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INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) EM PACIENTES COM INSÔNIA: uma abordagem

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INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS DA TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL (TCC) EM PACIENTES COM INSÔNIA: uma abordagem 
 
Danielle Maria da Costa1 
RESUMO 
Muitas pessoas em todo o mundo sofrem com transtornos associados ao sono. O mais 
prevalente deles é a insônia que pode estar ou não associado a outros transtornos. Neste 
presente artigo pretendemos trabalhar a temática do sono sob o viés da intervenção 
psicológica através da abordagem da Terapia Cognitivo-Comportamental. A partir dos anos 
70 surgiram técnicas com proposta de intervenção cognitivo-comportamental visando 
aprofundar o conhecimento dos processos saúde-doença associados ao sono 
especificamente à insônia. Essas intervenções foram estabelecidas por planos 
sequenciais de ações, desmembrados em diversos modelos conceituais, os quais 
trabalham especificamente com alteração de pensamento e comportamento. A educação 
e higiene do sono; a terapia de restrição do sono; a terapia de controle de estímulos; 
terapia de relaxamento e reestruturação cognitiva são as técnicas utilizadas no processo 
terapêutico no tratamento da insônia. A revisão de literatura foi a metodologia aplicada 
para o desenvolvimento do trabalho, permitindo a reafirmação da TCC como um importante 
instrumento terapêutico capaz de proporcionar relevantes benefícios ao paciente insone, com 
respostas eficazes em pouco tempo. Nessa perspectiva, o psicólogo assume um papel 
fundamental. 
 
Palavras-chave: Insônia. Qualidade de vida. Terapia Cognitivo-Comportamental. 
 
1 INTRODUÇÃO 
A insônia é o transtorno do sono de mais incidência mundialmente e tem acometido 
cada vez mais pessoas. Se não atentado e diagnosticado precocemente aos sintomas de 
insônia, existe a possibilidade de se desenvolver outros transtornos a partir da mesma, 
prejudicando assim a qualidade de vida. 
O presente artigo busca trabalhar a temática do sono em uma perspectiva capaz de 
romper com o lugar comum e, com fundamentação teórica de estudiosos do assunto, trazer 
algo novo e atual. Vale considerar que o sono tem despertado fascínio e curiosidade desde a 
antiguidade. Tem-se notícias de estudos realizados sobre o sono anteriores à era cristã. Além 
do mais, atualmente nota-se constante crescimento no campo da pesquisa relacionada aos 
distúrbios do sono. Como exemplo disso, podemos citar o incremento do número de 
distúrbios do sono, que não eram conhecidos na versão 2008, do DSM-IV, considerado uma 
das principais fontes de pesquisas sobre o assunto. Na versão 2014 do agora DSM-V, outros 
novos distúrbios foram catalogados. Não se pode ignorar esses fatos deixando assim de 
considerar a relevância do tema. 
 Existem inúmeros transtornos relacionados ao sono, e com o fito de delimitar o objeto 
de pesquisa-base do presente trabalho, buscamos trabalhar a questão das intervenções 
terapêuticas da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) em pacientes com insônia. 
 
1 Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-
Comportamental da Unigrad de Vitória da Conquista-BA. 
Data da aprovação: 
 
2 
 
Nesse contexto, faz-se necessária uma abordagem do que venha a ser um sono reparador 
ou não, com o intuito de responder a problemática da pesquisa, trabalhamos com os seguintes 
objetivos: 
A distinção da insônia enquanto sintoma, que se revela como vetor capaz de promover 
quadros críticos de comportamento prejudiciais às funções diárias, indicando a necessidade de 
intervenção psicológicas. 
Segundo a Sociedade Brasileira do Sono (2003), insônia é um sintoma que pode 
ser definido como dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, presença de sono não 
reparador, ou seja, insuficiente para manter uma boa qualidade de alerta e bem-estar 
físico e mental durante o dia, com o comprometimento consequentemente do 
desempenho nas atividades diurnas. 
Para o autor a insônia não se trata apenas de um sintoma: 
 
A insônia, independentemente de sua etiologia, está associada a uma gama de 
sintomas adversos como distúrbios físicos, mentais e emocionais, como 
alterações de humor, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração e 
memorização. A insônia pode ser inicial, de manutenção ou terminal. Na 
insônia inicial, o paciente apresenta dificuldade para iniciar o sono, com 
duração superior a 30 minutos. A insônia de manutenção é caracterizada por 
despertares durante a noite que podem ser de curta ou de longa duração. A 
insônia terminal tem como principal sintoma o despertar precoce, ou seja, o 
paciente passa a acordar mais cedo do que o habitual. Comumente, essas trê s 
formas de insônia estão presentes em um mesmo paciente (PINTO JUNIOR, 
2012, p. 28). 
 
