Buscar

uroanalise-e-liquidos-corporeos-2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Livro Didático Digital
Uroanálise 
e Líquidos 
Corpóreos
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
CAROLINA GALVÃO SARZEDAS
AUTORIA
Carolina Galvão Sarzedas
Olá! Sou formada em Ciências Biológicas, com mestrado e 
doutorado em Ciências. Tenho experiência técnico-profissional na área 
de bioquímica e biologia molecular há mais de 18 anos. Minha formação 
acadêmica começou na UFRJ, onde me apaixonei pela ciência e pela 
educação. Tenho experiência tanto na área de orientação acadêmica 
quanto na produção de materiais didáticos para grandes empresas de 
educação. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução à Urinálise ............................................................................... 10
História da Urinálise ....................................................................................................................... 10
Tipos de Amostra ............................................................................................................................. 11
Métodos de Coleta......................................................................................................................... 13
Entrega da Urina ao Laboratório .......................................................................................... 14
Separação do Sedimento Urinário ..................................................................................... 15
Exames Químico, Físico e Sedimentar da Urina ............................. 17
Métodos de Análise ....................................................................................................................... 17
Exame Químico.............................................................................................................. 17
Exame Físico (Macroscópico) ............................................................................. 20
Exame Sedimentar (Microscópico)..................................................................22
Avaliação Laboratorial e Aplicação Clínica de Compostos 
Nitrogenados não Proteicos ................................................................... 25
Compostos Nitrogenados não Proteicos .......................................................................25
Ureia .......................................................................................................................................25
Creatinina ...........................................................................................................................27
Ácido Úrico .......................................................................................................................28
Avaliação Laboratorial de Nitrogenados não Proteicos .....................................29
Avaliação da Ureia .......................................................................................................29
Avaliação da Creatinina .......................................................................................... 30
Avaliação do Ácido Úrico ...................................................................................... 31
Controle de Qualidade em Análises Clínicas ..................................34
Fase Pré-Analítica ...........................................................................................................................35
Fase Analítica ..................................................................................................................................... 38
Fase Pós-Analítica ......................................................................................................................... 39
Controle Interno de Qualidade (CIQ) ................................................................................ 40
Controle Externo de Qualidade (CEQ) ............................................................................ 40
7
UNIDADE
02
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que a urinálise é o conjunto de técnicas e métodos 
utilizados para a análise da urina? Através do estudo de uma amostra 
de urina pode-se detectar a presença e medir as concentrações de 
glicose, ácido úrico, proteínas, sangue, entre outros. É um meio específico 
de avaliação da função renal, sendo considerado um forte auxiliar no 
diagnóstico de patologias em geral. Ao longo desta unidade letiva você 
vai mergulhar neste universo!
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo àUnidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Explicar os fundamentos da análise da urina.
2. Diferenciar as diferentes técnicas de análise da urina.
3. Reconhecer os compostos nitrogenados não proteicos e sua 
importância na clínica médica.
4. Identificar a importância do controle de qualidade na urinálise.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
10
Introdução à Urinálise
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de entender os 
fundamentos da urinálise, seus principais componentes, 
suas funções na clínica médica, como deve ser feita a 
coleta, o armazenamento e a entrega do material para 
que as informações diagnósticas possam ser reveladas 
com sucesso, não esquecendo que para um resultado 
adequado e verdadeiro, alguns padrões de segurança e 
controle precisam ser adotados. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
História da Urinálise
Historicamente, a análise da urina foi o primeiro exame da medicina 
laboratorial. Com o uso de métodos simples, como a observação da cor, 
a turbidez, odor, volume, viscosidade e presença de açúcar (algumas 
amostras atraíam formigas), era possível que o médico obtivesse 
informações acerca do diagnóstico de algumas doenças. 
É um exame muito requisitado pelos médicos, por ser de obtenção 
rápida, de fácil coleta e ter baixo custo. Na urina estão contidas informações 
metabólicas muito valiosas, que podem diagnosticar problemas renais, 
estruturais e detectar doenças inicialmente assintomáticas, como diabetes 
mellitus e hepatopatias.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
11
Figura 1 – Diferentes amostras de urina para exame 
Fonte: Freepik.
Com o advento do microscópio, passou a ser possível a análise 
do sedimento urinário e desenvolvimento de métodos de quantificação. 
Atualmente, existem métodos modernos de urinálise que permitem não 
só uma análise física, mas também química e microscópica do sedimento 
urinário.
Tipos de Amostra
O exame de urina simples de rotina é uma referência mundial(EAS), 
e por isso é o mais solicitado, além de ter baixo custo e avaliar de forma 
geral o trato urinário, diagnosticando desde uma infecção até uma lesão 
renal. Divide-se em 3 etapas: exame físico, químico e de sedimentoscopia 
(análise do sedimento). O EAS é solicitado quando o paciente se queixa de 
dor ao urinar, ardência, vontade de urinar e não conseguir, diminuição ou 
aumento do volume urinário, entre outras. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
12
Para a análise da urina, alguns tipos de amostras podem ser 
solicitados, como: 
 • Amostra aleatória – é coletada a qualquer momento, detecta 
anormalidades evidentes. A mais indicada é a primeira da manhã, 
por ser mais concentrada, pois amostras aleatórias podem estar 
diluídas e terem como resultado um falso-negativo. 
 • Amostra de qualquer jato (geriátrica ou pediátrica) – é utilizada 
em crianças que ainda não possuem controle de esfíncter ou em 
idosos com o controle comprometido. Sua coleta é feita com o uso 
de sacos coletores, que devem ser colocados de forma asséptica, 
trocados a cada 30 minutos, com repetição da assepsia. É muito 
importante que não haja contaminação fecal.
 • 1ª amostra da manhã (urina de jato médio) ou amostra de 8 horas 
– pode ser realizada fazendo assepsia da região genital antes da 
coleta. É coletada assim que o paciente se levanta, desprezando-
se o primeiro jato (serve para limpar a uretra, de modo a eliminar 
bactérias e restos celulares da microbiota), e é a ideal para 
triagem. É uma amostra indicada para diagnóstico de proteinúria 
ortostática, teste de gravidez ou urinálise do tipo 1. A amostra deve 
ser entregue ao laboratório em até duas horas após a coleta. 
 • Amostra em jejum (ou segunda da manhã) – tem o objetivo de 
fazer com que metabólitos da alimentação da noite anterior não 
interfiram no resultado. O paciente despreza a primeira urina e se 
mantém em jejum até a coleta da segunda amostra. Este exame é 
recomendado para o monitoramento da glicose. 
 • Amostra de 24 horas (ou cronometrada) – o laboratório fornece 
garrafas coletoras e o paciente coleta toda a sua urina em 
um período de 24 horas, sendo que a primeira do dia deve ser 
desprezada e seu horário deve ser anotado. Toda a urina deve 
ser armazenada de forma refrigerada. As coletas são encerradas 
com a primeira urina do dia seguinte e levadas ao laboratório. 
