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APRESENTAÇÃO Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Mestre na área de Educação pela Unespar Campus de Paranavaí - 2015-2016. Graduação em Licenciatura em Matemática na Universidade Filadélfia de Londrina - Unifil - concluída em 2014; Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie (2009). Graduada em bacharelado Administração pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (1992); Pós- graduada em Marketing e Gestão de pessoas pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí; Pós- graduada em Psicopedagogia institucional pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; Pós- graduada em auditoria e certificação ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; Pós- graduada em Saneamento Ambiental pela UEMP 2018/2019 Atualmente é Gestora ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar e professora e coordenadora de curso na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie, atuando principalmente nos seguintes temas: gerenciamento ambiental, recursos hídricos e hidrologia, sustentabilidade ambiental, responsabilidade socioambiental, poluição e resíduos, gestão de águas, saneamento, agronegócio, Educação ambiental, gestão de negócios ambientais, fundamentos de marketing e administração de materiais e patrimônio, Saneamento, agroecologia e gestão ambiental, tópicos especiais de administração. http://lattes.cnpq.br/0836891204233076 DISCIPLINA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL Caro aluno (a) seja muito bem-vindo (a) a leitura do livro que utilizaremos na disciplina Educação Ambiental aplicados à Pedagogia. Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter conhecimento geral dos principais assuntos sobre meio ambiente. Este conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com o objetivo é levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que antes de qualquer ação, é preciso pensar na sustentabilidade do nosso planeta para o futuro das gerações futuras. https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=94DA76A36E4706890FE00626E956A2E5 Para facilitar os estudos dividimos este material em quatro unidades de acordo com os temas e suas relações entre si. A disciplina “Educação Ambiental”, apresenta assuntos ligados ao meio ambiente. Desta forma na primeira unidade demonstraremos como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom funcionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. Apresentaremos os conceitos vitais necessários para que o homem possa trabalhar respeitando a natureza e proporcione equilíbrio do ecossistema, sabendo que este depende das ações diárias realizadas pelo homem. Nesta unidade temos como objetivo levá-los a compreensão da importância de buscar integrar as dimensões, ambientais, sociais e econômicas transformando os atuais padrões de desenvolvimento em um novo modelo que além de preservar os recursos naturais possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de gênero, a exclusão social, promova a paz, a segurança alimentar, o uso eficiente dos recursos, dentre outros desafios comuns que os países enfrentam. Entretanto, discutiremos os tópicos sobre as inter-relações ecológicas e o desenvolvimento sustentável; conceituaremos e contextualizaremos ecologia, espécie, população, comunidade, ecossistema; a importância do entendimento das as relações entre sociedade e natureza; e a compreensão dos objetivos e as metas desenvolvimento sustentável (ODS) e seus benefícios para nossa sociedade. Explanaremos os objetivos definidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável, que trazem metas que deverão ser implementados por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõe diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a fim de transformar a vida no planeta. Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de vida regular, os habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis as “novas ideias”. Na segunda unidade, abordaremos os diversos problemas ambientais da atualidade. Como o planeta é afetado por vários problemas ambientais, muitos deles provocados por diversas ações humanas. Estes problemas afetam a fauna, flora, solo, águas, ar e etc. Assim, pretendemos chamar atenção sobre os principais problemas que afetam o meio ambiente, demonstrando que são problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Citaremos problemas ocasionados pelo desmatamento, suas consequências à biodiversidade, queimadas, êxodo rural, processo de industrialização, efeito estufa, entre outros. Relataremos sobre os Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental, mostrando que quando nos referimos à educação ambiental, não estamos tratando apenas de natureza, como geralmente esse termo é concebido, mas a um conjunto de relações sociais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante, transformador, e consequentemente receptor de suas ações. E concluímos citamos as correntes que têm uma longa tradição em educação ambiental, como: a corrente naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, científica, humanista, moral/ética e as correntes mais recentes como a corrente holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica, eco-educação, e a sustentabilidade. Na terceira unidade explanaremos sobre a importância da efetivação da política de educação ambiental, a qual visa, precipuamente, estabelecer um vínculo entre o indivíduo e o meio ambiente, tornando o primeiro responsável pela preservação e desenvolvimento. Para isto conceituaremos e contextualizaremos Educação ambiental, explanaremos resumidamente sobre os históricos da Educação Ambiental, sua transversalidade, a Educação Ambiental na Constituição de 1988 e os pontos relevantes da Lei 9.795/99 (Lei de Educação Ambiental), no intuito de demonstrar que mudanças de paradigmas implica discutir valores para construir uma sociedade mais justa, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a sobrevivência das futuras gerações. Para finalizar na quarta unidade com o tema Educação ambiental relataremos a tão falada sustentabilidade e sua relação com o desenvolvimento. Enfatizaremos a diferença entre desenvolvimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável em todas as suas dimensões: ambiental, social e econômico. Discutiremos os capítulos da Agenda 21 global e biodiversidade, que serve como instrumento de planejamento participativo onde se admite de forma explícita a responsabilidade dos governos em impulsionar programas e projetos ambientais através de políticas que visam a justiça social e a preservação do meio ambiente e deve ser implementada tanto pelos governos quanto pela sociedade, concretizando o lema da ECO92: “pensar globalmente, agir localmente”. Falaremos sobre gerenciamento dos resíduos sólidos como sendo a garantia de sustentabilidade para as futuras gerações e existe uma crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada ao gerenciamento dos resíduos sólidos almeja-se por políticas públicas que permita atingir novos patamares de consciência ambiental, de tecnologia limpa e de crescimento sustentável. Assim a partir dos estudos destes capítulos possamos cuidar do meio ambiente, utilizandomecanismos que permitam proteção ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente a conservação dos recursos hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade, entendendo que é da natureza que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. Mostrando que é possível desenvolver de forma sustentável. Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa do meio ambiente. UNIDADE I - PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Professor Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Figura 1 :Educação ambiental: desenvolvimento com sustentabilidade com sustentabilidade Disponível em https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/seedlings-grown-on-coin-placed- ground-578703133 Acesso 25 nov. 2019 Demonstrar como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom funcionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. Apresentar os conceitos vitais necessários para que o homem possa entender a importância em trabalhar respeitando a capacidade de resiliência da natureza e em conjunto proporcionar equilíbrio do ecossistema, sabendo que isto depende de suas ações diárias. Conhecer os objetivos definidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável, que trazem metas que devem der ser implementados por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõe diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a fim de transformar a vida no planeta, buscando garantir sustentabilidade entre ambiente e sociedade. Objetivos de Aprendizagem: Levar a compreensão da importância de buscar integrar as dimensões, ambientais, transformando os atuais padrões de desenvolvimento em um novo modelo que além de preservar os recursos naturais possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de gênero, a exclusão social, promova a paz, a segurança alimentar, o uso eficiente dos recursos, dentre outros desafios comuns que os países enfrentam. Plano de Estudo: ● As inter-relações ecológicas e o desenvolvimento sustentável ● Conceituar e contextualizar ecologia, espécie, população, comunidade, ecossistema; ● As relações entre sociedade e natureza; ● Os objetivos e as metas desenvolvimento sustentável (ODS) e seus benefícios para nossa sociedade; INTRODUÇÃO A natureza é sábia, e através dos seus exemplos ensina ao homem como deve proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio onde vive. O homem necessita da natureza, para extrair os recursos naturais, entretanto na maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não preservando ou não promovendo meios para que haja reposição destes recursos de forma que possa suprir à atual e a futura geração. Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação do homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequências das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das populações. Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fator primordial para a boa relação homem-natureza. Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca conhecer a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande passo que conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente. Nesse intuito os Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio-ODS, foram formulados no ano de 2015, visando conciliar economia, ecologia e direitos humanos. Esses objetivos foram propostos durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – (ONU,2015), onde seus 193 Estados-membros aprovaram, por unanimidade, uma nova agenda global para os próximos quinze anos, baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),subdivididos em 169 metas concretas que serão monitoradas por 300 indicadores. Para aprovação desses objetivos a ONU contou além dos membros de Estados com a colaboração de diversos stakeholders e consultas em mais de 100 países. A proposta da (ONU, 2015), não é apenas combater a fome e proteger o meio ambiente, mas também incluem temas então ausentes como energia limpa, cidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, reduzir as diferenças entre homens e mulheres, igualdade de gênero e raça, entre outros. A Agenda 2030 deve ser amplamente discutida no meio acadêmico pelo fato de influenciar significativamente todos os seguimentos empresariais, os tomadores de decisão, sejam eles formuladores de políticas públicas governamentais ou do setor privado. O mundo passa por um momento de transformações que devem nos levar a um novo modelo de desenvolvimento, social e ambientalmente mais adequado às necessidades humanas, e cujo sucesso só se alcançará se todos, tanto individual como coletivamente, seja nas corporações ou nos governos, se propuserem a fazer de forma diferente aquilo que está ao alcance de suas ações. 1 CONCEITOS BÁSICOS DA ECOLOGIA, ESPÉCIE, POPULAÇÃO, COMUNIDADE , ECOSSISTEMA E OS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO Figura 02 :Geração e economia de energia verde Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/modern-flat-thin-line-design- vector-453743863, acesso 25 nov.2019. Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver graças à natureza. Afinal, usamos os animais e plantas para nos alimentar, água para beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem percebemos. A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde se vive, ou seja, meio ambiente. Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organização. A ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas estuda também os organismos. Os níveis de organização da vida em um ecossistema: Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indivíduos da mesma espécie geram descendentes férteis. Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc; População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer organismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço; Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Também chamado de "Comunidade Biológica", "Biocenose" ou "Biótopo". Exemplo: aves, insetos e plantas de uma região; Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e interagem entre si; Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições ambientais específicas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: trecho de uma floresta ou de uma lagoa; Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o ambiente. Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa, uma floresta ou até um aquário; Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia são alguns dos biomas brasileiros; Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. É a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra. Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que compõem um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou https://www.todamateria.com.br/ecossistema/ “Relações Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que habitam para sobreviverem e se reproduzirem. 1.1 Relações entre os Seres Vivos Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazemparte de um determinado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção, reprodução, etc. Freire; Castro & Motokane (2016) As relações ecológicas podem ser classificadas Segundo o nível de interdependência: Intraespecíficas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie. Interespecíficas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes. E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam: Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies é positiva, na qual um ou os dois são beneficiados sem o prejuízo de nenhum deles. Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas. Para Freire; Castro & Motokane (2016) ao deixar de observar essas relações podemos extinguir espécies ou deixá-las em vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar, afetando as predadoras daquelas, que passarão a ter dificuldades para arranjar alimentos, bem com as suas presas naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso constitui um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da flora, que também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto de espécies polinizadoras. Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A interferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que estão economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo. 1.2 A importância das inter-relações ecológicas Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da espécie humana. As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres vivos mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde sua origem, uma relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. Essa convivência necessita ser harmoniosa e organizada. Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade. Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, baseado nas interações que ocorrem no mundo natural. O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas relações e interações entre seres vivos (incluindo o homem) e os componentes abióticos é amplamente discutido à luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, físico e quimicamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas atividades. Também as interações entre organismos, têm influência na vida de outros seres, da mesma espécie e de espécies diferentes.(BEGON, 2007, p. 223). Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desarmônicas ou negativas. As interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas. As interações desarmônicas ou negativas são aquelas onde pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas. Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o seu nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no ecossistema. Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies benéficas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue sobreviver. Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos classificá-las em interações intraespecíficas e interespecíficas, conforme ocorre entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo que favorecem o equilíbrio ecológico. Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da ecologia. São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma campina, um aquário, etc. Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que o consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez influencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente poderá limitar o interesse de investimentos na área. Tabela 1: Principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Relações Interações Harmônicas Interações Desarmônicas Intra Específica Colônia (+) Sociedade (+) Competição. Principais tipos de interações ecológicas entre os seres vivos (-) Inter Específica Mutualismo (+ +) Cooperação (+ +) Comensalismo (+0) Inquilismo (+0) Epifitismo (+ 0) Competição (- -) Parasitismo (+ -) Predatismo (+ -) Amensalismo (+ -) Disponível em : http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 10 set.. 2019. Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a refletir sobre como se dá o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação dos recursos naturais. A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e importante ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais. Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a reverter naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, ou o tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves, pois para se garantir equilíbrio ambiental, basta proteger o ecossistema. Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu papel no funcionamento do ecossistema que pertence. Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética da flora local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna Silvestre, tendo os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas dessas ações, pois com suas estratégias de obtenção de alimento em busca do néctar das flores, procede a polinização, carregando involuntariamente os grãos de pólen em seus corpos e permitindo que esses grãos fecundem flores de outras árvores da mesma espécie em áreas diferentes. O autor citado complementa que as aves e mamíferos frugívoros são considerados os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede a dispersão das sementespelas fezes em todas as áreas de sua existência. O controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natureza, pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os consumidores primários dependem da flora em equilíbrio para sobreviverem pois são animais herbívoros e servem de alimento para os consumidores secundários (algumas espécies de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte) que por sua vez são predados pelos consumidores terciários ou os chamados “animais topo de cadeia” representados pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de grande porte. 1.3 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável Gráfico 1: Objetivos do desenvolvimento sustentável Fonte: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Disponível em :https://www.shutterstock.com/pt/search/objetivos+desenvolvimento+sustentável?sort= newest.acesso 15 nov.2019. Durante a realização da Cúpula do Milênio, reunião promovida pela Organização das Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2000, líderes de 189 países firmaram um pacto. Desse pacto, cujo foco principal era o compromisso de combater a pobreza e a fome no mundo, nasceu um documento chamado Declaração do Milênio. Ficou, assim, estabelecido como prioridade, eliminar a extrema pobreza e a fome do mundo até 2015. A realização da Cúpula do Milênio representou um momento de síntese na história das ONU. Nas reflexões que se deram em decorrência da sua convocação e preparação da Cúpula, pôde ser confirmada a gravidade da pobreza que assolava o mundo e a necessidade de se conseguir maior visibilidade para o problema e maior compromisso dos países no seu combate. Foi constatado, também, que tendo em vista o conjunto de Conferências promovidas pela ONU na década de noventa, como as de população, Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991) os objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades produtivas. Entre esses objetivos estão: 1 Crescimento renovável; 2 Mudança de qualidade do crescimento; 3 Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e saneamento básico; 4 Garantia de um nível sustentável da população; 5 Conservação e proteção da base de recursos; 6 Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco; De acordo com o Guia sobre Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2016 entrou em vigor a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU,2015) intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”. Para Alves (2015), “a concepção dos cinco P’s é eloquente, pois estabelece cinco prioridades equidistantes, projetadas dentro de um círculo, cujo centro é um pentágono, representando o “desenvolvimento sustentável”. No topo do desenho estão colocadas as Pessoas (erradicação da pobreza), no nível intermediário estão o Planeta (recursos naturais e clima) e a Prosperidade (bem-estar humano) e, na base do círculo, estão a Paz (sociedades pacíficas, justas e inclusivas) e as Parcerias (governança global sólida). Os cincos componentes por sua vez sustentam o acordo com o estabelecido nos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Os temas definidos como ODS são muitos, mas basicamente têm um ponto em comum: tornar o desenvolvimento humano mais seguro e garantir condições de vida adequadas sob o ponto de vista social, ambiental e econômico. No coração da agenda 2030 estão cinco eixos de atuação para o Desenvolvimento Sustentável, (5Ps da sustentabilidade), sendo: pessoas, prosperidade, paz, parcerias e planeta, conforme demonstrado na figura 02: Figura 3: Os cinco P's da Agenda Ambiental Fonte: Os cinco P's da Agenda 2030. (ONU,2015) . Disponível - http://www.agenda2030.com.br/ . Acesso 18 set. .2019. Encontrar as interdependências entre os dezessete objetivos nos ajuda a encontrar as raízes dos problemas e criar soluções sustentáveis de longo prazo. O objetivo de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e facilitar o entendimento das pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar à ação. O desejo da Organização das Nações Unidas - ONU com estabelecimento dessa agenda é levar todos os países a aspirar o desenvolvimento, mas não a qualquer custo, em prejuízo de pessoas e do planeta. Para a (ONU,2015), “é fundamental que a agenda seja “sustentável”, isto é, equilibre novas respostas e soluções econômicas, ambientais e sociais, algo que apenas será possível se cada indivíduo, e cada uma das instituições (governos, empresas, organizações da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na direção de um jeito melhor de viver no planeta no século 21”. Para melhor entendimento os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) significam: 1- Erradicação da pobreza: "Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares": Para a (ONU,2015) este constitui o maior desafio entre todos para o atendimento do desenvolvimento sustentável. A (ONU,2015) demonstra muita preocupação com o assunto e entende que um dos caminhos para solucionar este sério problema é o estabelecimento parcerias que viabilizem a mobilização de recursos para a criação de programas e políticas que erradiquem a pobreza em todos os sentidos. Esses programas devem oferecer as populações vulneráveis condições mínimas de sobrevivência e seja possível reduzir à metade a proporção de pessoas que vivem em situação de pobreza. Estabelecer parcerias e programas, não significa fornecer cestas básicas, pois não resolverá a situação. É preciso oferecer condições para que o cidadão tenha possibilidade de se autossustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna(ONU,2015). 2- Fome zero e agricultura sustentável: "Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável": Segundo a ONU (2015), existem mais de 500 milhões de pessoas em situação de desnutrição no planeta. A meta do segundo objetivo do desenvolvimento sustentável é que, até 2030, os países desenvolvam programas e políticas que possam dobrar a produtividade dos pequenos agricultores, incluindo mulheres e povos indígenas, de modo a aumentar a renda de suas famílias. Esperamos que sejam realmente estabelecidos programas para este fim, que mostre a importância de produzir de forma sustentável, respeitando o meio ambiente, ou seja, produzir mais alimento na mesma área e não provocar ainda mais desmatamentos. De todo alimento produzido no mundo, mais de um terço é desperdiçado custando aproximadamente US$750 bilhões à economia global anualmente. Entretanto, as perdas não se limitam apenas a esfera econômica, mas também de outros insumos que foram necessários para a produção, como a água, energia e trabalho, emitindo ainda gases estufa ao longo do processo. Segundo o relatório (O Caminho para a Dignidade até 2030, 2015), as possíveis causas para a deficiência no sistema de distribuição e a consequente insegurança alimentar. Dentre elas estão conflitos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, citada anteriormente como sendo a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo. A declaração afirma ainda que nenhum ser humano em estado de fome terá preocupação com o meio ambiente. 3- Saúde e bem estar: "Assegurar uma vida saudável e promover o bem- estar para todos, em todas as idades": As metas da Agenda 2030 estão não apenas a redução da mortalidade neonatal, da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a tuberculose e a malária, mas também a conscientização quanto ao uso de álcool e drogas e o esclarecimento cada vez maior em torno da saúde mental e da importânciado bem- estar psicológico e físico. (ONU, 2015) Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser definida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades”. Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo tristeza. 