Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teoria da Pena 02 1. Aspectos Introdutórios da Pena 5 Conceito de Pena 5 Penas admitidas pela Constituição 7 Origem das penas 8 Princípios das Penas 9 Princípio da legalidade e anterioridade 10 Princípio da humanização 10 Princípio da pessoalidade ou intranscendência 10 Princípio da proporcionalidade 10 Princípio da individualização da pena 11 Princípio da inderrogabilidade 11 2. Fundamentos e Finalidades da Pena 13 Fundamentos da Pena 13 Preventivo 13 Retributivo 14 Reparatório 14 Readaptação 14 Finalidades da pena 14 Teoria absoluta ou da retribuição 14 Teoria relativa ou da prevenção 15 Teoria mista ou conciliatória 15 Teoria mista no Código Penal 16 Cominação das penas 17 3. Espécies de Pena 20 Penas privativas de liberdade 21 Regime fechado 22 Regime semiaberto 23 Regime aberto 23 Regime especial 25 Penas restritivas de direitos 25 Requisitos para aplicação 26 Regras para a substituição 27 Prestação pecuniária 27 3 Perda de bens ou valores 28 Prestação de serviços à comunidade 28 Interdição temporária de direitos 29 Limitação de fim de semana 29 Pena de multa 30 4. Aplicação da pena 34 Introdução 34 Primeira fase de fixação da pena 35 Segunda fase de fixação da pena 36 Terceira fase de fixação da pena 37 5. Referências Bibliográficas 41 04 5 TEORIA DA PENA 1. Aspectos Introdutórios da Pena Fonte: https://medium.com/@vitorsdc13/19-de-abril-de-2020-b7d0087b543a Conceito de Pena ena é a sanção criminal imposta pelo Estado (ius puniendi) a quem infringe as normas legais. Na seara penal, diz- se pena a punição sobreposta a pessoa que comete crime ou contravenção penal. Em outras palavras, é o poder/dever do Estado de aplicar penalidade quando possível e necessário. Utilizamos o termo “possível” porque a aplicação da pena deve observar os preceitos constituci- onais. Nesse sentido, destaca-se os direitos e garantias fundamentais assegurados pela Carta Magna. No que se refere a aplicação da pena, sobressaem as seguintes disposi- ções: Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (art. 5º, II, CF/88); Não haverá juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII, CF/88); Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 5º, XXXIX, CF/88); P 6 TEORIA DA PENA A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, CF/88); Nenhuma pena passará da pessoa do condenado (art. 5º, XLV, CF/88); É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (art. 5º, XLIX, CF/88); Ninguém será privado da liber- dade ou de seus bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV); Ninguém será considerado culpa- do até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5º, LVII, CF/88); Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autori- dade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei (art. 5º, LXI, CF/88); A prisão ilegal será imedia- tamente relaxada pela auto- ridade judiciária (art. 5º, LXV, CF/88) Logo, a aplicação da pena antecede esses e os demais princí- 1 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília,DF, 1940. pios previstos na lei maior. Sendo inobservados, a pena é ilícita. Por outro lado, como já supramencionado, a pena só será aplicada se necessária, tendo em vista o princípio da insignificância. O direto penal é de ultima ratio, ou seja, só será aplicado se os outros ramos do direito não puderem solucionar o conflito e, ainda, se o bem tutelado for significante. Nesse sentido, não há porque apenar, por exemplo, um andarilho que furte (sem violência ou grave ameaça) um pão de oitenta centavos para saciar sua fome. Portanto, reitera-se que a sanção penal só será aplicada quando necessária. De acordo com o artigo 59, do Código Penal, o juiz estabelecerá as penas conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime1. Além disso, o parágrafo 5º, do artigo 121, do Código Penal disci- plina que a pena não será aplicada quando as consequências da infra- ção atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária2. Ainda no que tange a definição de pena, Pedro Lenza leciona: É a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de 2 Idem 7 TEORIA DA PENA um ilícito penal e consiste na privação ou restrição de bens jurídicos determinada pela lei, cuja finalidade é a readaptação do condenado ao convívio social e a prevenção em relação à prática de novas infrações penais3. Note que o doutrinador supra- mencionado expõe, inclusive, a finalidade da pena, mas não há consenso em relação a essa temática na doutrina. Abordaremos essa questão de forma mais acentuada em momento oportuno. Primeiramente, cabe salientar as modalidades de pena inadmitidas no ordenamento jurídico brasileiro. Conforme artigo 5º, XLVII, da Constituição Federal, não haverá penas: De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; De caráter perpétuo; De trabalhos forçados; De banimento; Cruéis. A limitação das sanções penais tem como objetivo assegurar a 3 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquema- tizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. dignidade da pessoa humana. Isso porque, embora deva ser punido por seus atos, o infrator, não perde o caráter de humano, nem a personalidade jurídica intrínseca a toda pessoa que nasce com vida. Penas admitidas pela Constituição Visto as penas proibidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, passemos agora ao apontamento das sanções penais recepcionadas pela Carta Magna de 1988. Assim sendo, conforme o artigo 5º XLVI, da Constituição, são admitidas as seguintes penas: Privação ou restrição da liberdade. Perda de bens. Multa. Prestação social alternativa. Suspensão ou interdição de direitos. Este rol não é taxativo. Isso quer dizer que o Brasil admite outras modalidades de penas além das elencadas, desde que, como já dito, 8 TEORIA DA PENA em consonância com os direitos humanos. Origem das penas Não há demarcação exata do momento de surgimento das penas, acredita-se que elas nasceram pareadas ao convívio social, visto que este é inviável quando não há normas (ainda que precárias) e consequente sanção à transgressão. Para Rogério Greco4, a primeira pena da história da humanidade foi aplicada ainda no Jardim do Éden, quando Deus puniu Adão, Eva e a serpente por terem comido do fruto proibido. Pena de Adão: maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela fostes formados; porque tu és pó e ao pó tornarás5. Pena de Eva: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à 4 GRECO Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral.vol I. 