Buscar

parasitologia-clinica-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fundamentos da Parasitologia 
Parasitologia 
Clínica
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
EDINÉIA BONIN
AUTORIA
Edinéia Bonin
Olá! Sou analista de Alimentos, mestre em Ciência de Alimentos 
e doutoranda em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de 
Maringá (UEM), com experiência técnico-profissional de mais de cinco 
anos na área de Microbiologia. Passei por empresas multinacionais nas 
quais desenvolvi experiência em análise de laboratório físico-química 
e microbiológica. Sou apaixonada pela leitura e pelo que faço, e adoro 
transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso, fui convidada pela Editora TeleSapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Compreendendo a Parasitologia ......................................................... 10
Histórico da Parasitologia ....................................................................................................... 10
Introdução à Parasitologia ..................................................................... 21
Tipos de Relação entre os Seres Vivos e o Ambiente .........................................23
Conceito Básico da Parasitologia .....................................................................26
Parasita ................................................................................................................................28
Adaptações são Sinais do Parasitismo ............................................. 33
Morfológicas .......................................................................................................................................33
Biológicas...........................................................................................................................34
Tipos de Associações entre os Seres Vivos ............................................ 36
Competição .........................................................................................................................................37
Competição por um Nicho Ecológico ..........................................................37
Canibalismo ......................................................................................................................37
Predatismo .......................................................................................................................................... 38
Associação entre Organismos ........................................................................... 38
Comensalismo .............................................................................................................. 38
Forésia .................................................................................................................................................... 39
Parasitismo ....................................................................................................................... 40
Mutualismo .......................................................................................................................42
Simbiose ................................................................................................................................................42
Ciclo Biológico dos Parasitos .................................................................45
Ciclo Biológico Monoxeno ........................................................................................................45
Ciclo Biológico Heteroxeno ..................................................................................47
Vetores ................................................................................................................................................... 48
Classificação dos Parasitas .................................................................................. 49
7
UNIDADE
01
Parasitologia Clínica
8
INTRODUÇÃO
Estímulo vem da vontade de aprender coisas novas, de buscar um 
material que auxilie e ajude a compreender com mais facilidade os desafios 
do estudo. E o estudo da Parasitologia é bastante instigante. A Parasitologia 
busca entender os parasitas, as doenças parasitárias humanas e como os 
sintomas são gerados e controlados; entender a interação do parasita com 
o hospedeiro, mantendo o ciclo de vida do parasita sem ocasionar a morte 
do hospedeiro; intervir para dissolver a cadeia de transmissão; e devolver 
a qualidade de vida do hospedeiro. A função de um pesquisador em 
Parasitologia é a aplicação de estratégias cada vez mais fundamentadas, 
com o uso de tecnologias com base na ciência, com técnicas inovadoras 
e modernas. O estudo da Biologia Molecular e da Engenharia Genética 
voltado para os parasitas abriu uma ampla linha de pesquisa e com 
isso o desenvolvimento de novos métodos de diagnósticos, estratégias 
terapêuticas e vacinas. Ao professor de Parasitologia, compete apresentar 
os parasitas aos estudantes incentivando-os a descobrir e entender o 
ciclo biológico, agente etiológico (agente causador ou responsável pela 
doença) e cadeia de transmissão, para orientar populações carentes, 
que, pelas condições de hiegiene, falta de saneamento básico, pouca 
escolaridade e tipo de habitação, são as mais afetadas pelos parasitas. 
Aos futuros profissionais e estudantes das áreas da Saúde e Biologia, e 
amantes da leitura, apaixonados pelo conhecimento, sejam bem-vindos 
a conhecer e entender a Parasitologia, sejam multiplicadores de boas 
ações do conhecimento.
Parasitologia Clínica
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 – Fundamentos da 
Parasitologia. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das 
seguintes competências profissionais até o término desta etapa de 
estudos:
1. Explicar a evolução da Parasitologia. 
2. Aplicar as estratégias envolvidas nos ciclos biológicos dos 
parasitos. 
3. Analisar os efeitos do parasitismo entre os hospedeiros. 
4. Executar os procedimentos e as técnicas em prol da população 
mais carente, a fim solucionar os problemas das parasitoses. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Parasitologia Clínica
10
Compreendendo a Parasitologia 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o 
avanço dos estudos da Parasitologia que aconteceram ao 
longo dos séculos, a cadeia interligada para sobrevivência 
das espécies, bem como identificar a evolução das 
epidemias parasitárias, a relação parasita/hospedeiro e seus 
diferentes comportamentos para sobrevivência, prevenção 
e desenvolvimento de tratamentos e doenças causadas 
pelos parasitas em seres humanose animais. No Brasil, 
a incidência de infecções acometidas por parasitas ainda 
é um problema de saúde pública, e o futuro profissional 
parasitologista precisa estar bem fundamentado com o 
conhecimento das formas de infestação no ciclo de vida 
e reprodução e quanto aos fatores que influenciam a 
disseminação dos parasitas. Por serem parasitas das mais 
diferentes espécies que infectam homem e animais, isso 
faz com que o profissional precise de uma boa capacitação 
para o diagnóstico. Seja curioso e busque cada vez mais 
melhorar seu conhecimento, vamos aprender sobre o 
estudo da Parasitologia. 
Bem-vindo a esta viagem, desvendando o mundo dos 
parasitas..
Histórico da Parasitologia 
Entre as doenças consideradas da pobreza, vamos aprender um 
pouco mais sobre as parasitárias, ou parasitoses. Inicialmente como um 
ramo da história natural, aqui temos um breve relato sobre alguns agentes 
de transmissão de doenças parasitárias que marcaram séculos e ainda 
são considerados problemas de saúde pública no Brasil. 
Parasitologia Clínica
11
VOCÊ SABIA?
A Parasitologia foi considerada inicialmente como uma lata 
de “vermes” e surgiu por volta do século XIX juntamente a 
várias outras áreas da medicina. Essa ciência foi indicada 
como um ramo natural da história, mas, posteriormente, foi 
construída com a descoberta e descrição de vários agentes 
etiológicos. Agentes etiológicos? São aqueles organismos 
causadores de doenças, que precisam de um vetor para 
proliferar a doença ou completar o seu ciclo de parasitismo.
Os fundamentos da ciência denominada Parasitologia foram 
estabelecidos, e os parasitas se tornaram então os responsáveis por 
importantes doenças do homem e dos seus animais domésticos. Porém, 
a história nos mostra que os eventos aconteceram ao longo dos séculos 
XIX e XX em laboratórios das universidades, em precárias condições, na 
maioria das vezes. 
Na África, em 1908, Charles Nicolle e Luis Hubert Manceaux 
pesquisaram a Leshmania em tecido do fígado de um roedor silvestre 
denominado Ctenodactylus gondii, que foi batizado de protozoário, 
posteriormente foi proposta a nomenclatura do Toxoplasma gondii, com 
base na morfologia de um microrganismo. No ano de 1923, foi detectado 
o primeiro caso da toxoplasmose em humano por meio de um ferimento 
da retina ocular de uma criança. Alguns anos depois (1930), constatada 
a transmissão congênita humana por Wolf e Cohen. E, por comparações 
biológicas e imunológicas, estudiosos identificaram vários parasitas 
idênticos ao Toxoplasma gondii, dificultando os exames parasitológicos. 
Na década de 1940, foi relatado nos Estados Unidos o primeiro caso em 
felino, constatando-se posteriormente que o felino era o hospedeiro 
definitivo. 
Parasitologia Clínica
12
No histórico da Parasitologia no Brasil, podemos citar renomados 
médicos parasitologistas brasileiros, como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. 
Oswaldo Cruz criou a escola de medicina voltada para a saúde pública 
em 1902, já Carlos Chagas pesquisador reconhecido internacionalmente 
do Instituto Oswaldo Cruz, descobriu o parasita Trypanosoma cruzi, inseto 
conhecido como barbeiro, vetor que transmitia a doença de Chagas.
Figura 1 – Pesquisa com parasita Trypanosoma cruzi, inseto conhecido como barbeiro pelo 
Instituto Oswaldo Cruz
 
Fonte: Wikimedia Common.
VOCÊ SABIA?
O Instituto Oswaldo Cruz, referência em pesquisa no Brasil 
e no mundo, foi fundado em 1917, por Oswaldo Cruz. Com 
a morte de Oswldo Cruz, Carlos Chagas assumiu a diretoria 
dando continuidade às pesquisas. Contando um pouquinho 
a trajetória destes pesquisadores, Oswaldo Cruz, médico 
sanitarista, nasceu em 1872 em São Luís do Paraitinga/
SP, e ficou à frente da diretoria geral de saúde pública do 
Brasil, nos anos de 1903 a 1909. No século XX, conduziu 
campanhas sanitárias contra doenças como peste bubônica, 
febre amarela e varíola. Oswaldo Cruz foi orientador de 
Carlos Chaga na tese de doutorado, posteriormente Carlos 
Chagas ajudou Oswaldo com a campanha contra a malária, 
na Companhia Docas de Santos, em São Paulo. O Instituto 
Oswaldo Cruz foi responsável pela reforma sanitarista no 
Brasil.
