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O roteiro para mídias sonoras informativas Prof. Dr. Carlos Eduardo de Almeida Sá O TEXTO INFORMATIVO EM MÍDIAS SONORAS • Linguagem clara, permitindo a sua fácil assimilação por qualquer integrante da audiência. • Precisa, ao retratar o objeto da notícia com exatidão, mas tendo consciência da impossibilidade de ser totalmente imparcial. • Concisa, dosando a quantidade de palavras utilizadas , cada uma delas apresentando significado o mais completo possível para o seu público. • Simplicidade não deve ser visto como simplismo, pobreza estilística ou vocabular. A ESTRUTURA DO TEXTO INFORMATIVO EM MÍDIAS SONORAS • O texto deve ser sintético, inicia sempre pelo aspecto mais importante, hierarquizando os detalhes restantes (técnica da pirâmide invertida). LIDE 1º perído 1º detalhe 2º detalhe 3º detalhe Que, quem, onde e quando Como e por quê Ordem decrescente de importância (um detalhe mais significativo , no entanto pode encerrar a notícia) Veja como se estrutura o lide e são elencados os detalhes a respeito do fato narrado: AS FORÇAS ARMADAS DEPUSERAM HOJE, EM SANTIAGO DO CHILE, O PRESIDENTE SALVADOR ALLENDE/ MILHARES DE MORTOS E CENTENAS DE FERIDOS SÃO O SALDO DO GOLPE MILITAR./ UM ATAQUE CONJUNTO DE TROPAS DO EXÉRCITO E DE ESQUADRÕES DA AERONÁUTICA DESTRUIU PARTE DO PALÁCIO PRESIDENCIAL DE LA MONEDA./ CONFORME TRANSMISSÕES DE EMISSORAS DE RÁDIO FIÉIS AO GOVERNO, ALLENDE TERIA SIDO MORTO DURANTE O BOMBARDEIO.// Lide 1º Detalhe 2º Detalhe 3º Detalhe RECOMENDAÇÕES • Redija pensando em contar ao ouvinte o que aconteceu. • Escreva com simplicidade. A linguagem utilizada é um intermediário entre o culto e o coloquial. • Não seja formal ou erudito, mas não ignore as regras da língua portuguesa. • Nunca utilize duas palavras se você pode utilizar uma. Na mídia sonora informativa elimine dados supérfluos. RECOMENDAÇÕES • A força da informação está no modo como você usa substantivos e verbos e não na utilização desnecessária de adjetivos. • Na dúvida de utilizar uma palavra leia o texto em voz alta para analisar o seu efeito. • Confira sempre a grafia e a pronúncia de nomes próprios complicados. • Nunca deixe de revisar o seu texto e não confie apenas nos corretores ortográficos. • TEXTO CORRIDO • Lido por um único locutor, constitui-se na forma mais comum de redação no meio. • TAMANHO DO TEXTO • Textos de seis a oito linhas de 65 a 72 toques (caracteres + espaços) com períodos de duas linhas e meia em média. • ALINHAMENTO • À esquerda e sem hifenização. • ENTRELINHADO • O mais adequado é o espaçamento de um e meio. DECUPAGEM do ROTEIRO • BARRAS • / Barra simples – pausa curta , • // Barra dupla – pausa mais longa . • CAIXA ALTA • Recurso que facilita a locução do texto. Para Ferrareto (108. p. 108) o recurso era utilizado por profissionais mais antigos para destacar nomes próprios de pessoas e instituições. • EXPRESSÕES EM DESTAQUE • Expressões e palavras jocosas ou muito complicadas devem ser colocadas em negrito ou itálico, chamando a atenção de quem as lê. • MUDANÇA DE LINHA OU DE LAUDA • Nunca separe sílabas ou nomes próprios. Prefira escrever tudo na linha seguinte. • IMPACTO • A primeira frase da notícia deve causar impacto, surpresa, choque, abalo. O objetivo é fisgar a atenção do ouvinte. • ORDEM DIRETA • A estrutura mais simples costuma ser a melhor: • Ordem direta ---- Sujeito + verbo + complemento O roteiro radiofônico • CLAREZA • Não misture ideias. Primeiro, deixe clara a informação para, depois, dedicar-se às restantes. Cada período deve compor uma informação, complementada pela seguinte. • VOZ ATIVA • A utilização da voz passiva diminui o impacto da notícia. Utilize-a na abertura do texto, preferencialmente. Isso ajuda a atrair a atenção do ouvinte. • Em vez de : A ação foi comandada pela polícia. Prefira: A polícia comandou a ação. • TEMPO VERBAL • Dê preferência ao presente. Se necessário, no entanto, utilize o passado, principalmente se isso for contribuir para a clareza da informação. • FONTES E INSTITUIÇÕES • O cargo ou função é sempre mais importante do que a pessoa em si. Quando o nome da pessoa aparecer pela primeira vez, prefira a identificação completa, o cargo ou função seguido do nome. Por exemplo: • O secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luiz Carlos Prestes, disse... O roteiro radiofônico • NÚMEROS Use E não Onze 11 Vinte e dois 22 Trezentos e trinta e três 333 Cem 100 Um milhão 1.000.000 Dois mil 458 2.458 Sexta Festa da Uva 6ª Festa da Uva Duzentas pessoas 200 pessoas Duas mil, quatrocentas e 85 pessoas 2.485 pessoas 27 vírgula quatro por cento 27,4 % O roteiro radiofônico Use E não 17 de setembro de 1989 17/09/1989 Às duas da tarde Às 14 horas Ao meio dia Às 12:00 34-sete-meia-28-34 (telefone) 3476-2834 Dois mil e 200 reais RS 2.200,00 Dois terços 2/3 Um quilo e duzentos gramas 1 kg e 200 g • SIGLAS CUT – Central Única dos Trabalhadores M-S-T Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ENDEREÇOS DE INTERNET Use: http://www.planalto.gov.br Ou H-T-T-P dois-pontos barra barra W-W-W ponto PLANALTO ponto GOV ponto B-R • TEXTO MANCHETADO • Redação lembrando manchetes da imprensa, uma a complementar a outra na conformação da descrição ou da narrativa de fatos, opiniões e serviços. • A apresentação é feita por dois ou três locutores, com um fundo musical marcando o ritmo da leitura. Exemplo de texto manchetado • ABREVIATURAS • Em hipótese alguma são utilizadas abreviaturas no texto que será lido pelo locutor. • ALITERAÇÕES • É condenável o uso de aliterações. Não use, portanto, estruturas como: • “ ...o partido político do prefeito de Ponta Porã”. • ASPAS • Mais utilizada para roteiros de dramatizações radiofônicas ou publicidade para indicar um outro tom, de ironia, por exemplo. • PARENTESES • Assinalam a maneira de interpretar determinada fala. • (rindo) O que impossível?/ • CACOFONIAS Conforme já Por cada Marca gol Triunfo da Música gaúcha Uma mão Nunca gostou Vem sendo Buscar alho Paranifo da LAUDA Redator Murilo Data 18/09/2018 Programa Informativo entretenimento Tempo O roteiro radiofônico • REFERÊNCIAS CÉSAR, Cyro. Como falar no rádio. São Paulo: Summus, 2009. FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: teoria e prática. São Paulo: Summuns, 2014. PATERNOSTRO, Vera Iris. O texto na TV – Manual de telejornalismo. São Paulo: Brasiliense.
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