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Gestão de Armazenagem de Estoque Autor Me. Glauco Roberto Pereira Silva Videoaula - Apresentação pessoal Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698911862". Apresentação Prezado(a) aluno(a), estamos muito felizes em tê-lo(a) conosco nesta jornada. Nosso curso será de fundamental importância para a sua formação. A administração de níveis de estoques é cada vez mais importante, uma vez que as diferenças operacionais são mínimas, e, por isso, ter êxito na logística envolvida é fundamental para a competitividade das empresas. Os profissionais que entendem a importância do estabelecimento de critérios e rotinas operacionais de forma a administrar com eficiência e exatidão o movimento de entradas e saídas dos materiais necessários à empresa são cada vez mais demandados pelo mercado. Nas aulas, você compreenderá quais elementos compõem o sistema de gestão e armazenamento de estoque e saberá como funcionam e quais são as características de cada tipo de estoque. Você também aprenderá técnicas de previsão de demanda, assim como conhecerá os principais tópicos do planejamento do estoque. Além disso, será exposto(a) a técnicas e práticas importantes para avaliação dos níveis de estoque. Tudo isso - e muito mais - irá capacitá-lo(a) a tomar decisões mais assertivas no que tange esse tema. Esperamos que você leia as orientações que estão ao longo das seções deste material e consiga ter suas eventuais dúvidas sanadas. Conte conosco para o que se fizer necessário, inclusive para ajudá-lo(a) em novas dúvidas. Vamos juntos! Abraços e, novamente, seja muito bem-vindo(a)! Prof. Me. Glauco Roberto Pereira Silva Conceitos básicos de estoque1 De acordo com Pozo (2016, p. 38), a administração de níveis de estoques é uma relevante função, pois o controle de estoques se enquadra na necessidade de determinação de critérios nos níveis de materiais e de produtos que a empresa deve promover em consonância com os padrões econômicos e racionais. O setor de compras tem como incumbência provisionar a empresa com matériasrimas, insumos, produtos acabados e embalagens para permitir funcionamento e performance ideais visando a atender as necessidades de mercado. Para haver maior assertividade no momento de adquirir mercadorias, ressaltam-se algumas etapas a fim de aumentar a eficiência e a exatidão nas compras: a definição do que deve ser adquirido, assim como a quantidade a ser comprada, de que forma, de qual fornecedor, em que momento e a qual custo de material. A administração de compras tem por objetivo garantir o ininterrupto abastecimento dos itens utilizados pela empresa para o seu processo produtivo ou para a conservação de suas atividades. Um exemplo: para ter sucesso, um empreendimento especializado em produzir pães necessita de ingredientes para fazer o pão, como açúcar, farinha, ovos etc. Esses itens são denominados compras produtivas, ou seja, itens com os quais a empresa lucra. Mas só isso não torna o pão um produto vendável, já que é preciso assá-lo, pelo que será necessário um forno, que, por sua vez, precisa de gás. Além disso, será necessário embalar o pão, sendo preciso providenciar embalagens, rótulos etc. Esses produtos se caracterizam como compras improdutivas, ou seja, a empresa não lucra com eles, mas se fazem necessários para que o produto esteja disponível ao cliente. Para Pozo (2016), alcançar a estabilidade perfeita entre estoque e consumo é o objetivo primordial, e para que isso ocorra são necessárias algumas ações, como: Moderar o consumo de materiais, estabelecendo níveis de estoque adequados; Estabelecer a distribuição de materiais aos solicitantes; Desempenhar o ajuste do estoque no almoxarifado; Orientar as unidades operacionais quanto à maneira de efetuar o pedido de compras; Desenvolver relatórios com informações estatísticas, gráficos, indicadores de desempenho (KPI) das etapas e processo da atividade de compras. Introdução à gestão de compras e estoque1.1 Dessa forma, administrar os processos requer conhecimento, grande habilidade analítica e competência nas técnicas de negociação para ter êxito e obter melhor preço, maior qualidade, prazo mais dilatado para pagamento e a disponibilidade de materiais mais rápida possível. O estoque pode ser classificado de acordo com a função do material ou do estoque. Em relação ao material, destacam-se matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados e materiais diversos. Já em relação à função do estoque, temos: estoques de segurança; estoques de ciclo; estoques de antecipação; estoques em trânsito. Esses tipos de estoques podem ser armazenados em apenas um ou em diversos almoxarifados. Para Ching (2016), as empresas organizam-se em cinco tipos de estoque, que são: estoque de matérias-primas; estoque de manutenção; estoque em trânsito; estoque de materiais auxiliares; estoque de produtos acabados. Tipos de estoque1.2 Figura 1 - Estoque de materiais Fonte: stafichukanatoly/pixabay. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.jpg Figura 2 - Estoque de pneus Fonte: gopixa/pixabay. Estoque de matérias-primas É o estoque primordial do material que irá ser processado dentro de uma fábrica para, na sequência, ser destinado ao estoque de produtos acabados. Pode ser, por exemplo, uma chapa de aço ou polietileno para a fabricação de peças de automóveis, ou seja, qualquer material que ao se agrupar integre um produto, sendo parte relevante dele. Também podem ser itens adquiridos de terceiros, processados ou beneficiados por empresas terceiras ou itens prontos. Estoque de materiais auxiliares São itens que compõem o processo de produção ou estão incorporados neles, como, por exemplo, o equipamento de proteção individual (Epis). É o material que auxilia e contribui para a realização e a transformação do produto, entretanto, não se soma a ele, sendo importante no encadeamento da fabricação. Estoque de manutenção É constituído por materiais utilizados no reparo de máquinas, como porcas, arruelas, parafusos, pregos e demais peças sobressalentes. Em geral, equipamentos utilizados nas atividades de manutenção corretiva e/ou preventiva, tanto nas máquinas como nas instalações prediais. Estoque intermediário https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg Também chamado de work in progress (WIP, podendo ser traduzido como “material em processo”). São os itens em processamento que podem ou não ser limitados, isto é, possuir espaços regulados ou comedidos. Dessa forma, têm aspecto primordial no custo do produto. Integram esse estoque os itens que estão em processo de fabricação ou subprodutos que são entrepostos para compor o produto. A quantidade desse estoque é frequentemente derivada do planejamento do estoque de matéria-prima e da programação da produção. Estoque de antecipação ou sazonal Esse tipo de estoque é empregado para equalizar a produção nos períodos de grande pico de demanda. Dessa forma, são produzidas quantidades uniformes ao longo dos meses, mesmo havendo grande consumo em algumas épocas do ano. Estoque em consignação Nessa modalidade, surgem as figuras do consignante, ou seja, a empresa que cede o volume de estoques para um terceiro, mas mantendo sua propriedade, e o consignatário, que é a empresa que manterá esses estoques de forma ativa, para distribuí-lo, embora não assuma sua propriedade. O setor farmacêutico é um dos exemplos dessa modalidade. Estoque em trânsito Corresponde aos itens pertencentes ao estoque de uma empresa que estejam sendo transportados de um ponto a outro na própria estrutura da empresa. Estoque de regulador O estoque regulador é utilizado principalmente por um grupo de empresas que pertencem a uma mesma organização. Assim, determinadas empresas desse grupo empresarial mantêm itens em estoque para suprir as demandas das outras empresas do grupo. Estoque de acabados Refere-se ao estoque de produtos jáfinalizados e embalados que