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SLIDES Política Setorial Habitação I

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Prof. Odair Dias
UNIDADE I
Política Setorial –
Habitação
Questão social 
 No livro Serviço Social na Contemporaneidade, a autora traz o conceito de Cerqueira Filho e 
amplia o debate, explicitando que não é só a luta de classes na “fábrica”, mas também há 
diversas formas de lutas e manifestações da luta de classes. Por questão social, no sentido 
universal do termo, queremos significar o conjunto de problemas políticos, sociais e 
econômicos que o surgimento da classe operária impôs no curso da constituição da 
sociedade capitalista. Assim, a questão social está fundamentalmente vinculada ao conflito 
entre capital e trabalho (CERQUEIRA FILHO apud IAMAMOTO, 2000, p. 203).
Conceituando questão social
Direito à cidade
 O conceito foi desenvolvido pelo sociólogo francês Henri Lefebvre em seu livro de 1968 
Le droit à la ville. [...] De acordo com Harvey: “O direito à cidade é muito mais do que a 
liberdade individual para acessar os recursos urbanos: é o direito de mudar a nós mesmos, 
mudando a cidade”.
Conceituando direito à cidade
 Os problemas habitacionais existentes atualmente no Brasil são frutos de um processo de 
urbanização desordenado ocorrido durante o final do século XIX e todo o século XX, como 
veremos a seguir. Esses processos fortalecem as estruturas fundiárias, alimentam os 
conflitos e constituem elementos explicativos da desigualdade físico-territorial ainda vigente 
no país e, principalmente, da desigualdade social, na despossessão do/a trabalhador/a 
assalariado/a da terra para morar. 
 Rodrigues (2013) sinaliza que a Lei de Terras de 1850, que ordena a situação fundiária por 
meio da compra e venda de terras confirma o poder político dos proprietários, a relação com 
o fim da escravidão em 1888, com a emergência do trabalho livre e demarca mudanças na 
sociedade brasileira para o evento da urbanização.
 Somava-se a esse processo o fluxo crescente e constante de trabalhadores/as imigrantes 
que aportaram no Brasil, ao fim do século XIX e início do século XX (TOLEDO, 2003). No fim 
do século XIX, no Brasil, há uma conjunção de acontecimentos que influenciaram 
decisivamente a ampliação e a formação dos espaços urbanos no país. O fim da escravidão 
fez com que milhares de negros fossem expulsos do campo e migrassem para a cidade. 
Concomitantemente, imigrantes europeus chegaram ao Brasil para trabalhar no campo e 
também na nascente indústria brasileira. Esses fatores provocaram o aumento da população 
nas cidades, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, fato que acarretou uma 
demanda por moradia, transporte e demais serviços urbanos, até então inédita. (MARICATO, 
1997).
 Quadro “Operários” de Tarsila do Amaral, pintado em 1933.
Arte como forma de expressão do processo de industrialização
Fonte: http://tarsiladoamaral.com.br
 São traços que remetem, segundo a autora, a uma colonização processada por meio das 
sesmarias e das capitanias hereditárias, que definiram formas de apropriação da terra e 
influíram na consolidação do capitalismo brasileiro, principalmente em termos de um 
patrimonialismo que privatiza a terra. O censo de 1907 no Brasil registrou menos de 3000 
empresas industriais, dessas, 905 empregavam 4 ou menos trabalhadores. Já entre 1907 e 
1920, a produção industrial do país quase triplicou. (CFESS, 2016).
 Entre 1920 e 1940 aumentou 7.800%, nessa altura o país possuía mais de 70.000 indústrias, 
e um total de 1,4 milhão de trabalhadores, a aliança das oligarquias de Minas Gerais e São 
Paulo deu a elas o controle da política nacional. Em 1893, os estrangeiros eram 55% dos 
residentes na cidade de São Paulo e ocupavam 84% dos empregos nas indústrias 
manufatureira e artística, 81% no ramo dos transportes e 72% nas atividades comerciais. No 
início do século XX, 92% dos trabalhadores na indústria eram estrangeiros e em 1911, no 
setor têxtil, cerca de 75% da força de trabalho era estrangeira, em sua maioria italianos, seja 
no campo, seja na cidade. (DOMINGUES, 2006)
 Inicialmente, a primeira medida do governo brasileiro foi oferecer crédito às empresas 
privadas para que elas produzissem habitações. Todavia, os empresários não obtiveram 
lucros com a construção de habitações individuais devido à grande diferença entre os preços 
delas e das moradias informais; alguns passaram a investir em loteamentos para as classes 
altas, enquanto outros edificaram prédios para habitações coletivas, que passaram a figurar 
como a principal alternativa para que a população urbana pobre pudesse permanecer na 
cidade, especificamente no centro, onde estaria próxima das indústrias e de outras 
possibilidades de trabalho. (PECHMAN & RIBEIRO, 1983).
