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Definido calendário para eleição de diretoria e conselheiros
PÁGINA 10
PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO RS - ANO XV Nº 67 - SET/DEZ 2010
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Veterinária
& Zootecnia
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AUTARQUIA ABRE SELEÇÃO PARA CERCA DE 50 VAGAS NOS PRÓXIMOS MESES
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Impresso
Especial
9912233864/2009 DR-RS
CRMV/RS
CORREIOS
Maior rigor
Série retrata
animais na
natureza
Série retrata
animais na
natureza
Concurso público vai qualificar
serviços prestados pelo CRMV-RS
Determinação da reten-
ção da receita na venda de 
antibióticos de uso humano 
motiva médicos-veteriná-
rios a exigirem mais contro-
le também para os similares 
de uso veterinário.
O
de acordo com suas habilidades e 
em função das novas necessidades 
dos serviços. Isso envolveu 
também uma reestruturação dos 
setores, com a criação de novos e a 
divisão de tarefas, melhorando os 
fluxos internos, além de ativida-
des de capacitação para os 
colaboradores. 
Bruna explica que com o 
concurso será possível trazer 
profissionais já especializados nas 
áreas nas quais o CRMV-RS atua. 
“O processo seletivo será bastante 
focado, com provas específicas 
para cada um dos cargos”, diz. O 
concurso também foi pensado 
para permitir uma grande malea-
bilidade administrativa. Para isso, 
haverá cadastro reserva para 
diversos cargos, inclusive para 
serviços que hoje são terceiriza-
dos, permitindo que a próxima 
gestão possa decidir a melhor 
forma de gerenciar os recursos 
humanos. 
A realização do concurso 
público não implicará em custos 
Conselho Regional de 
Medicina Veterinária do 
Rio Grande do Sul 
(CRMV-RS) está finali-
zando o edital para a realização de 
um concurso público nos próxi-
mos meses. Devem ser abertas 
aproximadamente 50 vagas, 
sendo que metade delas com 
preenchimento imediatamente 
após a conclusão do processo 
seletivo. A necessidade de reforço 
da equipe de colaboradores se 
acentuou nos últimos anos, com o 
desligamento de 10 funcionários. 
Além disso, mudanças adminis-
trativas e novas exigências para o 
cumprimento da missão de 
fiscalizar o exercício profissional 
médico-veterinário e zootécnico 
fazem com que seja preciso alterar 
o quadro funcional.
De acordo com a chefe do setor 
de Desenvolvimento Humano e 
Organizacional (DHO), Bruna 
Camozzato, o concurso vai 
promover a profissionalização 
dos clientes internos pensando na 
excelência do serviço prestado ao 
cliente externo. O primeiro passo 
nesse sentido aconteceu dentro do 
próprio CRMV-RS ao longo de 
2010, com o reaproveitamento de 
recursos humanos que já pertenci-
am ao quadro e foram realocados 
para o CRMV-RS, uma vez que 
será realizado por uma fundação 
especializada e que será responsá-
vel por todo o processo. Ao 
CRMV-RS cabe somente definir 
os parâmetros para os cargos e 
para a seleção. Atualmente, o 
conselho conta com 37 funcioná-
rios e o número de estagiários 
se mantém entre 10 e 12 nos úl-
timos anos. 
O presidente do CRMV-RS, 
Air Fagundes dos Santos, destaca 
que com a ampliação e qualifica-
ção do quadro de colaboradores 
será possível melhorar os serviços 
prestados aos médicos-veteri-
nários e aos zootecnistas, princi-
palmente, assim como a toda a 
comunidade. Fagundes também 
lembra das mudanças significati-
vas ocorridas nos últimos anos, 
com o maior uso de tecnologias da 
informação exigindo profissiona-
is cada vez mais preparados e 
habilitados para atuar em uma 
autarquia responsável pela fisca-
lização do exercício profissional.
Provas específicas serão adequadas ao perfil de cada cargo
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Atenção
à ética
Processos éticos em 
tramitação no CRMV-RS 
mostram falta de conheci-
mento dos profissionais a 
cerca de seus deveres e 
alertam para erros comuns no 
cotidiano profissional. 
2 setembro a dezembro 2010
Veterinária
& Zootecnia
EDITORIAL
EDITORIAL
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encemos a primeira década do 
novo século buscado desespe-
radamente uma adaptação 
mágica às grandes mudanças 
no modelo de comunicação que 
atropelou o mundo nos últimos vinte 
anos. Essas mudanças trouxeram 
questionamentos que apontam uma 
nova ordem que não se resume 
somente à geração de novos conheci-
mentos de forma tão acelerada nesta 
chamada "era da informática". 
Inovações que visam, naturalmente, 
a melhorar e a facilitar a vida das 
pessoas em casa, no lazer e no tra-
balho, indispensáveis no mundo 
globalizado. 
Na solução dos problemas no 
trabalho, em particular, os grandes 
debates sempre foram conduzidos na 
direção do desafio de como colocar em 
prática o conhecimento gerado que não 
para de se acumular, ou, fazê-lo chegar 
ao consumidor final. Neste contexto, o 
fato que não pode ser desconsiderado é 
o desafio de que grande parte dos 
trabalhadores ainda está despreparada 
culturalmente para acompanhar a 
velocidade e a complexidade da 
máquina que veio para dinamizar a 
gestão da administração do saber. 
Claro, além da resistência natural das 
pessoas às abruptas mudanças no 
comportamento humano. As empresas 
públicas e privadas passaram nos 
últimos anos procurando soluções em 
estudos especializados sobre o assunto 
que as levassem a vencer limitações e 
vícios adquiridos no exercício milenar 
do trabalho. 
V
Air Fagundes dos Santos*
* Presidente do CRMV-RS
O jornal Veterinária & Zootecnia é um veículo de divulgação da classe
dos médicos veterinários e dos zootecnistas, editado pelo Conselho
Regional de Medicina Veterinária do RS (CRMV-RS). Os textos são
de responsabilidade dos autores.
DIRETORIA EXECUTIVA DO CRMV-RS
Presidente
Air Fagundes dos Santos
Vice-presidente
José Arthur de Abreu Martins
Secretária-geral
Rosane Maia Machado
Tesoureiro
Mauro Gregory Ferreira
JORNAL VETERINÁRIA & ZOOTECNIA
Conselheiros efetivos: Elci Lotar Dickel, Vera Lúcia Machado 
Silva, Carlos de Lima Silveira, Angélica Pereira dos Santos Pinho, 
Rodrigo Marques Lorenzoni e Margarete Maria Paes Iesbich.
Conselheiros suplentes: Maristela Lovato Flores, Juliana 
Iracema Milan, Eduardo Amato Bernhard, José Braz Mariosi, Hélvio 
Tassinari do Santos e Waldívia Tereza Pacce Lehnemann.
Comissão de Comunicação: José Arthur de Abreu Martins, Luiz Carlos 
Pascotini, , Bruna Koglin Camozzato e Leandro Brixius.Hosana Aprato
Projeto gráfico: Rodrigo Vizzotto 
Redação e edição: Jorn. Leandro Brixius – RP 9468 
Colaboração: Acadêmica de Jornalismo Hosana Aprato
Charge: Méd. Vet. Hudson Barreto Abella 
Diagramação e impressão: Gráfica RJR Ltda 
Tiragem: 12 mil exemplares
Os conselhos de profissões como 
autarquias federais de direitopúblico 
não fugiram a regra e, a cada concurso 
público, seus dirigentes procuram fazer 
o dever de casa, imprimindo melhorias 
nos seus quadros funcionais. Entende-
se neste desafio da nova ordem, frente à 
missão de fiscalizar o exercício 
profissional, razão primeira da criação 
dos conselhos, que só é possível com 
sólido recurso humano, formado por 
pessoas capacitadas e conscientes do 
papel e da importância do trabalho em 
defesa da sociedade.
