de decorrência do poder geral que o Estado (soberano) tem sobre seu povo (a ele subordinado), isto é, ao contrário do poder disciplinar, não pressupõe qualquer vínculo específico com o destinatário da atuação estatal. O poder de polícia possui fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado e tem conceito legal previsto no art. 78 do Código Tributário Nacional, eis que é fato gerador do tributo taxa9. POLÍCIA ADMINSITRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA Não se pode confundir a polícia administrativa com a polícia judiciária. A polícia judiciária é matéria afeta ao direito processual penal e se apresenta como a polícia de repressão de ilícitos penais, vindo a incidir sobre pessoas, na medida em que se busca punir o indivíduo que praticou o crime ou a contravenção penal. Por outro lado, a polícia administrativa (poder de polícia) é matéria afeta ao direito administrativo e se apresenta como o poder que a Administração Pública para restringir o exercício de liberdades individuais, o uso, o gozo e a disposição da propriedade privada, no intuito de se garantir o interesse público. Em outras palavras, vem a restringir direitos individuais para garantir o interesse da coletividade (supremacia do interesse público sobre interesse privado). É por isso que se diz que, diferente da polícia judiciária, a polícia administrativa incide sobre bens e direitos (e não sobre pessoas)10. CICLO DE POLÍCIA E DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO O poder de polícia é atividade restritiva através da qual o Estado condiciona direitos e liberdades individuais em prol do interesse público. Essas “restrições” podem se manifestar por meio de (1) ordem dada aos administrados, por meio de (2) fiscalizações realizadas no intuito de se verificar se as ordens estão sendo cumpridas, por meio de aplicação de (3) sanções àquele que venha a descumprir uma determinada ordem, ou, ainda, condicionando um determinado direito ao (4) consentimento estatal. Trata-se do chamado ciclo de polícia, que engloba essas quatro fases: a) ordem; b) fiscalização; c) consentimento; d) sanção. 9 Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 10 A Administração condicionando o exercício de algumas profissões à emissão de licença profissional, por exemplo. A Administração condicionando o porte de arma à emissão de uma autorização. A Administração usando o muro de uma casa para colocar uma placa com o nome da rua. A Administração proibindo que os condutores estacionem em uma via para não atrapalhar o fluxo de carros. Tudo isso é polícia administrativa, isto é, restrição de bens ou direitos em prol da coletividade. 14 Tradicionalmente, nossa jurisprudência não admitia a delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, por se tratar de atividade restritiva, que, por conseguinte, deveria ser exercida por pessoas de direito público. Entretanto, já era admitida a delação de aspectos materiais do poder de polícia a pessoas de direito privado, que consistiam meramente nas fases de fiscalização e consentimento, mas jamais nas fases de sanção e ordem, que eram indelegáveis. Ocorre que, atualmente, o Supremo Tribunal Federal entende pela possibilidade de se delegar o poder de polícia a pessoa jurídica de direito privado, até mesmo quanto ao aspecto da sanção, desde que se trate de pessoa integrante da Administração Indireta que venha a exercer a atividade em regime não concorrencial (caráter de exclusividade). Veja abaixo tese firmada pela Suprema Corte: “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial” (STF, RE 633.782 julgado em sede de repercussão geral) MANIFESTAÇÕES DO PODER DE POLÍCIA A) ATOS DISCRICIONÁRIOS OU VINCULADOS Em regra, o poder de polícia se manifesta de forma discricionária. A discricionariedade, inclusive, é um dos atributos característicos dos atos que decorrem do poder de polícia. Inclusive, se a questão afirmar que “a discricionariedade é atributo do poder de polícia” o candidato deve marcar o item como correto. Entretanto, essa regra comporta exceções. É dizer, excepcionalmente, o poder de polícia também poderá se manifestar a partir de atos vinculados. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de licença, que restringe direitos individuais em prol da coletividade (o que caracteriza o poder de polícia), mas que deve (E não apenas pode) ser praticado caso o interessado preencha os requisitos legais, não havendo espaço para juízo de conveniência ou oportunidade (ato vinculado). Dessa forma, se a questão afirmar que “todo ato que decorre do poder de polícia é discricionário” ou que “o poder de polícia é sempre discricionário”, o candidato deve marcar o item como errado. B) ATOS GERAIS OU INDIVIDUAIS O poder de polícia pode se manifestar tanto por atos gerais (aqueles destinados a pessoas indeterminadas) como por atos individuais (aqueles destinados a pessoas que se pode individualizar). Trata-se aqui do poder de polícia em sentido amplo. Quando se tem, por exemplo, uma norma proibindo que se estacione em determinado local, tem-se a manifestação do poderde polícia por um ato geral. Agora se o indivíduo estaciona e recebe uma multa, a referida penalidade é decorrência do poder de polícia, mas caracterizando agora um ato individual. C) ATOS ABSTRADOS OU CONCRETOS O poder de polícia ora e manifesta por atos abstratos (aqueles que não exaurem sua eficácia numa só aplicação) ora por atos concretos (aqueles que exaurem sua eficácia numa só DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 15 Tradicionalmente, nossa jurisprudência não admitia a delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, por se tratar de atividade restritiva, que, por conseguinte, deveria ser exercida por pessoas de direito público. Entretanto, já era admitida a delação de aspectos materiais do poder de polícia a pessoas de direito privado, que consistiam meramente nas fases de fiscalização e consentimento, mas jamais nas fases de sanção e ordem, que eram indelegáveis. Ocorre que, atualmente, o Supremo Tribunal Federal entende pela possibilidade de se delegar o poder de polícia a pessoa jurídica de direito privado, até mesmo quanto ao aspecto da sanção, desde que se trate de pessoa integrante da Administração Indireta que venha a exercer a atividade em regime não concorrencial (caráter de exclusividade). Veja abaixo tese firmada pela Suprema Corte: “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial” (STF, RE 633.782 julgado em sede de repercussão geral) MANIFESTAÇÕES DO PODER DE POLÍCIA A) ATOS DISCRICIONÁRIOS OU VINCULADOS Em regra, o poder de polícia se manifesta de forma discricionária. A discricionariedade, inclusive, é um dos atributos característicos dos atos que decorrem do poder de polícia. Inclusive, se a questão afirmar que “a discricionariedade é atributo do poder de polícia” o candidato deve marcar o item como correto. Entretanto, essa regra comporta exceções. É dizer, excepcionalmente, o poder de polícia também poderá se manifestar a partir de atos vinculados. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de licença, que restringe direitos individuais em prol da coletividade (o que caracteriza o poder de polícia), mas que deve (E não apenas pode) ser praticado caso o interessado preencha os requisitos legais, não havendo espaço para juízo de conveniência ou oportunidade (ato vinculado). Dessa forma, se a questão afirmar que “todo ato que decorre do poder de polícia é discricionário” ou que “o poder de polícia é sempre discricionário”, o candidato deve marcar o item como errado. B) ATOS GERAIS OU INDIVIDUAIS O poder de polícia pode se manifestar tanto por atos gerais (aqueles destinados a pessoas indeterminadas) como por atos individuais (aqueles destinados a pessoas que se pode individualizar). Trata-se aqui do poder de polícia em sentido amplo. Quando se tem, por exemplo, uma norma proibindo que se estacione em determinado local, tem-se a manifestação do poder de polícia por um ato geral. Agora se o indivíduo estaciona e recebe uma multa, a referida penalidade é decorrência do poder de polícia, mas caracterizando agora um ato individual. C) ATOS ABSTRADOS OU CONCRETOS O poder de polícia ora e manifesta por atos abstratos (aqueles que não exaurem sua eficácia numa só aplicação) ora por atos concretos (aqueles que exaurem sua eficácia numa só aplicação). Pegando o exemplo anterior, o ato que proíbe de estacionar é ato abstrato, enquanto a multa administrativa endereçada ao condutor infrator é ato concreto. D) ATOS PREVENTIVOS OU REPRESSIVOS O poder de polícia ora se manifesta por atos preventivos ora por atos repressivos. Ainda com base no exemplo anterior, o ato que proíbe de estacionar é ato preventivo, enquanto a multa administrativa aplicada ao condutor é ato repressivo. Uma licença para construção e uma autorização para porte de arma, por exemplo, são outros exemplos de manifestações do poder de polícia de forma preventiva. Busca-se evitar prejuízos ao interesse público ao se adotar tais restrições aos particulares. Vindo o cidadão a construir sem licença e a receber uma multa por isso, a referida multa, assim como aquela aplicada pelo descumprimento oda legislação de trânsito, será decorrente do poder de polícia que estará se manifestando, agora, de forma repressiva. ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA Trata-se das características geralmente inerentes aos atos administrativos que decorrem desse poder. Dessa forma, os atos que decorrem do poder de polícia geralmente possuem os atributos a seguir: A) DISCRICIONARIEDADE Em regra, os atos que decorrem do poder de polícia são atos onde a lei confere certa margem de escolha ao agente público. Havendo margem de escolha, há discricionariedade e, por conseguinte, juízo de conveniência/oportunidade (mérito administrativo). B) COERCIBILIDADE Em regra, os atos que decorrem do poder de polícia são atos através dos quais a Administração pode criar unilateralmente obrigações ao particular, é dizer, a Administração pode coagir o particular a cumprir determinadas obrigações. Cria obrigações ao particular, independentemente de sua concordância. C) AUTOEXECUTORIEDADE Trata-se dos meios diretos de execução que a Administração dispõe ou em virtude de uma situação de urgência ou quando autorizada por lei. Aqui não há o que se falar em coação ao particular, aqui temos a própria Administração agindo. É o que ocorre, por exemplo, quando a entidade de trânsito remove carro estacionado indevidamente em local onde é proibido estacionar, quando a Receita Federal apreende mercadoria que entre no País indevidamente, quando a Anvisa interdita determinado estabelecimento comercial que esteja descumprindo suas resoluções, etc. Em virtude desse atributo, a Administração pode executar seus atos independentemente de prévia autorização judicial. Trata-se de tema muito recorrente nas provas. Para parte da doutrina, a autoexecutoridade também pode ser denominada simplesmente de executoriedade11. Deve-se, ainda, ficar atento quanto à multa 11 Há outros doutrinados, contudo, que entendem ser a executoriedade uma decorrência do atributo da autoexecutoriedade, que se subdividiria em (1) exigibilidade (meios indiretos de coerção) e (2) executoriedade (meios diretos de execução). 16 administrativa, ato que possui o atributo da coercibilidade, mas não possui o atributo da autoexecutoriedade, eis que sua execução depende de ação judicial, logo carece de “autoexecutoridade”. 5. DEVERES Assim como os poderes, os deveres também se dirigem ao administrador, isto é, ao agente público que atua em nome da Administração e, em última análise, do Estado. Quando estudamos regras estatutárias aplicadas a um determinado servidor (Lei 8.112/90, por exemplo, aplicada ao servidor federal) temos uma série de deveres destinados àquele que é abrangido por um determinado estatuto12. Entretanto, independentemente da esfera federativa, todo e qualquer agente público possui três deveres básicos que devem nortear toda a atuação da Administração. São eles: 5.1. Dever de Eficiência 5.2. Dever de Prestar Contas 5.3. Dever de Probidade 5.1. DEVER DE EFICIÊNCIA Nas palavras de José dos Santos Carvalho Filho, o dever de eficiência reside na necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa, inclusive por meio de um melhor recrutamento daqueles que irão compor a estrutura administrativa do Estado. Trata-se, portanto, de clara decorrência do princípio da eficiência, que apregoa a ideia de se produzir mais com o menos. 5.2. DEVER DE PRESTAR CONTAS Decorrência direta do princípio da publicidade, que apregoa uma atuação administrativa transparente, até como forma de melhor garantir que o povo, real titular do interesse público,tenha melhores condição de fiscalizar as condutas praticadas pelos gestores públicos. 5.3. DEVER DE PROBIDADE A atuação do administrador deverá ser pautada nos princípios da moralidade e impessoalidade. É com base neste dever, que o administrador deverá agir sempre em busca daquilo que é melhor para a coletividade, e não para si. É possível perceber, inclusive, que os deveres de probidade e eficiência caminham juntos. 12 Na Lei 8.112/90, por exemplo, esses deveres estão elencados no rol do art. 116. Já na Lei 9.826/74 (Estatuto dos Servidores Públicos do Estado do Ceará), esses deveres estão elencados no rol do art. 191. DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 17 administrativa, ato que possui o atributo da coercibilidade, mas não possui o atributo da autoexecutoriedade, eis que sua execução depende de ação judicial, logo carece de “autoexecutoridade”. 5. DEVERES Assim como os poderes, os deveres também se dirigem ao administrador, isto é, ao agente público que atua em nome da Administração e, em última análise, do Estado. Quando estudamos regras estatutárias aplicadas a um determinado servidor (Lei 8.112/90, por exemplo, aplicada ao servidor federal) temos uma série de deveres destinados àquele que é abrangido por um determinado estatuto12. Entretanto, independentemente da esfera federativa, todo e qualquer agente público possui três deveres básicos que devem nortear toda a atuação da Administração. São eles: 5.1. Dever de Eficiência 5.2. Dever de Prestar Contas 5.3. Dever de Probidade 5.1. DEVER DE EFICIÊNCIA Nas palavras de José dos Santos Carvalho Filho, o dever de eficiência reside na necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa, inclusive por meio de um melhor recrutamento daqueles que irão compor a estrutura administrativa do Estado. Trata-se, portanto, de clara decorrência do princípio da eficiência, que apregoa a ideia de se produzir mais com o menos. 