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Tórax By: Giovanna Mantoani Qual a diferença entre peito e tórax? O tórax é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome. É uma região anatômica mais ampla que engloba não apenas o exterior, mas também a cavidade interna e os órgãos. O termo região peitoral é usado muitas vezes como sinônimo de tórax, no entanto, a região peitoral é muito mais extensa do que a parede torácica e a cavidade nela contida. A região peitoral geralmente é entendida como a parte superior do tronco, mais larga na parte superior por causa do cíngulo dos membros superiores (clavículas e escápulas), sendo a musculatura peitoral e escapular e, nas mulheres adultas, as mamas, responsáveis por grande parte de sua circunferência. Como é dividida a cavidade torácica? É dividida em três compartimentos: o mediastino central, ocupado pelo coração e pelas estruturas que transportam o ar, sangue e alimento; e as cavidades pulmonares direita e esquerda, ocupadas pelos pulmões. Quais são as funções da caixa torácica? ● Proteger os órgãos internos torácicos e abdominais (a maioria deles cheia de ar ou líquido) contra forças externas. ● Resistir às pressões internas negativas (subatmosféricas) geradas pela retração elástica dos pulmões e pelos movimentos inspiratórios. ● Proporcionar a inserção para os membros superiores e sustentar seu peso. ● Proporcionar a inserção (origem) de muitos músculos que movimentam e mantêm a posição dos membros superiores em relação ao tronco, além de proporcionar inserção para músculos do abdome, do pescoço, do dorso e da respiração. Qual é a composição da parede torácica? A parede torácica verdadeira é composta pela caixa torácica, os músculos que se estendem entre as costelas, a pele, a tela subcutânea, os músculos e a fáscia que revestem sua face anterolateral. Qual a composição da caixa torácica? A caixa torácica é o esqueleto. É a estrutura osteocartilagínea formada pelos 12 pares de costelas e cartilagens costais e 12 vértebras torácicas e discos intervertebrais e, o esterno. Quais são os limites da abertura superior e inferior do tórax? Superior ● Posterior, a vértebra T I, cujo corpo salienta-se anteriormente na abertura. ● Lateral, o 1o par de costelas e suas cartilagens costais. ● Anterior, a margem superior do manúbrio do esterno. ➡ A abertura superior, muito menor, permite a comunicação com o pescoço e os membros superiores. Inferior ● Posterior, a vértebra torácica XII, cujo corpo salienta-se anteriormente na abertura ● Posterolateral, o 11o e o 12o pares de costelas ● Anterolaterais, as cartilagens costais unidas das costelas VII a X, formando as margens costais ● Anterior, a articulação xifosternal. ➡ A abertura inferior, maior, forma a origem, de formato anular, do diafragma que fecha toda a abertura. As excursões do diafragma controlam principalmente o volume e a pressão interna da cavidade torácica, constituindo a base da respiração corrente (troca gasosa). ➡ Ao fechar a abertura inferior do tórax, o diafragma separa quase por completo as cavidades torácica e abdominal. Quais as diferenças da parede/caixa torácica entre crianças e adultos? Crianças Adultos Cartilagens costais, que conectam as costelas ao esterno, mais flexíveis e maleáveis. Isso torna a caixa torácica mais elástica e adaptável ao crescimento. Com o envelhecimento, as cartilagens costais gradualmente se ossificam e se transformam em osso, tornando a parede torácica mais rígida e estável. Os ossos da caixa torácica como o esterno, as costelas e as vértebras, ainda não estão completamente ossificados. Isso os torna mais flexíveis. Ossos da caixa torácica completamente ossificados e têm uma estrutura óssea mais rígida. As costelas tendem a ser mais curtas e menores em comprimento. À medida que as crianças crescem, suas costelas se alongam e se tornam mais robustas. As costelas podem ter um ângulo menos acentuado em relação à coluna vertebral, tornando a caixa torácica mais horizontal. Ângulo mais acentuado das costelas em direção ao esterno, proporcionando uma estrutura torácica mais vertical. A musculatura da parede torácica nas crianças pode estar em desenvolvimento e não tão desenvolvida quanto em adultos. Musculatura da parede torácica é mais desenvolvida, o que influencia a expansão e contração da caixa torácica durante a respiração. Discorra sobre os 3 tipos de costelas existentes. ● Costelas verdadeiras (vertebroesternais) ○ Costelas I a VII ○ Inserem-se diretamente no esterno por meio de suas próprias cartilagens costais. ● Costelas falsas (vertebrocondrais) ○ Costelas VIII, IX e, geralmente, X ○ Suas cartilagens unem-se à cartilagem das costelas acima delas; portanto, a conexão