Convém lembrar, finalmente, que a 
máquina administrativa da atualidade 
conta com expressivo aparato tecnoló-
gico à disposição do gerenciamento da 
administração pública e privada. Então, 
o que está faltando? Falta, certamente, 
dar maior atenção e importância à 
gestão do conhecimento pelas organi-
zações e aproveitar com maior 
intensidade os recursos disponibiliza-
dos pela moderna tecnologia da 
comunicação e da informação, mas 
sem descuidar da mão capaz de quem 
deverá operar todo esse processo: o 
trabalhador. 
Para os dirigentes do Conselho 
Regional de Medicina Veterinária do 
Rio Grande do Sul (CRMV-RS), essas 
preocupações todas passam inicial-
mente pela extrema seriedade na hora 
de realizar concurso público, razão de 
estar dispensando especial atenção 
nesta edição do jornal Veterinária & 
Zootecnia.
Recursos humanos: a nova ordem
HUMOR
quando verifique alguma irregulari-
dade no estabelecimento, registran-
do por escrito suas orientações 
repassadas aos proprietários das 
agropecuárias, que devem assinar o 
documento atestando sua ciência, na 
data em que a orientação foi 
realizada. “Uma cópia desse manual 
ou dos termos de constatação e 
recomendação pode inclusive ser 
anexada ao prontuário de registro no 
CRMV-RS, já garantido a defesa 
prévia do profissional”, aconselha. 
Nesses casos, em tese, a denúncia 
pode ser julgada improcedente 
contra o médico-veterinário que 
comprovou durante o processo que 
efetivamente orientou o proprietário 
do estabelecimento.
Em relação a pequenos animais, 
clinicas e pets, são menores as 
ocorrências em que se configura 
imperícia técnica. O mais comum 
são desentendimentos pessoais entre 
os profissionais e os proprietários 
dos animais. Essas situações geram a 
maioria das consultas ao setor de 
ética do CRMV-RS, mas acabam 
gerando poucas denúncias e conse-
quentemente poucos processos em 
função da dificuldade de apresentar 
provas ou até mesmo pelo envolvi-
mento que exige do denunciante, que 
precisa se identificar, enviar docu-
mentos e comparecer a audiências. 
Cristiane diz que muitas vezes, 
os profissionais alegam, em sua 
defesa, desconhecer as normas e a 
legislação que regulamentam sua 
atividade. No entanto, esse é um dos 
deveres previstos no Código de Ética 
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Veterinária
& Zootecnia
NOTÍCIAS
setembro a dezembro 2010
CRMV-RS RECEBE DENÚNCIAS DA POPULAÇÃO OU CONSTATA IRREGULARIDADES DURANTE A FISCALIZAÇÃO
falta de informação e de 
cuidados dos médicos-
veterinários que atuam 
como Responsáveis Técni-
cos, que deixam de registrar manual 
de boas práticas e orientações, são os 
principais fatos geradores de 
processos éticos no CRMV-RS. 
Neste ano, 22 denúncias foram 
consideradas procedentes e geraram 
processos até o mês de novembro. 
Atualmente, 33 ações estão em 
tramitação. No entanto, o número de 
consultas sobre os procedimentos 
para instauração de processos é bem 
maior e em muitos casos resulta da 
dificuldade de comunicação e trato 
entre profissionais e clientes.
A advogada Cristiane Del Pino, 
chefe do setor de ética, relata que a 
ocorrência mais comum se dá em 
relação aos RTs de agropecuárias que 
comercializam medicamentos de uso 
veterinário sem reter receita, nos 
casos de medicamentos controlados 
ou muitas vezes até mesmo por 
comercializar produtos irregulares, 
sem registro no Mapa ou que são 
armazenados de maneira inadequa-
da. Esses casos costumam ser 
flagrados pela fiscalização do 
CRMV-RS e geram processos contra 
os médicos-veterinários. “Os RTs, 
em tese, não orientam esses estabele-
cimentos ou não têm comprovação 
documental de que os orientaram”, 
diz Cristiane. 
Por isso, é fundamental que o 
profissional elabore o manual de 
boas práticas, realize termo de 
constatação ou de recomendação 
A
Profissional. “O médico-veterinário 
e o zootecnista têm obrigação de 
conhecer a legislação do CRMV-RS 
e de outros órgãos, como Mapa e 
Anvisa, com os quais têm vinculação 
em suas atividades”, ressalta. 
A origem da maioria dos 
processos éticos é a denúncia, 
geralmente realizada por proprietá-
rio de paciente do profissional. 
Nesses casos, o denunciante preen-
che um formulário disponível no site 
do CRMV-RS e encaminha junta-
mente com documentos ao presiden-
te da autarquia. Há também casos em 
que o processo é motivado pela ação 
da fiscalização do CRMV-RS ou de 
outros órgãos, como o Ministério da 
Agricultura, por exemplo. Em 
qualquer uma das situações, 
recebida a denúncia, após ser 
instaurado o processo ético, esse não 
Autarquia abriu 22 processos até o mês de novembro de 2010
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pode ser arquivado sem julgamento 
do plenário do CRMV-RS. 
O exercício ilegal da Medicina 
Veterinária ou da Zootecnia muitas 
vezes realizado com falsidade 
ideológica também é motivo de 
denúncia ao CRMV-RS. Nesses 
casos, os denunciantes são orienta-
dos a também procurar diretamente a 
delegacia de polícia e o Ministério 
Público, já que trata-se de contraven-
ção penal e de crime. O CRMV-RS, 
por obrigação legal, ao tomar 
conhecimento dos fatos e de posse 
de elementos fornecidos com a 
denúncia também realiza representa-
ção criminal ante o MP. “Além disso, 
não é possível realizar processo 
ético e cobrar a ética profissional de 
quem não é médico-veterinário ou 
zootecnista”, completa a chefe do 
setor de ética. 
- Denúncia é recebida pelo setor de ética
- Presidente recebe ou não a denúncia
- Em caso de recebimento, é nomeado um conselheiro instrutor
- O denunciante e o denunciado são informados da abertura do processo ético
- O denunciado tem 30 dias para apresentar sua defesa por escrito, com provas
- O denunciante tem 5 dias para arrolar testemunhas
- Marcada a oitiva das partes e testemunhas, quando houver. 
- Conselheiro instrutor produz um relatório final de instrução, com um relato 
dos fatos, que é encaminhado pelo presidente ao conselheiro relator
- O conselheiro relator irá preparar seu voto para a sessão especial de julgamen-
to, sendo o plenário composto por no mínimo seis conselheiros
- Em caso de condenação, é definida a penalidade 
- Há possibilidade de recurso e o processo pode chegar ao CFMV
As multas aplicadas aos profissionais em casos de transgres-
sões gravíssimas ao Código de Ética ou reincidência tiveram seus 
valores reajustados por resolução do Conselho Federal de 
Medicina Veterinária (CFMV). Para o profissional reincidente 
que for penalizado com a pena levíssima, a multa aplicada será no 
valor de R$ 1.800,00; para pena leve o valor é de R$ 3.000,00; no 
caso de pena séria a multa é de R$ 4.800,00, e em casos de pena 
grave o valor determinado pelo CFMV é de R$ 6.000,00.
Quando o profissional for condenado com a pena gravíssima, 
o valor da multa é de R$ 6.000,00, independentemente da 
reincidência. A reincidência ocorre quando o profissional recebe 
nova condenação após o trânsito em julgado de condenação em 
processo ético-profissional no período de cinco anos.
