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Para Quem o Novo Relatório da Auditoria Independente é Compreensíve

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Para Quem o Novo Relatório da Auditoria Independente é Compreensível? 
 
João Antônio Salvador de Souza 
Universidade Federal de Santa Catatina 
Luiz Alberton 
Universidade Federal de Santa Catatina 
José Alonso Borba 
Universidade Federal de Santa Catatina 
 
 
Resumo 
O atendimento das exigências linguísticas é fundamental para que a mensagem enviada seja 
adequada com as capacidades de leitura das partes interessadas. Nesse sentido, este estudo 
examinou o grau de complexidade do Novo Relatório da Auditoria Independente (NRA), 
avaliando: (i) se os exemplos para confecção do NRA apresentam maior atendimento às 
exigências linguísticas de inteligibilidade (clareza, precisão e objetividade do texto redigido) 
do que seus antecessores; e (ii) se as características da firma de auditoria alteram a 
inteligibilidade do NRA. Empregou-se o índice de Flesch (1948) adaptado para o português 
brasileiro para medir a inteligibilidade. Os resultados mostram que os padrões normativos não 
atendem os princípios linguísticos. A revisão promovida pela International Federation of 
Accountants em 2015, harmonizada pelo Conselho Federal de Contabilidade em 2016, 
manteve o relatório da auditoria independente incompreensível para inúmeros usuários, por 
exigir elevado nível educacional de seus leitores. Além disso, as firmas de auditoria big four 
apresentam relatórios classificados como muito difíceis de ler. Estes resultados são 
condizentes com a literatura internacional, e contribuem para os profissionais de mercado, 
investidores e analistas reivindicarem informações mais compreensíveis e úteis para tomada 
de decisões. 
Palavras-chave: Inteligibilidade; Princípios normativos; Exigências linguísticas; Novo 
relatório da auditoria independente; Índice Flesch. 
 
Método de Pesquisa: MET 3 – Arquivo / Banco de Dados 
 
Área do Conhecimento da Pesquisa: AT 1 – Auditoria e Perícia 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O auditor independente desempenha um papel importante ao validar as informações 
contidas nas demonstrações contábeis, corroborando para a tomada de decisões por parte dos 
stakaholders. Os auditores nacionais seguem atualmente conjunto de normas emitidas pela 
International Federation of Accountants (IFAC) harmonizadas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). 
A fase normativa dos trabalhos de auditoria, no Brasil, remota a 1972 com 
promulgação da resolução CFC nº 321 (CFC, 1972) que adotou como modelo padrão para 
relatório final do trabalho de auditoria o empregado pela American Institutute of Certified 
Public (AICPA) de 1948. Posteriormente a resolução CFC 700/91 (CFC, 1991) adequou o 
modelo padrão ao molde vigente estadunidense, SAS 58 de 1988. 
Na última década, a resolução CFC 820/97 (CFC, 1997) culminou na aprovação da 
Norma de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis - NBC T 11 - que vigorou na 
elaboração, do até então intitulado parecer do auditor independente, das demonstrações 
contábeis encerradas até 31 de dezembro de 2009. Durante o ano de 2009, devido mudanças 
advindas da harmonização das normas profissionais de auditoria, foram traduzidas e 
implementadas as Internacional Standards on Auditing (IAS) emitidas pela IFAC que 
substituíram a NBC T 11 pelas Normas Brasileiras de Contabilidade de Auditoria 
Independente (NBC TA) para auditorias em demonstrações contábeis iniciadas em 01 de 
janeiro de 2010 e datas posteriores. 
Em 2015 a IFAC revisou as IAS objetivando melhora no conteúdo das informações 
fornecidas pela auditoria aos usuários da informação contábil, aperfeiçoando a 
compreensibilidade do Novo Relatório da Auditoria Independente (NRA). Nesse intuito, 
seguindo o processo de normatização, a harmonização das normas de auditoria para validação 
da contabilidade, no que tange a segurança razoável, ante os padrões internacionais emitidos 
pela IFAC, modificou o cenário contábil brasileiro. Para o período findado em 31 de 
dezembro de 2016, e subsequentes, as auditorias independentes estão sujeitas a um 
reformulado conjunto de normas - NBC TA. 
O NRA proporciona maior autonomia de escrita por parte dos auditores, possibilitada 
pela inclusão do item “Principais assuntos de auditoria”, onde os profissionais exercem seu 
julgamento sobre as demonstrações contábeis. Apesar da forte normartização e padronização 
dos relatórios, sua compreensão pode ser afetada por diversos fatores. O grau de dificuldade 
de leitura e compreensão do texto, proveniente da escolha de palavras e forma de construção 
das frases, é definido como inteligibilidade (Klare, 1963; McLaughlin, 1969). Para Smith e 
Taffler (1992) a inteligibilidade é a dificuldade do texto e o sucesso na comunicação de 
mensagens contábeis. Fundamentalmente, a inteligibilidade depende de como a mensagem é 
enviada ao usuário. 
Relatórios compreensíveis atenuam possíveis problemas de diferenças de expectativa 
entre usuários da informação e auditores. Holt e Moizer (1990) e Innes, Brown, e Hatherly 
(1997), descobrem que existem interpretações dúbias dos relatórios por seus usuários. Barnett 
e Leoffler (1979) e Hay (1998), informam que uma ampla gama de usuários não compreende 
em sua plenitude os relatórios, devido sua complexidade de escrita. 
 
 
 