O resultado quantitativo preciso se dá com uma amostra 
regularmente cronometrada por parte do paciente.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
13
 • Amostra por sonda de alívio – mais comum em pacientes 
acamados ou idosos, na qual um cateter é inserido através da 
uretra até a bexiga para a coleta da amostra. É um exame utilizado 
para cultura de bactérias.
 • Amostra de teste de tolerância à glicose (TTG) – coletam-se 
amostras em jejum, 30 minutos, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas. O objetivo 
é a análise da presença de glicose e cetona na urina. O TTG é 
realizado em concomitância com o exame de sangue.
 • Amostra de duas horas pós-prandial – o paciente deve urinar antes 
de fazer a refeição e coletar uma amostra de urina após a refeição. 
É um exame realizado para monitorar pacientes diabéticos. 
 • Punção suprapúbica – introduz-se uma agulha através do abdome 
para a coleta de amostras de urina diretamente da bexiga. Como 
a urina é estéril, tem-se uma urina livre de contaminação para a 
realização de cultura de bactérias e análise citológica.
 • Amostra para investigar prostatite – a coleta é feita em 3 frascos 
para exame de infecção prostática. Coleta-se o primeiro jato e 
o jato médio separados em recipientes estéreis. A próstata é 
massageada para que o líquido prostático seja eliminado junto com 
o terceiro jato de urina, também coletado em recipiente estéril. As 
3 amostras seguem para análise de culturas quantitativas, sendo 
que a primeira e a terceira vão para análise microscópica. 
 • Amostra para análise de drogas – é preciso que procedimentos 
e documentações sejam respeitados para que seus resultados 
tenham validade jurídica, como a presença de testemunha no 
momento da micção. 
Métodos de Coleta
A amostra de urina para fornecer resultados representativos 
e fidedignos precisa seguir rigorosamente o protocolo estabelecido 
pelo laboratório. Todas as informações sobre coleta, armazenamento e 
transporte da amostra precisam ser informadas aos pacientes, de modo a 
garantir a qualidade do resultado do seu exame.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
14
Por não exigir nenhum tipo de preparo especial por parte do 
paciente, muitas vezes a coleta da urina é negligenciada, perdendo a 
capacidade de fornecer informações corretas sobre o diagnóstico.
PASSO A PASSO 
Obtenção de uma amostra de urina asséptica: 
Sexo feminino – a assepsia da região urogenital com água e sabão 
(ou clorexidina aquosa a 0,2%) deve ser realizada com movimentos da 
frente para trás. Deve-se evitar a coleta durante o período menstrual, 
mas sendo inevitável, toma-se o cuidado para que a urina não seja 
contaminada com o sangue menstrual. 
Sexo masculino – assepsia da região peniana com água e sabão (ou 
clorexidina aquosa a 0,2%).
Como dito anteriormente, a coleta mais comum é realizada com o 
desprezo do primeiro jato de urina. 
Entrega da Urina ao Laboratório
Ao ser entregue ao laboratório (se não for coletada lá), a amostra 
deve ser identificada com o nome completo do paciente, hora da coleta, 
data e método de conservação (urinas congeladas, transportadas e 
preservadas em recipientes que não foram fornecidos pelo laboratório 
não devem ser aceitas).
 Pacientes que fazem uso de algum tipo de medicamento precisam 
informar o nome deste e o horário da ingestão. O volume ideal para a 
entrega é em torno de 40ml. 
O uso de luvas deve ser usado de forma preventiva, uma vez que a 
urina é um material biológico que pode ser infectante.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
15
NOTA:
O frasco de coleta deve ter tampa de rosca (menor risco de 
vazamento), deve ter boca larga para facilitar a coleta, feito 
de material transparente, com espaço suficiente para que 
a amostra seja misturada por agitação e que tenha fundo 
chato para não tombar. Após a entrega, a amostra deve ser 
analisada dentro de duas horas, do contrário, precisa ser 
refrigerada em temperatura entre 2 e 8ºC. Se for impossível 
manter a refrigeração por motivo de distância, conservantes 
químicos podem ser adicionados, mas sabendo de 
antemão que a amostra pode sofrer modificações. 
Separação do Sedimento Urinário
A sedimentoscopia é a análise dos sedimentos encontrados na 
urina. Para isso, é necessário que a urina passe por um processo físico de 
separação da urina líquida e dos possíveis sedimentos. A seguir vamos 
conhecer as etapas do processo.
PASSO A PASSO
 • Um volume de urina padrão é centrifugado (10ml) em tubo cônico 
entre 1.500 a 2.000RPM durante 5 minutos. 
 • Após a centrifugação, 9ml do sobrenadante são retirados, de 
modo que fique 1ml no tubo mais os sedimentos. 
 • O conteúdo precipitado é ressuspenso por agitação até que se 
torne homogêneo. 
 • A amostra é, então, transferida para a câmara de Neubauer ou 
equivalente, de modo a preencher cuidadosamente a área de 
contagem, sem formação de bolhas de ar ou transbordamento.
Os elementos figurados presentes nos quatro quadrantes, de 
dezesseis quadradinhos cada, são contados. Os resultados em ml devem 
ser contados nos quatro quadrantes e multiplicar o resultado por 250, ou 
contar dois quadrantes e multiplicar por 500, e ainda, dependendo da 
quantidade de elementos figurados encontrados, conta-se 1 quadrante e 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
16
multiplica-se o resultado por 1.000. Só depois deste processo o resultado 
pode ser liberado.
SAIBA MAIS:
Para saber mais sobre a urinálise e cultura de urina, acesse 
o Manual MSD.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Neste capítulo 
aprendemos que o exame de urina é um dos testes maissolicitados como exame de rotina, não sendo apenas 
utilizado para detecção de infecções no trato urinário, mas 
podendo revelar diversas doenças no organismo. O exame 
de urina pode ser solicitado para avaliação de sintomas, 
diagnóstico de enfermidades, acompanhamento de 
doenças ou simplesmente rotina médica. 
A urina pode ser analisada através de métodos físicos, químicos 
e microscópicos. Para coletar urinar, não é necessário nenhum tipo de 
preparação, podendo ser feita em casa, seguindo as instruções do 
laboratório, sempre tendo em mente que a qualidade do resultado 
depende da confiabilidade da coleta da amostra. Após a entrega da urina 
no laboratório (em torno de 40ml), ela deverá ser identificada com o nome 
completo do paciente, hora da coleta, data e o método de conservação. 
Pacientes que fazem uso de algum tipo de medicamento precisam 
informar o nome deste e o horário da ingestão. Para a análise microscópica 
(sedimentar), a amostra passa por um processo de centrifugação para que 
os possíveis sedimentos sejam separados da urina líquida. Após todas 
essas etapas, a urina segue para análise. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/urin%C3%A1lise-e-cultura-de-urina
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-renais-e-urin%C3%A1rios/urin%C3%A1lise-e-cultura-de-urina
17
Exames Químico, Físico e Sedimentar da 
Urina
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você saberá a importância das 
diferentes técnicas de análise da urina. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. 
