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FACULDADE DO SERTÃO CENTRAL 
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “ A alegria não chega apenas no encontro 
do achado, mas faz parte do processo da 
busca. E ensinar e aprender não podem dar-
se fora da procura, fora da boniteza e da 
alegria. ” 
(Paulo Freire) 
 
Caro aluno, 
Cara aluna, 
Você está recebendo os conteúdos que serão abordados na disciplina 
História da Educação. Os textos aqui contidos irão nortear o 
desenvolvimento dos conteúdos e disseminar os pressupostos que 
envolvem a concepção dessa área do conhecimento e como ela promove a 
leitura da realidade. É importante entender e compreender a História da 
educação no mundo e em nosso país, e suas principais mudanças e 
evoluções ao longo dos anos até os dias atuais. 
Nos conteúdos, você encontrará informações importantes, que lhe 
ajudarão a compreender a trajetória e História da Educação de modo geral 
e no Brasil, bem como, os processos envolvidos na construção e 
funcionamento da educação. 
Essa apostilha foi elaborada com objetivo de fazer com que você 
enquanto estudante do Curso de Graduação em Pedagogia, possa a partir 
desses estudos, compreender o papel das instituições de ensino, baseando-
se em suas leis e suas implicações pedagógicas. 
Sucesso e bons estudos
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
1.UNIDADE 01.................................................................................................05 
1.1 CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA..............................05 
1.2 EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL..........................................07 
1.3 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NA ANTIGA GRÉCIA E ROMA................09 
2.UNIDADE 02...............................................................................................14 
2.1 IDADE MÉDIA.........................................................................................14 
2.2 O RENASCIMENTO................................................................................15 
2.3 A EDUCAÇÃO NO INICIO DOS TEMPOS MODERNOS.......................16 
3.UNIDADE 03..............................................................................................18 
3.1 EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL................................................18 
3.2 A EDUCAÇÃO NO BRASIL DE 1808-1822...........................................19 
3.3 A EDUCAÇÃO DE ELITE NO PERÍODO IMPERIAL (1822 – 1889)......20 
3.4 A REPÚBLICA VELHA E A EDUCAÇÃO (1889-1930).........................21 
3.5 ERA VARGAS..........................................................................................23 
3.6 DITADURA MILITAR...............................................................................25 
3.7 EDUCAÇÃO PÓS-DITADURA................................................................28 
 
4.REFERÊNCIAS................................................................................................32 
 
5 
 
1. UNIDADE 01 
1.1 CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA 
A história é uma ciência humana que estuda a exploração humano ao longo do 
tempo. A história analisa processos históricos, personagens e fatos para entender um 
determinado período histórico, cultura ou civilização. A origem do vocábulo significava 
ou estava relacionada a: 
— A noção de passado ou “o que aconteceu”. 
— A capacidade de ver. 
— O conceito de testemunha. 
— O ato ou a capacidade de saber, procurar. 
— A informação e com o ato de procurar. 
 
Um dos principais intentos da história é recriar o aspecto cultural de um 
determinado povo ou região. Entender o processo de desenvolvimento. Compreender 
o passado também é importante para entender o presente. 
O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré-História (antes do 
surgimento da escrita) e a História (após o surgimento da escrita, por volta de 4.000 
a.C). Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes 
materiais (ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e 
artísticas (arte rupestre, esculturas, adornos). 
Já o estudo da História conta com um conjunto maior de fontes para serem 
analisadas pelo historiador. Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos 
materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc. Para facilitar 
o estudo da História ela foi dividida em períodos: 
6 
 
 Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C. 
 Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C até 476 (invasão do Império 
Romano) 
 Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de 
Constantinopla pelos turcos otomanos). 
 Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa). 
 Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje. 
Um relato supõe uma seleção de fatos a partir da sua relevância, por critérios 
estabelecidos por alguém. O que pretendemos enfatizar é que, mais importante do 
que saber o que o historiador estuda, é perguntar-se como ele o estuda porque, 
retaguarda da seleção e relato dos fatos, encontram-se sempre pressupostos teóricos 
que orientam sua interpretação. Estamos nos referindo a uma filosofia da história que 
se acha subjacente ao processo. 
É importante estudar a educação sempre estabelecendo relações com o 
contexto histórico geral, observando a sincronia existente entre as crises da educação 
e as crises do sistema. 
A educação é um fato que se verifica desde as origens da sociedade humana. 
Caracteriza-se como um processo por obra do qual as gerações jovens vão adquirindo 
os usos e costumes, as práticas e hábitos, as ideias e crenças, numa palavra, a forma 
de vida das gerações adultas. 
Há um caráter comum em todo o processo educativo: quer seja espontânea ou 
reflexiva, a educação é um fenômeno mediante o qual o indivíduo se apropria em 
quantidade maior ou menor da cultura (língua, ritos religiosos e funerários, costumes 
morais, sentimentos patrióticos, conhecimentos) da sociedade onde se desenvolve, 
onde se adapta ao estilo de vida da comunidade, onde se faz o progresso. 
A teoria pedagógica descreve o fato educativo: busca suas relações com outros 
fenômenos; ordena-o e o classifica; procura os fatores que o determinam, as leis a 
que se acha submetido e os fins que persegue. A arte educativa, por sua vez, 
determina as técnicas mais apropriadas para obter o melhor rendimento pedagógico: 
é uma aplicação metódica da ciência da educação. 
Normalmente se divide a História em grandes unidades: Antiga, Média, 
Moderna e Contemporânea, colocando a salvo o chamado inflação dos conceitos 
históricos. A seleção dos fatos é realizada a partir de sua importância. 
As vertentes que delimitam as unidades históricas na vida da educação são: 
 O fator pragmático: a eficácia e influência do fato pedagógico na sociedade. 
7 
 
 O fator histórico-cultural: alimento do qual se nutre o processo educativo em 
cada tempo e lugar. 
 O fator progressivo: o avanço didático e dialético, o acerto educativo que 
supera ideias ou instituições precedentes. 
 
1.2 EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE ORIENTAL 
O objetivo da educação nos povos primitivos é promover o ajustamento da 
criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição da experiência de 
gerações passadas. 
Entre os povos primitivos a criança 
adquire o conhecimento necessário por meio da 
imitação: 
 1ª fase (primeiros anos de vida) – 
imitação inconsciente. 
 2ª fase (adolescência) – imitação 
consciente. 
As cerimônias de iniciação possuem 
especial valor educativo nos seguintes aspectos: moral, social, político e religioso. 
Animismo é a crença de que tudo possui uma alma. O aprendizado dos 
métodos que apaziguarão o mundo dos espíritos constitui a parte mais importante da 
educação. Do animismo provêm as religiões naturais, as primeiras filosofias e as 
ciências rudimentares 
Os primeiros professores são: inicialmente, a classe formada peloschefes de 
grupos familiares. Posteriormente, a instrução passa a ser dada pelos sacerdotes, que 
se constituem nos primeiros professores profissionais. 
Na Índia dominada pelas castas sociais, ligadas ao bramanismo e ao budismo, 
a educação era desenvolvida seguindo essas castas que apresentavam a seguinte 
ordem de importância: 
 Brâmanes: casta dos sacerdotes. Privilegiava-se a educação dos brâmanes, que 
eram educados a partir dos oito anos de idade, por mestres pertencentes a esta 
casta, e aprendiam textos sagrados, os Vedas, considerados como a fonte que 
alimentava o espírito do hindu. 
8 
 