 
Em pesquisa pioneira, Li (2008) examinou a relação entre medidas de inteligibilidade 
do relatório financeiro anual, desempenho da empresa e persistência dos ganhos. 
Impulsionados por esta pesquisa, estudiosos buscam associar a inteligibilidade à qualidade da 
informação contábil
1
. Por outro lado, esta recente literatura é escassa quando da associação de 
inteligibilidade com relatório da auditoria independente (Zorio, Garcia-Benau, & Civera, 
2011; Fakhfakh, 2013; 2015; Hay, 1998). 
Zorio et al. (2011), estudam se as diretrizes do Claricy Project melhoraram a 
inteligibilidade das IAS. Os autores, aplicando medidas de inteligibilidade por meio dos 
índices de Flech Reading Ease, SMOG e Gunning-FOG provenientes das pesquisas em 
linguística, identificaram baixa inteligibilidade das IAS. Em sua pequisa, Fakhfakh (2015) 
examinou a inteligibilidade da padronização das normas de auditoria. Utilizando os índices de 
Flesch Reading Ease e Gunning-FOG para mensurar a inteligibilidade das IAS 700, 705 e 
706 e compará-las com sua tradução para língua francesa, o autor, evidenciou que a 
normatização dos relatórios é imperfeita por não atender aos padrões linguísticos de tamanho 
das palavras, estrutura adequada das frases e escolhas de palavras simples. 
As empresas de auditoria podem emitir relatórios incompreensíveis que deterioram seu 
conteúdo informacional. Por outro lado, empresas que emitem relatórios menos complexos 
podem criar valor a seus clientes. Hay (1998), examinando a inteligibilidade dos relatórios de 
auditoria na Nova Zelândia, identificou a existência de diferenças estatisticamente 
significantes entre os relatórios emitidos por firmas de auditoria distintas. 
 Diante do disposto, a inteligibilidade é uma das medidas para avaliar a compreensão 
do relatório da auditoria independente. A complexidade prejudica o usuário da informação a 
entender as demonstrações contábeis acarretando em dificuldades para tomada de decisão. 
Destarte, analisar se a harmonização do NRA cumpre com seus aspectos linguísticos, bem 
como compreender se as características da firma de auditoria alteram a inteligibilidade do 
mesmo, originou a seguinte questão norteadora da pesquisa: qual o grau de 
compressibilidade do novo relatório da auditoria independente (NRA) à luz das 
exigências linguísticas de inteligibilidade? Frente ao questionamento, esta pesquisa tem 
como objetivo identificar o grau de complexidade do NRA, pela perspectiva das exigências 
linguísticas de inteligibilidade. 
A operacionalização deste trabalho procedeu em duas etapas: (i) com base em testes 
estatísticos de diferença de média foram comparadas as ilustrações constantes na NBCTA 
700, 705 e 706, emitidas em 2009, com sua nova redação, emitidas em 2010, a fim de detectar 
melhora na inteligibilidade entre as versões; e (ii) foi elaborada uma amostra composta pelos 
novos relatórios da auditoria independente das empresas listadas na BM&FBovespa, que 
compõem os níveis diferenciados de governança corporativa (Novo mercado, Nível 2 e Nível 
1), sobre as demonstrações contábeis encerradas em 31 de dezembro de 2016, objetivando 
verificar homogeneidade da inteligibilidade do novo relatório entre as firmas de auditoria. 
O mercado acionário brasileiro é apropriado para realização deste estudo pela 
exigência de auditoria independente em empresas de capital aberto, atividades reguladas e 
determinada faixa de faturamento e/ou patrimônio. Ainda, a harmonização do NRA ao 
modelo do IFAC é um fator exógeno que possibilita análise entre cenários. 
Este artigo contribui para a literatura contábil em geral. A incipiente pesquisa 
internacional que relaciona o tema proposta e a inexistência de trabalhos em âmbito nacional 
 
 
 
 
torna a pesquisa original. Sua importância verifica-se por analisar as características da escrita 
dos relatórios da auditoria, não seu conteúdo, o que torna os resultados da pesquisa 
expansíveis e inter-relacionados com numerosas temáticas contábeis e diversas áreas do 
conhecimento, além de contribuir com a prática contábil, ao verificar e medir uma 
característica que torna o entendimento do trabalho final do auditor complexo. 
Nossas descobertas podem ser úteis para reguladores e normalizadores aplicarem 
políticas públicas para melhorar a qualidade do NRA. A identificação de uma leitura difícil 
pode servir para investidores reivindicarem informações mais claras, precisas, objetivas e 
imparciais. 
2 REVISÃO TEÓRICA E DESENVOLVIMENTO DAS HIPÓTESES 
2.1 Auditoria no Brasil: normatização, harmonização e compreensão do relatório do auditor 
independente 
A fase normativa da auditoria data de 1972 pela promulgação da resolução CFC nº 
321/72 (CFC, 1972) que estabelecia um modelo padrão a ser adotado pelos auditores 
independentes ao final de suas atividades, nos moldes do parecer padrão de auditoria 
empregado em 1948 pela AICPA. Posteriormente duas resoluções do CFC vieram modificar 
substancialmente as atividades de auditoria, as resoluções 700/91 e 820/97 (CFC, 1991; 
1997). Aquela resultou da adequação do modelo brasileiro ao estadunidense que adotavam, à 
época, a Statement on Auditing Board (SAS) 58/88. Esta aprovou a NBC T 11 que vigorou até 
as demonstrações contábeis encerradas em 2009. 
No ano de 2009, a IFAC promulgou as IAS com o propósito de clarificar e alterar 
pontos do título, destinatário, parágrafo introdutório, parágrafo intermediário e parágrafo de 
opinião em relação ao modelo vigente. Em consonância com os padrões internacional foi 
editada a resolução CFC nº 1.231/09 (CFC, 2009), dando início ao processo de harmonização 
da auditoria aos padrões internacionais, que substituiu a NBC T 11 pela tradução das 38 IAS 
com vigência a partir de 1º de janeiro de 2010. Assim, o modelo de relatório padrão, que 
substituiu o parecer padrão, passou a ser ilustrado pela NBC TA 700 (Formação da Opinião e 
Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis). Em 
suma, as modificações vieram clarificar o processo de auditoria e adequá-los no que tange a 
responsabilidade dos auditores (Dutra, 2011). 
Em 04 de julho de 2016 o CFC publicou as seis primeiras NBC TA, que fazem parte 
do arcabouço teórico do NRA, dando nova redação as NBC TA 260 (R1), 570, 700, 701, 705 
e 706, utilizadas para auditorias de demonstrações contábeis que se encerraram em 31 de 
dezembro de 2016 ou datas posteriores. Não obstante, o NRA advém da convergência das 
IAS revisadas pela IFAC no ano de 2015, e dentre outras modificações, trás em seu escopo o 
item “Principais assuntos de auditoria” que são (NBC TA 700, 2016) “assuntos que, segundo 
o julgamento do auditor, foram os mais significativos na auditoria das demonstrações 
contábeis do período corrente” (p. 3). Este novo item é o campo onde os auditores 
independentes possuem maior autonomia na escrita. 
Mesmo sendo um documento prioritariamente hermético, as alterações foram 
implementadas objetivando clarificar a forma de elaboração concernente à compreensão do 
relatório. Assim, o mesmo deve ser redigido de forma clara, concisa, objetiva e imparcial, 
como disciplina os princípios linguísticos. 
 
 
 