Avante!
Métodos de Análise
Os métodos de análise variam entre químico, físico, microscópico 
e sedimentar. 
Exame Químico
O exame químico é feito a partir do uso de tiras reagentes (urofitas) 
submersas na amostra de urina. A partir da mudança de cor na urofita, 
é feita uma análise semiquantitativa e qualitativa, que pode ser visual, 
comparando-se a cor obtida com a escala de cores da leitura, ou de 
maneira automatizada, com o uso de equipamentos baseados no princípio 
de fotometria de reflexão. 
Figura 2 – Urina sendo analisada pela urofita
Fonte: Adobe Stock.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
18
As urofitas possuem os seguintes parâmetros de análise:
pH – em indivíduos normais, com dieta equilibrada, o valor do pH 
pode variar entre 4,5 e 8,0, mas é comum uma média de 6,0 (ligeiramente 
ácido). A alteração do pH pode indicar as tentativas dos rins em compensar 
alterações de acidose/alcalose metabólica ou respiratória.
Fatores que alteram os valores: alimentação, medicamentos e 
patologias. 
Sangue – a presença de sangue na urina modifica a urofita para uma 
cor verde, porém é um resultado preliminar que precisa ser confirmado 
pela contagem da sedimentoscopia. Este resultado está baseado no 
princípio de ação nas atividades pseudo-oxidativas da hemoglobina. O 
sangue pode estar presente na forma de eritrócitos íntegros (hematúria) 
ou em uma forma menos comum, de hemoglobina livre (hemoglobinúria). 
Fatores que levam à hematúria: 
 • Srcem glomerular – nefropatias, nefrite hereditária e 
glomerulonefrite. 
 • Srcem não glomerular no trato urinário superior – pielonefrite, 
cálculo renal, anemia falciforme, neoplasias renais, entre outros. 
 • Srcem não glomerular no trato urinário inferior – cistite, uretrite, 
câncer de bexiga, uretrite e estenose de uretra.
 • Srcem desconhecida – prática de exercícios físico intensos e 
hiperanticoagulação.
Fatores que levam à hemoglobinúria: anemias hemolíticas, 
queimaduras, malária, entre outros.
Bilirrubina – é o produto da degradação da hemoglobina, é 
excretada pelos rins caso esteja em excesso na corrente sanguínea, sendo 
detectada na urina. A urina passa a apresentar cor ictérica ou marrom-
esverdeada, sendo indicativo precoce de doença hepática. Não existe 
mínimo aceitável para a presença de bilirrubina.
Fatores que levam à detecção de bilirrubina na urina: obstrução do 
fluxo biliar do fígado ou doença hepatocelular.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
19
Urobilinogênio – em condições normais, é eliminado, em grande 
parte, pelas fezes. Forma-se a partir da ação de bactérias intestinais 
após hidrolisarem a bilirrubina conjugada que não foi absorvida pelo 
intestino. Em caso de incapacidade do fígado em remover este composto, 
quantidades anormais são desviadas para os rins e excretadas na urina.
IMPORTANTE:
O excesso de urobilinogênio com ausência de bilirrubina 
está associado à hemólise. Seu valor de referência é de até 
1mg/dL.
Fatores que levam à detecção de urobilinogênio na urina: cirrose, 
substâncias tóxicas, uso de drogas ou hepatite viral.
Glicose: estados normais de saúde não apresentam glicose na 
amostra de urina. A chamada glicosúria ocorre quando os túbulos renais 
não conseguem reabsorver toda a glicose (glicose em grande quantidade) 
presente no sangue.
Fatores que levam à detecção de glicose na urina: diabetes mellitus, 
disfunção tubular renal ou distúrbios metabólicos ou endócrinos.
IMPORTANTE:
A análise química mais realizada na urina é o exame de 
glicose. Por ser de fácil diagnóstico, auxilia na detecção de 
problemas antes que haja complicações mais graves.
Proteínas: como possui taxa máxima de reabsorção tubular, sua 
detecção em altos níveis sugere lesão renal. A proteinúria pode ser 
consequência de um processo de desidratação. Suas causas são muito 
variadas, e comumente agrupadas em 3 grupos: pré-renal, renal e pós-
renal. Usa-se a técnica de eletroforese de proteínas para detectar o tipo 
de proteína presente na urina.
Fatores que levam à proteinúria: diabetes mellitus, nefropatias, 
condições inflamatórias/malignas do trato urinário, entre outros. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
20
Corpos cetônicos: resultado do metabolismo lipídico, sua presença 
em grande concentração é consequência de erros na absorção ou 
desequilíbrio na dieta.
Fatores que levam à presença de corpos cetônicos: diabetes 
mellitus, descompensação metabólica do equilíbrio ácido/base.
Nitrito: resultado da transformação do nitrato realizada por 
bactérias patogênicas do trato urinário. Seu resultado positivo na urofita 
não descarta a possibilidade de infecção urinária.
NOTA:
A urina é rica em nitrato. A presença de grande quantidade 
de nitrito sugere infecção urinária, porém a confirmação 
precisa ser feita por urocultura.
Exame Físico (Macroscópico)
Podemos dizer que o exame físico é feito a “olho nu”, sem o auxílio 
de microscópio. Através da observação é possível determinar o volume, a 
turbidez, a densidade e a coloração.
EXEMPLO
Para o exame de urina tipo 1, a análise do volume é um critério de 
rejeição da amostra, pois se o jato médio ou a amostra aleatória for abaixo 
de 5ml de volume, não há possibilidade de realização do exame.
Análise da coloração: a urina pode aparentar diversas tonalidades, 
e isso pode estar relacionado a diversos fatores, entre eles: atividade 
física, ingestão de alimentos, estados metabólicos, consumo de drogas 
ou medicamentos, ou pode ser resultado de alguma patologia. 
O urocromo é o pigmento que dá a coloração amarela à urina. Sua 
eliminação está relacionada a taxa metabólica de cada indivíduo. Em 
caso de jejum ou problemas na tireoide, sua eliminação pode aumentar. 
Uroeritrina e urobilina são outros pigmentos presentes na urina, só que 
em menores concentrações. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
21
Partindo das informações anteriores, podemos dizer que pessoas 
normais produzem urina da cor amarelo-clara se bem hidratadas, ou até 
amarela escura, na ausência de hidratação.
A hematúria, a hemoglobinúria e a mioglobinúria podem apresentar 
várias tonalidades diferentes de vermelho, dependendo da concentração 
dos compostos envolvidos. A cor vermelha na urina, por exemplo, podeser resultado da ingestão de alimentos como beterraba ou contaminação 
com sangue menstrual.
EXPLICANDO MELHOR:
Hematúria: presença de eritrócitos na urina; deve ser 
confirmada com mais duas amostras de urina diferentes. 