Conforme mencionado anteriormente, a grande maioria dos casos de insônia 
pode ser caracterizado como insônia inicial, que se caracteriza pelo aumento da latência 
do sono, ou seja, aumento do tempo que o indivíduo demora para iniciar o sono. Alguns 
pacientes com insônia queixam-se da qualidade de seu sono, ou seja, mesmo dormindo 
uma quantidade de horas considerada satisfatória, esses indivíduos tem a sensação de 
que o sono não foi reparador. A quantidade ideal de horas de sono é uma característica 
individual. 
Quanto à intervenção psicológica pretendida, assume o papel-base nesta a aplicação da 
TCC, por ser considerada hoje padrão ouro no tratamento de pacientes insones sem a 
utilização prioritária de medicalização. 
Nesse sentido, pretendemos abarcar possíveis contribuições do psicólogo no trato das 
distorções cognitiva-comportamentais sobre o sono, com ênfase em tratamentos não 
farmacológicos referendados por profissionais da área e que felizmente têm surtido resultados 
positivos em que se submete a eles. 
Visando o domínio do tema, recorremos à metodologia de levantamento bibliográfico, 
a qual se desenvolveu a partir da leitura crítica de livros, artigos, dissertações e teses, 
levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
Uma constatação da relevância do sono é a de que, segundo cientistas, podemos passar 
mais tempo sem comer do que sem dormir. Sabe-se também que uma perda total de sono 
conduz a morte. Portanto é fundamental para sobrevivência. Dada a complexidade dos seus 
mecanismos e funções, definir o que seja sono não é uma tarefa fácil. Muitos estudos já foram 
realizados, e ainda serão e não sabemos se chegaremos a uma definição concreta para o tema. 
3 
 
No século XX começam a parecer as primeiras abordagens experimentais do estudo do 
sono. Nesta época surgiram os primeiros instrumentos que permitiram registrar as primeiras 
atividades cerebrais. A partir deste período começa o estudo científico do sono e seus 
transtornos através do método experimental. Sobre esse tema Hobson apud Buela-Casal e 
Yánez (2016, p.15) versa: 
 
O autor a quem devemos este grande avanço é o psiquiatra austríaco Hans Berger 
que conseguiu demonstrar que no cérebro humano se produzem oscilações de 
potencial elétrico que se podem registrar em forma de ondas (Berger, 1929). Esta 
técnica chamou de eletroencefalograma (EEG) e nos permite registrar a atividade 
cerebral em qualquer momento do dia. Os primeiros estudiosos a respeito 
manifestaram que a atividade cerebral era diferente durante o sono e durante a 
vigília. Mas estes resultados não receberam o merecido reconhecimento até que 
foram confirmados posteriormente por Adrian e Matthews (1934). 
 
Levando em consideração esses aspectos, podemos perceber que estes estudos fizeram 
questionar a ideia de que o sono era um fenômeno passivo. Porque evidenciou-se que durante 
o sono existia um padrão sincronizado de atividade cerebral e este não era completamente 
inativo, adquirindo assim uma concepção ativa. 
O sono, enquanto uma condição inerente a todos os indivíduos, que se alterna com a 
estadode vigília, (desperto), é um processo ativo envolvendo mecanismos fisiológicos e 
comportamentais em várias regiões do sistema nervoso central. 
Ainda sobre esse estado fisiológico denominado sono Andersen; Pinto Jr; Tufik, 
(2012, p.01) 
 
O sono é um estado fisiológico que ocorre na maioria dos animais, dentro de 
períodos de 24 horas, e se alterna com estados de vigília. Esse ritmo denominado de 
circadiano depende de estruturas anatômicas, mecanismos fisiológicos e da 
participação de neurotransmissores. 
 
