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2 SENAC | Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial DEPARTAMENTO REGIONAL EM MATO GROSSO Presidente do Conselho Regional José Wenceslau de Souza Júnior Diretor Regional – DR Carlos Alberto Tondati Rissato Diretora de Educação Profissional – DEP Juliane Almeida Rosa e Silva Diretor Administrativo Financeiro - DAF Bergson Henrique da Silva Amarilla Edição e Atualização 2022 Adaptação GEED- Gestão Educacional Formatação e Revisão GEED SENAC/DR/MT. ASSISTENTE DE LOGÍSTICA. DEP/GEED Cuiabá: SENAC/DEP, 2022, 62 p. Todos os direitos reservados ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Vedadas nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste impresso. 3 Sumário Conceitos básicos de administração .................................................................................. 7 Funções da administração .................................................................................................................... 7 Organização ............................................................................................................................................ 7 Nível Organizacional............................................................................................................................. 8 Áreas organizacionais ............................................................................................................................ 8 Sistema produtivo .................................................................................................................................. 9 Introdução à logística ........................................................................................................ 9 A logística para as organizações ........................................................................................................ 10 Fases da evolução logística ................................................................................................................. 10 Integração com operadores logísticos .............................................................................................. 11 Terminologias....................................................................................................................................... 12 Cadeia de suprimentos ..................................................................................................... 12 Cadeia de suprimentos e a logística................................................................................................... 13 Importância e objetivo da cadeia de suprimentos .......................................................................... 13 Elementos importantes da cadeia de suprimentos ......................................................................... 13 Principais documentos na logística .................................................................................. 14 Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) ........................................................................................................... 14 Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE) .......................................................... 14 Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) ........................................................................... 14 Documento Auxiliar Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE) ................................ 15 Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) ............................................................... 15 Romaneio de carga .............................................................................................................................. 15 Requisição de compra de materiais ................................................................................................... 16 Ficha de controle estoque .................................................................................................................. 16 Ficha de contagem de inventário ...................................................................................................... 16 4 Ferramentas de controle na gestão de materiais .............................................................. 17 First in, First Out (FIFO) ................................................................................................................... 17 Curva ABC ........................................................................................................................................... 18 Programas de qualidade em logística ............................................................................... 18 Internacional Organization for Standadization (ISO) .................................................................... 18 6 Sigma .................................................................................................................................................. 19 Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ) ............................................................................................ 20 Logística Reversa e Logística Verde ................................................................................ 22 Transporte e Distribuição ................................................................................................. 25 Modais de transporte .......................................................................................................................... 25 Acomodação de cargas ....................................................................................................................... 26 Transporte internacional................................................................................................... 29 Código IMDG (International Maritime Dangerous Goods Code) .................................. 29 Classe 1: Explosivos ............................................................................................................................ 29 Classe 2: Gases ..................................................................................................................................... 29 Classe 3: Líquidos inflamáveis ........................................................................................................... 29 Classe 4: Sólidos inflamáveis, substâncias que podem ocasionar combustão espontânea e substâncias que, em meio aquoso, podem emitir gases inflamáveis ............................................ 29 Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos .................................................................. 30 Classe 6: Substâncias infectantes e tóxicas ....................................................................................... 30 Classe 7: Material Radioativo ............................................................................................................. 30 Classe 8: Substâncias Corrosivas ....................................................................................................... 30 Classe 9: Diversas substâncias e artigos perigosos ......................................................................... 30 Incoterms .......................................................................................................................... 30 Categoria E (EX) ................................................................................................................................. 30 Categoria F (Free) ................................................................................................................................ 30 Categoria C (Carriage) ......................................................................................................................... 31 5 Categoria D (Delivery) ........................................................................................................................ 32 Centro de distribuição e armazenagem............................................................................ 32 O leiaute na armazenagem ............................................................................................... 34 Carga Unitizada ................................................................................................................ 35 Planejamento da carga unitizada ....................................................................................................... 35 Métodos para movimentar a carga unitizada ................................................................................... 36 Tipos de carga unitizada ..................................................................................................................... 36 Desunitização.................................................................................................................... 36 Limpeza e higienização do ambiente de estoque ............................................................ 36 Sistemas de informação na logística ................................................................................. 38 Gestão de estoque ............................................................................................................. 41 SCM – Supply Chain Management ................................................................................................. 41 Planejamento de necessidades de material - Material Requeriments Planning (MRP) ............. 43 Just in time na logística ....................................................................................................................... 44 Warehouse Management System (WMS) ......................................................................................... 