serão destinados aos clientes finais. A respectiva quantidade deriva do volume desse estoque em função da confiabilidade do atendimento da empresa e da programação dos estoques de matéria-prima e em processamento. Estoque de máximos Referente à máxima quantidade de produtos a serem armazenados por um período previamente estipulado até que se possa fazer uma nova solicitação de reposição. Operar acima do estoque máximo pode causar prejuízo à empresa. Estoque médio É o equivalente à metade da soma do estoque inicial com o estoque final. Estoque mínimo ou de segurança São estoques que possuem a menor quantidade estabelecida para atender o período de reposição. Sua necessidade se justifica pela proteção contra variabilidade de demanda, erros de previsão e incertezas de ressuprimento. Políticas de estoques Segundo Pozo (2016, p. 40-41), é um ponto crítico “o planejamento de estoque para o resultado financeiro de uma empresa e o alto impacto no custo do produto”, tendo por objetivo: Proporcionar o abastecimento apropriado de materiais utilizados no processo de produção; Conservar os estoques nos níveis mais baixos possíveis, para atendimento compatível com as necessidades de vendas; Detectar os itens obsoletos (limitação da vida útil), incompletos e defeituosos em estoque para eliminá-los; Precaver-se contra roubos, furtos, danos e mau uso; Manter relatórios concretos para a elaboração de indicadores (KPI) de dados à programação de curto, médio e longo prazos, de acordo com a demanda de estoque. Videoaula - Tipos de estoque Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698912604". Videoaula - Gestão de compras Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698912969". A previsão de demanda é o conjunto de técnicas para avaliar as projeções de estoques com os seguintes métodos: método do último período, método da média aritmética e método da média ponderada. Entretanto, o uso desta técnica exige muita atenção do administrador em relação às Previsão de demanda (MUP, MMA, MMP, MMSE)1.3 variáveis e, principalmente, às alterações no mercado e são recomendadas em geral para pequenas empresas e por gestores sem tanto conhecimento técnico. Método do último período (MUP) Este método opera baseado na estimativa para o próximo ciclo e no valor real do período antecedente. Exemplo: neste ano, a empresa CardLog vendeu a seguinte quantidade de cadernos: Janeiro 1.500 Fevereiro 1.200 Março 1.650 Abril 1.800 Maio 1.850 Junho 1.700 Julho 1.900 A previsão de demanda para agosto é, então, de 1.900 unidades, pois o último mês de consumo (julho) registrou 1.900 unidades. Método da média aritmética (MMA) Esta técnica utiliza a estimativa para o próximo período por meio da soma dos gastos dos períodos anteriores, cujo resultado é dividido pelo número de períodos anteriores considerado. Exemplo: a empresa CardLog vendeu o seguinte número de cadernos neste ano: Janeiro 2.500 Fevereiro 2.200 Março 2.650 Abril 2.800 Maio 2.850 Junho 2.900 Julho 3.000 P = 2.500 + 2.200 + 2.650 + 2.800 + 2.850 + 2.900 + 3.000 n P = 2.700 A previsão para agosto, então, é de 2.700 cadernos. Outra opção é o uso dos quatro últimos períodos, com a seguinte previsão para agosto: P = 2.888 Dessa forma, a previsão para agosto é de 2.888 cadernos. Método da média ponderada (MMP) A previsão para o próximo período se desenvolve pela ponderação proporcionada a cada temporada, sendo que as temporadas mais próximas recebem um peso maior e estabelecem-se os pesos para os períodos mais distantes. O total das ponderações sempre deve ser igual a 100%. Os resultados das ponderações devem ter um peso entre 40% e 60% para os períodos mais recentes. Já o resultado de ponderação para os períodos mais distantes deve ser de 5%. Essas distribuições devem acontecer em função da percepção do gestor, uma vez que o conhecimento dele deve agregar valor nessa ponderação. A competência para isso se desenvolve com o tempo, e essas habilidades garantem um resultado mais assertivo, proporcionando uma projeção mais correta e uma vantagem competitiva para a empresa em relação às variáveis e às mudanças de mercado na qual ela atua. Exemplo: a empresa de CardLog vendeu a seguinte quantidade de cadernos neste ano: Janeiro 2.500 Fevereiro 2.200 Março 2.650 Abril 2.800 Maio 2.850 Junho 2.900 Julho 3.000 Aos sete períodos serão dadas as seguintes ponderações, formando a conta apresentada a seguir: Julho 40% Junho 20% Maio 15% Abril 8% Março 7% Fevereiro 5% Janeiro 5% P = (3.000 x 0,4) + (2.900 x 0,2) + (2.850 x 0,15) + (2.800 x 0,08) + (2.650 x 0,07) + (2.200 x 0,05) + (2.500 x 0,05) P = 2.852 Sendo assim, a previsão para agosto é de 2.852 cadernos. Método da média com ponderação exponencial (MMPE) De acordo com Dias (2008), este método se autocorrige conforme as variações dos volumes das vendas. Na aplicação da técnica no dia a dia das empresas, a constante de suavização exponencial (α) tem, geralmente, um valor que varia de 0,1 a 0,3, dependendo dos fatores que estão afetando a demanda. Exemplo: a empresa CardLog vendeu a seguinte quantidade de cadernos neste ano: Janeiro 2.500 Fevereiro 2.200 Março 2.650 Abril 2.800 Maio 2.850 Junho 2.900 Julho 3.000 e previsão de 3.100 Com uma constante suavização exponencial de 0,15 P = [(Ra x α) + ((1 α) x Pa)] Ra = consumo real do período anterior Pa = previsão do período anterior α = constante de suavização exponencial P = [(3.000 x 0,15) + ((1? 0,15) x 3.100)] P = 3.085 A previsão para agosto, então, é de 3.085 cadernos. O planejamento eficiente do estoque é fator de grande relevância nos resultados de uma empresa. Quando bem executado, ele irá prover maior disponibilidade, além de confiabilidade, ao processo produtivo e ao cliente. Além disso, irá permitir a mitigação dos custos. Sendo assim, de acordo com Dias (2008), o gerenciamento do estoque é obtido por meio da aferição do retorno de capital (RC) e de giros de estoque (Giro). Retorno de capital (RC) O RC é determinado pela divisão do valor monetário resultante das vendas pelo capital empregado nos estoques, devendo ficar acima de 1. Exemplo 1: a empresa CardLog teve vendas anuais de R$ 9,2 milhões, com o lucro de R$ 120 mil, e seus estoques tiveram um investimento de R$ 240 mil. Planejamento de estoque (RC, Giro)1.4 RC = 0,50 é um péssimo retorno de capital Exemplo 2: a empresa CardLog teve vendas anuais de R$ 2,2 milhões, com lucro de R$ 15 mil, e seus estoques tiveram um investimento de R$ 9 mil. RC = 1,66 é um bom retorno de capital As principais literaturas sobre o tema em questão indicam que o resultado considerado ideal para retorno de capital em materiais é entre 15 e 25. Giros de estoque ou rotatividade (Giro) O giro do estoque é determinado pela divisão do capital investido em estoque pelos custos das vendas. Dias (2008) menciona que a rotatividade de estoques é a quantidade resultante do número de vezes que esse estoque é renovado durante um período. Exemplo 1: a empresa CardLog teve vendas anuais de R$ 2,2 milhões, com custo de vendas de R$ 500 mil e lucro de R$ 65 mil. Seus estoques tiveram um investimento de R$ 154 mil. Giro = 3,25 Ou seja, o estoque gira aproximadamente 3,25 vezes ao ano (ou a cada 3 meses e 21 dias, ou 16 semanas ou 112 dias). Exemplo 2: a empresa CardLog teve vendas anuais de 6.650 unidades de um produto e o estoque dessa mercadoria é de 2.990 unidades. Qual é, então, o giro de estoque? Giro = 2,22 Ou seja, o estoque gira aproximadamente 2,22 vezes ao ano (ou a cada 2 meses e 7 dias, ou 5 semanas e 3 dias, ou 67 dias ou 45 dias úteis). Logo, essa avaliação de administração dos estoques por meio do giro rotatividade (Giro) e do retorno de capital (RC) é uma dinâmica fácil e extremamente útil e rápida,agilizando a análise da situação de estoque da empresa. O mais importante é que é o cálculo padrão, mundialmente reconhecido, para análise e comparação. Conclui-se que, quanto maior for o número obtido no giro de estoque, melhor será a