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Slide Curso TO em TEA - Módulo 11 - TO no sono e descanso

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IEPSIS
O papel da Terapia Ocupacional no 
atendimento da criança com TEA
Atuação do Terapeuta 
Ocupacional no Sono e 
Descanso
Definição e importância
Sono na Terapia Ocupacional
Sono na TEA
Higiene do Sono
O sono é definido cientificamente como um conjunto de 
alterações comportamentais e fisiológicas, que ocorrem de 
forma conjunta e em associação com atividades elétricas 
cerebrais específicas. 
Em contrapartida, a vigília caracteriza-se por elevada 
atividade motora, alta responsividade e por um ambiente 
neuroquímico que favorece o
processamento e o registro de informações e a interação 
com o ambiente. 
A alternância entre sono e vigília 
ocorre de forma circadiana, sendo 
esse ciclo variável de acordo com 
idade, sexo e características 
individuais.
Sua regulação homeostática 
envolve diversas citocinas e 
fatores neuro-humorais e 
O sono é fundamental a vida do ser humano. Possui função 
restaurativa, de conservação de energia e de proteção. 
Além disso, apresenta uma função biológica necessária na 
consolidação da memória, na visão binocular, na 
termorregulação e na e restauração do metabolismo 
energético cerebral. 
Ao adormecer, ocorre síntese proteica associada ao 
aprendizado
e memória, proporcionando a organização de experiências 
e auxílio no processo de formação da personalidade. 
Portanto, problemas durante o sono podem prejudicar ou 
até interromper
a síntese, prejudicando a sua função. 
Alterações dos parâmetros normais do sono levam a 
distúrbios, influenciando de forma negativa em diversas 
áreas.
Essas alterações são significativas no funcionamento físico, 
ocupacional, cognitivo e social do indivíduo, podendo-se 
manifestar de várias formas, tais como: fadiga, 
irritabilidade, falta de concentração, problemas de 
memória a curto prazo e ansiedade.
Atividades relacionadas à obtenção de descanso e sono 
reparadores para apoiar a saúde e o envolvimento ativo em 
outras ocupações. 
Descansar
Envolver-se em ações tranquilas e sem esforço que 
interrompem a atividade física e mental, resultando em um 
estado de relaxamento (Nurit & Michal, 2003, p 227.); está 
incluído a identificação da necessidade de relaxar; redução do 
nível de envolvimento em atividades físicas, mentais ou sociais; 
e envolver-se relaxamento ou outros esforços que restaurem a 
energia e a calma e renovem o interesse nesse envolvimento.
Ocupações
Atividad
es de 
Vida 
Diária 
(AVD)
Atividade 
Instrument
al de vida 
Diária 
(AIVD)
Gestão da 
Saúde
Brincar
Lazer
Descan
so e 
Sono
Educação
Trabalho
Participaç
ão Social
Descanso e Sono
Preparação para o sono
• Envolvimento em prática de rotinas que preparam o indivíduo 
para um descanso confortável, tais como cuidados de higiene, 
despir-se, ler ou ouvir música para adormecer, dar boa noite ao 
próximo, e se envolver em meditação ou orações; determinar a 
hora do dia e o período desejado para dormir e o tempo 
necessário para acordar; e estabelecer padrões de sono 
condizentes com o desenvolvimento e saúde (padrões são 
muitas vezes pessoalmente e culturalmente determinados). 
• A preparação do ambiente físico para períodos de inconsciência, 
como fazer a cama ou preparar espaço para dormir; garantindo 
proteção contra o calor ou frio; definir um despertador; garantir 
segurança da casa, como trancar portas ou fechar as janelas ou 
Ocupações
Atividad
es de 
Vida 
Diária 
(AVD)
Atividade 
Instrument
al de vida 
Diária 
(AIVD)
Gestão da 
Saúde
Brincar
Lazer
Descan
so e 
Sono
Educação
Trabalho
Participaç
ão Social
Descanso e Sono
Participação no sono
Garantir o início do sono, dormir e sonhar; manter um estado 
de sono sem interrupção; e realização de cuidados noturnos 
como uso do vaso sanitário e hidratação; inclui também a 
negociação das necessidades de interagir e exigências de 
outros dentro do ambiente social, como crianças ou parceiros, 
incluindo a prestação de cuidados noturnos, como o 
aleitamento materno e acompanhamento do conforto e 
segurança de outras pessoas que estão dormindo.
Ocupações
Atividad
es de 
Vida 
Diária 
(AVD)
Atividade 
Instrument
al de vida 
Diária 
(AIVD)
Gestão da 
Saúde
Brincar
Lazer
Descan
so e 
Sono
Educação
Trabalho
Participaç
ão Social
Descanso e Sono
Investigações prévias permitem-nos afirmar que os 
problemas de sono são comuns entre as crianças, 
independentemente das suas idades.