 
O trabalho do auditor independente é visto como necessário para validar as 
informações contidas nas demonstrações contábeis, auxiliando na tomada de decisões por 
parte dos stakaholders. Todavia, podem existir problemas de diferenças de expectativas 
gerados pela perspectiva entre o papel do auditor independente (alcance da auditoria) e os 
usuários da informação contábil (expectativa de alcance) (Porter, 1993). Esta diferença de 
expectativas é crescente (Albuquerque, 2009) sendo somente minimizadas (Dutra, 2011), por 
exemplo, com uma comunicação menos complexa entre os auditores independentes e os 
usuários da informação contábil. 
Nesta seara, a harmonização visou reduzir obstáculos entre a comunicação escrita dos 
relatórios com o entendimento por parte de seus usuários. Deste modo, o NRA visa minimizar 
assimetrias na forma de comunicação entre os elaboradores e os stakholders da informação 
contábil (Seow & Tam, 2002; Fakhfakh & Fakhfakh, 2010). Esta assimetria é reduzida pela 
inserção de características linguísticas da redação dos relatórios normatizados. 
Linguisticamente, para maior compreensão dos relatórios, seus princípios normativos devem 
estar consoantes com os preceitos de inteligibilidade. 
2.2 Inteligibilidade (readability) e sua relação com o relatório da auditoria independente 
2.2.1 Análise da inteligibilidade e relatório da auditoria independente 
O conceito de inteligibilidade é definido por diversos autores não sendo uma 
construção definida com exatidão. A inteligibilidade, proveniente do termo inglês readability, 
de modo geral, mede o grau de dificuldade de leitura e compreensão do texto. Segundo Dale e 
Chall (1948) a inteligibilidade reúne características dos elementos do material impresso que 
influencia o modo pelo qual um grupo de leitores o entende. Ademais, não se confunde 
inteligibilidade com legibilidade, esta diz respeito à tipografia e layout do texto. 
Para Klare (1963), a inteligibilidade está associada a facilidade de compreensão do 
texto devido o grau de dificuldade das palavras (dificuldade lexical) e das frases (dificuldade 
sintática). Esta definição ressalta o estilo de escrita separando-o dos conceitos de 
complexidade, coerência e ordem do conteúdo. Ampliando o conceito de Klare (1963), 
McLaughlin (1969) define inteligibilidade como o grau de compreensão da leitura por certa 
classe de leitores. 
Na literatura contábil, Smith e Taffler (1992) informam que a dificuldade do texto das 
demonstrações contábeis narrativas e o sucesso na comunicação da mensagem contábil é 
medida pela inteligibilidade. Li (2008) entende que a complexidade e o comprimento do texto 
definem seu grau de inteligibilidade. 
Segundo DuBay (2004), as pesquisas relacionadas a inteligibilidade surgiram no 
século XIX nas escolas primárias estadunidenses. Após, em 1917, foram implantados testes 
de leitura no exército americano. No século XX as pesquisas de inteligibilidade focaram na 
aplicação de métricas sintáticas e semânticas para concepção de fórmulas que contribuíram 
para medida de compreensão de textos. 
Para assegurar uma leitura mais acessível e compreensível a uma ampla gama de 
usuário o grau de inteligibilidade de determinados textos deve ser regulado (Curto, 2014). 
Teoricamente, a padronização da forma de escrita molda relatórios menos complexos que 
facilitam à leitura a seus diversos usuários. Segundo as revisões do IFAC, os relatórios devemcumprir com os padrões de clareza dos textos redigidos, ou seja, devem atender as exigências 
linguísticas. 
Os relatórios resumem os resultados da auditoria, sendo a forma de comunicação entre 
os auditores e stakeholders. No entanto, a eficácia dos relatórios é questionada devido sua 
complexidade (Fakhfakh, 2015). As principais críticas estão relacionadas à gradação 
(Tweedie, 1985), forma de exposição das ideias do texto, e formato da comunicabilidade das 
conclusões, que são consideradas de difícil entendimento (Carmichael & Winters, 1982; 
Gwilliam, 1987). Assim, os auditores devem reduzir às restrições informacionais que 
obstruem o desempenho dos relatórios (Fakhfakh, 2013), priorizando uma linguagem clara e 
objetiva. 
As pesquisas internacionais relatam que: (i) existem interpretações dúbias sobre os 
relatórios pelos usuários internos e externos das informações financeiras (Holt & Moizer, 
1990; Innes et al., 1997); (ii) os relatórios são incompreendidos por inúmeros stakeholders 
(Barnett & Leoffler, 1979; Hay, 1998); (iii) o comportamento dos usuários é impactado de 
forma ambígua pelos relatórios afetando suas decisões (Libby, 1979; Gul, 1987; 1990); e (iv) 
os preços de mercado podem ser impactados pelo conteúdo informacional dos relatórios de 
forma ambígua (Gwilliam, 1987; Bailey, 1982). Todavia poucas pesquisas analisam a 
inteligibilidade das normas de auditoria e suas traduções (Zorio et al., 2011; Fakhfakh, 2013; 
2015) 
Zorio et al. (2011) estudam de forma pioneira a inteligibilidade das normas 
internacionais de auditoria. O foco da pesquisa foi verificar a ocorrência de melhora da 
inteligibilidade das IASs tendo como base as diretrizes do Claricy Project desenvolvido pela 
International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB), tal como identificar as 
determinantes da inteligibilidade das IAS. Para alcançar os objetivos, a pesquisa lançou mão 
de métricas de mensuração de inteligibilidade (índice de Flesch Reading Ease, índice SMOG 
e índice Gunning-FOG), validadas por análises de correlação, testes de média e regressões 
econométricas. Em suma, o estudo evidenciou baixa inteligibilidade das IAS, todavia, as 
demais análises não identificaram as determinantes da inteligibilidade. 
Expandindo sua pesquisa realizada em 2013, Fakhfakh (2015) examinou a 
inteligibilidade da padronização das normas de auditoria. O autor analisou os parâmetros 
linguísticos de densidade lexical, índices de inteligibilidade (Flesch Reading Ease e Gunning-
FOG) e demais parâmetros linguísticos, por meio de testes de inferência estatística, 
objetivando verificar a heterogeneidade dos padrões internacionais fornecidos em língua 
inglesa (IAS 700, 705 e 706) com sua tradução para língua francesa. Os achados mostram 
que, para padrões linguísticos, a normatização dos relatórios de auditoria é imperfeita, devido, 
principalmente, a aspectos culturais da língua. 
Diante do disposto, para verificar se a normatização do parecer cumpre com suas 
características linguísticas lançou-se a seguinte hipótese: 
H1: O novo relatório da auditoria independente (NRA) apresenta maior inteligibilidade 
do que seu antecessor. 
2.2.2 Análise da inteligibilidade e características da firma de auditoria 
De Franco, Hope, Vyas, e Zhou (2015), em análise preliminar de sua pesquisa, 
examinaram os determinantes da inteligibilidade do relatório dos analistas. Os autores 
 
 
 
 
investigaram 354.463 relatórios de empresas estadunidenses no período de 2002 a 2009. 
Utilizando como medida de inteligibilidade os índices Gunning-FOG, Flesch Reading Ease e 
Flesch-Kincaid, como variáveis dependentes, evidenciaram que analistas mais experientes 
emitem mais previsões e com maior frequência as revisam. 
Smith e Smith (1971) analisaram as 50 maiores empresas conforme a Fortune’s list 
para o ano de 1969. Os autores verificaram que as notas explicativas das demonstrações 
contábeis tidas como inteligíveis estavam associadas às empresas de auditoria externa de 
modo geral. Adicionalmente não se pode concluir que existia uma relação entre a identidade 
dos auditores e o grau de facilidade de compreensão das notas explicativas. 
Estendendo a pesquisa anterior, Barnett e Leoffler (1979) evidenciaram uma diferença 
entre a inteligibilidade das notas explicativas e a identidade do auditor externo. Este achado 
dicotômico foi explicado pela falta de padronização dos relatórios de auditoria à época, tal 
como pelo aumento da média de palavras por frases, o que interferiu nos índices de 
inteligibilidade analisados. 
Hay (1998), examinando a inteligibilidade (índice Flesch Reading Ease) dos relatórios 
narrativos das demonstrações contábeis de 1989 e 1990 para as 50 empresas com maior 
capitalização de mercado para o ano de 1990 na Nova Zelândia, identificou a existência de 
diferenças significantemente estatísticas entre os relatórios emitidos por firmas de auditoria 
distintas. Esse achado estava relacionado o estrutura dessas empresas. 
Tendo em vista que a padronização do relatório apresenta uma estrutura 
hermeticamente normatizada, contribuindo para uniformidade da apresentação do mesmo 
pelas distintas firmas de auditoria, emergiu a seguinte hipótese: 
H2: Existe diferença entre o nível de inteligibilidade do novo relatório da auditoria 
independente (NRA) emitido por diferentes firmas de auditoria. 
Conforme estabelecido anteriormente, a inteligibilidade mede o nível de complexidade 
de uma informação narrativa. Fundamentalmente é responsável pelo sucesso na comunicação 
da mensagem as partes interessadas. Assim, é uma questão empírica analisar se a 
normatização via harmonização do relatório cumpre com suas características de 
compreensibilidade, tal como conhecer se as características da firma de auditoria estão 
relacionadas com a inteligibilidade. 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
3.1 Definição teórica e operacional da medida de inteligibilidade 
A inteligibilidade de um texto pode ser avaliada a partir da utilização de fórmulas, 
sendo a mais utilizada a proposta por Rudolf Flesch. O pesquisador, em 1943, publicou sua 
primeira fórmula de inteligibilidade objetivando prever a dificuldade de leitura para textos 
direcionados a adultos. Posteriormente, em 1948, Flesch simplificou sua fórmula, originando 
a seguinte equação algébrica: 
Flesch Reading Ease (FRE) = 206, 835 − (1,015 × ASL) − (84, 6 × ASW) (1) 
Os valores 206,835, 1,015 e 84,6 são fixos na fórmula. ASL representa o tamanho 
médio das sentenças, e é medido pelo número de palavras dividido pelo número de frases do 
texto analisado. ASW é definido como o número médio de sílabas por palavras, e é calculado 
pelo número de sílabas dividido pelo número de palavras do texto examinado. 
 