4- Educação de qualidade: "Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos": Este objetivo trata de todos os níveis educacionais, desde a primeira infância até a vida adulta, e tem como de suas metas garantir que a educação seja viável para todas e todos, sem discriminação de gênero. Isso é importante pelo fato de que as meninas são as principais prejudicadas em seu desenvolvimento educacional, pois, em comparação aos meninos, a educação delas costuma ficar em segundo plano. Além disso, muitas são obrigadas a abandonar os estudos em função de casamentos e gestações precoces. (ONU,2015). Relacionado a este fato Philippi Jr et al (2002, p. 42) fala da importância da educação para o desenvolvimento sustentável: Falta evidentemente mais educação: educação do empresário, para que não despeje o resíduo industrial nos rios; educação dos investidores imobiliários, para que respeitem as leis de zoneamento e orientem os projetos de modo a preservar a qualidade de vida do povo; educação dos comerciantes, para que não se estabeleçam onde a lei não permite e comprovem a conivência de autoridades públicas para a continuação de suas práticas ilegais, educação do político, para que não venda leis e decisões administrativas, para que não estimule e nem acoberte ilegalidades, para que não faça barganhas contra os interesses do povo; educação do povo, para que tome consciência de que cada situação danosa para o meio ambiente é uma agressão aos seus direitos comunitários e agressão aos direitos de cada um. (PHILIPPI JR et al., 2014, p. 42). 5- Igualdade de gênero: "Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”: Objetiva erradicação de todas as formas de violência contra meninas e mulheres, uma das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e mulheres recebam os mesmos incentivos e oportunidades educacionais, profissionais e de participação política que meninos e homens, bem como o igual acesso a serviços de saúde e segurança (ONU,2015). 6- Água potável e saneamento: "Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos": Saneamento básico como o próprio nome já diz, é muito básico para que todas as pessoas não tenham acesso. A Agenda 2030 prevê como meta uma gestão mais responsável dos recursos hídricos, incluindo a implementação de saneamento básico em todas as regiões vulneráveis e a proteção dos ecossistemas relacionados à água, como rios e florestas (ONU,2015). O gráfico abaixo traz as principais metas para saneamento básico no Brasil, que é fornecer água tratada a 99 % da população, esgoto sanitário a 93% e diminuir as perdas de água tratada para 31%. Gráfico 2 : Principais metas para saneamento básico no Brasil Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab 2013. 7- Energia acessível e limpa: "Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia, para todos": Mais do que oferecer acesso à energia a todas as pessoas, é garantir que a energia fornecida também seja limpa e barata, para que não haja prejuízos ao meio ambiente durante a sua produção e também e dificuldades de acesso pelas pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade (ONU, 2015). No Setor Elétrico Brasileiro, o ano de 2016 foi marcado pela entrada de fonte solar fotovoltaica (FV) no Balanço Energético Nacional. O Brasil possui um quadro de dependência energética da geração das hidrelétricas e essa é uma questão que traz inúmeras complicações para o sistema de energia brasileiro. De acordo com o último Balanço Energético Nacional, realizado pelo Ministério de Minas e Energia, em 2016, a geração hidráulica corresponde a 64% da Matriz Elétrica Brasileira, e ainda segundo o documento, pelo terceiro ano consecutivo, houve redução da oferta de energia hidráulica, devido às condições hidrológicas desfavoráveis. 8- Trabalho decente e crescimento econômico: "Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos": Para garantir emprego principalmente para os jovens sem formação, a agenda estimula o empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micros, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros" (ONU,2015). 9- Indústria, inovação e infra-estrutura: "Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos": Buscar incentivar os países para promover as pesquisas científicas, dar condições para as pessoas ter acesso à internet e assim tenham conhecimento de todas às novidades tecnológicas de produção, e os países menos desenvolvidos possam crescer na sua capacidade produtiva de forma que garanta sustentabilidade. (ONU, 2015). 10 - Redução das desigualdades: "Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles": Reduzir desigualdades é mais do que promover uma melhor distribuição de renda dentro das nações ou de romper com os privilégios comerciais de nações ricas em relação às mais pobres, mas também estreitar os laços entre as pessoas que ocupam os territórios do planeta, sejam elas nativas ou imigrantes. A xenofobia é um problema grave, causador de diversas violências, e que faz com que várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportunidades somente por serem de um território ou etnia diferente. (ONU, 2015). 11- Cidades e comunidades sustentáveis: "Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles": É visível a urbanidade do mundo, e essa situação ocasiona diversos problemas ambientais como: doenças, impermeabilização do solo, acúmulo de lixo, poluição atmosférica, dos recursos hídricos, etc.. 12- Consumo e produção responsáveis: "Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis": Com o consumismo e exaustão dos recursos naturais, teremos não apenas falta de água, mas também com a falta de outros recursos, como alimentos, minerais, energia, etc. Nesse caso a agenda estimula a redução da geração de resíduos e reutilização e reciclagem. (ONU,2015). 13- Ação contra mudança global do clima: "Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos": Apesar da diminuição do aumento do buraco na camada de ozônio, ainda estamos cada vez mais aumentando o desmatamento a poluição do ar, que são fatores que influenciam diretamente no aquecimento do planeta. As metas da Agenda 2030 é aumentar os investimentos dos países no desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir o desgaste do planeta. (ONU, 2015). 14- Vida na água: "Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável": De acordo com a ONU, há 13 mil pedaços de plástico em cada quilômetro quadrado do oceano. Uma das metas da agenda para este objetivo é aumentar a conscientização quanto à poluição dos oceanos. E prevê para 2030 o fim de todas as práticas ilegais de pescaria que prejudicam o ecossistema marinho. (ONU, 2015). 15- Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra, e deter a perda de biodiversidade. Com o aumento dos desastres ambientais diversas regiões do planeta, como vazamentos de substâncias químicas, rompimento de barragens, incêndios, aAgenda 2030 tem como meta aumentar a mobilização para reverter as consequências dessas degradações e também para prevenir novos desastres. (ONU,2015). 16- Paz, justiça e instituições eficazes: Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. A Agenda prevê que os países combatam a corrupção, a impunidade, as práticas abusivas e discriminatórias, a tortura, bem como todas as formas de restrição das liberdades individuais (ONU,2015). 17- Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável Para que todos esses objetivos se tornem realidade, é importante que haja relações de parceria e cooperação entre as nações. Por isso, uma das metas da Agenda 2030 é que os países em melhores condições financeiras ajudem os "países em desenvolvimento a alcançar a sustentabilidade da dívida de longo prazo, por meio de políticas coordenadas destinadas a promover o financiamento, a redução e a reestruturação da dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida externa dos países pobres altamente endividados para reduzir o superendividamento (ONU, 2015) . SAIBA MAIS O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil é uma contribuição ímpar para a avaliação dos ODM, pois seus dados desagregados vão além das médias, permitindo verificar o ponto de partida e a evolução do bem-estar das populações de cada porção do território brasileiro. Trata-se de um banco de dados georreferenciado, contendo informações socioeconômicas para os 5.507 municípios brasileiros: são dezenas de indicadores, tais como população (total, rural, urbana, por gênero, por faixa etária etc.), renda per capita (individual, familiar, total, oriunda do trabalho, etc.), taxa de alfabetização (por gênero, raça, faixa etária etc.), taxa de mortalidade, IDH e outros. O software gera mapas (Brasil, regiões, Estados), perfis municipais, tabelas, análises estatísticas etc., a partir dos dados censitários (IBGE) de 1991 e 2000 (PNUMA, 2015). O Projeto do Milênio recomenda uma estratégia global para auxiliar as nações a mudar o curso contra a pobreza. Usando as metas determinadas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, as recomendações de políticas feitas pelo Projeto são centradas em: • Planejamento para o horizonte temporal de 2015; • Busca dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio como metas mínimas nos países em desenvolvimento; • Especificações de como os países doadores devem agir em relação a seus compromissos de ajuda, comércio e alívio da dívida externa para coerentemente apoiar os países mais pobres do mundo no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A maior parte do trabalho do Projeto é levada a cabo por dez forças-tarefa temáticas, totalizando mais de 250 especialistas de todo o mundo, incluindo: pesquisadores e cientistas, formuladores de políticas, representantes de ONGs, agências da ONU, Banco Mundial, FMI e o setor privado. Nos últimos três anos, as forças-tarefa conduziram extensas pesquisas em suas áreas de perícia, a fim de produzir recomendações para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A recomendação principal do Projeto do Milênio é a de que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio devem estar no centro das estratégias nacionais e internacionais de combate à pobreza. Para que isso aconteça, os países em desenvolvimento precisam administrar vigorosas “avaliações de necessidades”, para identificar em que ponto eles estão posicionados em relação aos Objetivos e quais as intervenções necessárias para que se entre no eixo para 2015. Porém, para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados, os países doadores também devem fazer sua parte neste acordo global. Os Objetivos contêm uma meta específica para que seja estabelecida uma “parceria global para o desenvolvimento”, que detalha o que é necessário dos países mais ricos para que seja financiada a luta contra a pobreza no mundo em desenvolvimento. Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio requer um aumento marcante no volume de Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA). As descobertas do Projeto demonstram que, nos países em desenvolvimento, com “estratégias de redução da pobreza baseadas nos ODM” e em consonância com o compromisso de 0,7% do PIB feito pelos países desenvolvidos, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio podem ser alcançados, mesmo nos países mais pobres, até 2015 (PNUMA, 2015). O Brasil tem novo objetivo- Não adianta melhorar apenas as estatísticas gerais sem oferecer condições iguais a todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU estipulou um nono objetivo para o Brasil: garantir que as melhorias obtidas na luta pelo cumprimento dos objetivos do milênio promovam igualdade de condições para brancos e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o racismo”, e será levada em conta na análise dos resultados finais da campanha. Ou seja, só vamos cumprir os oito objetivos principais se, lá em 2015, brancos e negros estiverem em condições iguais. Fonte: As Metas do Milênio da ONU. Disponível em: http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19. Acesso 02 set.2019. REFLITA Os animais cumprem um papel muito importante para o equilíbrio do planeta, pois, são os principais responsáveis pela respiração, fenômeno capaz de equilibrar a fotossíntese. A fotossíntese precisa de luz solar, água e gás carbônico para produzir açúcares. Os animais, ao respirarem, quebram essas moléculas e absorvem a energia armazenada, liberando a água e o gás carbônico novamente (fundamental para a vida vegetal). E, embora as plantas também respirem, sua liberação de gás carbônico é mais lenta. Em um ambiente sem animais haveria uma forte tendência ao gás carbônico se fixar nas plantas, interrompendo a fotossíntese e aumentando o efeito estufa produzido pela camada de gás carbônico. Fonte: Conceitos básicos da ecologia e níveis de organização. Disponível em:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento- entre-os-seres-vivos.htm. Adaptado. Acesso 22 set.2019. As plantas e os animais são essenciais para a manutenção da vida na Terra. As plantas fazem, entre outras coisas, a fotossíntese, absorvendo gás carbônico e liberando oxigênio. Os animais são agentes polinizadores, garantindo a germinação de novas árvores. Um beneficia ao outro, e todos são beneficiados. Por isso é tão importante à proteção ambiental. Você consegue imaginar este planeta sem plantas e animais? Por que é importante cuidar dos animais e do meio ambiente? Talvez você nunca tenha pensado a respeito disso, no entanto os animais estão sempre presentes em nosso cotidiano e muitas vezes não damos conta de sua presença. Se estendermos essa pergunta ao universo ecológico, vamos perceber que sem os animais habitando o planeta Terra a vida simplesmente iria se extinguir. http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19 Fonte: Por que é importante cuidar dos animais e do meio ambiente. Disponível em: https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente. Adaptado. Acesso 22 set.2019. https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente. https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre suas causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a relação entre os homens e deles com a natureza. O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessário repensar práticas, costumes e padrões deconsumo e tecnologias empregadas, pois com os paradigmas atuais, não haverá planeta suficiente para manter a sociedade com a inclusão que ainda precisa ser feita. Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambiente a fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreender a natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza. Segundo Leripio,A relação meio ambiente e desenvolvimento devem deixar de ser conflitante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da questão passa a ser a necessidade de uma convivência pacífica entre a boa qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento econômico. (LERIPIO, 2001, p. 2). A agenda 2030 sinaliza a compreensão por todos de que a humanidade pode e deve fazer escolhas por trajetórias tecnológicas, sociais, econômicas que maximizem os ganhos para as Pessoas e para o Planeta, visando a Prosperidade e a Paz, de forma colaborativa, por meio de Parcerias. A agenda mostra a necessidade em reduzir a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização e pensar na imensa oportunidade para trabalhar em parcerias. Importante ressaltar que cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças e alterar essa situação significa buscar mudanças no estilo de vida da sociedade. A própria Constituição de 1988 em seu Preâmbulo, trata da erradicação da pobreza e da marginalização, mas, infelizmente, temos ainda "um longo caminho a percorrer”. Garantir o alimento para todos, superar a miséria e a fome, exige mais que esforço, e sim comprometimento de todos os agentes públicos e privados, atendendo às exigências e a busca da sustentabilidade social. Há uma estreita sintonia entre as prioridades da Agenda 21 e os Objetivos e Metas de Desenvolvimento do Milênio. A Agenda 21 é um importante instrumento para que temas que são essenciais para a sustentabilidade do desenvolvimento alcancem a transversalidade necessária nas políticas de governo, como é o caso do meio ambiente e do próprio combate à pobreza. Os ODM dão finalidade e direção comuns aos esforços empreendidos no combate à pobreza, em seu sentido amplo. A oportunidade de tirar-se o máximo proveito da experiência da Agenda 21 para o atendimento dos ODM é dada porque do conjunto de instrumentos direcionados à sustentabilidade do desenvolvimento, possivelmente, a Agenda 21 seja o mais completo, em termos de setores e temas transversais tratados e, sobretudo, o que mais permeou os diferentes setores da sociedade níveis de governo. A Agenda 21 constitui-se no principal referencial de princípios e valores que estariam contidos no conceito de desenvolvimento sustentável. É o canal para envolver a sociedade (método) e o desenvolvimento social, meio ambiente e desenvolvimento, habitat, gênero, direitos humanos etc, já havia um amadurecimento em torno dos princípios que norteariam o tratamento desses temas em prol do desenvolvimento humano sustentável. Tratava-se, então, acima de tudo, de estabelecer um acordo em torno dos grandes objetivos e metas que os países estariam dispostos a cumprir. LEITURA COMPLEMENTAR Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter-relações pessoa-ambiente. O texto examina alguns dos pressupostos que guiaram os primeiros trabalhos em Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas contemporâneas. Muitos desses pressupostos continuam a ter relevância, mas são necessárias algumas modificações e acréscimos para dar conta do desenvolvimento em ideias e pesquisa ao longo dos anos. É preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no pensamento interdisciplinar e pesquisa em colaboração com pessoas de outras disciplinas; ampliar a atenção com as questões éticas; examinar o papel da tecnologia na vida das pessoas; e reconhecer a natureza holística das transações pessoa-ambiente levando em consideração a diversidade criada por idade, gênero, nível de capacidade/incapacidade, cultura e economia. Fonte: Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter-relações pessoa- ambiente. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 294X2003000200003&script=sci_arttext. Acesso em: 28 set. 2019 Relações ecológicas - Os tipos de relacionamento entre os seres vivos. Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos, sendo algumas benéficas e outras prejudiciais para cada um dos envolvidos. Essas relações são classificadas como positivas, quando há ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e como negativas, quando há prejuízo pelo menos para um dos envolvidos. Quando ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, as relações são denominadas intraespecíficas e, quando são de espécies diferentes chamamos de interespecífica. Fonte: Relações ecológicas - Os tipos de relacionamento entre os seres vivos ... - Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento- entre-os-seres-vivos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 28 set. 2019. Interações Ecológicas Este texto trás complemento mais abrangente sobre as relações ecológicas, possibilitando maiores conhecimentos sobre o conteúdo ministrado neste capítulo. Fonte: Interações Ecológicas. Disponível em: http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em: 28 set. 2019 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Este texto trás os objetivos do desenvolvimento sustentável demonstrando suas metas dentro de cada objetivo. Fonte: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/ODSportugues12fev2016.pdf. Acesso em: 28 set. 2019 Novas propostas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Em 2015 termina o prazo estabelecido para o cumprimento das metas dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que foram definidos na Cúpula do Milênio, da Organização das Nações Unidas (ONU), no ano 2000, em Nova Iorque. Atualmente, a ONU está realizando um debate global para definir quais serão as novas metas que substituirão os ODMs, entre 2015 e 2030, e que vão dar continuidade às decisões da Conferência do Meio Ambiente de 2012, a Rio + 20. Fonte: Novas propostas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), Ecodebate, RJ, 18/07/2014 . Disponível em:http://www.ecodebate.com.br/2014/07/18/novas-propostas-para-os- objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/. Acesso em: 28 set. 2019 FILME/VÍDEO Título : Relações ecológicas. Ano: 2016. Sinopse: a vida na terra, seja ao nível de uma pequena poça ou ao nível de um ecossistema que abrange um continente, se resume em interações. Além de interagirem com o meio físico, os organismos interagem com indivíduos da sua espécie e com outras espécies, estabelecendo o que chamamos de Relações Ecológicas. As Relações Ecológicas podem ser Harmônicas (quando não há prejuízo para nenhum indivíduo) ou Desarmônicas (quando um indivíduo é prejudicado por outro). Ambas ocorrem tanto ao nível intra-específico (entre indivíduos da mesma espécie) quanto ao nível interespecífico (entre espécies diferentes). Link: Relações ecológicas: 6 de out. de 2016 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U .Acesso 09 set.2019. FILME/VÍDEO Título: Relações Ecológicas. Ano: 2013. Sinopse: recortes de filmes mostrando diferentes Relações ecológicas intraespecíficas e interespecíficas. Link: Relações Ecológicas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SB5jkiM4R8g.Acesso 09 set.2019. FILME/VÍDEO Título : Conheça os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável Ano: 2017 Sinopse : relata os problemas da revolução devido produção em massa e consumismo e as propostas do ODS. Link: Conheça os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável – https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY. Acesso 09 set.2019 FILME/VÍDEO Título: O que é essa tal de sustentabilidade? Ano:2016. Link: O que é essa tal de sustentabilidade? Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo. Acesso 09 set.2019. Sinopse : o que é essa tal de sustentabilidade trás uma provocação sobre o tema e o autor Saulo com este vídeo inicia uma série de quebras de paradigmas sobre o tema. FILME/VÍDEO Título: Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável – Unidade I. Ano:2013. Sinopse :O vídeo traz conceitos sobre meio ambiente, ecologia, interações ecológicas, explicando as inter-relações ecossistêmicas e equilíbrio ecológico.O conhecimento sobre como ocorre os processos no meio ambiente Link: Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável – Unidade I . Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=116&v=HLOCF_Z9XdY. Acesso 09 set.2019 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo quindênio (2015-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2015, vol.32, n.3, pp. 587-598. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v32n3/0102-3098-rbepop-32-03-0587.pdf. ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. BEGON, Michael, Colin R. Townsende Jonh L. Hasper.Tradução Adriano Sanches Ecologia de Indivíduos a Ecossistemas. 4ªEdição. Artmed Editora. Porto Alegre, 2007. BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano Nacional de Saneamento Básico: Mais Saúde com Qualidade de Vida e Cidadania. HELLER, L. (coord.). 1. ed. Brasília: 2013, 173 p. CMMAD - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro Comum, 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991 FREIRE, C. C.; CASTRO, R. G.; MOTOKANE, M. T. O conceito de interações ecológicas em livros didáticos de biologia. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, v. 9, n. 2, p. 131-148, mai/agos, 2016. LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nova Iorque, 2015. PHILIPPI JR., Caffé, A., ROMÉRO, (ed.). Meio ambiente, direito e cidadania. São Paulo: Signus Editora, 2002. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO-PNUD. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. 2015. Disponível em:< http://www.pnud.org.br/odm.aspx>. Acesso em: 20 set. 2019. TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L.; Fundamentos em ecologia. 3 ed. São Paulo: Artmed, 2010. UNIDADE II - PROBLEMAS AMBIENTAIS Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Apresentar a evolução do processo de degradação ambiental, analisando os impactos decorrentes dos fatores de produção e as alternativas para mitigar tais impactos. Gerar informações e abordagens de como intensificar as oportunidades para melhor conservar o ambiente e para a escolha de alternativas para resolução de problemas socioambientais, tanto para os presentes como para as futuras gerações. Despertar a consciência ambiental das pessoas para a necessidade de uma preservação ambiental. Objetivos de Aprendizagem: Demonstraremos que os problemas ambientais são sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Esses problemas precisam ser vistos, exatamente, como diferentes facetas de uma única crise, que é em grande medida uma crise de percepção. Assim, promover conhecimentos necessários à compreensão do ambiente, de modo a suscitar uma consciência social que possa gerar atitudes capazes de afetar comportamentos, onde a educação ambiental não pode ser definida em práticas isoladas, mas deve ser um processo contínuo de tomada e retomada de decisões, análises e principalmente ações, já que dessas dependem o futuro da humanidade, a qualidade de vida, e a manutenção da vida na terra. Plano de Estudo: ● Problemas ambientais que afetam o planeta ● Industrialização e seus efeitos ● Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental ● Correntes da Educação Ambiental INTRODUÇÃO Modernamente, as relações estabelecidas entre os indivíduos e os recursos naturais, levando-se em conta, como não poderia deixar de ser, fatores como o consumismo desenfreado, o desenvolvimento capitalista, bem como a expansão populacional, têm levado o meio ambiente a atual situação de crise. A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora da perda da biodiversidade mundial. Desta forma a importância de preservar as plantas e os animais tem sido cada vez mais discutida na atualidade. Plantas e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Desta forma dentre as principais causas da perda de biodiversidade, destacam-se a destruição de habitat, a introdução de espécies exóticas e uso exagerado de recursos naturais. A biodiversidade é ameaçada pela introdução de espécies exóticas. Ao inserirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exageradamente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação pode provocar a destruição de algumas espécies, afetando diretamente o equilíbrio daquele ecossistema. Consequentemente posterior a estes fatos no Brasil o desenvolvimento de atividades industriais gerou diversos problemas para a economia, com destaque para o encarecimento dos alimentos e o agravamento do problema de escassez de mão de obra. 1 PROBLEMAS AMBIENTAIS QUE AFETAM O PLANETA - INTRODUÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPREDAÇÃO DO SER HUMANO SOBRE O MEIO AMBIENTE Fonte:https://www.stoodi.com.br/blog/2018/04/19/impactos-ambientais-o-que-e-acao-do- homem-principais-causas-e-muito-mais-nesse-artigo-completo/ Se voltássemos na história, perceberíamos que o homem sempre estabeleceu uma relação de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração viveu em realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos de um passado distante pode favorecer o enriquecimento dos argumentos nas discussões e reflexões sobre a relação sociedade natureza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda forma de vida no planeta. Por volta de 1966, no governo criou uma política de incentivos fiscais em nome do desenvolvimento econômico. Na época os agricultores para terem direito de receber o incentivo financeiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir compromisso de desmatar. O governo entendia que para desenvolver havia necessidade de desmatamento para expansão de atividades produtivas e maior obtenção de solo para a agropecuária, uso das árvores na indústria madeireira e a especulação imobiliária. Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares. Esse processo de desmatamento trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito significativos como: ● A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da regulaçãoda temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável; ● Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado; ● Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a impermeabilização do solo em torno da água; ● O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão e desertificação. Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuição das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água, aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que provém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas. Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat. Para Margulis (2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela maior parte do desmatamento. Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a serem adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de políticas que visem o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento do comércio de carbono. O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasileiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro, carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos. Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de atuação do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio. O crescimento das cidades sem que haja planejamento urbano adequado pode ser causador de vários impactos ambientais. Um dos principais é a retirada de áreas verdes para a construção de prédios, residências, fábricas e outros tipos de construção. Com pouca área verde, aumenta muito a poluição atmosférica, além de ser um fator determinante no aumento de enchentes e alagamentos em períodos de grande quantidade de chuvas. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e pólos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas. Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios florestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos incêndios têm como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias. Gráfico 1: Desmatamento da Amazônia Legal (1988- 201) Fonte: Inpe (Instituto Nacional Pesquisas Espaciais). Disponível em: http://www.inpe.br/. Acesso 20 set.2019. Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) O desmatamento da floresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das áreas afetadas vive uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A prática na região já teve crescimento de 29% (entre 2012 e 2013), bem como reduções de até 42% (entre 2008 e 2009). Segundo Luzzi , (2015) os principais problemas ambientais atuais são: poluição do ar por gases poluentes gerados, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias. Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petróleo), etc. Essa poluição leva a eutrofização que pode ter causas naturais ou ser provocado por uma ação humana negativa nas águas (causas artificiais). Atualmente, tem se tornado um problema ambiental grave, derivado do aumento do descarte de lixo, esgoto e substâncias químicas, principalmente nas águas de lagos do Brasil próximos ou dentro de grandes centros urbanos. Como consequência a água perde sua transparência natural. Em muitos casos, ela fica com cor esverdeada ou até azulada. A mudança de coloração é provocada, principalmente: ● Pelo aumento de algas. ● Envelhecimento da água represada. ● Crescimento da quantidade de vegetais na água (principalmente plantas que vivem na superfície). ● Redução do oxigênio na água. As mudanças ocorridas no processo eutrofização pode prejudicar o equilíbrio ecológico do ecossistema existente nas águas do local, provocando a morte de peixes e aumento de outras formas de vida como, por exemplo, algas. O aumento de cianobactérias (organismos tóxicos), por exemplo, compromete a qualidade da água destinada ao abastecimento público. Outro impacto da atualidade segundo Luzzi (2015) é a poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte incorreto de lixo. A Agropecuária tem causado impactos ambientais significativos no cerrado, no pantanal e na floresta amazônica. Grandes áreas verdes têm sido desmatadas para a criação de gado e plantio de soja. Estes problemas têm prejudicado os ecossistemas destas regiões, além de diminuir as áreas verdes que deveriam ser preservadas. Alguns climatologistas afirmam que o desmatamento na floresta amazônica pode ocasionar diminuição das chuvas na região sudeste do Brasil; aumento dos processos de desertificação e erosão do solo. Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil: Sul da Amazônia, norte do Pantanal Mato-grossense e norte do cerrado. Assim, há esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado pelo uso incorreto; utiliza-se de queimadas em matas e florestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura; desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira; provocando a diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela caça predatória e destruição de ecossistemas; E não poderíamos deixar de relatar a falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hídricos; E o aumento do aquecimento Global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa entre outros. Segundo relatório de 2014 da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 2012 morreu cerca de Sete milhões de pessoas no mundo por causa da poluição do ar. Percebe-se que esses problemas estão interligados, todos contribuem para alteração do clima, consequentemente para o aquecimento global. O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta devido à maior absorção da radiação infravermelha térmica na atmosfera. As consequências são desastrosas, como o degelo, fenômeno que derrete as camadas de gelo e aumenta o nível dos oceanos,ameaçando, assim, a existência das cidades costeiras. Atinge também as espécies marinhas. A desertificação, alteração do regime de chuvas, tempestades, furacões, inundações e a redução da biodiversidade são consequências desse problema, e, sem dúvidas, o aquecimento global é a maior ameaça à sobrevivência dos seres. (PINOTTI, 2016) Diminuição da Camada de Ozônio, provocada pela emissão de determinados gases (CFC, por exemplo) no meio ambiente. A Mineração é uma atividade causadora de vários impactos ambientais no Brasil. O pequeno garimpo irregular pode provocar contaminação, principalmente por mercúrio, nas águas de rios, lagos e também no solo. As grandes empresas mineradoras também geram impactos ambientais significativos. Além de removerem áreas verdes, costumam abrir grandes crateras no solo, provocando alterações na paisagem ambiental. Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil: Pará (extração de bauxita, cobre, manganês, ouro e níquel), Minas Gerais (extração de ouro e manganês) e Goiás (extração de níquel e cobre). Outro problema é a destinação dos resíduos dos mais variados processos produtivos e a escassez e falta de qualidade da água que constitui um importante elemento para vida dos seres. Compreender que a destinação final adequada dos resíduos, segundo Ibrahin (2014), inclui a reciclagem, reutilização, a compostagem, aproveitamento energético ou destinações diferentes admitidas por órgãos competentes, de modo que se evitem os riscos à saúde pública e minimizar os possíveis impactos ambientais adversos. A problemática dos Resíduos Sólidos é um tanto complexa, pois envolve diversos atores de uma sociedade. Para programar ações de melhorias públicas, a população precisa estar consciente de todo o processo, pois somente assim teremos a colaboração de todos. Tal conscientização demanda tempo, pois envolve mudança comportamental e cultural das pessoas, e este é um processo lento. Para Barbieri, 2011 a escassez é o esgotamento das reservas naturais de água. É majorada principalmente pelo aumento populacional e industrialização, a exemplo das faltas de água nas grandes metrópoles. No Brasil, este problema ocorre também por conta da distribuição natural, haja vista que a região amazônica possui maior parte dos mananciais, aproximadamente 72%, a região Centro-Sul com 27% e o nordeste com apenas 1%, região que sofre com as constantes secas. SAIBA MAIS Para Franco (2013) a biodiversidade refere-se à quantidade de variedade biológica animal e vegetal existente em um ecossistema e que automaticamente constitui a biosfera. A biodiversidade se desenvolve a partir da inter-relação entre os seres vivos, seja animal ou vegetal, mais os elementos naturais indispensáveis ao desenvolvimento da vida, como sol, água, ar, somente como isso pode haver a proliferação de todo e qualquer tipo de vida. Exemplos da ação do homem e suas consequências na biodiversidade do planeta: • Eliminação ou alteração do habitat pelo homem - é o principal fator da diminuição da biodiversidade. A retirada desordenada da camada de vegetação nativa para construção de casas ou para atividade agropecuária altera o meio ambiente. Em média, 90% das espécies extintas acabaram em consequência da destruição de seu habitat; • Superexploração comercial - ameaça muitas espécies marinhas e alguns animais terrestres; • Poluição das águas, solo e ar - estressam os ecossistemas e matam os organismos; • Introdução de espécies exóticas - ameaçam os locais por predação, competição ou alteração do habitat natural Fonte: Franco, José Luiz de Andrade. O conceito de biodiversidade e a história da biologia da conservação: da preservação da wilderness à conservação da biodiversidade. História (São Paulo) v.32, n.2, p. 21-48, jul./dez. 2013 ISSN 1980-4369. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/his/v32n2/a03v32n2.pdf. Acesso 10 set. 2019. #SAIBA MAIS# REFLITA Hoje, no mundo todo, as crianças e os adolescentes representam 31% da população. Eles estão crescendo num mundo mais acelerado do que aquele vivido por quem hoje possui uma idade superior aos 70 anos, por exemplo. As informações chegam de forma global mais rapidamente, e não se pode supor que eles não saibam dos perigos que corre o planeta Terra. Em ritmo igualmente acelerado, o desmatamento prossegue, colocando em risco todas as chances que terão de transformar o mundo para melhor Fonte: Alberto, Moisés (2016). Por que é importante cuidar dos animais e do Meio Ambiente?. Disponível em> .https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente Adaptado. Acesso 22 set. 2019. #REFLITA# 1.1.1 Industrialização e Seus Efeitos Figura 1: Industrialização e seus efeitos Fonte: Industrialização e seus efeitos. https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/assembly-line- robotic-arms-flat-illustration-1558664213 No Brasil somente no final do século XIX e começo do século XX que grandes fazendeiros de São Paulo que enriqueceram com o café, começaram a investir no setor industrial de forma significativa, havendo desta forma grande investimento no desenvolvimento industrial nas grandes cidades da região Sudeste. Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da economia com incentivos fiscais para o capital internacional e muitas nações européias investiram seu capital na produção agrícola, na urbanização e no extrativismo de riquezas naturais no Brasil. Diversas multinacionais principalmente montadoras de veículos, construíram grandes fábricas em cidades como São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. No século XX, o processo de industrialização e a mecanização da agricultura muitos trabalhadores rurais migraram para as cidades atraídos em busca de trabalho nas fábricas e melhores salários, e o resultado disso foi o êxodo rural do Nordeste para o Sudeste do país. Os migrantes nordestinos fugitivos da seca do Nordeste e do desemprego foram em busca de trabalho e melhores condições de vida nas grandes cidades do Sudeste. (SILVA, 2013, p.166). Com a industrialização as cidades consolidaram ainda mais seu poder, concentraram um número ainda maior de habitantes. Fortaleceram o papel na condução da vida social das nações. Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários que tinham a sua disposição grande massa de trabalhadores ou mão de obra que poderiam trabalhar por um preço irrisório, intensificando a exploração humana por parte dos detentores emergentes dos novos meios de produção. Vale ressaltar que agregado a Revolução Industrial ocorreu também uma Revolução Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, sementes selecionadas e o surgimento de novos equipamentos agrícolas, produziram um extraordinário aumento na produção de alimentos. Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de produção agrícola, fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso técnico a mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela monocultura, ou seja, uma área de cultivo muito grande com uma mesma espécie. Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a construção de Brasília, no final da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e Nordeste do país foram em busca de empregos na região central do país, principalmente na construção civil. As cidades satélites de Brasília cresceram desordenadamente, causando vários problemas sociais, que persistem até os dias de hoje. Com o advento da revolução industrial tornou-se possível adaptar à máquina a ferramenta antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar trabalhos anteriormente executados de forma manual. A habilidade manual deixa de ser necessária; o trabalhador hábil, especializado, criativo, nospadrões anteriores, deixa de ter importância. A atividade do operário passa a ser a de vigiar e acompanhar as operações executadas pela máquina. Este processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80, entretanto como as cidades não ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, passam a residir em habitações sem boas condições como favelas e cortiços. Como os empregos não eram suficientes para todos, e como agravante a grande maioria dos imigrantes não possuíam qualificação necessária para o trabalho especificado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal, e outros acabavam incorporando à grande massa dos mendigos. Outro problema causado pela revolução industrial e consequentemente pelo do êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentando a violência, principalmente nos bairros de periferia. Como são bairros carentes sem hospitais e escolas, as populações destes locais acabaram sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados foram e são as consequências deste fato. Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região. Desta forma a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuindo constantemente nos últimos anos chegando a taxas de urbanização de até 94% em alguns estados da região sul e sudeste do Brasil, de acordo com dados do IBGE. Ou seja, de cada 100 habitantes, apenas 6 ainda vivem em áreas rurais nestas regiões. Além disso, à distância entre o campo e as cidades vem se encurtando e o acesso às tecnologias tem se tornado a cada dia mais evidente. De acordo Antunes (2002) em 2050, 60% da população mundial residirá nas cidades, realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 2 moradores da zona rural, existia aproximadamente 1 morador das cidades, conforme demonstra o gráfico abaixo. Gráfico 2: Êxodo rural no mundo, 1950 - 2030. Fonte: ONU, 2012. Entretanto, os efeitos da Revolução Industriais no Brasil foram positivos em muitos aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em função da utilização dos equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, posteriormente, da eletricidade, que passaram a substituir a força animal. O processo de urbanização influiu positivamente em alguns indicadores nacionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos foram a queda da mortalidade infantil (que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expectativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a queda da taxa de fertilidade (6,16 filhos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) e o nível de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi notável também a ampliação do saneamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar, mas apesar da melhora referida alguns desses indicadores ainda deixam muito a desejar. (MARICATO, 2005, p. 01) Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e transformações sociais para aquelas classes onde ocorreram as menores alterações na sua forma de vida. Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais decorrentes desse processo. Esta classe social, tampouco percebeu que estava perturbando a classe operária com este novo modo de produção. Que a classe média e os que aspiravam esta condição social ficaram satisfeitos com as transformações ocorridas. Para aqueles que eram pobres, a Revolução Industrial destruiu hábitos de vida sem que fosse oferecida uma nova condição social. Foi à própria desagregação social. Era o nascimento de uma sociedade industrial, onde a maioria tinha como única fonte de renda, o salário. Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha suas terras e oficinas artesanais, que de algum modo, suplementava a renda obtida no trabalho fabril. Relacionado à questão ambiental um dos aspectos negativos é que a revolução industrial trouxe aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas indústrias passaram a jogar produtos químicos e lixo em rios e córregos. Uso de mão de obra infantil (na primeira etapa da industrialização). A industrialização trouxe um mundo de consumo, que convive com a miséria social, com o desprezo e a falta das condições mínimas, muitas vezes, de sobrevivência. O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresenta elevados patamares. Para Faleiros 2003, pg. 32 Pobreza é um conceito difícil de definir, mas que todo mundo entende quando se o menciona. Talvez porque cada qual, cada indivíduo sabe perfeitamente o que seria para ele e sua família uma situação de pobreza. Para um poderia ser não comer; para outro, vestir-se pobremente, para um terceiro, baixar seu nível de vida habitual. São muito imprecisas, portanto, as definições habituais sobre a pobreza. Fala-se que a 'pobreza absoluta' seria aquela em que a pessoa não pode alimentar-se com o mínimo suficiente para sua manutenção fisiológica. (FALEIROS, PAULO. 2003, pg. 32) Para Falcão e Costa, 2014, pg 51 no livro (Brasil sem miséria) a pobreza é entendida atende por diversos nomes: Insuficiência de renda; acesso precário à água, energia elétrica, saúde e moradia; baixa escolaridade; insegurança alimentar e nutricional; formas precárias de inserção no mundo do trabalho, entre outros. As diversas características que traduzem as distintas manifestações da pobreza têm expressão no território e assim se pode afirmar que a miséria tem nome, endereço, cor e sexo e, embora a renda também seja um indicador de pobreza, trata-se de um mecanismo insuficiente para medir o bem-estar. A pobreza se manifesta, sobretudo, em privação do bem-estar. Com isto, afirmamos que a pobreza é um fenômeno multidimensional e, portanto, requer também indicadores não monetários para seu dimensionamento. (FALCÃO; COSTA, 2014, p. 51). No ano de 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Brasil sem miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualizada, em 2014, para R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia. Segundo dados oficiais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome, existiam no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. O gráfico abaixo mostra a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. A medida adotada é o Coeficiente de GINI1, tido como padrão internacional para mensurar a desigualdade de renda. Gráfico 3: Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. Fonte: www.ipea.gov.br. IPEA (Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada). 1 Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países. Quanto menor o Coeficiente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de um país. Para que as pessoas melhorem de vida, e o abismo entre ricos e pobres diminua, a renda das famílias mais pobres precisam crescer. Mas nada disso é possível se um país não desenvolver como um todo. Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovida nos últimos anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis de 1960. Em 2015, o coeficiente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. (Pnad, 2015).Vale lembrar que ultrapassar esse valor não significa abandonar a pobreza por completo, mas somente a pobreza extrema. Figura 2: Desigualdade de renda no mundo. Fonte: Banco Mundial (2014) De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal para a erradicação da pobreza e das desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionalizado é necessário modificar-se os padrões de relações culturais e econômicas que as provocam e que aprofundam a exclusão, inclusive as sustentadas pela atividade estatal na implementação de políticas públicas, na formulação de leis e no julgamento das demandas levadas aos tribunais, como: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Complementando, JAMUR (2000. P. 18 – 21) afirma, também, que: A pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o conhecimento maior do problema da pobreza extrema e de suas causas, particularmente aquelas relacionadas ao problema do desenvolvimento, visando a promover os direitos das camadas mais pobres, pôr fim à extrema pobreza e à exclusão social e promover uma melhor distribuição dos frutos do progresso social. É essencial que os Estados estimulem a participação das camadas mais pobres nas decisões adotadas em relação às suas comunidades, à promoção dos direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza extrema. (JAMUR, 200, p. 18 - 21). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que acontecem todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, como fome, diarreia, pneumonia e tuberculose. Morre-se por doenças que poderiam ser prevenidas e curadas com custo muito baixo. Famílias que estão na linha da pobreza extrema convivem com um enorme sofrimento diário. E podem estar em uma situação duplamente difícil ao verem suas crianças doentes e capturadas em um ciclo vicioso: miséria, internação, reinternação e até morte. Como ressalta o Informe de Desenvolvimento Humano 2000 do PNUD, “a erradicação da pobreza constitui uma tarefa importante dos direitos humanos no século XXI. Um nível decente de vida, nutrição suficiente, atenção à saúde, educação, trabalho e proteção contra as calamidades não são simplesmente metas do desenvolvimento, são também direitos humanos”. A miséria traz ainda consequências como a violência, as drogas e a criminalidade, baixo desempenho nas escolas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como o uso de força física ou poder, por ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa definição agrega a intencionalidade à prática do ato violento propriamente dito, desconsiderando o efeito produzido. No tocante às drogas, seu uso causa problemas irreparáveis a saúde das pessoas, e para sua produção muitas vezes causa desmatamento e perda de biodiversidade. Além disso, é comum que o cultivo dessas plantas devido queimadas das plantações, que ocorrem antes da polícia chegar às regiões de plantio. A poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das folhas de tabaco, feito em estufas que requerem a queima de madeira, nem sempre proveniente de reflorestamento. O problema do descarte inadequado engloba praticamente todas as drogas de origem química, com ênfase às bitucas de cigarro. São consumidos cerca de 140 milhões de cigarros por ano no Brasil. O mau hábito de descartar bitucas no chão leva a contaminação pelo perigoso acetato de chumbo e nicotina, e outras cerca de 50 substâncias comprovadamente cancerígenas a rios e mares. Desta forma não difícil de compreender a relação existente entre a ação do homem e o aumento do número de doenças. O impacto negativo do homem no ambiente tem relação direta com a saúde, uma vez que necessitamos dos componentes do meio ambiente para a nossa sobrevivência. É impossível sobreviver sem acesso à água e ao ar, por exemplo. Se esses elementos estão comprometidos, nossa saúde também ficará. REFLITA Dê acordo com Lustosa (2011) a pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade humana. Ninguém quer ser estigmatizado com a definição de carência; que não tem renda suficiente para sua manutenção. Ao aceitar a pobreza e assumi-la seria o mesmo que desistir de lutar. Entretanto segundo um dado oficial do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome - 2012 existiam no Brasil até esse ano cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. Em 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Brasil sem Miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualizada, em maio de 2014, para R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia. Fonte: Lustosa, Iramaia Bruno Silva. Percepção do efeito do programa bolsa família na segurança alimentar e nutricional das famílias beneficiárias, em fortaleza, Ceará. 