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Redes Industriais e Sistemas Supervisórios Aula 7: Barramentos e protocolos mais utilizados – parte 3 Apresentação As redes industriais têm se tornado a cada dia mais complexas e so�sticadas. Isto é o resultado do desenvolvimento tecnológico obtido no campo dos hardwares e softwares. Este desenvolvimento vem ocorrendo para atender a uma demanda relacionada à comunicação cada vez maior. O desenvolvimento dessas redes fez surgir diversas tecnologias como os procotolos ControlNet, DeviceNet, CAN e a Ethernet Industrial. Objetivos Descrever as principais características dos protocolos ControlNet, DeviceNet, CAN e da Ethernet Industrial; Comparar as diferenças entre os protocolos apresentados. Analisar as características dos protocolos. ControlNet A rede ControlNet foi desenvolvida por uma empresa do grupo Rockwell Automation chamada Allen-Bradley em 1995. Inicialmente desenvolvida como um protocolo proprietário, tornou-se um protocolo aberto já em 1996. Após isso, passou a ser controlada pela ControlNet International, que mantém e distribui a especi�cação ControlNet e gerência os esforços de marketing dos membros associados. Suas características são compatíveis com as aplicações que necessitam de determinismo, repetibilidade, alta taxa de transmissão (throughput), envio de dados a grandes distâncias (chegando a 30km) e sincronismo. Redes com este protocolo encontram-se no nível de controle, com transferência de dados em tempo real, provendo transportes de dados críticos de entradas e saídas e mensagens, incluindo o upload e download de programação e con�guração de dispositivos. Os meios físicos utilizados em redes deste tipo são cabo coaxial com conector bnc e �bra ótica. Características da ControlNet Número de nós 99 Taxa de transmissão 5 Mbps Alcance da rede Variável de acordo com o número de nós. No caso de possuir apenas dois nós pode alcançar 1000 metros. Com 32 nós pode chegar a 500 metros e com 48 nós pode chegar a 250 metros (valores com cabo coaxial). Com o uso de repetidores e fibra ótica pode chegar a 30km Tamanho do pacote de dados Até 510 bytes Topologia Barramento, árvore, estrela e combinações Configuração de comunicação Mestre escravo, múltiplos mestres peer-to-peer Alimentação dos dispositivos Externa Outras características É possível remover ou adicionar dispositivos na rede com a mesma energizada. Possui a capacidade de detecção de duplicidade de nós Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Com relação ao modo de envio de dados, as conexões possuem dois tipos: Não Agendada (Unscheduled) Dados enviados pelo usuário do programa ou pela interface homem/máquina por solicitação em demanda. A conexão é fechada quando não utilizada por um determinado intervalo de tempo; Agendada (Scheduled) Dados são enviados repetidamente em taxas con�guradas e predeterminadas. A conexão permanece aberta enquanto o gerador da conexão estiver ativo. O protocolo ControlNet utiliza o protocolo de acesso ao meio denominado de Concurrent Time Domain Multiple Access, onde as informações criticas são enviadas durante a parte agendada do intervalo da rede. A largura do intervalo de acesso a rede pode ser determinada pelo usuário através da seleção de um parâmetro chamado NUT (Network Update Time). O valor mínimo adotado para este valor é de 2ms. DeviceNet Assim como a ControlNet, a DeviceNet foi desenvolvida pela Allen-Bradley, uma empresa do grupo Rockwell Automation, em 1994 (um ano antes do desenvolvimento da ControlNet). Porém, esta é uma rede a nível operacional, a qual foi desenvolvida com base no protocolo CAN (Controler Area Network), o qual apresenta boa velocidade de resposta e elevada con�abilidade. Este protocolo se tornou aberto a partir da criação da Open DeviceNet Vendors Association. Ele permite conectar diversos dispositivos industriais (sensores de posição, sensores