administração de materiais da empresa, menores serão seus custos e maior será sua competitividade, pois haverá maior assertividade nas operações, proporcionando lucratividade mais alta. Videoaula - Nível de Estoque Giro e Retorno de Capital Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698913517". Videoaula - Nível de Estoque PP Emax TR Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698913961". É preciso estabelecer um nível de estoque mais adequado, que não resulte em desperdício e que atenda perfeitamente às demandas da empresa, objetivando a questão racional econômica. Para gerir com eficiência e eficácia, são utilizadas as técnicas de estoque máximo (Emáx), ponto de pedido (PP), tempo de reposição (TR) e lote de compras (LC). Para determinarmos o nível de estoque eficiente e eficaz, devemos assumir que os custos de estoques são influenciados pelos seguintes parâmetros: Quantidade. Disponibilidade. Movimentação. Mão de obra. Recurso financeiro. O controle de estoque tem os seguintes marcadores: Estoque de segurança que se almeja ter (Emín: estoque mínimo). O instante em que devem ser compradas (PP: ponto de pedido). O prazo das etapas para reabastecimento imprescindível dos itens em estoque (TR: tempo de reposição). O número de peças que devem ser adquiridas (LC: lote de compras). O momento em que este lote deve ser comprado, chegando à quantidade total (PP: ponto de pedido). O máximo que deverá haver em estoque sem comprometer os custos, obtendo-se o estoque máximo (Emáx: estoque máximo). Avaliação de níveis de estoque (TR, PP, LC e Emáx)1.5 Isso permite a administração dos níveis de estoques, que irão variar e que deverão ser determinados de forma a possibilitar a geração de indicadores (KPI) precisos para novas ordens de compras. TR = Tempo de reposição da peça. PP = Ponto de propor um pedido de compra. LC = Quantidade a ser adquirida para suprir o estoque máximo (Emáx). Emáx = Quantidade máxima de itens em estoque. Emín = Quantidade mínima de itens em estoque. Figura 3 - Gráfico dente de serra Fonte: Elaborado pelo autor (2022). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.png Recapitulando a Unidade 1 O estoque é muito importante para as empresas, porém, sem o planejamento adequado, em vez de gerar lucro pode provocar custos elevados que resultem em prejuízos. O segundo aspecto apresentado nesta unidade foram as diferentes classificações de estoque, destacando-se a classificação quanto à função do material em: matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados e materiais diversos. Já quanto à função do estoque, foram apresentados os seguintes tópicos: estoques de segurança, estoques de ciclo, estoques de antecipação e estoques em trânsito. Na terceira parte desta unidade, foram apresentadas as técnicas de previsão de demanda, que consistem na análise das previsões de estoques por meio do método do último período, método da média aritmética e método da média ponderada. Elas se caracterizam pela simplicidade de uso. Já na quarta parte desta unidade, foi destacado que a excelência no planejamento de estoque se dá por meio da análise da avaliação de retorno de capital (RC) e de giros de estoque (Giro). Por fim, a quinta parte nos revelou as técnicas de estoque máximo (Emáx), ponto de pedido (PP), tempo de reposição (TR) e lote de compras (LC) para gerir os estoques com eficiência e maior precisão. Sistemas de controle de estoque2 Em grande parte, os níveis de estoque são garantidos pelo ponto de pedido (PP) e lote econômico de compras (LEC), que visam garantir a quantidade ideal ao estabelecerem o nível de estoque mais econômico possível. Considerando os fatores volume, disponibilidade, movimentação, mão de obra e recurso financeiro, essas técnicas buscam a assertividade na quantidade de estoque adquirido. Ponto de pedido (PP) Refere-se à quantidade de itens armazenados e que asseguram que a operação não sofrerá problemas de rupturas por falta de estoque enquanto se aguarda a chegada do lote de compra (LC), assim como durante o tempo de reposição (TR). Dessa forma, quando um item de estoque alcança seu ponto de pedido (PP), é preciso efetuar o ressuprimento do seu estoque, iniciando o processo de compra. Para que haja uma maior assertividade nesse processo, é recomendado que se utilize a fórmula do ponto de pedido (PP). Fórmula: PP = (C x TR) + ES PP = Ponto de pedido C = Consumo normal do item TR = Tempo de reposição ES = Estoque de segurança Exemplo 1: uma empresa do ramo de confecção verifica que um item tem consumo (C) mensal de 4.500 unidades e tempo de reposição (TR) de 75 dias. Qual é o seu ponto de pedido (PP), uma vez que seu estoque de segurança (ES) é de 500 unidades? PP = (C x TR) + ES C = 4.500 unidades por mês TR = 75 dias ou 2,5 meses (usar a mesma unidade de tempo de reposição) ES = 500 unidades PP = (4.500 x 2,5) + 500 Níveis de estoque (ponto de pedido e lote econômico de compras)2.1 PP = 11.250 + 500 PP = 11.750 unidades Exemplo 2: uma empresa verifica que um item tem consumo (C) mensal de 500 unidades e tempo de reposição (TR) de 45 dias. Qual é o seu ponto de pedido (PP), uma vez que seu estoque de segurança (ES) é de 75 unidades? PP = (C x TR) + ES C = 500 unidades por mês TR = 45 dias ou 1,5 mês (usar a mesma unidade de tempo de reposição) ES = 75 unidades PP = (500 x 1,5) + 75 PP = 750 + 75 PP = 825 unidades Exemplo 3: uma empresa do ramo farmacêutico verifica que um determinado item tem consumo (C) mensal de 30 unidades e tempo de reposição (TR) de sete dias. Qual é o seu ponto de pedido (PP), uma vez que seu estoque de segurança (ES) é de 9 unidades? PP = (C x TR) + ES C = 30 unidades por mês TR = 7 dias ou 0,23 mês (usar a mesma unidade de tempo de reposição) ES = 9 unidades PP = (30 x 0,23) + 9 PP = 6,9 + 9 PP = 15,9 ou 16 unidades Sendo assim, o PP visa garantir uma margem de segurança conforme o período de reposição, ou seja, de acordo com o tempo que o fornecedor pode levar para atender o pedido de compra. Lote econômico de compras (LE) A área de suprimentos (compras) tem como principal objetivo atender todas as demandas de suprimentos da empresa, ou seja, a missão é abastecer a empresa de modo geral com os recursos materiais (os insumos) visando ao seu pleno funcionamento em mais alto nível de performance, propondo-se a suprir as necessidades e os desprovimentos de mercado. Dessa forma, para que uma organização tenha o seu pleno funcionamento, é indispensável que os produtos estejam disponíveis no momento certo, sem desperdício e com as especificações corretas de acordo com o corpo técnico de qualidade ou a engenharia. É preciso, também, estar em conformidade com o sistema de informação e com a qualidade requerida de acordo com as exigências, devendo, sobretudo, atender a função a que se destinam. Para facilitar o processo de cálculo do lote econômico (LE), apresenta-se a seguinte fórmula: LE = Lote econômico C = Quantidade consumida do produto Cp = Custo do pedido CA = Custo de armazenagem unitário anual Exemplo: uma empresa do ramo eletroeletrônico necessita calcular o lote econômico de compras e tem as seguintes informações: o consumo é de 1.500 unidades, com custo de pedido (CP) de R$ 79,00 e custo de armazenagem de R$ 20,00. O cálculo do LE é feito da seguinte forma: LE = 109 unidades Logo, o lote econômico de compras será de 109 unidades. O estoque de segurança tem por objetivo não deixar a empresa parar por falta de insumos, ou seja, sua principal finalidade é não comprometer a produção e não causar problemas junto aos clientespor falta de mercadoria, o que atrasaria a entrega de produtos ao mercado e fatalmente levaria à perda de clientes por ineficiência de compras. Estoque de segurança (ES) ou estoque mínimo (Emín) O estoque de segurança visa suprir a empresa para que não falte qualquer tipo de insumo e ela não pare por insuficiência de produtos. Dessa forma, o propósito é garantir que a empresa não tenha os