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Definido calendário para eleição de diretoria e conselheiros PÁGINA 10 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO RS - ANO XV Nº 67 - SET/DEZ 2010 PÁGINA 5 Veterinária & Zootecnia PÁGINA 12 AUTARQUIA ABRE SELEÇÃO PARA CERCA DE 50 VAGAS NOS PRÓXIMOS MESES D ivulgação/S tock P hotography S ite Impresso Especial 9912233864/2009 DR-RS CRMV/RS CORREIOS Maior rigor Série retrata animais na natureza Série retrata animais na natureza Concurso público vai qualificar serviços prestados pelo CRMV-RS Determinação da reten- ção da receita na venda de antibióticos de uso humano motiva médicos-veteriná- rios a exigirem mais contro- le também para os similares de uso veterinário. O de acordo com suas habilidades e em função das novas necessidades dos serviços. Isso envolveu também uma reestruturação dos setores, com a criação de novos e a divisão de tarefas, melhorando os fluxos internos, além de ativida- des de capacitação para os colaboradores. Bruna explica que com o concurso será possível trazer profissionais já especializados nas áreas nas quais o CRMV-RS atua. “O processo seletivo será bastante focado, com provas específicas para cada um dos cargos”, diz. O concurso também foi pensado para permitir uma grande malea- bilidade administrativa. Para isso, haverá cadastro reserva para diversos cargos, inclusive para serviços que hoje são terceiriza- dos, permitindo que a próxima gestão possa decidir a melhor forma de gerenciar os recursos humanos. A realização do concurso público não implicará em custos Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) está finali- zando o edital para a realização de um concurso público nos próxi- mos meses. Devem ser abertas aproximadamente 50 vagas, sendo que metade delas com preenchimento imediatamente após a conclusão do processo seletivo. A necessidade de reforço da equipe de colaboradores se acentuou nos últimos anos, com o desligamento de 10 funcionários. Além disso, mudanças adminis- trativas e novas exigências para o cumprimento da missão de fiscalizar o exercício profissional médico-veterinário e zootécnico fazem com que seja preciso alterar o quadro funcional. De acordo com a chefe do setor de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO), Bruna Camozzato, o concurso vai promover a profissionalização dos clientes internos pensando na excelência do serviço prestado ao cliente externo. O primeiro passo nesse sentido aconteceu dentro do próprio CRMV-RS ao longo de 2010, com o reaproveitamento de recursos humanos que já pertenci- am ao quadro e foram realocados para o CRMV-RS, uma vez que será realizado por uma fundação especializada e que será responsá- vel por todo o processo. Ao CRMV-RS cabe somente definir os parâmetros para os cargos e para a seleção. Atualmente, o conselho conta com 37 funcioná- rios e o número de estagiários se mantém entre 10 e 12 nos úl- timos anos. O presidente do CRMV-RS, Air Fagundes dos Santos, destaca que com a ampliação e qualifica- ção do quadro de colaboradores será possível melhorar os serviços prestados aos médicos-veteri- nários e aos zootecnistas, princi- palmente, assim como a toda a comunidade. Fagundes também lembra das mudanças significati- vas ocorridas nos últimos anos, com o maior uso de tecnologias da informação exigindo profissiona- is cada vez mais preparados e habilitados para atuar em uma autarquia responsável pela fisca- lização do exercício profissional. Provas específicas serão adequadas ao perfil de cada cargo D ivulgação/S tock P hotography S ite PÁGINA 3 D ivulgação/C R M V -R S Atenção à ética Processos éticos em tramitação no CRMV-RS mostram falta de conheci- mento dos profissionais a cerca de seus deveres e alertam para erros comuns no cotidiano profissional. 2 setembro a dezembro 2010 Veterinária & Zootecnia EDITORIAL EDITORIAL EXPEDIENTE www.crmvrs.gov.br ENDEREÇO CRMV-RS Rua Ramiro Barcellos, 1793 - 2º andar - Bom Fim - Porto Alegre - RS CEP 90035-006 - Fone: (51) 2104.0566 - Fax: (51) 2104.0573 E-mail: crmvrs@crmvrs.gov.br - Site: www.crmvrs.gov.br SETORES SECRETARIAS REGIONAIS Passo Fundo Rua General Osório, 1204/602 - Passo Fundo - RS CEP 99010-140 - Fone/Fax: (54) 3317.2121 E-mail: crmv-rspassofundo@via-rs.net Pelotas Rua Andrade Neves, 2077/402 - Pelotas - RS - CEP 96020-080 Fone/Fax: (53) 3227.0877 - E-mail: crmv-rspelotas@via-rs.net Santa Maria Rua Appel, 475 - prédio Sindicato Rural - Santa Maria - RS CEP 97015-030 - Fone/Fax: (55) 3223.6824 E-mail: santamaria@crmvrs.gov.br Éticos: (51) 2104 0585 - eticos@crmvrs.gov.br Eventos: (51) 2104 0551 - eventos@crmvrs.gov.br Comunicação: (51) 2104 0593 - assimprensa@crmvrs.gov.br Contábil: (51) 2104 0561 - milton@crmvrs.gov.br Contas a pagar: (51) 2104 0580 - contasapagar@crmvrs.gov.br Financeiro: (51) 2104 0554 - financeiro@crmvrs.gov.br Fiscalização: (51) 2104 0563 - fiscalizacao@crmvrs.gov.br Informática: (51) 2104 0553 - informatica@crmrs.gov.br Patrimônio: (51) 2104 0556 - richard@crmvrs.gov.br Secretaria - Pessoa Física: (51) 2104 0565 - pf@crmvrs.gov.br Secretaria - Pessoa Jurídica: (51) 2104 0564 - secretaria@crmvrs.gov.br Jurídico: (51) 2104 0582 - rejane@crmvrs.gov.br Desenvolvimento Humano e Organizacional: (51) 2104 0551 - dho@crmvrs.gov.br encemos a primeira década do novo século buscado desespe- radamente uma adaptação mágica às grandes mudanças no modelo de comunicação que atropelou o mundo nos últimos vinte anos. Essas mudanças trouxeram questionamentos que apontam uma nova ordem que não se resume somente à geração de novos conheci- mentos de forma tão acelerada nesta chamada "era da informática". Inovações que visam, naturalmente, a melhorar e a facilitar a vida das pessoas em casa, no lazer e no tra- balho, indispensáveis no mundo globalizado. Na solução dos problemas no trabalho, em particular, os grandes debates sempre foram conduzidos na direção do desafio de como colocar em prática o conhecimento gerado que não para de se acumular, ou, fazê-lo chegar ao consumidor final. Neste contexto, o fato que não pode ser desconsiderado é o desafio de que grande parte dos trabalhadores ainda está despreparada culturalmente para acompanhar a velocidade e a complexidade da máquina que veio para dinamizar a gestão da administração do saber. Claro, além da resistência natural das pessoas às abruptas mudanças no comportamento humano. As empresas públicas e privadas passaram nos últimos anos procurando soluções em estudos especializados sobre o assunto que as levassem a vencer limitações e vícios adquiridos no exercício milenar do trabalho. V Air Fagundes dos Santos* * Presidente do CRMV-RS O jornal Veterinária & Zootecnia é um veículo de divulgação da classe dos médicos veterinários e dos zootecnistas, editado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS (CRMV-RS). Os textos são de responsabilidade dos autores. DIRETORIA EXECUTIVA DO CRMV-RS Presidente Air Fagundes dos Santos Vice-presidente José Arthur de Abreu Martins Secretária-geral Rosane Maia Machado Tesoureiro Mauro Gregory Ferreira JORNAL VETERINÁRIA & ZOOTECNIA Conselheiros efetivos: Elci Lotar Dickel, Vera Lúcia Machado Silva, Carlos de Lima Silveira, Angélica Pereira