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FISIOLOGIA AULA 5 ABERTURA Olá! O potencial de ação é vital para os seres humanos. Sem ele, o coração para de bater, os músculos esqueléticos não se contraem e os neurônios não enviam sinais. O potencial de ação envolve íons específicos, gradientes de concentração e mudanças de voltagem na membrana de determinadas células. Nesta aula, vamos estudar como ele acontece. Bons estudos. Potencial de Ação REFERENCIAL TEÓRICO Para que a célula realize suas funções é necessário que ocorram eventos em nosso organismo, como a ação das cargas sobre as células. Essa ação de cargas, também chamada de potenciais de membrana, definirá em qual estado a célula se encontra: em repouso ou em ação. Muitas etapas farão parte do processo para que esses potenciais ocorram, como repolarização, despolarização ou até mesmo hiperpolarização. Também é necessário o fluxo iônico com as alterações de voltagem para abrir os canais. Nesta aula, você vai estudar a diferença entre potencial de repouso e potencial de ação, conhecendo as etapas do potencial de ação. Também vai ver como o fluxo iônico se relaciona com as alterações de voltagem observadas na membrana durante o potencial de ação. Ao final, saberá: • Diferenciar potencial de repouso e potencial de ação. • Identificar as etapas do potencial de ação. • Relacionar o fluxo iônico com as alterações de voltagem observadas na membrana durante o potencial de ação. Boa Leitura Potencial de ação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Diferenciar potencial de repouso e potencial de ação. � Identificar as etapas do potencial de ação. � Relacionar o fluxo iônico com as alterações de voltagem observadas na membrana durante o potencial de ação. Introdução Para que a célula realize suas funções é necessário que ocorram eventos em nosso organismo, como a ação das cargas sobre as células. Essa ação de cargas, também chamada de potenciais de membrana, definirá em qual estado a célula se encontra: em repouso ou em ação. Muitas etapas farão parte do processo para que esses potenciais ocorram, como repolarização, despolarização ou até mesmo hiperpolarização. Também é necessário o fluxo iônico com as alterações de voltagem para abrir os canais. Neste capítulo, você vai estudar a diferença entre potencial de repouso e potencial de ação, conhecendo as etapas do potencial de ação. Também vai ver como o fluxo iônico se relaciona com as alterações de voltagem observadas na membrana durante o potencial de ação. Potencial de repouso e potencial de ação A membrana plasmática é responsável por delimitar todas as células vivas. Formada também pelo núcleo e pelo citoplasma, entre suas principais carac- terísticas estão o transporte e a seleção das substâncias que entram e saem das células, ou seja, a membrana plasmática apresenta permeabilidade seletiva. Fox (2007) sublinha que essa permeabilidade, junto à presença de moléculas carregadas negativamente e à ação das bombas de sódio (Na+) e potássio (K+), gera, como consequência, uma distribuição de cargas de forma desigual através da membrana. Sendo assim, o interior da célula é carregado negativamente em comparação com o exterior. Essa diferença de carga, também chamada de diferença de potencial, denomina-se potencial de membrana (FOX, 2007). Há três tipos de potencial de membrana: potencial graduado, potencial de repouso e potencial de ação. Vejamos a diferença entre esses potenciais, começando pelo potencial de repouso. Primeiramente, vamos relembrar que, quando as células se encontram em estado de repouso, elas têm uma diferença de potencial entre os dois lados de sua membrana, de tal forma que o interior da célula é negativamente carregado em relação ao exterior. A diferença entre essas cargas é denominada potencial de repouso da membrana, porque, nesse momento, a célula não está recebendo nem transmitindo sinal algum (STANFIELD, 2013; LIMA, 2015). Como exemplo, vamos examinar o potencial de repouso da membrana dos neurônios. Conforme Stanfield (2013) e Fox (2007), esse potencial de repouso é de aproximadamente −70 mV. Sendo assim, o interior de um neurônio típico, é 70 mV mais negativo comparado ao exterior. Todas as células corporais têm um potencial de repouso negativo, que varia entre −5 e −100 mV (FOX, 2007; STANFIELD, 2013). Ainda sobre o potencial de repouso do neurônio, Lima (2015, p. 26–27) afirma que: Os neurônios têm canais para Na+ e K+, o que torna sua membrana permeável aos dois íons. Só