Portanto, podemos perceber a importância dessas atividades cerebrais que acontecem 
tanto durante dia quanto a noite, para o bom funcionamento do sono, que trará reflexos 
físicos, mentais e comportamentais. 
No que se refere à insônia, é preciso destacar que etimologicamente o termo (do 
latim, in sem + somnus sono) indica a falta de sono. Segundo a Sociedade Brasileira do 
Sono (2003), insônia é um sintoma que pode ser definido como dificuldade em iniciar 
e/ou manter o sono, presença de sono não reparador, ou seja, insuficiente para manter 
uma boa qualidade de alerta e bem-estar físico e mental durante o dia, com o 
comprometimento consequentemente do desempenho nas atividades diurnas. 
Acerca do tema, Pinto Junior (2012) considera que a insônia não se trata apenas 
de um sintoma: 
 
A insônia, independentemente de sua etiologia, está associada a uma gama de 
sintomas adversos como distúrbios físicos, mentais e emocionais, como 
alterações de humor, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração e 
memorização. A insônia pode ser inicial, de manutenção ou terminal. Na 
insônia inicial, o paciente apresenta dificuldade para iniciar o sono, com 
duração superior a 30 minutos. A insônia de manutenção é caracterizada por 
despertares durante a noite que podem ser de curta ou de longa duração. A 
insônia terminal tem como principal sintoma o despertar precoce, ou seja, o 
paciente passa a acordar mais cedo do que o habitual. Comumente, essas três 
formas de insônia estão presentes em um mesmo paciente (PINTO JUNIOR, 
2012, p. 28). 
 
4 
 
Alguns pacientes com insônia queixam-se da qualidade de seu sono, ou seja, 
mesmo dormindo uma quantidade de horas considerada satisfatória, esses indivíduos tem 
a sensação de que o sono não foi reparador. A quantidade ideal de horas de sono é uma 
característica individual. 
A insônia é a mais prevalente entre todos os transtornos de sono, com maior 
incidência nas mulheres. O seu primeiro episódio geralmente ocorre na fase adulta 
jovem, e tem menor incidência na infância e adolescência. Pode ser aguda, com duração 
menor que quatro semanas e surge como resposta a fatores estressores de natureza 
psicogênica, médica ou ambiental em uma pessoa previamente normal. Quanto às 
insônias crônicas, frequentemente levam o paciente a procurar auxílio médico, uma vez 
que tendem a durar meses, anos ou por toda a vida (AMERICAN PSYCHIATRIC 
ASSOCIATION, 2014). 
Nesse sentido, Muller e Guimarães (2007), explicam as consequências adversas 
que os distúrbios do sono podem provocar na vida das pessoas. Aumento da propensão a 
distúrbios psiquiátricos, déficits cognitivos, surgimento e agravamento de problemas de 
saúde, riscos de acidentes de tráfego, abstencionismo no trabalho, enfim diminuição em 
todo o seu funcionamento diário e total comprometimento da qualidade de vida. 
Pinto Junior (2012) classifica as insônias primárias, como aquelas de curta 
duração que não são causadas por nenhum transtorno mental ou clínico, nem por outros 
transtornos do sono. Mas sim por comportamentos inadequados quanto a higiene do 
sono. A insônia primária, ainda segundo o autor, pode ser dívida em três tipos: 
• A Psicofisiológica, é denominada insônia aprendida, cursando como estado de 
hiperalerta cognitivo caracterizado por ansiedade ao ato de dormir. 
• A insônia Idiopática tem início antes da puberdade e pode persistir durante a vida 
adulta e há geralmente histórico familiar (fator genético). 
• A insônia Paradoxal, caracteriza-se pela presença de queixas subjetivas de sono e 
pela presença de sintomas diurnos de leve intensidade, causando assim uma má 
percepção do sono. 
Ainda de acordo com o autor acima citado, ao contrário do que acontece na 
insônia primária, a insônia secundária tem relação causal direta e temporal com o fator 
responsável pela insônia. Assim, enquanto houver um problema clinico, neurológico ou 
qualquer outro transtorno do sono ou mental não haverá remissão dos sintomas. Ela se 
torna comórbida ou associada quando há eliminação do fator causal e perpetuação dos 
sintomas da insônia. 
 
 
Insônia e comorbidade é tema sobre o qual ainda não há um consenso entre os 
pesquisadores. Conforme DSM-IV (2008), a insônia é uma comorbidade comum de 
muitas condições médicas, incluindo diabetes, doença cardíaca coronariana, doença 
pulmonar obstrutiva crônica, artrite, fibromialgia e outras condições de dor crônica. 
Aparentemente, a relação de risco é bidirecional: a insônia aumenta o risco dessas 
condições médicas, e os problemas médicos aumentam o risco de insônia. Nem sempre 
a direção da relação é clara, podendo alterar-se ao longo do tempo; por essa razão, 
insônia comórbida é a terminologia preferida na presença de insônia coexistente com 
outra condição médica (ou transtorno mental). Indivíduos com insônia podem usar 
incorretamente medicamentos ou álcool para ajudar o sono noturno, ansiolítico s para 
combater a tensão ou a ansiedade, e cafeína ou outros estimulantes para combater 
fadiga excessiva. Em alguns casos, além de agravar a insônia, o uso desse tipo de 
substâncias poderá evoluir para um transtorno relacionado ao uso de substâncias. 
É nesse contexto que os estudos acerca da intervenção psicológica no viés TCC 
dão uma significativa contribuição na condução de pacientes insones no sentido de 
leva-los a ter uma melhor qualidade de vida. 
5 
 