44 Ponto de Pedido (Reorder point – ROP) ........................................................................................ 45 Ponto de Ressuprimento (RP) ........................................................................................................... 45 Operações com números naturais .................................................................................... 46 Unidades decimais ............................................................................................................................... 48 Porcentagem e regra de três ............................................................................................. 48 Atendimento ao público .................................................................................................... 50 Componentes do atendimento ao público ....................................................................................... 50 Funcionamento do atendimento ....................................................................................................... 50 Tipos de atendimento ......................................................................................................................... 51 Segurança do trabalho ...................................................................................................... 53 Normas Regulamentadoras ................................................................................................................ 53 6 Noções de técnicas de negociação ................................................................................... 56 Projeto Integrador ............................................................................................................. 58 Proposta 1: Estabelecimento de padrões de qualidade nos procedimentos de entrada e saída de cargas ................................................................................................................................................ 58 Proposta 2: Otimização dos processos logísticos ........................................................................... 58 Proposta 3: Logística Reversa – Sustentabilidade e Responsabilidade Social ............................. 59 Referência bibliográfica .................................................................................................... 60 7 Conceitos básicos de administração A palavra administração vem do latim: ad = direção, tendência para Minister, que é subordinação ou obediência, ou seja, aquele que presta um serviço a outro. É a tomada de decisão com os recursos disponíveis, trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos, é o gerenciamento de uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e também pensando previamente as consequências de suas decisões. É também a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para administrar. Funções da administração • Planejar – elaboração de um plano com os objetivos a serem alcançados. • Dirigir – conduzir as pessoas para conseguir um melhor rendimento delas. • Organizar – dispor ou arranjar a devida ordem, harmonizar. • Coordenar – dispor ou arranjar na devida ordem, harmonizar. • Controlar – verificar a execução do plano e as falhas. Organização As organizações existem para servir às necessidades e desejos das pessoas. Essas entidades são planejadas, organizadas, dirigidas e controladas por pessoas. Organizar é, então, o processo de reunir recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma empresa. Dentre as principais tipologias, podemos destacar: Fonte: Katz e Kahn (1976, p. 133-173). As organizações, por natureza, podem ter várias amplitudes: locais, regionais ou multinacionais. Assim como também, diversos tamanhos (ou portes): • Micro empresas; • Pequenas empresas; • Médias emrpesas; • Grandes corporações. Além do porte, as empresas podem enquadram-se em um dos seguintes regimes tributários: • Simples Nacional; • Lucro Presumido; • Lucro Real. 8 Nível Organizacional Existem três níveis organizacionais: 1. Nível institucional ou estratégico É onde fica a cúpula da organização, a presidência, alta direção. Aqui é necessário ter a habilidade conceitual mais desenvolvida, que é a ampla visão da organização, facilidade em trabalhar com ideias e conceitos, teorias e abstrações. Também necessário a habilidade humana e bem pouco da técnica. É no nível institucional que é traçado o planejamento estratégico da empresa, que deve ser de longo prazo. 2. Nível Intermediário, tático ou gerencial Nesse nível, Aqui a habilidade que deve prevalecer é a humana, ou seja, o administrador deve ter facilidade no trabalho com pessoas, relacionamento interpessoal, relacionamento grupal. Mas também precisa de habilidades conceituais e técnicas. 3. Nível Operacional O nível Operacional fica na base da pirâmide, primeira camada, com cargos mais ligados a operação, como supervisores. Neste nível a pessoa necessita de maior desenvolvimento da habilidade técnica, que se refere ao conhecimento especializado, saber como executar tarefas técnicas e procedimentos. Está relaciona ao fazer. Áreas organizacionais Organizar compreende ainda, atribuir responsabilidades às pessoas e atividades aos órgãos (unidades administrativas). A forma de organizar estes órgãos chama-se de departamentalização. Alguns dos principais departamentos que uma organização possuí são: Recursos Humanos, Financeiro, Produção, Marketing, Informática (CPD), Transporte etc. O organograma de uma organização, para área de logística, pode ser dividido da seguinte forma: Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/17903911/ 9 Sistema produtivo A produção trata da maneira pela qual a organização produz bens e serviços. O Sistema de Produção pode ser classificado por Processos: • Contínuo; • Repetitivo em Massa; • Repetitivo em Lote; e • Por Projeto. O sistema produtivo é caracterizado por possuir várias etapas, onde temos as entradas (input) onde entram todos os recursos necessários para a produção, tem a etapa do processamento ondeesses recursos serão transformados, e a última etapa que é a saída (output), onde o resultado será um produto acabado ou um serviço. Fonte: http://thaiskrobel.blogspot.com/2016/06/planejamento-estrategico-como-sistema.html Introdução à logística A logística originou-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando estava relacionada à movimentação e coordenação de tropas, armamentos e munições para os locais necessários. Quando adotada como um conceito pelo mundo dos negócios, ela referiu-se à movimentação e coordenação de produtos finais. Há várias organizações que tem uma função de logística que gerencia o fluxo total de produtos finais da fábrica até seus clientes. O conceito de logística foi estendido de modo a incluir uma parte maior do fluxo total de materiais e informações. O contexto econômico do mundo globalizado vem sinalizando para as empresas que suas estratégias de negócios devem estar intrinsecamente ligadas com os quatro cantos do mundo. Foi-se o tempo em que as corporações limitavam seu escopo de atuação e estratégias a um público geograficamente próximo a suas instalações. É fundamental para que as empresas permaneçam no mercado que acompanhem a evolução dos processos com a aquisição de (novas) tecnologias, de estratégias de gestão mais audaciosas, intensa atualização e reciclagem de informações que impactem direta ou indiretamente no empreendimento. Nos últimos 20 anos, diversas mudanças e transformações aconteceram nas relações comerciais entre indústrias, atacados e varejos. Essas mudanças influenciaram as relações de transação de compra e venda de produtos entre as diversas organizações que trabalham no mesmo canal de distribuição. As corporações se reestruturaram buscando aumentar sua qualidade e produtividade em produtos e serviços. Com a globalização, os mercados ficaram mais próximos e novos processos tecnológicos de 10 informação se difundiram pelo mundo tornando os mercados mais competitivos, mudando também as relações de negócios entre as empresas. Novas estratégias gerenciais no processo de distribuição física na cadeia de suprimentos possibilitam a entrada em novos mercados como também a consolidação de posição em outros. A exigência por uma gestão competente em uma empresa de serviços não é diferente da indústria. Torna-se necessário, para competir no mercado em igualdade com os melhores concorrentes, uma gestão empresarial que se antecipe a prováveis problemas que a empresa, porventura, possa vir a enfrentar. A logística para as organizações A logística empresarial agrupa diversas atribuições nas organizações de modo que possa suprir as demandas internas a fim de satisfazer os consumidores, que buscam tanto por produtos como para serviços. Nesse contexto, o processamento de pedido, que inicializa a movimentação de material, envolve a função de transporte e a manutenção de estoques. Esse alinhamento sistêmico vem exigindo das empresas uma maior competência na coordenação dos recursos internos e externos à organização, sendo relevante a aplicação de novas tecnologias de informação para o sucesso desse esforço integrador. Dessa forma, entende-se que um dos problemas críticos para que as empresas possam dispor de uma coordenação logística eficiente na cadeia de valor está em integrar as diferentes áreas de decisão na empresa e todos os seus processos internos com as atividades que envolvem o relacionamento com fornecedores, clientes e demais agentes participantes dos canais de distribuição. Isso significa que quanto menos informação possui a empresa, ou quanto mais pobres mostram-se os seus fluxos de informação com outras