 Xátrias: casta dos militares ou nobres 
guerreiros. Acontecia comumente no 
âmbito familiar. 
 Vaixás: casta dos grandes agricultores e 
comerciantes 
 Sudras: casta dos operários e 
camponeses, não recebiam educação. 
Os párias, que não pertencem a 
nenhuma casta e, não tendo origem 
divina, são intocáveis e miseráveis. 
Já a China era conservadora, voltada para a transmissão das experiências 
acumuladas pelos ancestrais. O objetivo da educação, nessa época, era preparar 
indivíduos para assessorar o Imperador nas suas funções administrativas e 
desenvolver nele não o poder da criação, mas o poder da imitação. 
Iniciava com a leitura do alfabeto chinês, aprendizagem da escrita. A fase superior 
memorizava-se os textos clássicos e desenvolvia a habilidade de interpreta-los e 
exalta-los. 
No Egito a astronomia destaca-se a substituição do antigo calendário lunar pelo 
solar e a divisão do ano em 3654 dias e do dia em 24 horas. Desenvolveram a 
aritmética e a geometria, a técnica da mumificação (anatomia). A cultura egípcia 
possui um forte caráter religioso. Desenvolveram um tipo especial de escrita, o 
hieróglifo era composto de sinais e quase sempre utilizada para fins religiosos. A 
educação formava escribas, funcionários administrativos e legais, médicos, 
engenheiros e arquitetos. A instrução superior acontecia na Casa da Vida, conhecida 
como depósito dos saberes. 
A educação familiar, inicialmente, era da pela mãe e, após, pelo pai, além da 
educação que se fazia nas oficinas artesanais, destinadas a maioria da população A 
música e a ginástica eram apenas para a classe guerreira. A educação era classista, 
articulada à escrita e desenvolvida de acordo com a classe social. 
Os Fenícios se destacaram no desenvolvimento do cálculo, escrita navegação e 
conhecimentos técnicos. 
O alfabeto fenício possibilitou a difusão da habilidade de escrever, até então 
privilégio de uma minoria. Esse alfabeto possuía 22 consoantes (sem as vogais) e, a 
partir dele, os gregos também organizaram o seu, assim como os europeus o fizeram. 
A educação era coletiva, ministrada por três figuras-guias das comunidades, o 
bardo, o profeta e o sábio, tido como educadores de massa. Na família, a autoridade 
paterna era central, o pai educava com severidade os filhos. A mulher tinha uma 
condição de subalternidade. 
9 
 
Os Hebreus superam a concepção politeísta, desenvolvem uma ética voltada para 
os valores individuais e preocupada com a interioridade moral. Valorizam o ofício e o 
reconhecimento do valor da educação manual. 
 
1.3 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NA ANTIGA GRÉCIA E ROMA. 
Considerada o berço da civilização ocidental, a Grécia suscitou um novo 
conceito de educação, propondo um processo de construção consciente. Na Grécia, 
as explicações predominantemente religiosas são substituídas pelo uso da razão 
autônoma, da inteligência crítica e pela atuação da personalidade livre, capaz de 
estabelecer uma lei humana e não mais divina. Surge a necessidade de elaborar 
teoricamente o ideal da formação, não do herói, submetido ao destino, mas do 
cidadão. Este deixa de ser o depositário do saber da comunidade para se tornar o que 
elabora a cultura da cidade. A ênfase no passado é deslocada para o futuro: o homem 
não está preso a um destino traçado, mas é capaz de projeto, utopia. 
Piletti & Piletti (1990) afirmam que os gregos foram os responsáveis por idéias 
e conceitos que se transformaram em ideais. Foram elas: 
 O conceito de liberdade política no Estado; 
 A ideia de que a educação é a preparação para a cidadania; 
 A idéia do desenvolvimento intelectual da personalidade; 
 A ideia do amor ao saber pelo saber a Filosofia; 
 A ideia de viver de acordo com a razão; 
 O conceito de homem como ser racional; 
 O conceito moral de personalidade; 
 Os conceitos de liberdade moral e responsabilidade moral; 
 A ideia de que o indivíduo deve procurar conhecer-se a si próprio 
(Sócrates). 
Esses foram apenas alguns dos muitos conceitos levantados pelos gregos. Um 
dos mais importantes legados deixados pelos gregos foi o conceito de Paidéia. O 
surgimento dessa palavra se dá por volta do século V a.C., que de início significa 
apenas criação dos meninos (pais, paidós, criança). Com o tempo, adquire nuanças 
que a tornam intraduzível. Não se pode evitar o emprego de expressões modernas 
como civilização, cultura, tradição, literatura ou educação, porém nenhuma delas 
coincide realmente com o que os gregos entendiam por Paidéia. Cada um daqueles 
termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global e, para abranger o 
campo total do conceito grego, teríamos que empregá-los todos de uma só vez. 
10 
 
Os ideais de educação grega foram os resultados de uma lenta evolução. Para 
fins didáticos, a educação helena pode ser dividida em etapas. As principais delas 
foram: o período homérico, a educação espartana, a educação ateniense, além das 
influências dos sofistas e de grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. 
O período homérico que abrange de 900 a 750 a.C. teve um caráter 
eminentemente prático. Homero teve grande importância para a cultura e educação 
gregas. Através dos poemas Ilíada e Odisséia, ele desenvolveu um conceito de 
educação baseado num duplo ideal de homem: um homem de ação e de sabedoria. 
Duas cidades se destacaram no que tange ao pensamento pedagógico grego: 
Esparta e Atenas. A rivalidade dessas cidades se dava pelo fato de os espartanos 
conceberem o homem como o resultado de seu culto ao corpo, devendo ser forte, 
desenvolvido em todos os sentidos, além de eficaz em todas as suas ações. Já os 
atenienses consideravam que a luta pela liberdade deveria ser um dos principais 
valores humanos, aliada a racionalidade e a retórica. 
 
A educação espartana que compreende de 750 a 600 a. C., aproximadamente, 
tinha como principal objetivo dar a cada indivíduo um nível de perfeição física, 
coragem e hábito de obediência às leis que o tornasse um soldado ideal. O homem 
espartano deveria ser um modelo de bravura, vigor e tenacidade. Piletti & Piletti (1990) 
observam que, até os sete anos de idade, o menino ficava sob os cuidados diretos de 
sua mãe, de quem recebia um treino rigoroso. Depois era tirado do lar e colocado em 
casernas públicas custeadas pelo Estado, onde comiam em mesas comuns, 
ajudavam no fornecimento do alimento necessário, caçavam os animais selvagens e 
participavam de danças corais. Todo o resto do tempo era gasto com a ginástica, que 
constituíam o elemento principal de sua educação. A partir dos dezoito anos, o jovem 
dedicava-se ao estudo das armas e das manobras militares. Dos vinte aos trinta anos, 
seu treino era na guerra. Devido a toda essa preparação, Esparta passou a acumular 
um grande número de triunfos militares. 
11 
 
Já a educação grega em Atenas tinha pouco em comum com a educação de 
Esparta. Enquanto Esparta enfatizava a educação física a serviço da guerra para 
manter o Estado, em Atenas surgia o ideal da formação completa do homem, sendo 
colocadas no mesmo nível tanto o culto do corpo quanto do intelecto. A criança 
ateniense, durante os primeiros sete anos, estava inteiramente a cargo da família, 
sobretudo aos cuidados de amas e escravos. O menino ateniense, mal deixava os 
cuidados da ama, eraentregue a um pedagogo, escravo encarregado de guiar as 
crianças à escola. 
Foi na Grécia que teve início a chamada História da Educação com o sentido 
que a nossa realidade educativa atual apresenta. Foram os Gregos quem, pela 
primeira vez, colocaram a educação como problema, fato este que se deve a sua visão 
universal. Mas foi no século V a. C., com os Sofistas e depois com Sócrates, Platão, 
Sócrates e Aristóteles que o conceito de educação alcançou o estatuto de uma 
questão filosófica. 
 