 
 2.1 Insônia na psicologia do sono 
Pesquisas desenvolvidas desde 1910 vêm impulsionando o conjunto de 
conhecimentos e medidas de registros até hoje na área de estudos sobre o sono, sob o 
olhar da ciência psicológica. 
No caso da insônia, especialmente, trata-se de um grave problema de saúde 
pública devido as consequências evidenciadas para a saúde e qualidade de vida do 
indivíduo com larga verificação de alta prevalência notadamente na atenção primária. 
Esse transtorno ocasiona mudanças no sistema nervoso autonômico e neuroendócrino. 
Tais alterações podem resultar na elevação do risco de obesidade, arteriosclerose, 
hipertensão, diabetes, cardiopatias, doenças renais crônicas e doenças pulmonares 
obstrutivas crônicas. Irritabilidade, problemas na atenção e concentração e queda no 
desempenho cognitivo também estão relacionadas com a insônia, que se apresenta como 
um fator de risco para transtornos mentais, inclusive depressão. 
Percebe-se, portanto, que a insônia é um alto fator de risco para depressão, e pode 
acarretar grandes prejuízos nas atividades diárias, além de causar prejuízos sociais, 
profissionais e cognitivos aos sujeitos acometidos, também ocasiona um declínio 
considerável na qualidade de vida aumentando o risco de acidentes domésticos, no 
trabalho e no trânsito. 
Em estudos recentes na Reunião Anual das Sociedades do Sono - APSS (2006), 
foi estabelecido que a insônia ajuda a prolongar períodos de tristeza, de falta de 
esperança e de perda de interesse em atividades cotidianas, indicadores que caracterizam 
a depressão, dificultando a recuperação dessa. O estudo verificou também que pacientes 
com insônia são 11% vezes mais propensos a entrar em depressão em um período de 6 
meses do que os dormidores normais. Essa pesquisa avaliou 1,8 mil homens e mulheres 
americanos. “Os resultados são especialmente significativos, uma vez que sugerem que 
o tratamento da insônia pode auxiliar na recuperação da depressão” disse Perlis, 2006. 
 
Assim, podemosperceber que a depressão enquanto transtorno do humor tem 
reflexo direto no sono. A ausência de remissão dos sintomas da insônia associa-se ao 
maior risco de recaídas, recorrência e episódios depressivos crônicos e períodos mais 
curtos entre os episódios, permanecendo o comprometimento funcional. Pois a 
ocorrência dessa comorbidade acarreta sérios danos a qualidade de vida. 
Estudos revelam que entre as mulheres, principalmente após a menopausa, a 
incidência da insônia é maior. Outros contingentes também tem propensão à insônia, 
como idosos, pacientes com doenças médicas e/ou psiquiátricas, trabalhadores em turno, 
desempregados e pessoas com baixa renda econômica e pouca escolaridade. 
 
Em Almondes (2016), encontra-se como se deu a interseção entre psicologia da 
saúde e a medicina do sono. Esta junção foi importante para o conhecimento dos 
comportamentos que contribuem para o desenvolvimento e manutenção dos transtornos 
do sono. Naquela época, surgiram concomitantemente, os diagnósticos para transtorno do 
sono e as intervenções que se transformaram em crescente interesse e ponto de pauta das 
pesquisas na área, tanto no que se refere aos fármacos quanto às tecnologias como 
medidas, e as abordagens terapêuticas. Segundo a autora, desde 1970 diferen tes 
pesquisas foram conduzidas com objetivo de avaliar aspectos da epidemiologia dos 
transtornos de sono, tratamento farmacológico e não farmacológico e fisiopatologia, 
englobando informações através de neuroimagem, genética, neurobiologia, avaliações 
comportamentais, dentre outros. 
Fica evidente que a partir dos anos 70, começam as contribuições da psicologia 
no estudo do sono. A partir de então surgiram técnicas que foram utilizadas para 
6 
 
intervenção cognitivo-comportamental com intuito de aprofundar esse conhecimento dos 
processos saúde-doença. 
 