2011. Ministério do meio ambiente. Disponível em: http://www.uece.br/cmasp/dmdocuments/IRAMAIA%20BRUNO%20SILVA%20LUSTOSA.pdf. Acesso 16 nov.2019 #REFLITA# 1.2 Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental Figura 3: Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental Fonte:http://1.bp.blogspot.com/- pQ4G7eWBrrw/Uw3iXI2MbTI/AAAAAAAABuY/qpfsqXp1qk4/s1600/1947653_749136238432371_1115395279 _n.jpg Os aspectos pedagógicos e metodológicos de cunho participativo apoiado numa postura crítica, emancipadora, e conscientizadora, através de uma abordagem sistêmica e pensamento complexo. Multidimensionalidade e Interdisciplinaridade. Alguns pressupostos destes aspectos pedagógicos e metodológicos: A teoria construtivista parte da premissa de que o conhecimento não é dado, nada está pronto, acabado, mas se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social (Piaget, 1987). O ser humano é compreendido como ser histórico, que se constrói através das suas relações com o mundo natural e social, o que dá sentido a constituição do sujeito (Vygotsky 1996). Segundo Paulo Freire (2003, p. 79), a educação deve ser vista como processo de emancipação e transformação do mundo, em que o papel do educador não é o de convencer o educando, mas de vencer com ele, construir junto. O grande desafio do educador e, pela formação permanente, buscar subsídios teórico- práticos, para o exercício da docência, para a compreensão de que o conteúdo a ser trabalhado e uma síntese da humanidade, e que ao ser considerado relevante, conduz o aluno a transitar por ele, provocando inquietações que o fazem avançar ainda mais. A educação é vista como acesso à construção um processo emancipatório a partir da conscientização dos sujeitos (autoconhecimento e conhecimento da realidade). A participação é um pressuposto da própria aprendizagem. Você só conhece realmente o que construiu autonomamente. “Quanto mais ativamente uma pessoa participar da aquisição de um conhecimento, mais ela integrará e reterá aquilo que aprender” (Lévy, 2011. p. 198) ). O papel do mediador é de fundamental importância, devendo promover o . p interesse e o empoderamento dos participantes. A abordagem sistêmica nos permite ver “mais e melhor.” Nos permite ver e compreender a realidade que é sempre complexa. A realidade é feita de diferentes elementos que interagem permanentemente. Compõe sistema que,por sua vez, é constituído por conjunto de partes que são integradas e pressupõe um dado limite. Um sistema é definido como um conjunto de componentes inter-relacionados e organizados dentro de uma estrutura autônoma, operando de acordo com objetivos determinados: componentes, interação, entradas, saídas, limites. Poder perceber um dado sistema, permite identificar as relações entre seus componentes (suas interdependências). Assim, mais importante do que pensar em estratégias de desenvolvimento para um sistema é poder olhar sistemicamente o desenvolvimento como um processo em permanente construção. A realidade é sempre complexa. É o resultado de um “tecer conjunto” da relação sociedade/natureza como “unicidade” que, em última análise constitui o “sistema ambiente”, onde ocorrem fluxos permanentes de matéria e energia. A abordagem sistêmica é fundamental, assim como o “pensamento complexo”, para os quais os fundamentos pedagógicos e metodológicos vistos anteriormente são importantíssimos, assim como os aspectos da multidimensionalidade e interdisciplinaridade. Portanto, para realizar avaliação de sustentabilidade é fundamental pensar no “sistema” como um todo, pensar no conjunto de elementos que compõem realidade e na sua complexidade A realidade é complexa, pois é feita de múltiplas dimensões: ecológica, socioeconômica, cultural, política, jurídica, científica e tecnológica, etc. Nos fundamentos do desenvolvimento sustentável podemos perceber de modo bastante claro este entendimento. Os documentos da Eco-92, especialmente a Agenda-21 trazem com bastante propriedade este entendimento (você encontrará na internet um abundante material sobre este grande evento acontecido em 1992 no Rio de Janeiro e que trouxe grandes contribuições ao mundo com novas perspectivas de desenvolvimento e consciência planetária sobre o ambiente). O conhecimento para o materialismo-histórico é fruto da relação entre homem e natureza, e, das relações sociais mais amplas. As forças sociais que se materializam em instituições, grupos, formas de pensar e interpretar o mundo são a base sobre a qual se criam os instrumentos de apreensão dos fenômenos naturais e sociais. Quando se aborda o campo da educação ambiental, podemos nos dar conta de que apesar de sua preocupação comum com o meio ambiente e do reconhecimento do papel central da educação para a melhoria da relação com este último, os diferentes autores (pesquisadores, professores, pedagogos, animadores, associações, organismos, etc.) adotam diferentes discursos sobre a EA e propõem diversas maneiras de conceber e de praticar a ação educativa neste campo. Cada um predica sua própria visão e viu-se, inclusive, formarem-se “igrejinhas” pedagógicas que propõem a maneira “correta” de educar, “o melhor” programa, o método “adequado”. Quando nos referimos à educação ambiental, não estamos tratando apenas de natureza, como geralmente esse termo é concebido, mas a um conjunto de relações sociais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante, transformador, e consequentemente receptor de suas ações. Philippi et al (2014) aponta que a crise ambiental é uma leitura da crise da própria sociedade, a gestão dos recursos naturais encontra-se muito além das questões técnicas, referindo-se também ao contexto econômico, social, político e cultural. A educação ambiental vista como um agente de transformação exige uma profunda mudança de valores, atitudes, “uma nova visão de mundo, o que ultrapassa bastante o universo meramente conservacionista.” (BRÜGGER, 1999, p.34). Assim, essa educação não visa somente apontar os problemas de degradação ambiental, poluição, uso inadequado de recursos, mas sim, entender o porquê desses problemas, suas raízes históricas, sociais, culturais e no caso da sociedade capitalista, principalmente a econômica. A realização de trabalhos na área da educação ambiental, assim como qualquer outro trabalho educativo, que envolva a formação de sujeitos, não pode ser realizada de maneira isolada, ou mesmo constituída de práticas descontextualizadas. A Constituição Brasileira, de 1988, incorporou em seu texto a Educação Ambiental, conforme o Art. 225, ressaltando a qualidade de vida como integrante da própria cidadania. Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam a questão ambiental como um dos temas transversais do currículo do Ensino Fundamental, mas a sua efetivação no cotidiano escolar ainda deixa muito a desejar e, em muitos casos, tem se limitado a ações isoladas e/ou a entendimentos parcializados sobre a questão ambiental, orientados por uma visão excessivamente biologizada, dentro de uma vertente ecológico-preservacionista, e/ou fica restrita a eventos comemorativos (dia da árvore, dia do meio ambiente), ou ainda limitada à realização de algumas atividades práticas, denominadas extra- curriculares, eventuais (campanha do lixo, coleta para reciclagem, caminhadas ecológicas, visitas, plantio de hortas, etc.), sem a contextualização necessária e sem a internalização sobre o real entendimento da problemática ambiental no cotidiano das comunidades escolares. (SOARES, et al, 2003, p.9). A educação ambiental crítica deve então proporcionar aos sujeitos uma apropriação de conhecimentos capazes de gerar ações, e jamais deve ser admitida como uma forma de adestramento, definida em “uma forma de adequação dos indivíduos ao sistema social vigente”. (BRÜGGER, 1999, p.35). Rangel (2003) afirma que apesar de alguns estudos demonstrarem a interdependência entre os elementos abióticos e bióticos, de maneira a enfocar a ecologia, quando se trata do ser humano, geralmente, este é visto como ameaça, ou como ameaçado. Nesta perspectiva a educação ambiental só se refere à mudança de condutas, entretanto, concebemos a educação ambiental como um processo que envolve o meio natural, cultural, político e social. [...] reafirma-se o homem, não como ser ameaçado e ameaçador, mas como ser integrante do meio ambiente, cuja reconstrução e preservação, não só reflete na vida humana, como necessita da vida humana de qualidade. [...] estendendo-se, então, os cuidados com o meio ambiente ao próprio homem e suas condições de vida. Esses cuidados contemplam, portanto, os valores da vida cidadã, a exemplo da saúde, sexualidade, família, trabalho, ciência e tecnologia, cultura, linguagens. (RANGEL, 2003, p.136). Portanto, é de indispensável necessidade que entendamos a educação ambiental, não somente como àquela referente ao meio ambiente, considerado como natureza, mas sim numa ótica mais ampla, que envolve o homem e suas relações estabelecidas socialmente. Lima (2015) destaca que para um programa de educação ambiental atingir seus objetivos é preciso ocorrer o envolvimento coletivo, para ele os estudos de Paulo Freire, com a pedagogia crítica e libertadora, é o mais adequado para tal. O autor aponta ainda diversas estratégias de ensino para a prática da educação ambiental, tais como: discussão em classe, envolvendo todos; discussão em grupo; mutirão de ideias, quando pequenos grupos sugerem soluções para um dado problema, porém, sem se preocupar com análise crítica, num tempo de 10 a 15 minutos; trabalho de grupos, em que quatro a oito membros se tornam responsáveis pela execução de uma tarefa; debate, com dois grupos de argumentos diferentes e um terceiro que avalia as ideias expostas; questionário; reflexão, que envolve a análise crítica; imitação da mídia, o grupo organiza sua própria versão de jornais, televisão, rádio e filmes; projetos; solução de problemas, que considera a apresentação e solução de problemas; jogos de simulação, operacionalização de situações reais referentes a um problema; e por fim exploração do ambiente local, por meio de observações. A escolha de uma ou outra estratégia deve considerar o perfil ambiental das comunidadesa serem envolvidas (características sistêmicas de manutenção da vida e de seus valores) e seu respectivo metabolismo (desenvolvimento dos processos, seus movimentos e tendências). “Sem conhecer os objetivos, problemas, prioridades e valores de uma dada comunidade torna-se praticamente impossível planejar sem cometer gafes.” (DIAS, 2004, p.219). 1.2 Correntes da Educação Ambiental Figura 4: Educação Ambiental Fonte: Educação Ambiental. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/image- vector/happy-kids-enjoying-summer-camp-together-1411757372. Acesso em 16 nov. 2019 A escola, com o ensino formal, volta-se para os processos de formação do cidadão. Em se tratando de EA, possui várias correntes e tendências entre pesquisadores, o que, infelizmente, não leva à unificação; aparentemente há divergência entre elas. Portanto, as divergências ferem diretamente seu princípio central, que é a convergência (união e esforços) para conservação dos recursos naturais, para o desenvolvimento com sustentabilidade e a qualidade de vida socioambiental. Porém essas correntes podem ser unificadas frente ao objeto de estudo e ao problema enfrentado, que deve ser revertido. Existem quinze correntes de pensamento e atuação da Educação ambiental formal, desde as mais antigas, concebidas na década de 1970, até as atuais. Entre as correntes que têm uma longa tradição em educação ambiental, analisaremos as seguintes: a corrente naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, científica, humanista, moral/ética. Entre as correntes mais recentes estão: a corrente holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica, eco-educação, e a sustentabilidade. A) A corrente naturalista Esta corrente é centrada na relação com a natureza. O enfoque educativo pode ser cognitivo (aprender com coisas sobre a natureza), experiencial ver na natureza e aprender com ela), afetivo, espiritual ou artístico (associando a criatividade humana à da natureza). Na pedagogia para os adultos (andragogia), Phillip (2014) afirma igualmente que de nada serve querer resolver os problemas ambientais se não se compreendeu pelo menos como “funciona” a natureza; deve- se aprender a entrar em contato com ela, por intermédio de nossos sentidos e de outros meios sensíveis: o enfoque é sensualista, mas também espiritualista, pois se trata de explorar a dimensão simbólica de nossa relação com a natureza e de compreender que somos parte integrante dela. Também frente aos adultos, Phillip (2014) insiste sobre a importância de considerar a natureza como educadora e como um meio de aprendizagem; a educação ao ar livre (outdoor education) é um dos meios mais eficazes para aprender sobre o mundo natural e para fazer compreender os direitos inerentes da natureza a existir por e para ela mesma; o lugar ou papel ou “nicho” do ser humano se define apenas nesta perspectiva ética. Para Phillip (2014, p. 672): A educação ambiental é exemplo do que é realizado para incorporar valores relacionados às mudanças no desenvolvimento socioambiental, dando à sociedade oportunidade e informação para tomar decisões com responsabilidade, pautadas na ideia de território solidário. (PHILLIP, 2014, p. 672). Para compreender melhor a sistemática da educação ambiental e suas vertentes pedagógicas, se faz necessário saber as principais correntes de pensamentos que contribuíram para consolidação desse processo pedagógico voltado à conservação do meio ambiente. Primordialmente tem-se a corrente naturalista, que em sua essência, valoriza o contato direto com a natureza, para fortalecer os laços afetivos entre esta e o ser humano a partir de experiências intensas, elevada a nível espiritual. B) A corrente conservacionista/recursista Esta corrente agrupa as proposições centradas na “conservação” dos recursos, tanto no que concerne à sua qualidade como à sua quantidade: a água, o solo, a energia, as plantas (principalmente as plantas comestíveis e medicinais) e os animais (pelos recursos que podem ser obtidos deles), o patrimônio genético, o patrimônio construído, etc. Quando se fala de “conservação da natureza”, como da biodiversidade, trata-se, sobretudo de uma natureza-recurso. Encontramos aqui uma preocupação com a “administração do meio ambiente”, ou melhor dizendo, de gestão ambiental. Os programas de educação ambiental centrados nos três “R” já clássicos, os da Redução, da Reutilização e da Reciclagem, ou aqueles centrados em preocupações de gestão ambiental (gestão da água, gestão do lixo, gestão da energia, por exemplo) se associam à corrente conservacionista/recursista. Geralmente se dá ênfase ao desenvolvimento de habilidades de gestão ambiental e ao ecocivismo. Encontram-se aqui imperativos de ação: comportamentos individuais e projetos coletivos. A corrente conservacionista prega o equilíbrio no uso dos recursos naturais em quantidade e qualidade no manejo. Há uma preocupação com a gestão ambiental. Aqui a educação é voltada para a conservação do meio ambiente. Surgiu em meio à segunda guerra mundial, onde a escassez assolava os países envolvidos no conflito, a economia, a reutilização e a reciclagem dos recursos, tanto por parte dos soldados como da própria população atingida pelas consequências da luta bélica, foram as bases do pensamento conservador que deu origem a esta corrente. C) A corrente resolutiva A corrente resolutiva, considera o Meio Ambiente como um conjunto de problemáticas que só é possível de se resolver através da informação e da capacitação das pessoas em solucionar esses problemas. Aqui adotou-se “um modelo pedagógico centrado no desenvolvimento sequencial de habilidades de resolução de problemas” (SATO, 2011, p. 21). Assim os educadores que utilizam esse pensamento, se concentram no problema e envidam esforços nas soluções. D) A corrente sistêmica Pela corrente sistêmica, a educação ambiental é voltada para a análise estrutural do Meio Ambiente e seus componentes, bem como a relação dos elementos biofísicos e sociais, que permite uma visão conjunta da realidade ambiental e assim identificar os seus problemas e escolher soluções. O processo de educação ambiental que partiu da análise das relações de causa e efeitos através de experimentos e observações dos resultados por eles obtidos, com o fim de obter a solução para os problemas ambientais, deu origem à corrente científica, que a seu turno, está intimamente ligada às ciências do Meio Ambiente. E) A corrente humanista A corrente humanista enfatiza a dimensão humana do meio ambiente, e este último constituindo o meio de vida do Homem, considerando as dimensões históricas, sociais, culturais, políticas e econômicas. A educação ambiental por esta corrente se efetiva por meio das ciências humanas a partir de uma visão humanista de meio ambiente enquanto meio de sobrevivência do ser humano. O ambiente não é somente apreendido como um conjunto de elementos biofísicos, que basta ser abordado com objetividade e rigor para ser melhor compreendido, para interagir melhor. Corresponde a um meio de vida, com suas dimensões históricas, culturais, políticas, econômicas, estéticas. Não pode ser abordado sem se levar em conta sua significação, seu valor simbólico. O patrimônio não é somente natural, é igualmente cultural: as construções e os ordenamentos humanos são testemunhos da aliança entre a criação humana e os materiais e as possibilidades da natureza. A arquitetura, entre outros elementos, se encontra no centro desta interação. Neste caso, a porta de entrada para apreender o meio ambiente é frequentemente a paisagem. Esta última é seguidamente modelada pela atividade humana; ela fala ao mesmo tempo da evolução dos sistemas naturais que a compõem e das populações humanas que estabeleceram nela suas trajetórias. F) corrente ética ou moral Por fim, entre as correntes clássicas,existe a corrente ética ou moral em que os educadores desta corrente se baseiam no fundamento de que as relações do Homem com o meio ambiente devem ser pautadas por um conjunto de valores individuais e coletivos, prescrevendo um código de comportamentos socialmente desejáveis no manejo dos recursos naturais. G) Corrente Científica Algumas proposições de educação ambiental dão ênfase ao processo científico, com o objetivo de abordar com rigor as realidades e problemáticas ambientais e de compreendê-las melhor, identificando mais especificamente as relações de causa e efeito. O processo está centrado na indução de hipóteses a partir de observações e na verificação de hipóteses, por meio de novas observações ou por experimentação. Nesta corrente, a educação ambiental está seguidamente associada ao desenvolvimento de conhecimentos e de habilidades relativas às ciências do meio ambiente, do campo de pesquisa essencialmente interdisciplinar para a transdisciplinaridade. Como na corrente sistêmica, o enfoque é sobretudo cognitivo: o meio ambiente é objeto de conhecimento Não obstante os modelos pedagógicos de educação ambiental clássicos, desenvolvidos no decorrer do século XX, atualmente, destacam-se também algumas correntes mais recentes, são elas: holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográfica da ecoeducação, da sustentabilidade. H) A Corrente Holística O enfoque desta corrente é exclusivamente analítico e racional das realidades ambientais se encontra na origem de muitos problemas atuais. É preciso levar em conta não apenas o conjunto das múltiplas dimensões das realidades socioambientais como também das diversas dimensões da pessoa que entra em relação com estas realidades, da globalidade e da complexidade de seu ser no mundo. O sentido global aqui é muito diferente do planetário, significa antes holístico referindo-se à totalidade de cada ser, de cada realidade, e à rede de relações que une os seres entre si em conjuntos onde eles adquirem sentido. A corrente holística não associa proposições necessariamente homogêneas, como é o caso das outras correntes. Algumas proposições, por exemplo, estão mais centradas em preocupações de tipo psicopedagógico apontando para o desenvolvimento global da pessoa em relação ao seu meio ambiente, outras estão ancoradas numa verdadeira cosmologia (ou visão do mundo) em que todos os seres estão relacionados entre si, o que leva a um conhecimento orgânico do mundo e a um atuar participativo em e com o ambiente. Numa perspectiva holística mais fundamental ainda, Nigel Hoffmann (1994) se inspira no filósofo Heidegger e no poeta naturalista Goethe para propor um enfoque orgânico das realidades ambientais. Devem-se abordar, efetivamente, as realidades ambientais de uma maneira diferente daquelas que contribuíram para a deterioração do meio ambiente. O processo de investigação não consiste em conhecer as coisas a partir do exterior, para explicá-las, originando de uma solicitação, de um desejo de preservar seu ser essencial permitindo-lhes revelar-se com sua própria linguagem. I) Corrente Biorregionalista A corrente biorregionalista se inspira geralmente numa ética ecocêntrica e centra a educação ambiental no desenvolvimento de uma relação preferencial com o meio local ou regional, no desenvolvimento de um sentimento de pertença a este último e no compromisso em favor da valorização deste meio. SAUVÉ (2005) reconhece-se aqui o caráter inoportuno desta pedagogia do além que baseia a educação em considerações exógenas ou em problemáticas planetárias que não são vistas em relação com as realidades do contexto de vida e que oferecem poucas ocasiões concretas para atuações responsáveis. J) Corrente Práxica Na Corrente Práxica a ênfase desta corrente está na aprendizagem da ação, pela ação e para a melhoria desta. Não se trata de desenvolver a priori os conhecimentos e as habilidades com vistas a uma eventual ação, mas em pôr-se imediatamente em situação de ação e de aprender através do projeto por e para esse projeto. A aprendizagem convida a uma reflexão na ação, no projeto em curso. Lembremos que a práxis consiste essencialmente em integrar a reflexão e a ação, que, assim, se alimentam mutuamente. O processo da corrente práxica é, por excelência, o da pesquisa-ação, cujo objetivo essencial é o de operar uma mudança num meio (nas pessoas e no meio ambiente) e cuja dinâmica é participativa, envolvendo os diferentes atores de uma situação por transformar. Em educação ambiental, as mudanças previstas podem ser de ordem socioambiental e educacional. K) Corrente de Crítica Social A Corrente de Crítica Social - A corrente práxica é muitas vezes associada à da crítica social. Esta última se inspira no campo da “teoria crítica”, que foi inicialmente desenvolvida em ciências sociais e que integrou o campo da educação, para finalmente se encontrar com o da educação ambiental nos anos de 1980 (Robottom e Hart, 1993). Esta corrente insiste, essencialmente, na análise das dinâmicas sociais que se encontram na base das realidades e problemáticas ambientais: análise de intenções, de posições, de argumentos, de valores explícitos e implícitos, de decisões e de ações dos diferentes protagonistas de uma situação. Para Robottom: A postura crítica é igualmente aplicada às realidades educacionais. A educação ambiental que se inscreve numa perspectiva sociocrítica (socially critical environmental education) convida os participantes a entrar num processo de pesquisa em relação a suas próprias atividades de educação ambiental (...). É preciso considerar particularmente as rupturas entre o que o prático pensa que faz e o que na realidade faz e entre o que os participantes querem fazer e o que podem fazer em seu contexto de intervenção específica. O prático deve se comprometer neste questionamento, porque a busca de soluções válidas passa pela análise das relações entre a teoria e a prática. (...) A reflexão crítica deve abranger igualmente as premissas e valores que fundam as políticas educacionais, as estruturas organizacionais e as práticas em aula. O prático pode desenvolver, através deste enfoque crítico das realidades do meio, sua própria teoria da educação ambiental. (Robottom e Hart, 1993, p. 24). L) Corrente Feminista Na Corrente Feminista em matéria de meio ambiente, uma ligação estreita ficou estabelecida entre a dominação das mulheres e a da natureza: trabalhar para restabelecer relações harmônicas com a natureza é indissociável de um projeto social que aponta para a harmonização das relações entre os humanos, mais especificamente entre os homens e as mulheres. A corrente feminista se opõe, no entanto, ao predomínio do enfoque racional das problemáticas ambientais, tal como frequentemente se observa nas teorias e práticas da corrente de crítica social. Os enfoques intuitivo, afetivo, simbólico, espiritual ou artístico das realidades do meio ambiente são igualmente valorizados. No contexto de uma ética da responsabilidade, a ênfase está na entrega: cuidar do outro humano e o outro como humano, com uma atenção permanente e afetuosa. M) corrente etnográfica A corrente etnográfica dá ênfase ao caráter cultural da relação com o meio ambiente. A educação ambiental não deve impor uma visão de mundo, é preciso levar em conta a cultura de referência das populações ou das comunidades envolvidas. A corrente etnográfica propõe não somente adaptar a pedagogia às realidades culturais diferentes, como se inspirar nas pedagogias de diversas culturas. N) Corrente da Ecoeducação A Corrente da Ecoeducação está dominada pela perspectiva educacional da educação ambiental. Não se trata de resolver problemas, mas de aproveitar a relação com o meio ambiente como cadinho de desenvolvimento pessoal, para o fundamento de um atuar significativo e responsável. O meio ambienteé percebido aqui como uma esfera de interação essencial para a ecoformação ou para a ecoontogênese. Distinguiremos aqui estas duas proposições, muito próximas ambas, no entanto distintas, principalmente em relação a seus respectivos contextos de referência. O) Corrente da Sustentabilidade A Corrente da Sustentabilidade - A ideologia do desenvolvimento sustentável que conheceu sua expansão em meados dos anos de 1980 penetrou pouco a pouco o movimento da educação ambiental e se impôs como uma perspectiva dominante. Para responder às recomendações do Capítulo 36 da Agenda 21, resultante da Cúpula da Terra em 1992, a UNESCO substituiu seu Programa Internacional de Educação Ambiental por um Programa de Educação para um futuro viável (UNESCO, 1997), cujo objetivo é o de contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável. Este último supõe que o desenvolvimento econômico, considerado como a base do desenvolvimento humano, é indissociável da conservação dos recursos naturais e de um compartilhar equitativo dos recursos. Trata-se de aprender a utilizar racionalmente os recursos de hoje para que haja suficientemente para todos e se possa assegurar as necessidades do amanhã. CONSIDERAÇÕES FINAIS As florestas são imprescindíveis para a manutenção dos recursos hídricos para abastecimento das cidades, onde vive a maioria da população. O desmatamento incontrolado e insano está causando a desertificação e levará fatalmente ao desabastecimento de água e à formação de solo improdutivo para a produção de alimentos. A natureza trabalha e produz na forma cíclica, mostrando o caminho para a atuação do homem. Todos os tipos de plantas sejam as rasteiras, os arbustos, as árvores ou as flores, têm uma importância indispensável para a nossa qualidade de vida. As plantas nutrem os solos e ajudam a produzir alimentos e água. Suas folhas servem como adubos para a terra e tornam a natureza rica e viva Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambiente a fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. Segundo Oliveira e Medeiros (2010) a educação ambiental não se refere apenas a ecologia e preservação do meio ambiente, indo muito além destes, abarcando a vivência do homem em sociedade e as relações estabelecidas por este. A transformação e a busca de superação de comportamentos destrutivos (matança de animais, queimadas, desflorestamento, desperdício de recursos naturais não renováveis como a água) são necessárias para o processo da própria humanização do homem. Para Oliveira e Medeiros (2010) não se trata apenas de estudar, ou mesmo entender o processo de degradação, pelo qual o planeta Terra vem passando, além destes é necessário que entendamos a educação ambiental, como educação política, que envolve escolhas, decisões e