 
 
 
A saída da fórmula de Flesch é um índice, que, segundo o autor, tem seus resultados 
relevantes enquadrados na escala entre 0 a 100, sendo que índices mais altos indicam maior 
facilidade de leitura e vice-versa. 
A utilização da fórmula de Flesch foi desenvolvida para escrita em inglês, limitando 
sua aplicabilidade a textos escritos em tal idioma (Curto, 2014). Devido às diferenças 
linguísticas mencionadas, a fórmula de Flesch foi adaptada para o português por Martins, 
Claudete, Nunes, e Oliveira Junior (1996), sendo a primeira e única métrica de inteligibilidade 
adaptada para o idioma em voga (Scarton & Aluísio, 2010). A adaptação resultou na equação 
que corresponde à fórmula de Flesch (FRE) adicionando o número 42 a constante (206,835 + 
42 = 248,835), como segue: 
Flesch Reading Ease Port (FREP) = 248,835 – (1,015 x ASL) – (84,6 x ASW) (2) 
A interpretação é análoga aos valores dos índices da fórmula original. Para valores 
variando entre 100 a 75 considera-se que os textos apresentam leitura muito fácil; 75 a 50 
textos de fácil leitura; 50 a 25 textos de difícil leitura; e 25 a 0 textos muito difíceis de se ler. 
Ademais, esteslimites podem ser relacionados a séries educacionais, tal como segue: 
Tabela 1 Interpretação do índice FREP da fórmula de inteligibilidade 
Intervalo de Scores do índice Nível de dificuldade Séries educacionais 
100 – 75 Muito fácil 
Primário 
75 – 50 Fácil 
50 – 25 Difícil Secundário 
25 – 0 Muito difícil Ensino superior 
Nota: Índices inferiores a 0 (zero) são calculados e mantidos pelos seus valores, sendo interpretados como tendo 
leitura muito difícil. 
Fonte: elaborada pelos autores. 
3.2 Seleção da amostra e procedimentos estatísticos 
Para sustentar empiricamente as hipóteses adotaram-se testes estatísticos de diferença 
de média. Inicialmente para testar a primeira hipótese (H1: O novo relatório da auditoria 
independente (NRA) apresenta maior inteligibilidade do que seu antecessor) foram calculados 
o FREP para os exemplos constantes nas NBC TA 700, 705 e 706, emitidas no ano de 2009, e 
suas alterações promovidas no ano de 2016 que culminou no Novo Relatório de Auditoria 
(NRA) vigente a partir das demonstrações contábeis encerradas no ano de 2016 e posteriores. 
Para validar a segunda hipótese (H2: Existe diferença entre o nível de inteligibilidade 
do novo relatório da auditoria independente (NRA) emitido por diferentes firmas de auditoria) 
foram selecionados o NRA das empresas ativas com ações listadas na BM&FBovespa (B3), 
para cálculo do índice de inteligibilidade. 
Em primeiro momento foram selecionados 129, 20 e 28 NRA das empresas 
pertencentes a níveis diferenciados de governança corporativa Novo Mercado, Nível 2 e Nível 
1, respectivamente. Esta seleção justifica-se, uma vez que características do cliente podem 
afetar o nível de divulgação da opinião do auditor (Smith, 2016). Em seguida o item 
“Principais assuntos de auditoria” do NRA foi selecionado para cálculo do FREP, o que 
acarretou na eliminação de 28 NRA, por apresentarem falta de informação para cálculo do 
referido índice, culminando em uma amostra total de 149 relatórios. 
Em análise qualitativa verificou-se que o item “Principais assuntos de auditoria” é 
fonte da mudança na forma de escrita dos relatórios pelos auditores, sendo utilizado para 
 
 
 
 
descrever quais assuntos foram considerados relevantes e como a auditoria independente os 
analisou. Assim, para presente pesquisa, os itens herméticos da norma, tal como: base para 
opinião, ênfase, demais assuntos de auditoria, foram tratados como meras repetições da 
norma, não apresentando características distintas de escrita entre as empresas analisadas. 
Ressalta-se que o índice de inteligibilidade não mede o conteúdo da escrita, mas sim, 
sua forma (parte narrativa). Deste modo, o setor de atuação, tipo de negociação e 
complexidade das operações não invalidam a análise de inteligibilidade, dado que o índice 
mede a forma como determinado texto é redigido. Não obstante, a amostragem por nível 
diferenciado de governança corporativa fez-se necessária para mitigar o efeito do nível de 
divulgação. Ademais, no Apêndice A é apresentado um exemplo do tratamento analítico dado 
ao NRA, bem como o cálculo dos parâmetros para fórmula de inteligibilidade. 
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
Destaca-se que os valores negativos de inteligibilidade foram considerados na 
interpretação dos resultados. Esta decisão não prejudica a análise dos resultados, visto que 
valores inferiores a 0 (zero) representam escrita com leitura considerada muito difícil. Em 
análises não declaradas na pesquisa, foram refeitas as interpretações considerando valores 
negativos como sendo 0 (zero), todavia, não houveram alterações nas interpretações. 
4.1 Análise da inteligibilidade dos exemplos oriundos da NBC TA 700, 705 e 706 
Na Tabela 2 são apresentados os resultados para as características linguísticas do 
relatório exemplificados nas NBC TA 700, 705 e 706 do ano de 2009 e sua posterior revisão 
no ano de 2016. 
Tabela 2 Características linguísticas de inteligibilidade das normas de auditoria brasileira NBC TA 700 
Painel A - Ilustração dos exemplos de Relatórios de Auditoria oriundos da NBC TA 700 (2009) 
Exemplos Sentenças Palavras Sílabas ASL ASW FREP 
Ex. 1 15 390 1.012 26,000 2,595 2,919 
Ex. 2 15 366 949 24,400 2,593 4,710 
Ex. 3 15 406 1.102 27,067 2,714 -8,266 
Média 15,000 387,333 1.020,999 25,822 2,634 -0,212 
Desvio padrão 0,000 20,133 76,896 1,342 0,070 7,032 
Teste de normalidade 
Shapiro-Wilk Jarque-Bera 
Coeficiente Valor-p Coeficiente Valor-p 
0,851 0,244 0,496 0,780 
Painel B - Ilustração dos exemplos do Novo Relatório de Auditoria (NRA) oriundos da revisão da NBC TA 700 
(2016) 
Exemplos Sentenças Palavras Sílabas ASL ASW FREP 
Ex. 1 39 1.066 2.793 27,333 2,620 -0,567 
Ex. 2 41 1.157 3.072 28,220 2,655 -4,433 
Ex. 3 22 542 1.387 24,636 2,559 7,334 
Ex. 4 31 782 2.054 25,226 2,627 1,021 
Média 33,250 886,750 2.326,501 26,354 2,615 0,839 
Desvio padrão 8,655 279,875 759,455 1,699 0,040 4,899 
Teste de normalidade 
Shapiro-Wilk Jarque-Bera 
Coeficiente Valor-p Coeficiente Valor-p 
0,969 0,834 0,287 0,866 
Painel C - Teste diferença de média entre ilustrações 
 