Se os sofistas foram considerados grandes professores, Sócrates é o grande 
educador da época. Nasceu em 469 e morreu em 399 aC. Dedicou sua vida inteira 
aos aspectos cívicos, intelectuais, políticos e, principalmente, à virtude do educando. 
Utilizava Maiêutica e Ironia como métodos pedagógicos; fazia perguntas às pessoas 
e, através da ironia, direcionava as respostas, ou seja, cada um chegava à sua própria 
resposta. Platão, fazendo apologia de Sócrates, disse que este recomendava aos 
amigos para ter bastante preocupação com a educação pela virtude e menos com a 
riqueza. Xenofonte dissera que Sócrates era quem mais tinha cuidado com a virtude, 
piedoso, dava conselhos, era justo, que sua educação se baseava na troca de ideias 
e acreditava que Aretê aristocrático pudesse ser de todas as pessoas. 
12 
 
Havia grande preocupação com a ética, moral, virtude, verdade, conhecimento 
comunicável, etc. O fim último não era o Estado e sim a virtude. O diálogo socrático 
era considerado um dos primeiros aspectos do método indutivo, parte das ideias 
particulares para chegar a uma conclusão geral, expressando definições; aceito, 
também, como início da Dialética e, por esses motivos responsáveis pelo começo do 
ensino dinâmico. Para muitos estudiosos do assunto, Sócrates foi o primeiro 
humanista da cultura Ocidental. Existiam acusações sobre alguns ângulos do trabalho 
do grande mestre; críticas dizendo que ele não se preocupava com o ensino religioso, 
nem com a cultura helenística, porém reconhecem que desenvolveu uma pedagogia 
intelectualista, dialógica, dialética e indutiva, seduzindo-nos ainda hoje. 
Platão nasceu em 427 e morreu em 347 aC. Era de família nobre, foi discípulo 
de Sócrates, considerado fundador da pedagogia, chegou a ser escravo, depois, 
liberado; fundou sua célebre Academia de Atenas, organizando a investigação 
sistemática, realizando estudos superiores, de caráter político e filosófico; entre seus 
alunos, deixou Aristóteles e escreveu duas grandes obras: A República e As Leis. 
Sua pedagogia idealista, mas com fundamentos na realidade. Preocupado com 
os destinos de Grécia Antiga, pensou em uma educação a serviço do Estado e um 
Estado a serviço da educação. Refutava a idéia do Estado sem educação e educação 
sem Estado. Para ele, o Estado era o indivíduo em tamanho grande, coletivo. 
Acreditava que a pessoa estava constituída em três grandes pontos: 
 Os instintos, de caráter biológico e irracional; 
 O valor ou desejo de combatividade; 
 O racional ou espiritual. 
A educação para Platão começava antes do nascimento, com a 
regulamentação dos matrimônios. Acreditava que, na primeira infância, deveriam 
predominar os jogos e o lúdico. Aos 7 anos, com os exercícios físicos, músicas e, aos 
poucos, introduziram a literatura, até os 18 anos, quando começava a efebia, 
preparação para o cumprimento cívico e militar. Dentre os melhores desse grupo, 
seriam escolhidos os governantes, cuja educação devesse prolongar até aos 50 anos 
de idade ou por toda a vida. Pensava em educação autêntica para homens e 
mulheres, mas separados. Na obra As Leis desejava que a educação dos 10 aos 13 
anos devesse dar ênfase aos estudos das letras, mais 3 anos devesse dar lira. Depois, 
mais dois cursos de 3 anos cada um. Primeiro, um curso de Geometria, Astronomia e 
Aritmética, depois Dialética ou Filosofia. Pedia que fosse organizada inspeção; 
acreditava nos talentos individuais; educação no Estado justo, diferenciado de acordo 
com a posição da pessoa nas camadas sociais. 
13 
 
Aristóteles nasceu em 384 e morreu em 322 aC. Ingressou na Academia de 
Platão aos 18 anos de idade, permaneceu por 20 anos e, depois da morte do mestre, 
encarregou-se da educação de Alexandre Magno, da Macedônia. Retornou à Grécia 
e fundou o Liceu. Como professor de Alexandre, utilizou princípios da educação 
heróica de Homero, não se esquecendo das ciências, ética e política, durante os 4 
anos em que durou o aprendizado. 
Sua academia, em Atenas, era um centro de educação e investigação; durante 
a parte da manhã, havia grupos de estudos e pesquisas e, na parte da tarde, o tempo 
era dedicado à realização de conferências sobre temas de filosofia e política. 
Acreditava que a finalidade da educação fosse o bem moral, no que consistia 
a felicidade e realização humana na plenitude. Pregava a prática do bem e não apenas 
conhece-lo, nesse sentido, era realista. Dizia que três coisas podiam fazer o homem 
bom. A natureza, que nos é dada, mas pode ser modificada pelo hábito, que seria a 
segunda e, pela razão que seria a terceira. Todas devem estar em harmonia, dando 
mais ênfase a razão. Essas três coisas correspondem a três momentos da educação: 
a educação física, a do caráter e a intelectual. Deve-se tratar do corpo antes de pensar 
na alma; depois do corpo, é preciso pensar no instinto, se bem que em definitivo não 
se forme o instinto senão para servir a inteligência, nem se forme o corpo senão para 
servir a alma. (Aristóteles, 1980). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 UNIDADE 02 
2.1 IDADE MÉDIA 
O processo de educação na Idade Média era responsabilidade da Igreja. 
Existiam nesse período medieval escolas que funcionavam anexas às catedrais ou a 
escolas monásticas que funcionavam nos mosteiros, nesse contexto, a Igreja assumiu 
a tarefa de disseminar a educação e a cultura no medievo e o seu papel foi 
preponderante para o nosso legado educacional contemporâneo. 
A escola no 
período medieval era 
dirigida por um cônego, 
ao qual se dava o nome 
de scholarius ou 
scholasticus. Os 
professores eram 
clérigos de ordens 
menores e lecionavam 
as chamadas sete artes 
liberais: gramática, 
retórica, lógica, 
aritmética, geografia, 
astronomia e música, 
que mais tarde 
constituíram o currriculum de muitas universidades. 
Para acontecer o ensino precisava-se de uma autorização, essa era cedida 
pelos bispos e pelos diretores das escolas eclesiásticas que, com medo de perderem 
a influência, dificultavam ao máximo essa concessão. Reagindo contra essas 
limitações, professores e alunos organizaram-se em associações denominadas 
universitas, que mais tarde originou a palavra universidades. As universidades eram 
compostas por quatro divisões ou faculdades. A faculdade de Artes era o lugar onde 
a educação acontecia de forma mais geral, as faculdades de Direito, Medicina e 
Teologia trabalhavam o conhecimento de forma mais específica. Os diretores das 
faculdades eram chamados de decanos e eleitos pelos professores; o decano da 
Faculdade de Artes era o reitor e representava oficialmente a universidade. 
A metodologia de ensino baseava-se na leitura de textos e na exposição de 
ideias feitas pelos professores. As aulas muitas vezes eram animadas quando os 
debates entre mestres e alunos eram travados em público, discutiam sobre um tema 
determinado, essas aulas foram denominadas de scholastica disputattio. Esse 
processo de estudo foi muito usado por São Tomás De Aquino e foi chamado de 
escolástica. A escolástica teve seu apogeu no século XIII, o método proporcionou a 
criação de diversas Universidades por toda a Europa, como as de Paris, Oxford, 
Cambridge, Salerno, Bolonha, Nápoles, Roma, Pádua, Praga, Lisboa e assim por 
diante. Sendo que a Universidade de Bolonha ficou célebre por sua faculdade de 
Direito e Salerno, por sua faculdade de Medicina. 
15 
 