5.2. DEVER DE PRESTAR CONTAS Decorrência direta do princípio da publicidade, que apregoa uma atuação administrativa transparente, até como forma de melhor garantir que o povo, real titular do interesse público, tenha melhores condição de fiscalizar as condutas praticadas pelos gestores públicos. 5.3. DEVER DE PROBIDADE A atuação do administrador deverá ser pautada nos princípios da moralidade e impessoalidade. É com base neste dever, que o administrador deverá agir sempre em busca daquilo que é melhor para a coletividade, e não para si. É possível perceber, inclusive, que os deveres de probidade e eficiência caminham juntos. 12 Na Lei 8.112/90, por exemplo, esses deveres estão elencados no rol do art. 116. Já na Lei 9.826/74 (Estatuto dos Servidores Públicos do Estado do Ceará), esses deveres estão elencados no rol do art. 191. Exemplificando, um administrador que nomeia para um cargo em comissão parente seu apenas para lhe favorecer, sem que o indivíduo seja qualificado para exercer as funções inerentes ao referido cargo. Trata-se de ato ímprobo (nepotismo, inclusive) que, consequentemente, irá repercutir numa prestação menos eficiente do serviço a ser desempenhado pelo servidor que não possui qualificação suficiente para tal. Ademais, deve-se ter em mente que o descumprimento do dever de probidade poderá ensejar uma série de sanções ao agente público, como: suspensão de seus direitos políticos; perda da função pública; indisponibilidade de bens; obrigação de ressarcimento ao erário pelos danos que cometer, etc. São sanções de natureza civil, estudadas quando da análise da Lei 8.429/92, lei que trata sobre improbidade administrativa (LIA). QUESTÕES 01. Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: INSS Prova: FCC - 2012 - INSS - Perito Médico Previdenciário Quando a Administração Pública limita direitos ou atividades de particulares sem qualquer vínculo com a Administração, com base na lei, está atuando como expressão de seu poder de polícia. 02. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: INSS Prova: CESPE - 2010 - INSS - Perito Médico Previdenciário A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder. 03. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: INSS Provas: CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil O poder disciplinar é exercido pela administração pública para apurar infrações e aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, mas também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 04. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: INSS Provas: CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil O poder de polícia é a atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, e cujo exercício se condiciona a prévia autorização judicial. 05. Ano: 2008 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: INSS Prova: CESPE - 2008 - INSS - Analista do Seguro Social - Direito A avocação de procedimentos administrativos decorre do poder hierárquico. 06. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-MS Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PGE- MS - Procurador do Estado Entre os poderes da administração pública, encontra-se o poder de polícia, que permite ao Estado restringir determinados direitos ou faculdades do cidadão. Nesse âmbito, os direitos que podem ser restringidos mediante o exercício do poder de polícia incluem o direito de propriedade. 07. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: COREN-SE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - COREN-SE - Técnico Administrativo 18 Aplicação de sanção administrativa a pessoa qualquer do povo que descumpra normas de vigilância sanitária configura típico exercício do poder administrativo disciplinar. 08. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SERIS - AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário Um policial exerce o poder de polícia administrativa ao realizar o ato de prisão em flagrante. 09. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SERIS - AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário Ilustra o exercício do poder hierárquico o fato de um agente de trânsito aplicar multa a um motorista. 10. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SERIS - AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário Os poderes da administração pública, por serem inerentes à atividade administrativa, são irrenunciáveis. 11. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PGE- AL - Procurador do Estado Na hipótese de o dirigente de órgão público do estado de Alagoas delegar parte de sua competência, o ato de delegação abrangerá decisão de recursos administrativos. 12. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFAZ-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal de Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual João, servidor público estável da SEFAZ, por negligência deixou de realizar cobrança de ICMS de determinada empresa. Messias, chefe de João, tendo tomado conhecimento do fato, resolveu instaurar processo administrativo, ao final do qual foi aplicada pena de suspensão a João. Inconformado com a punição, João interpôs recurso administrativo, visando reverter a decisão. Após análise do recurso, a instância superior decidiu revogar a punição, por motivo de ilegalidade. Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item. Messias, ao punir João, valeu-se do poder de polícia administrativo; João, por sua vez, valeu-se do poder hierárquico ao recorrer da decisão que lhe aplicou a sanção. 13. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada Os agentes de polícia do estado de Alagoas, no exercício de sua função, devem comedir a aplicação do uso de força em suas abordagens e ações, buscando agir de maneira adequada, sem extrapolar os limites legais impostos ao exercício do poder que lhesé conferido. Acerca do uso e do abuso de poder, julgue o item que se segue. O poder disciplinar não abrange as sanções impostas a particulares que não estejam sujeitos à disciplina interna da administração; nesse caso, as medidas punitivas encontram fundamento no poder de polícia. 14. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada Os agentes de polícia do estado de Alagoas, no exercício de sua função, devem comedir a aplicação do uso de força em suas abordagens e ações, buscando agir de maneira adequada, sem extrapolar os limites legais impostos ao exercício do poder que lhes é conferido. Acerca do uso e do abuso de poder, julgue o item que se segue. A discricionariedade é um dos atributos do poder de polícia, mas não se faz presente, por exemplo, na concessão de alvarás de construção e de licenças para dirigir veículos. DIREITO ADMINISTRATIVO| LUCAS MARTINS 19 Aplicação de sanção administrativa a pessoa qualquer do povo que descumpra normas de vigilância sanitária configura típico exercício do poder administrativo disciplinar. 08. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SERIS - AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário Um policial exerce o poder de polícia administrativa ao realizar o ato de prisão em flagrante. 09. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SERIS - AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário Ilustra o exercício do poder hierárquico o fato de um agente de trânsito aplicar multa a um motorista. 10. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SERIS - AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SERIS - AL - Agente Penitenciário Os poderes da administração pública, por serem inerentes à atividade administrativa, são irrenunciáveis. 11. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PGE- AL - Procurador do Estado Na hipótese de o dirigente de órgão público do estado de Alagoas delegar parte de sua competência, o ato de delegação abrangerá decisão de recursos administrativos. 12. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFAZ-AL Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal de Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual João, servidor público estável da SEFAZ, por negligência deixou de realizar cobrança de ICMS de determinada empresa. Messias, chefe de João, tendo tomado conhecimento do fato, resolveu instaurar processo administrativo, ao final do qual foi aplicada pena de suspensão a João. Inconformado com a punição, João interpôs recurso administrativo, visando reverter a decisão. Após análise do recurso, a instância superior decidiu revogar a punição, por motivo de ilegalidade. Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item. Messias, ao punir João, valeu-se do poder de polícia administrativo; João, por sua vez, valeu-se do poder hierárquico ao recorrer da decisão que lhe aplicou a sanção. 13. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada Os agentes de polícia do estado de Alagoas, no exercício de sua função, devem comedir a aplicação do uso de força em suas abordagens e ações, buscando agir de maneira adequada, sem extrapolar os limites legais impostos ao exercício do poder que lhes é conferido. Acerca do uso e do abuso de poder, julgue o item que se segue. O poder disciplinar não abrange as sanções impostas a particulares que não estejam sujeitos à disciplina interna da administração; nesse caso, as medidas punitivas encontram fundamento no poder de polícia. 14. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada Os agentes de polícia do estado de Alagoas, no exercício de sua função, devem comedir a aplicação do uso de força em suas abordagens e ações, buscando agir de maneira adequada, sem extrapolar os limites legais impostos ao exercício do poder que lhes é conferido. Acerca do uso e do abuso de poder, julgue o item que se segue. A discricionariedade é um dos atributos do poder de polícia, mas não se faz presente, por exemplo, na concessão de alvarás de construção e de licenças para dirigir veículos. 15. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Agente de Polícia - Prova Anulada Os agentes de polícia do estado de Alagoas, no exercício de sua função, devem comedir a aplicação do uso de força em suas abordagens e ações, buscando agir de maneira adequada, sem extrapolar os limites legais impostos ao exercício do poder que lhes é conferido. Acerca do uso e do abuso de poder, julgue o item que se segue. Ato praticado de forma abusiva e com finalidade diversa daquela atribuída pela lei é configurado como excesso de poder. 16. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFAZ-CE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEFAZ-CE - Auditor Fiscal Jurídico da Receita Estadual Com relação aos poderes da administração pública e ao processo administrativo disciplinar, julgue o próximo item. O poder que a administração possui de intervir na órbita particular para resguardar o interesse público, limitando direitos individuais, é denominado poder disciplinar. 17. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-AL Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-AL - Escrivão de Polícia - Prova Anulada Determinado delegado de polícia que está investigando um crime cometido no interior de uma empresa estatal estadual com personalidade jurídica de direito privado e capital integralmente público, determinou a um agente de polícia a realização de uma diligência, a qual não foi cumprida porque o agente alegou que a ordem não tinha respaldo legal. Ao tomar ciência do descumprimento da ordem, o chefe aplicou a penalidade de suspensão de trinta dias. Irresignado, o agente ajuizou mandado de segurança contra o ato sancionador. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir. A ordem conferida ao agente pelo delegado configura exercício do poder de polícia. 18. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PGE-PB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PGE- PB - Procurador do Estado A delegação de poder de polícia em favor de sociedade de economia mista é viável mesmo se adotado o regime celetista para as relações de trabalho no âmbito da empresa. 19. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFAZ-CE Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEFAZ-CE - Auditor Fiscal da Receita Estadual Julgue o item a seguir, a respeito dos atos administrativos e dos poderes da administração pública. Consubstancia-se poder de polícia a retenção temporária de mercadorias em sede de fiscalização fazendária. 20. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-DF Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC- DF - Agente de Polícia da Carreira de Polícia Civil do Distrito Federal A punição por ato infracional praticado por servidor público configura exercício do poder de polícia administrativo. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C C C E C C E E E C 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B E C C E E E C C E DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. LUCAS MARTINS @proflucasmartins (instagram) www.youtube.com/proflucasmartins www.facebook.com/proflucasmartins PODERES ADMINISTRATIVOS PODERES ADMINISTRATIVOS 1. Considerações Iniciais 2. Instrumentalidade 3. Abuso de Poder 4. Discricionariedade X Vinculação 5. Poderes em Espécie 6. Deveres 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 2. INSTRUMENTALIDADE 3. ABUSO DE PODER 3. ABUSO DE PODER 3.1. Excesso de Poder 3.2. Desvio de Poder Ano: 2022 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Florianópolis - SC Prova: FEPESE - 2022 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Procurador Municipal - Edital nº 001 O gênero “desvio de poder” comporta duas espécies: abuso de poder e excesso de poder. Ano: 2022 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Florianópolis - SC Prova: FEPESE - 2022 - Prefeitura de Florianópolis- SC - Procurador Municipal - Edital nº 001 O gênero “desvio de poder” comporta duas espécies: abuso de poder e excesso de poder. ERRADO Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE- RO - Oficial de Diligência O abuso de poder somente pode revestir-se de forma comissiva. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE- RO - Oficial de Diligência O abuso de poder somente pode revestir-se de forma comissiva. ERRADO Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE- RO - Oficial de Diligência Incorrerá em excesso de poder o administrador público que, buscando prestigiar interesse particular, decretar a desapropriação de determinado imóvel rural sob a alegação de interesse social. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE- RO - Oficial de Diligência Incorrerá em excesso de poder o administrador público que, buscando prestigiar interesse particular, decretar a desapropriação de determinado imóvel rural sob a alegação de interesse social. ERRADO 4. DISCRICIONARIEDADE X VINCULAÇÃO Ano: 2022 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Florianópolis - SC Prova: FEPESE - 2022 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Procurador Municipal - Edital nº 001 Designa-se como poder vinculado ou regrado aquele que a lei atribui certa margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir. Ano: 2022 Banca: FEPESE Órgão: Prefeitura de Florianópolis - SC Prova: FEPESE - 2022 - Prefeitura de Florianópolis - SC - Procurador Municipal - Edital nº 001 Designa-se como poder vinculado ou regrado aquele que a lei atribui certa margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir. ERRADO Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: AL-CE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - AL-CE - Técnico Legislativo O juízo de conveniência e oportunidade pelo administrador público decorre do exercício do poder A) regulamentar. B) de polícia. C) discricionário. D) disciplinar. E) normativo. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: AL-CE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - AL-CE - Técnico Legislativo O juízo de conveniência e oportunidade pelo administrador público decorre do exercício do poder A) regulamentar. B) de polícia. C) discricionário. D) disciplinar. E) normativo. 5. PODERES EM ESPÉCIE 5. PODERES EM ESPÉCIE 5.1. Poder Normativo/Regulamentar 5.2. Poder Hierárquico 5.3. Poder Disciplinar 5.4. Poder de Polícia 5.1. PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR É o poder-dever que a Administração Pública tem de editar atos gerais e abstratos no intuito de dar fiel execução à lei, sem, contudo, alterá-la ou inovar na ordem jurídica. 5.1. PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR 5.1. PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR 5.1. PODER NORMATIVO/REGULAMENTAR Art. 84, CF - Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 5.2. PODER HIERÁRQUICO 5.2. PODER HIERÁRQUICO É o poder-dever que a Administração Pública tem de distribuir atribuições internamente. 5.2. PODER HIERÁRQUICO LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. §1º - O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA §2º - O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. §3º - As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. LEI 9.784/99 COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. Ano: 2021 Banca: FUNDATEC Órgão: PGE-RS Prova: FUNDATEC - 2021 - PGE-RS - Analista Jurídico Os poderes de comando, de fiscalização, de obediência, de delegação e de avocação decorrem do poder hierárquico da Administração. Ano: 2021 Banca: FUNDATEC Órgão: PGE-RS Prova: FUNDATEC - 2021 - PGE-RS - Analista Jurídico Os poderes de comando, de fiscalização, de obediência, de delegação e de avocação decorrem do poder hierárquico da Administração. CORRETO 5.3. PODER DISCIPLINAR É o poder-dever que a Administração Pública tem de aplicar sanções àquele que com ela possua vínculo específico. Ano: 2022 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Varginha - MG Prova: OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Varginha - MG - Procurador Municipal De acordo com DI PIETRO, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE: Poder ___________ é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à ___________________. A) disciplinar | cautela jurisdicional B) de polícia | lei e ordem C) disciplinar | disciplina administrativa D) de polícia | constitucionalidade da Administração Ano: 2022 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Varginha - MG Prova: OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Varginha - MG - Procurador Municipal De acordo com DI PIETRO, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE: Poder ___________ é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à ___________________. A) disciplinar | cautela jurisdicional B) de polícia | lei e ordem C) disciplinar | disciplina administrativa D) de polícia | constitucionalidade da Administração 5.4. PODER DE POLÍCIA É o poder-dever que a Administração Pública tem de restringir direitos individuais em prol da coletividade. 5.4. PODER DE POLÍCIA Código Tributário Nacional Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
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