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Parasitologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Norton Claret Levy Junior
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
• Definição de Parasitologia;
• Conceitos para Compreensão da Parasitologia;
• Definição e Noções de Epidemiologia;
• Interação entre os Seres Vivos;
• Anexo I.
• Conhecer e entender os conceitos fundamentais no estudo da Parasitologia;
• Adquirir noções básicas de Epidemiologia;
• Tomar ciência da nomenclatura utilizada; 
• Entender a relação entre parasita e hospedeiro.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Introdução à Parasitologia
e Noções de Epidemiologia
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
Definição de Parasitologia
Estamos iniciando o estudo da parasitologia, que, em uma definição clássica, 
significa “o estudo dos parasitos e suas relações com o hospedeiro”, ou ainda, 
em uma definição mais simplista, “o estudo dos parasitas, seres que vivem às 
custas de outro ser vivo”.
Em uma abordagem mais ampla, podemos dizer que o parasito obtém alimento 
do hospedeiro consumindo-lhe os tecidos e humores (líquido tecidual) ou o con-
teúdo intestinal. Esse relacionamento do parasita com seu hospedeiro tem base 
nutricional e, preferencialmente, não deve lesá-lo drasticamente, evitando altera-
ções comprometedoras que o levem à morte rapidamente – quanto mais tempo o 
hospedeiro viver maior será o sucesso do parasita.
Pense bem: “o parasitismo ideal” seria aquele em que o hospedeiro não so-
fresse danos e não ficasse doente e, assim, o parasita teria abrigo e alimento por 
tempo indeterminado. Isso é o que acontece com alguns parasitas que, ao longo de 
milhares de anos, se adaptaram de tal forma aos seus hospedeiros que passaram a 
viver outro tipo de relação entre dois organismos denominada “simbiose”.
Os seres investigados na Parasitologia são os protozoários (Figura 1A), os hel-
mintos achatados denominados de platelmintos (Figura 1B), os helmintos cilíndri-
cos denominados de nematodos (Figura 1C) e alguns artrópodes (Figura 1D).
Figura 1 – Imagem microscópica do Trypanosoma cruzi (protozoário), o agente infeccioso da Doença de Chagas. 
B - Fotografia de uma tênia adulta (helminto achatado-platelminto). C - Fotografia de uma fêmea adulta de 
Ascaris lumbricoides (helminto cilíndrico-nemetodo). D - Fotografia Dermatobia hominis em fase 
adulta, causadora de miíase furunculares – berne (artrópodes)
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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Os helmintos parasitos são macroscópicos e podem ser observados a olho nu, 
tais como os vermes causadores da teníase e da esquistossomose e as lombri-
gas (Ascaris lumbricoides), que vivem no intestino delgado de alguns seres 
humanos e disseminam-se através das nossas fezes devido à falta de saneamen-
to básico, e ainda vermes do gênero Ancylostoma e Necator, causadores da 
ancilostomose, denominada pela população do interior como amarelão. 
Também macroscópico, um grupo de artrópodos, Miíase, tem a capacidade 
de se alimentar de tecido animal em decomposição (miíases traumáticas-bichei-
ra) e de tecido animal vivo (miíase furunculares-berne).
Lembre-se de que a maioria dos artródodos são ectoparasitos e causam, 
portanto, infestações e não infecções, tais como os insetos (classe Insecta) 
bichos-de-pé, piolhos e uma variedade muito grande de pulgas. Embora não 
causem infecções, algumas variedades de pulgas são vetores de diversos tipos 
de patógenos – entre eles, destaca-se a Yersini pestis, bactéria causadora da 
peste bulbônica (antigamente chamada de peste negra). Assim como os ácaros 
e os carrapatos (classe Arachnida), também são ectoparasitos. Lembrando que 
alguns carrapatos, como o carrapato-estrela, são vetores da febre maculosa.
Já os protozoários não podem ser vistos ao olho nu, são seres unicelulares nu-
cleados e, portanto, Eucariontes. É impossível estudar sua morfologia sem o auxílio 
de um microscópio. São semelhantes às bactérias, que são menores, também cau-
sam doença e não possuem núcleo, sendo elas, portanto, Procariontes.