com o esterno é indireta. ● Costelas flutuantes (vertebrais, livres) ○ Costelas XI, XII e, às vezes, a X ○ As cartilagens rudimentares dessas costelas não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas terminam na musculatura abdominal posterior. Elas podem ainda ser costelas típicas ou atípicas. Explique. ● Típicas (III a IX) ○ Cabeça da costela: cuneiforme e com duas faces articulares ○ Colo da costela: une a cabeça da costela ao corpo no nível do tubérculo ○ Tubérculo da costela: situado na junção do colo e do corpo ○ Corpo da costela (diáfise): fino, plano e curvo, principalmente no ângulo da costela ● Atípicas (I, II e X a XII) ○ A costela I: - É a mais larga, curta e curva - Tem uma única face articular em sua cabeça e dois sulcos transversais na face superior para os vasos subclávios - Os sulcos são separados pelo tubérculo do músculo escaleno anterior ○ A costela II: - Tem o corpo mais fino, menos curvo e mais longo - Possui uma área rugosa na face superior, a tuberosidade do músculo serrátil anterior ○ As costelas X a XII: - Têm apenas uma face articular em suas cabeças e articulam-se apenas com uma vértebra - São curtas e não têm colo nem tubérculo Discorra sobre os movimentos da parede torácica na expiração e inspiração. Durante a inspiração, os movimentos da parede torácica e do diafragma aumentam o volume intratorácico e os diâmetros do tórax, facilitando a entrada de ar nos pulmões. Isso ocorre devido à elevação das costelas superiores, que aumenta a dimensão anteroposterior do tórax, e ao movimento lateral das costelas inferiores, que aumenta a dimensão transversal. Além disso, a contração do diafragma aumenta a dimensão vertical da cavidade torácica. Esses movimentos combinados expandem a cavidade torácica, reduzindo a pressão interna e permitindo que o ar flua dos alvéolos pulmonares para dentro dos pulmões. Já durante a expiração passiva, o diafragma, os músculos intercostais e outros músculos relaxam, reduzindo o volume intratorácico e aumentando a pressão intratorácica. Isso permite a retração do tecido elástico pulmonar distendido, expelindo a maior parte do ar. O que é o movimento alça de balde e cabo/alavanca de bomba? São termos utilizados para descrever os diferentes tipos de movimentos da parede torácica durante a respiração. Existem dois padrões de movimento descritos para as costelas: o movimento de “cabo de bomba” que ocorre principalmente nas costelas superiores e o movimento do tipo “alça de balde” que ocorre principalmente nas costelas inferiores. Esses movimentos das costelas contribuem para o aumento do volume intratorácico e dos diâmetros do tórax. ● Alça de balde: Ao inspirar, as costelas inferiores (7ª a 10ª costelas) se movem lateralmente e para cima, aumentando a dimensão transversal da caixa torácica. Este movimento predomina nas costelas inferiores, já que as cinco primeiras possuem cartilagem própria e podem se movimentar mais no sentido braço de bomba, enquanto que as inferiores tem uma cartilagem comum que limita este movimento e também as inserções do diafragma aumentam os movimentos de alça de balde. ● Cabo/alavanca de bomba: À medidaque inspiramos, o esterno desloca-se para frente e para cima, elevando as costelas superiores (da primeira até a sexta costelas). Com isso, a dimensão anteroposterior ● do tórax aumenta. A comparação com o braço de bomba está no fato de que a extremidade anterior (esternal) move-se para cima e para fora, lembrando o movimento de bombear água. Quais músculos formam a parede torácica? Qual a sua inervação e ação? Músculo Inervação Ação Serrátil posterior superior 2 a 5 nervos intercostais Propriocepção (eleva as costelas) Serrátil posterior inferior Ramos anteriores dos nervos espinais torácicos T9 a T12 Propriocepção (eleva as costelas) Levantador da costela Ramos primários posteriores dos nervos C8-T11 Eleva as costelas Intercostal externo Nervo intercostal Eleva as costelas durante a inspiração forçada Intercostal interno Nervo intercostal Durante a respiração ativa (forçada) - Parte interóssea: abaixa as costelas - Parte intercondral: eleva as costelas Intercostal íntimo Nervo intercostal A mesma da anterior Subcostal Nervo intercostal Provavelmente atuam da mesma forma que os músculos intercostais internos Transverso do tórax Nervo intercostal Abaixa pouco as costelas Fornece informações proprioceptivas O que é a fáscia endotorácica? Qual a sua função? A fáscia endotorácica é uma camada fibroareolar que reveste internamente a caixa torácica. Ela fixa a parte adjacente do revestimento das cavidades pulmonares (pleura parietal costal) à parede torácica. Além disso, ela se torna mais fibrosa sobre os ápices dos pulmões, formando a