seus estoques afetados, chegando ao nível mais baixo e gerando uma possível falta que pode resultar em insatisfação por parte do cliente. A matéria-prima não é produzida a uma taxa uniforme, já que o fornecedor também sofre com irregularidade na demanda. Por isso, é impreterível que haja sinergia entre o gestor e os fornecedores, cooperando para gerir com eficiência a cadeia de suprimentos. Sendo assim, a rotina do fornecedor deve aferir e seguir a demanda proposta de acordo com a necessidade do consumidor. Para Ching (2016), é imprescindível possuir a expertise para gerir com exatidão o nível de precisão dos estoques e manter essas informações de forma acurada para que os estoques não sofram nenhuma irregularidade com relação à demanda, sem nenhuma discrepância de alta ou de baixa. Logo, o tempo de reposição (TR) é outro fator dificultador, pois o fornecedor sofre com Estoque de segurança (MVC, MGAD e MGR)2.2 circunstâncias internas, com atrasos, matérias-primas fora da especificação, problemas de importação, greves e outras variáveis quase que incalculáveis. Por tudo isso, a gestão de estoque de segurança flutua de acordo com as variáveis de mercado e é um elemento básico a sinergia entre empresa e fornecedor para afinar essas informações e ter assertividade no preço, previsão de prazos, processos documentais, importação, órgãos anuentes e outras variáveis possíveis. Francischini (2002) apresenta alguns modelos matemáticos adotados para gerir os indicadores- chave de desempenho (KPI) de suprimentos. Método com variação de consumo levando em consideração o tempo de reposição (MVC) ES = (Cm - Cn) + Cm x Ptr ES = Estoque de segurança Cn = Consumo normal Cm = Consumo maior Ptr = % de atraso no tempo de reposição (TR) Praticando: A empresa CardLog tem uma demanda média mensal de 1.500 unidades. O gestor da área de logística está planejando, de acordo com seu conhecimento, um aumento de 15% na demanda. O fornecedor irá atrasar aproximadamente oito dias, haja vista que normalmente o prazo é de 35 dias. Com esses elementos disponíveis, calcule o ES: Figura 4 - Gráfico dente de serra Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.png TR = 35 dias Cn = 1.500 Cm = 1.500 + 15% = 1.725 Ptr = 8 dias/35 dias = 0,22 ES = (Cm - Cn) + Cm x Ptr ES = [1.725 - 1.500] + (1.725 x 0,22) ES = 225 + 379,5 ES = 604,5 ES = 604 ou 605 unidades Método com grau de atendimento definido (MGAD) O método MGAD se propõe a determinar uma quantidade segura baseando-se em consumo (%) e finanças (R$). Então, para realizar o cálculo do estoque de segurança, é necessário seguir as seguintes etapas: 1. Consumo médio (Cmd) 2. Desvio padrão (d) 3. Estoque de segurança (ES) Fórmula de consumo médio Fórmula de desvio padrão Fórmula de estoque de segurança Sendo: Cmd = Consumo médio mensal C = Consumo mensal n = Número de períodos d = Desvio padrão k = Coeficiente de risco (vide tabela k % risco) Valores de referência do coeficiente k (%) de risco: Riscos % k 52 0,102 55 0,126 60 0,253 65 0,385 70 0,524 75 0,674 78 0,775 80 0,842 85 1,036 86 1,085 87 1,134 87,5 1,159 88 1,184 89 1,233 90 1,282 95 1,645 97,5 1,96 Riscos % k 98 2,082 99 2,326 99,5 2,576 99,9 3,09 Praticando: A empresa CardLog, do ramo farmacêutico, necessita calcular o estoque de segurança e irá utilizar o método de grau de atendimento definido para isso. O volume de vendas alcançado com seu tecido de algodão, neste ano, é o que vemos a seguir: Mês Qt. JAN 1.500 FEV 1.200 MAR 1.650 ABR 1.800 MAI 1.850 JUN 1.900 Calcule o ES com o grau de atendimento de 85%. 1. Calcular o consumo médio: Cmd = (1.500 + 1.200 + 1.650 + 1.800 + 1.850 + 1.900 + 2.000): 7 Cmd = (11.900): 7 Cmd = 1.700 unidades 2. Calcular o desvio padrão: Mês C [C - Cmd] [C - Cmd]² JAN 1.500 -200 40.000 FEV 1.200 -500 250.000 MAR 1.650 -50 2.500 ABR 1.800 100 10.000 MAI 1.850 150 22.500 Mês C [C - Cmd] [C - Cmd]² JUN 1.900 200 40.000 Cmd 1.700 0 455.000 3. Calcular o estoque de segurança: ES = 275,37 x 1,036 ES = 285,28, ou seja, 286 unidades Método de grau de risco (MGR) O MGR é utilizado em um processo de atribuição de risco e dado em porcentagem, que é definida pelo gestor de acordo com sua experiência. Fórmula: ES = C x k C = Consumo médio k = Coeficiente de grau de atendimento Praticando: A empresa CardLog, do ramo varejista, necessita definir o estoque de segurança de determinado produto que tem uma demanda média mensal de 1.600 unidades. O gestor de logística definiu um grau de risco de 39%. Com esses dados disponíveis, calcule o ES. ES = C x k ES = 1.600 x 0,39 ES = 624 unidades O objetivo da área de suprimentos é assegurar a organização e a completa satisfação de suas necessidades de insumos e produtos para sua plena operação e para que não haja falha de abastecimento. Obrigatoriamente, todos devem ser negociados e adquiridos pelos mais baixos preços possíveis, buscando satisfazer os padrões de políticas de estoque de qualidade e de serviços da empresa sem colocar os fornecedores em situações de incertezas ou de prejuízo. A gestão de compras zela pela perenidade de ambas as partes, ou seja, empresa e fornecedor. Escopo e objetivo de compras Das várias atribuições do setor de compras, duas delas são importantes e influenciam significativamente a eficiência do fluxo de suprimentos, como veremos a seguir: Avaliar fornecedores (preço, qualidade, disponibilidade, prazo de pagamento, prazo de entrega). Gerir os pedidos (a ordem de compra especifica as quantidades e possivelmente as instruções de entrega). Objetivos de compras Entre os principais objetivos de compras, destacam-se: Promover um abastecimento contínuo de produtos a fim de atender a plena necessidade da empresa. Gerir os estoques com o mínimo de investimentos em estoques e de modo a não comprometer a logística da empresa. Comprar insumos aos mais baixos custos e dentro das especificações das políticas de estoque: qualidade, prazos e preços. Eliminar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e percepção de sinais das necessidades do mercado. Prover à empresa uma posição de liderança mediante negociações justas, éticas e com credibilidade junto aos fornecedores e clientes. Escopo da área de compras2.3 A correta seleção de fornecedores objetiva a pesquisa de mercado e localiza a empresa na coleta de informes financeiros e legais. Tem o objetivo de garantir a qualidade por meio de auditorias que avaliem os fornecedores e promover a sinergia entre a área de suprimentos e os fornecedores com o foco em eliminar retrabalhos e reduzir custos a fim de garantir um produto com cada vez mais qualidade e preço justo para atender as necessidades do cliente. Seleção de fornecedores2.4 A gestão de suprimentos junto aos fornecedores consiste em um processo que tem o objetivo de avaliar sua performance por meio de alguns indicadores-chave de desempenho, que são: Qualidade: é essencial, pois a qualidade tornará seu produto ou serviço competitivo no mercado, atendendo às expectativas do cliente e aumentando seu valor junto ao mercado. Preço: é fundamental. Caso o preço não seja justo, na média do mercado, seu produto irá ficar encalhado, pois o cliente irá optar por comprar o produto do concorrente em vez do seu. Já a venda a um preço abaixo do praticado pelo mercado gera desconfiança, já que há enorme dificuldade em garantir uma qualidade alta a preços baixos. Disponibilidade: de matéria-prima e produtos acabados. É fundamental, pois, no caso deuma emergência ou um aumento de demanda inesperado, esse fornecedor poderá suprir seus produtos a um tempo de reposição (TR) útil para que não haja falta e, por consequência, risco de perder o cliente. Prazo de entrega: gerir e criar indicadores de prazo de entrega, pois o gestor de suprimentos deve atentar para o tempo de reposição (TR); caso contrário, irá comprometer suas operações logísticas com atrasos na produção, ocasionando falta de produtos no atacadista e no varejista, podendo perder o