As bactérias, os fungos e os vírus são seres microscópicos estudados em um 
ramo da biologia denominado de Microbiologia. No entanto, neste estudo, da-
remos atenção aos vírus por serem parasitos intracelulares obrigatórios.
São diversos os agentes causadores de protozooses no ser humano, entre 
eles podemos citar o Trypanossoma cruzi (Doença de Chagas), Giardia lamblia 
(Giardíase), Entamoeba hytolitica (Amebíase), Plasmodium malariae (Malária), 
Toxoplama gondii (Toxoplasmose), Leishmania sp (Leishimaniose) e outros. 
Visite os sites recomendados e amplie seus conhecimentos em Parasitologia:
• Defi nições em Parasitologia: https://goo.gl/29to9L 
• Sociedade Brasileira de Parasitologia: https://goo.gl/5gA1Ne
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
Conceitos para Compreensão 
da Parasitologia
Para darmos continuidade ao estudo da parasitologia, precisamos conhecer al-
guns termos e conceitos mais frequentemente utilizados nesta ciência.
Habitat
Refere-se ao local onde uma espécie ou sua população habita, a exemplo do 
Ascaris lumbricoides, que vive no intestino delgado dos humanos.
Infecção X Infestação
Preste atenção a estes termos, pois é muito comum as pessoas confundi-los.
• Infecção: de uma maneira simples, podemos dizer está relacionada com o 
parasitismo causado por endoparasitas, ou seja, causado por parasitas que 
adentrem o hospedeiro. Uma definição mais completa é que o parasita pe-
netre no hospedeiro, alimente-se, desenvolva-se, reproduza-se e cause danos 
aos seus tecidos.
• Infestação: corresponde ao parasitismo causado no organismo por ectopara-
sita, que se fixa, alimenta-se e lesiona os tecidos externos do corpo, como os 
piolhos e os carrapatos (Figura 2).
Figura 2 – Carrapato, um ectoparasita que causa infestação
Fonte: iStock/Getty Images 
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Hospedeiro
Hospedeiro é o organismo que serve de habitat para outro que o parasito se 
instale e encontre condições de sobrevivência. Os hospedeiros podem ser classifi-
cados em três tipos: definitivo, intermediário e paratênico.
O hospedeirodefinitivo apresenta o parasito em fase de atividade sexual (fase 
de maturidade).
O hospedeiro intermediário apresenta o parasito em fase assexuada (larvária).
O hospedeiro paratênico (ou de transporte) é o hospedeiro intermediário no 
qual o parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o 
hospedeiro definitivo o ingira. 
Agente Etiológico
Agente etiológico é o causador ou o responsável pela origem da doença. Pode 
ser um vírus, uma bactéria, um fungo, um protozoário ou um helminto.
Vetor
A maioria dos vetores são artrópodos, mas podem ser moluscos ou outro veículo 
que transmita o parasito entre dois hospedeiros.
O vetor mecânico somente transporta e dissemina o parasito.
No vetor biológico, o parasito, além de ser transportado e disseminado, realiza 
parte de seu ciclo de biológico, ou seja, desenvolve-se, multiplica-se.
Portador
É um hospedeiro susceptível a um patógeno, manifestando a parasitose em 
maior (sintomático) ou menor grau (assintomático), mas capaz de transmiti-lo a 
outros hospedeiros, também conhecido como “portador assintomático”. Quando 
ocorre doença e o portador pode contaminar outras pessoas em diferentes fases, 
temos o “portador em incubação”, “portador convalescente”, “portador temporá-
rio”, “portador crônico”.
Reservatório
Pode ser um local como as fezes de um animal, o solo, ou diversos animais, 
incluindo o homem ou plantas onde vive e se multiplica um agente infeccioso. 
Nos reservatórios vivos, os agentes infecciosos geralmente não apresentam 
patogenicidade e, quando a apresentam, é muito baixa. O Trypanosoma cruzi, 
que nos causa Doença de Chagas, não faz mal algum ao gambá, seu reservatório.