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. 5 Bíblia de estudos de Genebra. Gênesis, 3:1-24 6 Idem luz filhos; o teu desejo será para o teu marido e ele te governará6. Pena da serpente: maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerá pó todos os dias da tua vida. Poreiinimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar7. Segundo esta teoria, a partir daí o próprio homem começou a estabelecer regras para o convívio coletivo e penas para o indivíduo do grupo que não as obedece, até chegar nas legislações vigentes atualmente. Todavia, de forma geral, a doutrina não delimita com exatidão o surgimento das penas. A teoria que Rogerio Greco compartilha explica o surgimento da pena apenas sob a perspectiva cristã, ignora a construção da sociedade do ponto de vista das outras religiões e não revela verdades inquestionáveis. Até meados do século XVIII, as penas tinham, predominante- mente, fins aflitivos8. A maioria das 7 Ibdem 8 GRECO Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral.vol I. 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. 9 TEORIA DA PENA infrações eram punidas com casti- gos físicos extremamente cruéis ao corpo do acusado. Há casos em que o indivíduo tinha parte do corpo arrancada em razão de dívidas. O século XVIII também foi marcado pela modificação pensamento em relação a aplicação das penas. Nesse momento, começa-se a pensar em ponderação das sanções cruéis e adequação da pena à infração. Por intermédio das ideias de Beccaria, em sua obra inti- tulada Dos Delitos e das Penas, publicada em 1764, começou-se a ecoar a voz da indignação com relação a como os seres huma- nos estavam sendo tratados pelos seus próprios semelhan- tes, sob a falsa bandeira da legalidade9. Quem foi Beccaria? Cesare Bonesana (Marquês de Beccaria) viveu em meados de 1738 a 1794, foi considerado o pai do iluminismo penal em razão das suas ideias humanistas. Seu destaque no meio jurídico deve-se a publicação do livro “Dos Delitos e das Penas”, que expunha a dissonância entre o direito de sua época e aplicação das penas. Criticava com veemência o emprego de sanções penais com crueldade demasiada. 9 GRECO Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral.vol I. 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. Os preceitos de Beccaria foram evoluindo juntamente com a socie- dade. O primeiro tratado interna- cional sobre os direitos humanos (Declaração Universal dos Direitos do Homem) foi publicado em 1948, após as atrocidades ocorridas du- rante a segunda guerra mundial e o regime nazista. Atualmente, nos países do ocidente, as penas prece- dem de um filtro cujo cerne é a dignidade da pessoa humana. Como visto no tópico anterior, no Brasil, por exemplo, a sanção penal é aplicada mediante observação dos princípios constitucionais, que visam proteger a integridade física, moral e psicológica do indivíduo. Mas, apesar do exposto anteriormente, ainda existem países que admitem a aplicação de sanções cruéis em determinadas circunstan- cias, como é o caso dos Estados Unidos, onde a pena de morte prevalece em alguns estados. Princípios das Penas As penas precedem de alguns princípios constitucionais. É que veremos a seguir: 10 TEORIA DA PENA Princípio da legalidade e an- terioridade: A penalidade deve ser esta- belecida anteriormente a pratica do crime e aplicação da pena. De acordo com o artigo 5º, XXXIX, da Constituição Federal não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal10 (nullum crimen nulla poena sine praevia lege). O mesmo preceito é repetido pelo Código Penal, em seu artigo 1º, com o fim de ratificar a norma constitucional, afirmando que a cominação das penas deve ser anterior a sua aplicação e tipificada em lei. Outrossim, as sanções penais não podem ser criadas por decreto, resolução ou medida provisória. Por fim: Princípio da legalidade: a pena deve ter previsão no texto legal. Princípio da anterioridade: não há crime sem lei anterior que o defina. Princípio da humanização Conforme princípio da huma- nização, a pena deve observar os preceitos fundamentais da Consti- tuição, que veda a aplicação de penas cruéis (art. 5º, XLIX) e zela 10 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. pelo respeito à dignidade da pessoa humana. Princípio da pessoalidade ou intranscendência A pena não pode ultrapassar a pessoa do condenado. Ou seja, não existem penas reflexas. Uma mãe, por exemplo, não pode cumprir pena no lugar do seu filho. A sanção penal se limita ao infrator. Todavia, o perdimento de bens e a obrigação de reparar coisa pode ser transferida aos herdeiros, desde que no limite dos bens (art. 5º, XLV, da Constituição Federal). Princípio da proporcionalida- de Segundo o princípio da proporcionalidade, a pena deve ser aplicada proporcionalmente ao deli- to praticado. Assim, quanto maior a proteção do bem juridicamente tutelado, maior será a pena aplicada a quem ofendê-lo. Outrossim, não cabe, por exemplo, aplicar pena de 40 anos de detenção pelo furto de um objeto de pequeno valor eco- nômico. 11 TEORIA DA PENA Princípio da individualização da pena O princípio da individuali- zação da pena defende que sua aplicação observará a culpabilidade e os méritos pessoais do agente (artigo 5º, XLVI, da Constituição Federal). Nessa toada, cabe destacar o Habeas Corpus nº 82.959, julgado no dia 23 de fevereiro de 2006. O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o artigo 2º, § 1º, da lei nº 8.072/90, que previa o cumprimento integral da pena em regime fechado para crimes hedi- ondos, tráfico de drogas, terrorismo e tortura. A decisão do Supremo deve-se a dissonância da norma com o princípio da não vedação à pro- gressão de regime. Observe a redação do supra- mencionado §1º antes e depois do posicionamento da Corte: REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO ATUAL § 1º A pena por crime previsto nes- te artigo será cum- prida integralmen- te em regime fe- chado. § 1º A pena por crime previsto nes- te artigo será cumprida inicial- mente em regime fechado. 