Parasitologia Clínica
13
Figura 2 – Foto dos pesquisadores Carlos Chagas e Oswaldo Cruz, exposta no museu da 
vida (sentados, o segundo é Carlos e o quarto é Oswaldo, da esquerda para direita)
Fonte: Fiocruz ([s. d.]). 
O histórico da descoberta da leishmania foi marcado com dados 
incertos e vagos inicialmente.
VOCÊ SABIA?
Viajando pelas regiões da Amazônia um missionário 
observa lesões nos braços e pernas de pessoas, 
relacionadas a picadas de insetos e, como consequência, 
lesões destrutivas na boca e no nariz. Isso levou a pensar 
que essa endemia na Amazônia, derivada da Bolívia e do 
Peru, foi a porta de entrada para disseminação em outros 
estados do Norte do país, por pessoas que foram em busca 
de trabalho e retornaram infectados para seus estados.
Parasitologia Clínica
14
Em 1903, Wright identifica o agente Helcosoma tropicum e 
coloca o nome de botão do Oriente ou botão da Bahia, denominado 
posteriormente como Leishmania furunculosa. A leishmaniose teve várias 
denominações no século XX, e uma epidemia de casos no estado de São 
Paulo, na construção da Estrada de Ferro Noroeste. Devido às úlceras, 
acompanhadas de lesões mucosas, foi denominada como úlcera de 
Bauru e em 1909 foi identificado o agente por Lindenberg. 
Figura 3 – Lesões ocasionadas pela picada do mosquito leishmaniose, doença inicialmente 
denominada como botão do Oriente, botão da Bahia e ulcera de Bauru
 
Fonte: Pixabay
Em um breve relato sobre a malária, doença transmitida pelo 
mosquito do gênero Plasmodium, no século XVII, na América do Sul, 
padres jesuítas observaram populações indígenas que usavam casca de 
uma árvore (Cinchona), tratamento de alguns tipos de febre. Essa casca 
possui um princípio ativo, a quinina, que é responsável por combater o 
vírus da doença, e ficou conhecida popularmente nos EUA como “pó dos 
jesuítas”. Em 1880, um médico do exército francês, Alphonse Laveran, 
descreve o agente etiológico da malária, e seu estudo é seguido pelo 
do médico britânico Ronald Ross, que esclareceu a etiologia de doenças 
associadas aos agentes transmissores. 
Parasitologia Clínica
15
Quanto ao combate e controle da malária, estimulado durante 
a Primeira Guerra Mundial, os países que participavam da guerra 
tiveram grandes perdas decorrentes do protozoário parasita do 
gênero  Plasmodium. Essa foi a doença que causou mais mal ao maior 
número de países. Em 1942, criou-se o Serviço Especial de Saúde Pública 
(SESP), para controlar a doença e, em 1992, o empenho foi estabelecido 
para controlar o mosquito e erradicar no mundo a malária. O combate 
aos mosquitos foi apoiado pela Organização Pan-Americana da Saúde 
(OPAS), porém, a situação epidemiológica da malária continuou.
No Brasil, em 1999, o Plano de Intensificação das Ações de 
Controle da Malária (PIACM) foi criado para tentar mudar as estratégias 
de erradicação para um controle por meio de diagnóstico. Entre os casos 
existentes, 99% estavam concentrados na região da Amazônia. O governo 
brasileiro criou então o Programa Nacional de Prevenção e Controle da 
Malária (PNCM). Quer saber mais sobre esse programa? Acesse o link no 
Saiba mais. Por meio da leitura, adquirimos mais conhecimento, então 
vamos ler o manual.
SAIBA MAIS:
Entenda um pouco mais sobre o Programa Nacional de 
Prevenção e Controle da Malária (PNCM), da Secretaria 
de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Acesse 
clicando aqui.
REFLITA:
Agora, convido você a pensar sobre esse assunto, a malária. 
Mesmo com as descobertas de novos produtos, programas 
de controle e estratégias de tratamento, por que a doença 
ainda apresenta dados elevados de incidência?
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/2GA5sFq
16
O parasita responsável pela doença amebíase foi observado em 
1860 por Lambl, que deduziu que erammicrorganismos em fezes de 
um garoto. No ano de 1875, Lõch, por meio de estudos microscópicos 
e clínicos, fez associações entre desinteria e microrganismos, quando 
o examinou as fezes de um doente. Ali a Amoeba coli foi denominada. 
Em 1887, Köch e Graffki observaram a invasão de tecidos por amebas. 
No ano de 1891, os pesquisadores Councilman e Lafleur denominaram 
como Entamoeba dysenterie, pois observaram uma patogenicidade pela 
invasão da ameba no intestino e fígado. 
Porém, alguns mistérios ainda surgiram, pois existia casos de 
amebíase sintomático e assintomático. Foi aí que os pesquisadores 
descobriram que a Entamoeba tinha outras espécies e, em 1970, Brumpt 
descobriu a diferença entre Entamoeba histolytica e a Entamoeba díspar, 
depois de muita polêmica. Além dessas, existem vários nomes científicos 
de ameba, que podem ser encontradas no intestino grosso.
Figura 4 – Ilustração de cisto Entamoeba Histolytica que adere ao intestino grosso 
ocasionando infecção
Fonte: Wikimedia Commons
Além desses dados históricos descritos sobre os parasitas, temos 
mais um grupo de helmintos conhecidos popularmente como vermes, 
que constituem um grupo numeroso de parasitas de vida parasitária ou 
livre e são um grave problema de saúde pública no mundo. No Brasil, 
Parasitologia Clínica
17
entre 1916 e 1921, foi registrado o primeiro levantamento de indivíduos 
com infecções enteroparasitas, com o apoio da Fundação Rockfeller. 
A grande incidência de grupos de helmintos intestinais está associada 
principalmente à população carente e de baixo desenvolvimento 
econômico, à falta de saneamento básico e higiene, e a moradores de 
áreas rurais. 
VOCÊ SABIA?
Estima-se que de 20% a 30% da população da América 
Latina esteja infectada por alguma espécie de parasita 
helminto (verme). Ao longo da história, esse é indicado 
como um dos mais sérios problemas da saúde pública do 
Brasil.
No Brasil, essas infecções estão presentes em todas as regiões, 
alterando-se de acordo com a população. Cerca de 50% das crianças 
sofrem com algum tipo de parasitose e 33% dos adultos. O problema do 
país é considerado endêmico pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
As parasitoses atingem principalmente crianças, pelo fato destas ainda 
não terem conhecimento sobre hábitos higiênicos, como a correta da 
lavagem das mãos ou não pegar comida do chão e comer. A Taenia solium, 
popularmente conhecida como solitária ou lombriga, é um dos parasitas 
que infectam crianças, essas parasitoses causam sérios problemas, 
como a perda de peso, mudança no humor, prejuízos ao crescimento, 
desenvolvimento e aprendizagem, até a morte. Atinge mais crianças em 
comunidades de baixa renda ou áreas rurais.
Nos anos de 1960 a 1970, com a melhoria nas condições de vida 
em países com desenvolvimento em expansão, as pessoas voltaram 
a ter percepções otimistas em relação às doenças parasitárias. No 
entanto, no século XX, casos de epidemiologia fizeram com que esse 
cenário mudasse, passando a ser um problema de atenção prioritária em 
diferentes países.
Parasitologia Clínica
18
Algumas doenças parasitárias ganharam destaque na saúde pública 
do Brasil (dados de 1967 a 2016). O país passou por várias epidemias 
urbanas, e nas áreas rurais, década de 1960, mais de 50% da população 
apresentava algum tipo de doença parasitária, sendo as mais prevalentes 
a doença de Chagas, a malária e a esquistossomose. 
Com base em dados científicos, a febre amarela tem reincidência 
no Brasil a cada cinco anos entre seres humanos. Os últimos dados 
de surtos ocorreram nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, 
porém, considera-se que essas doenças não são por falta de cuidado ou 
prevenção, pois foram registradas epidemias em 1999 na Bolívia, em 2007 
no Paraguai e em 2016 na China.
A dengue, transmitida pelo vetor Aedes aegypti, com registro de 
casos graves e aumento da mortalidade (1976), estende-se até os dias 
atuais, com registro de epidemias em todo o território brasileiro. Em 2010, 
foi registrado o quarto estágio de avanço do sorotipo da doença (DENV-
4), que também está entre os principais problemas de saúde pública do 
Brasil, com crescente aumento de hospitalização e óbitos todos os anos.
O Aedes aegypti foi responsável pelo surgimento em 2014 de 
novos casos de emergência de Zika vírus e Chikungunya, sendo que o 
Zika deixou várias sequelas e malformações em crianças no Nordeste 
brasileiro.
SAIBA MAIS:
Sobre as doenças parasitárias e infecciosas que ocasionaram 
epidemias no Brasil nos últimos 50 anos, convido você a 
fazer a leitura do artigo Trajetória das doenças infecciosas 
no Brasil nos últimos 50 anos: um contínuo desafio. Acesso 
clicando aqui. 