 
 
 
Graus de 
liberdade 
Stat t t crítico Valor-p Hipótese testada 
3 -0,222 2,353 0,419 H0: 2009 < 2016 
Nota: * estatisticamente significante a 0,05. 
FREP = 248,835 – (1,015 x ASL) – (84,6 x ASW); ASL = tamanho médio das sentenças (número de palavras 
dividido pelo número de frases); ASW = número médio de sílabas por palavras (número de sílabas dividido 
pelo número de palavras). 
Ex.1, Ex. 2, Ex. 3. e Ex.4 são os exemplos constantes na NBC TA (2009) e sua nova redação (2016). 
Shapiro-Wilk e Jarque-Bera foram os testes de normalidade aplicados na pesquisa para validar a aplicação do 
teste t de student de diferença de médias. Todos os testes indicaram para aceitação da normalidade do índice 
FREP. 
Fonte: dados da pesquisa. 
Na Tabela 2, nos painéis A e B, são apresentadas as estatísticas descritivas individuais 
dos exemplos ilustrados na NBC TA 700 emitida no ano de 2009 (antigo relatório) e sua 
posterior revisão que originou o NRA no ano de 2016. O antigo relatório possuía três 
exemplos homogêneos (sentenças equivalentes) com baixa variabilidade na quantidade de 
palavras (desvio padrão = 20,1333). Estas características refletem no cálculo das variáveis 
ASL e ASW, que, por conseguinte, apresentam baixa dispersão (ASL = 1,342 e ASW = 
0,070). 
De acordo com os princípios de escrita, a utilização de palavras consideradas longas 
intensifica a complexidade de leitura. Frases ditas como adequadas devem apresentar no 
máximo 20 palavras (François, 1973), sendo que quanto mais curtas as frases maior seu 
coeficiente de retorno (Berthoud, 1992). As ilustrações do antigo relatório (Painel A), no 
geral, excedem as regras de linguística (ASL = 25,822), sendo o exemplo 1 o que maior se 
distancia dos princípios linguísticos (ASL = 26,000). 
A quantidade de sílabas interfere no tamanho das palavras (Giannotti, 2004). 
Considera-se adequado três sílabas por palavras (Fakhfakh, 2013). A medida ASW captura 
esta relação e, para o antigo relatório, verifica-se adequação com os princípios da escrita 
compreensível. 
Para o NRA (Painel B), verifica-se aumento no número de exemplos (quatro 
exemplos) e na duração média desses (Sentenças = 33,250 e Palavras = 886,750). Assim, 
existem indícios de que o novo relatório se tornou mais informativo (medido pelo número de 
informações contastes no exemplo) do que seu antecessor, porém, o mesmo não cumpre com 
os princípios claros de escrita, visto que o comprimento médio das frases é superior ao 
desejável (26,354 > 20). 
Comparando a média do índice Flesch (FREP = 0,839) com os scores da Tabela 1, 
podemos verificar que, os novos exemplos mantiveram elevado grau de incompreensão, 
demonstrando que a revisão do IFAC manteve os relatórios complexos e somente 
compreensíveis para pessoas com alto grau de escolaridade (nível superior). 
 Analisandode forma conjunta o Painel A e B, observa-se que o segundo exemplo do 
antigo relatório apresenta maior inteligibilidade (FREP = 4,710), sendo o terceiro exemplo o 
mais complexo (FREP = -8,266). No geral, os exemplos ilustrados no antigo relatório são 
considerados difíceis de ler (FREP = -0,212). 
A terceira ilustração do NRA é mais inteligível (FREP = 7,334). O menor índice de 
inteligibilidade corresponde ao segundo exemplo (FREP = -4,433). Não obstante, todos os 
 
 
 
 
relatórios são considerados muito difíceis de ler, visto que apresentam scores inferiores a 25, 
de acordo com a Tabela 1. 
Os resultados do Painel C mostram que os relatórios de auditoria padronizados não são 
totalmente compreensíveis. Com base no teste t de diferença de médias observa-se um valor-p 
do teste (0,419) superior ao nível de significância fixado (0,05), indicando não haver 
evidência estatisticamente significativa para confirmar melhora na inteligibilidade do relatório 
frente à harmonização realizada no ano de 2016 com base nas normas da IFAC. Estes 
resultados corroboram com os achados de Zorio et al. (2011) , baixa inteligibilidade das IAS, 
Fakhfakh (2013), falta de compreensão na totalidade dos relatórios padronizados e Fakhfakh 
(2015), padrões linguísticos não são atendidos em sua plenitude pelos exemplos oriundos das 
IAS. 
Tabela 3 Características linguísticas de inteligibilidade das normas de auditoria brasileira NBC TA 705 
Painel A - Ilustração dos exemplos de Relatórios de Auditoria oriundos da NBC TA 705 (2009) 
Exemplos Sentenças Palavras Sílabas ASL ASW FREP 
Ex.1 20 519 1.316 25,950 2,536 7,980 
Ex.2 21 519 1.380 24,714 2,659 -1,198 
Ex.3 19 548 1.373 28,842 2,505 7,597 
Ex.4 15 372 937 24,800 2,519 10,571 
Ex.5 18 419 1.030 23,278 2,458 17,241 
Média 18,600 475,400 1.207,201 25,517 2,535 8,438 
Desvio padrão 2,302 75,738 208,323 2,087 0,075 6,630 
Teste de normalidade 
Shapiro-Wilk Jarque-Bera 
Coeficiente Valor-p Coeficiente Valor-p 
0,957 0,789 0,115 0,944 
Painel B - Ilustração dos exemplos do Novo Relatório de Auditoria (NRA) oriundos da revisão da NBC TA 705 
(2016) 
Exemplos Sentenças Palavras Sílabas ASL ASW FREP 
Ex.1 26 559 1.358 21,500 2,429 21,490 
Ex.2 24 485 1.239 20,208 2,555 12,201 
Ex.3 25 607 1.494 24,280 2,461 15,966 
Ex.4 15 422 1.078 28,133 2,554 4,169 
Ex.5 18 454 1.097 25,222 2,416 18,816 
Média 21,600 505,400 1.253,200 23,869 2,483 14,528 
Desvio padrão 4,827 76,173 176,256 3,130 0,067 6,739 
Teste de normalidade 
Shapiro-Wilk Jarque-Bera 
Coeficiente Valor-p Coeficiente Valor-p 
0,946 0,709 0,494 0,781 
Painel C - Teste diferença de média entre ilustrações 
Graus de liberdade Stat t t crítico Valor-p Hipótese testada 
8 -1,441 1,860 0,094 H0: 2009 < 2016 
Nota: * estatisticamente significantes a 5%. 
FREP = 248.835 – (1,015 x ASL) – (84,6 x ASW); ASL = tamanho médio das sentenças (número de palavras 
dividido pelo número de frases); ASW = número médio de sílabas por palavras (número de sílabas dividido 
pelo número de palavras). 
Ex.1, Ex. 2, Ex. 3, Ex.4 e Ex. 5 são os exemplos constantes na NBC TA (2009) e sua nova redação (2016). 
Shapiro-Wilk e Jarque-Bera foram os testes de normalidade aplicados na pesquisa para validar a aplicação do 
teste t de student de diferença de médias. Todos os testes indicaram para aceitação da normalidade do índice 
FREP. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
 