11 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília,DF, 1940. Note que a palavra integral- mente foi substituída por incial- mente. A decisão do Supremo rati- fica que todo condenado tem direito a progressão de pena, conforme individuação da condenação. Ademais, a pena será aplicada de acordo com a culpabilidade, ante- cedentes, conduta social e persona- lidade do agente. O juiz também levará em conta os motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como o comportamento da vítima (artigo 59, CP)11. Princípio da inderrogabilidade Segundo o princípio da inder- rogabilidade, o juiz não pode deixar de aplicar a pena quando o réu é considerado culpado. Não é faculdade do juízo impor a sanção penal, é de- ver/obrigação. O objetivo é as- segurar a imparcialidade no mo- mento de aplicação da pena. 1 2 13 TEORIA DA PENA 2. Fundamentos e Finalidades da Pena Fonte: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br Fundamentos da Pena fundamento das penas apresenta o efeito prático da condenação. Objetiva averiguar a razão de ser das sanções penais. Nesse sentido, as penas podem ter caráter preventivo, retributivo, reparatório e de readaptação Preventivo Preventivamente, as penas existem para amedrontar os inte- grantes do corpo social a não come- ter crime. Sabendo das possíveis consequências do ato criminoso, o cidadão tem receio de pratica-lo. Nesse aspecto, a pena é intimida- dora. Assim, quem foi condenado, provavelmente, terá receio de delin-quir novamente, pois já conhece de perto as consequências de seus atos. De outro lado, a efetiva punição de um indivíduo serve de exemplo para que outros tenham medo das penas. Todavia, na prática, essa ideia não se sustenta com perfeição. Não são raros os casos de pessoas que voltam a delinquir após o cumpri- mento de uma pena, ou que, mesmo O 14 TEORIA DA PENA dentro de um presidio, comande facções criminosas. Retributivo A pena é consequência direita do ato antijurídico. Sintetiza-se no castigo aplicado ao infrator, sendo certo que é proporcional ao mal causado, como já explanado no capítulo anterior. Reparatório A pena tem como objetivo reparar a vítima ou seus herdeiros pelos prejuízos causados em razão da pratica do crime. Nesse sentido, conforme artigo 91, do Código Penal, são efeitos da condenação: tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. Igualmente, a Lei n. 9.714/98 estabelece prestações pecuniárias como pena restritiva de direito. Readaptação A readaptação representa o caráter de reeducação e reabilitação da pena. Neste aspecto, o objetivo da sanção penal é reabilitar o infrator a conviver em sociedade. Conforme leciona Pedro Lenza12, a reeducação do criminoso 12 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal consiste em acesso à educação, possibilidade de trabalho, lazer e aprendizado de novas formas laborativas. Cumpre salientar que, embora alguns estabelecimentos prisionais adotem sistemas de recuperação, como cursos profissionalizantes, por exemplo, essa realidade não é abrangente, ou seja, em muitos casos, a ressocialização não se con- cretiza. Finalidades da pena No sistema jurídico brasileiro, a finalidade das penas é definida por meio de três teorias distintas, são elas: Teoria absoluta ou da retribuição; Teoria relativa ou da prevenção; Teoria mista ou conciliatória. É o que estudaremos a seguir. Teoria absoluta ou da retri- buição As teorias absolutas da pena estão associadas a ideia de justiça. Nesse sentido, o infrator é punido tão somente porque cometeu o esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. 15 TEORIA DA PENA crime, inexistindo, portanto, uma noção de função da pena. Ou seja, a sanção é vislumbrada tão somente como retribuição a uma conduta ilícita, sem mensuração do efeito da punição e do porquê de sua aplicação. Conforme ensina Pedro Lenza13, para esta teoria a pena é a retribuição do mal injusto, praticado pelo criminoso. Na mesma linha, Fernando Capez (2018) assevera que: A finalidade da pena é punir o autor de uma infração penal. A pena é a retribuição do mal injusto, praticado pelo crimi- noso, pelo mal justo previsto no ordenamento jurídico14. Assim sendo, a pena é entendida como a simples negação de direitos, motivada pela infração da norma, com caráter retributivo e viés de justiça. Teoria relativa ou da preven- ção Segundo a teoria relativa da pena, a sanção tem como fim principal evitar a infração, isso quer dizer que o objeto central da pre- 13 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. visão da penalidade é amedrontar possíveis infratores. Portanto, destaca-se o caráter de prevenção, que pode ser geral ou especial. Prevenção geral: pena como objeto intimidação social. Prevenção especial: pena como objeto de readaptação. Todavia, a teoria em analise perde força porque a publicidade e efetividade das sanções, não são suficientes para impedir alguém de delinquir. Em algumas circuns- tâncias o agente infrator pratica o fato mesmo sabendo das conse- quências. Lado outro, existe, também, a hipótese de o indivíduo acreditar na impunidade e, ainda, mesmo com toda publicidade das normas, desconhecê-la. Teoria mista ou conciliatória Segundo a teoria mista ou conciliatória, a pena tem caráter punitivo e preventivo concomitan- temente. Também denominada teoria unificadora, surgiu a partir das críticas tecidas em torno das supra- 14 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. vol 1. 22. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 16 TEORIA DA PENA mencionadas teoria absoluta da pena e teoria relativa da pena. A ideia é a junção dessas teorias ape- nas no que tange seus aspectos positivos. Portanto, a teoria mista tem com o cerne a visão da pena como resposta direta a infração e, ainda, como meio de tratamento do infra- tor. No se refere os fundamentos e finalidades da pena, analise atentamente o quadro abaixo para memorizar o conteúdo: Fonte: ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. Teoria mista no Código Penal O ordenamento jurídico penal brasileiro adota nitidamente a teoria mista ou conciliatória da pena, como se vê do artigo 59, do Código Penal: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos anteceden- tes, à conduta social, à perso- nalidade do agente, aos mo- tivos, às circunstâncias e conse- quências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para re- provação e prevenção do crime: 15 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília,DF, 1940. I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível15 Note que, conforme redação final do “caput”, a fixação das penas observará os critérios da reprovação e prevenção. Sendo assim, é evidente a unificação das teorias absoluta e relativa, ou seja, há o 17 TEORIA DA PENA acolhimento da teoria mista em nossa legislação. Portanto, tendo em vista que a reprovação está associada a Teoria Absoluta ou da Retribuição e a prevenção está associada a Teoria Relativa ou da Prevenção, temos a seguinte equação: Reprovação + prevenção = teoria mista ou unificadora (adotada pelo ordenamento