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
Fômite
Fômite é um perfurante, um cortante ou outro tipo de objeto e, ainda, as vesti-
mentas e afins que possam veicular o agente infeccioso entre hospedeiros.
Zoonose
Zoonose é uma doença infeciosa transmitida por um animal vertebrado ao homem.
Profilaxia
Profilaxia é o conjunto de medidas que visa à prevenção, à erradicação ou ao 
controle de doenças infecciosas, baseadas em sua epidemiologia.
Ciclo Biológico
É o caminho que o parasito percorre desde o abandono do hospedeiro atual até 
atingir um novo hospedeiro, inclusive no interior deste. Também chamado de ciclo 
de vida ou ciclo evolutivo, é o desenvolvimento, reprodução e evolução de indivídu-
os de uma espécie que permite a sua perpetuação.
• Ciclo Monoxeno: parasitos que completam seu ciclo biológico em um hospe-
deiro, a exemplo do agente etiológico da ancilostomose (Figura 3).
Figura 3 – Ciclo biológico monoxeno ocorre com parasitos 
que completam seu ciclo biológico em um hospedeiro
• Ciclo Heteroxeno: parasitos que necessitam de dois ou mais hospedeiros para 
completar o ciclo biológico. O agente infeccioso da esquistossomose passa à 
fase larvária em um caramujo e à fase de maturidade no ser humano (Figura 4).
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Figura 4 – Ciclo biológico heteróxeno ocorre com parasitos que necessitam
de dois ou mais hospedeiros para completar o ciclo biológico
Tipos de Parasitismo
• Obrigatório: quando o parasito é incapaz de sobreviver sem seu hospedeiro.
• Errático: quando o parasito se instala e consegue se alimentar em um local 
que não é o normal, a exemplo do StrongyIodes stercoraIis, que usualmente 
parasita as paredes do jejuno, mas já foi encontrado no pâncreas.
• Acidental: quando o parasito instala e consegue se alimentar em um hospe-
deiro que não é o normal, como o Dipylidium caninum, que é um parasita 
canino e pode infectar crianças.
• Facultativo: quando o ser vivo possui vida livre e vida parasitária, a exemplo 
das larvas de mosca Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas ne-
crosadas como em matéria orgânica em decomposição, que podem ser ani-
mais mortos, esterco e outros.
Especificidade Parasitária
• Eurixeno: parasitos encontrados em hospedeiros pertencentes a várias espécies 
distantes na escala zoológica, como o Toxoplasma gondii, que pode parasitar 
praticamente todos os mamíferos, além de muitas espécies de aves.
Parasitos eurixenos são encontrados em hospedeiros pertencentes a várias espécies distan-
tes na escala zoológica, a exemplo do Toxoplasma gondii: https://goo.gl/DKk2YoEx
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
• Estenoxeno: parasitos encontrados em uma só espécie ou espécies muito 
próximas na escala zoológica, como Ascaris lumbricoides, que só infecta o 
homem, ou a Taenia solium, que infecta o homem e os porcos apenas, como 
observado na figura 4.
Ação dos parasitos sobre o Hospedeiro
• Espoliativa: o parasita absorve nutrientes (Ancilostomídeos) ou sangue do 
hospedeiro (hematofagismo de mosquitos).
• Mecânica (obstrutiva): presença de Ascaris lumbricoides em grande quanti-
dade causa obstrução da alça intestinal.
• Tóxica: os metabólitos de alguns parasitos podem ser tóxicos e produzir reações 
alérgicas nos teciduais no hospedeiro. Ascaris lumbricoides produz tais metabólitos.
• Enzimática: enzimas produzidas por cercárias do Schistosoma mansoni auxi-
liam sua penetração na pele do ser humano.
• Irritativa: provocada pela ação de ventosas como as de Taenia sp.
• Traumática: provocada pela migração de larvas como as de Plasmodium 
falciparum, que rompem as hemácias.
• Anóxia: provocada por parasitos que utilizam O2 da hemoglobina, como os 
Plasmodium sp, e matam células humanas.
• Anêmica: provocada por qualquer parasito que destruas as hemácias e, por-
tanto, cause anemia. Geralmente causadas por Plasmodium e infecções ma-
ciças de Ancylostomas.