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/3bfMguS
http://bit.ly/3bfMguS
19
Em países emergentes, as doenças parasitárias ocorrem com maior 
frequência, em toda a extensão geográfica, em virtude dos problemas 
socioeconômicos, como precárias condições sanitárias, habitacionais 
e deficiências de alimentação. No Brasil, é considerado alto o índice de 
doenças parasitárias.
De acordo com todos esses dados, podemos afirmar que 
algumas doenças que ocasionaram enfermidade e morte durante anos 
são reincidentes e até o momento atual são consideradas doenças 
negligenciadas em países com frequente expansão. Também foram 
denominadas de doenças tropicais por afetarem diferentes dimensões 
geográficas. 
Essas doenças têm como características comuns o índice elevado 
em áreas rurais e urbanas com problemas sociais, como extrema pobreza. 
Elas afetam o crescimento e desenvolvimento intelectual infantil, e são 
poucas as pesquisas para o desenvolvimento de novos fármacos e 
vacinas. S falta de interesse pela indústria farmacêutica faz com que 
sejam doenças frequentes em regiões de pobreza. 
Entre as doenças consideradas negligenciadas em termos de 
pesquisa e desenvolvimento de controle, com maior registro de casos 
dentro da Parasitologia, temos: malária, diversos tipos de parasitoses 
(platyhelmintos e nemathelminthes), doença de chagas, toxoplasmose e 
leishmanioses. Algumas das doenças parasitárias, além de problemas de 
saúde pública, estão associadas a doenças mais graves, como câncer, 
anemia aguda e infecções. 
A malária é uma doença parasitária causada pelo protozoário do 
gênero Plasmodium, que pode causar a ruptura das hemácias (anemia 
hemolítica) e graves infecções. Está associada também a um tipo de 
câncer que afeta o sistema linfático, que são as células de defesa do corpo, 
denominado Linfoma de Burkitt, constituído de três tipos: endêmico, 
esporádico e relacionado à imunodeficiência. O câncer considerado 
endêmico está associado à malária na África Equatorial. As infecções 
parasitárias intestinais ocasionadas por protozoários e helmintos estão 
associadas à deficiência de ferro, e a leishmaniose pode causar diminuição 
de hemácias, plaquetas e leucócitos.
Parasitologia Clínica
20
RESUMINDO:
A Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, 
os hospedeiros e a relação entre eles. Os parasitas 
protozoários são responsáveis por causarem doenças 
como Leishmaniose, Toxoplasma gondii, doença de Chagas 
(Trypanosoma cruzi), amebíase (Entamoeba dysenterie) e 
malária. Eles são responsáveis por importantes doenças do 
homem e de seus animais domésticos. Os primeiros relatos 
aconteceram por volta dos séculos XX a XIX. Essas doenças 
trazem prejuízos para a população até os dias atuais, pois 
são relacionadas com fatores sociais, como pobreza e falta 
de qualidade de vida. Além dessas doenças ocasionadas 
por parasitas, temos também o grupo de parasitas de vida 
parasitária ou livre, que constituem um grave problema de 
saúde pública no mundo e no Brasil. São os grupos dos 
helmintos, popularmente conhecido como vermes. No 
Brasil, é considerado um problema endêmico pela OMS, 
pois cerca de 33% dos adultos e 50% das crianças são 
infectados por essas doenças parasitárias.Parasitologia Clínica
21
Introdução à Parasitologia 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender 
a relação das cadeias interligadas para a sobrevivência das 
espécies, entre os seres vivos e o ambiente, bem como a 
subdivisão dos parasitas e as adaptações para viver como 
parasita. Estudante, seja livre e audacioso para entender a 
Parasitologia..
O conjunto de seres vivos microrganismos e parasitas é estudado 
pela Microbiologia e Parasitologia, ambas permitem estudar a diferença a 
partir de pontos de vista diferentes. A Microbiologia estuda os pequenos 
organismos que não podem ser vistos a olho nu. A Parasitologia estuda 
todos os organismos vivos que infectam outros seres vivos, os seus 
hospedeiros, a relação entre eles, bem como o ciclo de vida. Ambas 
as ciências derivam da Biologia, porém a Microbiologia é considerada 
um ramo da Biologia sistemática e a Parasitologia estuda os parasitas e 
parasitismo, independentemente da complexidade e do seu tamanho. 
Nesse grupo, estão incluídos bactérias, fungos, vírus, protozoários, 
helmintos e artrópodes.
Parasitologia Clínica
22
Figura 5 – Descrição da divisão da Biologia em Microbiologia e Parasitologia
Fonte: Adaptada de Pumorola (1992). 
DEFINIÇÃO:
A Biologia Sistêmica é a ciência que busca o entendimento 
dos organismos biológicos como um todo.
Parasitologia Clínica
23
Tipos de Relação entre os Seres Vivos e o 
Ambiente
Pense naquele indivíduo que vive às custas de outra pessoa, ou 
mesmo da sociedade, incluindo nesse conceito uma recriminação ou 
reprovação por oportunismo, abuso ou mau-caratismo. No dito popular, 
qualquer pessoa o chamará de parasita, esse é um exemplo bem simples 
para lembrar a definição na Parasitologia.
Certamente os parasitas dependem de outros seres vivos, algumas 
vezes dos seres humanos, que se tornam seu hospedeiro. Biologicamente 
falando, quase todos os seres vivos vivem em cadeia para existir, 
dependendo assim uns dos outros, como os parasitas. Existem exceções, 
como algumas espécies de bactérias, capazes de viver com matérias 
inorgânicas e usar a luz solar como fonte energética ou metabolizar a 
energia química contida em compostos.
As plantas verdes utilizam a luz solar por meio da fotossíntese, 
mas necessitam encontrar no solo nutrientes nitrogenados que 
são indispensáveis; ou dependem de outros microrganismos que 
decomponham os compostos orgânicos excretados por outros seres 
vivos ou possibilitados por estes ao morrer. Isso permite a nutrição das 
plantas com nitritos, nitratos ou sais amoniacais, ocorrendo o término do 
ciclo nitrogênio na natureza. Assim, os vegetais sintetizam suas proteínas 
e aminoácidos. 
Parasitologia Clínica
24
Figura 6 – Ciclo do nitrogênio na natureza: um organismo depende do outro para 
sobrevivência
Fonte: Santos ([s. d.]).
As plantas verdes, algas e fitoplâncton, que são organismos 
produtores, utilizam a energia solar para sintetizar moléculas inorgânicas, 
isto é, são capazes de sintetizar seu próprio alimento e são essenciais 
para o equilíbrio dos ecossistemas. Os herbívoros são os consumidores 
primários, que se alimentam e digerem as plantas; depois são consumidos 
pelos carnívoros e onívoros, consumidores secundários e terciários que 
os utilizam para o seu metabolismo, crescimento e reprodução, entre eles 
está o homem.
Assim, temos de início os microrganismos e vegetais sintetizadores, 
continuando com herbívoros, granívoros, frugívoros até chegar aos 
Parasitologia Clínica
25
carnívoros e onívoros (homem), que transfere matéria e energia por meio 
de carboidratos, lipídios e proteínas, permitindo que a vida continue.
Segundo os ecologistas, organismos produtores são as plantas e 
vegetais; as demais partes da cadeia alimentar são os consumidores.
Figura 7 – Cadeia alimentar, ciclo da vida desenvolvimento na face da terra
Fonte: Adaptada de Pumorola (1992). 
EXPLICANDO MELHOR:
Herbívoros, granívoros, frugívoros são consumidores 
primários, isto é, alimentam-se dos produtores (plantas). 
Os carnívoros alimentam-se dos herbívoros (cobra de 
sapo, gato de pássaro), são consumidores secundários. 
Consumidores terciários são os carnívoros, que se 
alimentam de outros carnívoros (gavião de cobra).
Pastagens extensas são importantes para alimentar os herbívoros 
e manter um crescimento vegetal seguro, com abundância de alimentos 
por um longo período de tempo. O equilíbrio da cadeia alimentar depende 
do número de carnívoros, com a sua fonte de alimentação herbívoros; ao 
Parasitologia Clínica
26
contrário, pode ocorrer desequilíbrio na cadeia e seriam devorados por 
seus inimigos naturais. O mesmo podemos falar dos carnívoros (leão) que 
comem carnívoros (jacaré).
Depois de um breve entendimento sobre a cadeia alimentar, 
vamos entrar no foco principal do nosso estudo: os parasitas. Esses 
são organismos consumidores que podem posicionar-se em níveis de 
consumidores primários, secundários, terciários ou quaternários, segundo 
a natureza de seus hospedeiros: plantas, animais herbívoros ou carnívoros. 
A população de parasitas pode ser muito maior do que a dos seus 
hospedeiros ou espécies parasitadas, por serem pequenos e às vezes 
microscópios. Um único paciente pode abrigar vários ascaris (lombriga), 
milhares de esquistossomos no trato gastrointestinal e um milhão de 
unidades de Plasmodium, que causa a malária no sangue. Mas ainda são 
considerados pequenos quando comparados ao hospedeiro.