 
2.2 O RENASCIMENTOO Renascimento começou na Itália no século 14 e se alastrou por toda a Europa 
durante os séculos 15 e 16. Foi um período da história europeia marcado por um 
interesse renovado no passado clássico greco-romano, especialmente em sua arte. 
Para embarcar no conhecimento do mundo e das coisas do homem o movimento 
renascentista escolhesse a razão como principal meio de acesso ao conhecimento. 
O Renascimento deu direitos especiais à matemática e às ciências naturais. A 
acurácia dos cálculos também influiu os projetos estéticos dos artistas da época 
desenvolvendo novas técnicos de proporção e perspectiva. A pintura e a escultura 
renascentistas tentavam aproximar-se o mais possível da realidade. 
Consequentemente, a riqueza de detalhes e a fidelidade à representação do corpo 
humano constituíram alguns dos elementos usuais nas obras renascentistas. 
O humanismo representou uma tendência semelhante na ciência. O 
Renascimento confrontou importantes conceitos desenvolvidos pelo pensamento 
medieval. No campo da astronomia, a teoria heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro 
do cosmo se opunha velha ideia cristã de que a terra estava no centro do cosmos. O 
novo estudo da anatomia ampliou nossa compreensão do conhecimento médico da 
época. 
Os humanistas 
eram eruditos 
profissionais, geralmente 
da burguesia ou do clero, 
que, por meio de suas 
obras, exercem grande 
influência na sociedade 
como um todo; eles 
recusaram os valores e o 
modo de ser da velhice 
Média e se encarregaram 
de liderar mudanças nos 
métodos de ensino, 
desenvolvendo análises e 
críticas na pesquisa científica. 
Renascimento refere-se a um movimento cultural e artístico que se 
desenvolveu nos séculos XVI e XVII e herdou os valores da antiguidade clássica. 
Segundo Pântano Monroe, as atividades renascentistas abordavam três grandes 
interesses quase desconhecidos na velhice Média: 
16 
 
 A) Preocupação pela vida real do passado: os gregos e os romanos tinham um 
conhecimento mais amplo da vida e de suas possibilidades do que a humanidade 
do passado. Velhice Média. O período clássico expressou esse conhecimento por 
meio da literatura e da arte que ultrapassaram em muito a velhice Média, mas 
foram negligenciados. A literatura clássica e os tratados devem ser estudados para 
que sirvam como modelos de comportamento social e se esforcem para aumentar 
a atividade intelectual e científica (Kambi). A leitura dos clássicos no original 
permite entrar em comunhão espiritual com os grandes nomes da antiguidade, 
ainda que não tenham desaparecido completamente as gramáticas e compêndios 
de inspiração escolástica da velhice Média. 
 B) Preocupação pelo mundo subjetivo: as emoções a alegria de viver, as 
felicidades e satisfações contemplativas da vida e a apreciação da beleza. O 
pensamento medieval ignora completamente este mundo (Cambi) O homem da 
nova civilização, uma vez que adquiriu a consciência de poder ser o artesão e de 
sua própria história, quer viver intensamente a vida da cidade-estado com seus 
semelhantes, pois esta, imersa na cidade-estado civil, envolvida na política, no 
comércio e nas belas-artes expressando uma vida harmoniosa e equilibrada das 
vertentes multifacetadas em que se desenvolve a actividade humana. É aqui que 
a diferença em relação ao passado se torna aparente. O homem renascentista 
libertou-se para a vitória da ciência moderna, do humanismo e da individualidade. 
 C) interesse pelo mundo da natureza física: isso não era conhecido apenas pelos 
medievais. Mas a educação ainda é considerada baixa e vergonhosa. 
Um dos principais resultados educacionais do Renascimento, juntamente com sua 
nobreza escolástica, foi a promoção do ideal de vida nova, o classicismo, a busca por 
uma nova educação que resistisse aos velhos e pretensiosas formas de estudiosos. 
O conteúdo de uma nova educação, que consistia principalmente nas línguas 
clássicas e na literatura dos gregos e romanos, trespassou a ser designado, neste 
período, pelo termo de humanidades Batista Guarino - (1459) para escrever o seguinte 
O conhecimento e a prática das virtudes são próprios do homem por isso nossos 
ancestrais chamavam os fins as atividades específicas da humanidade de 
humanistas”. 
O interesse por novos estudos no Renascimento reside, assim, na 
"Intencionalidade nas atividades específicas da humanidade, sendo a literatura dos 
gregos e romanos apenas um meio de compreensão de tais atividades. 
Consequentemente, o estudo da língua e literatura dos gregos e romanos tornou-se 
uma tarefa de ensino mais importante. 
 
2.3 A EDUCAÇÃO NO INICIO DOS TEMPOS MODERNOS 
Até o final da velhice Média (meados do século XV) todos os cristãos, ou seja, 
aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo, permanecer unidos em torno 
17 
 
da autoridade do Pontífice, o bispo de Roma. Entre os séculos 15 e 16, a igreja 
Católica foi abalada por uma série de crises internas que culminou na Reforma 
Protestante e na Reforma Anticatólica. 
Dentre os motivos que determinam a Reforma, entre outros, podemos destacar: 
a corrupção do clero, a perversão da igreja e seus principais objetivos, e o 
desenvolvimento da corrente humanista que atribui ao homem a liberdade em relação 
às locuções exteriores. Os oficiais da igreja dão mais ênfase às tradições da igreja do 
que ao evangelho. 
O que teria desencadeado a reforma luterana seria a venda de indulgências em 
favor do Papa Leão X e do Arcebispo de Monétie, sob o pretexto de que pelas obras 
da igreja cada cristão poder alcançar a própria salvação. Alguns líderes religiosos 
começaram a protestar contra o que consideravam um abuso da autoridade papal, 
deixaram de obedecer ao pontífice e abandonaram a igreja Católica Romana. Assim, 
Calvino fundou o calvinismo na Suíça Lutero fundou o luteranismo na Alemanha e 
Henrique VIII iniciou o movimento anglicano na Inglaterra. 
Nos tempos modernos, a religião não deixou de exercer sua influência quase 
exclusiva na educação. No entanto, os cristãos agora estavam divididos e o controle 
educacional exercido pela igreja de Roma começou a ser contestado pelos 
protestantes. 
Para Martinho Lutero (1483-1546), a educação deve ser livre de amarras 
eclesiásticas e subordinada ao Estado. Só assim a educação poder chegar a todos: 
nobres e plebeus, ricos e pobres, meninos e meninas. 
O currículo proposto por Lutero para as escolas protestantes continuou a dar 
destaque ao grego e ao latim, acrescentou a língua hebraica, incluiu lógica e 
matemática e deu grande ênfase à ciência música e ginástica. O estado germânico 
coloca a maior ênfase na educação. Desde meados do século XVI, escolas primárias 
foram estabelecidas em todas as aldeias que ensina leitura, escrita religião e música 
sacra. 
 Em todas as cidades e vilas havia escolas latinas, divididas em seis turmas: as 
escolas latinas superiores, mais tarde ligadas às escolas latinas elementares, 
traspassaram a constituir o ginásio. 
 Escolarização dos seis aos doze anos, no estado de Weimar o ano letivo 
durava dez meses, o horário de funcionamento era das 9h00 às 12h00 e das 
13h00 às 16h00 em todos os dias da semana. Os pais cujos filhos não foram à 
escola foram multados. 
A Igreja reagiu criando novas ordens religiosos, que deram especial atenção 
ao ensino (principalmente a companhia de Jesus). O principal objetivo da ordem era 
a formação de dirigentes, dando assim pouca atenção ao ensino fundamental. 
18 
 
 
3 UNIDADE 03 
3.1 EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL 
 A educação que se desenvolveu no Pau-Brasil durante os três séculos de 
colonização limitou-se, a princípio a certos filhos de colonos e indígenas aldeados. Até 
meados do século XVIII A base do ensino colonial era o método jesuíta de educação. 
Os missionários da associação fundada por Ignácio de Loyola que trabalharam pela 
conversão dos povos indígenas da américa foram herdeiros da escolástica tardia, que 
predominou na região da PenínsulaIbérica na velhice Moderna e acabou se refletindo 
na cultura de os colonatos, os brasileiros. 
 