dos Santos Pinho, Rodrigo Marques Lorenzoni e Margarete Maria Paes Iesbich. Conselheiros suplentes: Maristela Lovato Flores, Juliana Iracema Milan, Eduardo Amato Bernhard, José Braz Mariosi, Hélvio Tassinari do Santos e Waldívia Tereza Pacce Lehnemann. Comissão de Comunicação: José Arthur de Abreu Martins, Luiz Carlos Pascotini, , Bruna Koglin Camozzato e Leandro Brixius.Hosana Aprato Projeto gráfico: Rodrigo Vizzotto Redação e edição: Jorn. Leandro Brixius – RP 9468 Colaboração: Acadêmica de Jornalismo Hosana Aprato Charge: Méd. Vet. Hudson Barreto Abella Diagramação e impressão: Gráfica RJR Ltda Tiragem: 12 mil exemplares Os conselhos de profissões como autarquias federais de direitopúblico não fugiram a regra e, a cada concurso público, seus dirigentes procuram fazer o dever de casa, imprimindo melhorias nos seus quadros funcionais. Entende- se neste desafio da nova ordem, frente à missão de fiscalizar o exercício profissional, razão primeira da criação dos conselhos, que só é possível com sólido recurso humano, formado por pessoas capacitadas e conscientes do papel e da importância do trabalho em defesa da sociedade. Convém lembrar, finalmente, que a máquina administrativa da atualidade conta com expressivo aparato tecnoló- gico à disposição do gerenciamento da administração pública e privada. Então, o que está faltando? Falta, certamente, dar maior atenção e importância à gestão do conhecimento pelas organi- zações e aproveitar com maior intensidade os recursos disponibiliza- dos pela moderna tecnologia da comunicação e da informação, mas sem descuidar da mão capaz de quem deverá operar todo esse processo: o trabalhador. Para os dirigentes do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), essas preocupações todas passam inicial- mente pela extrema seriedade na hora de realizar concurso público, razão de estar dispensando especial atenção nesta edição do jornal Veterinária & Zootecnia. Recursos humanos: a nova ordem HUMOR quando verifique alguma irregulari- dade no estabelecimento, registran- do por escrito suas orientações repassadas aos proprietários das agropecuárias, que devem assinar o documento atestando sua ciência, na data em que a orientação foi realizada. “Uma cópia desse manual ou dos termos de constatação e recomendação pode inclusive ser anexada ao prontuário de registro no CRMV-RS, já garantido a defesa prévia do profissional”, aconselha. Nesses casos, em tese, a denúncia pode ser julgada improcedente contra o médico-veterinário que comprovou durante o processo que efetivamente orientou o proprietário do estabelecimento. Em relação a pequenos animais, clinicas e pets, são menores as ocorrências em que se configura imperícia técnica. O mais comum são desentendimentos pessoais entre os profissionais e os proprietários dos animais. Essas situações geram a maioria das consultas ao setor de ética do CRMV-RS, mas acabam gerando poucas denúncias e conse- quentemente poucos processos em função da dificuldade de apresentar provas ou até mesmo pelo envolvi- mento que exige do denunciante, que precisa se identificar, enviar docu- mentos e comparecer a audiências. Cristiane diz que muitas vezes, os profissionais alegam, em sua defesa, desconhecer as normas e a legislação que regulamentam sua atividade. No entanto, esse é um dos deveres previstos no Código de Ética 3 Veterinária & Zootecnia NOTÍCIAS setembro a dezembro 2010 CRMV-RS RECEBE DENÚNCIAS DA POPULAÇÃO OU CONSTATA IRREGULARIDADES DURANTE A FISCALIZAÇÃO falta de informação e de cuidados dos médicos- veterinários que atuam como Responsáveis Técni- cos, que deixam de registrar manual de boas práticas e orientações, são os principais fatos geradores de processos éticos no CRMV-RS. Neste ano, 22 denúncias foram consideradas procedentes e geraram processos até o mês de novembro. Atualmente, 33 ações estão em tramitação. No entanto, o número de consultas sobre os procedimentos para instauração de processos é bem maior e em muitos casos resulta da dificuldade de comunicação e trato entre profissionais e clientes. A advogada Cristiane Del Pino, chefe do setor de ética, relata que a ocorrência mais comum se dá em relação aos RTs de agropecuárias que comercializam medicamentos de uso veterinário sem reter receita, nos casos de medicamentos controlados ou muitas vezes até mesmo por comercializar produtos irregulares, sem registro no Mapa ou que são armazenados de maneira inadequa- da. Esses casos costumam ser flagrados pela fiscalização do CRMV-RS e geram processos contra os médicos-veterinários. “Os RTs, em tese, não orientam esses estabele- cimentos ou não têm comprovação documental de que os orientaram”, diz Cristiane. Por isso, é fundamental que o profissional elabore o manual de boas práticas, realize termo de constatação ou de recomendação A Profissional. “O médico-veterinário e o zootecnista têm obrigação de conhecer a legislação do CRMV-RS e de outros órgãos, como Mapa e Anvisa, com os quais têm vinculação em suas atividades”, ressalta. A origem da maioria dos processos éticos é a denúncia, geralmente realizada por proprietá- rio de paciente do profissional. Nesses casos, o denunciante preen- che um formulário disponível no site do CRMV-RS e encaminha junta- mente com documentos ao presiden- te da autarquia. Há também casos em que o processo é motivado pela ação da fiscalização do CRMV-RS ou de outros órgãos, como o Ministério da Agricultura, por exemplo. Em qualquer uma das situações, recebida a denúncia, após ser instaurado o processo ético, esse não Autarquia abriu 22 processos até o mês de novembro de 2010 D ivulgação/C R M V -R S pode ser arquivado sem julgamento do plenário do CRMV-RS. O exercício ilegal da Medicina Veterinária ou da Zootecnia muitas vezes realizado com falsidade ideológica também é motivo de denúncia ao CRMV-RS. Nesses casos, os denunciantes são orienta- dos a também procurar diretamente a delegacia de polícia e o Ministério Público, já que trata-se de contraven- ção penal e de crime. O CRMV-RS, por obrigação legal, ao tomar conhecimento dos fatos e de posse de elementos fornecidos com a denúncia também realiza representa- ção criminal ante o MP. “Além disso, não é possível realizar processo ético e cobrar a ética profissional de quem não é médico-veterinário ou zootecnista”, completa a chefe do setor de ética. - Denúncia é recebida pelo setor de ética - Presidente recebe ou não a denúncia - Em caso de recebimento, é nomeado um conselheiro instrutor - O denunciante e o denunciado são informados da abertura do processo ético - O denunciado tem 30 dias para apresentar sua defesa por escrito, com provas - O denunciante tem 5 dias para arrolar testemunhas - Marcada a oitiva das partes e testemunhas, quando houver. - Conselheiro instrutor produz um relatório final de instrução, com um relato dos fatos, que é encaminhado pelo presidente ao conselheiro relator - O conselheiro relator irá preparar seu voto para a sessão especial de julgamen- to, sendo o plenário composto por no mínimo seis conselheiros - Em caso de condenação, é definida a penalidade - Há possibilidade de recurso e o processo pode chegar ao CFMV As multas aplicadas aos profissionais em casos de