 Apesar de financiar a construção das habitações coletivas, o poder público considerava os 
cortiços degradantes, imorais e uma ameaça à ordem pública. Assim, tendo como referência 
os ideais positivistas, o novo poder republicano realiza, no início do século XX, uma reforma 
urbana no Rio de Janeiro para melhorar a circulação de mercadorias, serviços e pessoas na 
cidade. Foram demolidos 590 prédios velhos para construção de 120 novos edifícios, o que 
significou a expulsão de diversas famílias pobres de suas moradias, a ocupação dos 
subúrbios e a formação das primeiras favelas do Rio de Janeiro. (MARICATO, 1997).
Fonte: 
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/p
essoa26387/ze-keti
“Acender as Velas”
Zé Keti, 1964
Voltando para a Representação Popular
Acender as velas
Já é profissão
Quando não tem samba
Tem desilusão
É mais um coração
Que deixa de bater
Um anjo vai pro céu
Deus me perdoe
Mas vou dizer
O doutor chegou tarde demais
Porque no morro
Não tem automóvel pra subir
Não tem telefone pra chamar
E não tem beleza pra se ver
E a gente morre sem querer morrer
Por qual teórico (a) foi desenvolvido o conceito de “Direito à Cidade”?
a) Ermínia Maricato.
b) Karl Marx.
c) Istvan Meszaros.
d) Henri Lefebvre.
e) Hannah Arendt.
Interatividade
Por qual teórico (a) foi desenvolvido o conceito de “Direito à Cidade”?
a) Ermínia Maricato.
b) Karl Marx.
c) Istvan Meszaros.
d) Henri Lefebvre.
e) Hannah Arendt.
Resposta
 Também nesse período, outras cidades seguiram o modelo de planejamento de Paris, que 
combinava saneamento, embelezamento, circulação e segregação territorial. Esse foi o caso 
de Belo Horizonte, que, segundo Le Ven (1977), adotou um projeto segregacionista, 
buscando determinar quais espaços poderiam ser ocupados e por quais grupos sociais. 
Assim, antes mesmo da inauguração, a cidade já tinha duas áreas ocupadas irregularmente 
– a do Córrego do Leitão e a do Alto da Estação –, que abrigavam três mil pessoas ao todo. 
(GUIMARÃES, 1992).
Modelo segregacionista
 “A questão urbana, como particularidade da “questão social”, é a expressão da distribuição 
desigual das atividades humanas na organização socioespacial do processo de produção e 
reprodução do capital e é também forma de resistência e de luta entre as classes sociais que 
compõem a estrutura social no contexto das cidades”. 
(CFESS, 2016 apud BURNETT, 2012; SILVA, 1989).
 Assim, desde os anos 1930, a habitação constituiu-se numa força ideológica para a formação 
do/a trabalhador/a, fundamental na reprodução da força de trabalho, em um momento de 
profundas mudanças no Estado e na sociedade.
 É nessa perspectiva que se colocaram o incentivo do acesso à casa própria (ainda que 
fossem moradias autoconstruídas em áreas periféricas ou rurais, porque os trabalhadores 
recebiam um salário mínimo insuficiente para atender às suas necessidades sociais), a 
ampliação dos serviços de transporte e obras de saneamento, mecanismos importantes para 
manutenção da ordem econômica, política e social e valorização da família nuclear, 
monogâmica, dentro do espírito burguês. Se ampliou a aceitação, entre os diversos 
segmentos sociais e setores governamentais, da necessidade da intervenção estatal na 
produçãode moradias para os/as trabalhadores/as.