A educação jesuíta na velhice Média baseava-se nos princípios da educação 
liberal, ou seja, o método Trivum e Quadrivium. Porém, o que se ensinava no Brasil 
colonial era basicamente a primeira parte: ementas relacionadas ao trivium, como 
gramatica e retórica. 
A pedagogia jesuíta tinha caráter tridentino, ou seja, remetia ao Concílio de 
Trento da igreja Católica organizado no século XVI, organizado com objetivos 
contrarreformistas, e oposto ao modelo de ensino promovido em outros países 
europeus, influenciado pela ciência e modernidade. e racionalismo. Essa dissonância 
se intensificou no século XVIII com o advento da filosofia iluminista desenvolvido 
especificamente na França. Portugal, marcado pelas suas raízes medievais, viu-se 
neste período obrigado a implementar reformas culturais e educacionais, por ordem 
do Marquês de Pombal. 
19 
 
A classe real tinha um objetivo claro de preencher o vazio deixado pelos 
jesuítas e pelo aprendizado secular. Com este modelo de ensino pombalino, a ênfase 
recaiu sobre os estúdios de aprendizagem mais pequenos, que se tornaram mais 
velozes e eficientes. O objetivo final era aprontar uma elite necessária para os intentos 
econômicos e políticos a que o Estado aspirava. Na virada dos séculos 18 e 19, 
tornou-se muito comum a elite local da colônia brasileira enviar seus filhos para a 
cidade-estado portuguesa de Coimbra para completar seus estudos. 
No século XIX, houve uma importante exceção na educação colonial. Foi um 
centro de ensino fundado na escola de Olinda, que, ao invés de manter estudos 
geralmente voltados para teologia e filosofia, acabou se tornando um núcleo de 
aprendizado de diversas disciplinas e um centro de difusão de ideias liberais e 
maçônicas. 
 
3.2 A EDUCAÇÃO NO BRASIL DE 1808-1822 
Em 1808, a família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro para escapar da 
invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte. E as regras coloniais do jugo não 
interessavam mais a essa nova conjectura. O livre comércio entre as nações foi uma 
das ideias de Adam 
Smith. A revolução 
industrial ocorreu na 
Inglaterra no século 
XVIII, daí o interesse 
pela mudança. 
A abertura do 
porto para pessoas 
amigas em 1808 foi 
uma violação dos 
estatutos coloniais. 
Mas os britânicos se 
beneficiaram mais. Em 
1808, o Pau-Brasil 
tornou-se a sede da monarquia portuguesa e deixou de ser uma colônia. Em 1800 a 
colônia tornou-se o Reino Unido de Portugal e Algarve. 
Com a nova situação do Brasil em 1808, as proibições comerciais e industriais 
foram suspensas. Com a abertura do porto a elite começou a comprar produtos 
britânicos que nem é adequado para os trópicos. A corte portuguesa no Rio de Janeiro 
favoreceu as elites brasileiras, mas não mudou sua estrutura para atender ao povo. O 
trabalho escravo sobreviveu às conjecturas liberais, à emergência dos tribunais 
portugueses, à independência e à aproximação à república. O século XIX foi a era do 
neocolonialismo. 
20 
 
Em 1808, enquanto a Inglaterra e a França batalhavam pela supremacia, 
Portugal enfrentou dois grandes gigantes que invadir suas terras. No campo da 
educação o ensino superior da elite que praticamente deixou os grupos 
desfavorecidos, ainda é motivo de preocupação. Estrutura inalterada o ensino 
fundamental não está interessado. A população do Pau-Brasil é de mais ou menos 4 
milhões, com mais de um milhão de escravas pretos. O Rio de Janeiro tinha uma 
população de mais de 100.000 habitantes. 
Em 1808, D. Navegante assinou um decreto abrindo os portos às nações 
amigos, determinando a criação de escolas superiores, museus, pátios botânicos, 
bibliotecas, etc. Tratava-se de benfeitorias destinadas principalmente a servir a 
burocracia palaciana e seus adidos. A melhora aconteceu rapidamente para a elite e 
nasceu a ideia de autonomia. A independência política ocorreu dentro da visão de 
mundo fornecida pela nova conjectura, proclamada pelo próprio príncipe herdeiro 
como um sarcasmo da história. 
 
3.3 A EDUCAÇÃO DE ELITE NO PERÍODO IMPERIAL (1822 – 1889) 
O século XIX vem com grandes transmutações, recebeu os efeitos do 
liberalismo complementado pelo progresso do Iluminismo, que formam a base da 
democracia burguesa. Esta foi a era do neocolonialismo, especialmente na Ásia e na 
África. O marxismo aparece com o Manifesto Comunista de 1848 e depois segue com 
a publicação do primeiro livro Le Capital, foi uma reação contra as más condições de 
vida dos assalariados. Internacionais Socialistas fundada em 1864. 
Uma nova ideia veio da Europa e as ideias positivos de Comte e Durkheim 
influíram a anunciação da república. O café ocupa espaço como importante ciclo 
econômico, e as ferrovias crescem à medida que as plantações de café se expandem. 
A educação continuou de forma elitista no período imperial. 
Eles foram substituídos por classes separadas, e a escola denominacional os 
ajudou a alcançar seus objetivos. Em 1837 foi fundado o colégio D. Pedro II como 
modelo. Em 1834, o ato Adicional à constituição de 1824 centralizou o ensino superior 
no governo imperial e deu às províncias o direito de legislar e promover o ensino 
primário e secundário. 
As escolas primeiras letras tiveram pouco crescimento, foram quase partidas e 
não havia interesse político. Projetos de lei de educação não foram aprovados e 
sempre declararam falta de verba ou algum outro motivo de veto. As meninas da elite 
recebiam treinamento em tarefas domésticas e as meninas dos estratos mais pobres 
recebiam apenas educação informal de mãe para filha. O ensino superior dominou ao 
longo do século XIX. Em 1827 foram fundados os cursos de direito de São Paulo e 
Olinda. 
21 
 
A escola regular surgiu durante a época regencial (1831-1840). Em São Paulo, 
a escola Normal Caetano de Campos foi fundada em 1894. Havia um dia de aula por 
semana para os homens e um dia de aula para as meninas. Em 1881, uma escola 
normal oficial foi criada na capital imperial para servir de exemplo para outras. O 
conhecimento despertado não tem nada a ver com a nossa realidade. Inicialmente, as 
escolas profissionalizantes foram criadas para atender aos pobres, depois surgiram 
as escolas secundárias de belas-artes e ofícios. 
Leôncio de Carvalho-Vermelho em 1879 promoveu a última reforma 
educacional imperial. Estabeleceu normas para o ensino fundamental e médio em 
tribunais e instituições de ensino superior em todo o país concedeu autonomia ao 
ensino e à pesquisa e autorizou a abertura de escolas particulares. Aceitou alunos 
filhos de escravos e estabeleceu a obrigatoriedade do ensino dos 7 aos 14 anos. Na 
prática não funcionou. O Império deixou a república com um ensino superior de elite, 
um sistema parcial, de baixo nível e sem estrutura para cuidar dos filhos dos 
trabalhadores. 
A constituição de 1824 previa que a educação deveria ser gratuita para todos 
os cidadãos. Para cumprir essa disposição, em 15 de outubro de 1827, legisladores e 
senadoras sancionaram uma lei marcando o Dia do professor e decretando que 
escolas com iniciais deveriam ser estabelecidas em todas as cidades-estados e vilas. 
Na prática o sistema escolar permaneceu sem mudanças estruturais até 1834. Nesse 
ponto, um estatuto modificou a constituição e, entre outras coisas, deu a cada 
província o poder de estabelecer regras escolares em seu território. “Eles começaram 
a criar escolas, mas as orientações pedagógicas eram muito semelhantes”, explica 
André Paulo Castanha, professor de história da educação da universidade Estadual 
do Oeste do Paraná (Unioeste) e pesquisador na época. “Os presidentes das 
províncias eram nomeados pelo imperador, vários circulavam em mais de uma região. 
Assim, as medidas foram adotadas em um local e depois trazidas para outros. “ 
Como parte do esforço para criar mais escolas, o colégio Pedro IIfoi fundado 
em 1837, no Rio de Janeiro, para ser um modelo de ensino secundário. E para 
iniciantes existe a primeira escola do alfabeto. As palestras dessas aulas abordavam 
temas como leitura, escrita e operações matemáticas, e contratavam o método mútuo 
ou Lancaster, desenvolvido na Inglaterra na primeira metade do século XIX e 
amplamente utilizado por aqui. Diana Vidal, professora da universidade de São Paulo 
(USP), Fábrica Ele lembra de ter se inspirado em seu sistema. Cada professor tinha 
vários monitores e alunos mais experientes doavam aulas particulares a outros 
professores. “Milhares de alunos podem estudar em uma instituição ao mesmo tempo. 
Castanha enfatiza que esse método é usado aqui por ser o mais moderno da Europa. 
Mas não deu certo porque muitas famílias não veem a necessidade de mandar seus 
filhos para a escola. "A Inglaterra tinha uma população escolar enorme, mas no Brasil 
as turmas eram pequenas e isso deforma o método." 
 
