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MEIO-AMBIENTE-E-DESENVOLVIMENTO-SUSTENTÁVEL-1

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1 
 
 
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
1 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 1 
Sumário .................................................................................................................... 2 
1. Introdução ........................................................................................................... 3 
2. Meio ambiente ..................................................................................................... 5 
1. Elementos e conceitos que envolvem o meio ambiente .............................................. 6 
2. Conceitos Ambientais do Planeta Terra ....................................................................... 9 
 Espaço ambiental ..................................................................................................... 9 
 Pegada ecológica e capacidade de suporte ............................................................ 10 
3. Os problemas ambientais numa visão sistêmica ........................................................ 13 
3. Desenvolvimento sustentável ......................................................................... 17 
1. Dimensões que edificam a sustentabilidade .............................................................. 20 
2. Metas do desenvolvimento sustentável .................................................................... 22 
3. A conservação da biodiversidade – o EIA/RIMA ......................................................... 23 
 Estudo de Impactos Ambientais – EIA .................................................................... 24 
 Relatório de Impactos Ambientais – RIMA ............................................................. 26 
4. Referências ....................................................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. Introdução 
 
Compreender e conscientizar-nos das implicações de nossas relações com o meio 
ambiente nunca foram tão importantes como na atualidade. 
O aumento demográfico da população mundial e nossas interferências no meio 
ambiente, seja por nós pessoas ou pelas organizações industriais são apenas dois 
motivos de uma lista sem fim que justificam a preocupação com o ambiente a nossa 
volta. 
 
Figura 1 – Região de mata degradada 
 
A degradação do meio ambiente é um tema muito em voga e sempre presente em 
todas as discussões sobre as questões ambientais que nos afligem desde o século 
passado. A degradação vem avançando sobre todos os ecossistemas e as suas 
causas e consequências são as mais variadas. 
 
4 
 
 
 
Figura 2 – Desenvolvimento sustentável 
 
Ser sustentável é descobrir maneiras de promover a exploração dos recursos naturais, 
de forma que prejudique o menos possível o meio ambiente, estabelecendo, assim, 
um equilíbrio. Embora esse conceito pareça ser difícil de ser implementado, a 
aplicação de políticas de sustentabilidade nas atividades humanas que causam altos 
impactos no meio ambiente, como a mineração, a extração vegetal, a agricultura em 
larga escala, a fabricação de papel e celulose e etc., está mostrando que é, ao 
contrário do que muitos pensam, economicamente viável. 
Pois bem, ao longo desse caderno veremos conceitos, causas, consequências e 
possibilidade de contornar essas questões com a prática do desenvolvimento 
sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2. Meio ambiente 
O meio ambiente, comumente chamado apenas de ambiente, envolve todas as coisas 
vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os 
ecossistemas e a vida dos humanos. 
De acordo com o art. 3º, I, da Lei n. 6.938/81, o meio ambiente é “o conjunto de 
condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. 
Tomando por base a Constituição Federal (CF) de 1988, o meio ambiente é dividido 
em físico ou natural, cultural, artificial e do trabalho: 
a) Meio ambiente natural – Formado pelo solo, a água, o ar, flora, fauna e todos 
os demais elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio dinâmico entre os 
seres vivos e o meio em que vivem (CF, 1988, art.225, caput e §1º); 
b) Meio ambiente cultural – Aquele composto pelo patrimônio histórico, artístico, 
arqueológico, paisagístico, turístico, científico e pelas sínteses culturais que 
integram o universo das práticas sociais das relações de intercâmbio entre 
homem e natureza (CF, 1988, art.215 e 216); 
c) Meio ambiente artificial – É o constituído pelo conjunto e edificações, 
equipamentos, rodovias e demais elementos que formam o espaço urbano 
construído (CF, 1988, art. 21, XX, 182 e segs., art. 225); 
d) Meio ambiente do trabalho – É o integrado pelo conjunto de bens, instrumentos 
e meios, de natureza material e imaterial, em face dos quais o ser humano 
exerce as atividades laborais (CF, 1988, art.200, VIII). 
 
Como podemos perceber, o conceito de meio ambiente pode ser identificado por seus 
componentes: 
a) Completo conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema 
natural mesmo com uma massiva intervenção humana e outras espécies do 
planeta, incluindo toda a vegetação, animais, microrganismos, solo, rochas, 
atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer em seus limites. 
6 
 
 
b) Recursos e fenômenos físicos universais que não possuem um limite claro, 
como ar, água, e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica, e 
magnetismo, que não se originam de atividades humanas. 
 