Desconhecimento do profissional é o
principal gerador de processos éticos
Multas mais altasPasso a passo do processo
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Veterinária
& Zootecnia
setembro a dezembro 2010
NOTÍCIAS
Programas de castração
de cães e gatos ganham
nova regulamentação
s programas de esteriliza-
ção cirúrgica de cães e 
gatos com a finalidade de 
controle populacional que 
envolvem instituições públicas 
têm uma nova regulamentação no 
Rio Grande do Sul. A Resolução nº 
14 do Conselho Regional de 
Medicina Veterinária (CRMV-RS) 
normatiza os procedimentos de 
contracepção inseridos nas ações 
de educação em saúde, guarda 
responsávele esterilização que 
integram políticas em saúde 
pública e bem-estar dos animais e 
das pessoas. “Nosso objetivo é que 
essas ações tenham um caráter 
efetivamente educativo e colabo-
rem para um mapeamento sobre a 
população canina e felina de rua, 
além de reduzir o número de 
animais abandonados”, ressalta o 
presidente do CRMV-RS, Air 
Fagundes dos Santos.
Com a resolução, todas as 
campanhas de contracepção em 
cães e gatos precisam de aprovação 
prévia do CRMV-RS. No projeto a 
ser apresentado, as instituições 
devem apresentar informações 
sobre a campanha, como data, 
local, abrangência e recursos 
envolvidos. Passa a ser obrigatória 
a Anotação de Responsabilidade 
Técnica de médico-veterinário, 
que deverá manter por cinco anos 
os dados sobre os beneficiários e a 
identificação dos animais. 
Somente pessoas com insufi-
ciência de recursos financeiros 
para custear o procedimento 
podem se beneficiar das campa-
nhas. Para garantir o controle, cada 
animal deve receber um microchip 
para identificação eletrônica. A 
resolução do CRMV-RS ressalta 
também o caráter educacional 
dessas campanhas. Por isso, as 
instituições públicas devem 
orientar por escrito e verbalmente 
os responsáveis pelos animais 
sobre guarda responsável, bem-
estar animal, educação sanitária, 
controle de parasitas e o procedi-
mento de castração. 
Uma reivindicação antiga de 
muitas prefeituras é atendida pela 
resolução. A partir de agora, fica 
autorizada a utilização de unidades 
móveis para realização dos 
atendimentos veterinários. No 
entanto, os veículos deverão 
apresentar uma estrutura mínima 
que garanta as condições sanitárias 
e de acomodação dos animais. Para 
isso, devem oferecer ambientes 
pré-operatório, transoperatório e 
pós-operatório. A mesma exigên-
cia se aplica às estruturas físicas. 
Portanto, não é permitida a 
realização de cirurgias de castra-
ção em escolas ou salões comuni-
tários, por exemplo. A resolução 
foi apresentada em uma entrevista 
coletiva e o assunto recebeu ampla 
cobertura da imprensa.
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Detalhes do texto foram apresentados durante entrevista coletiva
Prefeituras já buscam
se adequar às normas
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A prefeitura de Xangri-Lá, no 
Litoral Norte, foi a primeira a 
encaminhar ao CRMV-RS um 
projeto para realização de 
campanhas de castração de cães e 
gatos no município. O documento 
já veio adequado às novas regras e 
segue a tramitação prevista, com 
avaliação e aprovação dos 
conselheiros. Outros municípios 
estão buscando subsídios para 
preparar seus projetos e se 
adequar. Em Porto Alegre, a 
prefeitura já recebeu a doação de 
ônibus da Carris para adaptação 
para transporte dos animais e 
montagem de uma unidade 
móvel. O CRMV-RS também já 
está autuando as prefeituras que 
realizam campanhas de castração 
em desacordo com a legislação. 
Os projetos para realização 
dos programas de esterilização 
cirúrgica com a finalidade de 
controle populacional devem ser 
encaminhados ao CRMV-RS com 
antecedência mínima de 60 dias 
do início de sua execução. O 
documento ent regue para 
avaliação do conselheiro deve 
trazer modelos dos formulários 
que serão utilizados na campa-
nha, descrições da equipe de 
trabalho e dos procedimentos de 
transporte dos animais, pré-
operatório, transoperatório, pós-
operatório e da gestão da 
qualidade, além da ART e do 
relatório de vistoria do Setor de 
Fiscalização.
Porto Alegre tem legislação
específica para realização de
feiras de animais domésticos
A capital gaúcha conta desde 
setembro com uma legislação 
específica sobre a realização de 
feiras e exposições que envolvam 
a venda de animais domésticos, 
silvestres ou exóticos provenien-
tes de criadouros autorizados. O 
texto de autoria do vereador Beto 
Moesch, aprovado pelos vereado-
res em maio, contou com a 
participação do CRMV-RS e 
ONGs em sua construção. 
Mesmo com o veto do prefeito 
José Fortunati a alguns artigos, a 
legislação manteve seus principa-
is pontos após o plenário votar 
pela derrubada dos vetos. 
Em Porto Alegre, a duração 
dos eventos não deverá ultrapas-
sar o prazo de cinco dias; os 
animais somente poderão ser 
expostos após completarem três 
meses de vida e com atestado 
sanitário expedido por médico-
veterinário e deverão ser forneci-
dos documentos como nota fiscal, 
contrato de compra e venda, 
histórico do animal, atestado 
sanitário e carteira de vacinação 
ao adquirente. Para realizar uma 
feira é preciso ter licença dos 
órgãos competentes, como as 
secretarias da Indústria e 
Comércio e da Saúde, por 
exemplo, expedida 30 dias antes 
da realização. Além disso, é 
preciso contratar médico-
veterinário que irá atuar como 
responsável técnico, permane-
cendo na feira durante todo o 
tempo de funcionamento. 
Além disso, as feiras devem 
cumprir um papel de orientação a 
respeito da guarda responsável. Já 
no pedido de licença, os organiza-
dores devem apresentar cartazes e 
fôlderes com orientações sobre a 
posse a responsável, esclarecendo 
as pessoas sobre o que representa 
o ato de comprar um animal e 
alertando sobre as mudanças na 
rotina que essa aquisição irá 
provocar. “As feiras são um 
ambiente que favorece a compra 
de animais por impulso, o que 
gera um número significativo de 
animais abandonados em nossas 
cidades”, ressalta Moesch.
REGRAS FORTALECEM CARÁTER EDUCATIVO DAS CAMPANHAS
s antibióticos vendidos nas 
farmácias e drogarias do país 
só podem ser entregues ao 
consumidor mediante receita 
de controle especial em duas vias desde 
o final de novembro. A primeira via 
ficará retida no estabelecimento 
farmacêutico e a segunda deverá ser 
devolvida ao paciente com carimbo 
para comprovar o atendimento. A 
medida foi tomada para reduzir o risco 
de surgimento de bactérias super-
resistentes aos princípios ativos. No 
entanto, os médicos-veterinários 
defendem que a mesma precaução 
deveria ser tomada com os antibióticos 
de uso animal. 
O CRMV-RS formou uma comissão 
para promover uma mobilização em 
favor da exigência da retenção da receita 
também em casos médico-veterinários. O 
CFMV acompanhou a discussão dessa 
resolução da Anvisa e alertou o órgão a respeito 
dos riscos de manter a não exigência de 
retenção da receita nos casos veterinários. A 
autarquia teme que possa ocorrer uso desses 
medicamentos por humanos. “A compra de 
produtos veterinários por humanos para fins 
terapêuticos seria desastrosa. Os produtos 
apresentam diferenças devido à farmacocinéti-
NOTÍCIAS
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Veterinária
& Zootecnia
setembro a dezembro 2010
O
ca que se devem às espécies para os quais eles 
são fabricados”, explica a especialista em 
farmacologia Silvana Lima Górniak, da 
Universidade de São Paulo e representante do 
CFMV para o tema.