fotoelétricos, interfaces homem-máquina) a uma rede. Assim, torna-se possível a comunicação entre dispositivos e o diagnóstico de falhas. O DeviceNet apresenta algumas características importantes, como a possibilidade de remover e substituir equipamentos em redes energizadas. Número de nós 64 Comprimento da rede Taxa de comunicação Distância máxima 125 kbps 500 metros 250 kbps 250 metros 500 kbps 100 metros Tamanho do pacote de dados 8 bytes Topologia Linha tronco com derivações Método de acesso Ponto a ponto com multcast, mestre e escravo Algoritmos de acesso Polling, cíclico e mudança de estado Meio físico Barramentos separados de par trançado para distribuição de sinal e de alimentação Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Atenção As principais vantagens do DeviceNet são: o baixo custo, a grande aceitação no mercado, a alta con�abilidade, o uso e�ciente da rede e a alimentação disponível na rede. Suas desvantagens são principalmente o alcance máximo, o limite do tamanho da mensagem e o limite de largura de banda. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Rede CAN A rede denominada Controller Area Network (CAN) é um sistema de comunicação serial, desenvolvido pela empresa Bosch, concebida inicialmente para aplicações distribuídas de sistemas automotivos. Este protocolo se mostrou altamente e�ciente devido a seus benefícios técnicos e econômicos. Este protocolo foi posteriormente padronizado pela SAE (Society of Automotive Engineers) e pela ISO (International Organization for Standardization). Seu sucesso em aplicações automotivas foi tamanho que logo chamou a atenção da indústria de processos e transformação, que começou a adotá-lo em diversas aplicações. 1 Veículos (marítimo, aéreo, terrestre) – carros de passeio, off-road, trens, sistema de semáforo (trens e carros), eletrônica marítima, máquinas agrícolas, helicópteros, transporte público. 2 Sistema de Controle Industrial Controle de planta, de maquinário, robôs, sistema de supervisão 3 Automação Predial controle de elevadores, ar condicionado, iluminação 4 Aplicações Especí�cas Sistemas médicos, telescópios, simuladores de voo, satélites arti�ciais, entre outros. Algumas características do CAN: 1 Acesso à rede baseado em conceito multimestre - todos os módulos podem ter acesso ao barramento e transmitir uma mensagem assim que o barramento estiver livre. Além disso, vários módulos podem solicitar à rede simultaneamente. No momento da transmissão simultânea de vários módulos, o que tiver a mais alta prioridade momentânea recebe o direito de acesso à rede; 2 Transmissão do tipo multicast – neste tipo de transmissão, todos os módulos enviam ao mesmo tempo. Para selecionar asinformações, um filtro é aplicado para identificar as informações importantes para cada módulo; 3 Arbitragem do barramento sem perda – esta é uma filosofia de acesso ao meio CSMA/BA (Carrier Sense Multiple Access with Bit Wise Arbitration), na qual é feita uma análise da prioridade de transmissão. O que tiver prioridade maior continuará enviando a sua mensagem; 4 Taxa de transmissão programável entre 5Kbps e 1Mbps; 5 Protocolo digital e comunicação serial síncrono; 6 Protocolo de detecção de erros; 7 Retransmissão automática de mensagens corrompidas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Método CSMA O método denominado Carrier Sense Multiple Access (CSMA) faz com que quando um dispositivo deseja transmitir uma informação, o mesmo veri�ca o meio antes para saber se existe alguma transmissão em andamento. Caso esta veri�cação identi�que que não existe qualquer transmissão em andamento, o dispositivo é autorizado a transmitir. Caso exista uma transmissão em andamento, ocorre uma espera por um tempo aleatório e, em seguida, uma nova veri�cação é executada. Além disso, existem alguns métodos de CSMA, os quais objetivam tratar a colisão. Clique nos botões para ver as informações. O