Conceito Básico da Parasitologia
Doenças causadas por protozoários, nematelmintos e artrópodes 
são estudadas pela Parasitologia. Bactérias patogênicas, vírus e fungos 
também são parasitas e vivem em relações harmônicas e desarmônicas 
com seu hospedeiro. Porém, as infecções causadas por parasitas são 
estudadas em um grupo único: a Parasitologia. 
Para alguns países essas infecções são de importância moderada, 
pois atingem populações carentes, e alguns casos são negligenciadas. 
Os países considerados tropicais têm programas de prevenção e maior 
preocupação com esse problema, pois cerca um bilhão de pessoas são 
infectadas por vermes intestinais, 600 milhões pelo protozoário gênero 
Plasmodium, da malária, e 300 milhões por nematódeos, que causam as 
doenças ascaridíase, amarelão, elefantíase, oxiuríase. A Parasitologia foi 
denominada primeiramente como medicina tropical.
Os protozoários e helmintos são organismos considerados de 
maior complexidade, que ainda precisam de muita pesquisa para serem 
elucidados. Temos conhecimento de que estes ativam a defesa do 
organismo, porém não entendemos por que o sistema imunológico não 
consegue eliminá-los, ocasionando infecções por anos. Essas doenças 
causam impacto e redução da qualidade de vida de milhões de pessoas, 
Parasitologia Clínica
27
sendo consideradas problema grave de saúde pública. Esses parasitas 
foram separados também pelo ciclo de vida diferenciado, visto que 
diversos hospedeiros encontram ampla distribuição geográfica.
SAIBA MAIS:
Confira o artigo Homens e parasitas: a contribuição da 
Paleoparasitologia para a questão da origem do homem na 
América. Acesse clicando aqui.
Pensando no ciclo da vida, nenhum indivíduo consegue 
permanecer ou se manter isolado ou sozinho, sem depender de um 
ou mais outros seres. Na parasitologia, não é diferente. Os organismos 
dependem de indivíduos da mesma espécie ou espécies diferentes, para 
sua reprodução, nutrição e desenvolvimento. 
Nesse contexto, temos dois tipos de interações: as interespecíficas, 
que são interações formadas por seres de diferentes espécies da mesma 
comunidade, e as intraespecíficas, formadas por indivíduos de uma 
mesma população. Essas interações visam exclusivamente obter alimento 
entre os organismos relacionados. Denomina-se parasitismo quando a 
sobrevivência de um organismo de uma espécie se estabelece com base 
na dependência de nutrientes produzidos por outros indivíduos.
IMPORTANTE:
Acreditoque você tenha entendido o que é parasitismo ou 
já fez associação com algo, com base na parte introdutora. 
Para melhorar sua fixação, parasitismo são associações 
de seres vivos (como se fosse uma sociedade com dois 
sócios), em que somente um tira proveito ou se beneficia 
da sociedade, e o outro sócio é o hospedeiro, que é 
prejudicado pela sociedade.
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/39gylmt
28
Parasita
Parasita é o organismo que vive sobre outro organismo ou dentro 
dele para garantir sua sobrevivência. Depende de organismos (para sua 
nutrição) ou outras funções que garantem sua sobrevivência, o chamado 
hospedeiro, que, em tamanho, no geral é bem maior que o parasita. 
Podemos citar cinco classificações para os parasitas: microparasita, 
macroparasita, endoparasita, ectoparasita e hiperparasita.
Os organismos que se multiplicam dentro do hospedeiro, em estado 
de latência ou dormência, possuem tamanho não visto a olho nu, suas 
doenças têm geralmente curta duração e que a imunidade do hospedeiro 
pode ser duradoura são denominados de microparasitas.
Os macroparasitas, como o nome já induz, são seres de tamanho 
maior, que passam parte do ciclo de vida em contato com o hospedeiro. 
Geralmente são vermes com período de vida longa. Sua carga parasitária é 
maior em uma parcela da população e a intensidade dessa carga depende 
da resistência do hospedeiro. Algumas vezes, seu estágio permanece 
fora do ciclo do hospedeiro, em ovos ou larvas. Os macroparasitas não 
induzem imunidade eficiente, então pode ocorrer a recontaminação do 
hospedeiro, sempre que este for exposto ao parasita.
Endoparasitas, por dedução, podemos entender que são parasitas 
que durante a fase parasitária vivem no interior do corpo do hospedeiro, 
no tubo digestivo, sangue e outros tecidos, e podem levar à morte. São 
exemplos de endoparasitas: Trypanosoma cruzi, vermes nematódeos 
(Ascaris lumbricoides (lombriga) ou platelmintos (Taenia solium) e 
protozoários Trypanosoma cruzi (doença de Chagas).
Ectoparasitas são os parasitas que, durante a fase parasitária, vivem 
na superfície do corpo do hospedeiro (animal), sugando-lhes nutrientes. 
Por exemplo: Pulex irritans (pulga), Pediculus capitis (piolho humano), 
carrapatos e moscas. São parasitas de animais e homens.
Hiperparasitas são os que parasitam outros parasitas. Eles colocam 
seus ovos em outro parasita e os ovos fecundados eclodem novos 
parasitas que usam para nutrição o hospedeiro. Por exemplo: Entamoeba 
Histolytica, que são parasitadas por fungos ou cocobacilos. Acompanhe no 
Quadro 1.
Parasitologia Clínica
29
Quadro 1 – Classificação dos parasitas
Microparasitas
Podem ser vistos a olho nu (micro), vivem dentro 
do hospedeiro.
Macroparasitas
Maiores em tamanho (macro), parte da vida no 
hospedeiro.
Endoparasitas
Vivem dentro do hospedeiro (endo), verme e 
lombriga.
Ectoparasitas
Vivem sob a superfície do hospedeiro (ecto), 
piolho, pulga, carrapato.
Hiperparasitas Parasitam outros parasitas (hiper).
Fonte: Adaptado de Pumorola (1992). 
Por viverem em uma associação familiar com outra espécie, os 
parasitas procuram um ambiente fisicamente benigno, com vistas a 
terem mecanismos de reconhecimento e destruição de invasores dos 
hospedeiros. Os parasitas devem viver em um ambiente agressivo para 
poderem ir de um hospedeiro para o outro. Muitos parasitas executam 
essas tarefas por meio de um ciclo de vida, configurações de resistência 
que advêm pelo ambiente externo. 
Alguns hospedeiros carregam alelos resistentes a certos parasitas, 
por isso os parasitas preferem hospedeiros suscetíveis, para que 
possam explorá-los. Os parasitas exploram os genótipos resistentes dos 
hospedeiros, tirando benefício disso. Para evitar essa exploração seletiva, 
os hospedeiros vivem sob pressão.
EXPLICANDO MELHOR:
Hospedeiros com maior variabilidade genética, ou seja, 
com tendência dos diferentes alelos de um mesmo gene 
variarem entre si, são capazes de resistir mais às pressões 
dos parasitas. 
Para melhorar o gene e com isso garantir a sobrevivência da popu-
lação, alguns se reproduzem sexuadamente e outros assexuadamente. 
Parasitologia Clínica
30
Nos primeiros, para observar as mudanças no gene, foram realizados ex-
perimento cuja modalidade de reprodução assexuada se destacou em 
um primeiro momento, por ser de fácil realização e garantir a passagem 
de todos os genes para a espécie.
Figura 8 – Esquema de organismo microscópio formado por uma única célula, reprodução 
assexuada
Fonte: Wikimedia Commons.
Avaliando a adaptação e resistência dos parasitas, observou-se em 
estudo que a reprodução sexuada possibilita a formação e codificação 
de novos genes, assegurando a sobrevivência de parasitas com menor 
resistência. 
SAIBA MAIS:
Para melhor compreender a reprodução sexuada dos 
protozoários, assista ao vídeo Reprodução sexuada dos 
protozoários – diversidade dos seres vivos. Acesse clicando 
aqui.
Para ocorrerem essas fases, os parasitas necessitam dos hospedeiros, 
sendo quatro os tipos de hospedeiros: definitivo, intermediário, natural e 
acidental.
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/2uKXXZW
http://bit.ly/2uKXXZW
31
Hospedeiros definitivos abrigam os parasitas, mas não são afetados 
pela doença parasitária, a exemplo dos felinos, que são hospedeiros da 
doença toxoplasmose. É considerado o hospedeiro definitivo, pois toda a 
fase sexuada do parasita ocorre no hospedeiro. Os parasitas estão sujeitos 
a usarem os recursos de metabolismo para sobreviverem no hospedeiro. 
Alguns parasitas mantêm relação com dois ou mais hospedeiros.
EXPLICANDO MELHOR:
No hospedeiro definitivo, o parasita se instala por um período 
maior, para poder sobreviver, crescer e se reproduzir. 
Exemplos: Schistosoma mansoni (esquistossomose, 
popularmente conhecida como barriga d’água ou doença 
do caramujo) e Trypanosoma cruzi (doença de chagas), 
que se reproduz por fase sexuada e tem o homem como 
hospedeiro definitivo. 
O hospedeiro intermediário é fundamental no ciclo do parasita, 
que desenvolve nele fases larvais ou assexuadas. O caramujo é o 
hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni, causando a doença 
esquistossomose, e depois infecta o homem como hospedeiro definitivo. 