Definição e Noções de Epidemiologia
Ciência que estuda fatores que determinam a frequência e a distribuição de 
doenças ou enfermidades, assim como seus determinantes na população humana. 
O grupo de pessoas estudadas pode ser pequeno, mas, na maioria das vezes, 
envolve populações numerosas. A Epidemiologia tem muito em comum com a 
demografia, pois ambas estudam populações.
Podemos citar como objetivos da Epidemiologia: descrição da magnitude e da 
distribuição dos problemas de saúde das populações humanas; geração de dados 
essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, 
controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades; iden-
tificação da origem e da causa da doença.
Para entendermos melhor, vamos dizer que o principal objetivo da Epidemiolo-
gia é a prevenção de doenças e a manutenção da saúde em grupos populacionais.
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Além das doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoá-
rios e helmintos, a Epidemiologia também estuda outros problemas relacionados à 
saúde humana, tais como fatores genéticos, exposição de indivíduos aos agentes 
tóxicos, traumas por acidentes automobilísticos, armas de fogo e objetos cortantes, 
desastres e outros eventos que causem danos à integridade física humana, como 
incapacidades intelectuais e físicas e até mesmo a morte. Para tanto, investiga as 
distribuições e as quantidades em relação à saúde e à doença.
Por meio de estudos estatísticos, a Epidemiologia indica aspectos da doença ou de-
sastre, como sua frequência, sua distribuição geográfica e a população que mais corre 
risco. É importante que conheçamos os termos: epidemia, endemia e pandemia.
Introdução aos Estudos Epidemiológicos – Resumo – Epidemiologia: https://youtu.be/Jl18GmGOyiIExp
lo
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Epidemia
Epidemia e elevação progressiva, inesperada e indeterminada de uma doença es-
pecífica em uma determinada região, ultrapassando os limites endêmicos esperados.
Endemia
Endemia é a presença constante de uma determinada doença em uma popula-
ção de determinada área geográfica (Figura 5).
Tempo
Endemia Epidemia
Nº
 de
 ca
so
s d
e d
oe
nç
a
Figura 5 – O gráfi co mostra que a endemia é a presença constante de uma doença e 
a epidemia é uma elevação progressiva, inesperada e indeterminada dessa doença
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
PandemiaPandemias são epidemias que ocorrem ao mesmo tempo em vários países.
Leia o e-book Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e pandemias.
LUNA, E. J. A.; SILVA JUNIOR, J. B. Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e pande-
mias. In: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 – prospecção estraté-
gica do sistema desaúde brasileiro: população e perfil sanitário [on-line]. Rio de Janeiro: 
Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da 
República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176.ISBN 978-85-8110-016-6. Available from SciELO Books, 
disponível em: https://goo.gl/PzvmmM
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Interação entre os Seres Vivos
Caro(a) aluno(a), vamos lembrar que individualmente os seres vivos nascem, 
aprendem táticas de obtenção de alimentos, de defesa, de abrigo e de sobrevivên-
cia, crescem, buscam pares para a reprodução, deixam descendentes, envelhecem 
e morrem. Cada espécie se adapta e evolui para convivência em grupo ou em po-
pulações. No entanto, algumas poucas espécies, como ursos, onças, rinocerontes, 
doninhas, leopardos e outros seres, vivem de forma isolada, buscando uma compa-
nhia somente no momento da reprodução. 
Quando indivíduos de duas ou mais espécies convivem e interagem juntos, temos 
uma comunidade interagindo. Muitas vezes, essas populações coevoluem entre si, a 
exemplo de hospedeiros, que, por meio de mutações gênicas, adquirem resistência 
e imunidade aos patógenos, que não conseguem mais infectar o hospedeiro. Sendo 
que o patógeno pode sofrer nova mutação gênica e voltar a infectar o hospedeiro.
Enfim, vários são os fatores que regulam os fenômenos individuais, populacionais 
e das comunidades que propiciam a indivíduos de cada espécie a melhor forma de 
obter alimento, abrigo e proteção para a sua sobrevivência e perpetuação da espécie.