Hemoglobinúria: presença de hemoglobina em excesso. 
Mioglobinúria: pode ocorrer em graves lesões renais, em 
que há esmagamento (ou necrose) muscular e consequente 
liberação de mioglobina na corrente sanguínea.
As colorações azul, verde ou laranja podem ser resultados da 
ingestão de medicamentos. A cor verde-acastanhada pode estar associada 
a pigmentos biliares. A cor laranja aparece em urina com presença de 
urobilinogênio (produto final do trabalho das bactérias intestinais sobre a 
bilirrubina, uma parte do urobilinogênio é reabsorvida, levada à circulação 
e excretada pelo rim, onde é convertido em urocromo). Uma coloração 
esbranquiçada-leitosa está presente em doenças purulentas do trato 
urinário e uma urina incolor é característica de diabetes.
Análise do odor: a urina apresenta odor característico devido à 
presença de ureia. Quanto maior for sua concentração, mais forte será o 
odor. Antigamente, quando a análise da urina ainda estava no começo, 
o odor, ou até mesmo o sabor era usado para direcionar o tratamento. 
Atualmente, com o advento dos equipamentos de análise, a análise do 
odor passou a ser substituída por outros testes com maior significado 
clínico. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
22
Alguns alimentos e medicamentos podem alterar o odor da urina, 
assim como doenças genéticas (leucinose e fenilcetonúria) e amostras 
com presença de bactérias (odor fétido).
Análise do aspecto: no geral, a coloração da urina tem aspecto 
límpido e claro, porém pode ser turvo ou até leitoso (purulento). A amostra 
que apresenta turvação quando ainda não foi centrifugada pode ser 
indicativo da precipitação de sais em formas de cristais, e necessitam 
de uma investigação mais profunda. Outros fatores que podem causar 
turvação na amostra são: presença de muco, contaminação por fezes, 
leveduras, lipidúria, entre outros. Toda a turbidez deve ser confirmada pela 
análise microscópica após centrifugação. 
Análise da densidade: determina a diluição ou concentração 
de uma amostra, podendo indicar o estado de hidratação do paciente 
e auxiliar na avaliação da capacidade renal. Em adultos hidratados, a 
densidade apresentada é de 1,015 a 1,025. A densidade pode ser analisada 
através de diversos métodos, entre eles, o uso de algumas gotas de urina 
para medir o índice de refração da solução, que será proporcional ao 
conteúdo de sólidos dissolvidos na amostra.
Exame Sedimentar (Microscópico)
Após a amostra de urina concentrada ser centrifugada, são 
separados os elementos celulares dos não celulares para a análise em 
microscópio comum. Os valores de referências variam de acordo com 
o laboratório que realizar a análise. Muitos componentes microscópicos 
podem ser encontrados, citaremos apenas os mais comuns: 
Hemácias: em pequenos números, é comum encontrar hemácias 
na urina de indivíduos normais (2 a 5 hemácias por campo de grande 
aumento ou até 10.000/ml). Valores fora da referência podem indicar 
várias patologias do trato urinário.
EXEMPLO
Normalmente, a hemácia possui forma discoide bicôncavo 
e de aparência pálida, podendo variar em seu tamanho. Podem se 
apresentar com as margens em formato ondulado (hemácias crenadas), 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
23
em urinas hipertônicas. Devido à lise celular causada por amostras 
diluídas, as hemácias liberam a hemoglobina e assumem o formato 
de uma membrana celular vazia, conhecida como hemácia fantasma. 
Eventualmente, as hemácias podem ser confundidas com leveduras em 
processo de gemulação. Se o microscopista responsável pela análise não 
encontrar brotamentos e hifas de leveduras para a distinção, é indicado 
pingar duas gotas de ácido acético para que as hemácias sejam lisadas e 
a dúvida seja esclarecida.
Leucócitos: a análise do sedimento precisa ser realizada logo 
após a coleta, pois ocorre lise celular em 50% dos leucócitos presentes 
se a urina for mantida durante 2 ou 3 horas em temperatura ambiente. O 
neutrófilo é o mais encontrado no sedimento. 
DEFINIÇÃO:
Piúria é o nome que se dá ao aumento do número de 
leucócitos acima do valor de referência encontrado na 
urina.
Células epiteliais: a maioria das células epiteliais não possuem 
resultado clínico significante, pois resultam de descamação do 
revestimento epitelial, porém algumas podem demonstrar a presença de 
lesão epitelial ou doença renal. Podem ser de três tipos: as escamosas 
(comuns na urina, principalmente em mulheres e gestantes), tubulares 
do epitélio renal (em grande quantidade podem indicar lesão tubular) e 
uroteliais (de transição). Qualquer tipo de célula epitelial encontrada em 
valores superiores à referência requer investigação por outro método para 
que haja um diagnóstico específico.
Ácido úrico: são cristais que se formam em pH abaixo de 5,0 e 
podem ser vistos em uma grande diversidade de formas. Altos níveis de 
ácido úrico na urina estão relacionados à nefropatia da gota, podendo 
sugerir a presença de pequenos cálculos renais no ureter. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
24
SAIBA MAIS:
Na urina de crianças, durante a fase de crescimento 
acelerado, ocorre o metabolismo intenso de 
nucleoproteínas, podendo resultar no aparecimento de 
cristais de ácido úrico na urina. Muitos outros tipos de 
sedimento podem ser encontrados, como cilindros, cristais, 
uratos e fosfatos amorfos, entre outros.
RESUMINDO:
Agora vamos fazer um resumo dos pontos principais deste 
capítulo para não esquecermos. A urina pode ser analisada 
a partir de métodos químicos, físicos e sedimentares 
(microscópicos). O exame químico é feito a partir da 
mudança de cor de uma urofita; a análise pode ser visual 
(comparação com a escala de cores), qualitativa ou semi-
quantitativa (princípio da fotometria de reflexão). A urofita 
mede os seguintes parâmetros: pH, sangue, bilirrubina, 
urobilinogênio, presença de glicose, de proteínas e corpos 
cetônicos. 
O exame físico é feito sem o auxílio de microscópio e possibilita a 
observação da coloração, do odor, do aspecto e da densidade. Após a 
centrifugação da amostra de urina, é possível separar a parte líquida dos 
elementos sólidos para a análise em microscópio. Microscopicamente, 
vários componentes podem ser analisados, como hemácias, leucócitos, 
células epiteliais, ácido úrico, além de cristais, cilindros, entre outros.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
25
Avaliação Laboratorial e Aplicação 
Clínica de Compostos Nitrogenados não 
Proteicos
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você saberá reconhecer os 
compostos nitrogenados não proteicos e sua importância 
na clínica médica. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!.
Compostos Nitrogenados não Proteicos
São compostos nitrogenados não proteicos todos aqueles 
compostos séricos, com exceção das proteínas. Existem mais de 15 
compostos nitrogenados não proteicos no plasma, sendo que os 
principais são: aminoácidos, amônia, ureia, creatinina e ácido úrico. 