Figura 9 - Ilustração do caramujo que causa a infecção esquistossomose ou barriga d’água
Fonte: Wikimedia Commons.
Parasitologia Clínica
32
O hospedeiro natural garante a perpetuação da espécie. Além de 
não sofrer com o parasita, funciona como meio de contágio para outros 
animais. Exemplo: Rhipicephalus sanguineus ou carrapato de canil, cujo 
hospedeiro natural é o cão doméstico. 
O hospedeiro acidental são casos raros ou não habituais no ciclo de 
vida. Exemplo: Dipylidium caninum (parasita do cão); que pode parasitar 
crianças, ou larvas de moscas, que vivem em frutos e acidentalmente 
chegam até o homem.
RESUMINDO:
O conjunto de seres vivos microrganismos e parasitas 
é estudado pela Microbiologia e Parasitologia, e ambas 
permitem estudar a diferença a partir de pontos de vista 
diferentes. Nesse grupo, estão incluídos bactérias, fungos, 
vírus, protozoários, helmintos e artrópodes. Certamente, 
os parasitas dependem de outros seres vivos, algumas 
vezes dos seres humanos, tornando-o seu hospedeiro. 
Biologicamente, quase todos os seres vivos dependem 
de uma cadeia para existirem, dependendo assim uns 
dos outros, como os parasitas. Os parasitas, organismos 
que vivem sobre outro organismo ou dentro dele, para 
garantir sua sobrevivência depende de organismos 
(para sua nutrição) ou outras funções que garantam sua 
sobrevivência. Podemos citar cinco classificações para 
os parasitas: microparasita, macroparasita, endoparasita, 
ectoparasita e hiperparasita. Por viverem em uma 
associação familiar com outra espécie, os parasitas 
precisam de um ambiente fisicamente benigno, vistos os 
mecanismos de reconhecimento e destruição de invasores 
dos hospedeiros. Os parasitas necessitam dos hospedeiros 
para suasobrevivência, nutrição e desenvolvimento. Esse 
hospedeiro pode ser definitivo, intermediário, natural e 
acidental.
Parasitologia Clínica
33
Adaptações são Sinais do Parasitismo 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você terá a capacidade de 
compreender as diferentes associações harmônicas, 
desarmônicas e adaptações que os parasitas 
desenvolveram ao longo de seu ciclo para sobrevivência e 
reprodução. Foco e força nos estudos!
Os seres vivos na natureza possuem inter-relações, variando 
desde a colaboração mútua por meio da simbiose até o predatismo e 
canibalismo. O parasitismo ocorreu quando um ser vivo menor se sentiu 
beneficiado com uma dessas associações, quer seja pela proteção ou 
pela obtenção de alimento.
Com a evolução da associação depois de alguns anos, o 
relacionamento com o hospedeiro melhorou e a adaptação tornou o 
parasita (invasor) mais e mais dependente do hospedeiro. As adaptações 
são o sinal do parasitismo. Nesse sentido, ocorreram algumas alterações 
metabólicas e outras modificações nas organizações estruturais 
morfológicas e biológicas, variando de grau e forma, desde aquelas 
perceptíveis até as imperceptíveis. Vamos entender um pouco mais.
Morfológicas
As degenerações ou atrofias são representadas por perdas no 
aparelho locomotor, digestivo (exemplo: Taenia) e sensorial. Podemos 
citar as pulgas, os percevejos e algumas moscas que perderam suas asas. 
Os cestoides não têm aparelho digestivo, mas desenvolveram tegumento 
para se alimentarem, e possuem órgão de fixação, como ventosas.
A hipertrofia ocorre principalmente em órgãos de fixação (como 
ventosas em Taenia), reprodução, proteção e resistência. Alguns helmintos 
possuem órgãos de fixação fortes, como lábios, ventosas, bolsa copuladora. 
Possuem também alta capacidade de reprodução, com aumento de 
Parasitologia Clínica
34
ovário, testículos e útero para armazenar ovos (Ascaris lumbricoides, que 
produzem mais de 200 ovos por dia). Alguns insetos hematófagos têm a 
estrutura alimentar aumentada para auxiliar a perfuração da pele e, por 
sucção, se alimentar de sangue. Essas características asseguram a maior 
probabilidade de transmissão do parasita de um hospedeiro a outro. 
Figura 10 – Ilustração de percevejos que perderam as asas (atrofia)
Fonte: Wikimedia Commons.
Biológicas
Para passarem pelas dificuldades de infectar novos hospedeiros e 
escaparem dos organismos predadores externos e perpetuar a espécie, 
os parasitas produzem grandes quantidades de ovos, cistos ou outras 
formas infectantes; este é uma capacidade reprodutiva desenvolvida 
pelos parasitas.
Também na Parasitologia são apresentados diferentes tipos 
de reprodução: a partenogênese, o hermafroditismo, a poliembrionia 
(reprodução a partir de jovens). Esses mecanismos de reprodução 
Parasitologia Clínica
35
permitem facilitar a fecundação de machos e fêmeas, assegurando a 
reprodução da espécie.
Os parasitas desenvolveram capacidade de proteção à agressão 
dos hospedeiros. Os helmintos possuem uma enzima (antiquinase), 
que neutraliza a ação dos sucos gástricos pelo hospedeiro, tornando-
se resistentes a anticorpos ou macrófagos, capacidade para reduzir a 
atividade ou eficiência do sistema imunológico (imunossupressão). 
Organismos vivos têm seu crescimento orientado por meio de 
estímulos; isso é denominado tropismo. Podemos chamar de positivo 
quando o movimento ocorre em direção ao estímulo, e negativo quando 
ocorre ao contrário do estímulo. 
Na Parasitologia, são considerados como facilitador da reprodução, 
colonização ou sobrevivência das espécies os movimentos de mudança de 
direção de crescimento que ocorrem em organismos vivos ou suas partes 
devido ao estímulo de um fator externo (tropismo). Eles são classificados 
em: fototropismo – o organismo cresce em direção à luz; quimiotropismo – 
precisa de um estímulo químico para crescer; geotropismo – crescimento 
orientado pela gravidade, organismo acolher-se na terra é modo positivo, 
e acima na superfície, modo negativo; tigmotropismo – crescimento ao 
redor de um objeto sólido.
Figura 11 – Organismos vivos e seu crescimento orientado por estímulos
Fonte: Pixabay.
Parasitologia Clínica
36
Tipos de Associações entre os Seres Vivos
Os seres vivos individualmente nascem, crescem, reproduzem, 
envelhecem e morrem. Passam por adaptações para evoluírem e são 
utilizados como habitat para outros organismos, formando comunidades 
biológicas complexas e mantendo equilíbrio entre os indivíduos para 
obterem alimento e abrigo. 
Muitas espécies passam a conviver em um mesmo ambiente, 
gerando interações. Essas interações podem ser: harmônicas/
positivas, quando há benefício mútuo ou ausência de prejuízo mútuo; 
ou desarmônicas/negativas, quando há prejuízo para pelo menos para 
algum dos participantes.
As interações podem ser classificadas como intraespecíficas 
(quando ocorrem na mesma espécie) e interespecíficas (relações entre 
espécies diferentes), gerando interações que podem ser: positivas, quando 
há benefício mútuo ou cooperação (interespecíficas: comensalismo, 
mutualismo, simbiose); negativas, quando há prejuízo para algum 
participante do grupo, quando competem pelo mesmo espaço ou fonte 
de alimentos (interespecíficas: competição, canibalismo, predatismo e 
parasitismo).
Figura 12 – Ilustração de interações positivas (1) e negativas (2) entre os seres vivos
Comensalismo
Mutualismo
Simbiose
+
1
Competição
Canibalismo
Predatismo
Parasitismo
_
_
2
Fonte: Adaptada de Pumorola (1998). 
Parasitologia Clínica
37
Competição
É uma associação desarmônica na qual exemplares da mesma 
espécie ou espécies diferentes lutam pelo mesmo abrigo, espaço, calor, 
luz, água ou alimento. Nessa competição, as espécies menos preparadas 
perdem. Essa competição é um importante fator de regulação do número 
populacional de certas espécies.
EXEMPLO: 
As moscas de cadáveres (Calliphoridae e Sarcophagidae), quando 
no estágio larval, alimentam-se do cadáver. O alimento é suficiente 
para um número limitado de indivíduos e as que chegam primeiro se 
alimentam mais rapidamente, as demais, se chegarem a moscas adultas, 
serão menores e inférteis.
Competição por um Nicho Ecológico
Para sobreviver, uma espécie de organismos necessita de um 
conjunto de recursos para poder viver e reproduzir. Isso é denominado 
de nicho ecológico, que determina a importância das necessidades 
fisiológicas de uma espécie. Quando duas espécies têm o mesmo requisito 
ocupando o mesmo nicho ecológico, a competição será inevitável e uma 
das espécies será eliminada pela outra (a que melhor se adaptar ao meio 
ou com maior capacidade reprodutiva). Podemos dizer que em cada nicho 
ecológico, não é comum encontrar mais que uma espécie.