brasileiro) Cominação das penas As sanções penais podem ser cominadas isoladamente, cumula- tivamente ou alternativamente. Vejamos: Isoladamente: há apenas uma pena cominada à infração legal. Como é o caso do infanticídio, cuja pena prevista é de detenção, de dois a seis anos. Cumulativamente: é possível aplicar mais de uma pena ao infrator, mesmo que se trate de um único crime. É o caso de sanções que admitem a aplicação conjunta de restrição de direitos e multa, como ocorre com a sanção referente ao crime de furto, cuja pena prevista é a reclusão, de um a quatro anos e multa. Sendo certo que, nesses casos, a pena de prisão não pode ser substituída por multa (Súmula 171 do STJ). Alternativamente: nesta hipótese, existe a viabilidade de escolha entre duas modalidades de pena. Privativa de liberdade ou multa. Como exemplos, temos o crime de dano (artigo 163, do Código Penal), que prevê pena de detenção de um a seis meses, ou multa. Quadro resumo 1: FUNDAMENTOS DA PENA Preventivo A pena tem o obje- tivo de amedron- tar o corpo social e evitar a delinquên- cia Retributivo Pena como conse- quência do ato an- tijurídico Reparatório Pena como repara- ção da vítima ou de seus herdeiros Readaptação Pena com o fim de reeducação e reabilitaçãoQuadro Resumo 2: FINALIDADES DA PENA Teoria absoluta Pena como retri- buição do mal causado Teoria Relativa Prevenção de in- frações. Teoria mista Retribuição + Prevenção 18 TEORIA DA PENA Quadro resumo 3: COMINAÇÃO DAS PENAS Isoladamente É admissível a aplicação de apenas uma pe- na. Cumulativamente Aplicação de mais de uma pe- na (prisão e multa) Alternativamente Aplicação de uma pena ou ou- tra (prisão ou multa) 20 TEORIA DA PENA 3. Espécies de Pena Fonte: https://www.managedhealthcareexecutive.com/ s espécies de penas são deli- mitadas pelo artigo 32, do Código Penal. Nesse sentido, as pe- nas podem ser: Privativas de liberdade; Restritivas de direitos; Multa. São penas privativas de liberdade a reclusão e a detenção. Observação: a pena privativa de liberdade também é prevista na lei de contravenções penais (prisão simples). De outro modo, são penas restritivas de direito: Prestação pecuniária; Perda de bens e valores; Limitação de fim de semana; Prestação de serviço à comu- nidade ou a entidades públi-cas; Interdição temporária de direitos; Limitação de fim de semana. As penas de multas, por sua vez, estão associadas a sanções penais pecuniárias, isto é, perda de bens em desfavor do fundo penitenciário nacional (artigo45, § A 21 TEORIA DA PENA 3º, do Código Penal). Dispõe o artigo 49, do Código Penal: Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa16. O cálculo da multa é feito através do sistema “dias-multa” e variará de 10 a 360 dias multa, sedo certo que cada dia multa equivale a 1/30 do salário mínimo vigente. Essa multa pode ser triplicada de acordo com a situação econômica do réu. Penas privativas de liber- dade As penas privativas de liber- dade dividem-se em reclusão e detenção. São sanções que limitam o direito de ir e vir do condenado. É importante diferencia-las, portanto, memorize o quadro abaixo: RECLUSÃO DETENÇÃO Regime inicial de cumprimento da pena: fechado, se- miaberto ou aberto Regime inicial de cumprimento da pena: semiaberto ou aberto. 16 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília,DF, 1940. Medida de segu- rança: internação Medida de segu- rança: tratamento ambulatorial Além disso, de acordo com o artigo 69, do Código Penal a reclu- são deve ser cumprida em primeiro lugar. Assim, no caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela17. Note que as penas privativas de liberdade são cumpridas mediante os seguintes regimes: fechado, aberto, semiaberto. Fechado: execução da pena em estabelecimento de segurança máxi- ma ou média (artigo, 33, §1º, “a”, CP). Aberto: execução da pena em colô- nia agrícola, industrial ou estabele- cimento similar (artigo, 33, §1º, “b”, CP). Semiaberto: execução da pena em casa de albergado ou estabelecimen- to adequado (artigo, 33, §1º, “c”, CP). A reclusão é aplicada nos casos de crimes mais graves, como o homicídio e o roubo, por exemplo. Ao contrário, a detenção é prevista para crimes de menor gravidade 17 Idem 22 TEORIA DA PENA como o crime de ameaça ou constrangimento ilegal. Outra importante diferença entre detenção e reclusão é que esta pode ter como efeito secundário da condenação a incapacidade para exercício do poder familiar nas hipóteses de crimes praticados em desfavor do próprio filho. Ademais, toda pena privativa de liberdade será executada de forma progressiva, ou seja, evoluirá de um regimente de cumprindo mais rígido para um regime mais brando, de acordo com o mérito do condenado. Conforme artigo 33, § 2º, do Código penal, a pena privativa de liberdade será executada de acordo com os seguintes critérios: O condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto. O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 18 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Poder Executivo, DF,1984. Regime fechado Após o transito em julgado da sentença penal condenatória, o condenado ao regime fechado será conduzido ao estabelecimento de segurança máxima ou média (peni- tenciária). Conforme artigo 87, da lei de execuções penais, a penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado18. A execução da sentença só se iniciará após a expedição da guia de recolhimento para a execução devi- damente assinada pela autoridade competente. Referida guia conterá obrigatoriamente os seguintes da- dos: Nome do condenado; Qualificação civil do condenado e o seu número do registro geral no órgão oficial de identificação; Inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; Informação sobre os antece- dentes e o grau de instrução; Data da terminação da pena; Outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento peniten- ciário. 