mecanismo Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection (CSMA/CD) tem acapacidade de detectar a colisão durante a transmissão. Ao detectar uma colisão, um comando de abortar a transmissão é executado. O CSMA/CD é o principal mecanismo utilizado nas redes locais de computadores. CSMA/CD O mecanismo de controle de acesso ao meio CSMA/BA (Carrier Sense Multiple Access with Bit Wise Arbitration) é semelhante ao CSMA/CD. Porém, ele se difere no momento de uma eventual colisão, quando temos prioridades de tempo de�nidas. No CSMA/CD teríamos uma espera aleatória entre os participantes da disputa pelo meio. CSMA/BA O CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Access with Collision Avoidance) é o método de com maior um grau de ordenação. Além disso, ele possui também mais parâmetros restritivos, o que contribui para a redução da ocorrência de colisões em uma rede. Antes de transmitir efetivamente um pacote, a estação avisa sobre a transmissão e em quanto tempo a mesma realizará a tarefa. CSMA/CA Quando analisado o meio físico de transmissão dos dados no protocolo CAN, existem três formas de se constituir um barramento CAN: Os sistemas de 1, 2 e 4 �os. As redes com 2 e 4 �os trabalham com os sinais de dados CAN_H (CAN High) e CAN_L (CAN Low). Além disso, quando utilizados 4 �os, dois �os transmitem o sinal de dados (assim como no de dois �os), um �o com o VCC (alimentação) e outro com o GND (referência). As redes com apenas 1 �o têm apenas um �o de dados, chamado exclusivamente de linha CAN. Considerando o CAN fundamentado em 2 e 4 �os, seus condutores elétricos devem ser trançados e não blindados. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Ethernet Industrial A Ethernet originalmente não foi projetada para o uso na automação industrial. Porém, ela vem sendo adaptada para atender aos requisitos básicos da comunicação de dados entre os processos industriais, com extremo sucesso. A Ethernet foi desenvolvida inicialmente pela Xerox na década de 1970, mas na década de 1980 contou também com a colaboração da DEC (Digital Equipment Corporation) e da Intel. Posteriormente, em 1995, a Ethernet foi aceita o�cialmente como padrão 802.3 do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers). Ela tem por função a comunicação através de pacotes de dados. De�ne os parâmetros de cabeamento e de transmissão de sinais elétricos para a camada física, e formato de pacotes e protocolos para a camada de controle de acesso ao meio (Media Access Control - MAC) do modelo OSI. Comentário Esta tecnologia se tornou, a partir dos anos 1990, o padrão dominante nas LAN. A rede Ethernet passou evoluiu de maneira considerável nos últimos anos, fazendo com que se tornasse a rede de melhor faixa e desempenho para uma variada gama de aplicações. Inicialmente, as redes Ethernet operavam à velocidade de 3Mbps. Porém, atualmente temos redes operando a 10Gbps. Quanto à rede física, existem três possibilidades: 1 Par trançado (podendo ser blindado) 2 Cabo coaxial de 75 Ω 3 Fibra óptica O padrão IEEE 1451 determina como os sensores e atuadores podem ser ligados diretamente a uma rede de controle, incluindo a Ethernet, que devido ao baixo custo do chip reduziria muito o custo comparado com outros tipos de conexões. Ao entrar na área industrial a Ethernet trouxe o potencial dos protocolos TCP/IP, já utilizados em larga escala na Internet. Isso pode representar uma revolução dentro das indústrias, visto que pode vir a substituir a redes industriais utilizadas em sistemas de controle que automatizam processos produtivos. As necessidades dentro de um sistema de automação industrial são muito mais exigentes quando comparadas a LANs residenciais ou de escritórios, e precisam atender a alguns requisitos especiais. Os dados do chão de fábrica possuem, em muitos casos, a necessidade que possam ser acessados em tempo real, para que controles e veri�cações