membrana suprapleural. Ela ajuda a minimizar o atrito entre as superfícies da parede torácica e a pleura parietal, garantindo que os movimentos respiratórios sejam realizados. Também atua como uma barreira de proteção, evitando a transmissão de infecções ou patógenos da parede torácica para a pleura parietal e, subsequentemente, para os pulmões. Qual a irrigação da parede torácica? A irrigação arterial da parede torácica provém da: ● Parte torácica da aorta: através das artérias intercostais posteriores e subcostal. ● Artéria subclávia: através das artérias torácica interna e intercostal suprema. ● Artéria axilar: através da artéria torácica superior e artéria torácica lateral. Artérias intercostais ● Atravessam a parede torácica entre as costelas ● Cada um dos espaços intercostais (tirando o 10° e 11° espaços) é irrigado por três artérias: ○ Uma grande artéria intercostal posterior (e seu ramo colateral) ○ Um pequeno par de artérias intercostais anteriores Aa. Intercostais posteriores ● 1° e 2° espaços intercostais ● Originam-se da artéria intercostal suprema (superior) ● Dos 3° a 11° espaços intercostais originam-se posteriormente da parte torácica da aorta Aa. Torácicas internas ● Originam-se na base do pescoço ● Terminam no 6° espaço intercostal dividindo-se nas artérias epigástrica superior e musculofrênica A. Intercostais anteriores ● Irrigam as partes anteriores dos 9 espaços intercostais superiores ● Situam-se inicialmente na fáscia endotorácica entre a pleura parietal e os músculos intercostais internos ● São responsáveis pela irrigação do 3° a 6° espaços intercostais Qual é a drenagem venosa? Veias intercostais acompanham as artérias e nervos intercostais e estão em posição superior nos sulcos das costelas. ● Existem 11 veias intercostais posteriores e uma veia subcostal de cada lado. ● As veias intercostais posteriores vão se anastomosar com as intercostais anteriores ● A maioria das veias intercostais posteriores (4-11) drenam para o sistema ázigos, que conduz o sangue venoso até a VCS ● Já as veias intercostais posteriores do 1° arco vertebral costumam entrar nas veias braquiocefálicas direita e esquerda ● As veias intercostais posteriores do 2° ao 4° arco vertebral vão se unir para formar um tronco, a veia intercostal superior ● A veia intercostal superior direita é a última tributária da veia ázigo antes de entrar na VCS ● A veia intercostal superior esquerda vai drenar para a veia braquiocefálica esquerda ○ Ela vai receber as veias bronquiais esquerdas e também pode receber a veia pericárdio frênica. ○ Pode também ter uma comunicação com a veia hemiázigo acessória ● Veias torácicas internas são as veias que acompanham as artérias torácicas. Qual a inervação da parede torácica? 12 pares de nervos espinais torácicos que suprem a parede torácica. ● São formados nos forames intervertebrais, e assim que os deixam esses ramos mistos dividem-se em ramos primários anterior e posterior. ● Ramos anteriores dos nervos T1 - T11 ○ Seguem ao longo dos espaços intercostais. ○ Formam os nervos intercostais. ● Ramo anterior do nervo T 12 ○ Segue inferiormente a costela XII. ○ É o nervo subcostal. ● Ramos posteriores dos nervos ○ Localizam-se lateralmente aos processos articulares das vértebras. ○ Suprem as articulações, músculos profundos e a pele do dorso na região torácica. Discorra sobre os miótomos do tórax. ● São unidades funcionais de músculos esqueléticos na região torácica que correspondem aos segmentos específicos da medula espinhal torácica. ● O grupo de músculos supridos pelo ramo posterior e pelo ramo anterior (nervo intercostal) de cada par dos nervos torácicos constitui um miótomo. Os miótomos da maioria dos nervos torácicos (T2‒T11) incluem os músculos intercostal, subcostal, transverso do tórax, levantador da costela e serrátil posterior associados ao espaço intercostal que inclui o nervo intercostal (ramo anterior) do nervo espinal específico, além da parte sobrejacente dos músculos profundos do dorso. ● Os miótomos do tórax são cruciais para o movimento e a função dos músculos na região torácica. ● Eles permitem que os músculos do tórax, incluindo os músculos intercostais (entre as costelas) e outros músculos que participam da respiração, sejam controlados de maneira coordenada. Extras O que é a síndrome do músculo escaleno anterior? É uma condição que ocorre quando o músculo escaleno anterior, localizado no pescoço, comprime ou irrita os nervos que passam pela região. Essa síndrome é frequentemente associada a dor e desconforto no pescoço, ombro, braço e mão, e é causada principalmente pela compressão dos nervos braquiais ou subclávios. ● Anatomia do Músculo Escaleno Anterior: O músculo escaleno anterior