As intervenções psicológicas no tratamento dos transtornos do sono 
especificamente na insônia, foram estabelecidas por planos sequenciais de ações, e para 
isso existem diversos modelos conceituais de intervenção para a compreensão do 
desenvolvimento e manutenção da insônia. Destacam alguns desses modelos: o modelo 
de condicionamento, que oferece uma base teórica para a eficácia de determinadas 
intervenções comportamentais. Esse modelo apresenta que o estado de vigí lia associado 
à insônia pode ser aprendido. 
Já o modelo de controle de estímulos é baseado no princípio comportamental de 
condicionamento, assim, um estímulo que é sempre junto a um comportamento 
específico tem grande chance de gerar uma determinada resposta (ALMONDES; 
PINTO JUNIOR, 2016). 
 
Para o adequado manejo da insônia, uma das finalidades é que ocorra uma 
associação da cama com o dormir, e não com outros estímulos. 
 
De acordo com Almondes, Pinto Junior (2016), o modelo de Spielman, 
conhecido como modelo dos 3Ps, indica a existência de fatores: predisponentes, 
precipitantes e perpetuantes, relacionados à ocorrência da insônia. Os fatores 
predisponentes são os que predispõem o indivíduo para o desenvolvimento da insônia ; 
os fatores precipitantes são os eventos que funcionam como gatilho para desencadear 
fatores que precipitam a ocorrência da insônia, e os fatores perpetuantes são 
compreendidos como os que mantêm a insônia, perpetuando-a. 
 
Fica entendido que, diante a um episódio de insônia, diversas estratégias mal 
adaptativas passam a ser realizadas na tentativa de aumentar o tempo de sono. Esses 
comportamentos são apreendidos por muitos pacientes como uma estratégia para 
conseguir dormir e não ter insônia, mas acabam sendo medidas que resultam maior 
estado de alerta e, consequentemente, mantêm a insônia. 
Conforme os referidos autores, o hiperalerta fisiológico, cognitivo e emocional 
pode propiciar a ocorrência de pensamentos disfuncionais e ser reforçado pelos mesmos. 
Tal hiperalerta pode predispor o indivíduo a hábitos incorretos, além de reforçar as 
distorções cognitivas e gerar consequências negativas no dia seguinte, agravando assim 
os hábitos inadequados relacionados ao dormir ou provocar aumento do alerta. Tornando 
assim um círculo vicioso, perpetuador de insônia nas suas diversas etapas. 
Entende-se que diversos são os fatores que podem interagir, em diferentes 
proporções, para a ocorrência e manutenção da insônia. Muitas são as formas como tais 
fatores são percebidos por cada indivíduo no que se refere à consciência do processo 
cognitivo. Também variados são os modos como cada pessoa, com suas características 
biológicas e aprendidas, rege a influência do meio e seus aprendizados sobre os fatores 
acima expostos, resultando em uma diversidade de manifestações e repercussões. 
O modelo Neurocognitivo, que delineia como a insônia ocorre de forma aguda, 
como se torna crônica e se perpetua. Segundo esse modelo, três fatores estão ligados ao 
surgimento e/ ou manutenção da insônia, são eles: 
 
As Terapias Cognitivas- Comportamentais (TCC) para Insônia incluem as 
seguintes modalidades de intervenções: terapia de restrição do sono, terapia de 
controle de estímulos, intervenções baseadas em relaxamento, estratégias 
cognitivas, ou uma combinação destas modalidades. A psicoeducação para 
higiene do sono, embora útil e envolvida no rol das modalidades da TCC, deve 
ser distinguida da TCC mais formal porque utilizada exclusivamente é 
frequentemente insuficiente para tratar a insônia crônica (ALMONDES, 2016, 
p.74). 
7 
 