Dados da Organização Mundial da Saúde 
(OMS) apontam que mais de 50% das prescri-
ções de antibióticos no mundo são inadequa-
das. Só no Brasil, o comércio de antibióticos 
movimentou, em 2009, cerca de R$ 1,6 bilhão, 
segundo relatório do instituto IMS Health. A 
Antibióticos de uso veterinário
também deveriam ter receita retida
CRMV-RS FORMOU COMISSÃO PARA PROMOVER UMA MOBILIZAÇÃO EM FAVOR DA EXTENSÃO DA EXIGÊNCIA
medida da Anvisa vale para mais de 90 
substâncias antimicrobianas, que 
abrangem todos os antibióticos com 
registro no país, com exceção dos que 
tem uso exclusivo no ambiente 
hospitalar.
A mesma posição é defendida pelo 
professor de farmacologia da Ulbra, 
João Sérgio Coussirat de Azevedo. “O 
processo deveria ocorrer da mesma 
forma como se faz na abordagem 
humana, com a retenção do receituário 
veterinário, pois somente com o 
exame clínico do paciente pelo 
médico-veterinário é possível fazer a 
prescrição do medicamento”, reitera. 
Azevedo relata que no ambiente 
veterinário também há o aparecimento 
de bactérias resistentes, com inúmeros 
relatos em hospitais e clínicas. 
Além disso, o uso indiscriminado em 
animais de produção gera riscos para o 
agronegócio. A falta de orientação pode fazer 
com que não seja observado o período decarência para a eliminação de resíduos, 
contaminando a carne ou o leite. Há alguns 
meses, a identificação de resíduo de medica-
mentos na carne fez com que a qualidade do 
produto exportado pelo Brasil fosse questiona-
da por compradores.
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O Ministério da Saúde determinou, em outubro, a suspensão preventiva das 
campanhas de vacinação de cães e gatos contra raiva animal em todo o país. A decisão 
foi tomada após resultados preliminares de investigação laboratorial indicarem 
ocorrência de efeitos graves e mortes após a vacinação com o produto Rai-Pet, do 
laboratório Biovet, distribuído pelo ministério para as campanhas nos estados. 
A notícia provocou dúvidas entre os médicos-veterinários e principalmente 
entre a população gaúcha, que ficou em dúvida se a determinação atingia também 
os procedimentos realizados em hospitais, clínicas e consultórios particulares. O 
CRMV-RS, inclusive, emitiu um comunicado sobre o assunto, esclarecendo que a 
decisão não atinge as vacinas aplicadas em consultórios, clínicas e hospitais 
veterinários. 
Segundo o coordenador estadual do Programa contra Raiva Humana da 
Secretaria Estadual da Saúde, Jairo Predebon, a medida restringe-se à vacina Rai-
Pet. “Houve problemas com um lote de vacina produzida por um laboratório para o 
Ministério da Saúde e que provocou a suspensão das campanhas de vacinação em 
todo o país”, diz.
Predebon esclarece, ainda, que o Rio Grande do Sul tem a raiva sob controle e não 
realiza campanhas de vacinação, apenas faz bloqueio vacinal em casos específicos. 
“O estado recebeu vacinas deste lote para seus bloqueios, mas nenhum problema foi 
registrado”, destaca. 
Suspensão de vacina antirrábica não
atinge estabelecimentos privados
O Conselho Federal de Medicina Veterinária 
(CFMV) solicitou à Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa) a revisão da Portaria 344/1998. Pela 
norma atual, médicos veterinários que trabalham com 
anestesia animal encontram dificuldades para adquirir, 
transportar e armazenar medicamentos como anestési-
cos, alguns analgésicos (opióides) e substâncias de ação 
tranquilizante, registrados para uso humano, mas que 
também são utilizados no tratamento de animais. 
A intenção é garantir que os profissionais possam 
acessar os produtos com segurança e garantir o bem-
estar dos animais, evitando que sintam dor. Os repre-
sentantes do CFMV mostraram à Anvisa evidências 
científicas sobre a necessidade do uso desses produtos 
na Medicina Veterinária. Para garantir a segurança, o 
CFMV sugere que obrigatoriamente o profissional se 
cadastre na Anvisa e atenda a uma série de exigências. 
Ele terá de justificar a necessidade de uso e comprovar a 
atividade como anestesista, além de atender recomen-
dações de armazenamento e controle.
Mudanças para anestésicos
são solicitadas ao governo
Posição foi defendida pelo sistema CFMV/CRMVs junto à Anvisa
para tratar de questões administrativas comuns 
nos estados. 
Neste ano, a programação agregou novas 
entidades, como o Consulado Geral do Canadá, 
que escolheu a Casa do Veterinário para sediar 
suas palestras sobre intercâmbio. Além disso, o 
Consulado promoveu uma palestra sobre 
estresse animal e os impactos na produtividade.
 A Alltech do Brasil promoveu uma palestra 
sobre a cultura de leveduras vivas na alimenta-
ção animal. Já a Associação dos Fiscais 
Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) 
lotou a Casa do Veterinário para realizar um 
painel sobre o cargo de fiscal agropecuário no 
cenário nacional e estadual, com a participação 
do Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuá-
rios (Anffa Sindical), da Associação dos Fiscais 
Federais Agropecuários do Ministério da 
Agricultura (Afama/RS) e da Afagro. 
A Casa do Veterinário também recebeu 
candidatos aos cargos de deputado estadual e 
federal e senador para expor algumas propostas 
oram dez dias de intensa programação, 
com uma grande diversidade de 
eventos que atraiu um grande público 
à Casa do Veterinário durante a 
Expointer 2010. Mais uma vez os médicos-
veterinários, zootecnistas, estudantes e público 
em geral aproveitaram as oportunidades de 
qualificação profissional e de integração 
oferecidas pelas entidades responsáveis 
pela programação - CRMV-RS, Sovergs, 
Simvet/RS, Academia Rio-Grandense de 
Medicina Veterinária e Anclivepa/RS. Além 
disso, outras entidades e empresas utilizaram o 
espaço para promover qualificados eventos. A 
lista de presença aponta a visita de mil pessoas 
à Casa do Veterinário. 
Presidentes de Conselhos Regionais de 
Medicina Veterinária (CRMVs) dos estados de 
Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Ceará 
foram recepcionados pelo presidente do CRMV 
gaúcho, Air Fagundes. Os gestores das cinco 
autarquias reuniram-se na Casa do Veterinário 
Entidades comemoram sucesso da
programação da Casa do Veterinário
PALESTRAS DIVERSIFICADAS MARCARAM AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE A EXPOINTER 2010
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para os setores da cadeia produtiva da avicultu-
ra, suinocultura, laticínios e pecuária de corte. 
Nos discursos realizados no evento organizado 
pela Asgav, os candidatos se comprometeram 
com as quatro cadeias produtivas e com a 
sanidade animal. 
O Núcleo de Estudos em Sistemas de 
Produção de Bovinos de Corte e Cadeia 
Produtiva (Nespro) reuniu convidados e a 
imprensa para apresentar as atividades que 
desenvolve no estado. “Queremos capacitar o 
homem do campo para que ele tenha condições 
de usar a inovação tecnológica”, disse o 
médico-veterinário e doutor em Zootecnia Júlio 
Barcellos.
A produção de caprinos no Rio Grande do 
Sul também foi debatida no espaço, em um 
ciclo de palestras realizado ao longo do dia 4 
de setembro e promovido pela Associação dos 
Caprinocultores do Rio Grande do Sul 
(Caprisul), tradicional parceira da Casa do 
Veterinário.