cliente. Prazo de pagamento: consiste em poder ter maior prazo para pagar e honrar seus títulos bancários junto ao fornecedor, já que um tempo maior permitirá efetuar aplicações em curto prazo com o capital da empresa e, por consequência, aumentar sua lucratividade, ou até mesmo ter poder de barganha para realizar a compra à vista com outro fornecedor, tendo menores preços e aumentando sua margem de lucro. Ações de suprimentos: consistem em algumas atividades-chave que visam garantir o bom relacionamento com o fornecedor e propõem uma relação ética e justa. Solicitação de orçamento: é o processo no qual a empresa inicia o relacionamento com o fornecedor, o momento em que serão avaliadas as condições de preço. O ideal é buscar uma gama de pelo menos três orçamentos junto ao fornecedor para que haja uma compra fundamentada em preço competitivo de mercado. Pedido de compras: é o documento formal originado por vários setores requisitantes e que passa pelo aval do gestor, que avalia a necessidade real de compras. O gestor então repassa o documento para o setor de suprimentos, que tem a responsabilidade de aferir as informações sobre o que comprar, ou seja, as especificações técnicas, a quantidade a ser comprada e o prazo de entrega que o fornecedor se propõe a cumprir levando em consideração suas limitações, o local de entrega etc. Gestão dos preços: visa garantir o menor preço de acordo com as especificações de qualidade. É o ato de analisar os dados da coleta de preços de cada fornecedor, compará-los e avaliar todos os fatores que influenciam o conjunto da proposta de cada um deles. Dessa forma, são levados em conta todos os dados para garantir o melhor valor agregado para a empresa e é tomada a decisão sobre o melhor fornecedor. Ordem de compras: é o documento de compras junto ao fornecedor, ou seja, o contrato entre a empresa e o fornecedor, em que devem estar presentes todas as condições estabelecidas nos procedimentos de negociações. O fornecedor deve estar ciente de todas as especificidades de ordem jurídica, ou seja, seus deveres com relação a qualidade e especificações constantes nas normas e nos procedimentos legais da empresa. No sentido de registrá-la e validá-la, a ordem de compras deve sempre ser entregue mediante protocolo para munir ambas as partes de qualquer eventualidade futura. Follow-up: é o acompanhamento do processo de compra, ou seja, é a supervisão que o setor de suprimentos deve fazer para garantir a plena qualidade e os prazos de entrega a fim de que não haja falhas, rupturas ou desencontro de informações (ruídos). Esse processo tem o objetivo de manter sob controle todos os pedidos em carteira, sendo feito um relato completo do ciclo de vida do pedido. Deve-se evitar atrasos, eliminando assim desperdícios, problemas com clientes e prejuízo à imagem da organização. Figura 5 - Informações externas para o setor de compras Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Figura 6 - Informações internas para o setor de compras Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.png Práticas profissionais - Armazenamento e separação de produtos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698915355". Recapitulando a Unidade 2 Na primeira parte da unidade, foram abordadas técnicas para gerir os níveis de estoque, sendo elas o ponto de pedido (PP) e o lote econômico de compras (LC). A segunda parte apresentou técnicas para cálculo do estoque de segurança: método da variação do consumo (MVC), método com grau de atendimento definido (MGAD) e método com grau de risco (MGR). Na terceira parte, vimos a importância do papel do setor de compras no ressuprimento dos materiais que garantem o funcionamento da empresa. Na quarta parte da unidade, foram demonstradas as atividades referentes à seleção de fornecedores e os principais parâmetros a serem considerados nessa avaliação. Sistemas de armazenagem3 O conceito de armazenagem iniciou-se pela percepção do homem quando ele aprendeu que poderia armazenar os produtos excedentes para utilizar no futuro. Vamos ver alguns aspectos relevantes na armazenagem: Armazenagem de materiais requer um planejamento específico. Condições impróprias de materiais geram desperdícios. Não acrescenta valor ao produto. Aumenta o seu custo. Faz-se necessário um sistema de armazenamento eficiente. Deve gerar o menor custo possível. Definição de armazenagem: Armazenagem é o processo empresarial que estoca produtos (matérias-primas, componentes, produtos em processo, produtos finais) entre o ponto de origem e o ponto de consumo e fornece informações gerenciais da condição e disposição dos itens armazenados. A armazenagem possui como função gerenciar o uso do espaço e do tempo de permanência. As decisões sobre armazenagem incluem: localização, dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos para movimentação, tipo e sistemas de armazenagem. A função de armazenamento ocorre em três níveis: tempo, localização e forma. No que diz respeito ao tempo, as atividades de planejamento, programação e controle garantem um mapeamento do fluxo de materiais, permitindo a seleção do equipamento mais apropriado e, com isso, a movimentação de um número maior de itens, reduzindo os custos no sistema de armazenagem. Já em relação à localização, a ideia é maximizar o aproveitamento dos espaços físicos de estocagem. Por fim, no que se refere à forma, há a busca por formas geométricas idênticas obtidas com o armazenamento de carga em paletes (unitizada). É possível resumir os principais objetivos da armazenagem citando os seguintes itens: Máximo aproveitamento do espaço. Introdução e conceitos fundamentais de armazenagem3.1 Utilização efetiva da mão de obra e dos equipamentos. Movimentação eficiente dos itens. Acesso fácil a todos os itens. Máxima proteção dos itens. Boa qualidade do armazém. Funções de um armazém: consolidação, merge in transit (combinação), desmembramento (break bulk) e cross docking. Está relacionada ao uso de armazéns para prover economia de escala durante o transporte. Os produtos são agrupados em um único carregamento para serem entregue ao cliente. Segundo Dias, (2008, p. 207), neste tipo de armazém são recebidas grandes quantidades de produto de um fornecedor, que são fracionados em lotes menores conforme a necessidade dos clientes. Este tipo de armazém efetua a consolidação de determinado produto adicionando um item que proporcione maior valor agregado. Trata-se da movimentação de produtos recebidos do fornecedor diretamente para expedição para determinados clientes, evitando todo o processo de armazenagem. Figura 7 - Consolidação de carga Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Figura 8 - Desmembramento de carga Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 9 - Combinação de carga Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Figura 10 - Cross docking Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/09.png Videoaula - Introdução a armazenagem Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698914233". Videoaula - Classificação das cargas Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698914492". Deve ser considerada a natureza das cargas para efetuar a seleção correta dos equipamentos de movimentaçãode carga, fazer bom uso da área útil de estocagem e dispor do tipo correto de armazém. Características da carga3.2 A Figura 11 ilustra a classificação das cargas: Entre as cargas gerais mais comuns, encontram-se: sacas, fardos, caixas, engradados, tambores e contêineres, entre outros. As cargas especiais são compostas principalmente por alimentos perecíveis, carga viva e materiais perigosos. Já as cargas granel são negociadas em grandes lotes, sem acondicionamento e/ou embalagem. Entre os produtos que a compõem, destacam-se: grãos, minério (sólido), derivados de petróleo, combustível (líquido) e gases. Na armazenagem, as características dos materiais são imprescindíveis para maior efetividade no processo