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AVALIACAO III_ BRASIL II

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL II - IHH 211 (2020.2) 
PROFESSORA: DRA. MAÍRA CHINELATTO ALVES 
ACADÊMICOS: KAIO CESAR DE AGUIAR SALLES
 MACARENA CAVALCANTE MAIRATA
 III AVALIAÇÃO
1) Desde a década de 1980, a historiografia sobre a escravidão no Brasil tem enfocado homens e mulheres que foram escravizados no país enquanto sujeitos históricos. A partir dos verbetes do “Dicionário da Escravidão e da Liberdade” e do texto de Robert Slenes (“Malungu, ngoma vem...”), disserte sobre as experiências de escravizados e escravizadas, nos contextos rural e/ou urbano, do Império brasileiro.
Segundo Carvalho (2018), "No passado, a escravidão urbana era interpretada como uma extensão, quase um apêndice, da escravidão rural”. Sendo, em 1690, o Rio de Janeiro “maior porto do tráfico atlântico e a maior cidade escravista das Américas”. 
Ainda segundo Carvalho (2018), escravizados e escravizadas urbanas tinham como atividades “(…) a carga e descarga de mercadoria nos portos e nas ruas. E trabalhavam em “(…) obras públicas, nos serviços urbanos, no comércio a retalho, no artesanato, nos espaços domésticos e em estabelecimentos comerciais”. E em XIX “invadiu o interior imediato (...)” e com isso, “as principais cidades cercaram-se de quilombos (...)”. 
Gomes (2018), Segundo Gomes afirma que “No século XIX (…) a economia quilombola mais típica era aquela das produção de farinha”. E estes, “se dedicavam ao fornecimento de lenha e à fabricação de cerâmica e cachimbos, além de outros utensílios da cultural material”. No Brasil Imperial, houve o surgimento dos quilombos urbanos “nas grandes cidades escravistas, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife”. 
Reis (2018), ressalta que a despeito da constituição familiar, no Brasil colonial e imperial, “casava-se muito pouco, mesmo entre a população livre e não poderia esperar que fosse diferente entre a população escravizada". Tendo a “recriação de padrões de vida familiar, a partir das várias formas de parentesco simbólico ou ritual, como as relações de compadrio, as irmandades religiosas negras, as “famílias de santo, os grupos étnicos (nações), e os “parentescos”forjados na trilha do tráfico”.
 O processo de abolição da escravião no Brasil contou com duas leis fundamentais que concretizaram o processo abolicionista no país. “(...) Uma entrou em vigor em 1871, e a conhecemos pela denominação de Lei do Ventre Livre. Outra, vigente a partir de 1885, foi posteriormente designada Lei dos Sexagenários.” 
Mamigonian & Grinberg (2018), afirmam que “A Lei de 7 de novembro de 1831 foi a primeira Lei Nacional a proibir o tráfico de escravos. Conhecida vulgarmente como "Lei para inglês ver", por estar associada à pressão inglesa (...).”. Como aponta e confirma Jaime Rodrigues em sua pesquisa, quatro fases nortearam tais Leis influenciadas pelo pensamento em voga naquela época de uma sociedade agrária brasileira: “a) a extinção do tráfico (...) b) Lei do Ventre Livre (...) C) Leis dos Sexagenários (...) da abolição."
Entretanto, isso não foi suficiente para que a elite brasileira descesse e concordasse com tal pressão. Os debates em torno do tema perpassavam pelo "confronto entre os interesses das classes dominantes do Brasil e da Inglaterra "; A construção de nação"; as duas correntes de opinões: a primeira, afirmava que a escravidão era a base da economia e o principal caminho para a acumulação de riqueza individual e dos impérios. E a segunda, acreditava que os escravos africanos representavam perigo à segurança pública, e os governos deveriam limitar seu número, fiscalizar suas atividades (...)."
 2) Com base nos textos de Isabel Reis (“Família escrava”...) e Maria Helena Machado (“Corpo, gênero e identidade...”), discuta as experiências de mulheres escravizadas, libertas ou livres no Império do Brasil.