1. Elementos e conceitos que envolvem o meio ambiente 
 
Meio ambiente – É o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de ordem 
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
Biosfera – Bios vem do grego “vida”. A biosfera se estende um pouco acima e um 
pouco abaixo da superfície do planeta é uma película de terra firme, água, energia e 
ar que envolve o planeta Terra. É o habitat viável de todas as espécies de seres vivos. 
Ecologia – É o estudo do lugar onde se vive, com ênfase sobre a totalidade ou padrão 
de relações entre os organismos e o seu ambiente. Deriva do grego “oikos” = casa e 
“logos” = estudo, ou seja, o estudo do meio ambiente onde vivemos e a sua relação e 
interação com todos os seres vivos. 
Impacto ambiental – Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a 
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; 
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; aqualidade dos recursos 
ambientais. 
EL NIÑO – É um fenômeno meteorológico natural que se repete de 2 a 7 anos, em 
média, e decorre do aumento anormal da temperatura do Oceano Pacífico, atingindo 
mais intensamente o Peru. A costa peruana é caracterizada por águas muito frias. 
Como a substituição das águas normalmente frias por quentes costuma ocorrer logo 
após o Natal, esse fenômeno meteorológico passou a ser chamado de El Niño (o 
Menino Jesus, em espanhol). Há registros de sua ocorrência desde a época do 
descobrimento da América. O aquecimento das águas superficiais do Pacífico 
interfere no regime de ventos e, portanto, no deslocamento das nuvens e no regime 
das chuvas, gerando alterações significativas do clima em todo o planeta. Grandes 
7 
 
 
secas na Índia, no Nordeste do Brasil, na Austrália, Indonésia e África podem ser 
decorrentes do fenômeno, assim como algumas enchentes no Sul e Sudeste do Brasil, 
Peru, Equador e no Meio Oeste dos Estados Unidos. Em algumas áreas, observam-
se temperaturas mais elevadas que o normal (como é o caso das regiões central e 
Sudeste do Brasil, durante o inverno), enquanto em outras ocorrem frio e neve em 
excesso. Especificamente no Brasil, o El Niño provoca chuvas intensas no Sul e secas 
mais severas no Norte e Nordeste. O Estado de São Paulo está localizado numa zona 
de transição, onde o El Niño provoca chuvas ligeiramente acima do normal, mas 
também provoca uma melhor distribuição de chuvas em alguns meses (setembro, 
novembro, abril e maio). Isso significa que o fenômeno pode apresentar aspectos 
negativos, como a maior possibilidade de ocorrência de inundações, mas também 
pode ser benéfico, desde que se esteja convenientemente preparado para enfrentá-
lo. Assim, a melhor distribuição de chuvas pode beneficiar a agricultura. Do ponto de 
vista hidrológico, o El Niño aumenta a chance de ocorrência de vazões mais elevadas 
em rios do Estado de São Paulo. Isso pode provocar enchentes e inundações, mas 
ao mesmo tempo, também com o aumento da vazão dos rios, melhora as condições 
de geração de energia e abastecimento de água. O ciclo normal das chuvas está 
sendo alterado não pelo el-nino, mas sim pela mão do homem. Observe a Amazonas: 
ainda temos uma densa biodiversidade de elementos vegetais, a quantidade de 
floresta é imensa e úmida, o que provoca chuvas torrenciais quase todos os dias, 
embora o solo seja muito pobre, a floresta é rica em vida animal. As árvores seguram 
o vento não deixando que circule livremente sendo que em uma área aberta ele cria 
força transformando em furacão. A influência dos ventos sem a umidade necessária 
das árvores, os rios e nascente secam mais rapidamente e o vento se encube de levar 
esta evaporação para lugares distantes, esta é a umidade do solo que causa a chuva. 
Unidades de conservação – Unidades de conservação são as porções do território 
nacional, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais de relevante 
valor de domínio público ou propriedade privada, legalmente instituídas pelo poder 
público com os objetivos e limites definidos, sob regimes especiais de administração, 
às quais se aplicam garantias adequadas de proteção. 
Floresta – Entidade biológica formada por um conjunto complexo de formas vegetais 
interdependentes, que se dispõe em camadas, e cujo elemento dominante é a árvore. 
8 
 