Eles são resultados do catabolismo de proteínas endógenas (tecidos), 
exógenas (dieta) e ácidos nucléicos. A dosagem destes compostos faz 
parte do estudo do “status” renal do paciente.
Ureia
Os aminoácidos provenientes do catabolismo proteico são 
desaminados com a produção de amônia, que por ser extremamente 
tóxica, é convertida em ureia no fígado. (NH2-CO-NH2). Após sua síntese 
no fígado, a ureia é transportada até os rins através do plasma, onde é 
filtrada pelos glomérulos e reabsorvida pelos túbulos (40 a 70% da ureia 
total). A ação da flora bacteriana normal é responsável por metabolizar 
¼ da ureia, formando amônia e CO2; a amônia formada é reabsorvida e 
levada ao fígado onde é reconvertida em ureia. 
A função renal, o estado de hidratação, a quantidadede proteína 
ingerida na dieta, a presença de sangramento intestinal e o teor de 
catabolismo proteico afetam diretamente o nível da ureia plasmática. 
Embora seja limitado usar a ureia como indicador da função renal pela 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
26
variedade de resultados provenientes de fatores não renais, medir o 
nível da ureia ajuda na predição e na distinção entre inúmeras causas de 
insuficiência renal. A ureia constitui em torno de 45% do nitrogênio não 
proteico no sangue.
A seguir listaremos algumas enfermidades renais medidas através 
da análise da ureia. 
Hiperuremia: o aumento dos teores de ureia plasmática pode ser 
causado por diferentes tipos de lesões renais, como glomerular, tubular, 
intersticial ou vascular, sendo limitado como indicativo de enfermidade 
renal por conta da variedade nos resultados produzidos por fatores não 
renais. Alguns sintomas são: acidemia, náusea, vômito, podendo evoluir 
para estado de torpor e coma. Podem ser de três tipos: 
 • Uremia pré-renal: detecta-se pelo aumento da ureia plasmática 
sem a concomitante elevação da creatinina no sangue. É resultado 
da perfusão inadequada dos rins, isto é, a função renal permanece 
normal, mas a filtração glomerular está diminuída, causada por 
insuficiência cardíaca grave, diminuição do fluxo sanguíneo renal 
(ex: hemorragia e desidratação), choque, alteração no metabolismo 
de proteínas (dieta rica em proteína, febre, último trimestre da 
gravidez), terapia com corticoides ou tetraciclina, entre outros.
 • Uremia renal: a ureia fica retida pela diminuição da filtração 
glomerular em consequência de doença renal aguda ou crônica, 
como glomerulonefrites, necrose tubular aguda, lesão arteriolar 
provocada por hipertensão, desidratação e edema.
 • Uremia pós-renal: a ureia é reabsorvida pela circulação como 
consequência da obstrução do trato urinário. É encontrada em 
obstrução ureteral e obstrução na saída da bexiga.
Hipouremia: baixos níveis de ureia são muitas vezes encontrados 
em hepatopatias graves, pois a formação de amônia no sangue é 
consequência de fígado lesado, que não tem capacidade de sintetizar 
a ureia a partir do amônio (produto do metabolismo proteico), causando 
encefalopatia hepática. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
27
Creatinina
A creatina é uma substância sintetizada pelo fígado, rim e pâncreas, 
e é transportada para o cérebro e músculos (atua como reservatório 
energético). Em condições fisiológicas, a creatina muscular perde água 
para formar creatinina. Na sua forma livre, a creatinina não é reutilizada 
pelo metabolismo, funcionando somente como produto de resíduos de 
creatina. No plasma, quando está em grandes concentrações, a creatinina 
é excretada pelos túbulos renais.
A creatinina é produzida como resultado da desidratação não 
enzimática da creatina muscular. A quantidade de creatinina excretada 
é proporcional à massa muscular do indivíduo e sua velocidade de 
excreção é relativamente constante, pois sua produção não depende 
do metabolismo proteico ou de fatores externos, sendo então, um 
interessante método de avaliação da função renal. 
O estudo da velocidade da filtração glomerular pode ser medida 
pelos teores de creatinina sérica e pela concentração de ureia plasmática, 
porém os teores de creatinina sérica são mais sensíveis para a avaliação.
 .A seguir listaremos algumas enfermidades renais medidas através 
da análise da creatinina.
Hipercreatinemia: o aumento plasmático da creatinina é 
consequência da redução da velocidade de excreção da filtração 
glomerular (haverá menor excreção da creatinina pela urina e, com isso, 
maior concentração da creatinina plasmática). 
Os níveis séricos são proporcionais à gravidade da enfermidade 
renal, sendo que muitas vezes, até que 50-70% da função renal esteja 
comprometida, os valores não ultrapassam os limites de referência. 
Suas causas podem ser:
 • Pré-renal: aumentos comuns em necrose muscular esquelética, 
atrofia, traumas, distrofias musculares, poliomelite, fome e ainda 
em insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus, uso 
excessivo de diuréticos, entre outros.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
28
 • Renal: aumentos encontrados em lesão de glomérulo, túbulos, 
vasos sanguíneos ou tecido intersticial renal.
 • Pós-renal: aumentos encontrados em doenças congênitas que 
bloqueiam ou comprimem os ureteres, cálculos e hipertofia 
prostática.
Ácido Úrico
O ácido úrico é formado principalmente no fígado a partir da 
xantina pela ação da enzima xantina oxidase, sendo o principal produto 
do catabolismo das bases púricas (adenina e guanina). 
Alguns fatores são responsáveis pela variação do ácido úrico 
plasmático, como sexo (referência maior em homens), obesidade (maior 
em indivíduos obesos), classe social (quanto mais abastado, maior 
tendência à hiperuricemia) e dieta (aumento do ácido úrico em consumo 
elevado de proteínas e ácidos nucléicos) 
Veja algumas enfermidades renais medidas através da análise do 
ácido úrico: 
Hiperurecemia: 
 • Gota: caracterizada por deposição de cristais de uratos insolúveis 
nas juntas das extremidades, podendo causar várias deformidades. 
Pode ser primária (genética) ou secundária (adquirida). Pacientes 
com gota primária podem vir a desenvolver cálculos renais 
compostos de ácido úrico.
 • Defeitos na eliminação de uratos: podem ser causados por 
insuficiência renal crônica, salicilatos (drogas que afetam as vias 
de transporte), redução da secreção tubular distal, doenças 
metabólicas inerentes, doença cardíaca isquêmica e hipertensão.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
29
Avaliação Laboratorial de Nitrogenados 
não Proteicos
Avaliação da Ureia
Para a determinação do nível de ureia, o paciente não precisa de 
nenhum cuidado especial. A amostra para análise são soro e plasma 
heparinizado (não usar heparina amoniacal), sem hemólise. Se bem 
refrigeradas, as amostras ficam estáveis em torno de uma semana.