 
 
Em relação à padronização da NBC TA 705, os dados da Tabela 3, Painel A e B, 
mostram que, no geral, os exemplos do relatório apresentam comprimento médio das 
sentenças superior ao desejado pelas regras linguísticas (ASL = 25,517 e 23,869, antigo e 
novo relatório, respectivamente). O não atendimento a este princípio de escrita demonstra que 
os relatórios são complexos para uma gama de usuários. 
Corroboram com essa afirmação a análise do índice de inteligibilidade que apresentou 
scores abaixo de 25 (FREP = 8,438 e 14,528, antigo e novo relatório, respectivamente), 
indicando uma leitura muito difícil das ilustrações. Ressalta-se que o primeiro exemplo do 
NRA (Painel B) apresentou índice de inteligibilidade superior a 20 (FREP = 21,490), 
indicando ligeira melhora na compreensibilidade do texto, todavia, ainda abaixo de níveis 
aceitáveis de compreensão. 
Com base no Painel C, para o nível de significância fixado de 5%, não há evidencias 
de que o novo relatório é mais inteligível do que seu antecessor (valor-p = 0,094. Ademais, os 
valores do índice de inteligibilidade do NRA são inferiores aos níveis adequados de leitura, 
sendo indicados para pessoas com nível superior de escolaridade. 
Tabela 4 Características linguísticas de inteligibilidade das normas de auditoria brasileira NBC TA 706 
Painel A - Ilustração do exemplo de relatório de auditoria oriundo da NBC TA 706 (2009) 
Exemplos Sentenças Palavras Sílabas ASL ASW FREP 
Ex.1 23 591 1.496 25,696 2,531 8,606 
Painel B - Ilustração dos exemplos do Novo Relatório de Auditoria (NRA) oriundos da revisão da NBC TA 706 
(2016) 
Exemplos Sentenças Palavras Sílabas ASL ASW FREP 
Ex.1 25 443 1.086 17,720 2,451 23,455 
Ex.2 21 461 1.124 21,952 2,438 20,283 
Média 23 452 1.105,002 19,836 2,445 21,869 
Desvio-padrão 2,828 12,728 26,872 2,993 0,009 2,243 
Painel C - Teste diferença de média entre ilustrações 
t crítico Valor-p Hipótese testada 
8,363 0,076 H0: 2009 = 2016 
Nota: * estatisticamente significante a 5%. 
FREP = 248,835 – (1,015 x ASL) – (84,6 x ASW); ASL = tamanho médio das sentenças (número de palavras 
dividido pelo número de frases); ASW = número médio de sílabas por palavras (número de sílabas dividido 
pelo número de palavras). 
Ex.1 e Ex. 2 são os exemplos constantes na NBC TA (2009) e sua nova redação (2016). 
Foi utilizado teste de igualdade de médias fixando como valor desejável 25 (oriundo da Tabela 1) como índice 
mínimo para identificar se o FREP do NRA é pelo menos igual a 25. Caso o valor fosse estatisticamente 
significativo seriam refeitas as estimativas com os demais scores da Tabela 1. Este procedimento foi adotado 
devido à impossibilidade de verificação direta entre o antigo e o NRA, dado a quantidade de exemplos contidos 
na NBC TA 706 de 2009. 
Fonte: dados da pesquisa. 
Por fim, na Tabela 4 são analisados os exemplos oriundos da NBC TA 706. Para o 
antigo relatório (Painel A) constata-se que as regras linguísticas não são atendidas no tocante 
ao comprimento médio das frases (ASL = 25,696 > 20), tal como apresenta restrição de 
compreensão com base no índice de inteligibilidade (FREP = 8,606). Deste modo, entende-se 
que o exemplo do antigo relatório não atende aos princípios de escrita, apresentando 
complexidade de leitura e consequente restrição a determinado grupo de leitores. 
 
 
 
 
Para o NRA (Painel B) o primeiro exemplo adéqua-se aos princípios de escrita, 
apresentando comprimento da frase inferior a 20 (ASL = 17,720). O aumento da quantidade 
de palavras (461) e a redução no número de frases (Sentenças = 21) acarretaram em aumento 
do ASL para o segundo exemplo (ASL = 21,952). No geral, NRA apresenta, na média, 
exemplos dentro das características aceitáveis de boa escrita (ASL = 19,836). 
Para a medida de inteligibilidade observa-se uma melhora quando comparado o NRA 
(FREP = 21,869) com o antigo relatório (FREP = 8,606). Todavia, mesmo com a melhora nos 
níveis de inteligibilidade o NRA se enquadra como sendo muito difícil de ler. 
Com base nos resultados até aqui descritos não foi possível aceitar que o NRA 
apresenta maior inteligibilidade do que seu antecessor (H1). 
De modo geral os resultados das Tabelas 2, 3 e 4 demonstram que o comprimento 
médio das sentenças não atende aos princípios de escrita. Ao longo da padronização dos 
relatórios (NBC TA 700, 705 e 706), a estrutura para ilustrar a redação dos relatórios de 
auditoria não é alterada pelo normatizador, visto a falta de significância estatística, ao nível 
fixado de 5%, entre as médias doíndice de inteligibilidade. Deste modo, os relatórios 
ilustrados pelos padrões são considerados muito difíceis de ler, sendo indicados para usuários 
da informação que possuam nível superior de ensino. Os achados da pesquisa corroboram 
com estudos internacionais (Zorio et al., 2011; Fakhfakh, 2013; 2015). 
4.2 Análise da inteligibilidade do NRA por firma de auditoria 
É necessário que a concepção da formulação de opiniões do auditor independente, 
além de obedecer às regras linguísticas, seja adequada com as capacidades de leitura das 
partes interessadas. Os relatórios devem servir de apoio para leitura das demonstrações 
contábeis, sendo sua compreensão característica crucial para este objetivo. Para analisar esta 
relação são apresentadas na Tabela 5 as estatísticas para testar as características linguísticas da 
opinião do auditor independente por firma de auditoria. 
Tabela 5 Teste para características linguísticas da opinião do auditor independente das big four 
Variável analisada (FREP) PwC Deloitte EY KPMG 
Média 7,209 -9,329 -0,016 -6,537 
Desvio padrão 5,441 10,810 6,734 6,075 
Mínimo -4,490 -31,499 -12,365 -23,181 
Máximo 20,538 6,687 12,390 6,305 
Contagem 37 31 31 50 
Shapiro-Wilk [0,984] (0,849) [0,951] (0,169) [0,967] (0,430) [0,979] (0,556) 
Jarque-Bera [0,066] (0,968) [1,811] (0,404) [0,896] (0,639) [0,151] (0,927) 
 