Relação entre habitação e a formação do(a) trabalhador(a)
Cortiço na área central do Rio de Janeiro, primeira década do século XX
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Cortico-na-area-central-do-Rio-de-Janeiro-primeira-
decada-do-seculo-XX-Cada-uma-das_fig6_236334409
 Dessa forma, do início do século XX até a década de 1930, diversas cidades brasileiras 
tiveram o problema da habitação agravado, com o poder público atuando de maneira pontual 
e ineficiente. Somente a partir do fim da década de 1930, quando a industrialização e a 
urbanização do país ganham novo impulso com a Revolução de 30, é que começa a se 
esboçar uma política para a habitação. É nesse momento, também, que a ciência e a técnica 
ganham maior relevância que os conceitos de embelezamento e os problemas urbanos em 
geral são colocados na chave do social. (MOTTA, 2009).
 O golpe que leva ao poder Getúlio Vargas que havia concorrido à eleição pela aliança 
liberal, mas derrotado, se deu com apoio de militares (em especial dos tenentes que já 
vinham se posicionando politicamente). O presidente deposto Washington Luiz foi também 
acusado de fraude eleitoral, importante lembrar que a partir deste período se acentua a 
industrialização do Brasil.
Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/30133532
Qual presidente ascende ao poder com a chamada Revolução de 30?
a) Júlio Prestes.
b) Café Filho.
c) Juscelino Kubitscheck.
d) Getúlio Vargas.
e) Ernesto Geisel.
Interatividade
Qual presidente ascende ao poder com a chamada Revolução de 30?
a) Júlio Prestes.
b) Café Filho.
c) Juscelino Kubitscheck.
d) Getúlio Vargas.
e) Ernesto Geisel.
Resposta
 A questão urbana, como particularidade da “questão social”, é a expressão da 
distribuição desigual das atividades humanas na organização socioespacial do 
processo de produção e reprodução do capital e é também forma de 
resistência e de luta entre as classes sociais que compõem a estrutura 
social no contexto das cidades.
 É interessante ressaltar uma reflexão de Lojkine (1981 apud Silva, 1989, p. 16) que, ao 
afirmar o urbano como elemento-chave das relações de produção e um dos lugares 
decisivos da luta de classes, dialoga com Marx e Engels na crítica de que os mesmos 
fazem sobre a separação da cidade e do campo, que representa, nesse movimento, a 
divisão entre trabalho material e trabalho intelectual. Trata-se de 
uma desocultação necessária do discurso ideológico dominante 
(SANT’ANA, 2013), que se complementa na afirmação de 
Iamamoto (2007, p. 89) ao se referir à articulação existente 
entre relações de propriedade e relações de trabalho.
Continuando...
 A propriedade fundiária é um pressuposto histórico e fundamento permanente do regime 
capitalista de produção, comum a outros modos históricos de produzir. Entretanto, o capital 
cria a forma histórica específica de propriedade que lhe convém, valorizando este monopólio 
na base da exploração capitalista, subordinando a agricultura ao capital.
 Para Bonduki (1998), são inúmeros os problemas ocasionados pela presença cada vez maior 
de trabalhadores/as com suas moradias localizadas em áreas segregadas, com deficiência 
dos serviços de água e esgoto, constituindo ameaças à saúde pública, e cujas respostas 
governamentais convergiram para a criação de uma legislação de controle do uso do solo, 
com enfoque higienista. (CFESS, 2006, P.20).
 Os anos 1940 trouxeram o início da atuação do Estado na produção direta de habitação para 
trabalhadores/as, ainda que não se constitua em uma política urbana. Ao contrário, segundo 
Bonduki (1998), a ação dos Institutos e as Caixas de Aposentadoria e Pensões (IAP e CAP), 
organizados por categoria laboral, primeiros a atuar no setor de habitação social, foi 
questionada, tendo em vista sua finalidade social. É importante observar que, concomitante a 
esse processo, os/as trabalhadores/as continuavam a buscar soluções habitacionais 
compatíveis com os baixos salários recebidos, na ocupação irregular de áreas periféricas, 
em condições inadequadas de habitabilidade.
 Em 1946, foi criada a Fundação da Casa Popular (FCP), cujo objetivo era intervir no 
problema habitacional, com oposições fortíssimas de vários segmentos, tanto aliados, quanto 
críticos ao governo. Destaca-se que foram criados outros órgãos municipais e estaduais no 
interior do país, tendo atribuições na área da assistência social, para responder ao problema 
da carência e precarização de moradias. Em 1956, foi promulgada a denominada “Lei das 
Favelas” (Lei 2.875), visando a intervenções pontuais na área urbana. 