Mulheres trocam experiências
e relatam seus desafios 
Situação do mercado de 
trabalho é apresentada 
por profissionaisvalorização da mulher no mercado de trabalho e no campo da Medicina Veterinária e 
a troca de experiências nas áreas de equinos, caprinos, ovinos e suínos foram tema de 
encontro na Expointer. Promovido pela Comissão da Mulher Veterinária do CRMV-
RS e Sovergs, o painel foi um momento de troca de experiências entre os convidados 
e visitantes da Casa do Veterinário. A mediação do painel ficou a cargo do médico-veterinário 
Manolo Ortiz Estrázulas, secretário da Sovergs.
“A Comissão da Mulher Veterinária discute questões da mulher na 
sociedade, bem como a história da mulher na Medicina Veterinária, na 
vida pública e privada. Temos participado de eventos e seminários com o 
propósito de levarmos a importância da atividade da médica-veterinária.” 
Vera Lúcia Machado da Silva, médica-veterinária e presidente da 
Comissão da Mulher do CRMV-RS
“A informação passa do consumidor para o produtor. Os principais 
mercados exigem o bem-estar animal. O mercado hoje pede certificação e 
as empresas só compram com o selo de certificação. Se eu não trabalho no 
bem-estar animal eu não consigo um produto bom e de valor agregado.” 
Fernanda Kuhl, médica-veterinária e supervisora de bem-estar 
animal da unidade de Capão do Leão do Marfrig
“A odontologia em equinos ainda é pouco adotada na Região Sul. O 
tratamento auxilia na perda de peso, dificuldade na mastigação e distúrbi-
os gastrointestinais. O atendimento odontológico contribui para a melhora 
no desenvolvimento dos equinos.” Rosalina Ribas Gonzáles, médica-
veterinária, cirurgiã dentista e especialista em odontologia de equinos
“Tinha um receio muito grande de terminar a faculdade e ficar 
desempregada. Quero passar para os animais o que sinto em mim. O 
acupunturista trabalha em parceria com o clínico e isso é muito bom, pois 
conseguimos ótimos resultados.” Gabriela Becker da Silveira, médica-
veterinária e coordenadora técnica do Laboratório Organnact 
“Hoje criamos suínos e não porcos. As instalações não são as mesmasde antigamente. Precisamos ter mão-de-obra especializada para trabalhar-
mos na prevenção e minimizarmos os problemas. Meu trabalho é na 
prevenção.” Maria Luísa Gonzatti, médica-veterinária e responsável 
pelo fomento da Cosuel - Montenegro 
“Gostei da ideia de ser veterinária e empresária. Criei uma empresa 
para dar consultoria e uma unidade móvel para atender propriedades, 
realizar exames e consultorias.” Marlise Germer, médica-veterinária, 
técnica de registro da Caprisul e consultora em agronegócios
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& Zootecnia
6 setembro a dezembro 2010
EXPOINTER
Na presença de autoridades e médicos-
veterinários, a revista A Hora Veterinária e a 
Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária 
(SBMV) entregaram, na noite do dia 30 de 
agosto, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da 
Medicina Veterinária Brasileira ao médico-
veterinário e professor Wilhelm Brass. “Recebo 
com muita emoção esta condecoração. Me sinto 
muito honrado como sinal de apreço e reconhe-
cimento por minhas atividades”, declarou.
Homenagens marcam a noite
da revista A Hora Veterinária
Conselheiros do CRMV-RS assistem
à palestra sobre administração
Ações de marketing buscam destacar
ampla abrangência das profissões
A Academia Rio-Grandense de Medicina 
Veterinária homenageou a trajetória profissional do 
médico-veterinário e acadêmico Alfredo da Cunha 
Pinheiro. Ocupante da cadeira número oito, o 
médico-veterinário falou sobre sua vinculação com 
a Empraba e outras atividades relacionadas a 
pesquisa e ao agronegócio. Além disso, o médico-
veterinário da Central de Inseminação da ABS 
Pecplan, Neimar Correa Severo, apresentou as 
técnicas e as especificidades da sexagem de sêmen. 
Academia destaca trajetória
de Alfredo da Cunha Pinheiro
O Sindicato dos Médicos-Veterinários (Simvet/RS) promo-
veu duas palestras. A médica-veterinária Lizziê Dietrich 
abordou odontologia equina. Segundo a especialista, é possível 
melhorar a digestibilidade dos animais, prevenir patologias 
orais e aprimorar a performance de animais atletas. Já o médico-
veterinário e sócio da Brastec Nutrição Henrique Thiesen 
abordou os cuidados com alimentação dos animais de produção. 
De acordo com o palestrante, os médicos-veterinários devem se 
preocupar com seis pontos ao atuar em uma propriedade: 
ambiente, genética, sanidade, mercado, nutrição e manejo. 
Simvet/RS abordou especialidades
médico-veterinárias em palestras
Durante 11 dias, cerca de mil pessoas acompanharam eventos variados e confirmaram espaço como ponto de encontro no Parque Assis Brasil, em Esteio
O CRMV-RS aproveita tradicionalmen-
te o período da Expointer para promover 
ações de marketing que valorizem a 
Medicina Veterinária e a Zootecnia. Neste 
ano, a autarquia veiculou anúncios na 
programação da Rádio Guaíba e também 
instalou dois front-light visíveis da BR-116. 
Além disso, por meio da assessoria de 
imprensa, o CRMV-RS ocupou espaço em 
diversos veículos de comunicação.
“O profissional deve estar envolvido de corpo e 
alma em todos os processos de suas atividades e 
precisa ter visão holística”. Essa foi a principal 
observação do médico-veterinário e mestre em 
administração de empresas Jorge Duarte, do Núcleo 
de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária 
(Nupeec), durante palestra à diretoria e aos conselhe-
iros efetivos e suplentes do CRMV-RS, na sexta-feira 
(27), abrindo a programação da Casa do Veterinário 
na Expointer.
O mercado de trabalho também esteve em 
discussão na Casa do Veterinário. A Sovergs convi-
dou a médica-veterinária Berenice de Ávila 
Rodrigues para abordar a incorporação do especialis-
ta veterinário na rotina da clínica de animais de 
companhia. “Há muito lugar no mercado de trabalho 
para os especialistas. Acho importante combinarmos 
o conhecimento do profissional generalista com o do 
especialista. O especialista dá suporte ao clínico” 
ressaltou. 
A Comissão de Relação com o Mercado de 
Trabalho do CRMV-RS, por sua vez, chamou o 
zootecnista, doutor em agronegócios e professor da 
Universidade Federal do Pampa (Unipampa) 
Fabiano Nunes Vaz para abordar as oportunidades 
profissionais O professor explicou que umas das 
principais áreas que necessitam de zootecnistas e 
médicos-veterinários é a ovinocultura. “Esta cadeia 
está bastante desestruturada e nela vamos encontrar 
um excelente campo para estudos e trabalho”, 
declarou e alertou que faltam profissionais para 
trabalhar mais próximo do consumidor final.
Para o médico-veterinário e diretor do Hospital 
Veterinário Lorenzoni Rodrigo Marques Lorenzoni, 
as ferramentas de marketing auxiliam no dia a dia dos 
médicos-veterinários na administração de seus 
estabelecimentos e atividades profissionais. Porém, é 
preciso entender o mercado no qual o profissional 
está inserido e o público-alvo que pretende atingir. “O 
mundo e o mercado mudam muito rápido e essas 
modificações obrigam as pessoas a buscar diferencia-
ção e aperfeiçoamento”, acrescentou Lorenzoni na 
palestra promovida pela Anclivepa. 
O futuro profissional também foi debatido com 
um grupo de aproximadamente 60 alunos de 
Medicina Veterinária da Universidade Regional da 
Campanha (Urcamp) e da Universidade Luterana do 
Brasil (Ulbra), que participaram do Fórum de 
Responsabilidade Técnica. Uma turma de alunos da 
Unijuí também esteve na Casa do Veterinário e 
conheceram um pouco mais sobre o funcionamento 
do CRMV-RS.