Teste de Homogeneidade ANOVA (F) 
Comparação múltipla de 
Scheffe 
 
 Levene Statistic Valor-p Estatística F Valor-p Diferença entre Deloitte e 
KPMG valor-p = 0,581 
 
 8,096 0,000* 38,815 0,000* 
Nota: * estatisticamente significante a 5%. 
FREP = 248,835 – (1,015 x ASL) – (84,6 x ASW); ASL = tamanho médio das sentenças (número de palavras 
dividido pelo número de frases); ASW = número médio de sílabas por palavras (número de sílabas dividido pelo 
número de palavras). 
PwC (PricewaterhouseCoopers), Deloitte (Deloitte Touche Tohmatsu), EY (Ernst & Young) e KPMG (KPMG 
Auditores Independentes) são firmas de auditoria que compõem as big four. 
Shapiro-Wilk e Jarque-Bera foram os testes de normalidade aplicados na pesquisa para validar a aplicação da 
ANOVA (F). Para os testes, em colchetes temos o valor do coeficiente e em parênteses são apresentadas as 
https://pt.wikipedia.org/wiki/PricewaterhouseCoopers
 
 
 
 
Com base na Tabela 5, observamos que somente a PwC apresenta média para o índice 
de inteligibilidade, calculado sobre o item “Principais assuntos de auditoria”, do NRA 
positiva (média = 7,209), sendo a Deloitte a firma de auditoria com menor média de 
inteligibilidade (média = -9,329). 
A PwC é a empresa de auditoria que apresenta o maior valor positivo para o FREP 
(máximo = 20,538) seguida da EY (máximo = 12,390). Os menores valores para medida de 
inteligibilidade pertence a Deloitte (mínimo = -31,499) e KPMG (-23,181). Assim, observa-se 
heterogeneidade entre a forma de escrita adotada pelas big four, que, em sua totalidade, não 
cumprem com os princípios linguísticos por apresentarem relatórios considerados muito 
difíceis de ler, sendo direcionados a determinada parcela de leitores. 
Os testes de normalidade (Shapiro-Wilk e Jarque-Bera) e homogeneidade (Levene) 
validaram a aplicação da ANOVA (F), para testar a diferença de médias dos índices de 
inteligibilidades por empresa de auditoria. O teste F indicou existir diferenças entre as médias 
analisadas (valor-p = 0,000). Aplicando o teste de comparação múltipla de Scheffe constatou-
se que somente os índices de inteligibilidade da Deloitte e KPMG não são significativamente 
diferentes, sendo as demais interações diferentes entre si no nível de significância de 5%. 
Com base na análise geral da Tabela 5 é possível afirmar que a característica da 
empresa de auditoria influencia no índice de inteligibilidade, sendo que, as big four 
apresentam de forma complexa o item “Principais assuntos de auditoria”. Assim, a estrutura 
de auditoria é uma forma de diferenciação de mercado. Este achado corrobora com a pesquisa 
de Hay (1998), que evidenciou diferenças no grau de inteligibilidade entre relatórios emitidos 
por firmas de auditoria distintas. Assim, foi possível aceitar que existe diferença entre o nível 
de inteligibilidade dos relatórios emitidos por diferentes firmas de auditoria independente 
(H2). 
Em suma, e levando em consideração os resultados presentes na seção 4, os padrões 
normativos não atendem os princípios linguísticos. A revisão promovida pelo IFAC em 2015, 
com posterior harmonização pelo CFC em 2016, não cumpre com os padrões de clareza dos 
textos redigidos. As empresas de auditoria consideradas big four apresentam heterogeneidade 
nos índices de inteligibilidade medidos, sendo seus relatórios de difícil compreensão. Os 
resultados sugerem que as características linguísticas do país interferem na a harmonização 
completa das normas. Assim, os órgãos reguladores e normalizadores devem priorizar uma 
padronização adequada e adaptada para o país. 
5 CONCLUSÃO 
O objetivo neste estudo foi identificar o grau de complexidade do novo relatório de 
auditoria independente (NRA), pela perspectiva das exigências linguísticas de inteligibilidade. 
Para tanto, inicialmente, foram comparados os níveis de inteligibilidade dos exemplos 
oriundos da NBC TA 700, 705 e 706 emitida no ano de 2009 com os exemplos promovidos 
pela revisão a estas normas no ano de 2016. Em seguida buscou-se verificar se a característica 
estatísticas do valor-p. Todos os testes indicaram para aceitação da normalidade do índice FREP. 
O teste de homogeneidade para comparação de variâncias aplicado foi o de Levene (1960). 
O teste de Scheffe (1959) foi utilizado para verificar diferenças estatisticamente significativas entre as médias 
testadas. Não obstante, optou-se por declarar na estatística deste teste o valor-p superior ao nível de significância 
estatística aplicado na pesquisa, sendo que as demais interações foram estatisticamente significantes a 5%. 
Fonte: dados da pesquisa. 
 
 
 