transgres- sões gravíssimas ao Código de Ética ou reincidência tiveram seus valores reajustados por resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Para o profissional reincidente que for penalizado com a pena levíssima, a multa aplicada será no valor de R$ 1.800,00; para pena leve o valor é de R$ 3.000,00; no caso de pena séria a multa é de R$ 4.800,00, e em casos de pena grave o valor determinado pelo CFMV é de R$ 6.000,00. Quando o profissional for condenado com a pena gravíssima, o valor da multa é de R$ 6.000,00, independentemente da reincidência. A reincidência ocorre quando o profissional recebe nova condenação após o trânsito em julgado de condenação em processo ético-profissional no período de cinco anos. Desconhecimento do profissional é o principal gerador de processos éticos Multas mais altasPasso a passo do processo 4 Veterinária & Zootecnia setembro a dezembro 2010 NOTÍCIAS Programas de castração de cães e gatos ganham nova regulamentação s programas de esteriliza- ção cirúrgica de cães e gatos com a finalidade de controle populacional que envolvem instituições públicas têm uma nova regulamentação no Rio Grande do Sul. A Resolução nº 14 do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS) normatiza os procedimentos de contracepção inseridos nas ações de educação em saúde, guarda responsávele esterilização que integram políticas em saúde pública e bem-estar dos animais e das pessoas. “Nosso objetivo é que essas ações tenham um caráter efetivamente educativo e colabo- rem para um mapeamento sobre a população canina e felina de rua, além de reduzir o número de animais abandonados”, ressalta o presidente do CRMV-RS, Air Fagundes dos Santos. Com a resolução, todas as campanhas de contracepção em cães e gatos precisam de aprovação prévia do CRMV-RS. No projeto a ser apresentado, as instituições devem apresentar informações sobre a campanha, como data, local, abrangência e recursos envolvidos. Passa a ser obrigatória a Anotação de Responsabilidade Técnica de médico-veterinário, que deverá manter por cinco anos os dados sobre os beneficiários e a identificação dos animais. Somente pessoas com insufi- ciência de recursos financeiros para custear o procedimento podem se beneficiar das campa- nhas. Para garantir o controle, cada animal deve receber um microchip para identificação eletrônica. A resolução do CRMV-RS ressalta também o caráter educacional dessas campanhas. Por isso, as instituições públicas devem orientar por escrito e verbalmente os responsáveis pelos animais sobre guarda responsável, bem- estar animal, educação sanitária, controle de parasitas e o procedi- mento de castração. Uma reivindicação antiga de muitas prefeituras é atendida pela resolução. A partir de agora, fica autorizada a utilização de unidades móveis para realização dos atendimentos veterinários. No entanto, os veículos deverão apresentar uma estrutura mínima que garanta as condições sanitárias e de acomodação dos animais. Para isso, devem oferecer ambientes pré-operatório, transoperatório e pós-operatório. A mesma exigên- cia se aplica às estruturas físicas. Portanto, não é permitida a realização de cirurgias de castra- ção em escolas ou salões comuni- tários, por exemplo. A resolução foi apresentada em uma entrevista coletiva e o assunto recebeu ampla cobertura da imprensa. O Detalhes do texto foram apresentados durante entrevista coletiva Prefeituras já buscam se adequar às normas D iv u lg ação /C R M V -R S A prefeitura de Xangri-Lá, no Litoral Norte, foi a primeira a encaminhar ao CRMV-RS um projeto para realização de campanhas de castração de cães e gatos no município. O documento já veio adequado às novas regras e segue a tramitação prevista, com avaliação e aprovação dos conselheiros. Outros municípios estão buscando subsídios para preparar seus projetos e se adequar. Em Porto Alegre, a prefeitura já recebeu a doação de ônibus da Carris para adaptação para transporte dos animais e montagem de uma unidade móvel. O CRMV-RS também já está autuando as prefeituras que realizam campanhas de castração em desacordo com a legislação. Os projetos para realização dos programas de esterilização cirúrgica com a finalidade de controle populacional devem ser encaminhados ao CRMV-RS com antecedência mínima de 60 dias do início de sua execução. O documento ent regue para avaliação do conselheiro deve trazer modelos dos formulários que serão utilizados na campa- nha, descrições da equipe de trabalho e dos procedimentos de transporte dos animais, pré- operatório, transoperatório, pós- operatório e da gestão da qualidade, além da ART e do relatório de vistoria do Setor de Fiscalização. Porto Alegre tem legislação específica para realização de feiras de animais domésticos A capital gaúcha conta desde setembro com uma legislação específica sobre a realização de feiras e exposições que envolvam a venda de animais domésticos, silvestres ou exóticos provenien- tes de criadouros autorizados. O texto de autoria do vereador Beto Moesch, aprovado pelos vereado- res em maio, contou com a participação do CRMV-RS e ONGs em sua construção. Mesmo com o veto do prefeito José Fortunati a alguns artigos, a legislação manteve seus principa- is pontos após o plenário votar pela derrubada dos vetos. Em Porto Alegre, a duração dos eventos não deverá ultrapas- sar o prazo de cinco dias; os animais somente poderão ser expostos após completarem três meses de vida e com atestado sanitário expedido por médico- veterinário e deverão ser forneci- dos documentos como nota fiscal, contrato de compra e venda, histórico do animal, atestado sanitário e carteira de vacinação ao adquirente. Para realizar uma feira é preciso ter licença dos órgãos competentes, como as secretarias da Indústria e Comércio e da Saúde, por exemplo, expedida 30 dias antes da realização. Além disso, é preciso contratar médico- veterinário que irá atuar como responsável técnico, permane- cendo na feira durante todo o tempo de funcionamento. Além disso, as feiras devem cumprir um papel de orientação a respeito da guarda responsável. Já no pedido de licença, os organiza- dores devem apresentar cartazes e fôlderes com orientações sobre a posse a responsável, esclarecendo as pessoas sobre o que representa o ato de comprar um animal e alertando sobre as mudanças na rotina que essa aquisição irá provocar. “As feiras são um ambiente que favorece a compra de animais por impulso, o que gera um número significativo de animais abandonados em nossas cidades”, ressalta Moesch. REGRAS FORTALECEM CARÁTER EDUCATIVO DAS CAMPANHAS s antibióticos vendidos nas farmácias e drogarias do país só podem ser entregues ao consumidor mediante receita de controle especial em duas vias desde o final de novembro. A primeira via ficará retida no estabelecimento farmacêutico e a segunda deverá ser devolvida ao paciente com carimbo para comprovar o atendimento. A medida foi tomada para reduzir o risco de surgimento de bactérias super- resistentes aos princípios ativos. No entanto, os médicos-veterinários defendem que a mesma precaução deveria ser tomada com os antibióticos de uso animal. O CRMV-RS formou uma comissão para promover uma mobilização em favor da exigência da retenção da receita também em casos médico-veterinários. O CFMV acompanhou a discussão dessa resolução da Anvisa e alertou o órgão a respeito dos riscos de manter a não exigência de retenção da receita nos casos veterinários. A autarquia teme que possa ocorrer uso desses medicamentos por humanos. “A compra de produtos veterinários por humanos para fins terapêuticos seria desastrosa. Os produtos apresentam diferenças devido à farmacocinéti- NOTÍCIAS 5 Veterinária & Zootecnia setembro a dezembro 2010 O ca que se devem às espécies para os quais eles são fabricados”, explica a especialista em farmacologia Silvana Lima Górniak, da Universidade de São Paulo e representante do CFMV para o tema. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 50% das prescri- ções de antibióticos no mundo são inadequa- das. Só no Brasil, o comércio de antibióticos movimentou, em 2009, cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo relatório do instituto IMS Health. A Antibióticos de uso veterinário também deveriam ter receita retida CRMV-RS FORMOU COMISSÃO PARA PROMOVER UMA MOBILIZAÇÃO EM FAVOR DA EXTENSÃO DA EXIGÊNCIA medida da Anvisa vale para mais de 90 substâncias antimicrobianas, que abrangem todos os antibióticos com registro no país, com exceção dos que tem uso exclusivo no ambiente hospitalar. A mesma posição é defendida pelo professor de farmacologia da Ulbra, João Sérgio Coussirat de Azevedo. “O processo deveria ocorrer da mesma forma como se faz na abordagem humana, com a retenção do receituário veterinário, pois somente com o exame clínico do paciente pelo médico-veterinário é possível fazer a prescrição do medicamento”, reitera. Azevedo relata que no ambiente veterinário também há o aparecimento de bactérias resistentes, com inúmeros relatos em hospitais e clínicas. Além disso, o uso indiscriminado em animais de produção gera riscos para o agronegócio. A falta de orientação pode fazer com que não seja observado o período decarência para a eliminação de resíduos, contaminando a carne ou o leite. Há alguns meses, a identificação de resíduo de medica- mentos na carne fez com que a qualidade do produto exportado pelo Brasil fosse questiona- da por compradores. D iv u lg ação /S to ck P h o to g rap h y S ite O Ministério da Saúde determinou, em outubro, a suspensão preventiva das campanhas de vacinação de cães e gatos contra raiva animal em todo o país. A decisão foi tomada após resultados preliminares de investigação laboratorial indicarem ocorrência de efeitos graves e mortes após a vacinação com o produto Rai-Pet, do laboratório Biovet, distribuído pelo ministério para as campanhas nos estados. A notícia provocou dúvidas entre os médicos-veterinários e principalmente entre a população gaúcha, que ficou em dúvida se a determinação atingia também os procedimentos realizados em hospitais, clínicas e consultórios particulares. O CRMV-RS, inclusive, emitiu um comunicado sobre o assunto, esclarecendo que a decisão não atinge as vacinas aplicadas em consultórios, clínicas e hospitais veterinários. Segundo o coordenador estadual do Programa contra Raiva Humana da Secretaria Estadual da Saúde, Jairo Predebon, a medida restringe-se à vacina Rai- Pet. “Houve problemas com um lote de vacina produzida por um laboratório para o Ministério da Saúde e que provocou a suspensão das campanhas de vacinação em todo o país”, diz. Predebon esclarece, ainda, que o Rio Grande do Sul tem a raiva sob controle e não realiza campanhas de vacinação, apenas faz bloqueio vacinal em casos específicos. “O estado recebeu vacinas deste lote para seus bloqueios, mas nenhum problema foi registrado”, destaca. Suspensão de vacina antirrábica não atinge estabelecimentos privados O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a revisão da Portaria 344/1998. Pela norma atual, médicos veterinários que trabalham com anestesia animal encontram dificuldades para adquirir, transportar e armazenar medicamentos como anestési- cos, alguns analgésicos (opióides) e substâncias de ação tranquilizante, registrados para uso humano, mas que também são utilizados no tratamento de animais. A intenção é garantir que os profissionais possam acessar os produtos com segurança e garantir o bem- estar dos animais, evitando que sintam dor. Os repre- sentantes do CFMV mostraram à Anvisa evidências científicas sobre a necessidade do uso desses produtos na Medicina Veterinária. Para garantir a segurança, o CFMV sugere que obrigatoriamente o profissional se cadastre na Anvisa e atenda a uma série de exigências. Ele terá de justificar a necessidade de uso e comprovar a atividade como anestesista, além de atender recomen- dações de armazenamento e controle. Mudanças para anestésicos são solicitadas ao governo Posição foi defendida pelo sistema CFMV/CRMVs junto à Anvisa para tratar de questões administrativas comuns nos estados. Neste ano, a programação agregou novas entidades, como o Consulado Geral do Canadá, que escolheu a Casa do Veterinário para sediar suas palestras sobre intercâmbio. Além disso, o Consulado promoveu uma palestra sobre estresse animal e os impactos na produtividade. A Alltech do Brasil promoveu uma palestra sobre a cultura de leveduras vivas na alimenta- ção animal. Já a Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) lotou a Casa do Veterinário para realizar um painel sobre o cargo de fiscal agropecuário no cenário nacional e estadual, com a participação do Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuá- rios (Anffa Sindical), da Associação dos Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura (Afama/RS) e da Afagro. A Casa do Veterinário também recebeu candidatos aos cargos de deputado estadual e federal e senador para expor algumas propostas oram dez dias de intensa programação, com uma grande diversidade de eventos que atraiu um grande público à Casa do Veterinário durante a Expointer 2010. Mais uma vez os médicos- veterinários, zootecnistas, estudantes e público em geral aproveitaram as oportunidades de qualificação profissional e de integração oferecidas pelas entidades responsáveis pela programação - CRMV-RS, Sovergs, Simvet/RS, Academia Rio-Grandense de Medicina Veterinária e Anclivepa/RS. Além disso, outras entidades e empresas utilizaram o espaço para promover qualificados eventos. A lista de presença aponta a visita de mil pessoas à Casa do Veterinário. Presidentes de Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs) dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Ceará foram recepcionados pelo presidente do CRMV gaúcho, Air Fagundes. Os gestores das cinco autarquias reuniram-se na Casa do Veterinário Entidades comemoram sucesso da programação da Casa do Veterinário PALESTRAS DIVERSIFICADAS MARCARAM AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE A EXPOINTER 2010 F o to s: D iv u lg ação /C R M V -R S F para os setores da cadeia produtiva da avicultu- ra, suinocultura, laticínios e pecuária de corte. Nos discursos realizados no evento organizado pela Asgav, os candidatos se comprometeram com as quatro cadeias produtivas e com a sanidade animal. O Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro) reuniu convidados e a imprensa