de acondicionamento dos mesmos. As principais características dos materiais são: peso, volume, dimensões, valores e fragilidade. Embalagem A embalagem é outro item de fundamental importância na movimentação e armazenagem dos materiais. Ela traz possibilidades que impactam desde o meio ambiente até a logística propriamente dita, passando por marketing, design e engenharia, entre outros. Figura 11 - Classificação das cargas Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/11.png Funções da embalagem As funções da embalagem podem ser agrupadas nos seguintes grupos: Contenção. Proteção. Comunicação. A contenção diz respeito a manter o produto de forma a evitar vazamentos. A proteção está relacionada à possibilidade de manuseio do produto até o consumo final sem que ocorra dano à embalagem ou ao produto. E a comunicação permite transmitir a informação adequada sobre o produto, fazendo uso de várias ferramentas, como símbolos, impressões e cores. Classificação da embalagem As embalagens podem ser classificadas de acordo com os seguintes grupos: Embalagem de contenção (ou primária): é a embalagem que está em contato com o produto. Embalagem de apresentação (ou secundária): é aquela que protege a embalagem de contenção (primária). Embalagem de comercialização (ou terciária): é a que carrega embalagens primárias e secundárias, visando à comercialização. Embalagem de movimentação e transporte (ou quaternária): é aquela que agrupa as embalagens de comercialização por meio de um processo denominado unitização. Unitização Figura 12 - Embalagem Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/12.png Trata-se do agrupamento de vários volumes em um único volume, sendo obtida pela união de mercadorias de pesagens, tamanhos e formatos distintos em cargas com volumes unitários. A unitização traz as seguintes vantagens: possibilidade de reduções de custo hora/homem; diminuição de acidentes; melhora no tempo de rotulagem; otimização das operações de movimentação; menor risco de danos aos produtos. Além disso, permite melhorias como: controle mais eficiente do inventário; melhor aproveitamento dos equipamentos de movimentação; rapidez e agilidade no processo de estocagem; maior racionalização do espaço de armazenagem; uniformização do local de estocagem. Entre os equipamentos de unitização, destacam-se os paletes, os big bags e os contêineres. Palete Trata-se de um estrado de madeira, metal, plástico ou fibra disposto horizontalmente sobre o qual os materiais podem ser empilhados com estabilidade. Figura 13 - Unitização de mercadorias Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/13.png Figura 14 - Palete unitizado Fonte: FrancisRomeo/pixabay. Figura 15 - Palete Fonte: TheDigitalArtist/pixabay.co Contêiner Segundo Keedi (2005, p. 57), trata-se de um “equipamento de transporte, de diferentes tipos, com dimensões padronizadas, próprio para unitização de carga geral, granéis sólidos e líquidos”. O primeiro modelo a ser criado, sendo um dos mais utilizados atualmente, foi o dry box, que é totalmente fechado e com portas no fundo. É adequado para o transporte de cargas gerais secas e resistentes. Além do dry box, existem os seguintes modelos: dry box open top; dry box flat rack; dry box plataforma, livestock (carga viva); bulk container (para graneis sólidos); ventilated (ventilado); reefer (refrigerado); tank (tanque). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/14.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/15.jpg Figura 16 - Contêiner Fonte: wolfgang59b/pixabay. Figura 17 - Contêineres de 20 e de 40 pés Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Tabela 1 - Dimensões de contêiner (20´, 40´, 40´ HC) Equipamentos 20’ 40’ 40’ HC Medidas externas Comprimento 6,06 m 12,19 m 12,19 m Altura 2,44 m 2,44 m 2,44 m Largura 2,35 m 2,59 m 2,89 m Medidas internas Comprimento 5,9 m 12,03 m 12,03 m Altura 2,35 m 2,35 m 2,35 m Largura 2,38 m 2,38 m 2,69 m https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/16.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/17.jpg Equipamentos 20’ 40’ 40’ HC Peso Tara 2.240 kg 3.730 kg 3.920 kg Cap. de carga 21.760 kg 26.750 kg 26.560 kg Cap. bruta de carga 24.000 kg 30.480 kg 30.480 kg Fonte: Elaborado pelo autor (2021). Os tipos de armazenagem mais comuns são almoxarifado, depósito e centro de distribuição. Almoxarifado Almoxarifado de matérias-primas. Almoxarifado de componentes. Almoxarifado de produtos em processo. Almoxarifado de produtos acabados. Almoxarifado de ferramentas. Depósito De acordo com Dias, (2008, p. 176), “trata-se de uma área reservada para estocagem, guarda, proteção e controle de materiais acabados, destinados a consumo ou transformação” futura ou para possibilitar a consolidação de lotes a serem despachados. Centros de distribuição Tipos de armazenagem3.3 Figura 18 - Armazém Fonte: Mauricio Graiki/istock. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/18.jpg Os centros de distribuição (CD) são áreas de armazenagem com alto grau de sofisticação, pois são providos de ampla tecnologia de informação. Em geral, são empregados em operações de alta rotatividade. Recebem grandes e variados lotes, que passarão por alguma preparação e serão enviados para os clientes. Armazéns Os armazéns são pontos de estocagem regionais de grande porte e podem ter várias estruturas distintas. As formas ou características de construção dependerão dos fins aos quais se destinam. Galpão Funciona como um suporte do armazém, sendo normalmente uma construção rudimentar e coberta, localizada entre os armazéns. Pátio Tem a função de auxílio operacional no armazém e normalmente é uma área pavimentada descoberta. Possui áreas de empilhamento demarcadas, com vias de acesso para equipamentos de movimentação. Silos Os silos servem para armazenar cereais, fertilizantes ou rações animais e podem ser abastecidos por sistemas transportadores com esteiras. Podem ser de metal, aço ou concreto armado. Tanque Recipiente de grande capacidade volumétrica destinado a armazenar fluidos. Há tanques de diferentes dimensões, podendo ser fabricados de metal ou fibra. Classificação de carga Granel: carga transportada nos porões dos navios mercantes sem embalagem ou acondicionamento especial, sem marca de identificação e sem contagem de unidades (grãos, cereais, líquidos, carvão, minérios etc.). Equipamentos de movimentação Equipamentos de armazenagem3.4 Conforme Dias (2008, p. 220), destacam-se entre os principais equipamentos de movimentação: “veículos industriais; carrinhos industriais; empilhadeiras; rebocadores; AGV; equipamentos de elevação e transferência; talhas; guindastes fixos; pontes rolantes etc.” Quanto à seleção dos equipamentos de movimentação, algumas peculiaridades devem ser consideradas, como capacidade de carga e elevação, peso máximo na altura máxima e custos de aquisição e operação. Figura 19 - Carrinho Fonte: Hitcom/pixabay. Figura 20 - Empilhadeira Fonte: OpenClipart-Vectors/pixabay. Figura 21 - Paleteira Fonte: TLSlik/pixabay. Figura 22 - Movimentação de empilhadeiras no pátio Fonte: 12019/pixabay.Figura 23 - Materiais em armazém Fonte: tianya1223/pixabay. Figura 24 - Equipamento para movimentação de contêiner Fonte: TrainLearnGrow/pixabay. Figura 25 - AGV (veículo autoguiado) Fonte: Vanit Janthra/istock. Figura 26 - Guindaste Fonte: OpenClipart-Vector/pixabay. https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/26.png Figura 27 - Ponte rolante Fonte: sebastianVennebusch/pixabay. Recapitulando a Unidade 3 Na primeira parte desta unidade, foram apresentados os conceitos fundamentais do sistema de armazenagem, mostrando o seu papel de gerir a relação entre o espaço e o tempo no que se refere aos itens envolvidos nesse processo. Foi explicado também que três aspectos são muito importantes para o planejamento e a administração da armazenagem: tempo, localização e forma. A segunda parte desta unidade apresentou as diversas classificações