 
Flora Silvestre – É o conjunto de vegetais naturais de uma região ou país. Vegetais 
nativos do lugar. 
Flora exótica – É o conjunto de vegetais não nativos de uma região, que foi adaptado 
ao local ou importado. 
Mata Atlântica – Formação vegetal com grande riqueza de espécies, geralmente 
apresentando três estratos: superior com espécies arbóreas de altura entre 15 a 40 
metros; intermediário com alta densidade de espécies, constituído por arbustos, 
arboretos e árvores de pequeno porte, entre 3 e 10 metros; e um terceiro, composto 
por grande variedade de ervas rasteiras, cipós, trepadeiras, além de palmeiras e 
samambaias. A Mata Atlântica abriga grande variedade de espécies da fauna 
brasileira, como: onça, sagui de tufo preto, paca, cotia, tucano de bico verde, 
caxinguelê, mono-carvoeiro, entre outras. Essa vegetação atualmente recobre 
principalmente o litoral e Serra do Mar, estendendo-se para o interior do Estado, onde 
adquire características típicas de clima mais seco com perda de folhas, floração e 
frutificação em períodos bem determinados. Entre a formação vegetal da Mata 
Atlântica encontra-se o pau-jacaré, bromélia, palmeira, guapuruvú e a embaúba hoje 
só existem 3% da mata atlântica e se extinguirá em pouco tempo, enquanto a fauna e 
flora agonizam sua morte. 
Mangue – Formação típica de litoral, sob ação direta das marés, com solos limosos 
de regiões estuárias. Constitui-se de único estrato de porte arbóreo e diversidade 
muito restrita. Neste ambiente salobro desenvolvem-se espécies adaptadas à essas 
condições, ora dominado por gramíneas o que lhe confere uma fisionomia herbácea; 
ora dominado por espécies arbóreas. O mangue abriga grande variedade de espécies 
da fauna brasileira, como tapicuru, guará, crustáceos, sapos, insetos, garça, entre 
outros. O mangue, devido ao acúmulo de material orgânico, característica importante 
desse ambiente, garante alimento e proteção para a reprodução de inúmeras espécies 
marinhas e terrestres. 
Área de Proteção Ambiental (APA) – São destinadas à proteção ambiental, visando 
assegurar o bem-estar das populações humanas e a conservação ou melhoria das 
condições ecológicas locais. 
9 
 
 
Reservas biológicas – São áreas delimitadas com a finalidade de preservação e 
proteção integral da fauna e flora, para fins científicos e educativos, onde é proibida 
qualquer forma de exploração dos seus recursos naturais. 
Estações ecológicas – São áreas representativas de ecossistemas brasileiros, 
destinados à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia; à proteção do 
ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Nessas áreas 
não há exploração do turismo. 
Parques – São áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos 
naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição de 
inalienabilidade e indisponibilidade em seu todo. Destinam-se a fins científicos, 
culturais, educativos e recreativos. São criadas e administradas pelos Governo 
Federal, Estadual e Municipal, visando principalmente a preservação dos 
ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que os desvirtuem. 
 
2. Conceitos Ambientais do Planeta Terra 
 
 Espaço ambiental 
Segundo Mineiro (2001), o ambiente da Terra é agrupado em Espaço ambiental, 
pegada ecológica e capacidade de suporte. 
Há que se ressaltar que o espaço ambiental diz respeito à quantidade de recursos não 
renováveis, energia e terras que se pode obter da Biosfera, de maneira 
ambientalmente sustentável. Indica o consumo per capita destes recursos dentro de 
um intervalo que não ultrapasse um teto (quantidade máxima per capita) e um piso 
(quantidade mínima per capita). Pelo princípio da equidade, todo ser humano teria 
direito ao uso equitativo dos recursos naturais, patrimônio comum da Humanidade, 
considerando a finitude destes recursos. 
 
10 
 
 
 Pegada ecológica e capacidade de suporte 
A pegada ecológica, por sua vez, pode ser definida como a área de terra e água 
ecologicamente produtiva que se necessita de forma contínua para proporcionar os 
recursos energéticos e materiais consumidos, e absorver todos os resíduos gerados 
por esta população. 
A Pegada Ecológica mede a quantidade de recursos naturais renováveis para manter 
nosso estilo de vida. Basicamente, tudo o que usamos para viver vem da natureza e 
mais tarde voltará para ela. Essa é a nossa Pegada. 
 
Figura 3 – Pegada ecológica 
O WWF Brazil (2020) explica que para calcular as pegadas foi preciso estudar os 
vários tiposde territórios produtivos (agrícola, pastagens, oceanos, florestas, áreas 
construídas) e as diversas formas de consumo (alimentação, habitação, energia, bens 
e serviços, transporte e outros). As tecnologias usadas, os tamanhos das populações 
e outros dados, também entraram na conta. 
Cada tipo de consumo é convertido, por meio de tabelas específicas, em uma área 
medida em hectares. Além disso, é preciso incluir as áreas usadas para receber os 
detritos e resíduos gerados e reservar uma quantidade de terra e água para a própria 
natureza, ou seja, para os animais, as plantas e os ecossistemas onde vivem, 
garantindo a manutenção da biodiversidade. 
11 
 
 
O consumo das comunidades, empresas e governos entram no cálculo, pois a pegada 
ecológica busca mensurar as demandas de capital natural da população em questão 
em relação ao território que ocupa. O tamanho da pegada não é fixo, mas depende 
do ingresso financeiro e valores socioculturais, assim como do estado da tecnologia 
disponível. Ao contrário do espaço ambiental, o cálculo da pegada demonstra que não 
existe um piso nem um teto ambiental. 
Hoje, segundo os cálculos da pegada ecológica, a humanidade já excederia a 
capacidade global de carga do planeta, impondo altos custos às gerações futuras. 
A capacidade de suporte avalia a quantidade de seres vivos que um ecossistema pode 
sustentar para desenvolver sua capacidade produtiva ao máximo. 
Para simplificar a coleta de dados estatísticos sobre o consumo humano, o método da 
Pegada Ecológica adota uma classificação de cinco categorias: alimentação, 
habitação, transporte, bens de consumo e serviços. A escolha das variáveis depende 
muito de cada pesquisador e as mais utilizadas estão relacionadas na tabela 1 
(LISBOA; BARROS, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Tabela 1: Variáveis mais utilizadas no método da PE e suas justificativas 
 