IMPORTANTE:
Resultado falso-positivo: acetona, ácido ascórbico, 
anfotericina B, antiácidos alcalinos, arginina, captopril, 
cloranfenicol, esteroides anabólicos, entre outros. 
Resultado falso-negativo: abuso do álcool, acromegalia, amiloidose, 
cirrose, desnutrição hepática, dieta (proteína in adequada), entre outros. 
A ureia pode ser medida através de métodos indiretos e diretos. No 
método direto, a ureia reage com compostos formando cromogênios. No 
método indireto, quantifica-se a formação da amônia que é consequência 
da hidrólise da ureia pela urease.
Métodos de análise: 
Urease – um dos primeiros métodos empregados, na qual a amônia 
formada é determinada colorimetricamente pelo reagente de Nessler ou 
pela reação de Berthelot.
Urease/glutamato desidrogenase (GLDH) – medida 
espectrofotométrica em que duas reações ocorrem de modo acoplado: 
o NADH é oxidado à NAD+ pela enzima α-cetoglutarato e a amônia é 
obtida através da reação com uréase. É um método muito utilizado 
em equipamentos automáticos, pois interferências causadas por 
desidrogenases e amônia na amostra são eliminadas pelo método 
cinético de análise. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
30
Corante indicador – uso de corante indicador de pH que produz cor 
e mede a amônia obtida pela reação com a uréase. É usado na tecnologia 
de química seca (DT Vitros).
Conductimetria – a reação ureia-urease causa alteração na 
condutividade, que é utilizada como método de quantificação de ureia. 
Há ainda outros métodos empregados, como a condensação de 
diacetilmonoxima com ureia, formando o cromogênio diazina amarelo 
(fotossensível); a reação da urease controlada por eletrodo íon sensível 
eletrodo e a reação da o-ftaldeído com aminas primárias com a ureia.
Quadro 1 – Valores de referência para a ureia (mg/dl)
Adultos 15 a 39
Fonte: Adaptado de Motta (2003).
Avaliação da Creatinina
A avaliação da creatinina requer que o paciente evite exercícios 
intensos durante 8horas e ingestão de carne vermelha em excesso 24 
horas antes do teste. As amostras de sangue para análise são soro e 
plasma sanguíneo sem hemólise, lipemia ou ictérico. Para o exame de 
urina, colhe-se a urina de 24 horas sem conservantes. As amostras, se 
estiverem refrigeradas, têm estabilidade de uma semana.
IMPORTANTE:
Resultados falsamente elevados podem ser vistos pelo 
uso de ácido ascórbico, anfotericina B, barbitúricos, entre 
outros. 
Métodos de análise:
Jaffé – método colorimétrico que determina a presen-
ça de creatinina no sangue ou na urina. A partir deste método, 
outros mais eficientes foram desenvolvidos. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
31
Jaffé/terra de fuller – usado para melhorar a especifici-
dade. Usa-se o reagente de Lloyd (silicato de alumínio, terra 
de fuller lavada) e mede-se a velocidade da reação. 
IMPORTANTE:
Jaffé/terra de fuller é o método referência para a análise 
de creatinina. 
Jaffé/cinético – mede-se a velocidade da reação entre a creatina e o ácido pícrico 
diretamente no soro, eliminando algumas interferências positivas da glicose e ascorbato.
Cromatografia de alta performance – a creatina é separada por troca iônica e quantificada.
Quadro 2 – Valores de referência para creatina 
Homens 0,6 a 1,2mg/dL
Mulheres 0,6 a 1,1mg/dL
Urina (homens) 14 a 26mg/kg/d
Urina (mulheres) 11 a 20mg/kg/d
Fonte: Adaptado de Motta (2003).
Avaliação do Ácido Úrico 
Para ser avaliado, o paciente não necessita de nenhum cuidado 
especial. As amostras para análise são plasma (sem EDTA ou fluoreto), 
soro e urina, separando-se o plasma do soro o mais rápido possível. Sob 
refrigeração, a amostra fica estável entre 3 e 5 dias; se colocada a -20º C, 
a amostra fica estável por 6 meses.
Métodos de análise:
Ácido fosfotúgstico – método colorimétrico, no qual o ácido úrico 
em solução alcalina reduz o ácido fosfotúgstico a azul de tugnistênio. 
Pode aparecer turvação no desenvolvimento da cor.
Uricase – pode ser utilizado através da quantificação por diferença 
de absorção antes e depois da uricase, pela colorimetria do peróxido 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
32
de hidrogênio produzido e pela média polarográfica da quantidade de 
oxigênio consumido na reação. 
Cromatografia líquida de alta performance – métodos de 
referência que não são realizados rotineiramente. 
Quadro 3 – Valores de referência para o ácido úrico
HOMENS MULHERES
Soro sanguíneo 3,5 a 7,2mg/dL 2,6 a 6,0mg/dL
Urina de 24h 250 a 750mg/d 250 a 750mg/d
Fonte: Adaptado de Motta (2003).
SAIBA MAIS:
Normalmente, durante um dia inteiro, produzimos entre 
600ml e 2L de urina, dependendo da quantidade de água 
que os rins excretam em relação à água que ingerimos. 
Porém, esses valores podem variar dependendo da 
ingestão de líquidos, da perda dos fluidos por outra via que 
não seja a renal, variações na secreção do ADH, eliminação 
de glicose na urina etc. A redução do volume urinário é 
denominada oligúria, e pode ocorrer em casos de choque 
e nefrite aguda, desidratação corporal, por vômito, diarreia, 
suor e queimaduras graves. A oligúria pode levar à anúria, 
que é a completa supressão da formação e do fluxo de 
urina, que pode ser resultante de danos graves aos rins ou 
de diminuição do fluxo de sangue para os rins, podendo ser 
menor do que 100 por dia. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo, 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. 
Os compostos nitrogenados não proteicos estão presentes no soro, 
com exceção das proteínas. Dentre os mais de 15 compostos, podemos 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
33
citar os mais importantes como aminoácidos, amônia, ureia, creatinina e 
ácido úrico, e dizer que suas concentrações mostram a situação renal do 
paciente.
A ureia está diretamente relacionada com a função renal, a 
quantidade de proteínas ingeridas na dieta, entre outros, e sua medida 
ajuda no diagnóstico de várias causas de insuficiência renal. 
A creatinina, na sua forma livre, funciona como produto de resíduos 
de creatina. Estando relacionada com a massa muscular do indivíduo, 
sua produção é relativamente constante e é um interessante método de 
avaliação da função renal. 