empresas, maior será a necessidade de elementos de precaução (estoques, fundamentalmente), para atender às flutuações na demanda, o que traz impactos diretos nas margens de lucros da empresa. Fases da evolução logística A logística, aprimorada com o passar do tempo teve quatro fases de amadurecimento: • Primeira fase, conhecida como Atuação Segmentada, o ponto “X” era o estoque. A matéria prima era estocada, o produto acabado era estocado, distribuidores e grandes atacadistas estocavam para abastecer os varejistas e estes por sua vez estocavam para vender ao consumidor final. • Na segunda fase, identificada como Integração Rígida, começou a se pensar mais em flexibilidade, embora muito timidamente, reduzindo os estoques que passaram a ser revistos periodicamente com mais freqüência além do aumento ainda discreto no número de produtos e modelos aumentando e aguçando a curiosidade do consumidor. Foi também nesta fase onde começou a se pensar em multimodalidade, pois como aumentou o “vai- vem” de transferências com a diminuição de estoque, aumentaram proporcionalmente os congestionamentos e os atrasos nas distribuições. Foi identificado nesta segunda fase uma maior racionalização nos processos, otimização das atividades de planejamento e operação, ainda distinta por causa dos poucos meio, porém, significativa para as demais fases. • Terceira fase, chamada Integração Flexível, houve um avanço tecnológico notável onde a “TI” foi a peça chave para uma maior integração dinâmica e flexível tanto dentro da empresa, quanto com fornecedores e clientes.Esta terceira fase foi marcante por tratar de um assunto que move o meio empresarial como o todo: A preocupação com a satisfação e os interesses do cliente, como uma maior integração com o mesmo em uma relação de comprometimento. • Quarta fase, denominada Integração Estratégica, é caracterizada pela integração entre os vários elos da cadeia de suprimentos de forma estratégica com o surgimento do Supply 11 Chain Manegement, ou seja, a Logística passou a ser utilizada como elemento diferenciador, de cunho estratégico, na busca de maiores fatias do mercado. Na quarta fase houve o surgimento de itens como Globalização, produtos produzidos e distribuídos em vários pontos do mundo de forma estratégica; Just-in-time, diminuição significativa do estoque; Fixação da Internet e empresas virtuais e Logísticas Reversa. Integração com operadores logísticos A integração das funções e atividades do composto de marketing e do composto logístico, por meio da integração entre decisões de produto, preço, promoção e canais de marketing às decisões logísticas relacionadas a compras, estoque, transporte, armazenagem e processamento de pedidos. Um operador logístico é um fornecedor de serviços logísticos integrados (transporte, armazenagem, estocagem, informação) que busca atender com total eficácia as necessidades logísticas de seus clientes de forma individualizada. No mundo, essa tendência já consolidada, proliferou-se chegando também no Brasil há pouco mais de dez anos. Isso se deve pela necessidade de criação de elos fortes entre empresas produtoras e seus prestadores de serviços logísticos (PSL). A tendência rumo a uma maior competitividade nesse mercado global, está forçando as empresas a desenvolverem estratégias para adequarem seus produtos para competirem com mais eficácia e eficiência, maximizando os recursos no processo produtivo. E nesse processo existe a figura dos operadores logísticos como uma tendência de logística empresarial moderna suprindo as demandas de forma integrada e personalizada. O operador logístico é um fornecedor de serviços logísticos integrados (armazenagem, transporte, estocagem e informação), que busca atender com total eficácia as necessidades das empresas nessa área. Para existir esse operador é necessário que haja demanda para esse serviço. Esta demanda acontece quando as empresas decidem ou não terceirizar esses serviços. Esses operadores podem ser baseados em ativos como também em informação e gestão. Os primeiros são aqueles possuidores de investimentos em transportes, armazéns, máquinas e equipamentos diversos. Já os últimos são aqueles que vendem conhecimento, ou seja, tem know how de gerenciamento das operações logísticas. Esse surgimento pode se dar tanto pelaampliação de serviços quanto pela diversificação das atividades. No entanto, a decisão de terceirizar cabe a alta administração, conforme suas estratégias de negócios. Porém, isso não se dá de forma tão simples. São necessárias definições quanto a fazer internamente ou fora da empresa. No caso de se pensar em contratar o operador, o que vem a cabeça é a redução de custos e a melhoria do nível de serviços, pois permite ao contratante reduzir seus investimentos em ativos, ter o foco centrado no seu negócio, uma maior flexibilidade operacional, redução dos custos de armazenagem, estocagem, frota e tecnologia da informação. Em contrapartida, verticalizando essas ações permitem aumentar o controle sobre as operações, avaliar e monitorar todo o processo de uma forma mais eficiente. Nesse contexto, a globalização, a proliferação de produtos, a segmentação de mercados, a diminuição do ciclo de vida dos produtos e a crescente exigência por melhores serviços são fatores que favorecem a contratação de operadores logísticos. Soma-se a isso o fato de as empresas possuírem informações sigilosas e estratégicas no seu ramo, gerando dificuldades e perdas por estarem sendo administradas por terceiros. Neste caso, não há possibilidade de envolvimento e contato direto com seus clientes, dificultando a maximização e identificação de oportunidades e ameaças frente à dinâmica do mercado. É interessante que a alta direção pondere sobre diversas questões para uma decisão acertada. Nesse contexto, a projeção de cenários permite uma análise mais fiel aos impactos da terceirização ou não dos processos logísticos. Se o cenário for de redução de custos, por exemplo, a opção de não terceirização deve estar embasada na análise efetiva dos resultados operacionais da logística empresarial. Porém, se a alta administração sinalizar pela terceirização, da mesma forma como o cenário anterior, os prós e contras devem ser minuciosamente analisados. Como o tema operador logístico é algo recente, é aceitável que surjam essas dúvidas no processo, e que, 12 deve ser abordado para sensibilizar a classe de empresários a fim de proporcionar um melhor tratamento para as ações gerando resultados mais efetivos na melhoria dos negócios. Terminologias SCM - Supply Chain Manegement: é uma ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência. O sistema inclui processos de logística que abrangem desde a entrada de pedidos de clientes até a entrega do produto no seu destino final, envolvendo aí o relacionamento entre documentos, matérias-primas, equipamentos, informações, insumos, pessoas, meios de transporte, organizações, tempo etc. Outsourcing: designa a ação que existe por parte de uma organização em obter mão-de-obra de fora da empresa, ou seja, mão-de-obra terceirizada. Está fortemente ligada a idéia de subcontratação de serviços. Benchmarking: é um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas empresarias entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas para identificar o melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva. Just in time: produção por demanda com estoque mínimo onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo. Seletividade: indica a capacidade de acessar determinados itens de uma área de estocagem sem ter a necessidade de remanejamento de cargas, ou seja, é a proporção de itens que estão disponíveis para serem acessados no primeiro movimento. Ocupação: a ocupação se caracteriza pelo percentual de aproveitamento de um espaço (volume) de estocagem, pelos itens, considerando-se todo o volume disponível. PEPS (FIFO): Siglas do Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (First In, First Out). A avaliação dos estoques é feita pela ordem cronológica das entradas. Sai o material que entrou antes, isto é, do lote mais antigo e cujo preço está baseado no custo em que ele entrou no estoque. Terminado o lote mais antigo, aplica-se o preço do segundo lote mais antigo. UEPS (LIFO): Siglas do Último que Entra, Primeiro que Sai (Last In, First Out), A saída do estoque é feita pelo preço do último lote a entrar no almoxarifado. O valor dos estoques é calculado ao custo do último preço, o qual normalmente é o mais elevado. Cadeia de suprimentos A cadeia de suprimentos pode ser entendida como um sistema de organização de processos, recursos, pessoas, atividades e informações que mantêm esforços para realizar o transporte de cargas e produtos. Esses esforços em conjunto não se referem somente à chegada dos produtos de fábrica aos clientes finais. Está relacionado e faz parte também da cadeia de produção, transportando matérias-primas, levando a armazéns e centros de distribuição. É justamente essa visão mais ampla que permite que a empresa faça a organização de todas essas possibilidades e com isso, a criação de planejamentos que garantam a máxima eficiência em toda a jornada dos produtos de uma empresa, participando ativamente das decisões dos demais setores operacionais. 