Para aperfeiçoar esses processos, muitas espécies passam a conviver em um 
mesmo ambiente, gerando associações ou interações que podem ou não interferir 
entre si. Essas interações podem ser harmônicas (positivas) ou desarmônicas (nega-
tivas). É pertinente lembrar que, se a interação ocorre entre indivíduos da mesma 
espécie, nós as denominamos de intraespecíficas e, se ocorre entre indivíduos de 
espécies diferentes, nós as denominamos de interespecíficas.
Interações Harmônicas 
Esse tipo de interação ocorre quando há beneficio mútuo ou ausência de pre-
juízo mútuo.
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Comensalismo
Relação em que o hóspede recebe vantagens e o hospedeiro não. No entanto, 
o hospedeiro não sofre prejuízo. O hóspede pode se beneficiar ou pelo abrigo, ou 
pela proteção, ou pelo transporte, ou pela nutrição. 
Temos três classes de comensalismo:
1. Forésia: relaciona-se ao abrigo e transporte, a exemplo do Echneis remora 
(Figura 6), que utiliza sua ventosa para se aderir a tubarões acompanhando-os 
nas suas caçadas e, dessa forma, também pode se alimentar das suas sobras.
Figura 6 – Rêmora acompanhando tubarão
Fonte: iStock/Getty Images
2. Inquilinismo: ocorre quando uma espécie abriga-se em outra como forma 
de proteção. Exemplo: o peixe-palhaço abriga-se nos tentáculos urticantes 
de algumas anêmonas (Figura 7) sem lhe causar prejuízo, diferentemente 
de seus predadores, e ainda consegue se nutrir de restos alimentares.
Figura 7 – Peixe-palhaço abriga-se nos tentáculos urticantes de uma anêmona
Fonte: iStock/Getty Images
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
3. Sinfilismo ou protocooperação: é uma associação de benefício mútuo, 
onde ambas as espécies se beneficiam, porém, sem obrigatoriedade para 
a sobrevivência. Os pulgões se alimentam de tanta seiva das raízes de 
algumas plantas que acabam liberando açúcares absorvidos em excesso 
pelo ânus; as formigas se beneficiam ao lamber o abdômen dos pulgões 
para aproveitar esse açúcar excedente e levar para seus formigueiros; em 
contrapartida, os pulgões ficam protegidos das joaninhas que os atacam, 
pois temem as formigas ao seu redor.
Mutualismo
Associação em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam e não sofrem 
prejuízo. Por alguns autores, considerada sinônimo de simbiose, pois consideram 
que há a obrigatoriedade na associação para a sobrevivência das espécies envolvi-
das. Outros autores consideram que não há a obrigatoriedade na associação para 
a sobrevivência das espécies envolvidas, como no caso do líquen (Figura 8), que é 
composto por algas e fungos, e cada um deles sobrevive fora da associação.
Figura 8 – Líquen composto por algas e fungos, sendo 
que cada um deles sobrevive fora da associação
Fonte: iStock/Getty Images
Simbiose
Veja, como mencionado no parágrafo anterior, nesta associação entre seres 
vivos, há uma troca de vantagens em nível tal que eles seres são incapazes de 
viver isoladamente. Nesse tipo de associação, as espécies realizam funções com-
plementares, indispensáveis à vida de cada uma. Como exemplo, podemos citar 
as bactérias que vivem no interior de protozoários de vida livre, as quais sintetizam 
substâncias necessárias ao desenvolvimento do protozoário, como a vitaminas do 
complexo B, e ele fornece abrigo e fontes alimentares para as bactérias.
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Interações Desarmônicas 
Este tipo de interação ocorre quando há prejuízo para algum dos participantes.
Competição
Quando ocorre entre espécies diferentes (competição intraespecífica), geralmen-
te é por alimento, a exemplo de leões e hienas, ou por abrigo. Quando é interes-
pecífica, ou seja, entre indivíduos da mesma espécie, pode ser pelos motivos acima 
citados, ou machos competindo por fêmeas. A competição é um importante fator 
de regulação do nível ou número populacional de certas espécies e também de 
aprimoramento evolutivo delas, pois machos mais fortes copulam e deixam filhos 
com suas características.