opções, que não tomamos sozinhos, já que vivemos em sociedade. No nosso caso, a sociedade da informação, portanto, fazer uma educação para o meio ambiente implica envolver todas as áreas do conhecimento em prol de um conhecimento comum: o de que somos parte, e como tal dependemos do todo. Mesmo em um mundo capitalista, conduzido pelo econômico, há a intensa necessidade de percebemos que há muito além do capital, e que o desenvolvimento a qualquer custo gera o contrário, retrocesso. Com isso queremos dizer que não dá mais para mascararmos as ações do homem contra o meio ambiente, pois, vivemos e vemos as consequências negativas de tais ações. (Oliveira e Medeiros, 2010) Enquanto seres produzidos historicamente, sabemos que muitas atitudes errôneas foram transmitidas e repassadas de geração para geração. Assim o que temos visto no tempo atual é o acúmulo de séculos, décadas e anos de uma relação parasitária do homem para com o meio ambiente, no sentido de que este se torna hospedeiro, retirando e não devolvendo nada de bom em troca. (Oliveira e Medeiros, 2010) Somente uma política concisa e bem planejada de Educação Ambiental é capaz de mudar essa terrível realidade, e temível futuro, pelo esgotamento dos recursos naturais e degradação do meio ambiente, dirimindo as consequências da ação devastadora do ser humano e proporcionando uma melhor qualidade de vida, bem como o equilíbrio entre desenvolvimento, progresso e sustentabilidade. LEITURA COMPLEMENTAR Resumo: O presente trabalho tem por finalidade apresentar alguns conceitos de Educação Ambiental e a relação com a Educação Infantil. Para gerar uma qualidade de vida sustentável, se faz necessário um (re) pensar sobre o meio ambiente; das ações do homem e o seu habitat. Tendo por base este contexto, faz necessário iniciar a formação de cidadãos conscientes com a preservação do meio ambiente desde a Educação Infantil, onde o principal objetivo é conscientizar o aluno da importância que o meio ambiente tem para a sua vida. Através do contato com o meio ambiente, associando a teoria à prática é que se assimila o conteúdo de forma ampla e contínua. Para realização deste trabalho recorreu-se a pesquisas bibliográficas e estudo de caso, onde foram realizadas análises nas ações do projeto “A magia do plantar: reestruturando o espaço vazio trazendo cores, cheiros e sabores” dentro de um Centro Municipal de Educação Infantil na cidade de Ponta Grossa. O estudo da Educação Ambiental está voltado para a formação ética do cidadão. Fonte: Grzebieluka,D.; Kubiak, I.; Schille, A.M.. Educação Ambiental: A importância deste debate na Educação Infantil. Revista Monografias Ambientais - REMOA v.13, n.5, dez. 2014, p.3881-3906 Revista do Centro do Ciências Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria. https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/viewFile/14958/pdf. Acesso em 16 nov. 2019. FILME/VÍDEO Título: Documentário Mata Atlântica - Paulo Rufino- Produção Casa de Cinema RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Sinopse: Descreve as características da atlântica. e como é definido seu clima, sua biodiversidade. Devido às mudanças climáticas houve mudanças na biodiversidade da floresta. A relação existente entre mata e água. Fala da destruição da floresta. Ano: 2013. Link: http://int.search.myway.com/search/video.jhtml?n=783A119B&p2=%5EY6%5Exdm 063%5ES22307%5Ebr&pg=video&pn=1&ptb=E06F8736-A110-45D0-8CC8- 2E2CA8381A75&qs=&searchfor=desmatamento+origem+&si=CNrV4r_7i9UCFQk GkQod9RsGsg&ss=sub&st=tab&tpr=sbt&trs=wtt. Acesso 25 nov. 2019. LME/VÍDEO Título: Impactos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável. Sinopse: Descreve as características da atlântica. e como é definido seu clima, sua biodiversidade. Devido às mudanças climáticas houve mudanças na biodiversidade da floresta. A relação existente entre mata e água. Fala da destruição da floresta, Ano: “2014” Disponível em: link: https://www.youtube.com/watch?v=QGHHhYCdErs. Acesso 01 set.2019 Sinopse: Definições, conceitos de impacto e aspecto ambiental, poluição ambiental. Fala-se de todos os tipos de poluição. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alberto, Moisés (2016). Por que é importante cuidar dos animais e do Meio Ambiente?. Disponível em> .https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos- animais-e-do-meio-ambiente Adaptado. Acesso 22 set. 2019. ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. BARBIERI, José Carlos; SILVA, Dirceu da. Educação ambiental na formação do administrador. 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A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996. UNIDADE III - CONCEITOS E HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Professora Mestre Sônia Maria Crivelli Mataruco Demonstrar que é cada vez é maior a degradação do meio ambiente e o consequente esgotamento dos recursos naturais, decorrente, sobretudo, em razão do paradigma socioeconômico que tem em seu ápice o consumo exagerado. Dentro desse contexto faz-se necessária a efetivação da política de educação ambiental, a qual visa, precipuamente, estabelecer um vínculo entre o indivíduo e o meio ambiente, tornando o primeiro responsável pela preservação e desenvolvimento. Assim, a implantação de uma política de educação ambiental efetiva, aliada à legislação ambiental, transformaria, diga-se, melhoraria as relações entre o homem e o meio ambiente, do qual poderiam resultar práticas adequadas à noção de sustentabilidade. Objetivos de Aprendizagem: O objeto deste capítulo é dar ênfase na importância da educação para desenvolver de forma sustentável. Fazermos uma reflexão dentro de uma visão ampla do surgimento da Educação Ambiental a nível mundial e em nosso país, analisarmos problemas e possíveis soluções e o papel da escola nas demandas ambientais contemporâneas. Demonstrar que educar é um fenômeno típico, uma necessidade ontológica de nossa espécie, e assim deve ser compreendido para que possa ser concretamente realizado. Refere-se aos processos sociais relativos à aprendizagem – que se traduz na dimensão pessoal pela percepção sensível, capacidade reflexiva e atuação objetiva e dialógica na realidade. Ocorre por meio de múltiplas mediações sociais e ecológicas que se manifestam nas esferas individuais e coletivas por nós compartilhadas, o que pressupõe, em seu movimento constitutivo, os lugares e o momento histórico em que vivemos. Plano de Estudo: ● Histórico da Educação Ambiental ● Conceituar e contextualizar Educação ambiental; ● Transversalidade ● A Educação Ambiental na Constituição de 1988 ● Pontos relevantes da Lei 9.795/99 (Lei de Educação Ambiental) INTRODUÇÃO Nesta unidade buscaremos desenvolver os principais conceitos que permitam a você estudante refletir nos fundamentos da educação ambiental, partindo da definição de educação e de ambiente. Ainda reconhecer os diferentes conceitos relacionados às questões de ordem ambiental e as relações que se estabelece entre sociedade e natureza e também a evidência clara que o modo de produzir a vida em sociedade é o determinante tanto da problemática ambiental quanto social e econômica. No livro Primavera Silenciosa, publicado em 1962, pela jornalista norte- americana Rachel Carson, denunciou a ação impactante do homem sobre o ambiente, estimulou a discussão mundial sobre a necessidade de se proteger a natureza contra os humanos e promover a qualidade ambiental como pressuposto para a qualidade de vida dos homens. O livro trouxe à tona a necessidade de preocupar-se com o uso de agrotóxico na natureza e o quanto este traz prejuízos para a biodiversidade e para o recurso água. Educação Ambiental promove qualidade de vida e a Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 225, afirma que: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”. Trabalhar educação ambiental com os indivíduos significa educá-los ecapacitá-lo para o uso sustentável dos recursos hídricos e demais recursos naturais, para a busca de alternativas de menor impacto ambiental e maior reflexão sobre os significados dos conceitos de qualidade hídrica, qualidade ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade, evitando que pela sua ganância desencadeie uma série de eventos que coloque não só a sua vida em risco, mas também a vida do planeta. Desta forma falaremos também da transversalidade da Educação Ambiental, e da forma como que é inserida na Constituição Federal de 1988, pela elucidação dos pontos mais importantes da Lei de 9.795/99, (Lei de Educação Ambiental), pela importância da transversalidade, e por fim, por breves reflexões sobre o modo como que é aplicada nas escolas atualmente 1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Figura 1: Conceito de educação do dia de filosofia mundial com árvore de plantação de conhecimento na abertura de velho grande livro na biblioteca com livro didático, pilhas de pilha de arquivo de texto e corredor de estantes na sala de aula de estudo da escola Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/world-philosophy-day-education-concept-tree- 733517002 A Educação Ambiental (EA) era um assunto na qual as pessoas não levavam tão a sério, pois era difícil encontrar referências que abordasse o tema citado, não tinha cursos de especialização para capacitar profissionais na referida área. Então a preocupação com o meio ambiente se restringia somente a pequenos grupos de estudiosos e outros interessados em conhecer profundamente sobre meio ambiente que saiam a campo para pesquisar, ou até mesmo passear e apreciar a natureza que era de caráter exuberante. Daí por diante começou a ser divulgado de maneira lenta as informações referentes à temática e despertou curiosidades a outros estudiosos que também pretendiam obter mais conhecimentos. Assim os mesmos poderiam compreender a história da educação ambiental, os acontecimentos e os conceitos, como bem a primeira grande catástrofe. A primeira grande catástrofe ambiental sintoma da inadequação do estilo de vida do ser humano - viria acontecer em Londres provocaria a morte de 1.600 pessoas desencadeando o processo de sensibilização sobre a qualidade ambiental na Inglaterra, e culminando com aprovação da Lei de Ar Puro pelo Parlamento, em 1956. Esse fato desencadeou uma série de discussões em outros países, catalisando o surgimento do ambientalismo nos Estados Unidos a partir de 1960. (DIAS, 2004, p.77). https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/historia-da-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental/ Assim, a Educação Ambiental tem seu surgimento a partir das preocupações de ecologistas em chamar a atenção para os problemas ambientais devido ao uso descontrolado dos recursos naturais e destruição das florestas, e com isso envolver a sociedade em ações ambientalmente corretas. No ano de 1962, a jornalista Rachel Carson lançava seu clássico livro Primavera Silenciosa, relatando o uso excessivo dos produtos químicos, logo o efeito maléfico sobre os recursos ambientais. Devido a preocupação mundial com a educação ambiental houve a reunião de 1968, em Roma, quando alguns cientistas dos países desenvolvidos discutiram temas sobre o consumo e as reservas de recursos naturais não renováveis e o crescimento da população mundial. Em 1972, o Clube de Roma publicou um relatório chamado “Os Limites do Crescimento”, previsão bastante pessimista do futuro da humanidade, se o modelo de exploração dos recursos naturais não fosse modificado. Também em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em Estocolmo, Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano. Nessa conferência foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). (MARCATTO, 2002) Segundo Medina (2008), a Conferência de Estocolmo inspirou um interesse renovado na Educação Ambiental na década de 1970, tendo sido estabelecida uma série de princípios norteadores para um programa internacional e planejado um seminário internacional sobre o tema, que se realizou em Belgrado, em 1975. No ano de 1977, a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental, em Tbilisi, ex-União Soviética. As definições dessa Conferência continuam muito atuais, sendo adotadas por governos, administradores, políticos e educadores em praticamente todo o mundo (MARCATTO, 2002 apud CZAPSKI, 1998). Em Tbilisi na Geórgia em 1977, que aconteceu a conferência mais marcante da história da Educação Ambiental, em sua declaração foram definidos princípios, estratégias, objetivos, funções, características, e recomendações para a Educação Ambiental. Ali foi definido o seguinte: A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos suas culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida. (TBILISI, 1977) No Brasil em 1977, é fundada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), tem como objetivo formar um grupo para elaboração de um documento sobre EA, com o intuito de definir seu papel no contexto da realidade socioeconômico-educacional brasileira. (DIAS, 2001). Em 1984, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) apresenta resolução estabelecendo diretrizes para as ações de EA, aprovada a Resolução 001/86 (1986) que estabelecia as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. (Dias, 2001) Nos anos seguintes ocorreram diversos eventos voltados para a Educação Ambiental dentre os quais estão os seguintes: Comissão Brundtland em 1987, definida como Nosso Futuro em Comum a ECO 92 no Rio de Janeiro 1992 definiu a Agenda 21 com destaque o dilema da relação homem-natureza e também combate às desigualdades sociais, Viena 1993, Cairo 1994, Copenhagem e Beijing 1995, Roma e Istambul 1996, Milênio em New York em 2000 e a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo em 2002. No Brasil, pela primeira vez em sua história era inserido um capítulo específico direcionado ao meio ambiente em sua Constituição Federal (1988 pg. 103), Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. O meio ambiente passa a ser considerado como um bem comum a todos. Segundo Marcatto (2002), através da Lei Federal Nº. 9.795, sancionada em 1999, e reformulada em 2002, através do Decreto Nº. 4.281, define a “Política Nacional de Educação Ambiental”, a EA deverá estar presente em todos os níveis de ensino no âmbito escolar. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ECO-92, ocorrido no Rio de Janeiro, deste encontro o Brasil elaborou a Agenda 21, que tem como objetivo estabelecer equilíbrio entre as estratégias das políticas ambientais e o desenvolvimento econômico e social, para consolidar um desenvolvimento sustentável. Em 2002 realizou-se em Johannesburgo, África do Sul, o Encontro da Terra, também denominado Rio+10, pois teve a finalidade de avaliar as decisões tomadas na Conferência do Rio em 1992. (MARCATTO, 2002). Atualmente no cenário ambiental tivemos a Rio+20, cujo alvo assim como as demais conferências é pensar/discutir e elaborar metas que resultem em um objetivo final que é a preservação do ambiente. O Rio+20 realizou-se no Rio de Janeiro – Brasil, contou com aproximadamente 188 países. Ao que tange o DesenvolvimentoSustentável (DS), as principais metas são desenvolver uma economia verde com base no DS e a erradicação da pobreza. Nesta conferência foi elaborado um relatório final designado como “O futuro que queremos”, nesse compilado ficaram definidas algumas ações, que versam em: a) Lidar globalmente com a sustentabilidade; b) Produção e consumo sustentáveis; c) Tecnologias ambientalmente saudáveis e transferências destas; d) Medir o crescimento sustentável; e) Relatórios de sustentabilidade empresarial, entre outros. Enfim, essa conferência foi alvo de muitas críticas, entre o emaranhado de questionamentos, cabe ressaltar, que as ações propostas serão trabalhadas/estudadas até 2015, a partir desse ano ou da próxima conferência que teremos algo objetivo, ou seja, por enquanto continuamos com as propostas, sem ações. 2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Figura 2 : mãos adultas e crianças segurando plantas Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hands-holding-seedling-eggshells-montessori- education-740429215. A ideia da Terra ser fonte inesgotável de recursos para geração de riquezas e progresso material não deve existir mais, pois já presenciamos em muitos lugares que os recursos hídricos mundiais estão entrando em colapso, seja por quantidade ou qualidade. No relato de Adorno (2002) ele diz que a população tem aumentado consideravelmente e o problema desse aumento não é apenas o da falta de alimentos. Estes são e poderão ser produzidos em quantidades suficientes para abastecer o mundo. A grande questão é que temos explorado cada vez mais os recursos presentes na natureza, e as fontes de água potável do planeta vêm diminuindo ano após ano, e isso ocorre não porque a natureza não consegue prover água suficiente para todos nós; mas porque a humanidade tem o péssimo hábito de poluir e destruir sistematicamente as nascentes e as reservas de água. Atualmente encontrar o equilíbrio entre satisfação das necessidades e preservar o meio ambiente não é uma tarefa fácil, por vários fatores como: falta de educação financeira e ambiental da população. Os seres humanos enfrentaram ao longo da sua história, inúmeras dificuldades e desafios ambientais, e para superação desses desafios, surge a educação ambiental como um caminho para promoção de mudanças de valores, sentimentos, atitudes e, principalmente, para mostrar ao homem que ele faz parte do ecossistema, dessa forma, necessita cuidar do meio em que vive. Entretanto, é fato que o homem, em decorrência do crescimento populacional, precisou desenvolver tecnologias para melhorar o processo produtivo e assim produzir mais e consequentemente, satisfazer suas necessidades, porém não deixou de degradar, muito pelo contrário só aumentou. Acompanhado desse avanço tecnológico, o homem também se deparou com grandes problemas ambientais em decorrência da intensificação da exploração dos recursos naturais, geração de resíduos e maior produção de agrotóxicos. Assim, surge a necessidade de buscar soluções para os problemas ambientais no intuito de garantir um futuro melhor para a humanidade. Porém, falta clareza para entender que a educação é o melhor caminho para instruir as pessoas da necessidade de preservar o meio ambiente. Para Taglieber (2004) é preciso chamar a atenção para essa problemática, mostrando que: Na atualidade, frente à problemática ambiental, a compreensão das limitações dos ecossistemas do Planeta, a educação geral passa necessariamente pelo foco da dimensão ambiental, isto é, para sobrevivência da humanidade é necessário que cada coletividade tome consciência desses limites e comece a valorizar, preservar, conservar e proteger seu meio ambiente. A educação precisa enfocar aspectos específicos da época e das necessidades expressas pela coletividade atual. (TAGLIEBER, 2004, p. 14). Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997) reforçam que as tecnologias podem ser usadas como metodologias para sensibilizar sobre determinada problemática, e dentre os conteúdos que devem ser trabalhados em sala de aula, de forma transversal e interdisciplinar, está a Educação Ambiental (EA). Consideramos que um dos grandes desafios do século XXI é conseguir que o homem utilize as tecnologias como instrumento em suas práticas, entendendo as consequências das ações humanas sobre a natureza e quais caminhos seguir para preservar os recursos naturais necessários para sua própria sobrevivência. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental no artigo segundo diz que: A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental. (Art. 2º DCNs - E.A., 2012). De acordo com a Conferência sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária ocorrida em Chosica/Peru (1976): A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação Conferência Sub- regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária. (CHOSICA/PERU, 1976. P. 1). Para Leff (2001, p. 188) “O ambiente não é a ecologia, mas a complexidade do mundo”, sendo preciso “aprender um novo saber sobre o ambiente”. Leff em seu livro intitulado: Epistemologia Ambiental procura levar o leitor a uma reflexão sobre os fenômenos ambientais, mostrando que cabe a todas as pessoas buscar mudança de valores, comportamentos e estilos de vida voltados para a conservação dos recursos naturais para se ter qualidade de vida e deixar um ambiente ecologicamente sustentável para as futuras gerações. Desta forma a relação sociedade-natureza, evidencia os desafios para a construção de novos conhecimentos, novas formas de relação, novas concepções e novos valores. Como relata a figura 1. Figura 3: Soluções sustentáveis Fonte: livro: Educação ambiental Princípios e Prática, 2001). Dias (2001, p.100) As práticas educativas ambientais devem proporcionar mudanças de hábitos, atitudes e práticas sociais, sendo, portanto, a Educação Ambiental o caminho para que as pessoas adquiram consciência da importância de terem atitudes sustentáveis. É inegável que a educação ambiental contribui significativamente para a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida. Nesse sentido, Linhares e Piemonte (2010, p. 120) apontam que: Há de se promover urgente conscientização social sobre a problemática do meio ambiente visando à educação e ética ambientais, proporcionando, por consequência, uma vida mais saudável para a população mundial, que esbarra com as novas tecnologias e o crescimento demográfico, que estão ocorrendo sem o devido cuidado com o meio ambiente. Imprescindível, portanto, um esforço para a educação em questões ambientais dirigidas tanto às gerações jovens como aos adultos e que se preste à devida atenção ao setor da população menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião pública bem informada e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades inspirada por sua responsabilidade sobre a proteção e melhoria do meio ambiente em toda sua dimensão humana. (LINHARES; PIEMONTE, 2010, p. 120). Mudança de paradigmas implica discutir valores para construir uma sociedade mais justa, que satisfaçaas necessidades das gerações atuais, sem comprometer a sobrevivência das futuras gerações. Segundo Ministério do Meio Ambiente (2011) a atuação dos educadores ambientais nas políticas públicas de águas é portadora de um significativo potencial sinérgico capaz de incutir e sedimentar uma perspectiva realmente sistêmica, integradora e ambiental como diferencial para qualificar a gestão dos recursos hídricos no país e promover a efetiva melhoria nas condições de vida das pessoas e do meio com o qual convivem. Para Medina (2001) dentre várias definições sobre o que é EA, destaca-se: “A Educação Ambiental como processo [...] consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais deve ter como objetivos a melhoria da qualidade de vida a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. (MEDINA, 2001, p.17). Assim, a promoção de processos continuados e permanentes de desenvolvimento de capacidades e de Educação Ambiental para a Gestão de Águas constitui iniciativa estratégica fundamental para assegurar a sustentabilidade do crescimento da economia e a promoção do desenvolvimento sustentável. (Ministério do Meio Ambiente, 2011) Entendendo que educação ambiental é um processo que deve partir do interno para o externo, levando a mudanças de hábitos e comportamentos como pequenas iniciativas no lar, escola, bairro, até alcançar uma abrangência mais ampla, que envolva uma região, estado, país, beneficiando todo o ecossistema e a humanidade, nesse processo, a família e a escola figuram como os principais responsáveis por disseminar a importância dos bons hábitos e da consciência ambiental. Os resultados obtidos são levados pelo resto da vida e disseminados, garantindo a eficácia e a construção de uma sociedade mais responsável ecologicamente. No Brasil, com a aprovação da Lei nº 9.795/1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dentre várias premissas, a lei afirma trata-se de um componente essencial e permanente da educação no Brasil, que deve estar presente de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal. 3 A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - PNEA (LEI 9.795/1999) Figura 4: Educação Ambiental Formal, não formal e informal Fonte:http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/meioambiente/0049.html A Lei de Educação Ambiental, apesar de sua extrema importância para a educação, é de raro conhecimento do corpo docente. Em suma, a Lei 9.795/99 traz as linhas gerais do que deve tratar a Educação Ambiental, traçando ainda, a maneira como deve ser trabalhada no ensino formal. A Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA (Lei 9.795/1999) estabelece, como um dos objetivos estratégicos da EA, o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania. De forma coerente com a política das águas, a construção de uma cultura da participação, qualificada com o diálogo, mostra-se como um dos eixos centrais da PNEA. Segundo o artigo 1º da Lei 9.795/1999, entende-se por educação ambiental: Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Art. 1º LEI - PNEA, 1999) O art. 1° define expressamente o conceito de Educação Ambiental, onde trata a Educação Ambiental como prática que condiz não apenas com o ensino formal, mas com um emaranhado de processos que leva os indivíduos a conservar o meio ambiente. Assim, deve-se destacar que o meio ambiente é composto não apenas pelo meio ambiente natural, pois de acordo com o já versado em tópico precedente, é composto dos ambientes natural, cultural, artificial e laboral. O artigo 2° da Lei em análise trata da transversalidade da Educação Ambiental, motivo pelo qual será analisado em tópico específico. O art. 3° repete as disposições do art. 225 da CRFB/88, deixando expresso que é dever do poder público e de toda sociedade a promoção da Educação Ambiental. Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à Educação Ambiental, incumbindo: I – ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; II – às instituições educativas, promover a Educação Ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem; III – aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – Sisnama, promover ações de Educação Ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; IV – aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; V – às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; VI – à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais.” No art. 4°, são expressos os princípios básicos da Educação Ambiental. É importantíssimo que tais princípios sejam levados ao conhecimento dos professores, para que, por meio deles, possam desenvolver suas práticas integradas à educação de convivência no meio. I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III – o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII – a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.” Os princípios precisam ser trabalhados em conjunto com os objetivos da Educação Ambiental dispostos em seguida pela Lei 9.795/99. E no seu artigo 5º, também como um dos seus objetivos fundamentais que a educação ambiental deve promover o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos. Assim, segundo Tundisi (2006), o desenvolvimento econômico e a complexidade da organização das sociedades humanas produziram inúmeras alterações no ciclo hidrológico e na qualidade da água. Desta forma urge a promoção de uma gestão de desenvolvimento que produza utilizando recursos hídricos de forma sustentável. A EA é um caminho para reconstruir a relação ser humano/natureza, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência social e planetária. De acordo com PCN (1998), durante muitos séculos,o ser humano se imaginou no centro do Universo, com a natureza à sua disposição, e apropriou-se de seus processos, alterou seus ciclos, redefiniu seus espaços, mas acabou deparando-se com uma crise ambiental que coloca em risco a vida do planeta, inclusive a humana. O art. 10 ensina que a Educação Ambiental “[...] será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.” Isso apenas deixa claro o quanto deve ser cíclica e englobada em todas as séries desde o aprendizado escolar inicial. O art. 11 estabelece que a dimensão ambiental deve estar presente no currículo de formação de professores em todos os níveis e disciplinas. É certo que as reformas curriculares dos cursos de ensino superior até então não abrangeram efetivamente as questões ambientais apesar da obrigatoriedade prevista no art. 12 da Lei 9.795/99 (que diz que as faculdades devem observar o descrito nos arts. 10 e 11). Não são necessárias profundas pesquisas para que se comprove a lacuna presente na maioria dos cursos superiores, que sequer tratam do meio transversalmente. Seria indispensável pelo menos a inclusão de matéria voltada especificamente para ensino de questões conexas ao ambiente na grade curricular dos cursos superiores, objetivando dar ciência aos alunos acerca de seu caráter transversal. Isso realmente precisa se efetivar, pois é importante que os futuros professores do ensino básico se gabaritem para ensinar Educação Ambiental, construindo os alicerces do conhecimento de seus alunos para uma compreensão acertada do que é o meio ambiente. Preocupado com a transmissão do conhecimento sobre o meio àqueles docentes mais antigos, o legislador inseriu no parágrafo único do art. 11, que “[...] os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação [...]”. Ainda é desconhecida a maneira como se dará tal formação complementar, e quais cursos serão disponibilizados pelo Poder Público para esse desiderato. Tal complementação é essencial para que saibam como transmitir o conhecimento sobre meio ambiente para seus alunos, independentemente do grau de desenvolvimento destes. Trata o art. 13 da Educação Ambiental não-formal. Ele diz que por Educação Ambiental não-formal devem se entender as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais, e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. Sob o enfoque informal, a Educação Ambiental está presente em todas as manifestações voltadas para o respeito e resguardo da coletividade. Abrange desde os aprendizados vindos da convivência parental, ao diálogo entre amigos no trabalho e em momentos de descontração, não havendo método específico para ensiná-la, tampouco para aprendê-la, devido a sua intensidade e abrangência. Assim, o Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivará: I – a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente; II – a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à Educação Ambiental não-formal; III – a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de Educação Ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais; IV – a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação; V – a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação; VI – a sensibilização ambiental dos agricultores; VII – o ecoturismo.” Em seguida, com o intuito de adentrar na problemática da transversalidade da Educação Ambiental nas escolas, será feita uma breve análise dos artigos da Lei 9.795/99 que tratam expressamente do assunto, e uma reflexão acerca da forma que o meio ambiente deve ser elucidado em sala de aula. A Educação Ambiental é uma das mais importantes exigências educacionais da atualidade, não só no Brasil, mas também no mundo. Por isso, analisar suas finalidades e objetivos são fatores de destaque. Segundo Dias (2001) a Educação Ambiental tem como finalidade: a) Ajudar a fazer compreender, claramente, a existência e a importância da interdependência econômica, social, política e ecológica nas zonas urbanas e rurais. b) Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente. c) Induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade, em seu conjunto, a respeito do meio ambiente. Us objetivos são a) Consciência – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem consciência do meio ambiente global e ajudar-lhes a sensibilizarem-se por essas questões. b) Conhecimento – ajudar os grupos sociais e os indivíduo a adquirirem diversidade de experiências e compreensão fundamental do meio ambiente e dos problemas anexos. c) Comportamento – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a comprometerem-se com uma série de valores e a sentirem interesse e preocupação pelo meio ambiente, motivando-os de tal modo que possam participar ativamente da melhoria e da proteção do meio ambiente. d) Habilidades – ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as habilidades necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais. e) Participação – proporcionar aos grupos sociais e aos indivíduos a possibilidade de participarem ativamente das tarefas que tem por objetivo resolver problemas ambientais. 4 TRANSVERSALIDADE Fonte:https://www.estudopratico.com.br/matematica-e-os-temas-transversais/ Por transversalidade deve se entender aquilo que designa algo transversal, que “[...] passa, ou que está, de través ou obliquamente [...] Que atravessa perpendicularmente a superfície de um órgão.” Séguin (2000, p.67). Aplicada na seara educacional, a transversalidade deve ser vista como uma forma de se tratarem temas que devem ser difundidos continuamente no ensino formal, através de todas as disciplinas e níveis de ensino. Esses assuntos são chamados pelos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais - uma série de cadernos que traçam as diretrizes do ensino formal pátrio) de “temas transversais” e: Por tratarem de questões sociais, os Temas Transversais têm natureza diferente das áreas convencionais. Sua complexidade faz com que nenhuma das áreas, isoladamente, seja suficiente para abordá-los. Ao contrário, a problemática dos Temas Transversais atravessa os diferentes campos do conhecimento. Por exemplo, a questão ambiental não é compreensível apenas a partir das contribuições da Geografia. Necessita de conhecimentos históricos, das Ciências Naturais, da Sociologia, da Demografia, da Economia, entre outros. (PEREIRA & TERZI, 2009, p.176.) 5 INTERDISCIPLINARIDADE DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Figura 5 : Representação esquemática do fazer interdisciplinar a partir do conceito de interdisciplinaridade adotado neste trabalho. As setas coloridas representam distintos campos disciplinares e apontam para as contribuições que a interação entre as disciplinas pode oferecer na busca de soluções aos problemas. Fonte:https://docs.google.com/document/d/1Wuvx5R4l_r16NqlieSCEkth3jDrTI1g9/edit#he ading=h.uy4egj9r2z15. Acesso 25 nov. 2019 A Educação Ambiental (EA) é uma importante ferramenta para fortalecer a educação nacional e sua integração de saberes objetiva-se o rompimento da perspectiva unilateral do conhecimento, por meio da interdisciplinaridade e da adoção dos Temas Transversais, em especial o tema Meio Ambiente. A interdisciplinaridade surge em resposta à diversidade, à complexidade e à dinâmica do mundo atual e, apesar da contemporaneidadeda discussão, não é uma proposta recente. Desde os anos de 1960, a proposta interdisciplinar tem sido apontada como alternativa à produção de conhecimento na busca de respostas não encontradas nos moldes do conhecimento simplificador, dicotômico e disciplinar da ciência moderna. Para Almeida Filho (2014. p. 21). o reconhecimento das limitações apresentadas pelo paradigma simplista ao desenvolvimento científico teria exaurido a capacidade de apreensão da complexidade das realidades concretas da natureza, da história e das culturas humanas – reivindica a interdisciplinaridade que: "[...] ao invés de se apresentar como alternativa para substituição de um jeito de produzir e transmitir conhecimento, se propõe a ampliar a nossa visão de mundo, de nós mesmos e da realidade, no propósito de superar a visão disciplinar". (ALMEIDA, 2014. p. 21). A Interdisciplinaridade constitui-se quando cada profissional faz uma leitura do ambiente de acordo com o seu saber específico, contribuindo para desvendar o real e apontando para outras leituras realizadas pelos seus pare. O tema comum, extraído do cotidiano, integra e promove a interação de pessoas, áreas, disciplinas, produzindo um conhecimento mais amplo e coletivizado. As leituras, descrições, interpretações e análises diferentes do mesmo objeto de trabalho permitem a elaboração de um outro saber, que busca um entendimento e uma compreensão do ambiente por inteiro. Porém, essa interação não deve ser buscada apenas em nível de integração de conteúdos, mas sim em nível de integração de conhecimentos parciais, específicos como os acima, buscando sempre uma visão de conhecimento local e global. A Interdisciplinaridade pressupõe basicamente: (...) uma intersubjetividade, não pretende a construção de uma superciência, mas uma mudança de atitude frente ao problema do conhecimento, uma substituição da concepção fragmentária para a unitária do ser humano. (FAZENDA, 2002, p. 40). A Interdisciplinaridade é um termo utilizado para: (...) caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência (Exemplo: Psicologia e seus diferentes setores: Personalidade, Desenvolvimento Social etc.). Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando um enriquecimento mútuo. (FAZENDA, 2002, p. 41). A abordagem interdisciplinar pretende superar a fragmentação do conhecimento. Entretanto, esse é um importante viés a ser perseguido pelos educadores ambientais, onde se permite, pela compreensão mais globalizada do ambiente, trabalhar a interação em equilíbrio dos seres humanos com a natureza. Para Cascino (2000), lutar por uma Educação Ambiental que considere comunidade, política e transformação, preservação dos meios naturais, aspirações dos grupos, que consolide lutas efetivas na direção da diversidade, em todos os níveis e em todos os tipos de vida do planeta, é, indiscutivelmente, a luta por uma nova Educação Ambiental. Dentro da generalização do discurso educacional presente na sociedade, escolher a concepção de educação que referenciará a prática educativa e interdisciplinar é uma decisão eminentemente política a ser tomada pelos educadores: (...) a educação ambiental deve ser uma concepção totalizadora de educação e que é possível quando resulta de um projeto político pedagógico orgânico, construído coletivamente na interação escola e comunidade, e articulado com os movimentos populares organizados comprometidos com a preservação da vida em seu sentido mais profundo. (GARCIA apud GUIMARÃES, 2000, p. 68). Em Educação Ambiental, sempre se disse que o fundamento para o desenvolvimento de toda prática é sua característica interdisciplinar. Tal afirmação correta, está fundada na análise de seu percurso histórico, inclusive como um poderoso instrumento para rever as práticas educacionais mais tradicionais. Torna-se necessário pensar a Educação Ambiental/Interdisciplinaridade, em termos de processo de formação total do homem como agente ambiental, onde é preciso sempre partir de um referencial seguro, galgado no suporte Teórico/Prático. A Educação Ambiental está também interligada ao método interdisciplinar, entretanto esse método está compreendido e aplicado numa perspectiva educativa: “(...) a Educação Ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades.” (REIGOTA, 2001, p. 25). A este respeito a Educação Ambiental e a Interdisciplinaridade, pode e deve realmente Constituir/Construir um motor de Transformação/Libertação pedagógica, onde, neste sentido, venham a agir como um integrador de criatividade, girando em torno desses vetores que questionam, sobretudo e criticam uma realidade existente no processo educacional. A Educação Ambiental como disciplina integradora nos vários segmentos educacionais, pode ser um enriquecedor exercício que antecede a inclusão dessa perspectiva nas outras disciplinas clássicas do enfoque curricular. Com uma percepção mais totalizadora, a Educação Ambiental/Interdisciplinaridade, busca através de apostas metodológicas, informar e estimular a percepção dos educadores ambientais, profissionais e pessoas, de modo a sensibilizá-los para participar de ações das quais, num exercício pleno de cidadania, possam encontrar soluções sustentáveis que assegurem a manutenção e elevação da qualidade de vida e da qualidade que o ser humano tem de se integrar. 6 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Fonte:https://www.ericarusch.com/2019/06/25/ericarusch-meioambiente-direito/ É importante destacar de início, que a Carta Magna trouxe grande avanço no que toca às questões ambientais, pois foi uma das primeiras constituições do mundo a tratar do meio ambiente em capítulo próprio, o que veio a ser feito em demais países por meio de emendas, conforme lembra Édis Milaré (2004, p.121), ao referir-se às modificações nas Constituições do Chile e Panamá (1972), Iugoslávia (1974), Portugal (1976), e Espanha (1978). Foi necessária uma longa espera para que surgisse, na seara nacional, regulamentação expressa da matéria. A norma do art. 225 §1°, VI, da CRFB/88 é de eficácia plena, e por isso, independente de regulamentação legal, tem-se que desde a previsão pela Lei Maior, a Educação Ambiental já tinha se inserido como assunto relevante no ensino, apesar da inexistência de previsões específicas e maior regulamentação no âmbito federal. Assim, a Constituição Federal de 1988, dentro do “Título VIII – Da ordem social”, o capítulo VI específico sobre o tema, denominado “Do Meio Ambiente”, em seu art. 225. Entendendo-se por “meio ambiente” como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (art. 3º, da Lei n. 6.938/81). A Constituição Federal (1988, p. 103), Art. 225, prevê que toda a coletividade tem responsabilidade na proteção do meio ambiente, visando garantir seu equilíbrio ecológico com “qualidade de vida a todos os seres vivos”, dando sustentação para o meio ambiente se recompor em caso de degradação. “Cabe ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e futuras gerações” (art. 5º da Constituição Federal). O § 1º, I ao VII da Constituição Federal incumbe ao poder público assegurar a efetividade do direito de: I. Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II. Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III. Definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seuscomponentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV. Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V. Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI. Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII. Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, p. 103.). Após a previsão constitucional datada de 1988, somente depois de mais de 10 anos, em 27 de abril de 1999, foi promulgada a Lei 9.795, que é pertinente ao assunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A educação ambiental surgiu com uma ideia conservacionista, de preservação do meio ambiente tal como está. Tal ideia foi se modificando e agregando questões sociais, humanas e políticas. A evolução dos parâmetros de educação ambiental teve seu marco principalmente nas conferências internacionais do clima e meio ambiente. As pressões populares durante a Rio+20, por exemplo, forçaram instituições governamentais a dar mais atenção às Metas do Milênio. A Carta da Terra foi outra iniciativa fortalecida por uma iniciativa de movimento popular. No Brasil, a educação ambiental ainda é assunto periférico, apesar de seu crescimento nas agendas populares. A regulamentação da política de educação ambiental municipal da cidade é um dos objetivos previstos pela atual gestão A educação deve ser vista não como apenas um meio de repassar informações, ela tem a capacidade e postura perante a sociedade. É por meio da educação ambiental que alcança o desenvolvimento de uma conscientização com foco no interesse do aluno pela preservação ambiental construída de forma conjunta. O objetivo maior da educação ambiental é promover no sujeito a adoção de uma nova postura em relação ao ambiente em que vive a partir de suas experiências pessoais. O processo de orientação educacional é de suma importância na vida das pessoas, seja por meio das instituições educacionais seja no seio familiar. De forma que o aprendizado passa por um conjunto de interações, sejam elas, professor/aluno ou familiar, o mais importante é que as transformações aconteçam de forma positiva na vida do sujeito. Na leitura da Lei 9.795/99, depreende-se claramente o quanto enfatiza a importância do meio ambiente e sua contínua contextualização nos planos da educação formal e informal. Em que pese a não efetividade de muitas das disposições legais, é necessário que os problemas relacionados à Educação Ambiental sejam trazidos à tona. Dentre eles, o destaque para a transversalidade é dos mais imprescindíveis, porque enquanto todos os professores não conseguirem perceber a abrangência e importância do meio ambiente, discutindo isso com os alunos, não haverá como se falar de um vigoroso processo de conscientização. Por causa da necessária reiteração da relevância e ocorrência desse processo é que o legislador, sabiamente, preferiu pela contextualização transversal, em vez de inserção do meio ambiente em disciplina específica. SAIBA MAIS A Lei Nº 6.938/1981- Política Nacional do Meio Ambiente no Brasil - tem por objetivo: a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. A educação ambiental deve ser trabalhada em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente; e complementa em seu artigo quarto que deve haver à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Fonte: BRASIL. Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Brasília, DF. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 17 abr. 2018. LEITURA COMPLEMENTAR Título: Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Sinopse: A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/2010) estabelece em seu art. 8º um rol de instrumentos necessários para o alcance dos objetivos da política, sendo que os planos de resíduos sólidos são um dos principais e mais importantes instrumentos, podendo ser elaborados a nível nacional, estadual, microrregional, de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, intermunicipal, municipal, bem como a nível dos geradores descritos no art. 20. Link: Disponível em: http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos- solidos/instrumentos-da-politica-de-residuos/planos-municipais-de-gest%C3%A3o- integrada-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos. Acesso: 15 set. 2019. Título: LEI 12.305 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Sinopse: no final do século passado e no início deste século, uma onda verde tomou conta de todo planeta, as pessoas começaram a perceber que os recursos naturais estavam se esgotando, é que para ter a preservação da vida na terra é preciso à preservação do meio ambiente, no início as discussões eram calorosas e o poder público não deu a devida importância ao tema, mas o que poderia causar um esfriamento na divulgação do assunto foi na verdade um combustível, para que a onda verde movimentasse o mundo. Tratar o meio ambiente em tempos atuais virou moda, mas nem sempre foi assim, após muitos protestos e prejuízos ambientais comprovados é que o poder público e a iniciativa privada começaram a se movimentar e a abrir os olhos para essa questão. Outrossim, defender o meio ambiente significou por muitos tempos desaceleração da economia, embora este pensamento ainda persista, é notável que muitas indústrias já perceberam que ser sustentável gera uma boa imagem frente aos consumidores de seus produtos, o que de fato gera lucros e atrai a cada dia um número maior de consumidores. Link:Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/lei-12305- pol%C3%ADtica-nacional-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos. Acesso: 15 jul. 2018.Acesso: 15 set. 2019. FILME/VÍDEO Título: História e contexto da educação ambiental. Sinopse: Lutas de convencimento das pessoas em relação a o meio ambiente através do processo educativo. Busca pela consciência ambiental e conservação e preservação da natureza. Ano: 2017. Link: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z1dTem-OhKU.Acesso 02 set.2019. FILME/VÍDEO Título: Educação Ambiental - Aula 3: Concepções de Educação ambiental. Sinopse: formas de trabalhar educação ambiental. Educação ambiental de aspecto ambiental no sentido cognitivo, sobre o ambiente, que informa sobre os elementos da natureza. A Educação ambiental afetiva busca educação ambiental no ambiente, sensações sobre ecoturismo, paisagem que leva a sensibilização através da emoção, mostrando a realidade. E a educação ambiental participativa para o ambiente, trabalhando para a construção de políticas públicas que possibilite melhor qualidade de vida. Ano:2018. Link: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YLqVMjmd6xM. Acesso 02 set.2019. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, T., HORKHEIMER, M. A Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2002. CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. Ed. Cultrix. ALMEIDA-FILHO,N. Interdisciplinaridade na Universidade Nova: desafios para a docência. In: Gicele C, Rita R, organizadores. Docência Universitária: concepções, experiências e dinâmicas de investigação. Xanxerê: Meta Editora; 2014. p. 21-8 BRASIL. Constituição 1988. 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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 17 abr. 2018. CASCINO, F. Educação ambiental: princípios, história, formação de professores. São Paulo: SENAC São Paulo, 2000. CONFERÊNCIA de Tbilisi na Geórgia. Disponível em: http://www.aleph.com. br/ sciarts/cpfl/CPFL20Tbilisimeio> . Acesso 25 set. 2019. Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária Chosica/Peru (1976). http://www.meioambientenews.com.br/conteudo.ler.php?q[1%7Cconteudo.idcateg oria]=26&id=4. Acesso 16 nov.2019. DIAS, F. G. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 3. ed. São Paulo: Gaia, 2001. FAZENDA, I. C. A. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologias. 5.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002. GUIMARÃES, M. Educação ambiental: no consenso um embate?. Campinas, São Paulo: Papirus, 2000. LEFF, E. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2001, 240 p. LINHARES, M. T. M. L.; PIEMONTE, M. N. 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Política de águas e Educação Ambiental: processos dialógicos e formativos em planejamento e gestão de recursos hídricos / Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano; (organização) Franklin de Paula Júnior e Suraya Modaelli. - Brasília: MMA, 2011. 120 p. REIGOTA, M. O que é educação ambiental. 1.ed. São Paulo: Brasiliense, 2001. SÉGUIN. Elida. O Direito Ambiental: nossa casa planetária. Rio de janeiro: Forense, 200. P.67. TAGLIEBER, J. E. Reflexões sobre a formação docente e a educação ambiental. In: ZAKRZEVSKI, S. B; BARCELOS, V. (Org.). Educação ambiental e compromisso social: pensamentos e ações. 1. ed. Erechim, RS: Edifapes, 2004. TUNDISI, J. G. Novas perspectivas para a gestão de recursos hídricos. Revista USP, São Paulo, n.70, p.24-35, 2006. UNIDADE IV - EDUCAÇÃO AMBIENTAL Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco Plano de Estudo: Demonstrar que a sustentabilidade é um processo público e participativo que propõe o planejamento e a implementação de políticas por meio da mobilização de cidadãos e cidadãs. Para isso, são necessárias estratégias, planos e políticas específicas em cada localidade em que a agenda for aplicada. Compreender a diferença entre crescimento e desenvolvimento, e a necessidade de antes de qualquer planejamento e ação para o desenvolvimento deve-se pensar na sustentabilidade econômica, social e ambiental. A importância da Educação ambiental para esse processo. Objetivos de Aprendizagem: Contribuir de forma significante na compreensão do conceito de desenvolvimento e como a transição para sustentabilidade, entendendo o que as dimensões e os objetivos do desenvolvimento sustentável proporcionam para uma sociedade. E através da Educação ambiental a sustentabilidade possa tornar uma prática diária proporcionando melhoria de qualidade da vida do homem e de todos os seres vivos na Terra e ao mesmo tempo respeitando a capacidade de produção dos ecossistemas nos quais vivemos. Plano de Estudo: 1. Agenda 21 global e biodiversidade 2. Conceito de desenvolvimento sustentável 3- As dimensões do desenvolvimento sustentável; 4- Gerenciamento dos resíduos sólidos INTRODUÇÃO A Agenda 21 é sem dúvida um dos grandes legados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 que sistematiza um plano de ações com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável. Durante dois anos governos e entidades de diversos países contribuíram com propostas para a criação deste plano de ações para concretizar o ideal de desenvolver sem agredir ao meio ambiente. A inovação trazida por essa agenda foi colocar em primeira ordem o que geralmente costumava ficar sempre em último lugar quando o assunto era desenvolvimento: o meio ambiente. Até então, todas as políticas de desenvolvimento visavam sempre o crescimento econômico legando ao último lugar a preocupação com o futuro ambiental do planeta, isso quando ainda se atribuía alguma preocupação a este assunto. A partir de então, 179 países assumiram o compromisso de contribuir para a preservação do meio ambiente. A Agenda 21 é um instrumento de planejamento participativo onde se admite de forma explícita a responsabilidade dos governos em impulsionar programas e projetos ambientais através de políticas que visam a justiça social e a preservação do meio ambiente e deve ser implementada tanto pelos governos quanto pela sociedade, concretizando o lema da ECO92: “pensar globalmente, agir localmente”. Ao todo 179 países participaram da Rio 92 acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos, que constitui a mais abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, denominado “desenvolvimento sustentável”. O termo “Agenda 21” foi usado no sentido de intenções, desejo de mudança para esse novo modelo de desenvolvimento para o século XXI. 1 AGENDA 21 GLOBAL E BIODIVERSIDADE Fonte: Brasil, Ministério do Meio Ambiente – MMA. Agenda 21 brasileira. Resultado e avaliações. Erick Aguiar Coord. 