que a vantagem é amplamente do K+, cujos canais estão em um número bem maior. Resultado: a membrana é por volta de 25 vezes mais permeável a K+ do que a Na+. Pelo fato de ambos atravessarem a membrana, os íons seguem suas forças motrizes químicas (K+ para fora, Na+ para den- tro). Mas, como a membrana é mais permeável a K+, você já imagina o que acontece: mais carga positiva saindo do que entrando, o que dá origem a um potencial de membrana negativo. Quanto mais entrar K+ em excesso, mais negativo o potencial fica. Potencial de ação2 Stanfield (2013, p. 206) coloca que, mesmo com o excesso de potássio, o potencial negativo não irá aumentar infinitamente, porque o “[...] potencial da membrana negativo exerce forças motrizes elétricas sobre os íons sódio e potássio, que se opõem ao movimento do potássio e favorecem o movimento do sódio”. Assim, o movimento do potássio para fora da célula acaba diminuindo, enquanto o movimento do sódio para dentro é acelerado. Por fim, os fluxos dos dois íons se tornam iguais e opostos, de maneira que não há movimento resultante de carga positiva para dentro ou para fora da célula. Nesse ponto, o potencial da membrana se estabiliza em aproximadamente −70 mV (STAN- FIELD, 2013). Vamos visualizar essa dinâmica acompanhando a Figura 1. A célula é permeável tanto a íons sódio quanto a íons potássio, porém é mais permeável a potássio. Forças químicas atuam de tal forma que os íons potássio deixam a célula e os íons sódios entram na célula (Figura 1a). Há mais potássio saindo da célula do que sódio entrando, devido à maior permeabilidade da célula ao potássio, o que cria um potencial de membrana negativo (Figura 1b). Forças elétricas atuam nos íons, arrastando íons sódio e potássio para o interior da célula e aumentando o movimento do sódio para dentro e diminuindo o movimento de potássio para fora (Figura 1c). Um estado estacionário é estabelecido, em que o movimento de sódio para dentro da célula é contrabalançado pelo movimento de potássio para fora da célula, e nenhum movimento resultante de cargas ocorre. Esse potencial é o po- tencial de repouso da membrana, e é de aproximadamente −70 mV (Figura 1d). Para impedir que os gradientes de concentração de sódio e potássio se dissipem, a bomba de Na+/K+ move sódio para fora da célula e potássio para dentro, estabelecendo um estado estacionário de −70 mV (Figura 1e) (STANFIELD, 2013). Para que a membrana deixe o potencial de repouso, é necessário que ocorra alguma mudança. Como vimos, o valor do potencial de repouso é negativo em torno de 70 mV. Quando esse valor fica mais negativo, dizemos que houve uma hiperpolarização da membrana, por estar mais polarizada. Quando é menos negativo ou positivo, é uma despolarização. Quando ocorre repolarização é porque ela retornou ao potencial de repouso (STANFIELD, 2013). As duas mudanças que acabamos de ver, ou comunicação por parte dos neurônios, ocorrem ou por potenciais graduados ou potenciais de ação. 3Potencial de ação Figura 1. Potencial de repouso. Fonte: Stanfield (2013, p. 206). Segundo Stanfield (2013), potencial graduado é uma mudança pequena no potencial da membrana, produzida por algum tipo de estímulo, que desen- cadeia a abertura ou fechamento de canais iônicos. A intensidade do potencial graduado é determinada pela relação com a intensidade do estímulo. Esse estímulo pode ser químico ou sensorial. O potencial de ação é umamudança grande e rápida no potencial da membrana, produzida pela despolarização da membrana plasmática de uma célula excitável — nervos e músculos — em resposta aos potenciais graduados que atingiram o limiar. Durante um potencial de ação, ocorre uma despolarização grande e rápida, na qual a polaridade do potencial de membrana efetivamente se inverte, isto é, o potencial de membrana torna-se positivo por pouco tempo. De fato, o potencial de membrana muda muito rapidamente (em cerca de 1 milésimo de segundo) de um estado em repouso de aproximadamente −70 mV para +30 mV (uma mudança de 100 mV) (STANFIELD, 2013, p. 212). Potencial de ação4 Uma das características do potencial de ação, que o difere do potencial graduado, é a propagação por longas distâncias (ao longo do comprimento do axônio) sem perda de intensidade (STANFIELD, 2013; LIMA, 2015). No próximo tópico falaremos mais sobre as etapas do potencial de ação. Neste tópico você conheceu o que são os potenciais de membrana, com destaque para o potencial de repouso e o potencial de ação. Etapas do potencial