Mulheres libertas tinham que negociar sua permanência em alguns lugares, porém seguiam totalmente vigiadas, mais que uma morada, estar no amparo de outro indivíduo significava sua proteção pessoal “Se é verdade que, assim como para os cativos, a década da abolição oferecia para as escravas, jovens ou nem tanto, novas perspectivas, é também verdade que, como parte de grupos de escravos fugidos, retirantes ou quilombolas, as mulheres com seus filhos parecem ter sido minoria. Além do mais, em suas fugas individuais, o espaço de manobra das cativas necessariamente se reportava às relações no âmbito privado do serviço doméstico, sempre entendido como uma troca de favores e de cuidados amorosamente realizados, e nunca como trabalho. 
Assim, para livres, libertas ou cativas, os caminhos da autonomia estavam marcados por restrições de gênero, que determinavam o ambiente doméstico como quase o único espaço de sobrevivência para as mulheres pobres, fossem elas livres ou não” (p.168 MACHADO, Maria Helena), mesmo que a liberdade fosse alcançada pela alforria o pouco status quo da jurisdição brasileira freava a tentativa de seguir a liberdade de muitas ex-escravizadas “das finais de vigência da escravidão, parece ter sido também palco de denúncias, e de algumas comprovações, de venda de pessoas livres como cativas, realizadas por negociantes de escravos mal intencionados” (MACHADO, Maria Helena. p.183), o que passou a se torna comum com a legislação cada vez mais forte voltada a escravidão, essas individuas passaram a recorrer da “segurança senhorial” em serviços alugados. Estes serviços baseiam-se no serviço doméstico e os demais gêneros como o de venda de quitutes. 
As mulheres que ainda permanecem escravizadas usufruem da liberdade de ir e vir por vários lugares, devido à sua constante vigília acima. Obtiveram uma liberdade sexual bem maior que as mulheres livres, o que a base senhorial considerava bom para os negócios, mesmo com a lei do ventre livre devido seus filhos também os ajudassem nas tarefas diárias “No entanto, diferentemente do que ocorria com as mulheres livres e de família, às escravas não se impunham, seriamente pelo menos, códigos de moralidade. A própria reprodução, mais ou menos desejável do ponto de vista senhorial, a depender de conjunturas econômicas, tipos de proprietário e/ou atividades desempenhadas pela cativa, não transgredir tabus de virgindade, não implicava no estabelecimento de uma paternidade socialmente reconhecida, nem redundava na transmissão de herança. Além do mais, obviamente do ponto de vista senhorial, a prole da escrava significava a reprodução da mão-de-obra e podia redundar em ganhos econômicos importantes, mesmo após a lei do Ventre Livre” (MACHADO, Maria Helena. p.187).
O controle social das duas categorias postas acima, ainda se notabiliza pelo controle social pelo próprio sentido do machismo, ainda tão vivo nessa sociedade, visto que tinham a concepção que a mulher tinha a capacidade de simular mais acida que o homem, por isso mesmo que a característica de identificar na época ainda fosse pouco usada, as mulheres negras passaram por este tipo de situação “Embora as sociedades tradicionais não possuíssem instrumentos padronizados de controle e identificação da população, esta sempre foi uma preocupação constante, refletida no desenvolvimento de conjuntos de sinais e sistemas semióticos de aparência, pessoa, etnicidade e sexo voltados para a identificação da pessoa. Porém, eram a fluidez no uso dos nomes e sobrenomes e a dificuldade de estabelecer ferramentas padrão de reconhecimento que obrigavam a que se recorresse a formas variadas de comprovação identitária. Ainda assim, entre as populações alvo de controle, as mulheres parecem ter tido seus deslocamentos ainda mais escrutinados. Vistas como possuidoras de uma compleição mais fluida e fria, segundo os conceitos da medicina galênica ainda em voga no saber popular ao longo do século XIX, as mulheres teriam maior tendência à dissimulação” (MACHADO, Maria Helena. p.188-89). 
Devido a esta situação,a questão dos seios das Famílias escravas e ex-escravas foram preponderantes para um enraizamento de proteção mútua desde os navios negreiros. Referente a isso, foram criados núcleos familiares durante e a pós escravidão das individuas que criaram conexões de solidariedade com os demais “Não são raros os documentos sobre as habitações alugadas e ocupadas por casais negros livres, libertos ou com status jurídico distintos. Existem igualmente registros de mulheres libertas e livres, e até mesmo cativas que ‘viviam sobre si’ , com a sua prole. Nesses espaços, as relações familiares e afetivas também foram experimentadas de forma consensual, sem a legitimação casamento católico” (REIS, Isabel. p.6)

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