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Processos Patológicos Gerais Processos Inflamatórios Agudos e Crônicos Ana Paula Fernandes Mac Inflamação Reação local dos tecidos vascularizados a um estímulo nocivo. Ocorre como resposta protetora caracterizada por uma série de alterações que tende a limitar os efeitos da agressão. Resposta benéfica do corpo frente a um estímulo lesivo caracterizada pelos “sinais cardinais”. Pode ser classificada: Inflamação Aguda (curta duração e inespecífica) Inflamação Crônica (longa duração e específico) Agentes inflamatórios: promovem a síntese de moléculas sinalizadoras que induzem os mediadores inflamatórios, resultando em saída de plasma e leucócitos dos vasos e em estímulos para reparar os danos produzidos pelas agressões. Sinais Cardinais CALOR RUBOR TUMOR DOR PERDA DE FUNÇÃO Processo Inflamatório 1. FENÔMENOS IRRITATIVOS 2. FENÔMENOS VASCULARES 3. FENÔMENOS EXSUDATIVOS 4. FENÔMENOS ALTERATIVOS 5. FENÔMENOS RESOLUTIVOS 6. FENÔMENOS REPARATIVOS O processo inflamatório envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores que tem como finalidade eliminar a causa inicial da lesão e as células necróticas, bem como iniciar o processo de reparo. Fenômenos Irritativos Iniciam a liberação de mediadores da inflamação através 1) PAMP (pathogen associated molecular pattern): agentes biológicos como bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos. 2) DAMP (damage associated molecular pattern): agentes físicos e químicos capazes de induzir os tecidos agredidos a liberar moléculas que indicam a presença de agressão ↑mediadores pró-inflamatórios ↓mediadores anti-inflamatórios Fenômenos Vasculares São representados por modificações vasculares da microcirculação comandadas por mediadores liberados durante a fase irritativa Responsáveis pelo rubor observado macroscopicamente. Fenômenos Exsudativos Consistem na saída dos elementos do sangue – plasma e células – do leito vascular para o interstício. A exsudação plasmática (fluídos inflamatórios) precede a celular, sendo que a exsudação de leucócitos é o elemento morfológico mais característico das inflamações . EXSUDAÇÃO PLASMÁTICA EXSUDAÇÃO CELULAR marginação → adesão e rolamento → adesão e espraiamento→ transmigração Fenômenos Alterativos São causados por ação direta ou indireta do agente inflamatório e podem aparecer no início ou na evolução de uma inflamação. As degenerações e necroses são os fenômenos alterativos mais comuns e resultam da atividade das células do exsudato, de trombose na microcirculação e de fenômenos imunitários. Fenômenos Resolutivos Durante a resposta inflamatória, entram em ação mecanismos anti-inflamatórios locais que neutralizam o efeito dos fatores pró- inflamatórios. ↓mediadores pró-inflamatórios ↑mediadores anti-inflamatórios Estes fenômenos tem começam nas fases iniciais da inflamação e deles depende sua progressão com cura ou cronificação. Mecanismos: - Modificações em receptores das células locais e do exsudato. -Geração local de mediadores com efeitos anti-inflamatórios - Mudança no comportamento das células do exsudato, que tendem a apoptose ou passam a exercer função anti-inflamatória. Fenômenos Reparativos As degenerações e/ou necroses que ocorrem durante o processo inflamatório devem ser reparadas por regeneração ou cicatrização. Ocorre em paralelo a resolução e é coordenada por citocinas, quimiocinas e fatores de crescimento das céls. do exsudato MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO (MQI) PRINCIPAIS AÇÕES DOS MQI Inflamação Aguda Resposta inespecífica e de curta duração. Os sinais inflamatórios comumente presentes são: eritema, edema e dor. No exsudato, predominam neutrófilos e macrófagos. Classificação (padrões morfológicos na inflamação aguda) • Inflamação Serosa • Inflamação Fibrinosa • Inflamação Supurativa ou Purulenta • Úlceras Fatores desencadeadores: infecções, traumas, necrose tecidual, corpo estranho e reações imunológicas. PADRÃO CELULAR DA INFLAMAÇÃO AGUDA Inflamação serosa Inflamação fibrinosa na pericardite Inflamação purulenta com formação de abcesso Pus: exsudato purulento rico em leucócitos mortos e agentes infecciosos. Pústula: i. purulentacircusncrita na pele e mucosas Abcesso: coleção de pus em cavidade neo-formada Flegmão: inflamação difusa (sem limites precisos) Empiema: coleção de pus em cavidade pré-formada Úlcera Inflamação Crônica Resposta específica e de longa duração. Consequência da persistência do agente agressor (biológico, físico, químico ou imunológico), que não foi eliminado na i. aguda. Classificação (padrão de resposta inflamatória) • Inespecíficas • Específicas (granulomatosas) Inflamação Crônica Inespecífica Quando a disposição dos diferentes elementos das reações não sugere sua etiologia. Exsudato inflamatório é rico em células linfomononucleares, proliferação de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo fibroso. Inflamação Crônica Granulomatosa Quando os elementos das reações inflamatórias formam acúmulos nodulares circunscritos, chamados granulomas. As células predominantes sãos macrófagos e linfócitos. Células Epitelióides: macrófagos agrupam-se e formam pregas interdigitantes entre si, unindo-os de modo semelhante a céls. epiteliais. Geralmente causados por agentes imunogênicos, particulados ou insolúveis. Células Gigantes: do tipo corpo estranho ou de Langhans. Célula multinucleada, resultante da fusão de macrófagos. Inflamação crônica no pulmão Broncopneumonia aguda DOENÇAS COM INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA Caso Clínico Uma mulher de 70 anos de idade tem apresentado falta de ar que vem piorando há 1 semana. Ao exame físico, sua temperatura foi de 38,3°C. no exame de percussão, obervou-se um embotamento sobre os campos pulmonares esquerdos. A toracocentese rendeu 800 mL de um fluido turvo e amarelado proveniente da cavidade pleural esquerda. A análise do fluído revelou uma contagem de leucócitos de 2.500 céls/mm3, das quais 98% eram neutrófilos. Uma coloração Gram desses líquidos mostrou a presença de agrupamentos de cocos gram-positivos. Caso Clínico Paciente com tuberculose é internado e submetido a biópsia pulmonar que mostra uma área com células inflamatórias do tipo linfócito e macrófagos com hipertrofia celular. Após tratamento de antibioticoterapia por alguns meses é observada uma boa recuperação do paciente.