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Veterinária
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setembro a dezembro 2010
SANIDADE
Erradicação da aftosa exige
planejamento e trabalho integrado
PAÍSES SUL-AMERICANOS AINDA TÊM MUITOS DESAFIOS A VENCER PARA CONTROLAR A DOENÇA
erradicação da febre aftosa nos 
rebanhos da América do Sul é possível 
e está entre as metas dos principais 
agentes das cadeias da produção 
pecuária. No entanto, novos passos no sentido 
da erradicação requerem prévias e urgentes 
avaliações a respeito dos custos e benefícios 
sanitários, econômicos, políticos e sociais, 
além do compromisso sério de cada um dos 
países para atingir essa meta. Essas são 
algumas das principais conclusões da mesa-
redonda Perspectivas para a Erradicação da 
Febre Aftosa no Extremo Sul da América, 
promovida pela Sociedade de Veterinária do 
Rio Grande do Sul (Sovergs), na Expointer.
Nas últimas décadas, os países da região 
conseguiram importantes avanços em direção 
ao controle e erradicação da febre aftosa, o 
que indica o domínio do conhecimento, de 
técnicas e de metodologias de trabalho. “De 4 
a 5 mil focos por ano quando se iniciou a 
atuação no Brasil passamos a uma situação na 
qual não havia mais aftosa clínica na região 
em cinco anos”, afirmou o coordenador da 
mesa, José Fernando Dora. Um dos principais 
responsáveis por isso foi o Plano Hemisférico 
de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA) 
1988-2009 e a atuação do Centro Paname-
ricano da Febre Aftosa (Panaftosa), ligado à 
Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Porém, todas as metas não foram atingidas 
e é preciso avançar em pontos como a 
realização de estudos e caracterizações por 
países e constituir uma coordenação público-
privada para a concepção e aplicação do 
programa de erradicação, afirmou o diretor do 
Panaftosa, Ottorino Cosivi. Para isso, a 
elaboração do PHEFA II é imprescindível. 
Além disso, os participantes da mesa 
indicaram aspectos que devem ser tratados 
como prioridades para reforçar a vigilância 
sanitária na região e garantir a manutenção do 
status atual e a conquista de avanços: recursos 
humanos suficientes, estimulados e prepara-
dos; participação social; vigilância epidemio-
lógica ativa e competente, incluindo diagnós-
tico e resposta a emergências; existência de 
banco de imunógenos para a região; preserva-
ção do capital genético e monitoramento e 
avaliação permanente. 
Para Dora, que atuou até pouco tempo na 
coordenação da Panaftosa no Uruguai, não há 
justificativa que não seja para avançar rumo à 
erradicação. Porém, o especialista alerta que a 
ausência da doença leva ao relaxamento das 
ações de vigilância. “O médico-veterinário 
sai da faculdadesem ter visto um caso clínico. 
Por isso, é necessária capacitação constante”, 
disse. Dora questionou se os serviços dos 
países estão preparados para atuar em 
emergências, se há regras claras e qual seria o 
tempo necessário para realizar o diagnóstico 
da doença. Os casos anteriores mostram o 
quanto a ação eficiente na ocorrência de focos 
foi essencial para a solução rápida e com 
menos prejuízos para os produtores. 
Argentina
A Argentina tem, atualmente, áreas com e 
sem vacinação. O país tem regiões nas quais 
não há ocorrência do vírus em função de 
características geográficas e de clima. Um 
dos principais objetivos da autoridade 
sanitária argentina é garantir uma boa 
cobertura vacinal, com a aplicação de uma 
vacina de excelente qualidade. No entanto, 
dar um passo além e eliminar a vacinação está 
entre as metas da Argentina, que reconhece 
também a importância de estar preparado 
para atuar na contenção de focos em caso de 
ocorrências.
Jorge Dillon, diretor de Sanidade Animal 
do Serviço Nacional de Sanidade 
Agropecuária (Senasa), Argentina
Uruguai
Para as autoridades uruguaias, a decisão 
de retirar a vacina só deve ocorrer após 
demonstração técnica-científica de ausência 
de circulação viral, agregada a uma estratégia 
de prevenção, vigilância sanitária, detecção 
precoce e resposta emergencial. Porém, não é 
possível que um país tome decisões isoladas. 
As ações devem ser realizadas dentro de um 
novo plano hemisférico de controle da febre 
aftosa, corroborando no avanço das áreas 
livres da doença do Sul em direção ao Norte 
do continente americano.
Francisco Muzio, diretor-geral de 
Serviços Veterinários do Ministério da 
Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), 
Uruguai
Brasil
Atualmente, 85% da população de 
bovinos do país está em zona livre da doença e 
a manutenção dessa condição sanitária é uma 
das metas do Brasil, que investe para chegar à 
expansão dessa área. As autoridades sanitári-
as alertam que chegar neste status não é o 
mais difícil, mas o desafio está em se manter 
nessa posição. A eventual retirada da vacina-
ção em alguns estados deve ser discutida, mas 
é importante que se tenham definidas as bases 
claramente estabelecidas para isso. 
Jamil Gomes Souza, diretor de 
Departamento Nacional de Saúde Animal da 
Secretaria de Defesa Sanitário do Ministério 
da Agricultura, Brasil
A situação nos países
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Representantes do Brasil, Argentina, Uruguai e da Panaftosa debateram as estratégias desenvolvidas
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EVENTOS
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Avisulat 2010 discutiu os novos rumos para o agronegócio
PAINEL ORGANIZADO PEL0 CRMV-RS DEBATEU RESPONSABILIDADE TÉCNICA NA INDÚSTRIA DE AVES, SUÍNOS E LEITE
Em Bagé, seminário abordou a sanidade animal e a saúde pública
CRMV-RS montou estande para valorizar a Medicina Veterinária e a Zootecnia
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oficial do Avisulat, o coordenador-
geral do congresso, Eduardo dos 
Santos, ressaltou que os setores 
ainda necessitam de muitos 
investimentos para o bom desempe-
nho das atividades e que com a 
realização da segunda edição do 
encontro pretende fortalecer o 
agronegócio gaúcho e brasileiro. 
O CRMV-RS promoveu, como 
parte da programação paralela do 
Avisulat, um painel sobre responsa-
bilidade técnica, onde RTs das 
cadeias avícola, suinícola e láctea e 
estudantes de Medicina Veterinária 
se encontraram em um momento de 
discussão e atualização profissional. 
No encontro, foi destacada a 
importância do profissional estar 
atento à gestão, à visão holística e à 
capacitação técnica, como mostrou o 
médico-veterinário Eurico Mussoi 
Junior ao apresentar o painel A 
Responsabilidade Técnica do 
Médico-Veterinário na Suino-
cultura. Já para o médico-veterinário 
Vitor Hugo Martinez Pereira, ao 
falar sobre a bovinocultura de leite, o 
perfil do RT exige também muito 
comprometimento. “O RT precisa 
ser um parceiro da empresa, ter 
compromisso com os resultados e 
estar atento às normas e legislações”, 
completou. 
Já com relação à responsabilida-
de técnica na avicultura, o médico-
veterinário Mauro Gregory Ferreira, 
tesoureiro do CRMV-RS, alertou os 
profissionais de que é preciso estar 
atento às exigências dos mercados 
interno e externo e, ainda, mostrou 
que existem muitas áreas para a 
atuação do RT no segmento. Ferreira 
apontou a genética com um desses 
campos de trabalho. “Esta área está 
surg indo com mui ta fo rça . 
