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INCLUI: • Quadros de ATENÇÃO • Tabelas Comparativas • Esquemas Didáticos • Referências a temas cobrados em provas anteriores ATUALIZADO COM: • Lei nº14.612/23 (Assédio moral, sexual e discriminação) • Lei nº 14.508/22 (Localização do advogado na audiência) 40º EXAME L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL Alteração Legislativa Atenção Exemplo 2 SUMÁRIO 1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA 1.1. ABRANGÊNCIA E TEMPO 1.2. CARACTERÍSTICAS DA ADVOCACIA 1.3. ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA 1.4. MANDATO 1.5. SUBSTABELECIMENTO 2. DIREITOS DO ADVOGADO 3. INSCRIÇÃO NA OAB 4. ADVOGADO ESTRANGEIRO 5. ESTAGIÁRIO 6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS 7. ADVOGADO EMPREGADO 8. ÉTICA DO ADVOGADO 8.1. DISPOSIÇÕES GERAIS 8.2. DEVERES DO ADVOGADO 8.3. RELAÇÕES COM O CLIENTE 8.4. SIGILO PROFISSIONAL 8.5. PUBLICIDADE 9. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 10. INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO 10.1. INCOMPATIBILIDADE 10.2. IMPEDIMENTO 11. INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES 11.1. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE CENSURA 11.2. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE SUSPENSÃO 11.3. APLICAÇÃO DA SANÇÃO DE EXCLUSÃO 11.4. REABILITAÇÃO 11.5. REVISÃO DO PROCESSO DISCIPLINAR 11.6. PRESCRIÇÃO 12. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 12.1. CARACTERÍSTICAS, FINS E ORGANIZAÇÃO 12.2. CONSELHO FEDERAL 12.3. CONSELHOS SECCIONAIS 12.4. SUBSEÇÕES L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 3 12.5. CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS 12.6. ELEIÇÕES E MANDATOS 12.7. AQUISIÇÃO, ONERAÇÃO OU ALIENAÇÃO DE BENS DA OAB 13. PROCESSO NA OAB 13.1. PROCESSO DISCIPLINAR 13.2. RECURSOS L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 1 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 4 1. ATIVIDADE DE ADVOCACIA 1.1. ABRANGÊNCIA E TEMPO Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 8.906/94, também conhecida como EAOAB), os advogados privados e os advogados públicos. De acordo com o § 1º do art. 3º do EAOAB, são advogados públicos os membros da Advocacia- Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional. Já os advogados privados são, por exclusão, todos aqueles que não são advogados públicos. Como regra geral, os advogados, sejam públicos ou privados, são obrigados à inscrição na OAB para o exercício de suas atividades TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. O STF, no entanto, decidiu em novembro de 2021, com repercussão geral (tema 1074), que é inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros da OAB. O principal fundamento para a decisão é que a capacidade postulatória do defensor decorre diretamente da própria CF/88, que não exigiu a inscrição na OAB. ADVOCACIA PRIVADA ADVOCACIA PÚBLICA Abrange todos aqueles que não exercem advocacia pública, incluindo os advogados das sociedades de economia mista e das empresas públicas, uma vez que, apesar de integrarem a Administração Pública Indireta, são pessoas jurídicas de Direito Privado TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB. Exercem a advocacia pública os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Defensoria Pública (Obs: tema 1074) e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, das autarquias e das fundações públicas, estando obrigados à inscrição na OAB para o exercício de suas atividades. Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da OAB. É importante registrar que os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da OAB (art. 9º do RGEAOAB) e sujeitam-se ao regime do Estatuto, do Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, inclusive quanto às infrações e sanções disciplinares (art. 10 do RGEAOAB) L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 5 Para fins de comprovação do tempo de exercício de advocacia, o art. 5º do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (RGEAOAB) estabelece que é considerado efetivo exercício da atividade de advocacia a participação anual mínima em cinco atos privativos previstos no artigo 1º do EAOAB, em causas ou questões distintas TEMA COBRADO NOS EXAMES VII E XI DA OAB/FGV. 1.2. CARACTERÍSTICAS DA ADVOCACIA De acordo com o estabelecido no art. 133 da Constituição Federal, o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. TEMA COBRADO NO XXXIX EXAME DA OAB/FGV. O exercício da advocacia, portanto, é indispensável como forma de garantir justiça às decisões judiciais, assumindo verdadeiro caráter de múnus público, mesmo quando exercido no âmbito privado do advogado. Em outras palavras, ainda que a advocacia seja realizada de forma privada, ela se reveste de caráter público e função social porque ultrapassa os interesses das partes litigantes, na medida em que permite a concretização do interesse da sociedade de se ter decisões justas. Nesse sentido, o art. 2 º do EAOAB dispõe que: Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. § 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei. Além de se tratar de serviço público, cujos atos constituem múnus público e possuem função social, abaixo listamos outras características importantes da advocacia: • Indispensabilidade: o advogado é indispensável à administração da Justiça, conforme previsto no art. 133 da Constituição Federal de 1988. • Inviolabilidade: o advogado não pode ser punido pelos atos referentes ao exercício da sua profissão, garantindo-se a liberdade necessária para sua atuação. • Independência: o advogado é independente em relação ao seu pensamento e ao exercício da profissão, não havendo qualquer subordinação em relação aos demais operadores do direito. • Exclusividade: a advocacia não pode ser divulgada em conjunto com qualquer outra atividade, sendo vedada sua mercantilização. • Parcialidade: apesar de a advocacia constituir um múnus público, o advogado a exerce de forma parcial, a favor dos interesses de seu constituinte. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 6 Sobre a parcialidade, o art. 2º, §2º, do EAOAB dispõe que “no processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público”. O art. 23 do CEDOAB, por sua vez, estabelece que é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. • Onerosidade Mínima obrigatória: deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço, inclusive aquele referente às diligências, sob pena de caracterizar aviltamentode honorários (§ 6º do art. 48 do CEDOAB). O Código de Ética e Disciplina passou a prever, como exceção à onerosidade mínima obrigatória, a advocacia “pro bono”, considerada a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. A advocacia “pro bono” pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado, mas não pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela TEMA COBRADO NOS EXAMES XXI, XXXII e XXXVIII DA OAB/FGV. Além disso, de acordo com o art. 4º do Provimento n. 166/2015 do CFOAB, os advogados que desempenharem a advocacia pro bono estão impedidos de exercer a advocacia remunerada, em qualquer esfera, para a pessoa natural ou jurídica que utilizou de seus serviços pro bono, pelo período de 03 (três) anos. • Singularidade: A Lei nº 14.039/2020 inseriru o artigo 3º-A no EAOAB, classificando genericamente o serviço de advocacia como um serviço técnico e também singular, permitindo-se a contratação direta pela Administração Pública do advogado (inexigibilidade de licitação), desde que comprovada a sua notória especialização, (quando o serviço é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato), nos termos do parágrafo único do mesmo artigo. TEMA COBRADO NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV. Art. 3º-A do EAOAB - Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei. (Incluído pela Lei nº 14.039, de 2020) Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 7 1.3. ATIVIDADES PRIVATIVAS DA ADVOCACIA Em razão da importância da advocacia, a postulação em juízo, salvo algumas raras exceções, bem como as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas devem ser feitas por advogado regularmente constituído (incisos I e II do art. 1º do EAOAB). A Lei n. 14.365/22 incluiu o § 4º ao art. 5º do EAOAB, estabelecendo que as atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários. Desse modo, passou-se a permitir expressamente que a atividade de consultoria e assessoria sejam feitas de maneira informal, inclusive verbal e sem a necessidade de outorga de procuração e de contrato de honorários. É importante consignar que a redação original do art. 1º, I, do EAOAB, previa como atividade privativa do advogado a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais. Entretanto, na ADIN 1.127-8, o STF considerou inconstitucional a expressão “qualquer”, uma vez que, embora o advogado seja indispensável à administração da Justiça, sua presença pode ser dispensada em situações excepcionais. Abaixo listamos as principais exceções em relação à participação de advogado em atos judiciais: • Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal (§ 1º do art. 1º do EAOAB). TEMA COBRADO NOS EXAMES XXVII E XXXIV DA OAB/FGV. • Nas causas até 20 salários mínimos no Juizado Especial Cível (obs: se houver recurso precisa de advogado) • Causas no Juizado Especial Federal (60 salários minimos) (obs: se houver recurso precisa de advogado) • Processo Administrativo Disciplinar: De acordo com a Súmula Vinculante nº 5 do STF, a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. • Revisão Criminal (art. 623 do CPP) • Jus postulandi na Justiça do Trabalho Importante lembrar que o jus postulandi das partes na Justiça do Trabalho limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho (Súmula n. 425 do TST) O art. 7º do RGEAOAB, por sua vez, estabelece que a função de diretoria e gerência jurídicas em qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, inclusive em instituições financeiras, é privativa de advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre inscrito regularmente na OAB TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 8 Da mesma forma, os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados (§ 2º do art. 1º do EAOAB), salvo no caso das Microempresas e Empresas de Pequeno porte, em que essa exigência é dispensada pela LC n. 123/2016 TEMA COBRADO NO XVII EXAME DA OAB/FGV. São impedidos de visar atos de pessoas jurídicas os advogados que prestem serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou a quaisquer repartições administrativas competentes para o mencionado registro, conforme art. 2º do RGEAOAB. ATIVIDADES PRIVATIVAS DE ADVOGADO EXCEÇÕES Postulação em Juízo; Impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal (§ 1º do art. 1º do EAOAB). Nas causas até 20 salários mínimos no Juizado Especial Cível. Se houver recurso, precisa de advogado. Causas no Juizado Especial Federal (60 salários mínimos). Se houver recurso, precisa de advogado. Processo Administrativo Disciplinar Jus postulandi na Justiça do Trabalho Visar os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Consultoria e assessoria jurídicas, bem como direção jurídica de empresa pública, privada ou paraestatal. Ressalta-se ainda que o exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sendo nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, ou por advogado, suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia, conforme art. 4º do EAOAB TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 9 1.4. MANDATO O Mandato é o contrato pelo qual alguém (mandatário) recebe de outrem (mandante) poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses e não se confunde com a procuração, que é considerada o instrumento do mandato, ou seja, o documento que o cliente assina conferindo os poderes ao advogado. O mandato se inicia com a assinatura da procuração, sendo que o advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis (art. 14 do CEDOAB), sob pena de configurar infração disciplinar. TEMA COBRADONO VI EXAME DA OAB/FGV. Além