Canibalismo
É quando um animal se alimenta do outro da mesma família ou 
espécie. É considerado um relacionamento desarmônico e ocorre devido 
à superpopulação ou falta de alimento para todos os indivíduos. Assim, as 
mais fortes devoram as mais fracas ou menores.
Parasitologia Clínica
38
SAIBA MAIS:
Conheça um exemplo de larvas de mosquito que 
se alimentam de outras espécies no artigo Lutzia 
tigripes  (Diptera: Culicidae, Metalutzia)  for the mosquito 
larval control: a new prospect of mosquito control. Acesse 
clicando aqui.
Predatismo
O predatismo é quando uma espécie, para sua sobrevivência, 
depende da morte da outra espécie na cadeia alimentar, ou quando 
destrói os membros dessa outra espécie para prover sua alimentação. 
Os carnívoros são predadores. Exemplos: onças se alimentam de pacas, 
antílopes ou animais de maior porte. Gavião caça roedores e aves de outras 
espécies, aranhas se nutrem de insetos. Dentro da predação, temos os 
micropredadores, que são animais pequenos (carrapatos, piolho, pulga) 
que sugam o homem e animais para sua sobrevivência.
Associação entre Organismos
Entre as relações de cooperação, temos as intraespecíficas einterespecíficas. As relações da mesma espécie que se reúne em grupos, 
como enxames, colônias, cardumes, manadas e rebanhos, ou grupos 
mais organizados, como formigueiros, colmeias e sociedade humana, 
são denominadas intraespecíficas. Nas associações interespecíficas, 
as relações de coabitação entre os indivíduos de espécies diferentes 
podem ser também complexas e diversificadas, com base em fisiologias 
metabólicas e ecológicas.
Comensalismo
É uma associação harmônica entre duas espécies, na qual uma 
obtém vantagem sem prejudicar a outra ou uma usa o corpo da outra 
espécie para nutrição. Exemplo associação entre actíneas (anêmonas-do-
mar) e paguro (crustáceo de abdome mole que ocupa as conchas vazias 
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/36AyNdu
http://bit.ly/36AyNdu
39
de moluscos gastrópodes para sua proteção). As actíneas se aproveitam 
dos restos alimentares que o paguro rejeita ou dispersa. Outro exemplo é a 
Entamoeba coli, que vive no intestino grosso do homem. O comensalismo 
pode ser dividido em:
 • Inquilismo – Nessa relação, uma espécie (inquilino) vive no interior 
ou sobre a outra (hospedeiro), usando-a como abrigo ou suporte. 
Essa espécie se beneficia, porém, sem gerar prejuízos a outra. 
Exemplos: peixe-agulha (Fierasfer) abriga-se no corpo do pepino-
do-mar (holotúria), sai apenas para se alimentar, em seguida, 
retorna (segurança). 
 • Protocooperação – É a relação de duas espécies que se associam 
para benefício mútuo, mas sem obrigatoriedade, isto é, uma não 
depende da outra para sobrevivência. Exemplos: as formigas 
Camponotus, que sugam as secreções de pulgões e cigarrinhas, 
e em troca oferecem proteção contra inimigos naturais. Entre o 
comensalismo, temos também a forésia, que será estudada a seguir.
Forésia
Associação em que uma espécie fornece suporte, abrigo ou 
transporte para outra e cada qual mantém sua independência alimentar, 
sendo que a convivência permite obter alimentos mais facilmente. O 
caranguejo de água doce (Potamonautes) beneficia o desenvolvimento 
das larvas aquáticas. Estas crescem aderidas a partes do seu corpo e, 
por deslocamento, conseguem melhores condições de alimentação. As 
moscas do berne (Dermatobia hominis) apanham mosquitos hematófagos 
e depositam seus ovos em seu abdome. As larvas se desenvolvem e 
aproveitam, quando o inseto for picar homens ou animais, para infectarem 
e viverem como parasitas.
Parasitologia Clínica
40
Parasitismo
Diferentes grupos, além dos microrganismos, podem ser parasitas 
e todos os animais podem ser parasitados. O parasitismo tem vantagens 
metabólicas, nutricionais e reprodutivas.
Na relação mais estreita e profunda entre seres vivos, existe 
unilateralidade de benefícios: o hospedeiro é espoliado, pois fornece 
alimento e abrigo para o parasita. De um modo geral, esta relação tende 
para o equilíbrio, pois a morte do hospedeiro causa prejuízo para o parasita. 
Em muitos casos, o parasita cria laços de dependência metabólica, ou 
seja, o metabolismo do parasita fica vinculado ao hospedeiro. 
As relações metabólicas dos parasitas com os hospedeiros são 
de natureza nutritiva, em que o parasita retira do animal parasitado os 
nutrientes de que necessita para sobrevivência. Essa associação entre as 
espécies raramente leva à morte do hospedeiro; este sofre espoliação, 
mas não é o suficiente para causar-lhe a morte. Exemplos: o tatu, que é 
o hospedeiro do Trypanosoma cruzi, raramente morre devido ao parasita 
por ser hospedeiro natural, já homem, gato e cão geralmente morrem 
quando adquirem a doença de Chagas. 
Podemos falar também das regiões endêmicas da malária. Na 
população residente na região (nasceram, cresceram), o número de 
morte é muito baixo. Entretanto, quando pessoas que não residem na 
região entram e são infectadas com a doença na sua forma de maior 
patogenicidade, frequentemente morrem.
Dessa forma, é possível entender por que, no parasitismo de um 
modo geral, tem-se equilíbrio entre ambos (parasita mais hospedeiro), 
porém frequentemente ocorrem epidemias ou casos graves de parasitose. 
É que, em locais com alta população, modificação do ambiente, baixas 
condições de higiene, falta de nutrição (alimentos), a população é mais 
suscetível, pois há condições favoráveis para multiplicação do parasita.
Podemos citar a esquistossomose mansoni, que se dissemina e 
abrange seus casos mais graves, quando o homem altera o ambiente para 
plantar verduras ou construir valas de irrigação de arrozais e canaviais.
Parasitologia Clínica
41
Os parasitas têm vantagens em relação a seu hospedeiro. Para 
o desenvolvimento reprodutivo, essa característica importante pode 
ser controlada pelo hospedeiro parcialmente ou completamente. O 
hospedeiro fornece moléculas da superfície celular para que ocorram a 
aderência e interação do parasita. Estes dependem de sinais de moléculas 
para entrarem na célula do hospedeiro e iniciarem o ciclo reprodutivo. 
Essa pode ser uma desvantagem dos parasitas, pois o hospedeiro 
controla seu desenvolvimento. Não ocorrendo o desenvolvimento, 
se não houver hospedeiro adequado, não é possível continuar o ciclo 
reprodutivo. Por essas vantagens e desvantagens, os parasitas evoluíram 
para promover a sobrevivência por longos ciclos, adaptando-se às 
mudanças do meio externo e construindo uma relação de harmonia com 
o hospedeiro.
Em alguns casos, as relações entre parasitas e hospedeiro foram 
construídas de forma acidental, e isso resultou em sobrevivência 
prolongada, nutrição adequada e replicação.
EXPLICANDO MELHOR:
Parasitismo é uma relação da ecologia, criada entre 
espécies diferentes, é uma cooperação de troca de 
benefícios ao longo de uma vida, na qual se observa uma 
submissão duradoura. O organismo cria uma dependência 
do hospedeiro em níveis variados, desde zero até total, 
podendo ser uma condição permanente ou temporária. 
Exemplos: alguns parasitas externos (ectoparasitas) 
obtêm o oxigênio do meio externo – berne e bicho-
de-pé (a fêmea grávida Tunga penetrans). Os parasitas 
internos (endoparasitos) necessitam totalmente de seus 
hospedeiros como fonte nutritiva. 
Parasitologia Clínica
42
Mutualismo
No mutualismo, duas espécies se associam e ambas são 
beneficiadas. O hospedeiro fornece o alimento para o parasita e se 
utiliza do seu metabolismo e dos produtos formados pelo organismo, 
obtendo benefício também. A convivência torna-se recíproca e vantajosa. 
A exemplo disso, temos as larvas de Spirometra mansonoides (tênia de 
gatos), que completam seu ciclo em crustáceos de água doce (gênero 
Cyclops) e, quando realizados ensaios experimentais, produzem uma 
secreção semelhante ao hormônio de crescimento; quando inseridas em 
camundongos (não é hospedeiro natural), conseguem desenvolver seu 
corpo de 3 a 4 vezes mais do que no seu hospedeiro natural. 
SAIBA MAIS:
Leia o artigo Spirometra mansonoides (Cestoda: 
Diphyllobothriidae) nas fezes de felídeos atendidos em 
Porto Alegre/RS: um parasita negligenciado. Acesse 
clicando aqui.
Simbiose
A simbiose é uma relação em que os indivíduos vivem por meio de 
trocas de vantagens em nível alto, de modo que são incapazes de viver 
separadamente, ou melhor, é a dependência metabólica recíproca entre 
duas espécies diferentes, em que nenhuma delas consegue viver isolada 
da outra. Exemplos: os cupins, que se alimentam de madeira, precisam 
das enzimas produzidas pelos protozoários flagelados que habitam o tubo 
digestivo dos insetos, para digerirem a celulose. Já os cupins são o único 
habitat natural para as triconinfas. Os protozoários vivem em associação 
com os ruminates (bovinos), enquanto fornecem alimentação e proteção 
para os protozoários, estes fornecem a enzima (celulase), que quebra a 
celulose ingerida pelo bovino.