O ácido úrico é o principal produto do catabolismo de bases 
púricas, e sua concentração avalia algumas disfunções renais, como gota 
e excreção de uratos, além de muitos outros compostos que existem em 
menor concentração e são usados para auxiliar no diagnóstico de diversas 
doenças.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
34
Controle de Qualidade em Análises 
Clínicas
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, saberá identificar a importância do 
controle de qualidade na urinálise. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
A qualidade está relacionada ao valor de alguma coisa, à sua 
conformidade com as devidas especificações e às expectativas de 
alguém. Pode ser definida como o excedente de expectativas que um 
consumidor tem quando faz uso de um produto ou serviço. A qualidade 
passou a ocupar um papel estratégico e não somente de cumprimento 
de legislação.
No serviço de saúde, os laboratórios de análises clínicas passaram 
a desenvolver e adotar programas de qualidade cada vez mais rigorosos 
em vista da pressão que vem sendo exercida tanto por parte do governo 
quanto por parte dos consumidores. O rigoroso controle na área de saúde 
ainda tem em vista que uma falha pode significar danos irreversíveis ou a 
perda de uma vida humana. 
Em 1990, Donabedian estabeleceu alguns atributos conhecidos 
como os “sete pilares da qualidade” que definem a qualidade no cuidado 
em saúde, sendo eles: aceitabilidade, efetividade, eficácia, eficiência, 
equidade, legitimidade e otimização. 
Quando focamos no termo “exame”, que é um produto oferecido 
pelos laboratórios de análise, a qualidade passa a ser mais padronizada e 
objetiva, sendo monitorada e controlada por requisitos de uma legislação 
exigente, e valendo-se de dois termos complementares: garantia e 
controle de qualidade. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
35
DEFINIÇÃO:
Garantia de qualidade: é o conjunto de atividades 
planejadas e sistemáticas que promovem a confiança 
de que o estabelecimento atenderá os requisitos para a 
qualidade. 
Controle de qualidade: são técnicas e atividades 
operacionais que têm por objetivo monitorar um processo 
de forma a eliminar causas de desempenho insatisfatório 
durante todas as etapas do ciclo de qualidade.
Precisamos ter em mente que a qualidade de um exame oferecido 
se inicia com a padronização de todos os processos envolvidos, desde 
o momento em que o médico solicita um exame, passando pela coleta 
do material biológico até a liberação do laudo. O estabelecimento de 
processos-padrão assegura o monitoramento e a análise de situações 
que venham a ser adversas àquelas normalizadas, de modo a sanar 
possíveis fontes de erros, prevenindo e corrigindo possíveis situações que 
estejam fora das exigências.
A divisão em três fases torna o entendimento do mecanismo de 
controle mais prático, sendo elas: fase pré-analítica, fase analítica e fase 
pós-analítica.
Fase Pré-Analítica
Esta fase compreende tudo que precede ao ensaio laboratorial, 
seja dentro ou fora do laboratório. Inicia-se com o médico prescrevendo 
o exame, passando pela preparação do paciente, a coleta, a manipulação 
e termina com o armazenamento da amostra que ocorre antes da 
determinação analítica. 
Por ter etapas que ocorrem fora do ambiente laboratorial, é 
considerada a mais difícil de ser monitorada e de ter ações corretivas 
aplicadas em caso de não conformidade. As estatísticas mostram que 68 
a 93% dos erros laboratoriais acontecem durante esta fase, simplesmente 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
36
pela dificuldade de padronização, por isso existe uma grande necessidade 
de implementar métodos mais rigorosos paradetecção, classificação e 
redução dos erros.
A seguir listaremos de forma mais detalhada alguns fatores que são 
apontados como fonte de erros ou geradores de variações na fase pré-
analítica.
Escolha incorreta do teste de laboratório: o contato laboratório-
médico precisa ser de parceria e confiança para que o laboratório possa 
oferecer ao médico o desfecho clínico que ele busca. Uma maneira que 
tem sido buscada, de modo a orientar as prescrições médicas, é integrar 
médicos patologistas no corpo profissional dos laboratórios.
Ilegibilidade: devido à leitura errada do nome do exame solicitado, 
do paciente ou do médico solicitante, o laboratório pode emitir um exame 
equivocado e que seja irrelevante para o diagnóstico do paciente. O 
advento da informática vem reduzindo esse tipo de erro, porém não na 
sua totalidade. 
Preparação do paciente: considerado um fator crítico, a preparação 
do paciente depende das informações passadas ao paciente pela equipe 
profissional do laboratório de maneira clara e objetiva, enfatizando a 
importância de uma preparação correta para a obtenção de resultados 
fidedignos. E, por conseguinte, depende que o paciente compreenda 
e execute corretamente as orientações profissionais. Dentre algumas 
informações essenciais estão o tempo necessário de jejum, a restrição 
à exercícios físicos e consumo de bebidas alcoólicas antes da coleta, a 
interferência de drogas terapêuticas (que podem ter sua interferência in 
vitro, in vivo, ou em ambos os mecanismos).
Interferências em ambos os mecanismos (in vivo e in vitro): uso de 
alguns medicamentos como as cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações, com 
excreção via renal, e a cefoperazona, com excreção renal e hepática, que 
causam interferências in vivo (causando disfunção renal, aumentado a 
concentração de creatinina sérica) e in vitro (interferindo no método de 
Jaffé de diagnóstico).
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
37
EXPLICANDO MELHOR:
In vivo: estão relacionados aos efeitos biológicos destas 
drogas, tanto na sua ação principal quanto aos seus efeitos 
colaterais. 
In vitro: a interferência da droga ou de seus metabólitos é 
sentido no processo analítico de maneiras variadas. Uma 
maneira de evitar e investigar possíveis interferências é 
com a realização de diferentes métodos de análise. Por 
exemplo: o uso de vitamina C interfere na análise de glicose, 
hemoglobina e nitrito na amostra de urina, podendo 
ainda ocultar a presença de sangue nas fezes e interferir 
em dosagens de creatinina sérica. Muitas fórmulas de 
emagrecimento (usadas sem prescrição médica) podem 
conter hormônios tireoidianos e diuréticos, e por serem 
consideradas “naturais”, os pacientes não informam seu uso.
Horário ou momento da coleta: alguns analitos sofrem alterações 
em função do tempo, ou seja, o momento da coleta pode interferir no 
resultado. 
EXEMPLO
A concentração da aldosterona pode se elevar em até 100% na 
fase pré-ovultatória quando comparada à fase folicular ou, ainda, coletas 
realizadas na parte da tarde para análise de ferro e cortisol no soro podem 
mostrar resultados 50% mais baixos do que as coletas realizadas durante 
a manhã.
Identificação dos materiais: não pode haver erro na identificação 
do paciente, do material, da data e da hora da coleta.
Coleta da amostra: pode ocorrer perda do material biológico se a 
obtenção, o preparo ou o transporte for realizado de forma errada. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
38
NOTA:
É frequente o encontro de microcoágulos em amostras de 
sangue que terão sua coagulação analisada, o que pode 
ser resultado de uma homogeneização incorreta ou uso 
equivocado da quantidade de anticoagulante.