 
Para uma avaliação clínica eficiente com fins a obtenção de informações para 
estabelecer um diagnóstico diferencial padrão ouro, ou seja, de total eficiência e elaborar 
um plano terapêutico adequado é importante a realização de entrevistas, aplicação de 
escalas, testes, questionários e de medidas subjetivo-objetivas como diário de sono e 
actígrafo (ALMONDES, 2016). 
Na realização da entrevista, por exemplo, leva-se em consideração algumas 
dimensões: levantamento do contexto social e cultural, caracterização da fase de 
desenvolvimento em que se encontra o paciente, visto que o sono depende desses 
contextos. O propósito é gerar um significado único, de acordo as especificações do 
transtorno apresentado por cada paciente. 
O levantamento da história do sono e da identificação do padrão do sono do 
paciente na atualidade são fatores importantes como parte da entrevista, que deve 
contemplar também os aspectos predisponentes, precipitadores e perpetuadores da 
insônia. 
Nessa perspectiva de investigação científica, o profissional deve solicitar ao 
paciente que recorde retrospectivamente seu sono antes de se tornar um problema e 
quando percebeu que este se transformou em transtorno. Na continuidade, o paciente 
deve descrever detalhadamente a queixa de insônia, especificando se a mesma ocorre ao 
iniciar, ao manter, ou ao acordar antes do horário, e/ou apresentar dificuldade para 
adormecer sem o uso de medicação. É preciso também que seja caracterizado a 
frequência e a variabilidade dessa queixa por noite. 
Toda essa investigação tem abrangência necessária para detectar uma rigorosa 
apreciação dos hábitos de sono e das crenças e a percepção sobre o sono, para 
estabelecer estratégias a fim de enfrentar as dificuldades com o sono. Tudo isso é 
decisivo para o diagnóstico. 
Faz-se, portanto, necessária a avaliação clínica antes de estabelecer a intervenção 
psicológica, porque a insônia pode ser sintoma de vários quadros médicos. Estes devem 
estar previamente estabelecidos e claros antes da intervenção psicológica. 
Neste contexto, em que se busca a regulação do sono, ganha relevo a abordagem 
da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). De acordo com Beck (1964), esse tipo de 
psicoterapia é estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para a 
solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos 
inadequados. 
Na forma de Terapia Cognitivo-Comportamental derivada do modelo de Beck 
(1997),em consonância com Alford (1997), o tratamento está baseado em uma 
formulação cognitiva, as crenças e estratégias comportamentais que caracterizam um 
transtorno específico. 
O tratamento também está baseado em uma conceituação, ou compreensão de 
cada paciente (suas crenças específicas e padrões de comportamento). O 
terapeuta procura produzir de várias formas uma mudança cognitiva – 
modificação no pensamento e no sistema de crenças do paciente – para 
produzir uma mudança emocional e comportamental duradoura. (BECK, 2013, 
p. 22) 
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para insônia é recomendada quando 
há sinais de fatores cognitivos e comportamentos disfuncionais aprendidos e 
condicionados que perpetuam ou acentuam os distúrbios do sono. Não há restrição à 
aplicação da TCC. Esta pode ser indicada tanto para o transtorno de insônia quanto para 
a insônia comorbidade, pois é eficaz para adultos e idosos, e para pacientes com uso 
prolongado de hipnóticos. 
8 
 
Tal terapia pode ser aplicada tanto na modalidade individual quanto na grupal. 
Controle de estímulos, treinamento de relaxamento e restrição de sono são técnicas 
utilizadas na TCC, podendo ser complementadas pela psicoeducação para o sono, além 
de instruções de higiene do sono e terapia cognitiva. É consenso que a terapia individual 
é a modalidade mais eficaz para a TCC para insônia quando comparada com as 
modalidades grupais. 
Conforme Lotufo Neto (1993), a TCC ajuda o indivíduo a modificar a relação 
entre a situação que está criando a dificuldade e a habitual reação emocional que ele tem 
naquela circunstância, mediante a aprendizagem de uma nova modalidade de reação. 
Assim, para que se alcance um sono de qualidade são necessárias mudanças de 
hábitos diários, as quais em conjunto com as técnicas da TCC é possível comprovar que 
o paciente apresenta um aumento no tempo total de sono, aumenta a percepção sobre a 
qualidade de seu sono e ainda, melhora o desempenho de suas funções durante o dia. 
São técnicas utilizadas na TCC, a educação e higiene do sono; a terapia de 
restrição do sono; a terapia de controle de estímulos; terapia de relaxamento e 
reestruturação cognitiva. 
 
A educação e higiene do sono 
• Avaliar condições do quarto (conforto, temperatura, ruídos); 
• Estabelecer horários regulares de sono tanto para dormir quanto para acordar; 
• Não ir para cama sem sono; 
• Não ficar controlando horário; 
• Não passar o dia preocupando-se com o horário de dormir; 
• Evitar ingestão de estimulantes (café, cigarros, drogas, chá preto, chocolate, próximo 
ao horário de dormir); 
• Procurar comer comidas leves até duas horas antes de dormir; 
• Não fazer uso de bebidas alcoólicas próximo ao horário de dormir; 
• Evitar excesso de liquido antes de dormir; 
• Realizar atividades físicas regularmente, preferencialmente pela manhã ou no final da 
tarde antes do jantar (ALMONDES; PINTO JUNIOR, 2016). 
Clemente (2006), por sua vez, versa que a educação e higiene do sono tem como 
principais objetivos, para o doente, adquirir noções corretas sobre o sono, compreender 
como se perpetua a insônia, modificar os fatores extrínsecos que prejudicam o sono, e 
comportamentos que causam um aumento da ativação pré-sono e promover fatores que 
aumentam a propensão para dormir e disciplinar o ritmo do sono-vigília. São fatores que 
contribuem para a higienização do sono: 
Deste modo percebemos que a higiene do sono promove condições adequadas a 
um sono tranquilo e saudável, relacionando-se a três questões fundamentais, o horário, o 
ambiente e as atividades que antecedem ao sono. Trata se de uma intervenção 
psicoeducadora, a fim de agir contra fatores que estejam mantendo a insônia. 
 