23 TEORIA DA PENA No início do cumprimento da sentença, o condenado deverá ser submetido ao exame criminológico, para que a execução da pena seja devidamente individualizada, con- forme artigo 8º, da lei de Execução Penal. O regime fechado não impede que o detento trabalhe, porque é um direito do preso (art. 41, II, lei de Execução Penal), desde que dentro do estabelecimento de segurança máxima ou média e que compatível com o cumprimento da pena. Para cada três dias de trabalho, o condenado tem diminuído um dia de pana (remissão). Ademais, o trabalho sempre será compatível com as aptidões e ocupações anteriores do condenado. Regime semiaberto No regime semiaberto, o con- denado também será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classifica- ção para individualização da execu- ção19 (artigo 8º, parágrafo único, da lei nº 7.210/84). Outrossim, haverá a expedição da guia de recolhimento para o cumprimento da pena, que se dará 19 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília,DF, 1940. em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. Como já visto em tópico anterior, o trabalho é direito do preso. Sendo assim, no regime semiaberto também é permitido o labor durante o dia. Mas, diferentemente do regime fechado, no semiaberto o trabalho pode ser executado em ambiente externo. Além disso, é admitida frequência em cursos profissiona- lizantes, de segundo grau ou ensino superior, o que possibilita a re- missão da pena. A cada 12 horas de frequência escolar, dividida em no mínimo 3 dias, a pena é diminuída em 1 dia (art. 126, §1º, I, da lei nº 7.210/1984). Regime aberto O objetivo do regime aberto é encurtar a ressocialização do conde- nado. Nessa hipótese, o cumprimen- to da pena se dará em casa de albergado. São requisitos para concessão do regime aberto: Estar o condenado trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente; O Condenado deve apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo 24TEORIA DA PENA resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodis- ciplina e senso de responsabi- lidade, ao novo regime. Além disso, o apenado deve obrigatoriamente: Permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; Comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determi- nado. A base desse regime de cumprimento de pena é a autodisci- plina e o senso de responsabilidade do condenado (artigo 36, do Código Penal), que pode, sem vigilância, frequentar cursos profissionalizan- tes e exercer atividades laborativas compatíveis com o cumprimento da pena. O recolhimento do condenado ocorrerá apenas durante o período noturno e nos dias de folga. No regime aberto, também é necessário a expedição da guia de recolhimento do condenado. Nesse 20 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Poder Executivo, DF,1984. sentido, atende-se ao artigo 107, caput, da lei de Execução Penal: Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária20. Ao contrário do que o ocorre nos regimes fechado e semiaberto, no regime aberto, o exercício de atividades laborativas não resulta em remissão da pena, justamente porque uma das condições para que a pena seja cumprida em regime aberto é que o condenado comprove a possibilidade de trabalhar. Nesse sentido, é importante se atentar a observação proposta por Rogério Greco: Note-se que a Lei de Execução Penal fala em trabalho, e não em emprego. Portanto, mesmo que o condenado exerça uma atividade laboral sem registro, a exemplo de venda de produtos de forma autônoma, faxina em residências, lavagem de carros etc., poderá ser inserido no regime aberto21. Todavia, como se vê do artigo 117, da lei nº 7.210/1984, não será necessário comprovar a possibili- dade/capacidade de trabalhar (co- mo condição para cumprir a pena 21 GRECO Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral.vol I. 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. 25 TEORIA DA PENA em regime aberto) nas seguintes hipóteses: Se o condenado contar com mais e setenta anos; Se o condenado for acometido por doença grave; Se a condenada tiver filho menor, deficiente físico ou mental; Se condenada for gestante. Além disso, haverá a remissão da pena na hipótese de frequência em cursos profissionalizantes, de ensino regular ou superior (artigo 126, §6º, da lei de Execução Penal). Regime especial As mulheres cumprirão pena privativa de liberdade em estabeleci- mento prisional diferenciado, sepa- radas dos homens. É o que denominamos de regime especial. Rogério Greco destaca que a medida de separar os homens das mulheres tem eficácia para evitar a promiscuidade e combater possível esquema de prostituição22. Conforme artigo 5º, XLVIII, da Constituição Federal: 22 GRECO Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral.vol I. 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. 23 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. A pena será cumprida em es- tabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do de- lito, a idade e o sexo do apena- do23. Assim, o sistema carcerário feminino possui algumas partícula- ridades. Vejamos: Só há agentes do sexo feminino; Haverá berçário, onde as conde- nadas cuidarão de seus filhos (ex: amamentação); Haverá seção para gestante e parturiente, além de creche para abrigar crianças maiores de seis meses e menores de sete anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja respon- sável estiver presa24. Penas restritivas de direi- tos As penas restritivas de direitos são aquelas alternativas à prisão. São destinadas a crimes menos graves e tem como objetivo evitar o encarceramento (medida última) do transgressor. Abrangem interdição de direitos, prestação pecuniária, perda de bens, prestação 24 BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Poder Executivo, DF,1984. 26 TEORIA DA PENA de serviços à comunidade e até mesmo limitação de fim de semana. As penas restritivas de direitos se dividem em genéricas e especi- ficas. Genéricas: são penas restritivas de direitos que podem ser empregadas a todos os tipos de infração penal, desde que se trate de crime cometido sem violência ou grave ameaça e que a pena cominada seja inferior a quatro anos. Específicas: aplicada somente a infrações com características espe- ciais (exemplo: crime cometido por agente público em razão do exercício do cargo ou função). De outro modo, são três as características principais dessa modalidade de pena: autonomia, su- bstitutividade, precariedade. Autonomia As penas restritivas de direito são autônomas, ou seja, não são acessórias das penas privativas de liberdade, como se vê o artigo 44, do Código Penal, cuja redação do caput dispõe: as penas restritivas de di- 25 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. reitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade25. Substitutividade Como visto no tópico anterior, o caput do artigo 44, do Código Penal já revela a característica de substitutividade dessa espécie de pena (substituem as restritivas de direito), são aplicáveis, independen- temente de cominação na parte especial do Código Penal26. Precariedade As penas restritivas de direito são “precárias” porque podem, a qualquer tempo, serem substituídas por privativas de liberdade, caso o condenado cometa alguma falta grava durante o cumprimento da pena. Requisitos para aplicação A aplicação da pena restritiva de direitos precede de alguns requisitos, consoante com o dispos- to no artigo 44, do Código Penal. Estes dividem-se em objetivos e subjetivos. 