VARIÁVEIS JUSTIFICATIVAS 
Área Verde 
A cobertura vegetal é de fundamental importância para que haja equilíbrio entre o solo e o 
clima, interferindo no processo de absorção e escoamento das águas pluviais, minimizando 
as altas temperaturas, tendo assim, um efeito positivo no balanço microclimático Além disso, 
deve-se considerar o papel que a cobertura vegetal exerce na absorção do CO2. 
Área 
Construída 
A impermeabilização do solo acarreta diversos problemas tanto relacionados ao escoamento 
e infiltração da água da chuva como ao conforto térmico, além de diminuir a quantidade de 
áreas verdes. 
Combustível 
Fóssil 
Responsável pela emissão de gases que provocam o efeito estufa, principalmente o gás 
carbônico. Automóveis são responsáveis por 88% do 1,5 milhão de toneladas de monóxido de 
carbono despejadas diariamente na atmosfera. 
Resíduos 
Cada 3 kg de lixo produzido equivalem a 1 kg de CO2 (igual quantidade de produção de CH4). 
Contudo, é subtraída do total produzido por uma localidade a quantidade de lixo reciclável. 
Eletricidade 
É tomado como parâmetro no Brasil, por ser abastecida de energia provinda de usinas 
hidroelétricas. A área alagada na represa de uma usina deixa de absorver CO2, aumentando 
a Pegada Ecológica. 
Água 
O total de água utilizada para consumo humano provém de rios, açudes e poços que estavam 
em equilíbrio ecológico e ao ser consumida retorna ao ambiente natural poluída tornando difícil 
sua absorção pela natureza. 
Carne Bovina 
Criações de gado bovino são responsáveis pela emissão de 80 milhões de toneladas anuais 
de metano para atmosfera durante a ruminação. E o esterco acrescenta mais 25 milhões de 
toneladas. Cada molécula de metano é 23 vezes mais eficaz para aquecer a atmosfera que a 
do gás carbônico. No Brasil a pecuária bovina é a maior responsável pelo desmatamento e 
consome grande parte da produção de grãos para seu alimento. 
Alimentos 
Representam terras aráveis para o cultivo de alimento com baixa absorção de CO2. Na 
agricultura são utilizados mais de 141 milhões de toneladas de pesticidas e fertilizantes no 
mundo para a produção de alimentos. Geração de grande quantidade de embalagens não 
recicláveis para seu armazenamento. 
Áreas de 
Ocupação 
Ilegal 
São áreas com impacto ambiental significativo ocasionado pelas ocupações ilegais incluídas 
em áreas de APPs. Entre elas estão as favelas, nascentes e fundos de vales ocupados e áreas 
urbanizadas em terrenos com declividade acima de 45%. 
 
 
 
13 
 
 
Anote aí: 
A Pegada Ecológica, utilizada como ferramenta de avaliação ambiental, mede o 
potencial de sustentabilidade em diferentes escalas espaciais. Seu cálculo pode ser 
utilizado não apenas para a avaliação comparativa da qualidade de vida e do ambiente 
na região estudada, como também para auxiliar no processo de planejamento das 
cidades e microrregiões em relação à integração entre meio ambiente e crescimento/ 
desenvolvimento econômico. 
O cálculo da Pegada Ecológica incorpora indicadores relevantes, determinadas por 
valores culturais, tecnologia e elementos econômicos de uma dada área. Contudo, 
como não é possível estimar a demanda para todos os bens de consumo e serviços, 
os cálculos se restringem apenas às categorias mais importantes. 
 
3. Os problemas ambientais numa visão sistêmica 
 
O pensamento sistêmico compreende todo o contexto onde o assunto, a coisa ou o 
problema se insere, levando a uma visão mais abrangente, ao contrário do 
pensamento analítico, que fragmenta ou isola alguma coisa a fim de entendê-la. 
De acordo com Vidal (2004) essa visão sistêmica compreende a realidade como uma 
teia de relações, um todo integrado, um sistema vivo, constituído pelos organismos 
individuais, os sistemas sociais, incluindo as organizações e os ecossistemas. A 
natureza de todo sistema vivo deriva das relações entre suas partes componentes e 
das relações do sistema todo com seu ambiente. Essa visão amplia o entendimento 
sobre a questão ambiental. 
Então, para exemplificar os problemas que devem ser compreendidos nessa visão 
sistêmica, encontramos em Morin (2001, p. 72), uma relação desses problemas e o 
alerta de que eles constituem ameaça para todos os seres vivos e seus ecossistemas: 
[...] o efeito estufa provocado pelo aumento do CO2 na atmosfera, os desmatamentos 
em grande escala das grandes florestas tropicais produtoras de nosso oxigênio 
comum, a esterilização dos oceanos, mares e rios fornecedores de alimentos, as 
poluições sem conta, as catástrofes sem limites [...] a explosão de novos vírus e de 
14 
 