3.4 A REPÚBLICA VELHA E A EDUCAÇÃO (1889-1930) 
22 
 
A república foi proclamada em 15 de novembro de 1889 novas lideranças 
passaram a governar por meio da política governamental e da política do café com 
Leite. Foco em produtores rurais de São Paulo e Mina Gerais. Distribuem o poder 
político da seguinte forma: São Paulo e minas proviam o presidente da república 
alternadamente; Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul "tinham o direito de presidir o 
Senado e a câmera dos Deputados. Tudo se baseava no coronelismo, que nomeava 
autoridades e altos funcionários e em troca apoiava os candidatos aceitos pelas bases 
do governo. 
Ao final de cada eleição candidato da oposição decapitado. O tenente mais 
velho investigou o golpe e todos sabiam o resultado. A votação é "Haltere" e o Coronel 
tem um "pequeno exército pessoal armado" para manter a segurança. 
 
Os partidos políticos não têm ideologia. As pessoas trocam de lado como 
trocam de roupa conforme sua conveniência e participação. Cada estado tem seu 
próprio Partido Republicano. Nesse período emergiram alguns movimentos 
importantes, o Tenentismo em 1922 e depois a coluna Prestes, no campo militar. No 
plano intelectual, emerge a Semana de Ilustração Moderna, também, com a 
anunciação da república o Pau-Brasil adota o federalismo e o poder, até então 
centralizado no imperador, é compartilhado entre o presidente e os governos. 
Esse período foi marcado pelo desenvolvimento industrial, pela reestruturação 
da mão de obra não mais escrava, pelas greves operárias e pela Semana de 
Ilustração Moderna. O mundo viu a revolução Russa, a Primeira Guerra Mundial e o 
colapso da bolsa de Valores de Nova York. Essas mudanças também se refletem na 
educação. A ideia do ensino como direito público foi reforçada e o padrão surgido em 
1922 mudou os rumos da cultura. 
23 
 
O pensamento positivo foi fortalecido pelas reformas de 1890 organizadas por 
Benjamin Constant (1833-1891). Discípulo das teses do filósofo francês Auguste 
Comte (1798-1857), foi nomeado chefe do Ministério da instrução Pública, carteiros e 
Telégrafos, o primeiro órgão deste nível a tratar da educação. Ele propôs mudanças 
no ensino fundamental (de 7 a 13 anos) e no ensino médio (de 13 a 15 anos) no distrito 
Federal, priorizando disciplinas científicas como Matemática e Física, em detrimento 
das humanidades - que eram o foco das escolas de primeiras letras, estabelecidas no 
Império. 
A oposição da elite e da igreja Católica impediu o andamento do projeto 
Constant mas abre caminho para outras propostas. O maior sucesso foi a Reforma 
Paulista, implementada de 1892 a 1896. Baseava-se na criação de grupos escolares. 
Como relata Dermeval Saviani em sua Estória das ideias Pedagógicas no Pau-Brasil, 
padrão repetiu na maioria províncias reunindo as escolas de letras nas regiões. As 
turmas traspassaram a ser organizadas por turma, e os alunos foram divididos em 
faixas etárias. 
A base de ensino da Reforma de São Paulo repousa em princípios como 
simplicidade, progresso, memorização e autoridade magistral e encorajar e punir os 
alunos, Cor-De-Rosa acrescenta que os professores sofrer muita pressão do estado. 
Na época notamos inquietações nos relatos dos professores sobre o cumprimento do 
programa. A reprovação dos alunos gera custos adicionais que preocupam as escolas 
”, disse ela, distorcendo o estudo. Porque os alunos que reprovam (aprox. 50 %) 
acabam saindo da escola. 
 
3.5 ERA VARGAS 
As ofertas para escola Nova e Paulo Freire estão ganhando força, mas não 
para o público. A defesa do ensino público, gratuito e laico afirma-se no país em 1932, 
com o Manifesto dos pioneiros da educação Nova, introduzido no capítulo anterior 
desta série. Vinte e seis membros, entre eles Lourenço Filha (1897–1970) e Anízio 
Teixeira (1900–1971), combateram contra uma escola restrita às elites e associada à 
religião. O desejo é justificado fato de fato, em 1920 chegava analfabetismo chegava 
a 80. "O principal mérito do manifesto foi abrir o debate sobre a escola para toda a 
população independentemente de sua classe social", diz Maria Cristina Gomes 
Machadinha, da universidade Estadual de Maringá (UEM). 
Ao mesmo tempo A crise de 1929 causada pelo colapso da bolsa de Valores 
de Nova York Provocou o colapso da economia cafeeira. Assim como a mudança de 
poder em minas Gerais e São Paulo graças a esse movimento revolucionário. A 
república Antiga foi derrubada e, em 1930, Getúlio Vargas (1882-1954) tornou-se 
chefe do governo provisório. 
24 
 
No mesmo ano, foi criado o Ministério da educação e Saúde Pública, presidido 
por Francisco Campos (1891-1968). Embora influído pelo manifesto, o novo ministro 
era católico e antiliberal. Isso contribuiu para o retorno do ensino religioso ao currículo. 
Além de estar presente nas escolas públicas, a religião influiu o ensino privado, pois 
as igrejas principalmente católicas, possuíam muitas instituições e recebiam 
financiamento do Estado. 
Os escolanovistas foram contra e os dois grupos foram protagonistas de 
intensos debates. O governo está se inclinando para um lado ou para o outro então 
vá para o outro lado e a constituição de 1934 é um exemplo disso. Ela vai contra os 
princípios de uma escola laica ao estipular que a educação deve ser ministrada de 
acordo com a religião do aluno mas afirmar que educação é direito de todos e dever 
do governo. 
Para dar 
cumprimento a este 
anseio, foram 
promulgadas as leis 
Orgânicas do ensino de 
1942. O Ginásio hoje 
equivalente ao segundo 
ciclo do ensino Primário, 
tem já quatro anos e o 
Liceu -o actual Liceu- três. 
Foi criado um curso 
complementar de dois 
anos para a população 
adulta. Além da escola 
complementar, a rede pública era organizada em escolas de uma, duas, quatro, cinco 
ou multisseriadas. 
Em 1939, foi criado o primeiro curso pedagógico do país na Pontifícia 
Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). No entanto, a princípio os 
professores ainda eram formados em escolas gerais. Seu currículo não era muito 
específico, com áreas especializadas como higiene e trabalho físico. Maria Cristina 
conta que, em geral, as meninas - a maioria dos trabalhadores nos primeiros anos - 
trabalhavam meio período, e muitas desistiram do negócio quando se juntar. No 
ensino fundamental e médio, mais professores do sexo masculino são formados em 
outras áreas, como filosofia e direito. Havia também uma divisão de gênero entre os 
alunos. Embora classes mistas sejam aceitas até o final da escola primária. Mas meu 
conselho para os alunos mais velhos é organizar as aulas separadamente. 
Esperava-se um comportamento exemplar do aluno a vigilância era alta e a 
expulsão possível e grave, pois não havia vagas suficientes para todos. Maria Cristina 
observou que a franqueza atingiu as disciplinas do currículo. “Por exemplo, a 
educação física serve como preparação para o trabalho e para o serviço militar com 
exercícios comomarcha e mergulho." 
25 
 