13 Cadeia de suprimentos e a logística Enquanto a logística foca no transporte e no armazenamento das mercadorias, a cadeia de suprimentos trabalha todos os aspectos estratégicos que envolvem o percurso. Através de uma gestão integrada, engloba o relacionamento com agentes externos como produtores, motoristas, fornecedores, compradores, distribuidores, clientes finais, etc., centrado no estudo e extração de informações. Importância e objetivo da cadeia de suprimentos A troca de informações entre os setores de forma estruturada, organizada e planejada, tem como foco garantir alguns pontos importantes para o negócio, que são: • reduzir custos operacionais; • aumentar a produtividade; e • obter maior satisfação dos clientes. A prática da cadeia de suprimentos permite, ainda, aprimorar os serviços garantindo a disponibilidade dos produtos e a entrega dentro do prazo de forma que a distribuição seja adequada e não haja desperdício. Com isso, a cadeia de suprimentos contribui para que o setor, independente de qual seja, tenha resultados melhores através da gestão dessa cadeia e ao possuir processos que possibilitam a maior eficiência. Elementos importantes da cadeia de suprimentos Para ter esses resultados positivos através da cadeia de suprimentos, é preciso primeiro compreender qual é sua estrutura e quais os tipos de demandas são exigidos dessa empresa. Antes de entender os elementos principais da cadeia, deve-se ter em mente algumas questões como: quais são os custos operacionais, sua capacidade de transporte, os recursos humanos necessários e qual o nível de serviço deve ser oferecido. 1. Fornecedores A relação estabelecida com os fornecedores é crucial, afinal é dele que surge a matéria-prima que permite a construção do produto. Buscar parceiros que atendam suas expectativas tanto em qualidade, quanto em relação aos valores que deve contar com preços justos. Bem como, analisar a capacidade de entrega. Outro fator importante é entender se seu fornecedor consegue dar vazão ao seu nível de produção, isso quer dizer que você pode contar com ele quanto a flexibilidade de volume dos pedidos para mais ou menos, considerando as épocas sazonais. 2. Produção A capacidade de produção deve estar bem estruturada e integrada com as demandas e necessidades do setor comercial. Nesse aspecto, um dado importante é o tempo de produção, ou seja, quantas horas você leva para fabricar um lote de produtos, por exemplo. A previsão de demanda é essencial para que a empresa possa se organizar quando o assunto é estoque e capacidade de produção. Afinal, o cliente não pode buscar por um produto que não irá encontrar, isso abre precedente para concorrentes eesse não é um objetivo. 3. Estoque O estoque de fato precisa de uma atenção especial quando o assunto é gerenciamento. Um estoque grande demais significa que sua empresa está com dinheiro parado, enquanto o volume baixo pode limitar sua capacidade de atender o mercado. Para encontrar o nível certo entre esses dois pontos, é preciso realizar estudos e buscar números que auxiliem a respaldar suas decisões, entender quanto você costuma vender em cada mês e os números anteriores. Dessa forma, pode ter uma previsão de quanto ter em estoque é ideal em cada período do ano. 14 4. Local de fábrica, armazéns e centros de distribuição Buscar locais que estejam próximos às regiões em que seu produto se faz mais presente facilita o processo de distribuição, auxiliando na redução de custos e em um menor período de entrega. Essa análise deve ser feita quando o assunto é local da fábrica, armazéns e centros de distribuição. Vale também entender quais regiões possuem incentivos fiscais para abertura de negócios. É comum estados buscarem isentar empresas de alguns impostos para que ela se estabeleça em alguma cidade, auxiliando a movimentar a economia ao gerar mais empregos. Por isso, analisar esse aspecto também é importante. 5. Transportes e entregas Conseguir entregar com qualidade e no período de tempo correto é crucial para atender bem as expectativas dos clientes. Portanto, entender aspectos referente ao modal de transporte, validando qual o mais indicado para a região e tipo de produto faz toda a diferença. Além de contar com equipes qualificadas para realizarem a entrega. Muitas empresas terceirizam essa etapa com a transportadora, o que pode ser vantajoso considerando o volume de entregas. Principais documentos na logística Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) A Nota Fiscal Eletrônica é um documento emitido e armazenado eletronicamente, obrigatório para qualquer movimento de venda e compra de produtos que estão sujeitos a tributação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Tem como objetivo documentar uma operação de circulação de mercadorias (ou prestação de serviços), registrando detalhes sobre a transação e impostos que foram e/ou serão recolhidos, o que facilita o acesso para o emissor da nota, os órgãos públicos e o consumidor. Sua emissão é de responsabilidade do remetente da carga, ou seja, daquele que está enviando a mercadoria, assim como a sua validade jurídica, garantida pela assinatura digital do emitente. Já, a nota fiscal de devolução nada mais é do que um documento no qual constam dados de mercadorias recusadas pelo comprador. Ela deve conter informações iguais às da nota fiscal eletrônica de vendas, mas o CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações das entradas e saídas de mercadorias) deve ser diferente. Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE) O DANFE é a versão impressa da NF-e. Nele estão as principais informações do documento fiscal. Sua função é facilitar o acesso aos dados da nota fiscal no processo de movimentação da mercadoria (nenhum caminhão, por exemplo, pode rodar sem a DANFE). Portanto, diferentemente do que se pensa, esse documento não substitui a NF-e: ele funciona apenas como uma representação simplificada da mesma. As principais informações da DANFE são: • Chave numérica de acesso da NF-e • Código de barras da chave • Dados do destinatário • Valores • Dados do emitente Assim, no recebimento da mercadoria é possível que se confirme a existência efetiva dessa nota fiscal em uma simples consulta pela internet. Da mesma forma, o documento pode ser usado para colher a assinatura da pessoa responsável por receber o produto, servindo como um comprovante físico de que a operação foi concluída. Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) O Conhecimento de Transporte Eletrônico é um documento fiscal emitido pelas transportadoras, que 15 equivale a uma nota fiscal de prestação de transporte de carga realizado por qualquer modal (rodoviário, aéreo, ferroviário, aquaviário e dutoviário). Assim como a NF-e, o documento é emitido e armazenado eletronicamente e certificado por uma assinatura digital do emitente. Os CT-es cobrem os serviços de transporte intermunicipais e interestaduais, simplificando as obrigações tributárias das transportadoras. Esse documento também serve para ajudar na conferência de valores antes da emissão das faturas. É possível verificar se os preços negociados estão sendo cobrados pelo transportador corretamente e, assim, antever erros, como pagamentos duplicados. Documento Auxiliar Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE) O DACTE é a versão impressa do CT-e, funciona como um comprovante de que o seu produto está sendo transportado conforme a legislação e, assim como o DANFE serve para facilitar o acesso aos dados do conhecimento de transporte no processo de movimentação da mercadoria (nenhum transportador pode rodar sem a DACTE). Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) O Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais ou Manifesto de Carga, é emitido e armazenado eletronicamente assim como os outros documentos citados. O objetivo é agilizar o registro em lote dos documentos fiscais em trânsito e identificar características do transporte. O documento é gerado após o registro do CT-e e tem validade em qualquer região do território nacional. Assim como a NF-e e o CT-e, o MDF-e também tem a sua versão impressa, conhecido como Documento Auxiliar do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (DAMDFE). A proposta é igual a dos outros documentos auxiliares: acompanhar o transporte e informar dados sobre a carga durante o trajeto de expedição. Romaneio de carga Pode-se afirmar que o romaneio de carga é um tipo de documento comumente utilizado no transporte de mercadorias, o qual visa integrar em um só lugar todas as informações pertinentes dos pedidos que estão sendo distribuídos. Assim, nele, você encontra uma lista completa com todos os volumes e uma descrição sobre o conteúdo de cada um, quantidades, entre outros dados. O intuito utilizar o romaneio de carga é dar agilidade ao processo de conferência — durante o embarque ou desembarque — e até na fiscalização. Sua emissão não é obrigatória de acordo com a legislação atual, mas sua aplicação é altamente recomendada para otimizar as etapas operacionais da transportadora. No comércio internacional, ele é útil e regularmente utilizado na hora do desembaraço aduaneiro e para compor a Declaração de Importação, bem como para outros documentos exigidos pela Receita Federal. Nesse contexto, ele é conhecido também pelo termo equivalente em inglês, packing list. Não existe um modelo oficial para a emissão do romaneio de carga. Mas, para que ele cumpra sua função, a transportadora não pode se esquecer de incluir alguns dados essenciais nesse documento, como: • notas fiscais que seguirão com os produtos; • quantidade de volumes; • identificação (única) para cada pedido; • especificação das embalagens usadas no transporte - caixas de papelão, madeira, plástico, paletes etc.; • características básicas de cada carga - volume, dimensões e peso. Em alguns casos, o romaneio de carga pode ser um pouco complicado em relação às informações. Por exemplo, no transporte de grãos (carga a granel) ou de produtos que não são embalados (automóveis, máquinas muito grandes). Nessa situação, a identificação ocorre por meio do número de chassi (grãos) ou de série (carros e máquinas). 