 
micróbios antigos fortalecidos [...] é a barbárie anônima e fria do mundo técnico-
econômico. 
A visão de Morin deixa clara a interligação sistemática dos problemas ambientais e 
também que não podem ser contextualizados ou superados nas suas partes, mas sim 
no seu todo. 
Segundo George (1998) talvez um começo desses problemas tenha se dado com o 
início da Revolução Industrial, quando os níveis de dióxido de carbono chegaram a 
níveis alarmantes. A queima de carvão e petróleo para suprir a infraestrutura industrial 
produz dióxido de carbono em larga escala. O metano, que também provoca o efeito 
estufa, tem aumentado significativamente em função da atividade humana. Produzido 
no interior dos cupinzeiros, o metano tem aumentado em quantidade em função da 
destruição das florestas tropicais, cujos restos alimentam os cupins. O uso excessivo 
de produtos à base de cloro também causa a destruição do ozônio. As florestas, 
depósitos naturais de carbono, estão sendo destruídas em larga escala. 
O abate de florestas tropicais aumenta o aquecimento global, e mesmo tendo-se 
clareza disso, a realidade aponta que apenas 1% da floresta tropical está protegida 
ou é administrada de forma sustentável (GEORGE, 1998). A Mata Atlântica, bioma de 
importância inquestionável, foi reduzida a 7% e continua sendo explorada (DIAS, 
2002). 
O aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, claramente acentuados 
pelaação humana, são, sem dúvida, os dois desafios ecológicos mais sérios que o 
mundo enfrenta no presente (VIDAL, 2004). 
Dias (2002) mostra como o modelo de “desenvolvimento” usado nas últimas décadas, 
seguiu dois caminhos conflitantes que levam à “degradação ambiental”. De um lado, 
a “exclusão social”, o desemprego, a miséria, a fome, a violência; de outro, a 
concentração da renda, a opulência, o consumismo e o desperdício. 
Guimarães (2000) também fala da relação da crise ambiental como reflexo do modelo 
de sociedade urbano-industrial que potencializa, dentro da sua lógica, valores 
individualistas, consumistas, antropocêntricos, e ainda como componente desta lógica, 
as relações de poder que provocam dominação e exclusão, não só nas relações 
sociais como também nas relações sociedade-natureza. 
15 
 
 
Boff (2002) elenca alguns sintomas da crise civilizacional: 
 A falta de cuidado para com a ingenuidade e potencialidade de nossas crianças 
e idosos; 
 O destino dos pobres e marginalizados, flagelados pela fome e doenças; 
 Os desempregados e aposentados; 
 A generosidade dos sonhos, da solidariedade e dos ideais de liberdade de 
todos em detrimento do individualismo e da exaltação da propriedade privada; 
 A coisa pública, especialmente no nível moral, uma vez que é marcada pela 
corrupção e pelo jogo de poder; 
 O abandono da reverência, necessária aos cuidados da vida em sua fragilidade, 
e da dimensão espiritual que cultiva o amor por tudo que existe e vive. 
Boff (2002, p. 19) ainda nos alerta ainda que “ao continuar esse processo, até meados 
do século XXI terão desaparecido, definitivamente, mais da metade das espécies 
animais e vegetais atualmente existentes”. 
Precisamos concordar com Krüger (2001, p.6), quando ele diz que a natureza dos 
problemas ambientais nos tem mostrado que estes não se restringem apenas a 
localidades específicas nem se manifestam linearmente em relações de causa e efeito 
onde os agentes causadores do impacto são perfeitamente reconhecíveis. Temos 
inúmeros exemplos atuais e que aconteceram em todos os cantos do mundo: 
enchentes no Peru; seca no nordeste e sul do Brasil; nevascas homéricas na Europa; 
os terremotos no Chile, na Itália e na China. 
Uma vez constatados que os problemas são globais, decorrentes de tecnologias 
abusivas, necessário se faz uma conscientização e controle, também globais. 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Anote aí: 
 