Terapia de restrição do sono 
Também faz parte do conjunto de técnicas da TCC, a terapia de restrição do sono, 
cujo objetivo é aumentar a eficiência do sono através da indução temporária de privação 
do sono. Há uma redução da quantidade de tempo passado na cama, para equiparar ao 
tempo que realmente adormece. Este tempo é subsequentemente ajustado em função da 
eficiência do sono (ALMONDES; PINTO JUNIOR, 2016). 
Os insones normalmente tentam compensar o tempo não dormido deitando-se 
mais cedo do que o normal e permanecendo na cama após acordarem, estes acreditam 
que esse período passado na cama pode ser restaurador, no entanto esse tempo em 
9 
 
excesso aumenta o estado de hiperalerta, o que acaba por reforçar a tentativa frustrada do 
paciente de não conseguir dormir. A terapia da restrição do sono tem por finalidade 
propor ao paciente que ele permaneça na cama somente quando estiver realmente 
dormindo. 
 
Terapia de controle de estímulo 
Outra técnica também utilizada pela TCC é a terapia de controle de estímulo, que 
se baseia na ideia de que a insônia resulta de um processo de condicionamento entre o 
ambiente de dormir, a hora de deitar e a ativação provocada por determinados 
comportamentos. O objetivo desta técnica é reforçar a associação entre comportamentos 
de dormir e estímulos ambientais, erradicando comportamentos incompatíveis com o 
sono. Dentre os procedimentos, estão: 
• Evitar ficar durante o dia no quarto e usá-lo apenas para dormir; 
• Levantar da cama ao sentir-se incapaz de dormir e ir para outro cômodo da casa; 
• Se não adormecer em 30 minutos sair da cama e dirigir-se a outro ambiente e 
procurar exercer alguma atividade tranquila e relaxante, importante que seja com pouca 
luminosidade e só retornar para a cama como estiver sonolento; 
• Não utilizar TV, computadores, rádios ou se alimentar neste ambiente; 
• Não cochilar durante o dia; 
• Utilizar uma agenda de compromissos anotando as atividades do outro dia; 
• Não insistir em tentar dormir. (ALMONDES; PINTO JUNIOR, 2016). 
Por isso, a terapia de controle de estímulos recondiciona o sono à cama, 
reforçando a interação dos comportamentos de dormir com os estímulos do ambiente e 
elimina os comportamentos que não são compatíveis com o sono. 
 
Terapia de relaxamento 
Também é bastante utilizada e tem por objetivo a redução do estado de 
hiperativação, que é responsável por causar e manter a insônia. Esta terapia requer uma 
prática diária, não sendo os resultados imediatos. 
• Treino neuromuscular progressivo; 
• Treino autogênico; 
• Imaginação guiada (ALMONDES; PINTO JUNIOR, 2016). 
 
Reestruturação cognitiva 
Finalizando o conjunto de técnicas da TCC temos a reestruturação cognitiva 
permitindo a identificação, a discussão e a correção de ideias distorcidas sobre as causas 
e consequências da insônia, sobre o sono e de falsas crenças sobre como lidar com a 
insônia. Assim procura alterar essas crenças e pensamentos disfuncionais que estão 
envolvidos no desenvolvimento e manutenção da insônia, diminuindo assim a ansiedade 
e preocupação com a insônia. 
• Aprender a lidar com o sono e não se preocupar com as repercussões da insônia; 
• Entenda que o período de sono na maioria das noites é maior do que costuma 
perceber; 
• Não alimentar crenças irracionais sobre a insônia; 
• Tentar fazer a ressignificação do sintoma da insônia. (ALMONDES; PINTO 
JUNIOR, 2016). 
Por fim, é na reestruturação cognitiva que irá permitir ao paciente identificar os 
pensamentos automáticos e os esquemas, e por meio destes aprender habilidades que 
irão modificar as percepções distorcidas, praticando assim uma série de exercícios 
para aproximar o aprendizado da terapia a questões situacionais do cotidiano. 
10 
 