para apresentar as atividades que desenvolve no estado. “Queremos capacitar o homem do campo para que ele tenha condições de usar a inovação tecnológica”, disse o médico-veterinário e doutor em Zootecnia Júlio Barcellos. A produção de caprinos no Rio Grande do Sul também foi debatida no espaço, em um ciclo de palestras realizado ao longo do dia 4 de setembro e promovido pela Associação dos Caprinocultores do Rio Grande do Sul (Caprisul), tradicional parceira da Casa do Veterinário. Mulheres trocam experiências e relatam seus desafios Situação do mercado de trabalho é apresentada por profissionaisvalorização da mulher no mercado de trabalho e no campo da Medicina Veterinária e a troca de experiências nas áreas de equinos, caprinos, ovinos e suínos foram tema de encontro na Expointer. Promovido pela Comissão da Mulher Veterinária do CRMV- RS e Sovergs, o painel foi um momento de troca de experiências entre os convidados e visitantes da Casa do Veterinário. A mediação do painel ficou a cargo do médico-veterinário Manolo Ortiz Estrázulas, secretário da Sovergs. “A Comissão da Mulher Veterinária discute questões da mulher na sociedade, bem como a história da mulher na Medicina Veterinária, na vida pública e privada. Temos participado de eventos e seminários com o propósito de levarmos a importância da atividade da médica-veterinária.” Vera Lúcia Machado da Silva, médica-veterinária e presidente da Comissão da Mulher do CRMV-RS “A informação passa do consumidor para o produtor. Os principais mercados exigem o bem-estar animal. O mercado hoje pede certificação e as empresas só compram com o selo de certificação. Se eu não trabalho no bem-estar animal eu não consigo um produto bom e de valor agregado.” Fernanda Kuhl, médica-veterinária e supervisora de bem-estar animal da unidade de Capão do Leão do Marfrig “A odontologia em equinos ainda é pouco adotada na Região Sul. O tratamento auxilia na perda de peso, dificuldade na mastigação e distúrbi- os gastrointestinais. O atendimento odontológico contribui para a melhora no desenvolvimento dos equinos.” Rosalina Ribas Gonzáles, médica- veterinária, cirurgiã dentista e especialista em odontologia de equinos “Tinha um receio muito grande de terminar a faculdade e ficar desempregada. Quero passar para os animais o que sinto em mim. O acupunturista trabalha em parceria com o clínico e isso é muito bom, pois conseguimos ótimos resultados.” Gabriela Becker da Silveira, médica- veterinária e coordenadora técnica do Laboratório Organnact “Hoje criamos suínos e não porcos. As instalações não são as mesmasde antigamente. Precisamos ter mão-de-obra especializada para trabalhar- mos na prevenção e minimizarmos os problemas. Meu trabalho é na prevenção.” Maria Luísa Gonzatti, médica-veterinária e responsável pelo fomento da Cosuel - Montenegro “Gostei da ideia de ser veterinária e empresária. Criei uma empresa para dar consultoria e uma unidade móvel para atender propriedades, realizar exames e consultorias.” Marlise Germer, médica-veterinária, técnica de registro da Caprisul e consultora em agronegócios A 7 Veterinária & Zootecnia 6 setembro a dezembro 2010 EXPOINTER Na presença de autoridades e médicos- veterinários, a revista A Hora Veterinária e a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV) entregaram, na noite do dia 30 de agosto, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da Medicina Veterinária Brasileira ao médico- veterinário e professor Wilhelm Brass. “Recebo com muita emoção esta condecoração. Me sinto muito honrado como sinal de apreço e reconhe- cimento por minhas atividades”, declarou. Homenagens marcam a noite da revista A Hora Veterinária Conselheiros do CRMV-RS assistem à palestra sobre administração Ações de marketing buscam destacar ampla abrangência das profissões A Academia Rio-Grandense de Medicina Veterinária homenageou a trajetória profissional do médico-veterinário e acadêmico Alfredo da Cunha Pinheiro. Ocupante da cadeira número oito, o médico-veterinário falou sobre sua vinculação com a Empraba e outras atividades relacionadas a pesquisa e ao agronegócio. Além disso, o médico- veterinário da Central de Inseminação da ABS Pecplan, Neimar Correa Severo, apresentou as técnicas e as especificidades da sexagem de sêmen. Academia destaca trajetória de Alfredo da Cunha Pinheiro O Sindicato dos Médicos-Veterinários (Simvet/RS) promo- veu duas palestras. A médica-veterinária Lizziê Dietrich abordou odontologia equina. Segundo a especialista, é possível melhorar a digestibilidade dos animais, prevenir patologias orais e aprimorar a performance de animais atletas. Já o médico- veterinário e sócio da Brastec Nutrição Henrique Thiesen abordou os cuidados com alimentação dos animais de produção. De acordo com o palestrante, os médicos-veterinários devem se preocupar com seis pontos ao atuar em uma propriedade: ambiente, genética, sanidade, mercado, nutrição e manejo. Simvet/RS abordou especialidades médico-veterinárias em palestras Durante 11 dias, cerca de mil pessoas acompanharam eventos variados e confirmaram espaço como ponto de encontro no Parque Assis Brasil, em Esteio O CRMV-RS aproveita tradicionalmen- te o período da Expointer para promover ações de marketing que valorizem a Medicina Veterinária e a Zootecnia. Neste ano, a autarquia veiculou anúncios na programação da Rádio Guaíba e também instalou dois front-light visíveis da BR-116. Além disso, por meio da assessoria de imprensa, o CRMV-RS ocupou espaço em diversos veículos de comunicação. “O profissional deve estar envolvido de corpo e alma em todos os processos de suas atividades e precisa ter visão holística”. Essa foi a principal observação do médico-veterinário e mestre em administração de empresas Jorge Duarte, do Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária (Nupeec), durante palestra à diretoria e aos conselhe- iros efetivos e suplentes do CRMV-RS, na sexta-feira (27), abrindo a programação da Casa do Veterinário na Expointer. O mercado de trabalho também esteve em discussão na Casa do Veterinário. A Sovergs convi- dou a médica-veterinária Berenice de Ávila Rodrigues para abordar a incorporação do especialis- ta veterinário na rotina da clínica de animais de companhia. “Há muito lugar no mercado de trabalho para os especialistas. Acho importante combinarmos o conhecimento do profissional generalista com o do especialista. O especialista dá suporte ao clínico” ressaltou. A Comissão de Relação com o Mercado de Trabalho do CRMV-RS, por sua vez, chamou o zootecnista, doutor em agronegócios e professor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Fabiano Nunes Vaz para abordar as oportunidades profissionais O professor explicou que umas das principais áreas que necessitam de zootecnistas e médicos-veterinários é a ovinocultura. “Esta cadeia está bastante desestruturada e nela vamos encontrar um excelente campo para estudos e trabalho”, declarou e alertou que faltam profissionais para trabalhar mais próximo do consumidor final. Para o médico-veterinário e diretor do Hospital Veterinário Lorenzoni Rodrigo Marques Lorenzoni, as ferramentas de marketing auxiliam no dia a dia dos médicos-veterinários na administração