sejam realizadas a todo tempo. Fonte: Pixabay | Por: rawpixel. A temporização de uma linha de produção precisa ser extremamente exata, com risco de dados sérios a toda planta da indústria caso algum atraso ocorra. Ao nível de processos, algumas exigências são necessárias a rede como: capacidade de operação em tempo real, alta taxa de disponibilidade, tratamento e�ciente e automático de falhas, segurança da transmissão de dados e redundância. Algumas vantagens do uso da Ethernet no meio industrial: Grande disseminação da tecnologia; Baixo custo de implementação, treinamento e manutenção; Alta velocidade e alta performance; Atualização tecnológica constante; Facilidade de interconectividade e acesso remoto; Alta compatibilidade, uma vez que todos os principais fabricantes de CLP ou SCD suportam Ethernet; Facilidade de contratação de pessoal técnico quali�cado; Possibilidade de prover diagnóstico e atuação remotamente. Algumas desvantagens do uso da Ethernet no meio industrial: Ausência de interoperabilidade pela falta da camada de aplicação; Falta de determinismo e tempo de resposta insu�ciente para algumas aplicações; Falta de precisão e di�culdade dede sincronismo. Algumas adaptações foram cruciais para a adoção de redes Ethernet no ambiente industrial. Dentre elas, o aumento da banda de 10Mbps para 100Mbps foi um fator signi�cativo, juntamente com o uso de switches. A partir do momento em que cada dispositivo foi ligado a uma porta de um switch, os casos de colisão reduziram muito. Além disso, com o uso de uma ligação full duplex entre o dispositivo e switch, o problema de colisão foi completamente solucionado. As de�ciências da rede Ethernet, a partir de agora denominada de Ethernet compartilhada, são: Largura de banda é compartilhada e não dedicada; Aumento no número de dispositivos em um segmento aumenta a probabilidade de colisão (porém é facilmente solucionável); Broadcast de mensagens consumiriam grande banda; Di�culdade para de�nir níveis de prioridade na rede; Alguns fatores que contribuíram para a construção de uma rede Ethernet industrial: Uso de switches para evitar a arbitragem de barramento; Uso de canais dedicados de 10Mbps a 100Mbps; Padrão IEEE802.1p/Q que acrescenta campos de prioridade e de Quality of Service (QoS) ao frame Ethernet tradicional; Canal full duplex para eliminar colisões; Rede Fast Ethernet no backbone levando a velocidade a até 200Mbps. Comentário QoS (quality of service) é uma maneira de alocar recursos em switches e roteadores de tal forma que os dados cheguem ao seu destino de forma rápida, consistente e con�ável. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 1. Qual o alcance máximo de uma rede ControlNet? a) 30 km b) 10 km c) 500 metros d) 10 metros e) 5 km 2. O DeviceNet foi desenvolvido com base em qual protocolo? a) PROFBUS b) MODBUS c) CAN d) HART e) MODCON 3. Qual a taxa máxima de transmissão do protocolo CAN? a) 1 kbps b) 1Mbps c) 10 kbps d) 10 Mbps e) 20 kpbs Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Referências MELO, W. Família de Protocolos da Allen Bradley. 2005. Disponível em: //portal.ifrn.edu.br/ Acesso em: 16 jun. 2009. MORAES, C. C.; CASTRUCCI, P. L. Engenharia de Automação Industrial. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. MONTEZ, C. Redes de Comunicação Para Automação Industrial. 2005. SEIXAS FILHO, C.; FINKEL, V. Sistemas de Automação e Adequação Funcional dos Pro�ssionais de Automação e TI Industrial. In: Revista InTech, n. 51, Maio 2003, pg 24-28. SHIRASUNA, M. Ethernet Industrial. In: Revista Mecatrônica Atual – n. 17 –set. 2005. SOUZA, F. L. V. de. Avaliação do desempenho de redes com foco na aplicação em sistemas de controle digitais. 2005. Próxima aula Interface Homem Máquina; Impacto do uso de interfaces na indústria. Explore mais Protocolo CAN. javascript:void(0); javascript:void(0);
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