 
da empresa de auditoria é relevante na inteligibilidade do NRA. Assim, foram comparados os 
níveis de compreensibilidade do NRA entre as firmas de auditoria big four. 
A revisão da literatura legitimou a proposição de uma abordagem baseada na análise 
do índice de inteligibilidade de Flesch, como medida de compreensão de uma narrativa. 
Através de tal proposição, e adotando a fórmula de Flesch adaptada para o português 
brasileiro, os resultados indicaram que as ilustrações para confecção dos relatórios da 
auditoria independente são consideradas muito difíceis de ler e, indicadas para leitores com 
maior grau de ensino (ensino superior). Os achados também indicaram que, no geral, as 
firmas de auditoria consideradas big four, quando comparadas, apresentam relatórios com 
diferente grau de inteligibilidade, porém com igual nível de dificuldade de compreensão. 
Nossos achados são condizentes com a literatura sobre o tema. Confirmamos as 
constatações de Zorio et al. (2011) de que a norma de auditoria é complexa. Corroboramos 
com as afirmações de Fakhfakh (2015), ao identificarmos que as traduções das IAS não são 
adequadas. Por fim, lançamos luz às suposições de Hay (1998), por evidenciarmos que 
empresas distintas de auditoria elaboram relatórios com níveis diferenciados de complexidade 
de escrita. 
A despeito da estrutura das ilustrações padronizadas é possível confirmar que as 
mesmas não obedecem às regras linguísticas por não atenderem aos princípios de escrita. A 
harmonização promovida em âmbito nacional no ano de 2016, com base na revisão do IFAC 
em 2015, não tornou os relatórios mais compreensíveis para os leitores, demonstrando que 
padrões linguísticos são afetados por aspectos culturais da língua. Esta evidencia questiona a 
necessidade de relatórios padronizados. Assim, os órgãos normatizadores devem indagassem 
quanto à utilidade de relatórios padronizados incompreensíveis que não atendem a 
necessidadedos usuários da informação contábil. 
Este estudo evidenciou relação entre a estrutura da empresa de auditoria e a 
inteligibilidade dos relatórios, demonstrando que a estrutura pode ser um diferencial de 
mercado. A heterogeneidade da forma de escrita dos relatórios entre as firmas de auditoria big 
four foi identificada. Os usuários da informação contábil podem obter benefícios com um 
relatório mais fácil de ler. Porém os resultados evidenciaram que as firmas de auditoria big 
four apresentam relatórios considerados muito difíceis de ler, sendo incompreensíveis para 
inúmeros usuários. A revisão na forma de escrita deve ser incentivada, podendo se tornar 
vantagem competitiva para empresas de auditoria, visto que a incompreensibilidade do 
trabalho final do auditor independente pode impactar negativamente sua utilização para 
tomada de decisão. 
O método utilizado nesta pesquisa apresenta algumas limitações: (i) a inteligibilidade 
pode ser medida com base em outras funções linguísticas; e (ii) dado que, em uma das 
análises foi utilizado o NRA, ainda é prematura a identificação de seu efeito no mercado de 
capitais. A utilização de outras funções linguísticas para narrativa, tal como uma análise 
prognóstica do impacto do NRA nas empresas, são propostos para estudos futuros. Outra 
sugestão seria verificar se o mercado reconhece informações contábeis mais inteligíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
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NOTAS 
1. Por exemplo: Guay, Samuels, e Taylor (2016), examinam se os gestores utilizam 
informações voluntárias para mitigar o efeito de demonstrações financeiras complexas; 
Cheung e Lau (2016), estudam inteligibilidade das divulgações financeiras e adoção de 
normas internacionais (IFRS); Lo, Ramos, e Rojo (2017), exploram a relação entre 
inteligibilidade das demonstrações financeiras e gerenciamento de resultados. 
 
http://econpapers.repec.org/article/kaprqfnac/
http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2821399
 
 
 
 
APÊNDICE 
Apêndice A Exemplo da aplicação de análise qualitativa e cálculo do índice de inteligibilidade 
Identificação da empresa: Magazine Luiza S.A Nível de Governança Corporativa: Novo Mercado 
CNPJ: 47.960.950/0001-21 
Empresa que emitiu relatório de auditoria 
independente: Ernst & Young 
Painel A Análise qualitativa do Novo Relatório de Auditoria (NRA) 
Principais assuntos de auditoria. 
Principais assuntos de auditoria são aqueles que, em nosso julgamento profissional, foram os mais 
significativos em nossa auditoria do exercício corrente. Esses assuntos foram tratados no contexto de nossa 
auditoria das demonstrações contábeis individuais e consolidadas como um todo e na formação de nossa 
opinião sobre essas demonstrações contábeis individuais e consolidadas e, portanto, não expressamos uma 
opinião separada sobre esses assuntos. 
Revogação dos benefícios da Lei do Bem. 
Conforme divulgado na nota explicativa 20, a Companhia obteve decisão favorável em sede de tutela 
antecipada, a qual lhe permite não recolher as contribuições ao PIS e COFINS incidentes sobre a receita 
decorrente de vendas de produtos elegíveis ao Processo Básico de Produção. Devido a relevância que as 
contribuições ao PIS e COFINS tem sobre as operações da Companhia e do setor de varejo e complexidade 
que envolve o entendimento da lei em referência e dos argumentos que sustentam a conclusão de que os 
benefícios concedidos não poderiam ter sido cessados, esse tema foi considerado com um assunto importante 
em nossa auditoria. 
Nossos procedimentos de auditoria incluíram, entre outros, a utilização de membros seniores de nossa equipe 
de auditoria, além da inclusão de especialistas em tributos indiretos em nossa equipe para nos ajudar a avaliar 
técnica e juridicamente os argumentos da Companhia e de seus assessores jurídicos, bem como para testar os 
cálculos do valor envolvido. Também verificamos a adequação das divulgações da Companhia no que diz 
respeito ao assunto. 
Recuperabilidade de ágio gerado em combinações de negócios. 
Conforme divulgado na nota explicativa 16, em 31 de dezembro de 2016, a Companhia possuía registrado em 
seus ativos intangíveis, ágio pago por de expectativa de rentabilidade futura no valor de R$350.683 mil 
originado na aquisição de negócios. 
Anualmente, a Companhia realiza o teste da redução ao valor recuperável (teste de impairment) destes 
valores, conforme requerido pelo CPC 01 (R1) - Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Este processo é 
complexo e envolve um alto grau de subjetividade, bem como é baseado em diversas premissas, tais como a 
determinação das unidades geradoras de caixa, taxas de descontos, projeção de inflação, percentuais de 
crescimento e rentabilidade dos negócios da Companhia para os próximos anos, entre outros. Estas premissas 
serão afetadas pelas condições de mercado ou cenários econômicos futuros do Brasil, os quais não podem ser 
estimados com precisão. Consideramos o teste anual de impairment como um dos principais assuntos de 
auditoria devido ao alto grau de subjetividade e complexidade nas premissas e cálculos envolvidos. 
Nossos procedimentos de auditoria incluíram, entre outros, o envolvimento de especialistas em avaliação para 
nos ajudar a avaliar o modelo utilizado para mensurar o valor recuperável e as premissas, projeções e 
metodologia utilizadas pela Companhia, em particular aquelas relacionadas às estimativas de vendas futuras, 
taxas de crescimento e de desconto utilizadas nos fluxos de caixa descontados e margem de lucro da unidade 
geradora de caixa na qual o ágio foi alocado. Focamos também na adequação das divulgações efetuadas pela 
Companhia sobre as premissas utilizadas nos cálculos de recuperabilidade, principalmente aquelas que 
tiveram efeito mais significativo na determinação do valor recuperável do ágio. 
Cálculo do índice de inteligibilidade 
Quantidade de 
palavras 
Quantidade de 
frases 
Quantidade de 
sílabas 
ASL ASW Índice de 
inteligibilidade 
Nível de 
dificuldade 
450 13 1.090 34,615 2,422 8,78 Muito difícil 
Nota: A parte tachada é considerada comum a todos os novos relatórios do auditor independente (NRA), por 
isso, a mesma foi excluída para o cálculo do índice de inteligibilidade. 
O índice de inteligibilidade é calculado utilizando a fórmula Flesch Reading Ease Port (FREP) = 248,835 – 
(1,015 x ASL) – (84,6 x ASW). ASL = tamanho médio das sentenças (número de palavras dividido pelo 
número de frases); ASW = número médio de sílabas por palavras (número de sílabas dividido pelo número de 
palavras). 
 
 
 
 
Fonte: dados da pesquisa.

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