de seus estabelecimentos e atividades profissionais. Porém, é preciso entender o mercado no qual o profissional está inserido e o público-alvo que pretende atingir. “O mundo e o mercado mudam muito rápido e essas modificações obrigam as pessoas a buscar diferencia- ção e aperfeiçoamento”, acrescentou Lorenzoni na palestra promovida pela Anclivepa. O futuro profissional também foi debatido com um grupo de aproximadamente 60 alunos de Medicina Veterinária da Universidade Regional da Campanha (Urcamp) e da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), que participaram do Fórum de Responsabilidade Técnica. Uma turma de alunos da Unijuí também esteve na Casa do Veterinário e conheceram um pouco mais sobre o funcionamento do CRMV-RS. 8 Veterinária & Zootecnia setembro a dezembro 2010 SANIDADE Erradicação da aftosa exige planejamento e trabalho integrado PAÍSES SUL-AMERICANOS AINDA TÊM MUITOS DESAFIOS A VENCER PARA CONTROLAR A DOENÇA erradicação da febre aftosa nos rebanhos da América do Sul é possível e está entre as metas dos principais agentes das cadeias da produção pecuária. No entanto, novos passos no sentido da erradicação requerem prévias e urgentes avaliações a respeito dos custos e benefícios sanitários, econômicos, políticos e sociais, além do compromisso sério de cada um dos países para atingir essa meta. Essas são algumas das principais conclusões da mesa- redonda Perspectivas para a Erradicação da Febre Aftosa no Extremo Sul da América, promovida pela Sociedade de Veterinária do Rio Grande do Sul (Sovergs), na Expointer. Nas últimas décadas, os países da região conseguiram importantes avanços em direção ao controle e erradicação da febre aftosa, o que indica o domínio do conhecimento, de técnicas e de metodologias de trabalho. “De 4 a 5 mil focos por ano quando se iniciou a atuação no Brasil passamos a uma situação na qual não havia mais aftosa clínica na região em cinco anos”, afirmou o coordenador da mesa, José Fernando Dora. Um dos principais responsáveis por isso foi o Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA) 1988-2009 e a atuação do Centro Paname- ricano da Febre Aftosa (Panaftosa), ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, todas as metas não foram atingidas e é preciso avançar em pontos como a realização de estudos e caracterizações por países e constituir uma coordenação público- privada para a concepção e aplicação do programa de erradicação, afirmou o diretor do Panaftosa, Ottorino Cosivi. Para isso, a elaboração do PHEFA II é imprescindível. Além disso, os participantes da mesa indicaram aspectos que devem ser tratados como prioridades para reforçar a vigilância sanitária na região e garantir a manutenção do status atual e a conquista de avanços: recursos humanos suficientes, estimulados e prepara- dos; participação social; vigilância epidemio- lógica ativa e competente, incluindo diagnós- tico e resposta a emergências; existência de banco de imunógenos para a região; preserva- ção do capital genético e monitoramento e avaliação permanente. Para Dora, que atuou até pouco tempo na coordenação da Panaftosa no Uruguai, não há justificativa que não seja para avançar rumo à erradicação. Porém, o especialista alerta que a ausência da doença leva ao relaxamento das ações de vigilância. “O médico-veterinário sai da faculdadesem ter visto um caso clínico. Por isso, é necessária capacitação constante”, disse. Dora questionou se os serviços dos países estão preparados para atuar em emergências, se há regras claras e qual seria o tempo necessário para realizar o diagnóstico da doença. Os casos anteriores mostram o quanto a ação eficiente na ocorrência de focos foi essencial para a solução rápida e com menos prejuízos para os produtores. Argentina A Argentina tem, atualmente, áreas com e sem vacinação. O país tem regiões nas quais não há ocorrência do vírus em função de características geográficas e de clima. Um dos principais objetivos da autoridade sanitária argentina é garantir uma boa cobertura vacinal, com a aplicação de uma vacina de excelente qualidade. No entanto, dar um passo além e eliminar a vacinação está entre as metas da Argentina, que reconhece também a importância de estar preparado para atuar na contenção de focos em caso de ocorrências. Jorge Dillon, diretor de Sanidade Animal do Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária (Senasa), Argentina Uruguai Para as autoridades uruguaias, a decisão de retirar a vacina só deve ocorrer após demonstração técnica-científica de ausência de circulação viral, agregada a uma estratégia de prevenção, vigilância sanitária, detecção precoce e resposta emergencial. Porém, não é possível que um país tome decisões isoladas. As ações devem ser realizadas dentro de um novo plano hemisférico de controle da febre aftosa, corroborando no avanço das áreas livres da doença do Sul em direção ao Norte do continente americano. Francisco Muzio, diretor-geral de Serviços Veterinários do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), Uruguai Brasil Atualmente, 85% da população de bovinos do país está em zona livre da doença e a manutenção dessa condição sanitária é uma das metas do Brasil, que investe para chegar à expansão dessa área. As autoridades sanitári- as alertam que chegar neste status não é o mais difícil, mas o desafio está em se manter nessa posição. A eventual retirada da vacina- ção em alguns estados deve ser discutida, mas é importante que se tenham definidas as bases claramente estabelecidas para isso. Jamil Gomes Souza, diretor de Departamento Nacional de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Sanitário do Ministério da Agricultura, Brasil A situação nos países A Representantes do Brasil, Argentina, Uruguai e da Panaftosa debateram as estratégias desenvolvidas D iv u lg ação /C R M V -R S 9 Veterinária & Zootecnia EVENTOS setembro a dezembro 2010 L Avisulat 2010 discutiu os novos rumos para o agronegócio PAINEL ORGANIZADO PEL0 CRMV-RS DEBATEU RESPONSABILIDADE TÉCNICA NA INDÚSTRIA DE AVES, SUÍNOS E LEITE Em Bagé, seminário abordou a sanidade animal e a saúde pública CRMV-RS montou estande para valorizar a Medicina Veterinária e a Zootecnia D iv u lg ação /C R M V -R S oficial do Avisulat, o coordenador- geral do congresso, Eduardo dos Santos, ressaltou que os setores ainda necessitam de muitos investimentos para o bom desempe- nho das atividades e que com a realização da segunda edição do encontro pretende fortalecer o agronegócio gaúcho e brasileiro. O CRMV-RS promoveu, como parte da programação paralela do Avisulat, um painel sobre responsa- bilidade técnica, onde RTs das cadeias avícola, suinícola e láctea e estudantes de Medicina Veterinária se encontraram em um momento de discussão e atualização profissional. No encontro, foi destacada a importância do profissional estar atento à gestão, à visão holística e à capacitação técnica, como mostrou o médico-veterinário Eurico Mussoi Junior ao apresentar o painel A Responsabilidade Técnica do Médico-Veterinário na Suino- cultura. Já para o médico-veterinário Vitor Hugo Martinez Pereira, ao falar sobre a bovinocultura de leite, o perfil do RT exige também muito comprometimento. “O