disso, a procuração deve ser outorgada ao advogado pessoa física, devendo conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, endereço completo e, se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter os dados dessa (§§ 2º e 3º do art. 105 do CPC/2015). A procuração não pode ser outorgada de forma genérica em favor da sociedade de advogados. Ela deve ser outorgada individualmente ao advogado e indicar a sociedade de que faça parte (§ 3º do art. 15 do EAOAB). Conforme previsto no art. 5º do EAOAB, o advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato, ou seja, mediante juntada da procuração. Entretanto, se houver urgência, o advogado pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período. TEMA COBRADO NOS EXAMES XXXVII E XXXIX DA OAB/FGV. A procuração para o foro em geral (ad judicia) habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais, quando será necessária a outorga de uma procuração com poderes específicos (ad judicia et extra). As hipóteses em que se exige poderes especiais estão expressamente previstas em lei, como no caso do oferecimento de representação criminal ou queixa-crime, ou ainda nas hipóteses citadas pelo art. 105, caput, do CPC/2015, a saber: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica. O § 4º do art. 105 do CPC/2015 estabelece que, salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença. Nos termos do art. 18 do CEDOAB, o mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 10 Entretanto, haverá extinção do mandato nas seguintes situações: • Renúncia: em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, o advogado pode renunciar ao mandato (art. 15 do CEDOAB). A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou (art. 16 do CEDOAB) TEMA COBRADO NO XXV EXAME DA OAB/ FGV, devendo o advogado comunicar ao cliente por escrito, preferencialmente, com aviso de recebimento (AR) e, posteriormente, ao juiz da causa (art. 6º do RGEAOAB). Além disso, o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo TEMA COBRADO NOS EXAMES XI, XIV, XVI e XXX DA OAB. • Revogação: o cliente pode revogar os poderes dados ao advogado. Entretanto, a revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado, conforme art. 17 do CEDOAB. • Substabelecimento sem reservas de poderes: o substabelecimento permite que o advogado transfira a outro profissional os poderes que lhe foram conferidos pelo cliente. • Arquivamento dos autos ou conclusão da causa (extinção presumida): concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato, conforme art. 13 do CEDOAB TEMA COBRADO NO EXAME XII DA OAB/FGV. 1.5. SUBSTABELECIMENTO O substabelecimento permite que o advogado transfira a outro profissional os poderes que lhe foram conferidos pelo cliente. O substabelecimento pode ser feito com reserva de poderes ou sem reserva de poderes. No substabelecimento com reserva de poderes, o advogado originário transfere os poderes que lhe foram concedidos a outro advogado, permitindo-se que ambos os profissionais pratiquem os atos em defesa do cliente. Trata-se de ato pessoal do advogado da causa, não se exigindo concordância do cliente. Além disso, no substabelecimento com reserva de poderes, deve- se ajustar antecipadamente os honorários, não podendo o substabelecido (quem recebeu o substabelecimento) cobrar diretamente do cliente os honorários advocatícios, salvo se tiver contrato diretamente com o cliente, conforme a nova redação do art. 26 do EAOAB da pela Lei n. 14.365/2022 TEMA COBRADO NOS EXAMES XV, XIX e XXXIIII DA OAB/FGV. Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de o advogado substabelecido, com reservas de poderes, possuir contrato celebrado com o cliente. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 11 Já no substabelecimento sem reserva de poderes, o advogado originário transfere de forma definitiva os poderes que lhe foram concedidos, extinguindo-se o mandato. O substabelecimento sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente, conforme art. 26 do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES XIII e XVII DA OAB/FGV. COM RESERVA DE PODERES SEM RESERVAS DE PODERES • Ato pessoal do advogado. Não precisa da concordância do cliente. • Não extingue o mandato e permite que o substabelecente e o substabelecido atuem em favor do cliente. • Substabelecido não pode cobrar os honorários advocatícios diretamente do cliente, salvo se tiver contrato com o cliente. • Precisa da concordância do cliente (prévio e inequívoco conhecimento). • Gera a extinção do mandato. • Como há extinção do mandato originário, o substabelecido poderá cobrar os honorários devidos do cliente. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 12 2 2. DIREITOS DO ADVOGADO A primeira ideia que se deve ter em relação a atuação do advogado é que não existe qualquer hierarquia entre o advogado e os demais operadores do direito, devendo todos se respeitarem reciprocamente. Art. 6º do EAOAB: Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. §1° - As autoridades e os servidores públicos dos Poderes da República, os serventuários da Justiça e os membros do Ministério Público devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho, preservando e resguardando, de ofício, a imagem, a reputação e a integridade do advogado nos termos desta Lei. (nova redação dada pela Lei n. 14.365/2022). § 2º Durante as audiências de instrução e julgamento realizadas no Poder Judiciário, nos procedimentos de jurisdição contenciosa ou voluntária, os advogados do autor e do requerido devem permanecer no mesmo plano topográfico e em posição equidistante em relação ao magistrado que as presidir. O §2° do art. 6° do EAOAB foi acrescentado pela Lei nº 14.508/2022, deixando claro que o advogado deve sentar no mesmo plano topográfico (altura) do magistrado e equidistante do advogado da parte contrária, justamente para assegurar que não há hierarquia entre advogados e juízes. Paragarantir a independência profissional, o art. 7º do EAOAB assegura uma série de direitos aos advogados, conforme