Precisamos nos abraçar nesta área de 
atuação”, ressaltou. A mediação dos 
debates ficou sob a coordenação do 
vice-presidente do CRMV-RS, José 
Arthur de Abreu Martins. 
O Conselho também esteve 
presente no Avisulat 2010 com um 
estande, onde prestou esclarecimen-
tos aos produtores e comunidade em 
geral sobre a importância do 
médico-veterinário e do zootecnista 
nas três cadeias produtivas. 
ideranças do agronegócio, 
produtores rurais, empresá-
rios, zootecnistas e médi-
cos-veterinários estiveram 
reunidos de 17 a 19 de novembro no 
II Congresso Sul Brasileiro de 
Avicultura, Suinocultura e Lati-
cínios - Avisulat 2010, em Bento 
Gonçalves, para discutir os rumos da 
agroindústria brasileira. Painéis, 
seminários e palestras técnicas 
reuniram mais de 1,5 mil congressis-
tas nos auditórios paralelos para 
cada setor. Especialistas trouxeram 
informações atualizadas sobre temas 
como salmonela na avicultura, 
biossegurança na produção de 
suínos e a influência dos custos na 
cadeia láctea.
Além disso, o evento reuniu 
cerca de 110 expositores e possibili-
tou a interação e aprendizado entre 
produtores, estudantes, especialistas 
e autoridades. Durante a abertura 
BEM-ESTAR ANIMAL, SAÚDE DOS TOUROS E LEISHMANIOSE FORAM OS TEMAS DISCUTIDOS NO EVENTO
O Seminário de Sanidade 
Animal e Saúde Pública de Bagé 
reuniu, no dia 11 de novembro, 
mais de 200 pessoas, entre 
profissionais da área da saúde, 
veterinária e docentes da universi-
dade, no Clube Caixeiral. A 
platéia, na maioria formada por 
alunos de Medicina Veterinária da 
Universidade da Região da 
Campanha (Urcamp), acompa-
nhou debates que abordaram 
temas como bem-estar animal, 
saúde dos touros e leishamaniose.
O médico-veterinário e espe-
cialista em reprodução animal 
Silvio Menegassi mostrou os 
impactos socioeconômicos do 
exame andrológico através de um 
estudo realizado com 6 mil vacas e 
que durou quatro anos. A utiliza-
ção do exame andrológico e a 
seleção dos touros proporciona 
ganho econômico, genético e 
fertilidade do rebanho, disse. 
Menegassi salientou que qualquer 
médico-veterinário pode ser 
treinado para fazer e exame 
andrológico. 
Outro tema debatido no evento 
foi o bem-estar animal. “O bem-estar 
animal é uma tendência internacio-
nal e uma ascendente demanda do 
mercado consumidor”, reiterou a 
médica-veterinária e especialista na 
área Rosângela Poletto Cattani. Ela 
lembrou que os europeus e os 
americanos valorizam muito os 
produtos certificados e se preocu-
pam com a criação e o abate dos 
animais. “O Brasil tem muito 
potencial para exportação. Abram os 
olhos para o bem-estar animal. Nós 
temos a matéria prima, o conheci-
mento técnico. Temos uma grande 
oportunidade”, conclamou. 
A situação da Leishmaniose 
Visceral Canina (LVC) no Rio 
Grande do Sul também foi tema de 
discussão em Bagé. A médica-
veterinária e conselheira do CRMV-
RS Margarete Maria Paes Iesbich 
destacou que, até o momento, não há 
nenhum medicamento comprovada-
mente eficaz para tratar a doença, 
diferentemente dos humanos. Os 
maiores registros da zoonose se 
encontram em Bangladesh, Índia, 
Brasil, Nepal e Sudão. Somente o 
Nordeste brasileiro detém mais de 
90% dos casos de LVC, sendo o Rio 
Grande do Sul o estado com a 
menor concentração. “Hoje nós 
temos muito a aprender sobre a LVC 
dentro do nosso estado, pois se 
trata de uma zoonose muito 
recente”, explicou. Dados do 
CEVS mostram que além de São 
Borja, principal foco gaúcho, 
outros 14 municípios estão sendo 
monitorados. Em Bagé não há 
suspeitasclínicas de LVC. 
“Pretendemos monitorar todas as 
regiões do Estado”, enfatizou. 
Mais de 200 pessoas acompanharam os debates realizados no Clube Caixeiral
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NOTÍCIAS
Plenário do CRMV-RS aprovou, em 
15 de dezembro, o calendário para as 
eleições da diretoria executiva e 
conselheiros da autarquia. O 1º turno 
da votação está marcado para 05 de julho de 
2011. Em caso de necessidade, o 2º turno deve 
ocorrer em 04 de agosto. Em função disso, o 
edital será publicado até o dia 05 de fevereiro. 
Em 06 de abril será designada a Comissão 
Eleitoral Regional (CER). O prazo para 
registro de chapa se esgota em 06 de maio. O 
mandato da atual diretoria e conselheiros se 
encerra em 12 de novembro. O processo 
eleitoral está de acordo com a Resolução 
nº 958 do CFMV. 
O
MÉDICOS-VETERINÁRIOS E ZOOTECNISTAS DEVEM REGULARIZAR PAGAMENTOS PARA EVITAR MULTAS
CRMV-RS d para escolha
de diretores executivos e conselheiros em 2011
efine calendário eleitoral 
A legislação do CFMV determina que são 
eleitores os médicos-veterinários e zootec-
nistas que possuem inscrição principal no 
CRMV-RS, que estejam em dia com a 
tesouraria e não estejam impedidos em face 
de decisões administrativas ou judiciais 
transitadas em julgado. Por isso, o profissio-
nal deve regularizar seus pagamentos e assim 
evitar multa. 
Para os profissionais inadimplentes, o 
Conselho está facilitando o pagamento 
através de parcelamento da dívida. A solicita-
ção deve ser encaminhada para o e-mail 
financeiro@crmvrs.gov.br, para o endereço 
Rua Ramiro Barcelos, 1793/201, Porto 
Alegre/RS, CEP 90035-006, para o fax 51 
2104 0580 ou pessoalmente. Informações 
podem ser obtidas pelo telefone 51 2104 0554. 
A falta de pagamento de duas prestações, 
sucessivas ou alternadas, implicará a imediata 
rescisão do parcelamento e, conforme o caso, 
a remessa do débito para inscrição em dívida 
ativa ou o prosseguimento da execução, 
vedado o reparcelamento. Para concorrer e 
exercer mandato nos CRMVs, o interessado 
deve quitar o débito até a data do protocolo 
para o registro da candidatura. Portanto, se o 
candidato optar por parcelamento de dívida, 
todas as parcelas devem ser pagas antes de 06 
de maio.
Sistema CFMV/CRMVs se posiciona sobre leishmaniose
Sistema CFMV/CRMVs divulgou a 
Carta de Brasília, documento com 
seus posicionamentos a respeito da 
leishmaniose visceral. O documento 
faz um resumo a respeito da doença e a forma 
como tratada no país, além de destacar 
inovações desenvolvidas por agentes 
públicos e privados. Um dos principais 
trechos trata da eutanásia. “Até que se 
encontre um fármaco eficaz no tratamento da 
LV canina, a eutanásia continuará sendo a 
medida de controle preconizada para o 
reservatório canino, desde que tenha sido 
aplicado exames que não deixem duvidas 
O áreas receptivas para o vetor é um risco para a população - principalmente crianças, idosos e 
pessoas imunocomprometidas.”
Outro ponto polêmico trata das vacinas. 