Dentro do domínio das intervenções não farmacológicas, várias terapias 
alternativas e complementares vêm sendo utilizadas no tratamento da insônia. 
Acupuntura, Tai-chi e hipnose são algumas delas. Tais métodos, no entanto, não têm 
sido avaliados em estudos controlados como as outras intervenções anteriormente 
descritas. 
Vale ressaltar também que com o propósito de alcançar um público mais 
amplo, clínicos pesquisadores estão testando programas de TCC on-linepara insônia, 
utilizando a internet como recurso para ajudar os pacientes. 
Diante do exposto observamos a existência de uma gama de técnicas e 
métodos voltadas para tratamento de pessoas que sofrem de insônia e que a aplicação 
da TCC 
Diante do exposto observamos a existência de uma gama de técnicas voltadas 
para tratamento de pessoas que sofrem de insônia e que a aplicação da TCC tem sido 
amplamente adotada pela eficácia de seus resultados na promoção de mudanças de 
pensamento e comportamento dos pacientes, com reflexos diretos tanto na quantidade 
quanto na qualidade do sono. As pessoas podem se beneficiar da Terapia Cognitivo-
Comportamental, que consiste em uma abordagem psicoeducativa e tem como objetivo 
avaliar o repertório comportamental do qual decorre a insônia e utiliza os 
procedimentos baseados em princípios de aprendizagem que promovem mudanças de 
hábitos e como consequência proporciona um padrão de vida mais saudável. 
Alguns fatores incidem para a não adesão ao tratamento, a exemplo de problemas 
médicos, depressão, resistência em preencher os diários de sono e confrontamento dos 
terapeutas com os dados. A literatura mostra que aproximadamente 15% dos participantes de 
pesquisa sobre a eficiência do tratamento não conseguem completar o plano terapêutico 
elaborado após a avaliação diagnóstica. (Perlis et. al., 2000). 
 
Para ajudar na aderência do tratamento, é importante uma eficiente avaliação 
diagnóstica para cercar todos os fatores intervenientes mencionados acima para não 
adesão, além de obter o diagnóstico do transtorno, para identificar se é indicação 
para modalidade individual e/ou grupal, pois a falha nessa avaliação pode 
obstaculizar o processo. (ALMODES; HOLANDA JUNIOR, 2016, p. 57) 
 
Diante do exposto, é preciso ressaltar que a TCC é útil tanto para os transtornos de 
insônia quanto para outros transtornos de sono. Essa abordagem terapêutica tem valor e 
eficácia para tratamento com crianças, adolescentes, adultos e idosos. 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Este estudo demonstra que o sono exerce fundamental importância para o 
funcionamento adequado do organismo humano, sendo responsável pela manutenção de um 
equilíbrio físico e psicológico. Quando ocorre tal desequilíbrio, há o comprometimento das 
funções normativas do indivíduo, ocasionando quadros que interferem na sua qualidade de 
vida. Importante ressaltar, no entanto, que a insônia pode ser combatida, existindo para tanto 
diversos instrumentos terapêuticos, parte dos quais privativa da atuação do psicólogo. 
 É nesse contexto que se impõe a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ao 
envolver um conjunto de técnicas que agem diretamente no pensamento e comportamento do 
paciente insone. A intenção dessas técnicas é reverter significativamente os transtornos para a 
adequação do paciente às funções primordiais do sono: manutenção, reparação e restauração. 
 
 
A TCC, portanto, revela-se como uma forte medida terapêutica, pois ela traz grandes 
benefícios ao paciente insone, com efeitos mais rápidos e eficazes revertendo o que está 
mantendo a insônia e suas comorbidades. A mesma contribui no sentido de indicar novas 
11 
 
formas de tratamento que auxiliarão ao reestabelecimento psíquico e consequentemente na 
melhoria da qualidade de vida. 
 
O profissional de psicologia possui um papel fundamental no auxílio ao combate dos 
distúrbios do sono e cabe a ele aplicar técnicas e procedimentos citados neste artigo para 
facilitar a eficácia no tratamento. Esses procedimentos comportamentais se baseiam em 
princípios que envolvem o comportamento humano, o ambiente em que ele vive, mudanças de 
hábitos além de técnicas especificas. 
Por fim, concluímos referendando a importância do sono para a saúde física e mental 
do ser humano, bem como o papel do psicólogo, na prevenção, promoção e restauração da 
saúde de pessoas com distúrbios do sono. 
 
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