16 Requisição de compra de materiais A requisição de compra é um procedimento feito por meio de um documento oficial, de preferência registrado em formulários ou softwares online, que indica a necessidade de adquirir um produto ou serviço com fornecedores da organização. A requisição ou solicitação de compras deve ser feita por um colaborador do setor que precisa de um produto, serviço ou material específico para dar continuidade aos trabalhos. Ela deve ser encaminhadapara a área comercial, fornecendo o máximo de detalhes possíveis sobre a demanda. Pode ser utlizado formulário, e-mail ou um software específico para requisitar o material, é fundamental que essa requisição esteja centralizada em algum lugar no qual o funcionário do setor demandante possa preencher os dados da transação comercial e deixar tudo registrado. Dentro da solicitação, é preciso ter um espaço disponível para detalhar a necessidade, incluindo questões como: • tipo de produto, serviço ou insumo; • quantidade e qualidade esperada; • se é uma compra rotineira, emergencial ou nova; • prazos e expectativas sobre entrega; • onde o material será armazenado. Ficha de controle estoque A ficha de controle de estoque é um relatório que a sua empresa utiliza para organizar e detalhar todas as informações a respeito da entrada e saída das mercadorias. Como essa organização é feita em uma planilha, que torna mais simples a união de todos os dados de armazenagem. No começo, essa atividade pode parecer difícil de incluir na sua rotina e dos seus colaboradores, já que provavelmente uma grande mercadoria será monitorada constantemente. Antes de iniciar o preenchimento do controle de estoque em planilha é preciso compreender o ramo de atuação da empresa, pois ela se tornará a base para que você consiga elaborar tudo o que deve fazer parte do relatório de estoque, tais como: • Coluna de entradas de produtos; • Coluna de saídas de produtos; • O código dos itens; • A descrição da mercadoria; • A unidade de medida; • Descrição de datas (dia, mês e ano); • Registro do custo de cada produto; • O nome e o contato do fornecedor. Tanto na entrada quanto na saída, as datas, quantidades e preços dos produtos precisam ser registrados, mencionando também o motivo do despacho de cada um deles. Ficha de contagem de inventário Uma prática muito importante para qualquer empresa é realizar o inventário de estoque. Ele é responsável por manter a gestão e o controle de entrada e saída de mercadorias, a fim de que nenhum prejuízo aconteça ao empreendimento. Realizar periodicamente o inventário de estoque traz benefícios, como: • Saber quais e quantos produtos existem no estoque; • Realizar compras mais assertivas em função da disponibilidade de produtos no estoque; • Nortear ações para venda de produtos encalhados e/ou próximos da data de vencimento; • Identificar divergências, apurar suas causas e fazer os ajustes necessários; 17 • Evitar a imobilização de capital de giro em produtos inadequados; • Levantar o valor total de estoque da empresa, permitindo tomar decisões mais assertivas etc. O inventário de estoque pode ser realizado de duas formas, dependendo da realidade de cada empresa: 1. Inventário de Estoque Geral Trata-se da contagem física que é realizada sempre no final de cada exercício contábil. Possui efeito fiscal e deve ser feita contando todos os itens do estoque. 2. Inventário de Estoque Rotativo Esse é um procedimento de recontagem periódica dos itens do estoque. Para sua realização, é preciso selecionar um número reduzido de itens periodicamente para que sejam contados com uma frequência predeterminada (diária, semanal ou mensal) de acordo com a realidade de cada empresa. Finalizada a contagem desses itens, selecionam-se outros e, assim, sucessivamente. Esse tipo de inventário serve para aumentar a precisão do estoque, pois, por meio dele, é possível encontrar e corrigir divergências encontradas de forma muito mais rápida e não só no momento do inventário periódico que é feito anualmente, o que torna muito mais difícil lembrar-se do motivo de algumas divergências. Esse procedimento pode ser realizado manualmente ou por meio de um leitor de código de barras, caso a empresa utilize um software integrado de gestão (ERP). A morosidade e o risco de erros no procedimento, quando realizado manualmente, é muito maior. Então, o ideal nesse caso é que a contagem seja feita por pelo menos duas pessoas, sendo uma fazendo a contagem e a outra fazendo a conferência. Caso sejam identificadas diferenças no estoque após a contagem física, é importante entender quais são as causas do desencaixe. Os principais motivos são: • Ausência do registro das movimentações de entrada e saída de produtos (compras, vendas, trocas, devoluções, avarias etc.); • Erros no lançamento das operações de entrada e saída; • Registro correto das vendas, mas entrega do produto errado; • Registro incorreto de produtos similares (cores, especificações); • Ausência da conferência dos produtos recebidos dos fornecedores; • Desvios/furtos; • Configuração/parametrização inadequada do software (se utilizar). Ferramentas de controle na gestão de materiais First in, First Out (FIFO) Sigla para designar o primeiro (produto) a entrar em estoque deve ser o primeiro a sair também, evitando o alcance do vencimento do item. O objetivo desse sistema é auxiliar a empresa a organizar seus estoques e cargas dentro do armazém, sendo especialmente funcional, principalmente, nas filas de espera (como são chamadas). Para o setor logístico, a importância de manter essa ferramenta é: • Mercadorias com validade igual ou superior a 1 ano podem ser recebidas com, ao menos, 50% da sua validade total. Em outras palavras, recebe-se um produto que tem 1 ano de validade com 6 meses faltando para o seu vencimento; • Para itens perecíveis, deve-se receber produtos com até 1/3 a partir de suas datas de fabricação, o que, em outras palavras, significa que, caso um produto tenha 60 dias de validade, deve ser recebido até 20 dias após a sua fabricação. As vantagens de utilizar-se dessa ferramenta na organização de armazéns, estoques e distribuições, de modo a otimizar diversos fatores são: 18 • agiliza bastante os processos organizacionais e executivos; • facilita o manuseio de produtos perecíveis, combatendo desperdícios e afins; • com o estabelecimento de filas, consegue reduzir a necessidade de grandes estoques, aumentando o fluxo e diminuindo volumes, o que impactará diretamente os custos de armazenamento e margem de lucro geral; • tem compatibilidade alta com a maioria dos softwares e métodos de controle que são usados por empresas dentro dos setores de cargas e logístico; • atua diretamente na redução de erros operacionais, influenciando, principalmente, nas etapas de picking, desembarque e embarque de cargas; • diminui problemas relacionados à precificação dos produtos, uma vez que eles não permanecem muito tempo em estoque e os desequilíbrios tendem a diminuir consideravelmente. Curva ABC Trata-se de uma metodologia de segmentação e agrupamento de itens segundo sua ordem de importância para a empresa. Também é conhecida como Análise de Pareto ou Regra 80/20 diz que somente 20% dos itens dos empreendimentos geram 80% de retorno do que uma empresa necessitava. Por exemplo, em uma empresa, existem três categorias de produtos: A, B e C. • A é o grupo de produtos que geram maior ticket médio; • B é o segundo a gerar maior ticket médio e a categoria; • C inclui aqueles itens que geram menor ticket médio. A análise da Curva ABC, permite identificar aquilo que é mais importante para os resultados da empresa, e dessa forma, investir no que realmente gera lucro para o negócio. Quando a Curva ABC é aplicada em empresas de logística, a classificação dos produtos é feita com base em critérios como: margem de lucro, custo de estoque, proporção sobre o faturamento da empresa e giro do produto/material. Partindo desse princípio, os produtos enquadrados na categoria A devem ser posicionados na área nobre do armazém, ou seja, próximos às entradas e saídas para facilitar o acesso, o manuseio, a armazenagem e a movimentação. Depois de realizar o alinhamento entre o estoque e a demanda, é perceptível que a aplicação desse método ajude na redução dos desperdícios, pois agora você irá saber quais são os produtosque representam 80% do faturamento. Além disso, a técnica impede que itens com pouca procura fiquem parados, ocupando espaços no armazém que poderiam ser melhor utilizados. Programas de qualidade em logística O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que em alguns casos pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível. Dentre as iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, destacam-se investimentos em implantação de programas de qualidade e certificações, os quais serão destacados a seguir. Internacional Organization for Standadization (ISO) A expressão ISO designa um grupo de normas técnicas que estabelecem um modelo de gestão para 19 organizações em geral, qualquer que seja o seu tipo ou dimensão. A sigla “ISO” refere-se à International Organization for Standardization, organização não governamental fundada em 1947, em Genebra, e hoje presente em cerca de 160 países. A sua função é a de promover a normatização de produtos e serviços para que a qualidade dos mesmos seja permanentemente melhorada. Para receber os certificados da ISO é preciso cumprir uma série de etapas, mas ao final dessas verificações, as empresas saberão que não importa qual produto do seu portfólio ele escolha, todos eles seguem regras rígidas de qualidade. Em resposta a esta demanda pelas empresas e