Os laboratórios que as fabricam executaram 
estudos de fase III e aguardam análises dos 
ministérios da Agricultura e da Saúde. “É 
importante também enfatizar que os fabrican-
tes das vacinas precisam produzir antígenos 
que não interfiram nos resultados laboratoria-
is de inquéritos sorológicos, pois nesse caso o 
impasse continuará, já que não poderemos 
diferenciar cães vacinados de infectados 
nesse contexto.”
quanto a positividade identificada”, diz a 
Carta de Brasília.
O documento também aborda o tratamento 
da doença. O texto lembra que, devido ao 
longo período de incubação nos cães, os 
animais parecem sadios, mas mantém ativa a 
cadeia de transmissão. Por isso, “o tratamento 
dos cães não é permitido pelos órgãos 
públicos já que os fármacos atualmente 
empregados no tratamento da leishmaniose 
visceral não eliminam o parasito do organis-
mo do cão”, lembra a Carta. “Em razão disso e 
devido à íntima relação do cão com seus 
proprietários, manter um animal infectado em 
O Fórum de Entidades Nacionais de Trabalhadores da Área da 
Saúde (Fentas) está liderando um movimento nacional contra a 
aprovação do projeto de lei (PL) que institui o Ato Médico, em 
tramitação no Senado. No entendimento da entidade, a alteração na 
legislação cria uma diferenciação entre as profissões e retira funções 
privativas de outras, entre as quais a Medicina Veterinária. 
O Fentas é contrário à tramitação em regime de urgência, explica 
a presidente do Simvet/RS, Maria Angélica Zollin de Almeida. “O 
PL fere os princípios e diretrizes do SUS, se contrapõe à Constituição 
Federal, bem como, cerceia os direitos da população e a autonomia 
das profissões, evidenciando flagrantes retrocessos na conquista do 
modelo de saúde multiprofissional, universal, igualitário e integral”, 
diz o material do Fentas. A solicitação da entidade é que sejam 
enviadas mensagens aos senadores expondo a contrariedade.
Entidades intensificam mobilização
contra projeto do Ato Médico
Vaga em residência multidisciplinar
depende das universidades
A inclusão de médicos-veterinários e a consequente concessão 
de bolsas em programas de residência multidisciplinar depende 
exclusivamente da inclusão da Medicina Veterinária como área de 
saúde pública dentro dos programas de cada universidade. A 
informação foi repassada à presidente da Sindicato dos Médicos-
Veterinários (Simvet/RS), Maria Angélica Zollin de Almeida, 
durante reunião da Comissão Nacional de Saúde, ocorrida em 
outubro, em Brasília. Angélica representa a Federação Nacional dos 
Médicos Veterinários (Fenamev) na comissão. Segundo a presiden-
te do Simvet/RS, as vagas para médicos-veterinários dentro dos 
programas de residência multidisciplinar da área da saúde estão 
previstas em lei, o que falta é as universidades/faculdades abrirem 
as vagas para os profissionais em seus programas.
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Veterinária
& Zootecnia
CONTAS
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Que 2011 seja um ano marcante, cheio de paz, 
solidariedade, sonhos e muitas conquistas.
Feliz 2011!
NOTÍCIAS
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Veterinária
& Zootecnia
setembro a dezembro 2010
m uma viagem à região 
da fronteira com o 
Uruguai, em setembro, o 
presidente do CRMV-
RS, Air Fagundes, se surpreen-
deu com o grande número de 
animais silvestres avistados nos 
campos ou nas margens das 
rodovias. “Ao viajarmos pelas 
rodovias gaúchas, com mais 
frequência, observamos a 
presença de animais da nossa 
rica fauna silvestre. Para nossa 
alegria, vemos, além de graxains 
(sorros) e lebres, tatus, gatos do 
mato, veados e outros animais. 
Avistamos a saracura não mais 
isolada, mas em número de três 
ou quatro aves na beira do 
asfalto a procura de grãos para 
seu cardápio diário”, relatou em 
seu retorno à capital. Foi dessa 
maneira que nasceu uma 
campanha para coletar relatos 
sobre a observação de animais 
na natureza gaúcha. A cada 
semana, essas contribuições 
são publicadas no Informativo 
Online. 
Infelizmente, os textos e fotos 
trazem também os acidentes que 
ocorrem nas rodovias gaúchas. Já 
E
na semana de estreia da seção 
publicamos a imagem de tatu 
vítima de atropelamento entre 
Dom Pedrito e Santana do 
Livramento. “Para nossa tristeza, 
com muita frequência também 
observamos animais mortos, 
atropelados. Na maioria das 
vezes, vítimas da pressa do 
homem ao volante do seu 
veículo.” Outras contribuições 
também analisam os impactos da 
relação entre os homens e os 
animais. 
Fato a comemorar é o visível 
crescimento de nossa fauna. “A 
que devemos isto? Por um lado, 
acreditamos que a explicação 
esteja no aumento da cobertura 
verde que serve de refúgio aos 
animais, graças às leis mais 
severas sobre meio ambiente e, 
por outro, à conscientização das 
pessoas, em particular das 
crianças e dos adolescentes - 
geração do futuro que quer um 
planeta habitado por animais”,avalia Fagundes. Confira algumas 
das contribuições enviadas ao 
CRMV-RS e participe também, 
entrando em contato pelo e-mail 
ouvidoria@crmvrs.gov.br.
INICIATIVA DESENVOLVIDA PELO CRMV-RS ENVOLVE OS PROFISSIONAIS GAÚCHOS
Imagem de tatu atropelado em rodovia abriu espaço no Informativo Online
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Campanha coleta relatos e imagens
de animais de vida livre no estado
Alguns depoimentos
“Há pouco tempo algumas espécies foram consideradas em 
extinção, mas a cada ano estão aumentando. No entanto, muitos 
ainda, ao cruzar as rodovias, são atropelados. Outros são abatidos nos 
fundões das estâncias, seja por cães ou pelo próprio homem.” 
Médico-veterinário Paulo Renato Oliveira Gonçalves
“Temporais derrubaram algumas árvores 
nas ruas do bairro Tristeza, em Porto Alegre. 
Depois da remoção dos troncos e galhos, 
restou um filhote de coruja, o qual foi 
entregue aos meus cuidados. A ave alcançou 
idade de vida livre e foi solta em terrenos da 
estrada João de Oliveira Remião, na divisa 
de Porto Alegre e Viamão. Assim, ela acabou 
inte-grando-se à vida livre.” Médico-
veterinário José Romélio Aquino 
“No dia 16 de setembro, avistei na RST 
377, em São Francisco de Assis, um casal 
seriema (Cariama cristata) e, na mesma rodovia, em Quaraí, emas 
(Rhea americana), além das pombas (de bando - Zenaida auriculata - e 
rolinha - Columbia Talpacoti), cardeal (Paroaria coronata), chupim 
(Molothrus bonariensis) e canário-da-terra (Sicalis flaveola).” 
Médico-veterinário Afonso Benfica
“Esta cegonha 
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encaminhada pela 
Patrulha Ambiental 
de Cachoeira do Sul 
com a asa quebrada. O 
fazendeiro informou 
que ela tinha batido 
em um fio de luz. Foi 
operada e coloquei 
pinos. Ao fazer uma 
radiografia constatei 
que ela havia levado 
um tiro e então retirei vários balins, grãos de chumbo grandes da 
musculatura do peito.” Médico-veterinário Edson Salomão 
“O registro de animais silvestres ao longo de estradas é um forte 
indício de perda e da fragmentação do habitat que força os animais a 
se deslocarem em busca de novas áreas para a obtenção de recursos 
para sua manutenção na paisagem. Geralmente, as estradas passam 
pelo meio do habitat das espécies, fragmentando-o, forçando-as a 
atravessarem a rodovia para se locomover de uma área para outra, 
momento em que ocorrem os atropelamentos.” Médico-veterinário 
Vagner Luis Camilotti
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