26 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. 27 TEORIA DA PENA Requisitos objetivos: concer- nem a modalidade de crime (culpo- sos e dolosos) e ao montante da pena (até 4 anos). Requisitos subjetivos: concer- nem a culpabilidade, antecedentes, conduta social e a personalidade do agente, e, ainda, os motivos e as circunstâncias que ocasionaram a infração. Nesse sentido, serão empre- gadas as penas restritas de direito: Nos casos de crime culposo, independente da pena a ser aplicada; Nos casos de crime doloso, se a pena cominada for igual ou inferior a 4 anos; Nos casos de crimes dolosos sem violência ou grave ameaça; Nos casos em que o réu não for reincidente em crime doloso, observada a exceção do artigo 44, §3º, do Código Penal; Nos casos em que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado demostrarem que a pena restri- tiva de liberdade é medida su- ficiente. Regras para a substituição A possibilidade de substitui- ção da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos é determi- nada, pelo magistrado, na sentença condenatória. Passado o transito em julgado, o juiz da execução aplicará a sanção conforme cominado, mas poderá alterar a forma de cumpri- mento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limi- tação de fim de semana (artigo 148, da lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984). Ademais, a substituição deve observar duas regras primordiais, elencadas no artigo 44, § 2º,do Código Penal, são elas: Pena igual ou inferior a 1 ano: cabe substituição por multa ou por uma pena restritiva de direitos. Pena fixada superior a 1 ano: cabe substituição por duas penas restritivas de direitos, ou por uma pena restritiva e outra de multa. Prestação pecuniária A prestação pecuniária é uma pena restritiva de direitos que consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidades (públicas e privadas) com destinação social, nesta ordem de preferência. A quantia é fixada pelo juiz, segundo os seguintes parâmetros: Não inferior a 1 salário mínimo; Não superior a 360 salários mínimos. 28 TEORIA DA PENA O valor pago será deduzido do montante de eventual conde- nação em ação de reparação civil, se coincidentes os benefi- ciários27. Observação: prestação pecuniária e multa não se confundem. Pri- meiramente porque a multa não se enquadra no rol de penas restritivas de direito e, de outro modo, a destinação delas são diferentes. Vejam com clareza no quadro abaixo. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA MULTA Valores destina- dos a vítima ou a seus descenden- tes Valores desti- nados ao Fundo Penitenciário nacional O valor é des- contado de futu- ra indenização Não há descon- to no valor de futura indeni- zação Descumprimen- to gera recon- venção em pena de prisão Descumpri- mento gera execução da multa Perda de bens ou valores Bens e valores referem-se ao patrimônio da pessoa (títulos e ações), no caso da condenação à perda de bens, estes serão tomados 27 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. do condenado e destinados ao Fundo Penitenciário Nacional. Os bens perdidos serão indica- dos em sentença e o juiz considerará o montante do prejuízo causado ou o provento econômico obtido pelo infrator. Nesse sentido, quando a sentença transita em julgado, os bens já são considerados perdidos, não cabendo eventual discussão sobre eles na herança. De outro modo, caso os bens perdidos não sejam fixados na sentença condenatória, o juiz da execução poderá determina-los, mas nessa hipótese, é cabível a discussão sobre inclusão desses bens em herança. Assim, Pedro Lenza destaca que: Com efeito, o art. 5º, XLV, da Constituição Federal diz que a pena não passará da pessoa do condenado, podendo a obriga- ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido28. Prestação de serviços à comunidade A prestação de serviços à comunidade consiste em determi- 28 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. 29 TEORIA DA PENA nar, por meio de sentença condena- tória, que o apenado sirva à socieda- de através da realização de trabalhos gratuitos, conforme disposição do artigo 30, da Lei de Execução Penal. Essa sanção só poderá ser aplicada alternativamente à restri- ção da liberdade for superior a 6 meses. Referidos serviços serão realizados em entidades assisten- ciais, hospitais, escolas, orfanatos, dentre outros que estejam engloba- dos em programas comunitários ou estatais (artigo 46, §2º, do Código Penal)29. Lado outro, a atividade deter- minada não pode fugir as aptidões laborais do condenado. Assim, o descumprimento da prestação de serviços à comunidade tem como consequência a reversão da pena em restritiva de liberdade. Interdição temporária de direitos Como a própria denominação já sugere, a interdição de direitos está associada a limitação tempo- rária do condenado de exercer alguns de seus direitos, podem ser específicas ou genéricas. 29 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. Específicas: são cabíveis exclusi- vamente na hipótese de crimes próprios (aqueles que exigem agente especifico). São elas: Proibição do exercício de car-go, função pública ou mandato eletivo (art. 47, I, do CP); Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veí-culo (art. 47, III, do CP); Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exames públicos (art. 47, V, do CP). Genéricas: são aplicadas a qual- quer transgressão penal. Como leciona Pedro Lenza, o juiz pode substituir a pena privativa de liber- dade pela proibição de frequentar determinados lugares (art. 47, IV, do CP), tais como bares e boates30. Limitação de fim de semana Conforme disposição do artigo 48, do Código penal, limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas 30 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. 