é um dos três músculos escalenos encontrados no pescoço. Esses músculos são responsáveis por mover as costelas e auxiliar na respiração. O escaleno anterior está localizado na parte frontal do pescoço, ao lado da traqueia. ● Sintomas: Os sintomas podem incluir dor no pescoço, ombro, braço e mão, formigamento, dormência e fraqueza muscular no braço afetado. A dor pode ser intensa e se estender ao longo do trajeto dos nervos comprimidos. ● Causas: As causas dessa síndrome podem incluir posturas inadequadas, traumas, estresse repetitivo no pescoço e o uso excessivo dos músculos escalenos. Em alguns casos, a síndrome pode estar relacionada a condições médicas subjacentes, como hérnias de disco ou alterações anatômicas. ● Tratamento: O tratamento geralmente envolve medidas para aliviar a compressão nervosa, como fisioterapia, exercícios de alongamento, uso de anti-inflamatórios, terapia ocupacional e, em casos mais graves e resistentes, procedimentos médicos, como injeções de corticosteroides ou cirurgia. Faça a correlação clínica com hemotórax - Toracocentese - Bloqueio do nervo intercostal (herpes) O hemotórax é uma condição clínica em que há acúmulo de sangue na cavidade pleural, a área entre as membranas pleurais que envolvem os pulmões e a parede torácica. Isso pode ocorrer devido a lesões traumáticas, como um ferimento no peito, ou a condições médicas subjacentes. ● Toracocentese: A toracocentese é um procedimento médico que envolve a inserção de uma agulha ou um tubo fino na cavidadepleural para drenar o fluido acumulado, que pode ser sangue no caso de um hemotórax. Esse procedimento é realizado para aliviar a pressão sobre o pulmão e permitir que ele se expanda normalmente durante a respiração. É uma medida de emergência para tratar um hemotórax grave e pode ser essencial para restaurar a função pulmonar e evitar complicações respiratórias. ● Bloqueio do Nervo Intercostal (Herpes-Zóster): Herpes-zóster é uma infecção viral que pode afetar nervos sensoriais. Quando afeta os nervos intercostais, pode causar dor intensa na região torácica afetada. Para aliviar essa dor, os médicos podem realizar um bloqueio do nervo intercostal, injetando anestésicos locais na área para bloquear temporariamente a transmissão da dor. Essa intervenção clínica não está diretamente relacionada ao hemotórax, mas ilustra como as intervenções em nervos intercostais podem ser usadas para tratar a dor na região torácica. Em resumo, a toracocentese é uma intervenção importante para tratar um hemotórax, drenando o sangue acumulado na cavidade pleural. Já o bloqueio do nervo intercostal é uma medida usada para aliviar a dor associada a condições como o herpes-zóster quando afeta os nervos intercostais. O que é a síndrome de Claude Bernard Horner? Correlacione com a lesão do gânglio estrelado. A Síndrome de Claude Bernard-Horner está diretamente relacionada ao gânglio estrelado, pois essa síndrome é causada por uma interrupção ou lesão nos nervos simpáticos que passam pelo gânglio estrelado e inervam o olho e o rosto. ● Localização do gânglio estrelado: está localizado na base do pescoço, próximo à primeira vértebra torácica (T1). É uma parte essencial do sistema nervoso simpático, que controla funções autônomas do corpo. ● Formação do gânglio estrelado: é formado pela convergência e sinapse de fibras nervosas pré-ganglionares que vêm da medula espinhal torácica superior (geralmente dos níveis T1 a T4) e é uma parte essencial do sistema nervoso simpático, desempenhando um papel importante na regulação das funções autonômicas do corpo. ● Inervação do olho e do rosto: Os nervos simpáticos que saem do gânglio estrelado passam pelo pescoço e chegam ao olho e ao rosto. Eles desempenham um papel importante na regulação de várias funções, incluindo a dilatação da pupila, a regulação da pressão arterial e a sudorese no rosto. ● Causa da Síndrome de Horner: ocorre quando há uma lesão ou interrupção nos nervos simpáticos que passam pelo gânglio estrelado. Essa lesão pode ser devida a várias condições subjacentes, como lesões, tumores, derrames ou outras condições que afetam os nervos simpáticos ou o próprio gânglio estrelado. ● Sintomas da Síndrome de Horner: É caracterizada por uma combinação de sintomas, incluindo ptose (queda da pálpebra superior), miose (estreitamento da pupila) e anidrose (diminuição ou ausência de sudorese) no lado afetado do rosto. Portanto, a Síndrome de Horner está intrinsecamente ligada ao gânglio estrelado, uma vez que os sintomas dessa síndrome são resultado direto de uma interrupção nos nervos simpáticos que passam por esse gânglio e inervam as estruturas do olho e do rosto.
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