Fase Analítica
Esta fase tem início com a validação do sistema e termina com a 
geração de um resultado pela determinação analítica. A validação do 
sistema se dá através do controle de qualidade na amplitude normal 
e patológica, abrangendo diferentes e impactantes concentrações no 
monitoramento da linearidade e sensibilidade.
A fase analítica se dá de maneira contínua à fase pré-analítica, no 
qual se iniciou um atendimento específico e padronizado de qualidade, 
e esta continuidade é vista quando se fala em automação de processos, 
e o desenvolvimento de novas tecnologias e metodologias envolvendo 
reagentes, como por exemplo:
 • Maior reprodutibilidade dos dados, evidenciada pela redução nos 
coeficientes de variação analítica.
 • Uso de tubos primários nos equipamentos e diminuição de 
etapas de pipetagem, de modo a dar maior segurança quanto à 
manipulação de fluidos biológicos. 
 • Aumento da capacidade de produção de exames/hora.
 • Maior agilidade na liberação de resultados com impacto no tempo 
de atendimento total (TAT) entre o momento da solicitação do 
exame e o horário de sua liberação.
 • Diminuição do volume necessário para efetivação das 
determinações analíticas tanto de material biológico (menor 
quantidade de fluido biológico) quanto de reagente (economia).
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
39
Mas uma coisa precisa ficar clara: é preciso pensar em um conjunto 
que englobe os melhores equipamentos e um programa de suporte 
adequado na área de tecnologia da informação. A automação de um 
laboratório de maneira isolada não garante ter qualidade, mas a existência 
desse conjunto torna os processos mais eficientes e eficazes. 
Com ou sem equipamentos, é essencial que se façam estudos para 
identificar a tecnologia que mais se adequa aos requisitos de qualidade 
estabelecidos pelo laboratório e às necessidades metodológicas. 
Os controles internos e externos são ferramentas indispensáveis na 
detecção preventiva de erros e suas causas, de maneira que não gere 
consequências para o consumidor. E apesar de todos os cuidados, os 
erros nesta fase podem chegar a 16%.
Fase Pós-Analítica
São os procedimentos feitos após a realização do exame. Esta fase 
inclui cálculo e análise de resultados, armazenamento da amostra do 
paciente, transmissão e arquivamento de resultados.
A fase pós-analítica foi beneficiada pelo aprimoramento da 
tecnologia da informação por ter minimizado ou eliminado várias fontes 
de erros, tendo o aumento da sua qualidade nitidamente percebida. 
PASSO A PASSO
O que fazer para minimizar ou eliminar potenciais erros: 
 • Atualizar as “máscaras” dos laudos de diagnósticos sempre que 
houver mudança de metodologia, equipamento ou valores de 
referência.
 • Testar o sistema de liberação técnica e interfaceamento, de 
maneira a identificar e rastrear possíveis falhas.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
40
Controle Interno de Qualidade (CIQ)
São procedimentos conduzidos de maneira associada ao exame 
do paciente, de modo a avaliar os limites de tolerância predefinidos do 
sistema analítico.
O CIQ está diretamente relacionado à precisão dos exames e 
tem como principais funções: controlar o desempenho de materiais, 
equipamentos e métodos analíticos, registrando as ações executadas; 
identificar a estabilidade do processo e suas mudanças; criar sinais de 
alerta de modo a prevenir que resultados errados sejam liberados, 
indicando a necessidade de ações corretivas. 
Controle Externo de Qualidade (CEQ)
Também chamado de avaliação externa de qualidade, fundamenta-
se na comparação dos sistemas analíticos utilizados e na avaliação dos 
resultados dos exames de maneira interlaboratorial.
Os laboratórios que são provedores de ensaios de proficiência, 
periodicamente distribuem alíquotas de um mesmo material para os 
demais participantes. Os resultados, a metodologia e os equipamentos 
têm seus resultados agrupados, e sua média é calculada para cada 
parâmetro.
Com a participação neste programa, o laboratório participante 
poderá garantir resultados o mais próximo possível dentro de uma 
variabilidade analítica permitida. Todos os que obtiverem desempenho 
adequado, integrarão a listagem do certificado de proficiência.
SAIBA MAIS:
Para saber mais, leia o artigoEnsaio de proficiência 
demonstra que o diagnóstico de diabetes mellitus pode ser 
influenciado por diferentes metodologias. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
https://controllab.com/pdf/banner_aacc_port.pdf
41
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Vamos relembrar 
alguns conceitos importantes. A avaliação de qualidade é 
um processo de garantia da qualidade da assistência ao 
paciente e é regulamentada para todos os ensaios. Um 
diagnóstico fidedigno requer padronização das etapas 
envolvidas na realização dos exames desde o momento 
em que o médico solicita um exame, passando pela coleta 
do material biológico até a liberação do laudo.
 O programa de controle de qualidade inclui três fases: pré-analítica, 
analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica refere-se à orientação feita 
ao paciente sobre os métodos de coleta, o tempo de chegada até o 
laboratório e a conservação da amostra até a entrega. A fase analítica 
engloba todas as condutas e boas práticas laboratoriais, como o uso de 
reagentes dentro do prazo de validade e equipamentos calibrados, por 
exemplo. A fase pós-analítica precisa padronizar os resultados liberados, 
o armazenamento destes e o descarte de materiais dentro dos padrões 
de segurança. E ainda, é cobrada a realização de testes de proficiência 
que garantam a padronização dos testes, dando ao serviço a certificação 
de qualidade e excelência no serviço.
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
42
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, F. B. et al. Uroanálise e fluidos corporais. São Paulo: 
Técnica do Brasil, 2015.
MOTTA, V. T. Bioquímica Clínica: princípios e interpretações. 4. ed. 
Porto Alegre: Médica Missau, 2003.
SHAH, A. P. Avaliação do paciente renal. Manual MSD, 2019.
XAVIER R. M. et al. Laboratório na prática clínica. 2. ed. Porto 
Alegre: Atmed, 2011. 
Uroanálise e Líquidos Corpóreos
	Introdução à Urinálise
	História da Urinálise
	Tipos de Amostra
	Métodos de Coleta
	Entrega da Urina ao Laboratório
	Separação do Sedimento Urinário
	Exames Químico, Físico e Sedimentar da Urina
	Métodos de Análise
	Exame Químico
	Exame Físico (Macroscópico)
	Exame Sedimentar (Microscópico)
	Avaliação Laboratorial e Aplicação Clínica de Compostos Nitrogenados não Proteicos
	Compostos Nitrogenados não Proteicos
	Ureia
	Creatinina
	Ácido Úrico
	Avaliação Laboratorial de Nitrogenados não Proteicos
	Avaliação da Ureia
	Avaliação da Creatinina
	Avaliação do Ácido Úrico 
	Controle de Qualidade em Análises Clínicas
	Fase Pré-Analítica
	Fase Analítica
	Fase Pós-Analítica
	Controle Interno de Qualidade (CIQ)
	Controle Externo de Qualidade (CEQ)

Continue navegando