1. ed. Brasília: 2002, 87 p. Agenda 21 brasileira. Resultado e avaliações Ministério do Meio Ambiente – MMA.2002. Disponível em:http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/963/1/Agenda%2021%3A%20avalia%C3%A7%C3%A3o% 20e%20resultados.pdf A Agenda 21 Global foi o Documento assinado em 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro, por 179 países, resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92, podendoser definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Organizada por grupos temáticos em 40 capítulos, divididos em 4 seções, onde são apontadas as bases para ações, os objetivos, as atividades e os meios de implementação de planos, programas e projetos direcionados à melhoria da qualidade de vida e às questões relativas à conservação e gestão de recursos para o desenvolvimento sustentável. Com as experiências aprendidas com construção da agenda 21, são de grande utilidade para a consecução dos Objetivos Desenvolvimento do Milênio - ODM. Essas lições decorrem do fato da Agenda 21 funcionar como canal para envolver a sociedade, o que pode propiciar maior participação na consecução dos ODM; contribuir para agregar conceitos à aferição das Metas e à avaliação de tendências no horizonte de longo prazo; ajudar, por ter mais amplitude, na adaptação/adoção de Metas e indicadores apropriados à cada realidade e Contribuir, avaliando se o que se faz para os ODM está no caminho da sustentabilidade do desenvolvimento. A agenda está organizada em seções e capítulos, onde trata das dimensões sociais e econômicas, onde são discutidas, as políticas internacionais que podem ajudar a viabilizar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento; as estratégias de combate à pobreza e à miséria; a necessidade de introduzir mudanças nos padrões de produção e consumo; as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica; e as propostas para a melhoria da saúde pública e da qualidade de vida dos assentamentos humanos. A Agenda 21 aponta os graves problemas por que passa a humanidade e faz uma conclamação a todas as nações para se unirem em prol do desenvolvimento sustentável. Adverte para o fato de que o êxito da sua execução é da responsabilidade dos Governos, e para concretizá-la são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais, sendo que a cooperação internacional deverá complementar e apoiar esses esforços. O sistema da ONU e outras organizações internacionais devem desempenhar um papel importante nessa cooperação. A participação pública e o envolvimento das ONGs (Organizações Não-Governamentais) devem ser estimulados. Relata a importância da cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas internas correlatas. Enfatiza o combate à pobreza, buscando a capacitação dos pobres para a obtenção de meios de subsistência sustentáveis. No capítulo 4 demonstra a importância de buscar mudança dos padrões de consumo. Trata da Dinâmica demográfica e sustentabilidade, fazendo exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo e estabelecendo a importância de desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais para estimular mudanças nos padrões insustentáveis de consumo. Fala da Proteção e promoção das condições da saúde humana, enfatizando a satisfação das necessidades de atendimento primário da saúde, especialmente nas zonas rurais; controle das moléstias contagiosas; proteção dos grupos vulneráveis; o desafio da saúde urbana e redução dos riscos para a saúde decorrentes da poluição e dos perigos ambientais. Trata da promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos humanos: promover a existência integrada de infraestrutura ambiental: água, saneamento, drenagem e manejo de resíduos sólidos; promover sistemas sustentáveis de energia e transporte nos assentamentos humanos; promover o planejamento e o manejo dos assentamentos humanos localizados em áreas sujeitas a desastres e promover atividades sustentáveis na indústria da construção. Para finalizar a primeira seção o capítulo 8: Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões. Já a seção II trata da conservação e gerenciamento dos recursos para o desenvolvimento possui 14 capítulos e diz respeito ao manejo dos recursos naturais (incluindo solos, água, mares e energia) e de resíduos e substâncias tóxicas de forma a assegurar o desenvolvimento sustentável. Em seu capítulo 9 trata da proteção da atmosfera. No capítulo 10: Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres relata a abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres. Relata a importância do combate ao desfloramento - estabelecimento e/ou fortalecimento das capacidades de planejamento, avaliação e acompanhamento de programas, projetos e atividades da área florestal, ou conexos, inclusive comércio e operações comerciais. Em seu capítulo 12: Manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca entre outros estabelece o fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas de informação e monitoramento para regiões propensas à desertificação e seca, sem esquecer os aspectos econômicos e sociais desses ecossistemas e o combate à degradação do solo por meio da intensificação das atividades de conservação do solo, florestamento e reflorestamento. Capítulo 13: Gerenciamento de ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das montanhas - geração e fortalecimento dos conhecimentos relativos à ecologia e ao Desenvolvimento Sustentável dos ecossistemas das montanhas e promoção do desenvolvimento integrado das bacias hidrográficas e de meios alternativos de subsistência. No capítulo 14: Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável relata a importância em rever, planejamento e programação integrada da política agrícola à luz do aspecto multifuncional da agricultura em especial no que diz respeito à segurança alimentar e ao Desenvolvimento Sustentável- obtenção da participação popular e promoção do desenvolvimento de recursos humanos para a agricultura sustentável e melhoria na produção agrícola e dos sistemas de cultivo por meio da diversificação do emprego não agrícola e do desenvolvimento da infraestrutura. No capítulo 15: Conservação da diversidade biológica - conservação da diversidade biológica. Capítulo 16: Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia - aumento da disponibilidade de alimentos, forragens e matérias-primas renováveis; melhoria da saúde humana; aumento da proteção do meio ambiente e aumento da segurança e desenvolvimento de mecanismos de cooperação internacional. Capítulo 17: Proteção dos oceanos, de todos os tipos de mares – inclusive mares fechados e semifechados – e das zonas costeiras, e proteção, uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos - gerenciamento integrado e desenvolvimento sustentável das zonas costeiras, inclusive zonas econômicas exclusivas e entre outros a proteção do meio ambiente marinho e uso sustentável e conservação dos recursos marinhos vivos de alto-mar. Capítulo 18: Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos - desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos; avaliação dos recursos hídricos; proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos; abastecimento de água potável e saneamento; água e desenvolvimento urbano sustentável; água para produção sustentável de alimentos e desenvolvimento rural sustentável; impactos da mudança do clima sobre os recursos hídricos. Capítulo 19: Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída a prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos-expansão e aceleração da avaliação internacional dos riscos químicos; harmonização da classificação e da rotulagem dos produtos químicos; intercâmbio de informações sobre os produtos químicos tóxicos e os riscos químicos; implantação de programas de redução dosriscos; fortalecimento das capacidades e potenciais nacionais para o manejo dos produtos químicos; prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos. Capítulo 20: Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos - promoção da prevenção e redução ao mínimo dos resíduos perigosos e promoção e fortalecimento da cooperação internacional para o manejo dos movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos; além da prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos. Capítulo 21: Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com os esgotos proteção da qualidade e da oferta dos recursos de água doce. Capítulo 22: Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos. - promoção do manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos. Na seção III relata o fortalecimento do papel dos grupos principais - aborda as ações necessárias para promover a participação, nos processos decisórios, de alguns dos segmentos sociais mais relevantes. O compromisso e a participação genuína de todos os grupos sociais terão uma importância decisiva na implementação eficaz dos objetivos, das políticas e dos mecanismos ajustados pelos Governos em todas as áreas de programas da Agenda 21. Como pré-requisito fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável, fica estabelecida a ampla participação da opinião pública na tomada de decisões. Portanto, a necessidade de uma sociedade consciente exige que se preparem indivíduos, grupos e organizações para participarem em procedimentos de avaliação do impacto ambiental, bem como conhecer e participar das decisões, principalmente aquelas que possam vir a afetar as comunidades nas quais vivem e trabalham. Os próximos capítulos estão estruturados de forma a avançar na direção de uma autêntica participação pública em apoio aos esforços comuns pelo desenvolvimento sustentável. O capítulo 23 traz em seu preâmbulo o compromisso e a participação de todos os grupos sociais são de fundamental importância na implementação dos objetivos da Agenda 21. Indivíduos, grupos e organizações devem ter acesso à informação pertinente ao meio ambiente e desenvolvimento, detidas pelas autoridades nacionais. Toda política, definição ou norma que afete o acesso das ONGs ao trabalho das instituições e organismos das Nações Unidas relacionado com a implantação da Agenda 21, ou a participação dela neste trabalho, deve aplicar-se igualmente a todos os grupos importantes. No capítulo 24: Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentável e equitativo, o foco está no endosso estabelecido pela Comunidade Internacional, quanto aos vários planos de ação, e convenções que permitem a integração plena, equitativa e benéfica da mulher em todas as atividades relativas ao desenvolvimento. O objetivo é propor aos Governos nacionais a implementação de estratégias prospectivas para o progresso da mulher, particularmente em relação à participação da mulher no manejo nacional dos ecossistemas e no controle da degradação ambiental. Ao lado disso, pretende-se aumentar a proporção de mulheres nos postos de decisão, planejamento, assessoria técnica, manejo e divulgação no campo de meio ambiente e desenvolvimento. Os Governos devem se dedicar ativamente a implementar as atividades elencadas pela Agenda 21, entre elas: Medidas para examinar políticas e estabelecer planos a fim de aumentar a proporção de mulheres que participem como responsáveis pela tomada de decisões, planejadoras, gerentes, cientistas e assessoras técnicas na formulação, no desenvolvimento e na implementação de políticas e programas para o desenvolvimento sustentável; Medidas para fortalecer e dar poderes a organismos, organizações não governamentais e grupos femininos a fim de aumentar o fortalecimento institucional para o desenvolvimento sustentável; Programas para apoiar e aumentar as oportunidades de emprego em condições de igualdade e remuneração equitativa da mulher nos setores formal e informal, com sistemas e serviços de apoio econômico, político e sociais adequados que compreendam o cuidado das crianças, em particular creches e licença para os pais, e acesso igual a crédito, terra e outros recursos naturais. Capítulo 25: A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável - promoção do papel da juventude e de sua participação ativa na proteção do meio ambiente e no fomento do desenvolvimento econômico e social; e a criança no desenvolvimento sustentável. Capítulo 26: Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades - as populações indígenas e suas comunidades, que representam um percentual significativo da população mundial, têm uma relação histórica com suas terras e, em geral, descendem dos habitantes originais dessas terras. As populações indígenas e suas comunidades devem desfrutar a plenitude dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, sem impedimentos ou discriminações. Sua capacidade de participar plenamente das práticas de desenvolvimento sustentável em suas terras tendeu a ser limitada, em consequência de fatores de natureza econômica, social e histórica. Tendo em vista a inter-relação entre o meio natural, seu desenvolvimento sustentável e o bem-estar cultural, social, econômico e físico das populações indígenas, os esforços nacionais e internacionais de implementação de um desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável devem reconhecer, acomodar, promover e fortalecer o papel das populações indígenas e suas comunidades, tomando por base os instrumentos de política pública para implementar e aperfeiçoar a Convenção sobre a Diversidade Biológica. Capítulo 27: Fortalecimento do papel das organizações não governamentais: parceiros para um desenvolvimento sustentável - a democracia participativa tem se fortalecido com o papel que as organizações não- governamentais vêm desempenhando, na modelagem e implementação. A sua credibilidade está sustentada sobre o papel responsável e construtivo que desempenham na sociedade. As organizações formais e informais, bem como os movimentos populares, devem ser reconhecidas como parceiras na implementação da Agenda 21. A comunidade mundial vem enfrentando um grande desafio na busca da substituição dos padrões de desenvolvimento insustentável por um desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável. O objetivo é fazer com que a sociedade, os Governos e os organismos internacionais desenvolvam mecanismos para permitir que as organizações não governamentais desempenhem seu papel de parceiras com responsabilidade e eficácia no processo de desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável. Capítulo 28: Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21 - como muitos dos problemas e soluções tratados na Agenda 21 têm suas raízes nas atividades locais é necessário o envolvimento das autoridades das próprias regiões nos processos de planejamento. Como nível de governo mais próximo do povo, desempenham um papel fundamental na educação, mobilização e resposta ao público, em favor de um desenvolvimento sustentável. Deve-se fomentar parceria entre órgãos internacionais com o objetivo de melhorar e ampliar as instituições já existentes que trabalham nos campos da capacitação institucional e técnica das autoridades locais e no manejo do meio ambiente. Todas as autoridades locais de cada país devem ser estimuladas a implementar e movimentar programas a assegurar a representação da mulher e da juventude nos processos de tomada de decisões, planejamento e implementação. O intercâmbio de informações, experiências e assistência técnica deve ser incentivado. Capítulo 29: Fortalecimento do papel dos Trabalhadores e de seus sindicatos - paraa implementação do desenvolvimento sustentável, cabe o envolvimento e ajustes de oportunidades aos níveis nacionais e empresariais e à classe dos trabalhadores, que estará entre os primeiros interessados. O objetivo é abrandar a pobreza e o emprego pleno e sustentável, que contribui para ambientes seguros, limpos e saudáveis. Para esse fim são necessárias as seguintes ações: Promover a ratificação das convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a promulgação de legislações em apoio a elas; Estabelecer mecanismos bipartites e tripartites sobre segurança, saúde e desenvolvimento sustentável; Aumentar o número de acordos ambientais coletivos; Reduzir os acidentes, ferimentos e moléstias do trabalho; Aumentar a oferta de educação, capacitação e atualização para os trabalhadores, em particular nas áreas de saúde e segurança. Os trabalhadores devem ser envolvidos a participar plenamente da implementação e avaliação das atividades relacionadas com a Agenda 21. Capítulo 30: Fortalecimento do papel do comércio e da indústria- para o desenvolvimento econômico e social de um país, o papel do comércio e da indústria é de fundamental importância. O objetivo principal do processo de desenvolvimento é, sem dúvida, o resultado das atividades do comércio e da indústria. As empresas comerciais, grandes e pequenas, formais e informais, proporcionam oportunidades importantes de intercâmbio, emprego e subsistência. As oportunidades comerciais disponíveis para a mulher estão contribuindo para o desenvolvimento profissional dela, fortalecendo seu papel econômico e transformando os sistemas sociais. O comércio e a indústria, inclusive as empresas transnacionais e suas organizações representativas, devem participar plenamente da implementação e avaliação das atividades da Agenda 21. O objetivo é aumentar a eficiência da utilização de recursos, inclusive com o aumento da reutilização e reciclagem de resíduos. Como área de programas, fica estabelecido o que segue: Promoção de uma população mais limpa; Promoção da responsabilidade empresarial. Capítulo 31: A comunidade científica e tecnológica -melhoria da comunicação e cooperação entre a comunidade científica e tecnológica, os responsáveis por decisões e o público e promoção de códigos de conduta e diretrizes relacionados com ciência e tecnologia. Capítulo 32: Fortalecimento do papel dos agricultores - um terço da superfície da Terra é ocupada pela agricultura, que constitui a atividade central de grande parte da população mundial. As atividades agrícolas estão intimamente ligadas com a natureza, agregando valor por meio da produção de recursos renováveis, ao mesmo tempo em que se tornam vulneráveis à exploração excessiva e ao manejo inadequado. A área de programa traz como proposta uma abordagem centrada no agricultor, que é a chave para alcançar a sustentabilidade tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. O ponto fundamental é a motivação dos agricultores, e as políticas governamentais que proporcionam incentivos para que sejam gerenciados recursos naturais de maneira eficiente e sustentável. Os trabalhos da Agenda 21 contemplam também o desenvolvimento sustentável das populações que vivem em ecossistemas marginais e frágeis. Os Governos e as organizações de agricultores têm o papel de criar mecanismos para documentar, sintetizar e difundir experiências locais de conhecimentos, práticas e projetos. Também o estabelecimento de redes, visando ao intercâmbio de experiências relacionadas com a agricultura, que ajudem a conservar os recursos do solo, hídricos e florestais, a reduzir ao mínimo o uso de produtos químicos e reduzir ou reutilizar os resíduos agrícolas. A seção IV: Meios de Implementação, discorre sobre mecanismos financeiros e instrumentos jurídicos nacionais e internacionais existentes e a serem criados, com vistas à implementação de programas e projetos orientados para a sustentabilidade. Capítulo 33: Recursos e mecanismos de financiamento - o foco deste capítulo está na identificação de meios que proporcionam recursos financeiros novos e adicionais, principalmente para os países em desenvolvimento. A Agenda 21 trabalha em torno do crescimento econômico, do desenvolvimento social e da erradicação da pobreza, como prioridades absolutas dos países em desenvolvimento, que são essenciais para alcançar os objetivos nacionais e mundiais de sustentabilidade. Capítulo 34: Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional - a necessidade de acesso a tecnologias ambientalmente saudáveis e de sua transferência em condições favoráveis é de grande importância. A cooperação tecnológica supõe esforços comuns das empresas e dos Governos, ambos provedores e receptores de tecnologia. As disponibilidades de informação científicas e tecnológicas são requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentável. O provimento de informação adequada sobre os aspectos ambientais das tecnologias atuais tem dois componentes inter- relacionados, ou seja, aperfeiçoar a informação sobre as tecnologias atuais e as mais modernas, inclusive sobre seus riscos ambientais, e facilitar o acesso às tecnologias ambientalmente saudáveis. O objetivo principal de um melhor acesso à informação tecnológica é permitir escolhas com conhecimento de causa que facilitem aos países o acesso ou a transferência de tecnologias e o fortalecimento de suas capacidades tecnológicas. Capítulo 35: A ciência para o desenvolvimento sustentável - fortalecimento da base científica para o manejo sustentável - aumento do conhecimento científico; melhora da avaliação científica de longo prazo; aumento das capacidades e potenciais científicos. Capítulo 36: Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento - agenda 21 não poderia deixar de contemplar uma área de programa de fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano. E por meio do processo de ensino, conscientização e treinamento que procuramos satisfazer as necessidades básicas, o fortalecimento institucional e técnico, dados e informações, ciência e papel dos principais grupos. As áreas de programas deste capítulo tratam da: Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável; Aumento da consciência pública; Promoção do treinamento. Capítulo 37: Mecanismos nacionais e cooperação Internacional para fortalecimento institucional nos países em desenvolvimento. Este capítulo nos mostra como desenvolver e melhorar as capacidades nacionais e as sub-regionais e regionais conexas de desenvolvimento sustentável, com a participação dos setores não-governamentais. O programa tem como foco a prestação de apoio por meio de promoção de um processo constante de participação para determinar as necessidades e prioridades dos países, relacionadas com a promoção da Agenda 21. É de grande importância o desenvolvimento dos recursos humanos, técnicos, profissionais, e o desenvolvimento das capacidades institucionais na agenda dos países, assim como a melhoria da eficácia das instituições existentes e das organizações não governamentais, inclusive das instituições científicas e tecnológicas. Capítulo 38: Arranjos institucionais internacionais, tem como objetivo a integração das questões de meio ambiente e desenvolvimento nos planos nacional, sub-regional, regional e internacional, inclusive nos arranjos institucionais do sistema das Nações Unidas. Como objetivo específico, foram elencados: Assegurar e examinar a implementação da Agenda 21 de forma a alcançar o desenvolvimento sustentável em todos os países; Realçar o papel e funcionamento do sistema das Nações Unidas no campo do meio ambiente e desenvolvimento. Todos os organismos, organizações e programas pertinentes do sistema devem adotar programas concretos para a implementação daAgenda 21. E, em suas respectivas áreas de competência, devem proporcionar orientação para as atividades das Nações Unidas ou assessoramento aos Governos, quando solicitado. No capítulo 39: Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais - deve- se levar em consideração o avanço do desenvolvimento do Direito Internacional para o desenvolvimento sustentável, com especial atenção para o delicado equilíbrio entre as preocupações com o meio ambiente e com o desenvolvimento. Também há necessidade de esclarecer e reforçar a relação entre instrumentos ou acordos internacionais existentes no campo do meio ambiente. Deve-se considerar sempre as necessidades especiais dos países em desenvolvimento. Conforme descrito no documento da Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 2001, no capítulo 40 são descritos as informação para a tomada de decisões - no desenvolvimento sustentável, cada pessoa é usuária e provedora de informação, considerada em sentido amplo, o que inclui dados, informações e experiências de conhecimentos adequadamente apresentados. A necessidade de informação surge em todos os níveis, desde o de tomada de decisões superiores, nos planos nacional e internacional, ao comunitário e individual. As áreas de programas buscam desenvolver as seguintes questões: redução das diferenças em matéria de dados e melhoria de disponibilidade da informação. Fonte: SENADO FEDERAL. Agenda 21 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. 3.ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições, 2001. 598 p. Agenda 21 global. Disponível em: http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/agenda21/Agenda_21_Global_Sintese.pdf. Adaptado. Acesso 22 set.2019 SAIBA MAIS A Agenda enumera os objetivos a serem atingidos pelas sociedades para atingir a sustentabilidade: Parceria e conscientização: a Agenda 21 é um processo público e participativo para o planejamento e a implementação das políticas e ações para o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, ela é um importante instrumento para a conscientização ambiental e para a mobilização de cidadãos e cidadãs na formulação de políticas, na consolidação da responsabilidade social e no fortalecimento dos mecanismos participativos e democráticos. Comprometimento com soluções: é um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não- governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Definição de prioridades: a Agenda 21 resulta na análise da situação atual de um país, Estado, município, região, setor, e planeja o futuro de forma sustentável. Este esforço de planejar o futuro gera oportunidades para que as sociedades e os governos possam definir prioridades nas políticas públicas. Questões social, ambiental e econômica: a Agenda 21 não está restrita às questões ligadas à preservação e conservação da natureza, mas sim a uma proposta que rompe com o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico, dando lugar à sustentabilidade ampliada, que une a Agenda ambiental e a Agenda social, ao enunciar a indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação do meio ambiente seja enfrentada com o problema mundial da pobreza. A responsabilidade dos governos: Os governos têm o compromisso e a responsabilidade de deslanchar e facilitar o processo de implementação em todas as escalas. Além dos Governos, a convocação da Agenda 21 visa mobilizar todos os segmentos da sociedade, chamando-os de “atores relevantes” e “parceiros do desenvolvimento sustentável”. Um processo social: torná-la realidade é antes de tudo um processo social no qual todos os envolvidos vão pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda possível rumo ao futuro que se deseja sustentável. Fonte: Bezerra, Lima Maria do Carmo; Facchina, Marcia Maria: Ribas, Otto Toledo. Agenda 21 Brasileira – Resultado da Consulta Nacional, Brasília MMA/PNUD 2002, p156. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/resultcons.pdf Acesso: 10 nov.2019 #SAIBA MAIS# REFLITA Segundo bezerra (2002) a Agenda 21 é um plano de ação formulado internacionalmente para ser adotado em escala global, nacional e localmente por organizações do sistema das Nações Unidas, pelos governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Reflete um consenso mundial e compromisso político, que estabelece um diálogo permanente e construtivo inspirado na necessidade de atingir uma economia em nível mundial mais eficiente e equitativa. Constitui a mais abrangente tentativa já realizada de orientação para um novo padrão de desenvolvimento no século 21, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica, perpassando em todas as suas ações propostas. A Agenda 21 segue o princípio de “Pensar globalmente, agir localmente”. Fonte: Bezerra, Lima Maria do Carmo; Facchina, Marcia Maria: Ribas, Otto Toledo. Agenda 21 Brasileira – Resultado da Consulta Nacional, Brasília MMA/PNUD 2002, p156. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/resultcons.pdf Acesso: 10 nov.2019 #REFLITA# 2. CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 brasileira. Avaliações e resultados. Coordenação Técnica Erick Aguiar; Maura Machado Silva; Ricardo Carneiro Novaes (consultor). 2014. Disponível em :http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/963/1/Agenda%2021%3A%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20e %20resultados.pdf . pg 13 Existem diferentes interpretações para o termo desenvolvimento sustentável. No entanto, o governo brasileiro adota a definição apresentada no documento Nosso futuro comum, publicado em 1987, também conhecido como Relatório Bruntland, no qual desenvolvimento sustentável é concebido como “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. O Relatório Bruntland – elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas e presidida pela então Primeira-Ministra da Noruega, Gro-Bruntland – faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes. O ser humano desde a sua existência busca transformar os recursos naturais a seu favor, pois desenvolver, transformar, progredir faz parte da sua natureza. Entretanto ao longo da história o próprio conceito de desenvolvimento tem sofrido diversas alterações. Quando falávamos em crescimento econômico entendíamos que estávamos desenvolvendo, e nem se quer imaginávamos que uma simples palavra como desenvolvimento pudesse significar tanto para uma nação como para o meio ambiente. Dizer que uma nação cresceu, significa que ela realmente está progredindo, avançando, mas não necessariamente significa que está desenvolvendo, pois desenvolvimento engloba crescer além do aspecto geográfico, econômico, mas também social, dando condições dignas para que a população possa ter moradia, alimento, saúde, lazer, educação, etc. Importante ressaltar que o aspecto ambiental nem era comentado, neste conceito de desenvolvimento implantado.Entre os indicadores de mensuração do crescimentoeconômico, está o Produto Interno Bruto (PIB), que pode ser definido como “o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período de tempo” (SALES, 2013, p.62) nos setores de agropecuária, serviços e indústria. Dessa forma, quando comparado o PIB de um ano e este é superior ao anterior, houve crescimento do país, o oposto, recessão. (PASSOS, 2012). Já o conceito de Desenvolvimento Econômico está relacionado à melhoria do bem-estar da população. Furtado (1983, p. 90) distingue os conceitos de crescimento e desenvolvimento da seguinte forma: Assim, o conceito de desenvolvimento compreende a idéia de crescimento, superando-a. Com efeito: ele se refere ao crescimento de um conjunto de estrutura complexa. Essa complexidade estrutural não é uma questão de nível tecnológico. Na verdade, ela traduz a diversidade das formas sociais e econômicas engendrada pela divisão do trabalho social. Porque deve satisfazer às múltiplas necessidades de uma coletividade é que o conjunto econômico nacional apresenta sua grande complexidade de estrutura. Esta sofre a ação permanente de uma multiplicidade de fatores sociais e institucionais que escapam à análise econômica corrente [...] O conceito de crescimento deve ser reservado para exprimir a expansão da produção real no quadro de um subconjunto econômico. Esse crescimento não implica, necessariamente, modificações nas funções de produção, isto é, na forma em que se combinam os fatores no setor produtivo em questão. (FURTADO, 1983, p.90). Com a definição dada pelo autor constata-se que o crescimento econômico nem sempre garante o desenvolvimento, ou seja, mesmo que haja crescimento na geração de riqueza se esta não for distribuída de forma justa, não necessariamente trará melhorias na qualidade de vida da população em geral. Sachs avalia que: “[...]os objetivos do desenvolvimento vão bem além da mera multiplicação da riqueza material. O crescimento é uma condição necessária, mas de forma alguma suficiente (muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcançar à meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos.” (SACHS, 2014, p.13). Para o autor, o termo desenvolvimento sustentável abrange oito dimensões da sustentabilidade, pois somente se considera desenvolvimento sustentável quando há o atendimento de todas as dimensões: ambiental, econômica, social, cultural, espacial, psicológica, política nacional e internacional. Brasileiro (2006, p.88) aponta que: Embora tenha ocorrido uma evolução sobre o conceito nas últimas décadas, a atual busca pelo desenvolvimento continua primando pelo crescimento econômico, em primeiro plano, continuando a negligenciar a distribuição desigual das riquezas; o agravamento da pobreza e exclusão social; a precarização das relações de trabalho; e o esgotamento dos recursos naturais. (BRASILEIRO, 2006, p.88). Já o termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Nasceu com a intenção de dar uma resposta para a humanidade diante da crise social e ambiental pela qual o mundo passava. O Conceito de desenvolvimento sustentável, conforme o Relatório de Brundtland1 de 1991 pressupõe um modelo de desenvolvimento que “atenda às necessidades da atual geração, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”. Desenvolvimento sustentável traz melhoria na qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra. A construção do conceito de desenvolvimento sustentável continuou durante a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, da ONU, realizada em Joanesburgo, África do Sul, em 2002. REFLITA Para Furtado (1983), garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de vida regular, os habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis às “novas idéias”. Assim, será que estamos próximos de uma sociedade que realmente possui um desenvolvimento sustentável e vive com sustentabilidade? Fonte: FURTADO, Celso. Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico. 8ª ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1983. #REFLITA# 3 AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 brasileira. Avaliações e resultados. Coordenação Técnica Erick Aguiar; Maura Machado Silva; Ricardo Carneiro Novaes (consultor). 2014. Disponível em : http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/963/1/Agenda%2021%3A%20avalia%C3%A7%C3%A3o%20e %20resultados.pdf pag.50 A Declaração de Joanesburgo estabelece que o desenvolvimento sustentável se baseia em três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, Conforme demonstrado abaixo na figura 01. Figura 1: desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável. Fonte: BARBOSA, Gisele Silva. O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12883_o-desafio-do-desenvolvimentosustentavel- gisele.pdf>. Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008. Acesso em: 16 nov.2019. Segundo Cavalcanti, 2003 o desenvolvimento sustentável pode requerer ações distintas em cada região do mundo, os esforços para construir um modo de vida verdadeiramente sustentável requer a integração entre: Crescimento e Eqüidade Econômica – Lançar os olhos para todas as nações de forma que possam estar integradas promovendo um crescimento responsável. Saber usar os recursos do planeta de forma eficiente, visando um mercado competitivo que busque a internacionalização de custos ambientais. Assim, a sustentabilidade seria alcançada pela racionalização econômica local, nacional e planetária. Para se implementar a sustentabilidade necessário seria a racionalização econômica local e nacional (RATTNER, 1999). Conservação de Recursos Naturais e do Meio Ambiente – Buscar reduzir o consumo de recursos, e diminuir a poluição e conservar os habitats naturais. Desenvolvimento Social – buscar a igualdade de condições, de acesso a bens, da boa qualidade dos serviços necessários para uma vida digna, onde as pessoas possam ter emprego, alimento, educação, energia, serviço de saúde, água e saneamento, respeito aos seus direitos trabalhistas e as suas diversidades culturais. Complementando Satterthwaite (2004) entende que para atingirmos a sustentabilidade do ecodesenvolvimento precisamos contemplar cinco dimensões: a) Sustentabilidade social: o processo deve se dar de maneira que reduza substancialmente as diferenças sociais. b) Sustentabilidade econômica: define-se por uma “alocação e gestão mais eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e privado”. A eficiência econômica deve ser medida, sobretudo em termos de critérios macrossociais. c) Sustentabilidade ecológica: compreende o uso dos potenciais inerentes aos variados ecossistemas compatíveis com sua mínima deterioração. d) Sustentabilidade espacial/geográfica: pressupõe evitar a excessiva concentração geográfica de populações, de atividades e do poder. Busca uma relação mais equilibrada cidade/campo. e) Sustentabilidade cultural: significa traduzir o “conceito normativo de ecodesenvolvimento em uma pluralidade de soluções particulares, que respeitem as especificidades de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local”. Lemos (2012) concorda com todas as dimensões anteriormente citadas e complementa que é necessário incorporar entre elas o fimda pobreza, da tirania, da carência de oportunidades econômicas e o fim da negligência dos serviços públicos, da intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos. E segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas deve ser tomada pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas: limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores; atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia). Já em âmbito internacional, as metas propostas pelo Relatório da Comissão Brundtland estabelecem: adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento); proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antártica, oceanos, etc, pela comunidade internacional; banimento das guerras; implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas (ONU). Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente adequado de desenvolvimento sustentável são: uso de novos materiais na construção; reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais; aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e a geotérmica; reciclagem de materiais reaproveitáveis; consumo racional de água e de alimentos; redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de alimentos. REFLITA Para Sarti (2011) com o desenvolvimento das atividades industriais vieram grandes impactos ambientais e isso não é nenhum segredo. O ritmo acelerado dessas atividades impede que o meio ambiente tenha tempo necessário para se recuperar do consumo dos seus recursos pelo homem e dos resíduos gerados por eles. Para tentar diminuir esse impacto, vários estudos e discussões vêm sendo realizados há mais de duas décadas pelos países, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável. Isso trouxe algumas melhorias ao longo dos anos, mas muito ainda tem que ser feito diante desse problema global visando atitudes mais sustentáveis. Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, esses dois termos por muitas vezes se confundem, mas têm significados distintos. Sarti; Hiratuka. Desenvolvimento industrial no Brasil: oportunidades e desafios futuros. IE/UNICAMP n. 187, janeiro 2011. Disponível em: file:///C:/Users/Sônia%20Mataruco/AppData/Local/Packages/Microsoft.MicrosoftEdge_8wekyb3d8b bwe/TempState/Downloads/texto187%20(1).pdf. Acesso em: 20 set. 2019. #REFLITA# SAIBA MAIS Para Mota (2001) a sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se manter. Já o desenvolvimento sustentável pode ser entendido como desenvolvimento que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Esses termos foram inicialmente discutidos na Conferência de Estocolmo (1972) e vem sendo discutido nas últimas décadas, mas foi na World Commission on Environment and Development (WCED, 1987) que se tornou conhecido e posteriormente popular na Eco 92. O termo sustentável tem sentido amplo, sendo um adjetivo derivado do verbo latino sustentare, que significa o que pode ser mantido, que pode ser perpetuado, estando implícito o fator tempo. O termo desenvolvimento sustentável foi divulgado no informativo nosso futuro comum (WCED, 1987) o qual cita também três fatores das quais o desenvolvimento sustentável depende completamente: a) um alto valor deve ser dado aos recursos naturais, á biodiversidade biológica e á purificação da água e do ar, promovida pelo meio ambiente natural; b) pessoas devem descobrir e trocar informações sobre novas tecnologias que resultem em mais trabalho, aperfeiçoem o uso de recursos naturais renováveis e aumentem a produção de alimentos; c) igualdade e justiça devem ser promovidas entre todas as pessoas e gerações para reduzir a pobreza, a violência e construir melhores comunidades. Esses três fatores podem ser resumidos no tripé do desenvolvimento: Eficiência (sustentabilidade econômica); equidade (sustentabilidade social) e conservação (sustentabilidade ambiental). No Southern African Perspectives (1997) foram reunidas outros seis aspectos do desenvolvimento sustentável: a) ênfase na interdependência entre desenvolvimento e a conservação de recursos; b) um horizonte de longo tempo; c) a natureza multidimensional do conceito que implica na dificuldade para conciliar interesses governamentais e instituições acadêmicas; d) incorpora externalidades ambientais (no tempo, no espaço, de um setor para outro, de uma população para outra) tratando-as como problemas não resolvidos; e) possui enfoque participativo; f) defende uma estreita relação entre pesquisa e política. A conceitualização de desenvolvimento sustentável se baseia, grande parte, das inúmeras tentativas de enfrentar os erros, deficiências e injustiças do sistema industrializado imposto no período pós-guerra. E a sustentabilidade: O desenvolvimento sustentável é o que promove a sustentabilidade. Os planos de desenvolvimento sustentável buscam a sustentabilidade de duas maneiras: a) Sustentabilidade tecnológica - são planos baseados na crença de que a tecnologia pode expandir os limites das atividades econômicas e solucionar a escassez de recursos, compensando danos ambientais. Esses planos baseiam-se na inovação tecnológica acoplada a um sistema de avaliação que reflete o verdadeiro custo de uso e disponibilização dos recursos naturais, e são desenvolvidos em resposta ao inevitável crescimento da população humana, a urgente necessidade de mais trabalho e ao desejo de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os economistas referem-se a sustentabilidade tecnológica como uma fraca sustentabilidade, pois é alcançada pela manutenção ou perpetuação do estoque de capital total, ou seja, dos serviços e bens que satisfaçam as necessidades e desejos humanos. b) Sustentabilidade ecológica - são os planos que se fundamentam nos avanços do conhecimento ecológico e de proteção ambiental, requerendo níveis reduzidos ou estáveis de crescimento populacional e de uso dos recursos naturais, para manter as atividades humanas dentro dos limites impostos pelo meio ambiente. Isso significa viver dentro da capacidade de suporte do meio ou sustentação ecológica, onde os sistemas naturais norteiam o modelo de desenvolvimento econômico, como por exemplo: resíduos da construção civil torna-se matéria prima para outras atividades; uso dos recursos naturais a taxas renováveis, sem exceder a capacidade natural de purificação da água e do ar. A sustentabilidade é promovida pelo desenvolvimento sustentável, é determinada pelo anseio de condições sociais e econômicas tais como altos níveis de participação da população e baixos níveis de desemprego. Sustentabilidade é um processo que envolvem várias vertentes precisando ainda de muitos debates em todos os níveis da sociedade buscando: a) reconhecer a necessidade de reduzir seu excesso de consumo em benefício daqueles que não possuem condições de consumir o mínimo necessário; b) a mudança do modo de vida, privilegiando a redução ou eliminação de insumos não renováveis; c) reciclagem em geral; d) a educação ambiental em todas as suas facetas; e) a conservação dos recursos hídricos, florestais e solos. Fonte: MOTA, J.A. O valor da Natureza: economia e política dos recursosnaturais. Rio de Janeiro. Garamond. 2001. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/eed/article/viewFile/3442/1970. Acesso em 16 nov. 2019. #SAIBA MAIS# 4 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Figura 2 : Logística Reversa Disponível em: http://www.biosferamg.com.br/wp-content/uploads/2013/12/logistica-reversa.png. Acesso 25 nov. 2019 A crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada ao gerenciamento dos resíduos sólidos almeja- se por políticas públicas que permita atingir novos patamares de consciência ambiental, de tecnologia limpa e de crescimento sustentável. Nesse sentido no ano de 2010 foi sancionada Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Lei nº 12.305, entendida como um instrumento indutor do desenvolvimento social, econômico e ambiental. A Lei nº 12.305/2010 no art. 9º descreve que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A legislação traz ainda um tema que deve ser bastante difundido no meio empresarial a Logística Reversa associada à gestão de resíduos sólidos, a aplicação de técnicas do programa de Produção Mais Limpa e programas de gerenciamento que visam o Resíduo Zero. Logística reversa são ações, procedimentos e meios relacionados com a coleta e restituição dos resíduos sólidos (restos, embalagens, materiais desgastados, produtos vencidos e/ou obsoletos, etc.) aos setores empresariais para reaproveitamento em seu ciclo ou novos ciclos de produção, ou ainda, outras destinações ambientalmente adequadas. A logística reversa é um instrumento importante de desenvolvimento econômico e social, devendo ser operacionalizada através de cooperativas e associações de trabalhadores em reciclagem e reaproveitamento de resíduos em parceria com os poderes públicos e os setores empresariais. É uma ferramenta relacionada diretamente com a implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre fabricantes, importadores, distribuidores, comércio, poderes públicos e consumidores (Lei 12.305/2010, artigo 3º, incisos XII, XVII; artigo 8º, incisos III, IV e VI). A logística reversa será detalhada através de acordos setoriais e termos de compromissos das empresas e setores empresariais com os poderes públicos. As empresas também terão que elaborar planos de gerenciamentos dos seus resíduos. Os poderes públicos podem (e devem) implantar medidas de apoio à adequação das empresas através de incentivos fiscais, financiamentos e créditos para a prevenção e redução de resíduos nos processos produtivos, implantação de programas de gerenciamento e estruturação da logística reversa, inclusive no desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial, voltados à capacitação de recursos humanos para a otimização no uso, reaproveitamento e reinserção de matérias primas nos ciclos de produção (Lei 12.305/2010, artigos 42-46, 55,56). A lei trata ainda da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. (Toda a seção II do capítulo III da Lei 12.305) A Lei 12.305/2010 considera-se gestão integrada de resíduos sólidos o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os problemas decorrentes do descarte de tais resíduos, de forma a se considerarem as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, sob a premissa do desenvolvimento sustentável. Um conceito de sustentabilidade muito aplicado visando o gerenciamento dos resíduos sólidos é o conceito dos 3 R’s que tange tanto a área ambiental quanto a econômica e a social. Conforme citado anteriormente o primeiro passo para a sustentabilidade é a não geração do resíduo, porém caso sua geração seja inevitável, buscar implantar os 3 Rs da sustentabilidade que são reduzir, reutilizar e reciclar. Essas três ações ajudam a minimizar o desperdício de materiais e produtos, além de poupar a natureza da extração inesgotável de recursos. Adotando estas práticas, é possível diminuir o custo de vida reduzindo gastos, além de favorecer o desenvolvimento sustentável. SAIBA MAIS De acordo com ministério da Saúde, no projeto de coleta seletiva e educação ambiental (2005), a política dos 3Rs da sustentabilidade: reciclar, reutilizar e reduzir é uma medida criada para que as pessoas diminuam a produção de lixo. É claro que essa não é a única medida de preservar a natureza, mas, com certeza, é um importante passo para garantir um mundo melhor para as gerações futuras. O “Reduzir” engloba economia de todas as formas possíveis; o “Reutilizar” envolve o reaproveitamento do produto; já o “Reciclar” remete à separação do que é e não é lixo, e ao envio de embalagens para a reciclagem. Reutilizar: Não jogue fora o que ainda pode ser utilizado – roupas, sapatos, móveis, bijuterias, brinquedos e livros podem ser doados; Reciclar: Faça a coleta seletiva em casa; • Encaminhe o lixo para empresas recicladoras – Garrafas de plástico, embalagens de produtos de limpeza e higiene, latinhas de ferro e alumínio, embalagens longa vida, jornais, revistas, folhetos, papéis e óleo vegetal podem ser reaproveitados; Fonte: Ministério da saúde. Projeto de Coleta Seletiva e Educação Ambiental – Comissão de Coleta Seletiva do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde de São Paulo. Editora: MS/ CGDI/SAA/SE– Brasília – DF . Junho OS 0548/2005. Reciclar SP. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006000105.pdf Acesso: 19. set. 2019. #SAIBA MAIS# CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento sustentável não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto ao acesso aos recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios, controlar e destinar de forma inadequadas os resíduos sólidos podem causar inúmeras consequências negativas a economia ao setor social e ambiental. A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável. Os princípios e estratégias da Agenda 21 Brasileira serviram de subsídios para a Conferência Nacional de Meio Ambiente, Conferência das Cidades e Conferência da Saúde. As atividades que contribuirão para a promoção integrada de meios de subsistência sustentáveis e para a proteção do meio ambiente incluem diversas intervenções setoriais que envolvem uma série de atores – de locais a globais – e que são essenciais em todos os planos, especialmente no nível da comunidade e no nível local. Nos planos nacional e internacional serão necessárias ações habilitadoras que levem plenamente em conta as situações regionais e sub- regionais, pois elas apoiarão umas abordagens em nível local, adaptada às especificidades de cada país. As ações prioritárias da Agenda 21 Brasileira são os programas de inclusão social (com o acesso de toda a população à educação, saúde e distribuição de renda), a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos recursos naturais e minerais e a ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas o mais importante ponto dessas ações prioritárias, segundo este estudo, é o planejamento de sistema de produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício. LEITURA COMPLEMENTAR Título: O Brasil na Conferência de Estocolmo. Sinopse: em Estocolmo, o maior problema consistiu no fato de que a absoluta maioria das decisões a serem tomadas para a compatibilização entre desenvolvimento e meio ambiente pertencia à esfera da soberania nacional. A decisão de não se tocar em recomendações de caráter nacionalesvaziou esse problema de seu significado, simplificando sensivelmente os debates. Disponível em: https://amaliagodoy.blogspot.com/2015/12/o-brasil-na-conferencia-de- estocolmo.html. Acesso 10 set. 2019. Título: O que é 5S. Sinopse: 5S, antes de mais nada, é uma ferramenta baseada na organização de métodos e preceitos, que visa tornar o ambiente de trabalho mais organizado, simples, seguro e, principalmente, eficiente. O conceito vem quebrar um antigo paradigma utilizado por muitas pessoas, principalmente por funcionários já antigos de uma empresa, que há anos exercem a mesma função, aquele tal: “a minha bagunça é organizada”, ou “eu me encontro na minha bagunça”. Tais afirmativas são rigorosamente combatidas quando se pensa em aplicar os passos 5s dentro de uma empresa, uma vez que, logo de princípio é usada uma palavra que deve ser abolida do vocabulário de uma empresa, a palavra “bagunça”. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-5s. Acesso: 10 set. 2019. Título: Princípio dos 3 R's. Sinopse: A gestão sustentável dos resíduos sólidos pressupõe uma abordagem que tenha como referência o princípio dos 3R´s, apresentado na Agenda 21: redução (do uso de matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes geradoras), reutilização direta dos produtos, e reciclagem de materiais. A hierarquia dos 3R´s segue o princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo do que reciclar os materiais após seu descarte. A reciclagem de materiais polui menos o ambiente e envolve menor uso de recursos naturais, mas raramente questiona o atual padrão de produção, não levando à diminuição do desperdício nem da produção desenfreada de lixo. Disponível em: https://dgi.unifesp.br/ecounifesp/index.php?option=com_content&view=article&id= 10&Itemid=8. Acesso: 10 set. 2019. FILME/VÍDEO Título: Compreendendo as dimensões do desenvolvimento sustentável. Ano: 2013. Sinopse:O vídeo demonstra os desafios dos problemas e a busca por soluções. Mostrando as vertentes do desenvolvimento sustentável . E a importância como estes devem estar engajados. Nesse contexto trás os objetivos do desenvolvimento sustentável. Porém trouxemos neste capítulo no intuito de engajá-lo dentro do papel da sustentabilidade. Fonte: Compreendendo as dimensões do desenvolvimento sustentável. Disponível em: http://int.search.myway.com/search/video.jhtml?n=783A119B&p2=%5EY6%5Exdm 063%5ES22307%5Ebr&pg=video&pn=1&ptb=E06F8736-A110-45D0-8CC8- 2E2CA8381A75&qs=&searchfor=desenvolvimento+sustent%C3%A1vel+&si=CNrV 4r_7i9UCFQkGkQod9RsGsg&ss=sub&st=tab&tpr=sbt&trs=wtt. Acesso Acesso: 10 set. 2019. FILME/VÍDEO Título: Chuva ácida. Ano: 2016. Sinopse: o vídeo fala sobre questões climáticas demonstrando conteúdos de várias áreas. Relata que a chuva naturalmente é ácida, porém acentua-se com atividades a que geram grande quantidade de poluição .Existem processos na natureza que reagem com a água formando ácido. Fonte: Chuva Ácida. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SBX59YJ_vNU REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo quindênio (2015-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2015, vol.32, n.3, pp. 587-598. http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v32n3/0102-3098- rbepop-32-03-0587.pdf. 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