Figura 4 – Ação antrópica 
As consequências da ação antrópica, como geradora de impacto ambiental, incluem 
fatores como a dinâmica populacional (aglomerações, crescimento populacional, 
deslocamentos, fluxos migratórios), o uso e a ocupação do solo (expansão urbana, 
paisagismo, instalações de infraestrutura, rede viária, etc.). São definições 
importantes para aqueles que pretendem, por exemplo, elaborar projetos que irão 
impactar o meio ambiente (BRASIL, 1997). 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
3. Desenvolvimento sustentável 
Partindo do princípio de que todos os seres vivos têm direito a viver em um ambiente 
saudável e ecologicamente equilibrado, esse nosso meio ambiente precisa ser 
utilizado com consciência, sendo dever de todos nós cuidarmos dele. 
Nós sabemos que sua destruição, aqui entendido como desmatamento, uso dos 
recursos de maneira indiscriminada, matança de animais e poluição dos rios, lagoas, 
matas, etc. são ações prejudiciais para toda a cadeia de animais e plantas que fazem 
parte do meio ambiente, inclusive nós, seres humanos. 
Alguns dos recursos que encontramos na natureza podem ser renováveis, é fato, mas 
grande parte deles se esgota com a retirada indiscriminada pelas mãos do homem, 
portanto devemos conhecer a dinâmica do meio ambiente para preservar e respeitar. 
De maneira ampla e geral, o desenvolvimento sustentável, sustainable development 
ou nachhaltige Entwicklung deveria proporcionar o atendimento às necessidades das 
gerações presentes sem, no entanto, comprometer a possibilidade de as gerações 
futuras atenderem às suas próprias necessidades (BARBIERI; SERRANO, 2008). 
O termo desenvolvimento sustentável (DS) começou a aparecer na década de 1970, 
nos relatórios da União Internacional para a Conservação da Natureza, e foi 
popularizado em 1988 pelo Relatório Brundtland - Nosso futuro comum -, que trouxe 
as primeiras linhas de um conceito sobre sustentabilidade (STAHEL, 1998). 
Aplicado à causa ambiental, o termo sustentabilidade surgiu como um conceito 
tangível na década de 1980 por Lester Brown, que foi o fundador do Wordwatch 
Institute. A definição que acabou se tornando um padrão seguido mundialmente com 
algumas pequenas variações representa o seguinte: diz-se que uma comunidade é 
sustentável quando satisfaz plenamente suas necessidades de forma a preservar as 
condições para que as gerações futuras também o façam. 
Da mesma forma, as atividades processadas por agrupamentos humanos não podem 
interferir prejudicialmente nos ciclos de renovação da natureza e nem destruir esses 
recursos de forma a privar as gerações futuras de sua assistência (ABREU, 2008). 
Para Dovers e Handmer (1992 apud SARTORI, LATRÔNICO, CAMPOS, 2014) 
sustentabilidade é a capacidade de um sistema humano, natural ou misto resistir ou 
18 
 
 
se adaptar à mudança endógena ou exógena por tempo indeterminado, e, além disso, 
o desenvolvimento sustentável é uma via de mudança intencional e melhoria que 
mantém ou aumenta esse atributo do sistema, ao responder às necessidades da 
população presente. 
Anote aí: 
Numa primeira visão, o desenvolvimento sustentável é o caminho para se alcançar a 
sustentabilidade, isto é, a sustentabilidade é o objetivo final, de longo prazo. 
 
Segundo Dias (2009) foi na última década do século XX que se consolidou essa nova 
visão de desenvolvimento que não somente envolve o meio ambiente natural, mas 
também inclui os aspectos socioculturais numa posição de destaque, revelando que 
a qualidade de vida dos seres humanos passa a ser a condição para o progresso. As 
propostas de desenvolvimento sustentável estão baseadas na perspectiva de 
utilização atual dos recursos naturais desde que sejam preservados para as gerações 
futuras. 
O princípio do desenvolvimento sustentável consiste na compatibilização do 
desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico. 
Contempla as dimensões humana, física, econômica, política, cultura e social em 
harmonia com a proteção ambiental, buscando atender aos anseios do presente, sem 
comprometer a capacidade e o meio ambiente das gerações futuras. 
 
19 
 
 
 
Figura 5 – Representação do modelo Triple Bottom Line 
 
Para Elkington (1994), criador do termo Triple Bottom Line, a sustentabilidade é o 
equilíbrio entre os três pilares: ambiental, econômico e social. A expectativa de que 
as empresas devem contribuir de forma progressiva com a sustentabilidade surge do 
reconhecimento de que os negócios precisam de mercados estáveis, e que devem 
possuir habilidades tecnológicas, financeiras e de gerenciamento necessário para 
possibilitar a transição rumo ao desenvolvimento sustentável (ELKINGTON, 2001 
apud SARTORI, LATRÔNICO, CAMPOS, 2014). 
 
Nessa segunda visão, o desenvolvimento sustentável é objetivo a ser alcançado e a 
sustentabilidade é o processo para atingir o DS. 
20 
 
 
 
Essencialmente, a ideia do tripé da sustentabilidade é que as empresas obtenham 
sua licença para operar não somente satisfazendo os seus acionistas através de 
lucros e dividendos (tripé econômico), mas pela satisfação simultânea de outros 
stakeholders da sociedade (empregados, comunidades, clientes e outros), através do 
melhor desempenho nos tripés ambiental e social (SIGMA PROJECT, 2002 apud 
GOMES, 2005). 
 