Estes problemas podem manifestar-se de formas muito 
diversificadas, tais como: problemas em adormecer, sono 
irregular, períodos curtos de sono, terrores noturnos, 
sonambulismo, bruxismo, pesadelos ou enurese noturna, 
entre outros.
Pesquisas apontam que 70% 
das crianças a adolescentes 
atualmente não estão 
dormindo o suficiente. 
Transtorno do Espectro Autista
Condições médicas co-ocorrentes
• Epilepsia: 8 a 30%
• Problemas gastrointestinais: 9 a 70%
• Síndromes genéticas: 5%
• Problemas de sono: 50 a 80%
Principalmente insônia
Crianças com TEA frequentemente tem problemas de 
comportamento relacionados ao sono que a impedem de 
ter um sono adequado.
A qualidade e quantidade do sono influenciam o estado de 
vigília, tendo repercussões na saúde física, 
comportamental e emocional.
A falta de sono pode 
exacerbar sintomas existentes 
que as crianças com TEA 
apresentam.
Em relação às alterações do sono em crianças com TEA os 
problemas de sono são comumente referidos nesta 
população, apontando dificuldades frequentes em iniciar 
e/ou em manter o sono, resistir à hora de deitar, 
necessitar de atividades confortantes ou dos pais para 
conseguir adormecer ou de rotinas pouco usuais para 
conciliar o sono. 
Outros aspectos são a reduzida duração do sono e medo 
do escuro. 
Crianças com TEA podem 
apresentar alterações nos 
padrões de sono com 
acordares frequentes à noite 
por longos períodos.
Estudo de Taira et al (1998): 56 de 89 crianças com TEA tem 
transtornos de sono. Dessas, 23 tem dificuldade em 
adormecer, 19 tem despertares frequente e 11 tem 
despertar muito cedo, com variações na apresentação da 
insônia. 
Pesquisa de Liu et al (2006) aponta que 86% das crianças 
com TEA sofrem diariamente de problemas de sono.
• 56% insônia
• 53% com parassomias
• 25% com desordens respiratórias
• 45% com problemas matutinos
• 31% sonolência durante dia
Outro aspecto a ser considerado é que problemas de 
sono no TEA impactam na interação social, qualidade de 
vida, funcionamento da rotina diária da criança, na 
realização acadêmica e estão correlacionados a aumento 
do estresse materno e interrupção no sono dos pais. 
As intervenções voltadas à promoção da boa qualidade do 
sono são imprescindíveis. 
As estratégias não medicamentosas incluem mudanças 
comportamentais e organização da rotina. 
Para tanto, é necessário avaliar as variáveis do ambiente, a 
implantação de rotinas consistentes ante de dormir, com 
estímulos calmantes e treinamento com a presença dos 
pais no quarto. 
Há ainda a intervenção 
medicamentosa que pode ser 
sugerida, mas esta deve ser 
avaliada e prescrita (se for o caso) 
pelo médico assistente. 
A partir da identificação do perfil circadiano do paciente, de 
seu repertório de hábitos, das habilidades remanescentes e 
das condições ambientais ( físicas, culturais e 
interpessoais), o terapeuta ocupacional pode auxiliar na 
construção de uma rotina estruturadora que promova um 
padrão de sono necessário para favorecer o metabolismo 
cerebral e por conseguinte, melhorar sua performance 
cognitiva, trazendo engajamento no cotidiano e bem estar.
Para se criar bons hábitos de sono:
• Estabelecer horários para dormir
• Criar ritual de preparação para o sono
• Prepara um ambiente agradável, com boa ventilação e 
baixa luminosidade e ruídos
• Evitar uso de equipamentos eletrônicos
• Evitar refeições pesadas e levar 
em consideração o tempo para 
digestão após o jantar
• Evitar atividades queaumentem o estado de alerta 
antes de dormir
No caso do TEA, é necessário avaliar também o 
comportamento rígido e inflexível e criar estratégias para 
atuar com esses comportamentos na rotina de sono. 
Referências
• SOUZA, Dinara (org). Terapia Ocupacional e sua representatividade no Transtorno do Espectro do Autismo: teoria e
prática. Ribeirão Preto, SP: BookToy, 2022.
• ANGELICO, S.S. et al.Avaliação dos habitos de sono e do comportamento em crianças de idade escolarcom e sem
transtorno do espectro autista. AUTISMO: REFLEXÕES E PERSPECTIVAS. DOI:10.47573/aya.5379.2.59.5
• APARAS, T.J. et al. Sono-vigília em crianças com distúrbios do espectro autismo. International Journal of Developmental
and Educational Psychology INFAD Revista de Psicología, Nº3, 2010. ISSN: 0214-9877. pp:525-533

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