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AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL – ESTADO DO RIO DE JANEIRO MARCUS AURELIO DOS SANTOS, estado civil, profissão, identidade, CPF, endereço eletrônico, 23 anos, eleitor, residente e domiciliado na Rua Barão do Rio Branco, n° 18, apt 403, Centro, Rio de Janeiro, CEP: 21230-055, cidadão sob o título de eleitor n° ....., encontrando-se quites com todas as suas obrigações eleitorais, vem, por seu advogado ao final assinado, perante V. Exa., com fulcro nos dispositivos legais pertinentes, especialmente no artigo 5°, inciso LXXIII, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e nas disposições da Lei n° 4.717/65, promover a presente AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE SUSPENSÃO LIMINAR DO ATO LESIVO (ART. 5°, § 4°, LAP) em defesa do patrimônio cultural e da moralidade administrativa, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expendidos, em face dos seguintes réus (previstos no art. 6° da Lei n° 4.717/65): 1) ESTADO DO RIO DE JANEIRO, pessoa jurídica de direito público, representado pela PROCURADORIA GERAL DO ESTADO, com endereço para citação situado na Rua XXXXX, n° XXXXX, CEP: XXXXX; 2) GOVERNADOR DO ESTADO DO RJ, com endereço para citação situado na Rua XXXXX, n° XXXXX, CEP: XXXXX; I – DA LEGITIMIDADE ATIVA O autor da presente ação se encontra correto e quite com suas obrigações eleitorais e possui título de eleitor, desta forma se encontra habilitado e se enquadra no conceito jurídico de cidadão. Assim, o autor se encontra em completo gozo de seus direitos políticos, possuindo a legitimidade ativa da propositura desta ação. II – DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL Com base no art. 5° da Lei 4.717: Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. Observando que o objeto da presente ação é a preservação de patrimônio cultural situado no Rio de Janeiro, isso faz com que a competência correta para que a presente ação seja julgada será a da Vara de Fazenda Pública da Capital. III – DA SÍNTESE FÁTICA A presente ação se trata de uma impugnação do ato lesivo instaurado pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, onde decretou a destruição de um prédio histórico situado no Centro do Rio de Janeiro causando uma enorme perda ao patrimônio histórico e cultural a cidade. Embora ainda não haja um tombamento propriamente dito, mas já existe uma importância histórica, arquitetônica, e cultural constata pelo INEPAC. Insta salientar que o desejo do Governador é demolir o importante prédio para criar apenas um estacionamento e shopping center; demolir um prédio histórico, de suma e relevante importância para a sociedade e colocar no local algo supérfluo e fútil, além disso, estudos mostram que existe um local ideal e vazio que poderia servir para esse fim a menos de 1 quilometro do local mencionado. Desta forma, pode-se concluir que a parte ré age de má fé tentando destruir sem qualquer razão relevante um imóvel tão importante para a sociedade carioca. IV – DO DIREITO No caso tratado é evidente o desdém do Governador e do Poder Público Estadual com relação a sociedade. Urge a necessidade de um entendimento do Judiciário a fim de resguardar o Direito coletivo. Como disposto no art. 5° LXXIII da CRFB: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência; A sociedade tem o direito a recorrer a justiça a fim de que haja uma preservação de patrimônios históricos, culturais, sociais. É evidente a necessidade de que se preserve esse monumento. Por fim, há de se ressaltar que não existe necessidade de o bem ser tombado para ser considerado histórico, e em razão disso ser protegido. V – DA LIMINAR NA AÇÃO POPULAR Há de forma incontestável a presença do fumus bonis iuris no presente caso, que pode ser constatado não somente pelos fatos narrados, mas também pelas provas acostadas em documentos. O fato de que há um perigo de demolição de um patrimônio histórico evidência também a existência do periculum in mora, ou seja, um dano irreparável para a sociedade. É necessário observar o direito coletivo que se há na preservação do edifício, preservando assim a história, a cultura e a arquitetura do local. Desta maneira, urge a necessidade de concessão da medida liminar, uma vez que, a demora poderá acarretar na demolição do referido prédio histórico, e assim, na perda do sentido da presente ação popular. VI – DA AUDIENCIA CONCILIAÇÃO PREVIA OU MEDIAÇÃO Atendendo o disposto no art. 319, VII do Código de Processo Civil, vem a parte autora informar que tem interesse na audiência de conciliação ou mediação. VII – DOS PEDIDOS ISTO EXPOSTO, o autor vem requerer a V. Exa.: a) Que seja acatado o pedido em liminar, para que a parte ré não venha a demolir o prédio histórico; b) Que os réus sejam citados e respondam no prazo de 20 dias, sob pena de revelia, nos termos no art. 7°, IV da Lei 4.717/65; c) O deferimento e procedência integral do pedido popular formulado nos Direitos, para que a sentença liminar seja convolada em sentença definitiva e assim haja a preservação do imóvel citado; d) Que o Ministério Público seja intimado para que se manifesta a respeita da presente ação; e) Protesto por todos os meios de provas em direitos admitidos, em especial a documental. VII – DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ XXXXX. Nestes termos, Pede deferimento. LOCAL/DATA ADVOGADO/OAB
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