1. Dimensões que edificam a sustentabilidade 
 
Segundo Sachs (1993) há um amplo consenso de que a sustentabilidade edifica-se 
em diferentes dimensõesque podem ser analisadas individual ou coletivamente. 
Vejamos: 
a) Sustentabilidade social – busca o estabelecimento de um padrão de 
desenvolvimento que conduza à distribuição mais equitativa da renda, 
assegurando a melhoria dos direitos das grandes massas da população e a 
redução das atuais desigualdades sociais. 
b) Sustentabilidade econômica – é possível através de inversões públicas e 
privadas e da alocação e do manejo eficiente dos recursos naturais para 
redução dos custos sociais e ambientais. 
c) Sustentabilidade ecológica – entendida como o aumento ou a manutenção da 
capacidade de suporte do planeta, mediante intensificação do uso do potencial 
de recursos disponíveis, compatível com um nível mínimo de deterioração 
deste potencial; e a limitação do uso dos recursos não-renováveis pela 
substituição por recursos renováveis e, ou, abundantes e inofensivos. 
d) Sustentabilidade espacial - busca uma configuração urbano-rural mais 
equilibrada, evitando-se a concentração da população em áreas metropolitanas 
ou em assentamentos humanos em ecossistemas frágeis. 
e) Sustentabilidade cultural – garantia da continuidade das tradições e 
continuidade da pluralidade dos povos. 
21 
 
 
 
Figura 6 – Dimensões da sustentabilidade 
 
Marinho (2001) citando O’Riordan e Voisey (1998) afirma que a transição para a 
sustentabilidade é um processo permanente, uma vez que a “sustentabilidade pura” 
nunca será, de fato, alcançada. 
Dentro dessa perspectiva, os autores identificam os vários estágios da 
sustentabilidade, variando em uma escala que vai de sustentabilidade muito fraca, 
implicando pequenas mudanças de práticas ambientais, até sustentabilidade muito 
forte, mais inclusiva, autossustentada e que se preocupa em envolver as pessoas 
afetadas pelos processos produtivos nas decisões. A sustentabilidade envolve, 
portanto: 
 Educação. 
 Mudança cultural. 
 Consideração dos interesses coletivos nas decisões. 
 
 
22 
 
 
Anote aí: 
Desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades 
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas 
próprias necessidades”. 
Nas propostas apresentadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (Pnuma), emprega-se o termo “desenvolvimento sustentável” significando 
“melhorar a qualidade da vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte 
dos ecossistemas”. Isso implica, entre outros requisitos, o uso sustentável dos 
recursos renováveis — ou seja, de forma qualitativamente adequada e em 
quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação (DIAS, 2009). 
 
2. Metas do desenvolvimento sustentável 
São metas ou aspectos prioritários de um desenvolvimento sustentável: 
a) A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, 
saúde, lazer, etc.); 
b) A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo 
que elas tenham chance de viver); 
c) A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da 
necessidade de conservar o ambiente e fazer, cada um, a parte que lhe cabe 
para tal); 
d) A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc.); 
e) A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e 
respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do 
massacre de populações oprimidas, como por exemplo, os índios); 
f) A efetivação dos programas educativos (MENDES, 2003). 
 
 
23 
 
 
De acordo com as premissas e metas acima, na tentativa de chegar ao 
desenvolvimento sustentável, sabe-se que a Educação Ambiental é parte vital e 
indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma 
de suas metas: a participação da população. 
Segundo Dias (2009) o progresso em direção ao desenvolvimento sustentável é um 
bom negócio, pois consegue criar vantagens competitivas e novas oportunidades, 
mas isto exige mudanças profundas e de amplo alcance na atitude empresarial, 
incluindo a criação de uma nova ética na maneira de fazer negócios. 
No tocante às empresas, principalmente industriais, para se manterem competitivas, 
atuando como empresas proativas, elas precisam buscar novas posturas, seja no 
modo de operar seus negócios, seja em sua organização, indo muito além de 
simplesmente evitar uma imagem negativa e atritos junto às comunidades locais, mas 
incorporando fatores ambientais em suas metas, práticas e estratégias, o que, via de 
regra tem na educação ambiental um dos caminhos a ser seguido. 
 