de carga, expondo também a importância da embalagem na armazenagem e na movimentação de cargas. Por fim, foi explicada a técnica de unitização e os equipamentos empregados para tal, como paletes, contêineres e big bags. A terceira parte apresentou os diversos tipos de armazenagem, assim como a função a que se destinam. Entre eles, foram apresentados: armazém, depósito, almoxarifado, pátio, silo e tanque. A quarta e última parte da unidade mostrou a importância da seleção do equipamento ser adequada para a movimentação da carga a ser armazenada. Alguns dos equipamentos apresentados foram: paleteiras, empilhadeiras, carrinhos de movimentação, pontes rolantes e guindastes, entre outros. Aspectos de movimentação e segurança na armazenagem4 Neste tópico serão apresentadas as estratégias frequentemente utilizadas pelos operadores logísticos para a decisão do layout operacional e do número, tamanho e localização mais apropriados para o armazenamento dos materiais. O layout operacional de um sistema de armazenagem é definido com a apresentação e a disposição dos materiais na praça útil, em corredores, pilastras, área de segurança, escritórios, banheiros etc. O desenvolvimento de um layout de armazém consiste em: definir a localização de todos os obstáculos; identificar as áreas de recebimento e expedição; posicionar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e estocagem; estabelecer o sistema de localização de estoque; verificar as alternativas de layout do armazém. Rodrigues (2010) explica que a área útil de armazenagem (AU) consiste no conjunto total de espaços realmente destinados à estocagem, não apenas à área total do piso. Áreas destinadas aos corredores (transversais e longitudinais), pilastras, colunas, escritórios e banheiros devem ser subtraídos do cálculo de AU, pois são considerados como não utilizáveis. A Norma Regulamentadora nº 11, que se refere a transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, estabelece que o material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 50 cm. Exemplo: considere as seguintes dimensões: área do piso: 120 m x 40 m; área de segurança de 1 m de largura ao redor do perímetro do armazém; um corredor longitudinal de 8 m de largura; três corredores transversais de 6 m; escritórios, sanitários, refeitórios etc. de 12 m x 6 m; pé direito de 5 m. Vamos aos cálculos: a. Área do piso = 40 m x 120 m = 4.800 m b. Área útil para empilhamento = 38 m x 118 m = 4.484 m c. Redução de área A - B = 4.800 m - 4.484 m = 316 m d. Área do corredor longitudinal = 8 m x 118 m = 944 m e. Área do corredor transversal = 6 m x 38 m x 3 = 684 m f. Área das instalações = 12 m x 6 m = 72 m g. Área das interseções = 3 x 8 m x 6 m = 144 m Layout de armazém4.1 Figura 28 - Layout operacional Fonte: Adaptado pelo autor (2021). Figura 29 - Layout de armazém Fonte: icondigital/pixabay. 2 2 2 2 2 2 2 2 2 h. Cálculo da área útil = (A - C - D - E - F + G) = 4.800 - 316 - 944 - 684 - 72 + 144 = 2.928 m i. Taxa de ocupação = (H / A) x 100% = (2.928 / 4.800) x 100% = 61% j. Capacidade volumétrica = H x pé direito = 2.928 x 5 = 14.640 m 2 3 Videoaula - Layout operacional Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698914774". Cargas com menor densidade exigem maior disponibilidade de espaço (capacidade volumétrica), ao passo que as cargas com maior densidade necessitam de equipamentos e estruturas mais robustos. Dessa forma, o fator de estiva representa um elemento significativo no dimensionamento no armazém, podendo ser definido como o volume ocupado por uma tonelada de determinada mercadoria. Exemplo: a empresa ABC recebeu 13 toneladas de um determinado produto e foi possível perceber que o volume ocupado por esse lote foi de 20 m³. Vamos determinar o fator de estiva dessa mercadoria. Fe = Fator estiva Fator de estiva ponderado Fator de estiva4.2 O fator de estiva de um armazém pode ser obtido a parir da ponderação dos fatores de estiva dos materiais que estão nesse armazém. Para isso, é necessário considerar a participação dessa mercadoria na ocupação do armazém e lhe atribuir o respectivo percentual. Para concluir, o fator de estiva da mercadoria no armazém será igual ao fator original da mercadoria vezes o percentual de ocupação desse produto. Veja um exemplo na Tabela 2. Tabela 2 - Exemplificando o fator de estiva ponderado Mercadoria Fator de estiva % do armazém Fator de estiva ponderado Fardos 2,5 20 50 Sacaria 2,2 25 55 Caixaria 3,0 30 90 Cartões 3,8 10 38 Tambores 2,0 15 30 TOTAL 100 263 Fonte: Adaptado de Keedi (2005). Serão apresentados neste tópico os conceitos de quebras de espaços, taxa e capacidade de ocupações em armazéns. Todos os espaços perdidos na armazenagem denominam-se quebra de espaço. São os espaços deixados entre e ao redor dos lotes de carga armazenados em decorrência de algum aspecto na geometria da carga, causando consequente incompatibilidade com a área do armazém. Exemplo: Quebra de espaço4.3 Figura 30 - Exemplos de quebra de espaço na área de armazenagem Fonte: Elaborado pelo autor (2021). https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/30.png Dados Peso do produto armazenado: 80 toneladas. Espaço ocupado pelo produto: 7,2 m de comprimento, por 6,6 m de largura e altura de empilhamento de 4 m. Foi reservado para armazenamento dos outros lotes 1 m em todo o seu perímetro. O fator de estiva desse produto é de 2,3 metros cúbicos por tonelada. Vamos calcular o espaço que esse lote efetivamente ocupa. Quebra de espaço - Resolução do exemplo 1 [(7,2 + 0,5) x (5,6 + 0,5)] x 4 m [7,7 x 6,1] x 4 m 46,97 m x 4 m Espaço efetivamente ocupado = 187,88 m Caso esse lote pese 80 toneladas, a quebra de espaço observada no empilhamento será: 187,88 / 80 = +/- 2,35 m Sabendo-se que o fator de estiva da sacaria de café é de 2,20 m /ton e aplicando o índice para empilhamento calculado de 2,35 m3/ton, logo: Quebra de espaço - fator de estiva 2,35 - 2,2 = 0,15 Portanto, a quebra de espaço observada é de: (0,15/2,2) x 100 = +/- 6,8% Espaço - Lote Para calcular de forma simplificada a área (A) que será ocupada por um lote, utilize a seguinte fórmula: A = peso x (fator de estiva + quebra de espaço %) / altura do empilhamento. Obs.: a unidade de medida utilizada para o resultado é m . Exemplo: 80 toneladas de sacos de café (fator de estiva = 2,2 m /ton; quebra de espaço = 6,8%; altura média de empilhamento de 4 m). 80 toneladas de CKD (fator de estiva = 3,8 m /ton; quebra de espaço = 45%; altura média de empilhamento de 2,5 m). 2 3 3 3 2 3 3 O Warehouse Managment System (WMS, sigla em inglês para Sistemas de Gerenciamento de Armazéns) é utilizado em todos os processos do armazém. Trata-se de um software responsável pelas atividades de gerenciamento do armazém, entre as quais destacam-se: Recebimento; Armazenamento; Expedição. No recebimento, o WMS realiza as seguintes ações: Agendamento do recebimento de caminhões, determinando dia, hora e porta/doca. Priorizaçãodo desembarque, liberando espaço e abastecendo a empresa. Captura das notas fiscais dos fornecedores, via de interface com sistemas ERP e/ou corporativos. Controle da qualidade dos materiais recebidos, adicionando as mais diversas opções de controle. No caso de indústrias, o WMS permite interface com ordens de fabricação. Controle das devoluções de clientes. Verificação dos itens recebidos. Emissão de etiquetas de códigos de barras para volumes e/ou peças. Permite o recebimento de materiais no método cross docking. No armazenamento, o software WMS pode realizar as seguintes ações: Determinar os endereços dos produtos a serem armazenados, definindo parâmetros como: zona, rotatividade e família de produtos. Estabelecer as posições, utilizando regras políticas como: FIFO, peso e picking, entre outros. Efetuar o controle de diferentes estruturas de armazenagem, como: prateleiras, porta paletes, drive-in, docas, blocos etc. Na expedição, o WMS realiza as seguintes atividades: Permite