Com o fim do Estado Novo, o país recebeu outra constituição. O texto atribuiu 
à associação ao papel de legisladora sobre os fundamentos da educação que antes 
eram fragmentados. Em 1948, o ministro Clemente Mariani (1900-1981) apresentou o 
projeto de lei de Diretrizes e Fundamentos da educação Nacional (LDBEN), que 
provocou novos conflitos entre a escola Nova e a igreja Católica. “Além de manter o 
ensino religioso, o desafio era saber qual desses grupos era o mais adequado para 
atuar em espaços de decisão”, explica Marcus Levy Bencostta, da universidade 
Federal do Paraná (UFPR). Esse acalorado debate resultou na aprovação da LDBEN 
13 anos depois, permitindo a multiplicidade de currículos e o Estado destinando 
recursos as organizações privadas. 
Nas décadas de 1950 e 1960, a política foi marcada pelo populismo, com o 
próprio Vargas eleito entre 1951 e 1954, e Juscelino Kubitschek (1902-1976) entre 
1956 e 1961 presidentes como o proposto por Paulo Freire (1921-1997) primeiras 
experiências do educador em 1962, em Angicos, a 171 quilômetros de Natal, quando 
300 assalariados rurais foram alfabetizados em 45 dias. Freire considerou que a 
cartilha não atendeu às necessidades dos alunos. Para ele, os privilégios de alguns 
na sociedade de classes impedem a maioria de usufruir de certos bens, como a 
educação que deveria estimular a reflexão sobre as próprias condições sociais. 
Esse período também foi prolífico para manifestações culturais como o cinema 
Novo e a Bossa Nova. Foram anos cheios de boas ideias, mas em sala de aula não 
houve grandes progressos. E em 1964, iniciativas como a de Freire desapareceram 
completamente com o golpe militar. O Pau-Brasil traspassou por momentos de 
opressão, cujas consequências aparecerão no próximo capítulo da série. 
 
3.6 DITADURA MILITAR 
As propostas de uma educação mais democrática foram partidas com o início 
do governo militar em 1964. Paulo Freire (1921-1997) foi exilado no Chile e a escola 
Nova deixou de ser considerada política pública. O novo governo continuou a se 
esforçar para aumentar a industrialização e criar um povo capaz de realizar tarefas, 
mas não necessariamente pensando nelas. 
No primeiro ano do mandato do marechal Humberto de Alencar Castello 
Caucasóide (1900-1967), um simpósio organizado no instituto de Pesquisas e 
ciências Sociais (Ipes), ligado à direita do governo dava indícios claros de a direção a 
ser seguida. Em seu livro Estória das ideias Pedagógicas no Pau-Brasil (Ed autor 
associados), Dermeval conta que objetivo evento desenvolver plano pedagógico para 
atividades práticas ensino fundamental e do 2º técnico, prepara aluno para mercado. 
Foi assinado um acordo entre os governos do Pau-Brasil e dos Estados Unidos. Há 
muitos anos vem negociando e disponibilizando técnicos para formar professores. O 
objetivo das ações é transmudar o Brasil em uma potência econômica mundial", 
explica Amarilio Ferreira Jr., da Universidade de São Carlos Ufscar. 
26 
 
Na educação de adultos, as ideias de Freire abrir caminho para modelos 
assistenciais por meio do Deslocamento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). A leitura 
trespassou a ser tratada como uma habilidade como um meio, sem contextualização. 
Os alunos aprendem léxico com imagens. Praticar a pronúncia das sílabas e, por fim, 
praticar a combinação de palavras e frases. Cálculos matemáticos, escrita e hábitos 
para melhorar a qualidade de vida também foram estudados. Segundo o livro Estória 
da educação de Maria Lúcia de Arruda Aranha, em 1970, 33 % dos maiores de 15 
anos eram analfabetos, e dois anos depois o índice caiu para 28,51 %. No entanto, os 
autores destacam que devido ao método utilizado muitos alunos mal conseguiam 
desenhar seus nomes. 
 
Ao mesmo tempo, o Pau-Brasil vivia um momento crítico em termos de 
educação universitária. A oferta não acompanhou o aumento da demanda e a revolta 
das vagas foi alimentada pelas notícias dos protestos de maio de 1968 na França, que 
geraram a chamada "crise do excedente. Então o governo central assumiu uma 
postura mais agressiva. A associação Nacional dos estudantes (UNE) era 
considerada ilegal e qualquer tentativa de organização política era vista como uma 
atividade subversiva que necessitava ser reprimida. 
No final de 1968, o general Arthur da encosta e Silva (1902-1969), na 
presidência, aprovou a lei Institucional nº 5 (AI-5), que lhe deu poderes legislativo e 
executivo e permitiu a penhora de bens de quem foi acusado de fraude. E, no ano 
seguinte, o Decreto-Lei nº 477 determinava que “incorre em infração disciplinar o 
professor aluno, funcionário de estabelecimento de ensino público ou privado que 
praticar atos tendentes a organizar movimentos subversivos, passeatas, paradas ou 
comícios não violentos”. ."autorizado ". Muitos alunos e professores foram presos e 
torturados por participar do motim contra o governo. 
27 
 
A promoção do patriotismo foi um forte sinal nas escolas públicas. Uma vez por 
semana, os meninos e meninas colocavam a mão direita no peito assistiam ao 
hasteamento da bandeira e cantavam o hino nacional. Desejada desde o início do 
regime, a disciplina de Educação Moral e Cívica (EMC) tornou-se obrigatória em 1969. 
A maioria dos seus leccionadores eram militares ou religiosos e liam nas aulas livros 
sobre temas como cidadania, patriotismo, família e religião. No entanto, alguns nos 
aconselharam a não permitir controvérsias caso alguém queira furar as normas 
introduzir conteúdos diferenciados e interrogar aspectos como as condições de 
trabalho ”, lembra. 
A lei também estabeleceu a inclusão da disciplina de estudos sociais, com 
conteúdo que seriam história e geografia, nos anos iniciais do 1º ano. Os polivalentes 
professores que atuavam neste segmento traspassaram a ser formados em 
Pedagogia, com nível de 2º grau, e as escolas normais foram extintas. Para ensinar 
os outros anos era necessário obter um diploma em estudos de curta ou longa 
duração. A ideia era transmudar o pedagogo em técnico de educação de acordo com 
a política tecnocrática do governo, explica José Willington Germano, professor da 
universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Eram poucos os editais e não 
havia professores suficientes para preencher todas as vagas que foram criadas com 
a construção de escolas e a oferta de aulas matutinas, pós-escolares, vespertinas e 
noturnas. Assim, quando não havia profissionais qualificados suficientes, permitia-se 
a contratação temporária de outros. 
Soma-se a esse cenário a crise do crude de 1973, que pôs fim ao chamado 
milagre econômico, época em que o produto interno bruto (PIB) do país crescia cerca 
de 10 % ao ano. A militância política se intensificou e o povo traspassou a exigir a 
volta da democracia. 
Diante do fortalecimento da oposição democrática, o general Ernest Geisel 
(1908-1996) iniciou um lento e gradual processo de abertura que levou a reformas 
educacionais no governo. A educação primária foi municipalizada como uma tentativa 
de descentralizar e democratizar o sistema. Em 1979, um professor universitário 
pouco identificado com o regime, Eduardo Portella, assumiu o Ministério da educação 
e Civilização, outro sinal de que as coisas estavam mudando. E o último presidente 
militar, Navegante Figueiredo (1918-1999), fortaleceu o processo de reabertura das 
escolas aboliu a exigência de que o ensino médio fosse profissionalizante e criou 
programas educacionais especiais voltados para grupos de baixa renda, mas pouco 
mudou. 
Três anos depois, chega ao fim a ditadura militar no Pau-Brasil. Tancredo 
Neves (1910-1985) venceu a eleição indireta, mas morreu antes de assumir e seu 
vice, José Sarney, tornou-se o primeiro presidente da chamada Nova República, 
assunto que será discutido no próximo capítulo desta série. 
 