 Segundo Vieira (1983), a demanda habitacional durante o 
governo Vargas, em 1950, estava em torno de 2,4 milhões de 
moradias e as cidades configuram aspectos da desigualdade 
social na ausência de conforto e higiene para parte 
significativa da população brasileira, que habitava em favelas 
ou em loteamentos e conjuntos habitacionais distantes dos 
centros urbanos. (BONDUKI, 1998).
 Em síntese, as ações no campo da produção de moradia popular, até meados dos anos 
1960, com a criação do BNH (Banco Nacional de Habitação), podem ser caracterizadas 
como dispersas nacionalmente e pouco significativas em termos de escala e de formas 
públicas de financiamento. Concomitante a esse cenário, desde os anos 1930, o real perfil 
da intervenção do Estado no campo da moradia popular foi marcado por políticas voltadas 
tanto para a erradicação, quanto para a integração subordinada e excludente de favelas, 
mocambos e cortiços às cidades. 
 Tais ações concentraram-se notadamente nas principais 
cidades – palco do desenvolvimento urbano-industrial 
desigual e combinado do país – que sofreram os impactos do 
processo de expropriação da terra no campo e da mudança 
demográfica da população de rural para urbana, a partir dos 
anos 1960, como observado nas capitais da região sudeste.
 Em 1967, é implementado um modelo de política habitacional nacional com o BNH, que, sob 
um ideário desenvolvimentista, produziu moradias, “caracterizando-se pela gestão 
centralizada, ausência de participação comunitária, ênfase na produção de casas prontas por 
empreiteiras, localização periférica e projetos medíocres” (BONDUKI, 1998, p. 319).
 O BNH, como gestor de um sistema de financiamento (Sistema Financeiro de Habitação –
SFH), possibilitou verba para o setor, tanto de depósitos compulsórios do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço (FGTS), quanto dos depósitos voluntários do Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo (SBPE), para a operacionalização de um conjunto 
de programas federais, de uma agenda de distribuição de 
recursos e uma rede de agências locais responsáveis pela 
operação direta das políticas e pela mudança no perfil, com a 
verticalização das cidades.
 “Cidade de Deus”, cuja história se dá entre as 
décadas de 60 e 80, descreve os reflexos da segregação 
espacial e as consequências diretas do abandono do 
poder público quanto à infraestrutura e condições básicas 
de moradia na vida dos moradores do local. 
Sugestão de filme: Cidade de Deus
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/1/10/CidadedeDeus.jpg
 Em 1964, após o Golpe Militar que derrubou o governo João Goulart, o modelo de política 
habitacional implantou um conjunto de estratégias e “características que deixaram marcas 
importantes na estrutura institucional e na concepção dominante de política habitacional nos 
anos que se seguiram” (BRASIL, 2004, p. 9).
 Essas características podem ser identificadas a partir de alguns elementos fundamentais; por 
exemplo, a criação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), composto pela captação de 
recursos específicos: o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), arrecadação 
compulsória – portanto, recurso garantido para habitação – e o Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo (SBPE), sendo que ambos chegaram a atingir um montante 
significativopara o investimento habitacional. 
 O BNH tornou-se uma das principais instituições financeiras do país e a maior instituição 
mundial voltada especificamente para o problema da habitação. Para termos uma noção, em 
1969, o BNH era o segundo maior banco em termos de recursos disponíveis, ficando atrás 
somente do Banco do Brasil.
 Vamos entender: os recursos do BNH/SFH eram oriundos do FGTS, ou seja, do 
trabalhador. No entanto, esse recurso estava sendo destinado para a população de classe 
média e alta. O trabalhador que contribuiu e tinha esse dinheiro investido em habitação não 
podia usufruir dos financiamentos ou aquisição da casa própria. Como podemos perceber, o 
objetivo do banco e do sistema de financiamento foi desvirtuado, elevando o déficit 
habitacional e a questão econômica.
Em qual década foi criado o Banco Nacional da Habitação (BNH)?
a) 1930.
b) 1991.
c) 1970.
d) 1985.
e) 1960.