controlar a expedição de caixas, volumes e/ou paletes e volumes. Possibilita a emissão de lista de conteúdo de caixas, volumes e/ou paletes. Gera interfaces com sistemas corporativos como ERP, TMS e YMS. Tem a opção de emissão de notas fiscais. Administra o cancelamento de pedidos e a devolução de mercadorias para o estoque. Sistemas de Gerenciamento de Armazéns (WMS)4.4 Videoaula - - Vídeo do WMS Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698915215". Videoaula - WMS - Warehouse Management System | Sistema de Gerenciamento de Armazem | Gerenciamento de Estoque Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://www.youtube.com/embed/SwtfFCpEUt8". Práticas profissionais - Recebimento e armazenagem Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698915281". Práticas profissionais - Como dimensionar um armazem Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/698915434". Recapitulando a Unidade 4 Na primeira parte desta unidade, abordamos os parâmetros a serem considerados na definição do layout operacional, tais como os aspectos envolvendo a segurança durante a movimentação das cargas e o percentual de utilização da área do armazém. A segunda parte demonstrou a importância do fator de estiva para um melhor aproveitamento da área de armazenamento, considerando a relação peso x volume, que impacta principalmente as mercadorias de baixa densidade. Já na terceira parte, foram apresentadas formas de calcular a quebra de espaços nos armazéns quando a mercadoria não dispõe de forma geométrica a permitir melhor alocação e, consequentemente, melhor aproveitamento da área do armazém. A quarta parte apresentou o Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS, na sigla em inglês) e suas respectivas funcionalidades para auxílio nas tarefas de recebimento, armazenagem e expedição, tudo isso efetuado e integrado com recursos da tecnologia da informação. Autoria Autor Mestrado em Engenharia de Produção; MBA em Gestão Empresarial; MBA em Controladoria; pós-graduação em Gerenciamento Estratégico de Pessoas; pós-graduação em Gerenciamento de Manutenção; pós-graduação em Administração Industrial; graduação em Ciência da Computação. Profissional com mais de 33 anos de experiência. Ao longo da minha carreira, desenvolvi diversos projetos de melhoria no âmbito da logística atuando como gestor empresarial, mestre pesquisador e professor, além de prestar serviços de consultoria a diversas empresas. Me. Glauco Roberto Pereira Silva Glossário Grau de conformidade em relação a um padrão. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Container graneleiro, ou seja, próprio para o transporte de cargas a granel. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Passagem das mercadorias que chegam, rapidamente para a expedição destas mesmas mercadorias para os clientes. O cross docking é um sistema no qual os bens entram e saem de um centro de distribuição (CD), sem ali serem armazenados. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Processo de retirar produtos dos estoques para consolidar carga para um determinado cliente. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Classificação de materiais, vide classificação ABC. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Veículo autoguiado. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Atividade responsável pela procura de fornecedores e materiais e obtenção pela compra, transformação, permuta e doação. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Área destinada à guarda de materiais. Lugar coberto, onde os materiais/produtos são recebidos, classificados, estocados e expedidos. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Accuracy Bulk container Cross docking Picking ABC AGV ( Automated guided vehicle ) Aquisição de materiais Armazém http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf Carga homogênea não embalada. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Carga geral acondicionada (unitizada) em paletes. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Armazém com produtos acabados e itens de serviços, oriundos de mais de uma fábrica e dedicados a atender mais de um mercado. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Equipamento de metal no formato de uma grande caixa, que serve para o transporte de diversos materiais, fazendo assim uma unitização de cargas. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Planejamento dos recursos do negócio. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Sistema de controle de estoques em que o material que entra primeiro deve ser utilizado primeiro. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario- logistica.pdf] . Indicadores-chave de desempenho. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Arranjo físico dos recursos de atividades, como máquinas, grupos de pessoas, estações de trabalho, áreas de armazenamento e ilhas de descanso. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Carga a granel Carga paletizada Centro de distribuição Container ERP ( Enterprise resource planning) FIFO ( First in, first out KPI (Key performance indicator) Layout Lote econômico http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdfhttp://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf Modelo que fixa quantidades de um item para serem comprados ou produzidos, que minimizem os custos combinados de aquisição/fabricação. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Desenvolvido para bebidas, medindo 1,25 m x 1,05 m. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Consolidação de diversas unidades de materiais e componentes sobre uma plataforma de madeiras (estrado) ou outro tipo de material, visando tornar mais ágeis e seguras as operações de manuseio, armazenagem e movimentação por meio de empilhadeiras e paleteiras, reduzindo em grande parte a mão de obra e agilizando o processo de movimentação do produto. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Sistemas de Gerenciamento de Transporte. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . Processo de reorganização e agrupamento de produtos para sua gestão unificada na armazenagem e transporte. Fonte: www.mecalux.com.br [https://www.mecalux.com.br/blog/unitizacao-cargas] . Sistemas de Gerenciamento de Armazém. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . É a área demarcada nos armazéns, próxima das rampas/plataformas de carregamento, onde os materiais que serão embarcados/carregados são pré-separados e conferidos, a fim de agilizar a operação de carregamento. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . É a área demarcada nos armazéns, geralmente próxima da entrada, onde as embalagens, produtos e materiais recebidos são desembalados, separados, classificados de acordo com o Palete PBR Paletização TMS ( Transportation Management Systems Unitização WMS ( Warehouse Management System Área de expedição Área de quebra http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf https://www.mecalux.com.br/blog/unitizacao-cargas http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf sistema ou interesse de armazenamento do armazém/empresa. Fonte: selflogistica.com.br [http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf] . http://selflogistica.com.br/site/downloads/glossario-logistica.pdf Bibliografia CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. São Paulo: Pearson, 2011. DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. FIGUEIREDO, K. F.; FLEURY, P. F.; WANK, P. (Org.). Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo: Atlas, 2012. FRANCISCHINI, P. G., GURGEL, F. A. Administração de Materiais e do Patrimônio. São Paulo: Pioneira, 2002. KEEDI, S. Transportes, unitização e seguros internacionais de carga: prática e exercícios. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2005. POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2016. NOVAES, A. G. 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