30 TEORIA DA PENA diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado31. Durante este período de recolhimento, o condenado poderá ser submetido a cursos, palestras e atividades educativas. Na hipótese de crimes envolvendo violência doméstica, vg, o juiz determinará, quando cabível e necessário, que o apenado compareça a programas de recuperação e reeducação. O desrespeito à sanção penal de limitação do fim de semana tem como consequência a determinação do cumprimento da pena inicial- mente imposta na sentença (artigo 181, § 2º, da lei de execução penal). Pena de multa Multa consiste na sanção pe- nal pecuniária que é revestida ao Fundo Penitenciário Nacional (regulado pela lei complementar nº 79, de 07 de janeiro de 1994). A quantia é fixada em senten- ça, e deve ser calculada em dias- multa, cujo valor mínimo é de 10 e o valor máximo é de 360 salários mínimos. Embora o Código Penal men- cione que o valor obtido com a pena de multa deva ser revertido para o Fundo Penitenciário Nacio-nal, não 31 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. há empecilho para que os estados legislem a respeito da destinação da multa e crie o próprio fundo, como é o caso do Fundo Penitenciário do Estado de São Paulo (FUNPESP – regido pela lei estadual nº 9.171, de 31 de maio de 1995) A multa pode ser originária ou substitutiva. Originária é aquela prevista no tipo penal incriminador, pode ser aplicada isolada, cumulati- va ou alternativamente com a pena privativa de liberdade. Isolada: Como exemplo, observe o pre- ceito secundário do artigo 22, da lei de contravenções penais: Art. 22. Receber em estabele- cimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada co- mo doente mental: Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis32. Note que a única pena comina- da é a de multa, portanto, trata-se de multa originária de aplicabilidade isolada. 32 BRASIL. Decreto-lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 - Lei das Contravenções Penais. Poder Executivo. Brasília, DF,1941. 31 TEORIA DA PENA Cumulativa Como exemplo, analise o preceito secundário do artigo 131, do Código Penal: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa33. Observe que há a cominação cumulativa de duas penas: reclusão e multa. Alternativa Como exemplo prático, verifi- que o preceito secundário do artigo 137, do Código Penal. Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os conten- dores:Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa34. Perceba que as penas podem ser aplicadas alternativamente: de- tenção ou multa. Por outro lado, a pena de multa será substitutiva quando 33 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. 34 Idem aplicada em substituição à pena, pena privativa de liberdade. Requisitos: Pena não superior a 1 ano; Que o condenado não seja reincidente em crime doloso; A aplicação da pena deve ser medida suficiente. O descumprimento da pena de multa não enseja possibilidade de conversão em detenção. Quando a sentença transita em julgado, a multa fixada será considerada dívida de valor. Portanto, aplica-se a norma da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública inclusive no que concerne às causas interru- ptivas e suspensivas da prescrição (artigo 51, CP)35. Nessa toada, Pedro Lenza explica que: A multa, que era de origem penal, passou, portanto, a ter caráter de dívida tributária. Desse modo, se o acusado, notificado pelo juízo da con- denação, não pagar esponta- neamente a multa, este deverá encaminhar cópias ao órgão competente para que seja extraída certidão da dívida 35 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. 32 TEORIA DA PENA ativa36. Portanto, em caso de inadim- plência, o condenado será citado para, em 5 dias pagar, pagar a multa (acrescida de juros) ou nomear bens à penhora. Assim, se não pagar nem garantir a execução, seus bens serão penhorados para leilão, e o valor obtido será revertido ao pagamento da pena de multa. Cumpre ressaltar, por fim, que conforme rol taxativo do artigo 42, do Código Penal, a pena de multa não admite a detração, ou seja, o tempo precedente de prisão não é levado em consideração para diminuição da pena/multa. 36 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. 33 34 TEORIA DA PENA 4. Aplicação da pena Fonte: https://www.direitoprofissional.com Introdução aplicação da pena será feita em consonância com o disposto nos artigos 59 a 76, do Código Penal, que observam a devida individuali- zação. Note que as sanções penais cominadas na parte especial do código penal estão dispostas em graus mínimo e máximo. A pena para o infanticídio, por exemplo, é de 2 a 6 a anos de detenção, já a pena para lesão corporal variará de três meses a um ano de detenção. Diante desta variação, é necessário adotar critérios para fixação da pena no caso concreto. Assim sendo, o juízo deve observar em primeiro plano: as penas aplicáveis dentre as comina- das; a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade e a pos- sibilidade de substituição da pena privativa da liberdade por outra A 35 TEORIA DA PENA espécie de pena (artigo 59, do Códi- go Penal)37. O Brasil adota o critério trifá- sico para fixação da pena, da seguinte forma: Primeira fase: o juízo levará em conta todas as circunstâncias elen- cadas no supramencionado artigo 59. Segunda fase: serão considerados os agravantes e atenuantes da pena. Terceira fase: consiste em analisar as hipóteses de aumento e dimi- nuição da pena. É o que analisaremos de forma mais detalhada a seguir. Primeira fase de fixação da pena Na primeira fase, há a fixação da pena base, de acordo com as circunstancias elencadas no artigo 59, do Código penal. Portanto, o juízo analisará a seguinte conjun- tura: Culpabilidade: reprovação da conduta (quanto maior a reprovação, maior será a pena 37 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. 38 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal aplicada, de acordo com as circunstâncias do caso concreto) Antecedentes: neste quesito, será verificada a vida pregressa do agente. Exemplo: análise das folhas de antecedentes criminais. Conduta social: diz respeito à conduta do réu perante o corpo social. Caberá ao juiz interrogar o processado sobre seus meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, dados familiares, etc (artigo 187, do Código de processo Penal). Personalidade do acusado: personalidade é a índole do sujeito, seu perfil psicológico e moral38. Motivos do crime: são as razões pelas quais o investigado pratica o delito. Circunstâncias do crime: diz respeito aos instrumentos do crime, tempo de sua duração, forma de abordagem, comportamento do acusado em relação às vítimas, local da infração etc39 esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. 39 ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. 