Interatividade
Em qual década foi criado o Banco Nacional da Habitação (BNH)?
a) 1930.
b) 1991.
c) 1970.
d) 1985.
e) 1960.
Resposta
 A promulgação da Constituição Federal de 1988 resultou de um exercício político coletivo, 
ainda que cheio de contradições, para consolidação da esfera pública no Brasil, pela defesa 
dos espaços democráticos para expressão das necessidades sociais e políticas do conjunto 
da sociedade numa perspectiva de redefinição da relação entre Estado e sociedade civil. É 
nesse contexto que a Emenda Popular da Reforma Urbana, de iniciativa popular, tomou 
corpo a partir de mobilizações populares e ganhou concretude no capítulo na CF dedicado à 
política urbana, incorporando a função social da cidade, além da função social da 
propriedade e da gestão democrática das cidades.
O deputado Ulysses Guimarães ergue um exemplar da Constituição no dia da promulgação.
“Constituição Cidadã”
Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/10/05/senadores-comemoram-os-32-anos-da-
constituicao
 Nos anos 1990, a atuação governamental nos programas urbanos para a população de baixa 
renda sofreu interferências diversas, seja nos critérios clientelistas ou de favorecimento de 
alianças, como no Plano de Ação Imediata para a Habitação (PAIH), lançado em 1990, seja 
na restrição dos gastos (sob prescrição do Fundo Monetário Internacional – FMI) para a 
produção de moradias, como nos programas Habitar e Morar Município, em 1994, em 
tempos de Plano Real e governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). 
 Outros programas foram criados no governo FHC, como o Pró-Moradia (urbanização de 
áreas precárias), ou mesmo o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), sem 
desempenho quantitativo, principalmente em termos do atendimento aos segmentos da 
classe trabalhadora.
 Assim, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, tem-se como consequência dessa 
limitação macroeconômica imposta e suas consequências para a política urbana, a restrição 
do atendimento da demanda das populações de baixa renda, destacando-se o financiamento 
internacional, firmado em final de 1999 com o Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID), e com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), para o desenvolvimento do 
Programa Habitar Brasil/BID (HBB), gerenciado pelo governo federal e com a verba 
redistribuída para os municípios.
 A desarticulação institucional da ação governamental, que se acentuou desde final dos anos 
1980 sofreu mudanças em 2003 com a criação do Ministério das Cidades (MCidades), 
responsável pela política de desenvolvimento urbano, pela elaboração e implantação das 
políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, transporte e mobilidade urbana e 
pelos programas urbanos. 
 Com o objetivo de construir um modelo participativo e democrático, numa concepção de 
desenvolvimento urbano integrado, no qual a moradia digna implica no direito à 
infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade e transporte coletivo, equipamentos sociais 
e serviços urbanos, na perspectiva do direito à cidade para 
todos/as o governo articulou a realização das conferências nos 
âmbitos municipais, estaduais e nacional, e a instituição do 
Conselho Nacional das Cidades (ConCidades) em 2004.
 Ainda em 2004, sob a tese da necessidade de uma política urbana orientadora das ações 
desenvolvidas nos diferentes níveis de governo, contemplando também investimentos e 
ações dos legislativos, judiciário e da sociedade civil, na perspectiva da construção da 
Política Nacional de Desenvolvimento Urbano, pautada na ação democrática, 
descentralizada e com participação popular, foram elaborados documentos norteadores do 
trabalho em torno dos temas estruturantes do espaço urbano: política nacional de habitação, 
política de saneamento ambiental, política de mobilidade urbana sustentável e política 
nacional de trânsito.
Política Nacional de Desenvolvimento Urbano
 A habitabilidade nos remete ao espaço ocupado, de forma digna, portanto, para Santos 
(1994), o papel do território na sua função social reforça a ideia de pertencimento a um 
espaço que favorece e potencializa as relações humanas. Isso nos faz refletir sobre a 
condição das moradias “subnormais”. Dessa forma, é preciso reconhecer que o território 
não é apenas o resultado da superposição de um conjunto de sistemas naturais e um 
conjunto de sistemas de coisas criadas pelo homem. O território é o chão e mais a 
população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos 
pertence. O território é a base do trabalho, da residência, das trocas materiais e 
espirituais e da vida sobre os quais ele influi.