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/2UzPrHU
43
SAIBA MAIS:
Para compreender a relação de bactérias, protozoários, 
tendo uma relação harmônica, faça a leiturado artigo 
Estudo dos principais microrganismos do rúmen. Acesse 
clicando aqui.
Citamos várias associações ou relações entre os parasitas e o 
hospedeiro; algumas harmônicas e outras desarmônicas. As relações 
desarmônicas podem ocasionar a morte do hospedeiro ou reações que 
interfiram em sua qualidade de vida. Podemos citar aqui o parasitismo. 
Este, dependendo da intensidade da doença provocada no hospedeiro, 
pode ocasionar gravidades, como: 
 • Ação espoliativa: quando o parasita absorve nutrientes do 
hospedeiro, ocasionando lesões na mucosa. 
 • Ação tóxica: ocorrem reações alérgicas pela produção de enzimas 
ou metabólitos. 
 • Ação mecânica: quando o parasita impede a absorção de 
nutrientes ou o fluxo normal da alimentação.
 • Ação irritativa: ocorre irritação no local parasitado (pele ou mucosa 
intestinal).
 • Ação traumática: ocorrem lesões de células ou tecidos pelo 
parasita, como rompimento das hemácias, úlceras intestinais, 
migração cutânea e lesões hepáticas.
 • Anóxia: os parasitas causam infeções agudas ou anemia no 
hospedeiro. 
Parasitologia Clínica
https://revistacultivar.com.br/artigos/artigo-estudo-dos-principais-microorganismos-do-rumen
44
RESUMINDO:
Você viu que os seres vivos na natureza possuem inter-
relações, que variam desde a colaboração mútua por meio 
da simbiose até o predatismo e canibalismo. A relação 
de parasitismo aconteceu quando o indivíduo se sentiu 
prejudicado com alguma dessas relações. Ocorreram 
modificações nas organizações estruturais morfológicas e 
biológicas. Alterações morfológicas, como degenerações 
ou atrofias ou hipertrofia; ou biológicas, como passar pelas 
dificuldades de infectar novos hospedeiros e escapar 
dos organismos predadores externos para perpetuar 
a espécie. Muitas espécies passam a conviver em um 
mesmo ambiente, gerando interações. Essas interações 
são positivas quando há benefício mútuo ou cooperação – 
interespecíficas (comensalismo, mutualismo, simbiose). São 
negativas quando há prejuízo para algum participante do 
grupo, quando competem pelas mesmo espaço ou fonte 
de alimentos – interespecíficas (competição, canibalismo, 
predatismo e parasitismo).
Parasitologia Clínica
45
Ciclo Biológico dos Parasitos
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender os 
ciclos monoxeno e heteroxeno, e as ações que o parasita 
usa para crescimento e mudança de hospedeiro, irá 
conhecer as formas de invasões da lombriga e da Taenia 
solium no homem e os meios de recontaminação, bem 
como os vetores que potencializam a transmissão para o 
homem. Avante e bons estudos!
O organismo, desde o nascimento até a morte, possui um conjunto 
de processos denominado ciclo da vida. São mudanças e acontecimentos 
aos quais organismo é submetido ao longo das suas fases da vida. Com 
os parasitas, esse ciclo não é diferente. São as transformações ao longo 
da vida do parasita, as quais abrangem reprodução, desenvolvimento e 
evolução, que podem ser em um hospedeiro ou mais, também chamado 
de ciclo evolutivo.
Mas o que seria esse ciclo evolutivo? Está diretamente relacionado 
com o hospedeiro que o parasita se instala para completar seu ciclo. Este 
compreende dois ciclos: o monóxeno, que possui um único hospedeiro; 
e heteroxeno, que possui dois ou mais hospedeiros, podendo estes ser 
definitivos ou intermediários.
Os hospedeiros definitivos são infectados pelo parasita na 
reprodução sexuada ou fase adulta do parasita. Este é o mais prejudicado 
com o parasitismo, geralmente é o que desenvolve as doenças parasitárias. 
Já o hospedeiro intermediário abriga o parasita na primeira fase da vida 
(estágio larval), que é quando ocorre a reprodução assexuada.
Ciclo Biológico Monoxeno
No ciclo monóxeno, o parasita necessita de apenas um hospedeiro 
(Ascaris lumbricoides, um único hospedeiro, ex.: homem). Já no ciclo 
Parasitologia Clínica
46
polixeno, o nome já indica, mais que um hospedeiro; acometem as 
fases assexuadas e sexuadas e são organismos que potencializam a 
transmissão, os vetores.
VOCÊ SABIA?
Alguns parasitas do ciclo monoxeno precisam de um 
hospedeiro para concluírem seu ciclo, a exemplo da 
lombriga ou oxiúro (Ascaris lumbricoides, Enterobius 
vermiularis), parasita do intestino do homem. As fêmeas 
fecundam os ovos no meio externo e o homem, quando 
ingere esses ovos devido a condições higiênicas e sanitárias 
inadequadas, reproduzem no intestino suas larvas, que 
crescem e são fecundadas pelo macho, produzindo 
novamente ovos. Esse é o ciclo evolutivo dos parasitas.
Os parasitas estenoxenos infectam poucas espécies ou apenas 
uma. No entanto, os eurixenos podem conviver com um grande número 
de hospedeiros. Esses seres procuram pele, trato digestivo, fígado, 
pulmões, sistema nervoso, cabeça do seu hospedeiro; porém, possuem 
capacidade de alcançar outro hospedeiro, e essa passagem se dá por 
métodos bioquímicos complexos, determinados por estímulos, e ações 
concisas, para completar seu desenvolvimento ou ciclo biológico. Essas 
ações são de grande importância para os profissionais da saúde, pois, 
com estudos, conseguem prevenir as doenças parasitárias.
EXPLICANDO MELHOR:
O ciclo monoxeno de vida de um parasita se inicia com os 
seus ovos ou larvas depositadas em alimentos ou locais 
de fácil interação com o hospedeiro. O hospedeiro pode 
ingerir ou abrigar os parasitas. Estes se desenvolvem e 
se proliferam no interior do seu organismo, causando-lhe 
sintomas da doença característica. Por meio das fezes ou 
secreções, o hospedeiro pode eliminar ovos e larvas do 
parasita no ambiente, e essas larvas logo iniciarão um novo 
ciclo, colonizando novos hospedeiros.
Parasitologia Clínica
47
Ciclo Biológico Heteroxeno
No complexo ciclo heteroxeno, o parasita precisa manter a ordem 
de desenvolvimento, sem mudar a rota, para infectar dois ou mais 
hospedeiros. Os primeiros são os hospedeiros intermediários, que também 
podem ser os vetores infectantes, nos quais ocorre o crescimento das 
larvas, e o hospedeiro definitivo, que desenvolve o parasita na fase adulta.
Figura 13 – Ciclo heteroxeno da Taenia solium
Fonte: Wikimedia Commons.
Como ilustrado, a Taenia solium, um verme intestinal do homem, 
precisa de dois hospedeiros para completar seu ciclo: o homem e o porco. 
O homem infectado libera os ovos no solo; o porco, quando solto, se 
infecta com esses ovos que se desenvolvem; o homem consome a carne 
do porco infectada e assim ocorre o ciclo.
REVISANDO: 
No ciclo heteroxeno, o parasita se aloja no hospedeiro intermediário 
e se desenvolve até a fase adulta. Depois dessa fase, coloniza o hospedeiro 
definitivo a partir da transmissão pela ingestão de carne do hospedeiro 
intermediário ou do transporte do vetor. 
A transmissão pode variar conforme o parasita e a forma de 
interação com o vetor intermediário, quando existir. Algumas doenças 
Parasitologia Clínica
48
parasitárias ocorrem pela ingestão de ovos e larvas ao consumir alimento 
infectado, como carnes de suínos e bovinos. Outras infecções ocorrem 
após a interação do vetor com o hospedeiro definitivo por meio de picadas 
(quando o vetor for um inseto) ou mordidas (quando o vetor for um animal, 
como cães e gatos). O importante é saber que uma infecção só ocorre 
pelo contato direto entre o parasita e o hospedeiro definitivo, o qual, às 
vezes, se dá sob influência de um hospedeiro intermediário (vetor).
Vetores
Os vetores são responsáveis por doenças infecciosas com índice 
elevado de mortes por ano (mais de um milhão). Eles podem transmitir 
doenças entre animais para o homem, ou somente para o homem. Os 
vetores mais conhecidos são os mosquitos, porém podem ser incluídos 
moscas, carrapatos, pulgas, barbeiro e molusco de água doce, que 
podem causar diferentes tipos de doenças infeciosas. Todos os anos, são 
registradas mais de um milhão de mortes e bilhões de novos casos em 
todo o mundo. Entre as doenças transmitidas por vetores, podemos citara esquistossomose, leishmaniose, doença de Chagas, malária, Zika, febre 
amarela e Chikungunya.