36 TEORIA DA PENA Consequências do crime: é o efeito produzido em razão da pratica do ato criminoso. Comportamento da vítima: nesse ponto, será analisado a atitude da vítima antes da pratica do crime. Conforme ensina Pedro Lenza: se o juiz verificar que o compor- amento da vítima de alguma maneira estimulou a prática do crime ou influenciou negativa- mente o agente, deve levar em conta tal circunstância para que a pena seja reduzida40 Analisada todas essas circuns- tâncias e atento a cominação dispos- ta no Código Penal, o juízo fixará a pena base. Mas há, ainda, outros filtro para que se possa chegar a pena final: a segunda e a terceira fase de fixação da pena. Vejamos: Segunda fase de fixação da pena Na segunda fase, serão analisadas as circunstâncias agra- vantes e atenuantes, depois de já estabelecida a pena base. Nesse momento, o que se avalia são as hipóteses legais. As circunstâncias agravantes estão expressamente previstas nos artigos 61 e62 do Código Penal, e as 40 Idem atenuantes, nos artigos 65 e 66 do mesmo diploma legal. São agravantes da pena a reincidência, bem como o cometimento do crime nas seguintes hipóteses: Motivo fútil ou torpe; Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impu- nidade ou vantagem de outro crime; Mediante traição, de emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificultou ou tornou impos- sível a defesa do ofendido; Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; Contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qual- quer calamidade pública, ou de 37 TEORIA DA PENA desgraça particular do ofendido; Em estado de embriaguez pre- ordenada41. Além disso, o artigo 62, do Código Penal estabelece as circun- stancias de agravamento da pena no caso de concurso de pessoas. Assim, determina que a pena será agravada se o agente: Promove, ou organiza a coope- ração no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; Coage ou induzoutrem à execução material do crime; Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa42. De outro modo, são circuns- tâncias que atenuam a pena (artigo 65, do Código Penal): Ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; O desconhecimento da lei; Cometimento do crime por 41 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. 42 Idem motivo de relevante valor social ou moral; Ter o agente cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autori- dade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Confissão espontânea, perante a autoridade, da autoria do crime; Crime cometido sob a influência de multidão em tumulto, se o autor não o provocou43. Se houver concurso entre cir- cunstâncias agravantes e atenuan- tes, será aplicada a mais preponderante, entendendo-se como tal aquela que resulta dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência44 (será determinada de acordo com o caso concreto). Terceira fase de fixação da pena A terceira e última fase de aplicação da pena pondera as causas de aumento e diminuição, previstas tanto na parte especial como na parte geral do Código Penal. Verifica-se uma causa de aumento quando há a soma ou a 43 Ibidem 44 Ibidem 38 TEORIA DA PENA multiplicação sob a pena estabe- lecida na fase anterior. Veja como exemplo o artigo 127, do Código Penal Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para pro- vocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qual- quer dessas causas, lhe sobre- vém a morte45. De outro modo, as causas de diminuição preconizam a redução sob a pena estabelecida na fase anterior. A exemplo temos o homicídio privilegiado, cujo artigo 121, §1º, do Código Penal prevê a hipótese de diminuição da pena. Vejamos: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele- vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço46. Existindo concurso entre as causas de aumento e diminuição, o juiz se limitará a aplicação de um só aumento ou a uma só diminuição, sendo certo que a causa que mais 45 BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. aumente ou diminua prevalecerá (artigo 68, parágrafo único, do Código Penal). Nessa toada, temos três hipóteses de solução de conflitos: Primeira: Duas causas de aumento (uma da parte especial e outra da parte geral do Código Penal) = as duas serão empregadas. Primeiramente, considera-se o segundo índice, que recai sobre a pena do primeiro aumento. Segunda: Na hipótese de existirem duas ou mais causas de aumento, se ambas estiverem previstas na parte especial do código, só um aumento será aplicado, prevalecendo o maior. Terceira: Se forem reconhecidas uma causa de aumento e uma de diminuição, (uma da parte geral e outra da parte especial do Código Penal), ambas serão aplicadas. Em primeiro plano observa-se o disposto na parte especial e depois o disposto na parte geral do código. 46 Idem 39 TEORIA DA PENA Fixada a pena de acordo com os critérios supramencionados, passa-se a fase de execução, momento em que o condenado efetivamente dará início ao cumprimento da sanção imposta. 4 0 41 APOSTILA DE LIBRAS 5. Referências Bibliográficas Bíblia de estudos de Genebra. Gênesis, 3:1-24 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. BRASIL. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Poder Executivo. Brasília, DF, 1940. BRASIL. Decreto-lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 - Lei das Contravenções Penais. Poder Executivo. Brasília, DF,1941. BRASIL. Decreto-lei nº 3.914, de 9 de dezembro de 1941. Lei de introdução do Código Penal e Lei das Contravenções Penais. Poder Executivo. Brasília, DF,1941. BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Poder Executivo, DF,1984. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. vol 1. 22. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. ESTEFAM, André; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA; Pedro. Direito penal esquematizado: parte geral. Saraiva: São Paulo, 2012. GRECO Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral.vol I. 19. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017. JUNIOR Caupolican Padilha. Teoria da Pena. Disponível em: < http://profcaupolican.hospedagemdesites .ws/TEORIADAPENA.pdf>. Acesso em 22 de mai,2020. NUCCI Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral. 3º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. PRADO, Luiz Régis. Teoria dos Fins da Pena: Breves Reflexões. Disponível em: < http://regisprado.com.br/Artigos/Luiz% 20Regis%20Prado/Teoria%20dos%20fin s%20da%20pena.pdf>. Acesso em 22 de mai, 2020. http://regisprado.com.br/Artigos/Luiz%20Regis%20Prado/Teoria%20dos%20fins%20da%20pena.pdf http://regisprado.com.br/Artigos/Luiz%20Regis%20Prado/Teoria%20dos%20fins%20da%20pena.pdf http://regisprado.com.br/Artigos/Luiz%20Regis%20Prado/Teoria%20dos%20fins%20da%20pena.pdf 04 2
Compartilhar