3. A conservação da biodiversidade – o EIA/RIMA 
 
A palavra biodiversidade remete à existência de uma grande variedade de espécies 
animais, vegetais e microrganismos em determinado habitat natural (FERREIRA, 
2001). 
Numa ampliação desse conceito, tanto nos meios científicos quanto no cotidiano dos 
meios de comunicação, ela serve para tratar da variabilidade genética (diferença 
existente entre indivíduos da mesma espécie quanto a características específicas, 
como a cor dos olhos) como da diversidade biológica (número de espécies) e dos 
processos biológicos existentes em algum local (MENDES, 2007). 
Embora seja de extrema importância conhecer a diversidade, uma vez ser ela fonte 
de imensas riquezas materiais (tais como a fauna e a flora) ainda não exploradas, seja 
sob a forma de alimentos, medicamentos ou bem-estar, ainda não tem sido tratada 
com a seriedade necessária. 
24 
 
 
Exemplo característico é a região tropical, localizada entre os Trópicos de Capricórnio 
e de Câncer, rica em número de espécies animais e vegetais, onde encontra-se a 
floresta úmida brasileira, com a maior biodiversidade do planeta, ainda não totalmente 
descoberta mas já declarada pela ONU como área emergencial para a conservação 
(SCHIAVETTI, 2007). 
É preciso conservá-la como forma de assegurar seu uso, pelo ser humano, dos 
benefícios atuais e futuros como os produtos farmacêuticos e industriais 
(SCHIAVETTI, 2007). 
Deste modo, para conhecer e preservar a biodiversidade tem-se duas ferramentas 
importantes, o estudo dos impactos ambientais (EIA) e o relatório de impactos 
ambientais (RIMA) analisados a seguir. 
 
 Estudo de Impactos Ambientais – EIA 
Partindo do entendimento de que Impacto Ambiental é a alteração no meio ou em 
algum de seus componentes por determinada ação ou atividade e, que estas 
alterações precisam ser quantificadas, pois apresentam variações relativas, podendo 
ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas, o estudo desses impactos 
ambientais tem como objetivo principal, avaliar as consequências de algumas ações, 
para que possa haver a prevenção da qualidade de determinado ambiente que poderá 
sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após a implementação dos 
mesmos. 
O EIA permite analisar e compreender a questão da proteção e preservação do 
ambiente e o crescimento e desenvolvimento econômico. 
É possível encontrar desde grandes áreas impactadas devido ao rápido 
desenvolvimento econômico, sem o controle e manutenção dos recursos naturais, 
levando à escassez de água ou poluição, bem como pode-se encontrar áreas 
impactadas por causa do subdesenvolvimento, que traz como consequência a 
ocupação urbana indevida em áreas protegidas e falta de saneamento básico. 
Assim, o EIA avalia para planejar. Isto permite que desenvolvimento econômico e 
qualidade de vida possam estar caminhando juntas (SOARES, 2007). 
25 
 
 
Quatro pontos básicos são premissas do EIA para que depois se faça um estudo e 
avaliação mais específica. São eles: 
1. Desenvolver uma compreensão daquilo que está sendo proposto, o que será 
feito e o tipo de material usado; 
2. Compreensão total do ambiente afetado. Que ambiente (biogeofísico e/ou 
sócio-econômico) será modificado pela ação; 
3. Prever possíveis impactos no ambiente e quantificar as mudanças,projetando 
a proposta para o futuro; 
4. Divulgar os resultados do estudo para que possam ser utilizados no processo 
de tomada de decisão. 
O EIA também deve atender à legislação expressa na lei de Política Nacional do Meio 
Ambiente. São elas: 
a) Observar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, 
levando em conta a hipótese da não execução do projeto. 
b) Identificar e avaliar os impactos ambientais gerados nas fases de implantação 
e operação das atividades. 
c) Definir os limites da área geográfica a ser afetada pelos impactos (área de 
influência do projeto), considerando principalmente a “bacia hidrográfica” na 
qual se localiza; 
d) Levar em conta, planos e programas do governo, propostos ou em implantação 
na área de influência do projeto e se há a possibilidade de serem compatíveis. 
Soares (2007) lembra ainda que é imprescindível que o EIA seja feito por vários 
profissionais, de diferentes áreas, trabalhando em conjunto, ponderando que esta 
visão multidisciplinar é rica para que o estudo seja feito de forma completa e de 
maneira competente, de modo a sanar todas as dúvidas e problemas. 
 
 
26 
 
 
 Relatório de Impactos Ambientais – RIMA 
O RIMA - Relatório de Impacto Ambiental - é o relatório que reflete todas as 
conclusões apresentadas no Estudo dos Impactos Ambientais. Deve ser elaborado de 
forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, 
enfim, por todos os recursos de comunicação visual. 
Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessível 
ao público. Para isso, deve constar no relatório: 
a) Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e 
planos governamentais. 
b) Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-prima, fontes de 
energia, resíduos etc.). 
c) Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto. 
d) Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e 
dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação. 
e) Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes 
situações da implementação do projeto, bem como a possibilidade da não 
realização do mesmo. 
f) Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos 
impactos negativos e o grau de alteração esperado. 
g) Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. 
h) Conclusão e comentários gerais (SOARES, 2007). 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
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