de ação Antes de detalharmos as etapas do potencial de ação, iremos abordar as bases iônicas, que são baseadas na permeabilidade seletiva da membrana plasmática e nos gradientes eletroquímicos de sódio e potássio, que existem através da membrana. Lembre-se de que a membrana plasmática é 25 vezes mais permeável ao potássio do que ao sódio, devido ao maior número de canais de escoamento. Em células excitáveis, mudanças na permeabilidade da membrana plasmá- tica decorrentes da abertura e do fechamento dos canais iônicos controlados podem produzir potenciais de ação, que terão três fases distintas no neurônio: despolarização rápida, repolarização e pós-hiperpolarização. Veja a seguir um pouco mais sobre cada uma dessas fases (STANFIELD, 2013; LIMA, 2015). � Despolarização rápida: esta fase ocorre quando um potencial de membrana muda de −70 mV para +30 mV. Ela é causada pelo aumento súbito na permeabilidade do sódio, seguido por um maior movimento de Na+ para o interior da célula, que segue o seu gradiente eletroquímico. Com a permeabilidade do sódio maior do que a do potássio, o potencial de membrana segue rumo ao seu potencial de equilíbrio de +60 mV. � Repolarização: é a segunda fase do potencial de ação. Na repolari- zação, o potencial da membrana retorna de +30 mV para o seu nível de repouso, que é de −70 mV. Isso ocorre porque a permeabilidade ao sódio cai rapidamente, reduzindo o influxo de sódio. Ao mesmo tempo, a permeabilidade do potássio aumenta, movendo-se a favor do seu gradiente eletroquímico para fora da célula; com isso voltam os níveis de repouso. � Pós-hiperpolarização: consiste na terceira fase do potencial de ação, na qual o potencial de membrana fica bem pouco tempo no repouso. Nesta fase, a permeabilidade do potássio continua elevada por pouco tempo (de 5 a 15 milésimos de segundo), depois que o potencial de 5Potencial de ação membrana chega ao potencial de repouso. Nesse tempo, o potencial de membrana é ainda mais negativo, aproximando-se do potencial de equilíbrio do potássio, cerca de −94 mV. Na Figura 2 você acompanha as três fases: despolarização rápida (Fase 1), repolarização (Fase 2) e pós-hiperpolarização (Fase 3). Figura 2. Fases do potencial de ação. Fonte: Stanfield (2013, p. 213). Junto a essas fases, os canais iônicos controlados por voltagem, que veremos mais adiante, também têm papel fundamental nos potenciais de ação. Em sua iniciação, os potenciais de ação seguem o chamado princípio tudo ou nada. Segundo Stanfield (2013, p. 217), o conceito de tudo ou nada estabelece que “[...] não importa se uma membrana é despolarizada até o limiar ou além deste, a amplitude do potencial de ação resultante é a mesma; se a membrana não for despolarizada até o limiar, nenhum potencial de ação ocorre”. Além disso: O nível de despolarização atingido no pico de um potencial de ação não depen- de da intensidade do estímulo, mas das intensidades relativas dos gradientes eletroquímicos de íons sódio e potássio e das permeabilidades relativas da membrana a esses íons. Durante a fase de despolarização, a permeabilidade ao sódio excede centenas de vezes a permeabilidade ao potássio, e o potencial de membrana aproxima-se do potencial de equilíbrio do sódio +60 mV. Entre- Potencial de ação6 tanto, o neurônio jamais consegue atingir ou exceder o potencial de equilíbrio do sódio pela mesma razão que o potencial de repouso da membrana jamais consegue se igualar ou exceder o potencial de equilíbrio do potássio: o movi- mento de sódio para o interior da célula é contrabalançado pelo movimento de potássio para fora da célula, inicialmente por meio de canais de escoamento de potássio e, posteriormente, por meio de canais de potássio dependentes de voltagens abertos (STANFIELD, 2013, p. 216–217). Durante e logo em seguida ao potencial de ação, a membrana está menos excitável do que quando está em repouso. Esse período é chamado de período refratário, e ele tem duas fases: absoluta e relativa. A fase absoluta abrange toda a fase de despolarização e a maior parte da repolarização (1 a 2 ms). Nesse período não há como gerar outro potencial de ação, mesmo que haja um estímulo forte. Já a fase relativa ocorre na sequência da absoluta, durando entre 5 a 15 ms. Nesse momento já é possível gerar um novo potencial de ação, mas o estímulo precisa ser forte para que possa atingir o limiar (LIMA, 2015). Propagação dos potenciais de ação Para terminar este tópico, vamos ver como ocorre a propagação dos potenciais de ação. Lima (2015), Fox (2007) e Stanfield (2013) definem essa propagação como um efeito dominó, pois o primeiro potencial de ação obtido na zona de disparo produz uma corrente, que causa um segundo potencial de ação na membrana vizinha, e assim de forma sucessiva até que o último deles seja produzido no botão terminal do neurônio. No entanto, esses mecanismos são diferentes de acordo com as características do axônio. Como pode ser visto na Figura 3, em um axônio sem mielina, logo após o início da condução, ocorre o potencial de ação separando a carga dos lí- quidos extra e intracelular (Figura 3a). Essa separação atua como força para movimentar a corrente. Na propagação da condução, a corrente despolariza a região adjacente da membrana até o limiar, elicitando um potencial de ação naquele local (Figura 3b). Na sequência, a propagação continua despolari- zando as demais regiões adjacentes, até que o potencial de ação tenha sido propagado até o botão terminal (Figura 3c). Os períodos refratários impedem que os potenciais de ação se desloquem na direção da contração (Figura 3d) (LIMA, 2015). 7Potencial de ação Figura 3. Potencial de ação em axônios sem mielina. Fonte: Stanfield (2013, p. 221). Em axônios com mielina, como mostra a Figura 4, um potencial de ação produz gradientes elétricos nos líquidos intra e extracelular semelhantes aos axônios sem mielina. A diferença é que, uma vez que flui pouca cor- rente através da membrana em que a mielina proporciona isolamento, é necessário que a corrente flua o caminho todo até o nódulo de Ranvier, onde despolariza essa área da membrana até o limiar e inicia um potencial de ação (LIMA, 2015). Potencial de ação8 Figura 4. Potencial de ação em axônios com mielina. Fonte: Stanfield (2013, p. 224). Acesse o link a seguir para ver uma aula muito interessante sobre potencial de ação. https://qrgo.page.link/PxAbG 9Potencial de ação Canais iônicos controlados por voltagem nos potenciais de ação Stanfield (2013) explica que as mudanças na permeabilidade associadas às fases de um potencial de ação se devem à abertura e ao fechamento dependentes do tempo dos canais iônicos para sódio e potássio controlados por voltagem, que se localizam, primariamente, na membrana plasmática do cone axonal e do axônio. Nos axônios com mielina, os canais se encontram a uma concentração maiornos nódulos de Ranvier. Já nos axônios sem mielina, esses canais se encontram distribuídos uniformemente ao longo de todo axônio. Lima (2015) sublinha que o modelo que explica as ações dos canais para sódio e potássio dependentes de voltagens envolve dois tipos de barreiras móveis, denominadas portões ou comportas de ativação e portões ou com- portas de inativação. Os portões de ativação são responsáveis pela abertura dos canais para sódio durante a fase de despolarização de um potencial de ação. Os portões de inativação são responsáveis pelo fechamento dos canais para sódio durante a fase de repolarização de um potencial de ação (LIMA, 2015; STANFIELD, 2013). Para que um canal de sódio se abra, é preciso que os dois portões se abram. Eles abrem e fecham de acordo com mudanças no potencial de membrana. Um canal para sódio pode existir em três conformações repouso (STANFIELD, 2013; LIMA, 2015). � Fechado, mas capaz de se abrir: em repouso, o portão de inativação fica aberto, mas o portão de ativação fica fechado. O canal pode ser aberto por um estímulo de despolarização. � Aberto: na despolarização, o portão de ativação se abre e, com ambos os portões na posição aberta, o canal se abre e os íons sódios se movem através do canal para dentro da célula. � Fechado e incapaz de se abrir: dentro de, aproximadamente, um milésimo de segundo depois do estímulo inicial para abrir o portão de ativação, o portão de inativação se fecha. Esse fechamento é uma resposta retardada, iniciada pela mesma despolarização que abriu o portão de ativação. Com o portão de inativação fechado, o canal também fica fechado e permanece assim até o potencial de membrana retornar a um valor próximo ao seu valor de repouso. Até que isso aconteça ele não se abre, mesmo que haja um segundo estímulo de despolarização. O portão de inativação só se abre na fase de repolarização, quando o canal volta ao repouso. Potencial de ação10 Na Figura 5 você pode visualizar a operação desses canais controlados por voltagem. Figura 5. Modelo de operação de canais controlados por voltagem. Fonte: Stanfield (2013, p. 215). A abertura de canais para sódio segue uma alça