Canibalismo
Trata-se do indivíduo que se alimenta da própria espécie ou da mesma família. 
Na maioria das vezes, ocorre devido à superpopulação e à deficiência alimentar no 
criadouro, e as formas mais ativas ou mais fortes devoram as menores ou mais fra-
cas. Se as formas mais fracas são eliminadas, também há aprimoramento evolutivo 
da espécie. Tubarões e hienas agem dessa forma.
Predatismo
Uma espécie animal se alimenta da outra espécie animal, causando sua morte, o 
que chamamos de cadeia alimentar. A onça está no topo da cadeia alimentar da flores-
ta amazônica, portanto, praticamente todos os animais podem ser predados por ela.
Parasitismo
É uma relação em que nitidamente uma espécie tem prejuízo, o hospedeiro, e a 
outra tem benefícios, o parasito. O hospedeiro é espoliado, fornecendo ao parasito 
alimento e abrigo. Geralmente, as relações parasitárias tendem ao equilíbrio, pois 
a morte do hospedeiro prejudica o parasito. Em algumas relações de parasitismo 
duradouras, a espoliação é constante, mas insuficiente para levar o hospedeiro à 
morte, como, por exemplo, o tatu, que é hospedeiro do Trypanossoma cruzi, mas 
raramente morre devido a esse parasitismo. Já o homem e alguns animais domés-
ticos como o gato e o cão frequentemente morrem com a doença de Chagas. 
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
Anexo I
Glossário
• Coevolução: processo em que duas ou mais espécies evoluem simultanea-
mente, sendo que há uma influência nos processos evolutivos entre ambas. As 
mutações gênicas sofridas pelas espécies as adaptam em uma evolução mútua.
• Encistado: forma de latência de um protozoário.
• Espoliar: retirar, pilhar, roubar.
• Eucariontes: seres vivos que possuem células nucleadas e dotadas de organe-
las membranosas.
• Hemácias: células sanguíneas responsáveis pelo transporte dos gases respiratórios.
• Hospedeiro: ser vivo que alimenta e /ou abriga outro ser vivo causador de 
doença que pode ser denominado de parasita.
• Humores: líquidos corporais.
• Jejuno: porção mediana do intestino delgado.
• Metabólitos: substâncias oriundas das reações químicas celulares e que não 
têm mais serventia no ambiente intracelular.
• Patogenicidade: é a capacidade doagente invasor em causar doença com 
suas manifestações clínicas entre os hospedeiros suscetíveis.
• Patógeno: ser vivo que provoca ou pode provocar doença.
• Procariontes: seres vivos que possuem células anucleadas, sendo representa-
dos basicamente pelas bactérias.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Introdução à Parasitologia – parte 1
https://youtu.be/WwM6pdzB0y8
Introdução à Parasitologia
https://goo.gl/9bDpxC
 Leitura
Apostila de Parasitologia
Professor: Sandro Gazzinelli (Doutor em Parasitologia pela UFMG).
https://goo.gl/bn3iHu
Docência no Ensino Superior: as disciplinas Parasitologia e Microbiologia na formação de professores de Biologia
Docência no Ensino Superior: as disciplinas Parasitologia e Microbiologia na formação 
de professores de Biologia – Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências 
Vol. 11, Nº3, 2011.
https://goo.gl/MGdjFB
Uma abordagem histórica da trajetória da parasitologia
MASCARINI, L. M. Uma abordagem histórica da trajetória da parasitologia. Ciência & 
Saúde Coletiva, 8(3):809-814, 2003.
https://goo.gl/X9KjJf
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UNIDADE Introdução à Parasitologia e Noções de Epidemiologia
Referências
BORGES, A. P. A.; COIMBRA, A. M. C. Envelhecimento e Saúde da Pessoa 
Idosa. Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. 
Educação a Distância; organizado por Ana Paula Abreu Borges e Angela Maria 
Castilho Coimbra. – Rio de Janeiro: EAD/ENSP, 2008. 
DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica: Seleção de Métodos e Técnicas de Labora-
tório para o Diagnóstico das Parasitoses Humanas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
FERREIRA, M. U. Parasitologia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara 
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