RT precisa ser um parceiro da empresa, ter compromisso com os resultados e estar atento às normas e legislações”, completou. Já com relação à responsabilida- de técnica na avicultura, o médico- veterinário Mauro Gregory Ferreira, tesoureiro do CRMV-RS, alertou os profissionais de que é preciso estar atento às exigências dos mercados interno e externo e, ainda, mostrou que existem muitas áreas para a atuação do RT no segmento. Ferreira apontou a genética com um desses campos de trabalho. “Esta área está surg indo com mui ta fo rça . Precisamos nos abraçar nesta área de atuação”, ressaltou. A mediação dos debates ficou sob a coordenação do vice-presidente do CRMV-RS, José Arthur de Abreu Martins. O Conselho também esteve presente no Avisulat 2010 com um estande, onde prestou esclarecimen- tos aos produtores e comunidade em geral sobre a importância do médico-veterinário e do zootecnista nas três cadeias produtivas. ideranças do agronegócio, produtores rurais, empresá- rios, zootecnistas e médi- cos-veterinários estiveram reunidos de 17 a 19 de novembro no II Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Lati- cínios - Avisulat 2010, em Bento Gonçalves, para discutir os rumos da agroindústria brasileira. Painéis, seminários e palestras técnicas reuniram mais de 1,5 mil congressis- tas nos auditórios paralelos para cada setor. Especialistas trouxeram informações atualizadas sobre temas como salmonela na avicultura, biossegurança na produção de suínos e a influência dos custos na cadeia láctea. Além disso, o evento reuniu cerca de 110 expositores e possibili- tou a interação e aprendizado entre produtores, estudantes, especialistas e autoridades. Durante a abertura BEM-ESTAR ANIMAL, SAÚDE DOS TOUROS E LEISHMANIOSE FORAM OS TEMAS DISCUTIDOS NO EVENTO O Seminário de Sanidade Animal e Saúde Pública de Bagé reuniu, no dia 11 de novembro, mais de 200 pessoas, entre profissionais da área da saúde, veterinária e docentes da universi- dade, no Clube Caixeiral. A platéia, na maioria formada por alunos de Medicina Veterinária da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), acompa- nhou debates que abordaram temas como bem-estar animal, saúde dos touros e leishamaniose. O médico-veterinário e espe- cialista em reprodução animal Silvio Menegassi mostrou os impactos socioeconômicos do exame andrológico através de um estudo realizado com 6 mil vacas e que durou quatro anos. A utiliza- ção do exame andrológico e a seleção dos touros proporciona ganho econômico, genético e fertilidade do rebanho, disse. Menegassi salientou que qualquer médico-veterinário pode ser treinado para fazer e exame andrológico. Outro tema debatido no evento foi o bem-estar animal. “O bem-estar animal é uma tendência internacio- nal e uma ascendente demanda do mercado consumidor”, reiterou a médica-veterinária e especialista na área Rosângela Poletto Cattani. Ela lembrou que os europeus e os americanos valorizam muito os produtos certificados e se preocu- pam com a criação e o abate dos animais. “O Brasil tem muito potencial para exportação. Abram os olhos para o bem-estar animal. Nós temos a matéria prima, o conheci- mento técnico. Temos uma grande oportunidade”, conclamou. A situação da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) no Rio Grande do Sul também foi tema de discussão em Bagé. A médica- veterinária e conselheira do CRMV- RS Margarete Maria Paes Iesbich destacou que, até o momento, não há nenhum medicamento comprovada- mente eficaz para tratar a doença, diferentemente dos humanos. Os maiores registros da zoonose se encontram em Bangladesh, Índia, Brasil, Nepal e Sudão. Somente o Nordeste brasileiro detém mais de 90% dos casos de LVC, sendo o Rio Grande do Sul o estado com a menor concentração. “Hoje nós temos muito a aprender sobre a LVC dentro do nosso estado, pois se trata de uma zoonose muito recente”, explicou. Dados do CEVS mostram que além de São Borja, principal foco gaúcho, outros 14 municípios estão sendo monitorados. Em Bagé não há suspeitasclínicas de LVC. “Pretendemos monitorar todas as regiões do Estado”, enfatizou. Mais de 200 pessoas acompanharam os debates realizados no Clube Caixeiral D iv u lg ação /C R M V -R S 10 Veterinária & Zootecnia setembro a dezembro 2010 NOTÍCIAS Plenário do CRMV-RS aprovou, em 15 de dezembro, o calendário para as eleições da diretoria executiva e conselheiros da autarquia. O 1º turno da votação está marcado para 05 de julho de 2011. Em caso de necessidade, o 2º turno deve ocorrer em 04 de agosto. Em função disso, o edital será publicado até o dia 05 de fevereiro. Em 06 de abril será designada a Comissão Eleitoral Regional (CER). O prazo para registro de chapa se esgota em 06 de maio. O mandato da atual diretoria e conselheiros se encerra em 12 de novembro. O processo eleitoral está de acordo com a Resolução nº 958 do CFMV. O MÉDICOS-VETERINÁRIOS E ZOOTECNISTAS DEVEM REGULARIZAR PAGAMENTOS PARA EVITAR MULTAS CRMV-RS d para escolha de diretores executivos e conselheiros em 2011 efine calendário eleitoral A legislação do CFMV determina que são eleitores os médicos-veterinários e zootec- nistas que possuem inscrição principal no CRMV-RS, que estejam em dia com a tesouraria e não estejam impedidos em face de decisões administrativas ou judiciais transitadas em julgado. Por isso, o profissio- nal deve regularizar seus pagamentos e assim evitar multa. Para os profissionais inadimplentes, o Conselho está facilitando o pagamento através de parcelamento da dívida. A solicita- ção deve ser encaminhada para o e-mail financeiro@crmvrs.gov.br, para o endereço Rua Ramiro Barcelos, 1793/201, Porto Alegre/RS, CEP 90035-006, para o fax 51 2104 0580 ou pessoalmente. Informações podem ser obtidas pelo telefone 51 2104 0554. A falta de pagamento de duas prestações, sucessivas ou alternadas, implicará a imediata rescisão do parcelamento e, conforme o caso, a remessa do débito para inscrição em dívida ativa ou o prosseguimento da execução, vedado o reparcelamento. Para concorrer e exercer mandato nos CRMVs, o interessado deve quitar o débito até a data do protocolo para o registro da candidatura. Portanto, se o candidato optar por parcelamento de dívida, todas as parcelas devem ser pagas antes de 06 de maio. Sistema CFMV/CRMVs se posiciona sobre leishmaniose Sistema CFMV/CRMVs divulgou a Carta de Brasília, documento com seus posicionamentos a respeito da leishmaniose visceral. O documento faz um resumo a respeito da doença e a forma como tratada no país, além de destacar inovações desenvolvidas por agentes públicos e privados. Um dos principais trechos trata da eutanásia. “Até que se encontre um fármaco eficaz no tratamento da LV canina, a eutanásia continuará sendo a medida de controle preconizada para o reservatório canino, desde que tenha sido aplicado exames que não deixem duvidas O áreas receptivas para o vetor é um risco para a população - principalmente crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas.” Outro ponto polêmico trata das vacinas. Os laboratórios que as fabricam executaram estudos de fase III e aguardam análises dos ministérios da Agricultura e da Saúde. “É importante também enfatizar que os fabrican- tes