Os hospedeiros intermediários também podem ser chamados de 
vetores quando o objeto de estudo é a doença causada e não o parasita 
em si. São organismos que causam a doença, ou são o veículo para a 
transmissão de algum causador da doença (mosquitos, moluscos). 
De acordo com a sociedade brasileira de Parasitologia, os vetores 
podem ser classificados em dois tipos: biológico e mecânico. Acompanhe:
 • Vetor biológico: está diretamente relacionado com o ciclo 
evolutivo do patógeno. Além de ser o transporte do parasita, 
também pode ser identificado como aquele que serve de local 
para a multiplicação de um agente causador de doença. É no vetor 
biológico que o patógeno passa parte do seu ciclo de vida.
 • Vetor mecânico: serve apenas como transporte para o parasita, 
não estando intimamente relacionado com o agente causador 
da doença, não se multiplica e desenvolve neste local, não está 
Parasitologia Clínica
49
ligado ao processo do ciclo de vida do patógeno. Nas doenças 
transmitidas por vetores não acontecem o contágio de uma 
pessoa contaminada para outra.
Por exemplo, no caso da dengue, o vírus não é transmitido pelo 
contato com o doente, sendo o mosquito Aedes Aegypti o vetor. Ele precisa 
estar infectado para que a transmissão ocorra. Isso significa que o vírus da 
dengue é transmitido para outros organismos por meio da interação entre 
o mosquito. Normalmente, o outro organismo é infectado pela picada 
do mosquito (nesse caso, o mosquito é o vetor). Além da dengue, temos 
outros exemplos de doenças que são transmitidas pelos vetores: febre 
amarela, doença de Chagas, leishmaniose, Zika e Chikungunya. 
Figura 14 – Ciclo de vida heteroxeno do protozoário do gênero Leishmania, causador da 
leishmaniose
 
Fonte: Wikimedia Commons. 
Classificação dos Parasitas
Supõe-se que na terra existam mais de milhões de seres vivos 
presentes no meio ambiente, que foram agrupados para melhor 
entendimento. Os seres vivos foram divididos em dois grandes reinos: 
animal e vegetal, e posteriormente em cinco grupos: monera, que estuda 
Parasitologia Clínica
50
os procariotos: vírus, bactérias e algas cianofíceas; protista, que estuda 
os eucariotos, como protozoários, algas e fungos; plantae, que estuda 
as células vegetais; fungi, que abrange cogumelo, fungos e leveduras; e 
animália, que compreende os artrópodes, répteis, aves e mamíferos.
Esses agrupamentos seguem leis e possuem vocabulário próprio, 
como designação científica, são as denominadas Regras Internacionais 
de Nomenclatura e Zoológica. Em regra, todo nome científico deve 
estar destacado no texto, podendo ser escrito em itálico ou sublinhado 
caso o trabalho seja escrito à mão. Pode compreender diferentes níveis 
de classificação taxonômica: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e 
espécie.
A nomenclatura das espécies deve ser latina e binomial (duas 
palavras), sendo a primeira palavra designada para gênero e a segunda para 
espécie. Considera-se erro grave usar o nome da espécie isoladamente, 
sem ser antecedido pelo gênero. O nome relativo ao gênero deve ser um 
substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula; já para 
a espécie, deve ser um adjetivo escrito com inicial minúscula, mesmo 
sendo nome de pessoa. Por exemplo: no Brasil, é Trypanosoma cruzi, já 
que o termo cruzi é a transliteração latina do nome de Oswaldo Cruz, uma 
homenagem a esse grande sanitarista brasileiro.
Quando a espécie possui subespécie, é denominada trinomial, 
e essa palavra vem logo em seguida da espécie sem pontuação. 
Exemplo: Culex pipiens fatigans – Culex = gênero, pipiens = espécie e 
fatigans = subespécie. A mesma forma de escrita para subgênero. Em 
zoologia, a família é denominada pela adição do sufixo -idae ao radical 
correspondente ao nome do gênero-tipo (gênero mais característico 
da família). Para subfamília, o radical adotado é -inae. Exemplos: Gato - 
gênero: Felis; família: Felidae; sufamília: Felinae. 
Quando for descrever o nome de uma espécie, este deve ser 
relacionado a algo simples. Pode ser homenagem a quem pesquisou 
a espécie, a escrita deve ser sempre em latim, quando for homem 
acrescenta i (cruzi) e quando for mulher acrescenta ae (mariae).
Parasitologia Clínica
51
Quanto à espécie, refere-se a seres que são semelhantes tanto 
entre si quanto em relação aos semelhantes. Já subespécie é quando 
indivíduos de determinada espécie se destacam dos demais por 
possuírem características individuais. Quanto ao gênero, quando várias 
espécies são reunidas em um grupo só, podemos deduzir que um grupo 
possui várias espécies e subespécies. 
Dentro da Parasitologia, podemos encontrar cinco filos: 
 • Protozoa: protozoários unicelulares. 
 • Platyhelminthes: vermes com corpo achatado. 
 • Acantocephala: vermes com características arredondadas. 
 • Arthropoda: insetos e ácaros em geral.
Os parasitas também são classificados segundo o modo de 
transmissão, em que a doença é descrita segundo a Nomenclatura 
Internacional de Doenças, acrescentando-se o -íase ao nome do agente 
que causa a doença. Já para a língua nativa de um país ou local, acrescenta-
se -ose ao nome do agente infectante. Devido a confusões e dúvidas 
aos sufixos indicadores de doenças parasitárias, alguns pesquisadores e 
estudiosos da grafia estudaram o caso e indicaram a terminação -ose para 
gênero do agente infectante, quando este indicar doença ou infecção. 
Porém, encontramos ainda os dois sufixos empregados ao consultar a 
literatura.
SAIBA MAIS:
Entenda melhor a classificação dos seres vivos quanto à 
nomenclatura, às divisões entre reinos e à sistemática dos 
seres vivos. Acesse clicando aqui.
Parasitologia Clínica
http://bit.ly/2S65kUV
52
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você conheceu o 
ciclo evolutivo ou biológico dos parasitas, os meios 
de transmissão, reprodução (assexuada ou sexuada) e 
os tipos de ciclos monoxeno (um único hospedeiro) e 
heteroxeno (dois ou mais hospedeiros). Os hospedeiros 
definitivos que abrigam o parasita na fase adulta são os 
que mais sofrem com a doença ocasionada pelo parasita, 
e os intermediários são colonizados pela fase inicial ou 
larvária. Você compreendeu que os vetores podem ser 
classificados em dois tipos: biológico e mecânico. Os 
vetores são veículos de transmissão da doença, como o 
mosquito. A regra geral é que todo nome científico deve 
estar destacado no texto, podendo ser escrito em itálico ou 
sublinhado se o trabalho for escrito à mão. Espécie se refere 
a seres que são semelhantes tanto entre si quanto em 
relação aos semelhantes. Subespécie é quando indivíduos 
de determinada espécie se destacam dos demais por 
possuírem características individuais. Gênero, quando várias 
espécies são reunidas em um só grupo, podemos deduzir 
que um grupo possui várias espécies e subespécies. 
Dentro da Parasitologia, podemos encontrar cinco filos: 
Protozoa (protozoários unicelulares); Platyhelminthes 
(vermes com corpo achatado); Acantocephala (vermes 
com características arredondadas) e Arthropoda (insetos e 
ácaros em geral).
Parasitologia Clínica
53
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia Prático 
para o Controle das Geo-helmintíases. Ministério da Saúde, Secretaria 
de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças 
Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 
FIOCRUZ. Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. Museu da Vida, [s. d.]. 
Disponível em: 
h t t p : //m u s e u d av i d a . f i o c r u z . b r/ i n d ex . p h p /n o t i c i a s /1 1-
visitacao/1076-oswaldo-cruz-e-carlos-chagas. Acesso em: 08 07 nov. 
2021.
PUMAROLA,A. et al. Microbiologia y Parasitologia Medica. 2. ed. 
Maringá: Masson, 1992. 
SANTOS, V. S. Ciclo do Nitrogênio, Brasil Escola, [s. d.]. Disponível 
em: https://brasilescola.uol.com.br/Biologia/ciclo-nitrogenio.htm. Acesso 
em: 07 nov. 2021.
Parasitologia Clínica
	Compreendendo a Parasitologia 
	Histórico da Parasitologia 
	Introdução à Parasitologia 
	Tipos de Relação entre os Seres Vivos e o Ambiente
	Conceito Básico da Parasitologia
	Parasita
	Adaptações são Sinais do Parasitismo 
	Morfológicas
	Biológicas
	Tipos de Associações entre os Seres Vivos
	Competição
	Competição por um Nicho Ecológico
	Canibalismo
	Predatismo
	Associação entre Organismos
	Comensalismo
	Forésia
	Parasitismo
	Mutualismo
	Simbiose
	Ciclo Biológico dos Parasitos
	Ciclo Biológico Monoxeno
	Ciclo Biológico Heteroxeno
	Vetores
	Classificação dos Parasitas

Continue navegando