 
28 
 
3.7 EDUCAÇÃO PÓS-DITADURA 
Quando acaba a ditadura militar alguns aspectosda política nacional foram 
repensados incluindo educação. Durante os primeiros três anos de existência da Nova 
República foco no desenvolvimento da constituição pensando nela, os participantes 
do 4º congresso Brasileiro de Educação, organizado pela Associação Nacional de 
Estudos Superiores e Pesquisas em Educação (Anped), Associação Nacional de 
Educação (Retirar-Se) e Centro de Estudos de Educação e associação (Ceder), em 
Goiânia, em 1986, encerrou o evento com uma lista de propostas que incluíam a 
concretização do direito de todos os cidadãos à educação e o dever do Estado de 
garanti-la. 
Em 5 de outubro de 1988, a nova constituição federal foi finalmente aprovada. 
Entre as principais conquistas estava o reconhecimento da educação como direito 
subjetivo de todos, desdobramento do que a escola Nova havia propagado durante a 
era Vargas. "Isso significa que todo aquele que quiser estudar, mesmo que seja maior 
que a idade obrigatória, deve ter vaga garantida", explica Carlos Roberto Jamil Cury, 
da universidade Federal de Mina Gerais (UFMG). A lei exige medidas urgentes, como 
a abertura de mais escolas e a formação de professores. o que leva à necessidade 
de investimento. A lei prevê a aplicação de, no mínimo, 18 % da receita tributária da 
associação e 25 % dos estados e municípios federais.
 
29 
 
Dois anos depois, durante a Conferência Mundial sobre Educação para Todos 
em Jomtien, na Tailândia foi adotada uma declaração internacional que leva o nome 
do evento e propõe ações para os próximos dez anos com o objetivo de universalizar 
a educação nos países signatários. Em algum lugar por aqui, Fernando Collor de Mello 
assumiu a presidência e fundou o programa Nacional de Alfabetismo e Cidadania 
(Pnac) para substituir a instituição ensinar, forma democrática do Deslocamento 
Brasileiro de Alfabetismo (Mobral), fundado há cinco anos por José. Sarni, mas Kollor 
iniciativa durou apenas um ano. 
Várias regulamentações surgir durante o governo de Fernando Henrique 
Cardoso (FHC), que assumiu o cargo em 1995 com Paulo Renato Sousa (1945-2011) 
como Ministro da educação. No segundo ano de mandato, após intensos debates, foi 
promulgada a lei de Orientação e bases da educação Nacional (LDB), sob a 
presidência do senador Darcy Ribeiro (1922-1997). “A nova lei reforçou aspectos 
importantes da constituição como a municipalização do ensino fundamental, previa a 
formação de professores de nível superior e colocava a educação infantil no lugar da 
etapa inicial da educação básica”, lembra Maria Helena Câmera Bastos, da Pontifícia 
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). O Traseiro de Preservação e 
Desenvolvimento do ensino Fundamental e Progressão da educação (Fundef) foi 
criado para financiar novos projetos. Os 1º e 2º anos passaram a ser ensino 
fundamental e médio, sendo a indicação dos alunos da educação especial o 
atendimento vantajoso na rede regular. 
O FHC modificou o segundo ciclo e o ministro Souza incluiu o Brasil no 
programa de Avaliação Internacional de estudantes (Pisa). Ter uma medida do 
desempenho da educação nacional foi um passo importante, apesar de o país estar 
em último lugar no ano de estreia. Paralelamente, foi criado o exame Nacional do 
ensino Médio (Enem), com resultados para cada escola e para cada aluno, 
considerado em 2009 como substituto do vestibular. Nesse período também foram 
criados os Professores do currículo Nacional (PCN) e o Repositório Curricular 
Nacional da educação Infantil (RCNEI). Para construí-lo, foram reunidos profissionais 
com alusões em boas práticas de sala de aula e diversos especialistas. “Depois da 
LDB, o Conselho Nacional de Educação (CNE) adotou as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para serem traduzidas pelos governos estaduais e municipais, mas isso 
não aconteceu. O argumento é que, embora não sejam compreendidos na formação 
de professores e nas escolas Mas precisam ser avaliados externamente ”, comentou 
Kouri. 
30 
 
Em 2001, foi aprovado o plano Nacional de Educação (MEB), válido por 10 
anos conforme estipulado na constituição. Tem como objetivo melhorar a educação 
dos brasileiros e proporcionar acesso à educação, mas a maioria não teve sucesso. 
Um dos motivos apontados por especialistas é o veto do governo a investir 7 % do 
produto Interno Bruto (PIB) na região. Apesar disso, houve ganhos. O documento 
previa que até 2007 os profissionais da educação infantil seriam formados em nível 
superior, reconhecendo o nível médio como ação emergencial. Isso reforça uma 
perspectiva pedagógica profissional nessa fase”, lembra Gisela Wajskop, consultor 
em educação infantil e formação de professores. Outro sucesso foi a decisão de 
estender o ensino fundamental para nove anos, o que vem se repetindo desde então. 
Dois anos depois, Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência e convidou 
Cristovam Buarque para o Ministério da educação (MEC). A Alfa Betizard no Pau-
Brasil substitui a Alpha Betizardo Solidária, fundada pelo FHC em 1997 para 
combater o analfabetismo. O esforço continuado levou a uma diminuição da taxa de 
analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais, mas em 2012 o declínio.
 
Em 2005, outro exame nacional foi criado. A avaliação dos alunos da 4ª e 8ª séries 
(5ª e 9ª séries) começou na prova Brasil. Diante do repto de ampliar o acesso escolar 
e melhorar os índices de avaliação, houve a necessidade de ampliar os recursos da 
área e atingir todas as etapas. Assim, em 2007, o Fundef transformou-se na instituição 
de Apoio e Desenvolvimento da educação Básica e Avaliação dos profissionais da 
educação (Fundeb). 
Outra estratégia nessa época eram as escolas de tempo integral primeiras 
iniciativas foram lideradas na década de 1980 por Darcy Ribeiro (leia a frase na 
primeira página) no Rio de Janeiro e por José Aristodemo Pinotti (1934-2009) em São 
Paulo. Assim, em 2007, o MEC criou o Mais Educação para financiar o aumento da 
carga horária de 49.000 escolas. 
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Em 2009, a Emenda Constitucional nº 59 determinou a extensão da 
obrigatoriedade do ensino de 4 para 17 anos até 2016. A questão foi reforçada pela 
lei nº 12.796 em 2013. O salário mínimo nacional de 950 reais para professores foi 
aprovado em 2010, com a proposta de que um terço do dia seja dedicado a 
treinamento e planejamento. No mesmo ano, o ministro Fernando Haddad apresentou 
ao congresso uma nova versão do PNE. Dilma Rousseff assumiu a presidência em 
2011, e o documento é debatido até hoje. 
Além de todas as mudanças políticas que desorganizaram a sala de aula, essas 
décadas incluem uma grande revolução tecnológica marcada pelo desenvolvimento 
da internet convertendo as relações sociais e, claro, a educação. Embora existam 
70.000 escolas primárias sem computadores em 2010, elas estão na vida de alunos 
e professores mudando seu acesso à informação e ao conhecimento. Os dois últimos 
governos reunir laboratórios de informática, laptops para alunos e tablets para 
professores. Apesar disso Ainda existem muitas realidades. Existem muitos níveis de 
salas de aula nas áreas rurais aula de informática escola bilíngue projetos de ensino 
tradicionais e uma proposta de aspirações democráticas. Diante de tamanha 
diversidade, definir novos PVEs e currículos nacionais é uma das questões mais 
prementes para garantir que todas as pessoas que vivem na história de hoje seguem 
o mesmo caminho para melhorar sua educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 REFERÊNCIAS 
 
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1981. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia. 3 ed. 
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Campinas: Ed. 
Alínea, 2001. 
 
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2005. 
 
História da educação. São Paulo: Cortez, 1990. 
 
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PAIXÃO, Priscilla Campiolo Manesco. Metodologia do Ensino de História. Maringá: 
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RIBEIRO, Maria Luisa Santos Ribeiro. História da Educação Brasileira: a 
organização escolar. Campinas: Cortez, 2010. 
 
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ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil (1930/1973). 29 
eds. Petrópolis: Vozes, 2005.

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