das vacinas precisam produzir antígenos que não interfiram nos resultados laboratoria- is de inquéritos sorológicos, pois nesse caso o impasse continuará, já que não poderemos diferenciar cães vacinados de infectados nesse contexto.” quanto a positividade identificada”, diz a Carta de Brasília. O documento também aborda o tratamento da doença. O texto lembra que, devido ao longo período de incubação nos cães, os animais parecem sadios, mas mantém ativa a cadeia de transmissão. Por isso, “o tratamento dos cães não é permitido pelos órgãos públicos já que os fármacos atualmente empregados no tratamento da leishmaniose visceral não eliminam o parasito do organis- mo do cão”, lembra a Carta. “Em razão disso e devido à íntima relação do cão com seus proprietários, manter um animal infectado em O Fórum de Entidades Nacionais de Trabalhadores da Área da Saúde (Fentas) está liderando um movimento nacional contra a aprovação do projeto de lei (PL) que institui o Ato Médico, em tramitação no Senado. No entendimento da entidade, a alteração na legislação cria uma diferenciação entre as profissões e retira funções privativas de outras, entre as quais a Medicina Veterinária. O Fentas é contrário à tramitação em regime de urgência, explica a presidente do Simvet/RS, Maria Angélica Zollin de Almeida. “O PL fere os princípios e diretrizes do SUS, se contrapõe à Constituição Federal, bem como, cerceia os direitos da população e a autonomia das profissões, evidenciando flagrantes retrocessos na conquista do modelo de saúde multiprofissional, universal, igualitário e integral”, diz o material do Fentas. A solicitação da entidade é que sejam enviadas mensagens aos senadores expondo a contrariedade. Entidades intensificam mobilização contra projeto do Ato Médico Vaga em residência multidisciplinar depende das universidades A inclusão de médicos-veterinários e a consequente concessão de bolsas em programas de residência multidisciplinar depende exclusivamente da inclusão da Medicina Veterinária como área de saúde pública dentro dos programas de cada universidade. A informação foi repassada à presidente da Sindicato dos Médicos- Veterinários (Simvet/RS), Maria Angélica Zollin de Almeida, durante reunião da Comissão Nacional de Saúde, ocorrida em outubro, em Brasília. Angélica representa a Federação Nacional dos Médicos Veterinários (Fenamev) na comissão. Segundo a presiden- te do Simvet/RS, as vagas para médicos-veterinários dentro dos programas de residência multidisciplinar da área da saúde estão previstas em lei, o que falta é as universidades/faculdades abrirem as vagas para os profissionais em seus programas. 11 Veterinária & Zootecnia CONTAS setembro a dezembro 2010 Ê Õ Ê Ê ÉÇÕ ÇÃ ÉÇÕ Ê Ç ÇÕ Ê Ã Ê Ú ÇÕ Ó Í É Í Ú Á Ê Ã Ê Ú ÇÕ Ó ÍÇ É Í Ú Á ÇÕ Á Â ÇÃ ÇÕ Á Â ÇÃ Que 2011 seja um ano marcante, cheio de paz, solidariedade, sonhos e muitas conquistas. Feliz 2011! NOTÍCIAS 12 Veterinária & Zootecnia setembro a dezembro 2010 m uma viagem à região da fronteira com o Uruguai, em setembro, o presidente do CRMV- RS, Air Fagundes, se surpreen- deu com o grande número de animais silvestres avistados nos campos ou nas margens das rodovias. “Ao viajarmos pelas rodovias gaúchas, com mais frequência, observamos a presença de animais da nossa rica fauna silvestre. Para nossa alegria, vemos, além de graxains (sorros) e lebres, tatus, gatos do mato, veados e outros animais. Avistamos a saracura não mais isolada, mas em número de três ou quatro aves na beira do asfalto a procura de grãos para seu cardápio diário”, relatou em seu retorno à capital. Foi dessa maneira que nasceu uma campanha para coletar relatos sobre a observação de animais na natureza gaúcha. A cada semana, essas contribuições são publicadas no Informativo Online. Infelizmente, os textos e fotos trazem também os acidentes que ocorrem nas rodovias gaúchas. Já E na semana de estreia da seção publicamos a imagem de tatu vítima de atropelamento entre Dom Pedrito e Santana do Livramento. “Para nossa tristeza, com muita frequência também observamos animais mortos, atropelados. Na maioria das vezes, vítimas da pressa do homem ao volante do seu veículo.” Outras contribuições também analisam os impactos da relação entre os homens e os animais. Fato a comemorar é o visível crescimento de nossa fauna. “A que devemos isto? Por um lado, acreditamos que a explicação esteja no aumento da cobertura verde que serve de refúgio aos animais, graças às leis mais severas sobre meio ambiente e, por outro, à conscientização das pessoas, em particular das crianças e dos adolescentes - geração do futuro que quer um planeta habitado por animais”,avalia Fagundes. Confira algumas das contribuições enviadas ao CRMV-RS e participe também, entrando em contato pelo e-mail ouvidoria@crmvrs.gov.br. INICIATIVA DESENVOLVIDA PELO CRMV-RS ENVOLVE OS PROFISSIONAIS GAÚCHOS Imagem de tatu atropelado em rodovia abriu espaço no Informativo Online F otos: D ivulgação/C R M V -R S Campanha coleta relatos e imagens de animais de vida livre no estado Alguns depoimentos “Há pouco tempo algumas espécies foram consideradas em extinção, mas a cada ano estão aumentando. No entanto, muitos ainda, ao cruzar as rodovias, são atropelados. Outros são abatidos nos fundões das estâncias, seja por cães ou pelo próprio homem.” Médico-veterinário Paulo Renato Oliveira Gonçalves “Temporais derrubaram algumas árvores nas ruas do bairro Tristeza, em Porto Alegre. Depois da remoção dos troncos e galhos, restou um filhote de coruja, o qual foi entregue aos meus cuidados. A ave alcançou idade de vida livre e foi solta em terrenos da estrada João de Oliveira Remião, na divisa de Porto Alegre e Viamão. Assim, ela acabou inte-grando-se à vida livre.” Médico- veterinário José Romélio Aquino “No dia 16 de setembro, avistei na RST 377, em São Francisco de Assis, um casal seriema (Cariama cristata) e, na mesma rodovia, em Quaraí, emas (Rhea americana), além das pombas (de bando - Zenaida auriculata - e rolinha - Columbia Talpacoti), cardeal (Paroaria coronata), chupim (Molothrus bonariensis) e canário-da-terra (Sicalis flaveola).” Médico-veterinário Afonso Benfica “Esta cegonha j o ã o - g r a n d e f o i encaminhada pela Patrulha Ambiental de Cachoeira do Sul com a asa quebrada. O fazendeiro informou que ela tinha batido em um fio de luz. Foi operada e coloquei pinos. Ao fazer uma radiografia constatei que ela havia levado um tiro e então retirei vários balins, grãos de chumbo grandes da musculatura do peito.” Médico-veterinário Edson Salomão “O registro de animais silvestres ao longo de estradas é um forte indício de perda e da fragmentação do habitat que força os animais a se deslocarem em busca de novas áreas para a obtenção de recursos para sua manutenção na paisagem. Geralmente, as estradas passam pelo meio do habitat das espécies, fragmentando-o, forçando-as a atravessarem a rodovia para se locomover de uma área para outra, momento em que ocorrem os atropelamentos.” Médico-veterinário Vagner Luis Camilotti 1: 12-01 2: 02-11 3: 10-03 4: 04-09 5: 08-05 6: 06-07 Página 7 Página 8 Página 9 Página 10 Página 11 Capa.pdf 1: 12-01 Capa.pdf 1: 12-01
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