seus prestadores de serviço no setor logístico e para melhorar a gestão da segurança, a International Organization for Standardization, desenvolveu a norma ISO 28000 com o objetivo principal de, como ela mesmo se indica, “estabelecer um sistema de gestão global da segurança na cadeia logística”. A ISO 28000 “Sistema de Gestão da Segurança da Cadeia Logística”, é uma norma relativamente nova, emitida em 24 de maio de 2010 no Brasil, após um trabalho de tradução efetuado pela da Comissão de Estudo Especial de Gestão de Segurança para uma Cadeia Logística – ABNT/CEE-97. As boas práticas que convém ao cumprimento da norma ISO 28000 já são parcialmente adotadas por muitas empresas no Brasil, ainda que não constituídas ou formatadas através de um sistema de gestão de seus processos logísticos. Como exemplo deste são as empresas e seus prestadores de serviço que são habilitados no despacho aduaneiro expresso – Linha Azul da Receita Federal do Brasil. Dadas as condições atuais do comércio nacional e internacional sua adoção se faz cada vez mais necessária para um número maior de empresas. As vantagens de se implementar um sistema de gestão da segurança, conforme apresentado pela norma ISO 28000: • Planejar, implementar, usar, manter e atualizar um sistema de gestão para a Cadeia logística cujo propósito consiste em fornecer produtos cujo uso indicado esta garantido e estes estão seguros pelo consumidor; • Demonstrar sua adesão aos requisitos legais aplicáveis; • Examinar e avaliar os requisitos do cliente e os acordos que este tenha feito com terceiros, assim garantir a segurança do processo para aumentar a satisfação da cadeia de logística; • Comunicar eficientemente os interesses da segurança da cadeia logística aos fornecedores e clientes e a todos envolvidos no processo; • Cumprir com suas próprias políticas de segurança; • Garantir que sejam realizadas operações para o controle dos riscos e a implementação de medidas que os mitiguem; • Contribuir com o acréscimo de valor para a organização em suas operações comerciais; • Poder comunicar aos clientes, autoridades e investidores a implementação de um sistema de gestão em segurança e utiliza-lo como ferramenta diferenciada para a competitividade. A norma ISO 28000 tem seu complemento na ISO 28001 “Melhores práticas para implementação de segurança na cadeia logística, avaliações e planos”. Este complemento define os diferentes aspectos a serem considerados, fazendo uma ênfase especial nos passos para se gerar a correta revisão e avaliação do sistema de segurança. E ainda, a norma ISO 28001 ainda diz que as organizações deverão levar em consideração que o plano de segurança, que deve estar devidamente documentados com procedimentos necessários e adequados para sua implementação e gestão. Este plano de segurança deverá ser comunicado ao pessoal envolvido, inclusive terceiros para que todos estejam informados de suas obrigações para com a segurança da cadeia logística. 6 Sigma O Seis Sigma (ou Six Sigma, em inglês) é uma ferramenta internacionalmente reconhecida e amplamente utilizada para identificar e implementar melhorias nos processos internos de uma 20 empresa, garantir custos de operação menores e, consequentemente, aumentando os lucros. O Sigma é uma letra do alfabeto grego, e também uma medida de variação utilizada em estatística. No universo empresarial, a Sigma se refere à frequência com que determinada operação ou transação utiliza mais do que os recursos mínimos necessários para satisfazer o cliente, ou seja, ela determina uma taxa de desperdício/desvio por operação. Assim, você pode usar o Seis Sigma para calcular matematicamente o nível de desempenho dos processos da sua empresa e obter um diagnóstico. Os sigmas representam algo como uma escala de qualidade, onde 1-sigma é o nível mais baixo, com alta quantidade de defeitos e grande potencial de perda de suas vendas devido à não-qualidade. Uma empresa que está no nível 6-sigma, que é o mais alto nível de excelência dentro da metodologia, tem apenas 3 defeitos em um milhão. De uma forma geral, o sistema Seis Sigma funciona por meio da definição de metas e aplicação de projetos específicos para alcançar essas metas. O sucesso do programa vai depender da mobilização e participação de toda a organização. É importante saber que os projetos serão definidos a partir da estratégia DMAIC (sigla para Definir – Mensurar – Analisar – Incrementar – Controlar), que de uma forma geral, significa: Definir: metas claras para as atividades e as melhorias almejadas. Essas metas serão os novos objetivos estratégicos da empresa. Mensurar: o sistema existente. Antes de buscar melhorias, é importante entender 100% como acontece atualmente cada etapa dos processos internos da empresa. A partir dessa análise, haverá o estabelecimento de métricas válidas e confiáveis para ajudar a monitorar o progresso rumo às metas definidas no passo anterior. Analisar: o seu sistema atual. O objetivo desta análise é identificar caminhos para eliminar a lacuna entre os números atuais e as metas definidas anteriormente. Essa análise deve ser feita fundamentada por dados sólidos e uma análise estatística. Incrementar: o seu sistema. Nessa etapa, a capacidade criativa da equipe envolvida para encontrar novas soluções e melhorar os processos é um diferencial importante. Controlar: o novo sistema desenvolvido. O objetivo dessa etapa é garantir que a metas alcançadas serão mantidas a longo prazo. Desenvolva métodos O Seis Sigma é um processo que trabalha com cálculos matemáticos e estatísticas para melhorar resultados. A partir da análise, o gestor poderá estabelecer métricas válidas e confiáveis para ajudar a monitorar o progresso rumo às metas definidas. Continue monitorando sempre Para saber se as melhorias implementadas estão, de fato, apresentando resultados, não tem muito segredo, é preciso continuar monitorando e aplicando os cálculos. O objetivo do monitoramento é garantir que a metas alcançadasserão mantidas a longo prazo. Prêmio Nacional de Qualidade (PNQ) Concedido pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), o Prêmio constitui o maior reconhecimento público à excelência da gestão das organizações com sede no Brasil. O processo visa estimular o desenvolvimento do país, promover a melhoria da qualidade da gestão e o aumento da competitividade das organizações. O processo de premiação do PNQ visa: 21 • Estimular o desenvolvimento cultural, político, científico, tecnológico, econômico e social do Brasil; • Fornecer, para as organizações, um referencial (modelo) para um contínuo aperfeiçoamento; • Conceder reconhecimento público e notório à excelência da qualidade da gestão para as organizações Classe Mundial; • Divulgar as práticas de gestão bem sucedidas, com visas ao benchmarking; De forma geral, candidatar-se ao PNQ auxilia a organização na realização de uma profunda análise de sua gestão, efetuada por examinadores treinados pela FNQ. Ao final do processo, obtém-se um amplo relatório de avaliação de gestão. Os benefícios que a organização tem ao candidatar-se ao PNQ são: • Aplicação de fundamentos e critérios de excelência reconhecidos e utilizados mundialmente; • Visão sistêmica da empresa; • Foco nos resultados; • Maior cooperação interna; • Compartilhamento de informações e aprendizado; • Identificação de pontos fortes e de oportundiades de melhorias; • Comprometimento das pessoas; • Medição de desempenho perante os referenciais; • Capacitação para se autoavaliar; • Reconhecimento do mercado e da sociedade. Critérios de excelência da FNQ Os critérios constituem um modelo sistêmico de gestão adotado por inúmeras organizações de Classe Mundial. São constituídos sobre uma base de fundamentos essenciais à obtençãoo da excelência do desempenho. Os critérios de excelência compõem o Modelo de Excelência da Gestão (MEG), constituído por 8 critérios: • Liderança; • Estratégias e planos; • Clientes; • Sociedade; • Informações e conhecimento; • Pessoas; • Processos • Resultados Estes, se subdividem em 23 itens de requisitos (sendo 18 de processos gerenciais e 5 de resultados alcançados), sendo classificados com a seguinte forma de reconhecimento: Premiada – organização que se candidatou ao PNQ e, consequentemente, submeteu-se a um processo de avaliação, atendendo à maioria dos fundamentos avaliados pelos critérios de excelência, demonstrando bons resultados no desempenho de sua gestão, podendo ser considerada como referencial de excelência em muitas práticas e resultados Finalista – organização que se candidatou ao PNQ e, consequentemente, submeteu-se a um processo de avaliação, atendendo à maioria dos fundamentos avaliados pelos critérios de excelência, demonstrando bons resultados no desempenho de sua gestão, podendo ser considerada como referencial de excelência em muitas práticas e resultados Destaque por Critério – organização que se candidatou ao PNQ e, consequentemente, submeteu-se 22 a um processo de avaliação,apresentando destaque no atendimento a um determinado critério, evidenciado por meio da pontuação e do atendimento dqueles itens. Logística Reversa e Logística Verde A logística reversa, também conhecida como logística inversa, é a área da logística com foco no retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo, visando o reaproveitamento ou Descarte Ecológico de materiais e a preservação ao meio ambiente. Fabricantes e também comerciantes de produtos como geladeiras, pilhas, computadores, entre outros, segundo a Lei 12.305/10, também conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), são responsáveis pela destinação final dos resíduos industriais. Então, sempre que você vê produtos em beiras de estradas e rios, entenda que alguma empresa está falhando em sua logística reversa. Por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do “ciclo de vida”. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados. Do ponto de vista financeiro, fica evidente que além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Do ponto de vista ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto que um produto tem sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma a contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos. O termo logística verde foi traduzido do inglês, green logistics, também chamado de eco-logística, e refere-se a um conjunto de medidas, ações e políticas sustentáveis. O objetivo principal é reestruturar processos logísticos para que gerem menos impactos ao meio ambiente, e inclui: • Produção; • Armazenamento; • Transporte; • Retorno dos resíduos produzidos, para que entrem novamente na cadeia de produção. Exemplos da aplicação da logística verde Algumas ações do cotidiano da logística, com impactos ao meio ambiente, são teoricamente óbvias, como a emissão de poluentes, por exemplo. No, entanto, segundo o PLVB (Programa de Logística Verde Brasil) existem muitas outras formas de tornar a logística mais eficiente e sustentável. Veja só alguns exemplos de logística verde: • Reciclagem e reutilização de produtos que seriam descartados; • Melhora na eficiência de rotas para diminuir o tempo de transporte; • Rastreio e retorno dos resíduos para a cadeia produtiva através de coletas (como o realizado pelo Boticário); • Compensação ambiental realizada pelas grandes empresas, que retorna uma embalagem equivalente para a cadeia produtiva; • Gerenciamento de manutenção de frotas para diminuir a poluição e evitar acidentes que comprometam o solo, rios, etc; Diferenças entre logística reversa e logística verde A logística verde considera uma série de ações, condutas e regulamentações, internas e externas. Uma dessas ações, é a logística reversa. Ela faz parte, portanto, de uma nova visão para compensar os resíduos que o setor produz. Isso quer dizer que não são ideias contrárias, a logística reversa faz parte de o que é a logística verde. A logística reversa trata exclusivamente do retorno das embalagens para a cadeia de produção de 23 forma a fazer a compensação ambiental. Seja através do método tradicional, como o utilizado pelo Boticário, ou com soluções como as oferecidas pelo selo eureciclo, que realiza a compensação através de resíduos similares. Destinação de Resíduos A produção exacerbada de resíduos - aquilo que chamamos de lixo - é um dos grandes problemas causados pela sociedade moderna, especialmente se eles não tiverem destinação adequada. A fim de evitar a contaminação do meio ambiente, a disseminação de doenças e minimizar os impactos ambientais, existem normas que regulamentam a destinação final ambientalmente adequada de resíduos. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei Nº 12.305), entende-se por destinação final ambientalmente adequada a destinação de resíduos que inclui a reciclagem, a compostagem, a recuperação, o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final (isto é, a distribuição ordenada de rejeitos em aterros), observando normas operacionais específicas de modo a minimizar os impactos. A seguinte ordem de prioridade deve ser seguida na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos: • não geração; • redução; • reutilização; • reciclagem; • tratamento; • a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Caracterização Em 2004 foi aprovada a norma ABNT NBR 10004:2004,cujo propósito é reger a classificação de acordo com as características físicas, químicas, qualitativas e quantitativas para a definição da destinação adequada para cada classe dos resíduos sólidos Descrição detalhada: • Cor • Estado físico • Odor • Aspectos gerais Denominação com base: • Estado físico • Origem • Atividade industrial • Componente principal • Destinação Destinação: • Aterro para resíduo perigoso • Aterro sanitário (não perigoso) • Aterro de resíduo inerte (solubilidade) • Tratamento térmico (compostagem, incineração, co-processamento) 24 Classificação de Resíduos Sólidos A classificação dos resíduos sólidos envolve a identificação do processo de origem do material e através desses dados, ela fica responsável por definir o local de destino correto para resíduos que se apresentem prejudiciais ou não à saúde pública e ao meio ambiente. Há três grupos de classificação, são eles: • Resíduos Perigosos (Classe I) - São caracterizados como possíveis causadores de danos ao serem manipulados ou entrando em contato com outro resíduo. São considerados nessa classe os materiais inflamáveis, tóxicos, corrosivos, reatividade e poluentes. Entre eles estão: lubrificantes, serragem, graxa, pneus, materiais com resquícios de produtos químicos entre outros. • Resíduos não perigosos não inertes (Classe II-A) - São resíduos que apresentam características de biodegradação, combustibilidade e solubilidade em água. Porém, precisam de atenção especial em relação ao seu descarte, pois podem apresentar os mesmo riscos que os materiais de Classe I, mesmo não contendo os mesmos componentes. Entre eles estão: restos de madeira, materiais têxteis, resíduos orgânicos e fibras de vidro. • Resíduos não perigosos inertes (Classe II-B) - Materiais que não oferecem riscos ao meio ambiente e saúde pública e não são biodegradáveis ou solúveis e não há qualquer alteração em sua composição conforme o tempo, se encaixam nessa classe de resíduos. Exemplos: entulhos, sucata de ferro e aço, plástico e latas de alumínio. • Outras classificações - Porém, além dessa, há outras classificações quanto à origem dos resíduos. São elas: resíduos hospitalares (agulhas, luvas, máscaras e afins), agrícolas (embalagens de agrotóxicos, leite excedente), industriais (produtos químicos, metais, solventes, entre outros), comerciais (embalagens de plásticos, papelões, papéis e restos de alimentos), construção civil (tijolos, restos de madeira, canos), domésticos (lixo orgânico) e também os recicláveis (alumínio, vidro, plástico) e não recicláveis (fotografias, papéis engordurados e fraldas). Destinação A destinação dos resíduos é a última etapa desse processo, onde o material de cada classe segue para seu destino. A destinação correta juntamente com medidas de segurança nesses locais é necessária para que sejam evitados seus efeitos negativos. Para o descarte, há normas regulamentadoras específicas, pois o gerenciamento nesse estágio é fundamental para garantir a segurança. As normas específicas são: • ABNT NBR 13896/97 - Aterros de resíduos não perigosos classe IIA e IIB - Critérios para projeto, implantação e operação; • ABNT NBR 10157/87 - Aterros de resíduos perigosos - Critérios para projeto, construção e operação. • Classe I: Os materiais considerados perigosos, precisam ter um tratamento especial com os processos de embalagem, transporte, identificação do veículo sobre o material transportado e a destinação. Para esses resíduos, podem ser utilizados os aterros para resíduos perigosos, conhecidos como aterro industrial Classe I. De acordo com o tipo de resíduo, pode ocorrer: solidificação, estabilização, encapsulamento ou neutralização, para então serem enterrados. • Classe II-A e II-B: Podem ser incinerados ou reciclados e podem também passar por outros tratamentos antes da disposição final, ou seja, o que não for aproveitado, é descartado em aterros sanitários (onde são descartados lixo doméstico vindo das coletas de lixo). Para evitar danos aos lençóis freáticos, o aterro é impermeabilizado para a coleta. Conhecer os processos de gerenciamento e classificação dos resíduos sólidos é importante para saber onde é despejado nosso lixo e se ocorre algum tratamento para que ele seja reaproveitado e o que ocorre com os resíduos perigosos nos aterros para que não venham contaminar o solo. 25 Transporte e Distribuição Modais de transporte São chamados de modais de transporte as formas de transportar cargas, sendo divididos em cinco: • Aéreo • Dutoviário • Ferroviário • Hidroviário • Rodoviário Geralmente cada um tem uma escolha baseado em suas vantagens e desvantagens, custos, velocidade, entre outros fatores. O modal de transporte aéreo é o realizado por aeronaves, que pode ser nacional ou internacional. Suas principais vantagens são a velocidade e a segurança para transportar mercadorias de alto valor, mas tem como desvantagem o alto custo econômico para o transporte e o limite de peso de carga, pois não pode ser algo demasiadamente pesado. Geralmente é escolhido para cargas de longa distância, com necessidade rápida de entrega e com pequeno porte. O modal de transporte dutoviário é formado por dutos ou tubos que transportam geralmente líquidos a longas distâncias. Suas principais vantagens estão na segurança do trajeto do produto sem perigo de roubo e a simplificação na carga e descarga. Tem como desvantagem a possibilidade de gerar graves problemas ambientais com acidentes de rompimento dos dutos, e o alto custo que ele emprega em seu processo de fixação e licenciamento. Geralmente é escolhido para transportar óleos, como os oleodutos e gás (gasodutos). O modal de transporte ferroviário é conduzido por trens que andam sobre linhas de ferro, tem grande utilização desde a segunda revolução industrial para carregar cargas de alta quantidade, também utilizado para trajetos de longas distâncias. Possui como vantagens o carregamento de grandes cargas e o baixo risco de acidentes. Suas desvantagens estão entre a falta de infraestrutura nas linhas de ferro e seu sucateamento e que necessita de outros modais para o produto