Território e o processo de identidade
 A segregação é um tema que exige compreensão política, histórica, social, econômica, numa 
articulação com o território e no território. Afinal, temos que exercer a pluralidade de 
conhecimentos para alçar novos espaços profissionais e fazermos a involução das questões 
sociais que nos são apresentadas. E conforme nos lembra Iamamoto, temos que dar 
respostas a essas diferentes demandas das expressões sociais existentes.
 A Política Urbana pode ser concebida “como produto de contradições urbanas, de relações 
entre diversas forças sociais opostas quanto ao modo de ocupação ou de produção do 
espaço urbano”. Nessa perspectiva, esta representa uma ação estatal, com foco na 
organização e no ordenamento territorial, para assegurar as condições necessárias à 
contínua “reprodução das forças produtivas e das relações de trabalho”.
 Para Milton Santos, o espaço geográfico é organizado pelo homem vivendo em sociedade e, 
cada sociedade, historicamente, produz seu espaço como lugar de sua própria reprodução. 
[...]. O espaço é organizado socialmente, com formas e funções definidas historicamente, 
pois se trata da morada do homem e do lugar de vida que precisa ser constantemente 
reorganizado. [...] O espaço social corresponde ao espaço humano, lugar de vida e trabalho: 
morada do homem, sem definições fixas. O espaço geográfico é organizado pelo homem 
vivendo em sociedade e, cada sociedade, historicamente, produz seu espaço como lugar de 
sua própria reprodução.
 Com a Constituição de 1988 foram estabelecidas as competências entre os níveis de 
governo no que se refere tanto à política urbana quanto à promoção de programas de 
construção de moradias e à melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico. 
A responsabilidade sobre tais matérias, portanto, passou a ser compartilhada entre os entes 
federativos, ou seja, os programas ligados à área urbana, sobretudo no que tange à 
habitação, tornam-se fragmentados em secretarias de governos subnacionais que se 
reestruturaram ou desapareciam de acordo com as mudanças partidárias na gestão pública 
(MARICATO, 2009; AZEVEDO & ANDRADE, 2011).
Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001)
Em 2003, criou-se um Ministério ao qual ficou ligada a Política de Habitação, qual foi?
a) Ministério das Cidades.b) Ministério da Integração Nacional.
c) Ministério dos Direitos Humanos.
d) Ministério da Cidadania.
e) Ministério da Saúde.
Interatividade
Em 2003, criou-se um Ministério ao qual ficou ligada a Política de Habitação, qual foi?
a) Ministério das Cidades.
b) Ministério da Integração Nacional.
c) Ministério dos Direitos Humanos.
d) Ministério da Cidadania.
e) Ministério da Saúde.
Resposta
 BEHRING, E. R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. São Paulo: Cortez, 
2010.
 BONDUKI, N. G. Origens da habitação social no Brasil. Arquitetura moderna, lei do 
inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Estação Liberdade: FAPESP, 1998.
 BRASIL. Código de ética do assistente social. Brasília: CFESS, 1993.
 BRASIL. Constituição Federal. 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
 BRASIL. Ministério da Assistência e Desenvolvimento Social. Lei n. 8.742, de 7 de dezembro 
de 1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm.
 COUTO, B. R. O direito social e a assistência social na 
sociedade brasileira: uma equação possível? São Paulo: 
Cortez, 2010.
 DOMINGUES, P. Protagonismo negro em São Paulo: história 
e historiografia. São Paulo: Edições Sesc, 2019.
Referências
 FALEIROS, V. de P. A política social do Estado capitalista. São Paulo: Cortez, 2000.
 GUIMARÃES, Berenice Martins. Favelas em Belo Horizonte: tendências e desafios. Análise e 
Conjuntura, Belo Horizonte, v. 7, n. 2 e 3, p. 11-18, maio/dez. 1992.
 IAMAMOTO, M.V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 
São Paulo: Cortez, 2000.
 MARICATO, Ermínia. Brasil 2000: qual planejamento urbano? Cadernos IPPUR, Rio de 
Janeiro, Ano XI, n. 1 e 2, p. 113-130, 1997.
 MARTINELLI, M. L. Serviço social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 2009.
 SILVA, M.O. da S. Política Habitacional Brasileira. Verso e Reverso. São Paulo: Cortez 
Editora, 1989.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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