de retroalimentação positiva, com a superdespolarização da célula causada pela abertura de canais, que a despolarizam mais, abrindo mais canais, que é interrompida apenas com o fechamento dos portões de inativação (LIMA, 2015). Já para os canais de potássio só há um portão, que se abre lentamente em resposta à despolarização. Quase ao mesmo tempo que os portões de inativação do canal para sódio estão fechando, os canais para potássio começam a se abrir. A maior permeabilidade ao potássio, junto ao gradiente eletroquímico que puxa o potássio para fora da célula, aumenta o movimento de íons nessa direção. Esse fluxo de carga para fora repolariza a célula. Essa alça que vai minado o estímulo repolarizante e fechando os canais para potássio chama- -se de retroalimentação negativa. Acompanhe a retroalimentação positiva e negativa na Figura 6. 11Potencial de ação Figura 6. Retroalimentação positiva e negativa. Fonte: Adaptada de Stanfield (2013). Estímulo limiar Despolarização da membrana ↑ Abertura de canais para sódio ↑ Permeabilidade da membrana ao sódio ↑ Fluxo de sódio para a célula Efeito retardado (1 ms) Efeito retardado (1 ms) Portões de inativação do canal para sódio se fecham ↑ Canais para potássio abertos Permeabilidade da membrana ao potássio Permeabilidade da membrana ao sódio ↑ Fluxo de potássio para fora da célula ↓ Fluxo de sódio para a célula ↓ Carga resultante positiva na célula (repolarização) Retroalimentação negativa Retroalimentação positiva ↑ Carga resultante positiva na célula (despolarização) Estímulo inicial Resposta �siológica Resultado Neste capítulo, você viu que a diferença entre as cargas da membrana é denominada de potencial de repouso da membrana, porque, nesse momento, a célula não está recebendo nem transmitindo nenhum sinal. Já o potencial de ação é uma mudança grande e rápida no potencial da membrana, produzida pela despolarização da membrana plasmática de uma célula excitável — nervos e músculos — em resposta aos potenciais graduados que atingiram o limiar. Veja a seguir quais são a etapas do potencial de ação. � Despolarização rápida: quando um potencial de membrana muda de −70 mV para +30 mV. � Repolarização: o potencial da membrana retorna de +30 mV para o seu nível de repouso, que é de −70 mV. Potencial de ação12 � Pós-hiperpolarização: o potencial de membrana fica bem pouco tempo no repouso; a permeabilidade do potássio continua elevada por pouco tempo (de 5 a 15 milésimos) depois que o potencial de membrana chega ao potencial de repouso. A propagação do potencial de ação ocorre como um efeito dominó, pois o primeiro potencial de ação obtido na zona de disparo produz uma corrente que causa um segundo potencial de ação na membrana vizinha e assim de forma sucessiva até que o último deles seja produzido no botão terminal do neurônio. Por fim, você viu os canais iônios alterados por voltagens nos potenciais de ação e estudou que as mudanças na permeabilidade associadas às fases de um potencial de ação se devem à abertura e ao fechamento dependentes do tempo dos canais iônicos para sódio e potássio controlados por voltagem, que se localizam, primariamente, na membrana plasmática do cone axonal e do axônio. O modelo que explica as ações dos canais para sódio e potássio dependente de voltagens envolve dois tipos de barreiras móveis, denominados portões ou comporta de ativação e portões ou comportas de inativação. FOX, S. I. Fisiologia humana. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2007. LIMA, A. Fisiologia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. STANFIELD, C. L. Fisiologia humana. 5. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. Leituras recomendadas SILBERNAGL, S.; DESPOPOULOS, A. Fisiologia: texto e atlas. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 13Potencial de ação PORTFÓLIO Quando o cérebro está em estado excitado, os neurônios enviam milhares de "sinais" para outros neurônios ou para as células musculares, por exemplo. O potencial de ação é a base para o envio desses "sinais". Será que há uma frequência máxima na qual um único neurônio possa enviar potenciais de ação para outras células? Sua atividade é pesquisar para responder a questão acima descrita. PESQUISA Potenciais de Ação Cardíacos Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=TEj-O90FuoY Como funcionam os potenciais de ação no coração? São iguais ao potencial de ação do nervo? Confira a explicação no vídeo. N
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