chegar ao destino final em muitas das vezes, ou seja, utilizando o ferroviário para fazer a maior parte do trajeto apenas. Geralmente carrega cargas em grande quantidade. O modal de transporte hidroviário também pode ser chamado de aquaviário, marítimo ou naval, é o que utiliza transportes que se movimentam sobre trechos aquáticos (rios, mares e oceanos). Esse modal tem como vantagens o carregamento de grandes cargas por longas distâncias e o baixo custo, principalmente para produtos que que precisam ser entregues em outros continentes. Suas desvantagens estão na demora e na necessidade de rotas apropriadas, estando sujeito a intemperes. É utilizado geralmente para o transporte internacional de grandes mercadorias que são levadas em navios até os portos, o que influi em uma infraestrutura. O modal de transporte rodoviário é aquele que utiliza automóveis que transportam as mercadorias por ruas, estradas e rodovias. Suas vantagens estão na flexibilidade de trajeto, aumentando a rapidez de entrega e poder transportar qualquer carga. Suas desvantagens são o perigo de roubo e a dependência do ritmo de trânsito, podendo demorar a entrega, além de ser o que mais polui, com a queima de seus combustíveis. É utilizado em alta escala atualmente, desde transporte de pequenas cargas até grandes cargas, utilizando carros e caminhões, mas esses automóveis têm vida útil baixa, o que aumenta o custo de transporte, uma vez que precisa ser trocada constantemente a frota. Todos os modais possuem valores, velocidades, riscos e benefícios diferentes, o que gera a diferença de utilização entre eles, o que leva o cliente escolher o que melhor lhe interessa baseado em custos, 26 velocidades e o que for de seu interesse no momento. Acomodação de cargasOs aspectos relacionados com a acomodação adequada de cargas nos veículos de transporte rodoviário envolvem diversos princípios e regras práticas, bem como procedimentos que devem seguir a legislação pertinente. Princípios que regem a distribuição de cargas A correta distribuição da carga no veículo é fundamental para uma operação segura e econômica. Dentre os efeitos observados pela distribuição incorreta da carga no veículo, pode-se destacar: • Má estabilidade; • A falta de aderência; • A iluminação deficiente; • A sobrecarga nos eixos; • O desgaste prematuro de diversos componentes, como os pneus, freios, eixos, molas, amortecedores, sistemas de direção; • A elevação do consumo de combustível. Os efeitos são numerosos e extremamente prejudiciais ao veículo, causando à empresa gastos adicionais desnecessários que podem ser facilmente evitados. Efeitos da carga mal distribuída • No eixo dianteiro Se a carga estiver com a maior parte do seu peso recaindo sobre o eixo dianteiro, pode sobrecarregá-lo, tornando a direção pesada e, com isso, prejudicando a dirigibilidade do veículo. • No eixo traseiro Se a carga estiver concentrada no balanço traseiro, pode provocar excesso de peso no eixo traseiro e falta de peso no dianteiro, tornando a direção leve, com aderência insuficiente. Em aclives ou depressões da via, pode-se, em casos extremos, perder o contato das rodas dianteiras com o solo. • No caso de semirreboques Se a carga estiver incidindo acentuadamente sobre o eixo motriz do caminhão- trator, ocorrerão sobrecarga e desgaste dos pneus, ocasionando má estabilidade do conjunto. Se a carga estiver incidindo na parte traseira do semirreboque, pode haver falta de aderência das rodas propulsoras do veículo-trator e desgaste excessivo dos pneus do semirreboque. Influência da distribuição de carga no facho luminoso dos faróis O facho de luz dos faróis só proporcionará uma iluminação eficiente e segura se o veículo estiver com a carga corretamente distribuída. Havendo sobrecarga no eixo traseiro, o facho de luz ficará alto, comprometendo sua eficiência. Se o eixo dianteiro estiver sobrecarregado, o facho de luz ficará baixo, reduzindo a área iluminada à frente do veículo, comprometendo sua segurança. Posicionamento do centro de gravidade da carga O centro de gravidade da carga também deve estar posicionado adequadamente em relação à largura da carroceria, ou seja, coincidindo com o centro de gravidade do conjunto. Quando ele estiver deslocado para uma das laterais, haverá um esforço maior sobre a suspensão e os pneus daquele lado, podendo ocasionar derrapagens em razão das condições desiguais de frenagem ou até tombamentos devido a desníveis da pista. 27 Aspectos da correta distribuição de cargas em alguns tipos de transporte 1. Coleta e Entrega No caso de veículos que executam serviços de coleta e entrega de mercadorias, tais como: cigarros, jornais, revistas, produtos alimentícios, encomendas e correspondências, tornam-se mais difícil efetuar uma correta distribuição de peso por eixo, uma vez que os veículos são carregados ou descarregados ao longo do trajeto. Tomando-se como exemplo o caso da distribuição de mercadorias, considera-se que o veículo, ao iniciar uma viagem, encontra-se totalmente carregado e com uma distribuição correta de peso sobre os eixos. Porém admitindo-se que a descarga seja feita pela porta traseira do veículo, pode ocorrer uma concentração de carga no eixo dianteiro, à medida que as entregas forem sendo efetuadas. O mesmo processo ocorre de maneira inversa nos serviços de coleta, quando o veículo vai sendo carregado a partir de sua parte dianteira. Uma solução para evitar os problemas de distribuição da carga no veículo é elaborar roteiros levando em conta o volume de entregas ou coletas, procurando com isso utilizar o veículo o menor tempo possível com um dos eixos sobrecarregado. 2. Bebidas e Botijões de gás Devido às características de algumas mercadorias, suas operações de coleta e entrega devem ser tratadas individualmente, como nos casos de bebidas e botijões de gás. Observe-se ainda que, nesses casos, a coleta e entrega ocorrem simultaneamente. Para o transporte de bebidas devem ser utilizadas carrocerias especiais que agilizam as operações de carga e descarga, além de reduzirem o número de ajudantes. Estas carrocerias possuem inclinação no piso para evitar o deslizamento da carga em curvas. As carrocerias utilizadas nestas atividades normalmente permitem acesso para carga e descarga pelas laterais, ocorrendo à descarga de recipientes cheios simultaneamente ao carregamento de vazios. Daí que na entrega destes produtos deve-se ter o cuidado de não permitir a concentração de peso numa das laterais do veículo. 3. Cargas líquidas Os líquidos têm a propriedade de ocuparem o volume que lhes é oferecido. O veículo, ao enfrentarem aclives e declives ou ao descrever curvas, poderá ter sobrecarga num dos eixos, devido à acomodação instantânea dos líquidos. Para atenuar este problema, os tanques devem ser providos, internamente de quebra- ondas. 4. Cereais e Granel Este tipo de transporte tem um comportamento parecido com o dos líquidos, proporcionando uma distribuição uniforme ao longo da plataforma de carga, apesar de ter maior resistência à auto acomodação. Quando o trajeto tiver muito aclives e declives, assim como muitas curvas horizontais, poderá ocorrer sobrecarga nos eixos e nas laterais do veículo devido ao acúmulo dos grãos. Este problema pode ser minimizado com a instalação de anteparos, com função semelhante à da quebras-ondas empregados nos tanques. É importante também cobrir a carroceria com lona ou encerado, para evitar a perda de carga durante o trajeto. 5. Operações com equipamentos basculantes Nas operações de descarga com carroçarias e semirreboques basculantes, devem-se tomar alguns cuidados, especialmente se a carga for aderente. Nesse caso ela apresentará resistência ao deslizamento, como acontece com a argila molhada, barro, terra úmida, lixo, etc. Para operar com este tipo de material, torna-se necessário que o sistema hidráulico proporcione um ângulo de basculamento na ordem de 50 graus. 28 Outro importante cuidado na operação é no que diz respeito à posição do veículo quando de sua descarga. Ele deve ser colocado em posição plana e nivelado, pois existe perigo de tombamento do veículo, devido ao deslocamento do centro de gravidade da carga. Quanto aos cuidados com a carga, os equipamentos basculantes que trafegam em vias públicas e rodovias devem utilizar cobertura de lona para evitar o derramamento da mesma. 6. Animais Por se tratar de carga viva, mesmo quando a caminho do abate, os animais devem ser transportados com cuidados especiais. Para este tipo de transporte, existem carroçarias especialmente desenvolvidas que proporcionam segurança e integridade aos mesmos. Outro cuidado diz respeito ao modo de conduzir o veículo, pois, em curvas, os animais podem ser projetados contra as paredes laterais da carroçaria. Nas acelerações e frenagens ou aclives e declives, também existe o risco de comprimi-los contra as paredes traseira ou frontal da carroçaria. Para minimizar este problema, as carroçarias devem ser dotadas de divisórias que reduzam a compressão dos animais e, ao mesmo tempo, evitem o deslocamento do centro de gravidade do caminhão. Quanto ao embarque e desembarque deste tipo de carga, deve ser previstas rampas de acesso, com inclinação máxima de 30 graus ou, então, plataforma elevatória. 7. Contêineres Os veículos transportadores de contêineres devem ter dispositivos de apoio e fixação na carroçaria, semirreboque ou reboque. Quando a carga for de baixa densidade, não há preocupação com o peso e sim com o máximo aproveitamento volumétrico do contêiner. Quando, porém, se têm cargas mais densas, deve-se verificar o limite de peso bruto estabelecido para o contêiner. Este limite imposto
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