abaixo transcrito: I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional: o advogado possui liberdade para atuar em todo o território nacional TEMA COBRADO NO EXAME X DA OAB/FGV. Entretanto, se pretender atuar de forma habitual em Estado diverso do qual tenha sua inscrição principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. Considera-se habitual o trabalho do advogado que exceder 5 causas no ano. Assim, se o advogado atuar em até 5 causas no ano em outro Estado não precisará da inscrição suplementar, mas, se ultrapassar esse limite, a inscrição suplementar é obrigatória. Além disso, a liberdade do advogado abrange a sua independência de atuação, de modo que ele não é obrigado a aceitar outro advogado atuando na mesma causa, não se submete hierarquicamente a nenhum outro operador do direito, além do que pode recusar o patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente, conforme previsto no art. 4º do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES XV, XIX e XXV DA OAB. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 13 II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia: não se trata, entretanto, de inviolabilidade absoluta. Com efeito, presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes, salvo se o cliente estiver sendo formalmente investigado como partícipe ou coautor pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade, conforme §§s 6º e 7º do art. 7º do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES III, VII e XVIII DA OAB/FGV. A Lei nº 13.869/2019 acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, deixando claro que a violação a essa prerrogativa do advogado caracteriza crime. III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis: o advogado, portanto, tem o direito de conversar com o seu cliente em qualquer situação, mesmo sem possuir procuração TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. A Lei nº 13.869/2019 acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, deixando claro que a violação a essa prerrogativa do advogado caracteriza crime TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV. Além disso, de forma mais específica, o art. 20 da Lei n. 13.869/2019 passou a considerar também como como crime: “Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa (crime de menor potencial ofensivo)”. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência. Consideramos justa causa situações necessárias para garantir a segurança do preso ou do advogado. Já o parágrafo único protege o direito do preso, réu solto ou investigado de se comunicarem com o advogado antes da audiência, e de se sentaram ao seu lado e com ele se comunicarem durante o interrogatório, salvo no curso do interrogatório ou em audiência realizada por videoconferência. No caso do parágrafo único, não vemos possibilidade de se alegar justa causa. Para a caracterização desse crime, entretanto, exige-se o dolo específico de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal (§ 1º do art. 1º da Lei nº 13.869/2019). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 14 IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB: o advogado poderá ser preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da profissão, apenas no caso de crime inafiançável (§ 3º do art. 7º do EAOAB) e desde que haja a presença de um representante da OAB. Nas demais hipóteses de prisão, não há necessidade da presença de representante da OAB, mas apenas a comunicação expressa à Seccional da OAB TEMA COBRADO NOS EXAMES IV, XVII e XXIX DA OAB/FGV. A Lei nº 13.869/2019 acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, deixando claro que a violação a essa prerrogativa do advogado caracteriza crime. V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar: a sala de Estado-Maior não se confunde com a prisão especial, constituindo uma verdadeira sala, destituída de grades, semelhante à instalada no Comando das Forças Armadas ou de outras instituições militares. Não havendo sala de Estado-Maior, deve o advogado ser recolhido em prisão domiciliar. No entanto, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o advogado deverá ser recolhido à cela comum TEMA COBRADO NOS EXAMES XI, XIV e XXIX DA OAB/FGV. No julgamento da ADIN 1.127-8 o STF determinou a suspensão da expressão “assim reconhecida pela OAB”, no que diz respeito às instalações e comodidades condignas da sala de Estado Maior, em que deve ser recolhido preso o advogado, antes de sentença transitada em julgado. VI - ingressar livremente: a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares; c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado; d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais: para garantir a liberdade de atuação na defesa de seu cliente, o advogado tem livre acesso a prédios públicos, incluindo as salas de sessões dos tribunais, mesmo na parte reservada aos magistrados. Entretanto, para participar de reuniões ou assembleias que deva participar o seu cliente, o advogado pode comparecer sozinho, mas deve possuir procuração com poderes especiais TEMA COBRADO NOS EXAMES V, X ,XIII e XVII DA OAB/FGV. Para participar de reuniões ou assembleias que deva participar o seu cliente, o advogado pode comparecer sozinho,mas deve possuir procuração com poderes especiais. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 15 VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licença: o advogado não precisa prestar esclarecimentos ou pedir licença a qualquer autoridade, podendo permanecer em pé ou sentado, ausentando-se do recinto quando quiser. Esse direito ressalta a liberdade e a ausência de subordinação do advogado em relação aos demais operadores do direito. VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando- se a ordem de chegada: o advogado tem direito de ser atendido pelos magistrados sem necessidade de marcar horário previamente, respeitando-se apenas a ordem de chegada TEMA COBRADO NOS EXAMES III e VI DA OAB/FGV. X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de inquérito, mediante intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, a documentos ou a afirmações que influam na decisão;: o advogado pode solicitar o uso da palavra para esclarecer equívoco ou dúvida dúvidas a favor do seu cliente em relação a fatos, devendo solicitar que sua manifestação seja registrada em ata de audiência TEMA COBRADO NO EXAMES II, VI E XVI DA OAB/FGV. A Lei n. 14.365/2022 modificou a redação do inciso X do art. 7º do EAOAB, para deixar claro que a intervenção sumária do advogado, usando a palavra pela ordem, também se aplica nos processos administrativos, órgãos de deliberação coletiva da administração pública ou comissões parlamentares de inquérito (CPI). XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento: não havendo a intervenção sumária citada no item anterior, o advogado tem o direito de reclamar verbalmente ou por escrito contra o descumprimento de preceito legal, a fim de que a irregularidade não seja repetida TEMA COBRADO NO EXAMES V e XVII DA OAB/FGV. XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo: o advogado tem o direito de se manifestar sentado ou em pé, não podendo ser constrangido, por exemplo, a se manifestar obrigatoriamente em pé TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV. XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos: o advogado pode examinar processos já terminados ou em andamento mesmo quando não estiver munido de procuração, salvo aqueles sujeitos a sigilo, em que será exigida a procuração TEMA COBRADO NOS EXAMES IV e X DA OAB/FGV. A Leiº 13.793/2019 alterou o EAOAB e o CPC/2015 para deixar claro que o direito dos advogados de terem acesso e vista dos autos judiciais inclui os autos eletrônicos, mesmo sem procuração, salvo quando se tratar de processo sujeito a segredo de justiça, hipótese em que se exigirá procuração. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 16 XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/ FGV: o advogado também tem direito de ter acesso aos autos sujeitos a sigilo, mas, neste caso, deverá apresentar procuração TEMA COBRADO NOS EXAMES XIX E XXV DA OAB/FGV. Além disso, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências (§§ 10 e 11 do art. 7º do EAOAB). A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente (§ 12 do art. 7 do EAOAB). Súmula Vinculante 14 do STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa TEMA COBRADO NO EXAME XVI DA OAB/FGV. Embora não tenha alterado o EAOAB neste aspecto, a nova lei de abuso de autordidade (Lei nº 13.869/2019), em seu art. 32, passou a prever também como crime a violação ao direito do advogado previsto no inciso XIV do caput do art. 7º do EAOB. Vejamos: Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa (crime de menor potencial ofensivo). XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais: atente-se que a vista abrange os processos judiciais e administrativos TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV. XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias: se o processo já tiver sido encerrado, o advogado pode retirá-lo para análise pelo prazo de 10 dias, não sendo necessário apresentar procuração TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 17 . MUITO IMPORTANTE: De acordo com a redação original do § 1º do art. 7º do EAOAB, não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justiça, devendo neste caso o advogado apresentar procuração; 2) quando existissem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorresse circunstância relevante que justificasse a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; 3) até o encerramento do processo, ao advogado que deixasse de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizesse depois de intimado TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OBA/FGV. Ocorre, entretanto, que o § 1º do art. 7º do EAOAB foi revogado quando da publicação da Lei n. 14.365/2022, mas essa revogação ocorreu em razão de “falha na técnica legislativa”, tendo o Presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, oficiado à Câmara dos Deputados, que reconheceu o erro. Desse modo, as exceções previstas no §1º continuam valendo para a prova da OAB. XVII - ser publicamente desagravado,quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela: conforme previsto no art. 18 do RGEAOAB, o advogado, quando ofendido comprovadamente em razão do exercício profissional ou de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho Seccional competente, de ofício, a seu pedido ou de qualquer pessoa. O desagravo não depende da concordância do advogado ofendido, tendo como função reestabelecer a dignidade do exercício da advocacia TEMA COBRADO NOS EXAMES II, V, VII, XII, XX e XXX DA OAB.. Somente cabe desagravo quando houver ofensa ao advogado no exercício de sua função. Se houver ofensa de caráter pessoal ou a outra atividade do advogado não cabe desagravo. Além disso, o advogado não pode dispensar o desagravo público quando o Conselho Seccional decidir promovê-lo. De acordo com o art. 18 do RGEAOAB, cabe à diretoria do Conselho Seccional analisar o pedido de desagravo público. Havendo urgência e notoriedade, a diretoria pode conceder imediatamente o desagravo, ad referendum do órgão competente do Conselho, conforme definido em regimento interno. Não havendo urgência, a Diretoria remeterá o pedido de desagravo ao órgão competente para instrução e decisão, podendo o relator, solicitar informações da pessoa ou autoridade ofensora, no prazo de 15 (quinze) dias, sem que isso configure condição para a concessão do desagravo. Os desagravos deverão ser decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) dias e, em caso de acolhimento do parecer, é designada a sessão de desagravo, amplamente divulgada, devendo ocorrer, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, preferencialmente, no local onde a ofensa foi sofrida ou onde se encontre a autoridade ofensora. TEMA COBRADO NO XXXIX EEXAME DA OAB. Na sessão de desagravo o Presidente lê a nota a ser publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades, e registrada nos assentamentos do inscrito e no Registro Nacional de Violações de Prerrogativas. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 18 Ocorrendo a ofensa no território da Subseção a que se vincule o inscrito, a sessão de desagravo pode ser promovida pela diretoria ou conselho da Subseção, com representação do Conselho Seccional. Compete ao Conselho Federal promover o desagravo público de Conselheiro Federal ou de Presidente de Conselho Seccional, quando ofendidos no exercício das atribuições de seus cargos e ainda quando a ofensa a advogado se revestir de relevância e grave violação às prerrogativas profissionais, com repercussão nacional. O Conselho Federal, observado o procedimento previsto no art. 18 do RGEAOAB, indica seus representantes para a sessão pública de desagravo, na sede do Conselho Seccional, salvo no caso de ofensa a Conselheiro Federal. XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado; XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional: cabe ressaltar que além de direito, constitui dever do advogado guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão, conforme art. 35 do CEDOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES III, XIV e XVII DA OAB/FGV. XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo: é importante registrar que o direito de se retirar do recinto apenas ocorre quando, além do critério temporal de 30 minutos, o juiz não tiver comparecido para realizar a audiência. Se houver o comparecimento do juiz e a pauta de audiência estiver atrasada, não há o direito de retirada TEMA COBRADO NOS EXAMES II, XIII e XIV DA OAB/FGV. A regra do inciso XX não se aplica ao processo do trabalho, uma vez que a CLT possui regra própria estampada no parágrafo único do art. 815, que estabelece prazo de espera de 15 minutos. XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração apresentar razões e quesitos: trata-se de direito acrescido pela Lei n. 13.245/2016, garantindo- se ao advogado participar de interrogatório ou depoimento em procedimentos de investigação, permitindo-se ainda ao advogado apresentar razões e quesitos, sob pena de nulidade absoluta dos elementos probatórios decorrentes. Cabe ressaltar, ainda, que o § 2º do art. 7º do EAOAB garante ao advogado imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte, L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 19 no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. O § 2º do art. 7º do EAOAB, entretanto, foi revogado quando da publicação da Lei n. 14.365/2022, mas essa revogação ocorreu em razão de “falha na técnica legislativa”, tendo o Presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, oficiado à Câmara dos Deputados, que reconheceu o erro. Desse modo, a regra do §2º continua valendo para a prova da OAB. A imunidade do advogado abrange apenas os crimes de injúria e difamação, desde que a ofensa ocorra no exercício da profissão do advogado. Não há qualquer imunidade em relação ao crime de calúnia. A Lei n. 14.365/2022 acrescentou também o § 2º-B ao art. 7º do EAOAB, dispondo que o advogado poderá realizar a sustentação oral no recurso interposto contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer dos seguintes recursos ou ações: I - recurso de apelação; II - recurso ordinário; III - recurso especial; IV - recurso extraordinário; V - embargos de divergência; VI - ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações de competência originária O inciso IX do art. 7º do EAOAB estabelecia que era direito do advogado “sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido”. Entretanto, no julgamento da ADIN 1.105-7, o STF declarou inconstitucional o conteúdo desse inciso, estabelecendo que o advogado não tem o direito de fazer sustentação oral depois do voto do relator, e sim antes (art. 937 do CPC/2015), além do que o direito à sustentação oral está vinculado a sua previsibilidade recursal, ou seja, o recurso deve permitir a sustentação oral. O novo § 2º-B do art. 7º do EAOAB, portanto, é uma resposta à ADIN 1.105-7, garantindo-se agora, de forma ampla, o direito de sustentação oral pelos advogados contra a decisão monocrática de relator que julgar o mérito ou não conhecer os recursos expressamente elencados pela lei. O § 4º do art. 7º do EAOAB, por sua vez, estabelece que o Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle (ADIN 1.127-8) assegurados à OAB TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV É muito importante destacar, ainda, que a Lei n. 14.365/2022 acrescentou novos parágrafos ao art. 7º do EAOAB, conforme abaixo sintetizado: • Houve o acréscimo dos §§s 6º-A a 6º-I, estabelecendo garantias aos advogadosnos casos de deferimento de medidas judiciais cautelares contra escritórios de advocacia. Inicialmente os §§s 6º-A, 6º-B, 6º-C, 6º-F, 6º-G e 6º-H foram vetados pelo Presidente da República, mas o Congresso Nacional derrubou esses vetos. • De acordo com o §6ª-A, a medida judicial cautelar que importar na violação do escritório ou do local de trabalho do advogado será determinada em hipótese excepcional, desde que exista fundamento em indício, pelo órgão acusatório, sendo vedada, conforme o §6º-B, quando fundada exclusivamente em elementos produzidos em declarações do colaborador sem confirmação por outros meios de prova. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 20 • O §6º-C, por sua vez, passou a dispor que, se for decretada medida de busca e apreensão em escritório ou local de trabalho do advogado os agentes que forem cumprir a medida deverão tomar o cuidado de não analisar, fotografar, filmar, retirar ou apreender documentos, mídias e objetos que não sejam relacionados com a investigação. • No caso de inviabilidade técnica quanto à segregação da documentação, da mídia ou dos objetos não relacionados à investigação, em razão da sua natureza ou volume, no momento da execução da decisão judicial de apreensão ou de retirada do material, o §6º-D dispõe que a cadeia de custódia preservará o sigilo do seu conteúdo, assegurada a presença do representante da OAB. Em muitas situações, principalmente quando há arquivos de memória de HD ou SSD, no momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão, é muito difícil conseguir separar quais arquivos interessam a investigação e qual material não é necessário. Por isso, a lei assegura que, posteriormente, quando se verificar que parte do material não é necessária para a investigação, deve-se preservar o seu sigilo na cadeia de custódia. • Na hipótese de descumprimento do § 6º-D, acima explicado, pelo agente público responsável pelo cumprimento do mandado de busca e apreensão, o representante da OAB, nos termos do §6º-E, fará o relatório do fato ocorrido, com a inclusão dos nomes dos servidores, dará conhecimento à autoridade judiciária e o encaminhará à OAB para a elaboração de notícia-crime. • O §6º-F, por sua vez, passou a dispor que é garantido o direito de acompanhamento, em todos os atos, por representante da OAB e pelo advogado investigado durante a análise dos documentos e dos dispositivos de armazenamento de informação pertencentes a advogado, apreendidos ou interceptados, para assegurar o direito de inviolabilidade do local e dos instrumentos de trabalho. TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV Para assegurar esse direito de acompanhamento do represnetante da OAB e do advogado investigado a todos os atos, o §6º-G determina que a autoridade responsável informará, com antecedência mínima de 24 horas, à seccional da OAB a data, o horário e o local em que serão analisados os documentos e os equipamentos apreendidos. Em caso de urgência, devidamente fundamentada pelo juiz, a análise dos documentos e dos equipamentos apreendidos poderá acontecer em prazo inferior a 24 (vinte e quatro) horas, nos termos do §6º-H, mas, mesmo assim, deve ser assegurado o direito de acompanhamento, em todos os atos, pelo representante da OAB e pelo advogado investigado. • A Lei nº 14.365/2022 acrescentou também o § 6º-I, dispondo expressamente que é vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente, e a inobservância disso importará em processo disciplinar, que poderá culminar com a aplicação do disposto no inciso III do caput do art. 35 desta Lei (exclusão), sem prejuízo das penas previstas no art. 154 do Código Penal (crime de violação de segredo profissional). TEMA COBRADO NO XXXVII EXAME DA OAB/FGV. O advogado está proibido de efetuar colaboração premiada contra cliente e ex-cliente, sob pena de exclusão em processo disciplinar e de responder pelo crime de violação de segredo profissional (art. 154 do CP). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 21 • Incluiu o § 14, dispondo que cabe, privativamente, ao Conselho Federal da OAB, em processo disciplinar próprio, dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advogado. • Acrescentou o § 15, estabelecendo que cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, analisar e decidir sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado, resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo VI do EAOAB, e observado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal. • Incluiu o § 16, para dispor que é nulo, em qualquer esfera de responsabilização, o ato praticado com violação da competência privativa do Conselho Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo Na seara administrativa, a competência para decidir sobre prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advogado e os honorários advocatícios é do Conselho Federal da OAB, sendo nula, portanto, a responsabilização nesses temas pelos Conselhos Seccionais e Subseções. Ainda em relação aos direitos do advogado, importante lembrar que a Lei nº 13.363/2016 acrescentou o art. 7-A ao EAOAB, prevendo direitos específicos à advogada gestante, lactante, adotante ou que der à luz, conforme esquematizado no quadro abaixo. DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE: TEMA COBRADO NOS EXAMES XXIV E XXVII DA OAB. • Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; • Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; • Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição; DIREITOS DA ADVOGADA LACTANTE, ADOTANTE OU QUE DER À LUZ: TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/FGV. • Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê; • Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV. DIREITO DA ADVOGADA ADOTANTE OU QUE DER À LUZ: • Para a advogada adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente (período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção). Os direitos assegurados à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art. 392 do CLT, ou seja, o prazo de 120 dias de licença maternidade. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 22 Por fim, conforme mencionado acima, não podemos esquecer que a Lei nº 13.869/2019 (nova lei de abuso de autoridade) acrescentou o art. 7º - B ao EAOAB, in verbis: ‘Art. 7º-B - Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa A Lei n. 14.365/2022 alterou o art. 7º-B do EAOAB, para elevar a pena no caso de violação de prerrogativa do advogado para detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa O art. 3º, “j”, da antiga lei de abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65, revogada pela Lei nº 13.869/2019) já previa como crime qualquer atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional, o que, em tese, abrangeria todos os direitos dos advogado previstos no art. 7º do EAOAB. A nova Lei de Abuso de Autoridade, entretanto, reduziu o alcance do art. 3º, “j”, da Lei n. 4.898/65, especificandoque apenas a violação aos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º do EAOAB é que serão considerados crimes, nos termos do art. 7º-B do EAOAB. TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV Apesar dessa nova previsão no Estatuto da OAB, deve-se lembrar que a violação ao direito previsto no inciso XIV do caput do art. 7º do EAOAB (direito de acesso aos autos) caracteriza crime de abuso de autoridade, de acordo com previsão expressa do art. 32 Lei nº 13.869/2019, mas que não foi repetida no novo art. 7º-B do Estatuto, conforme mencionado anteriormente. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 23 3 3. INSCRIÇÃO NA OAB Para exercer a advocacia, o bacharel em direito deve estar regulamente inscrito nos quadros da OAB, exigindo-se, para tanto, o preenchimento dos requisitos previstos no art. 8 do EAOAB: I - capacidade civil; II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; Na falta de diploma regularmente registrado, o bacharel pode apresentar certidão de graduação em direito, acompanhada de cópia autenticada do respectivo histórico escolar, conforme art. 23 do RGEAOAB TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV. III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV - aprovação em Exame de Ordem; V - não exercer atividade incompatível com a advocacia; O requisito da incompatibilidade serve inclusive para a inscrição de estagiário. Assim, a título de exemplo, um prefeito não pode se inscrever como advogado nem como estagiário, já que a sua atividade é incompatível com a advocacia TEMA COBRADO NO EXAME VIII DA OAB/FGV. VI - idoneidade moral; Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial. Além disso, a inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV. VII - prestar compromisso perante o conselho. • Inscrição principal: conforme previsto no art. 10 do EAOAB, a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral. Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/ FGV. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 24 • Inscrição suplementar: o advogado possui liberdade para atuar em todo o território nacional. Entretanto, se pretender atuar de forma habitual em Estado diverso do qual tenha sua inscrição principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional da OAB do Estado que pretende atuar. Considera-se habitual o trabalho do advogado que exceder 5 causas no ano (art. 10, § 2º, do EAOAB). Assim, se o advogado atuar em até 5 causas no ano em outro Estado não precisará da inscrição suplementar, mas, se ultrapassar esse limite, a inscrição suplementar é obrigatória TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV. • Transferência da inscrição: no caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente (§ 3º do art. 10 do EAOAB). • Cancelamento da Inscrição: trata-se de interrupção definitiva da inscrição, que pode ocorrer nos seguintes casos (art. 11 do EAOAB): I – se o advogado assim o requerer (não precisa de motivação, sendo ato personalíssimo e irretratável. Entretanto, o advogado poderá posteriormente requerer nova inscrição); II - sofrer penalidade de exclusão (o advogado pode requerer novamente a inscrição, comprovando a reabilitação, conforme art. 41 do EAOAB); III - falecer; IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia, como no caso das atividades de juiz e de promotor de justiça TEMA COBRADO NOS EXAMES VI , XXXIII e XXXVIII DA OAB/FGV, V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. O advogado que tiver sua inscrição cancelada poderá posteriormente solicitar nova inscrição, sem necessidade de ser aprovado novamente no Exame da Ordem, mas perderá o número antigo de inscrição. • Licenciamento da Inscrição: trata-se de interrupção temporária da inscrição, que pode ocorrer nos seguintes casos (art. 12 do EAOAB): I – se o advogado assim o requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia (ex: exercício do cargo de prefeito e governador); III - sofrer doença mental considerada curável TEMA COBRADO NOS EXAMES VI, XXX E XXXVIII DA OAB/FGV. No licenciamento, o advogado não perde o número de inscrição da OAB, podendo retomá-lo quando cessar a causa que gerou o licenciamento. Durante o período de licenciando, não há necessidade de pagamento da anuidade da OAB nem necessidade de votar. CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO LICENCIAMENTO DA INSCRIÇÃO Interrupção definitiva. O advogado perde o número de inscrição originário, podendo solicitar nova inscrição, sem necessidade de prestar novamente a prova da OAB. Interrupção provisória. O advogado não perde o número de inscrição originário. O advogado não precisa pagar anuidade nem votar. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 25 Causas: I - se o advogado assim o requerer (não precisa de motivação); II - sofrer penalidade de exclusão; III - falecer; IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição. Causas: I - se o advogado assim o requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia; III - sofrer doença mental considerada curável. É importante destacar, ainda, que o impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o exclui da sociedade de advogados à qual pertença e deve ser averbado no registro da sociedade, observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 do EAOAB, sendo proibido, em qualquer hipótese, a exploração de seu nome e de sua imagem em favor da sociedade. (§ 2º do art. 16 do EAOAB, alterado pela Lei n. 14. 365;2022) TEMA COBRADO NO XXXVII EXAME DA OAB/ FGV. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 26 4 4. ADVOGADO ESTRANGEIRO O advogado estrangeiro pode atuar no Brasil, mesmo sem a inscrição na OAB, desde que obtenha autorização do Conselho Seccional pelo prazo de 3 anos (renovável a cada período de 3 anos), mas apenas para os atos de consultoria/assessoria do direito estrangeiro referente ao seu país de origem, sendo vedadas a postulação judicial e/ou assessoria jurídica em direito brasileiro, mesmo que esses atos sejam realizados em conjunto com o advogado brasileiro (Provimento n. 91/2000 do CFOAB). Lucca, advogado italiano, pode atuar como advogado no Brasil, mesmo sem inscrição na OAB, desde que obtenha autorização do Conselho Seccional do local onde exercerá sua atividade e desde que os seus atos sejam referentes à consultoria/assessoria do direito italiano. Não poderá, entretanto, atuarna justiça brasileira mesmo que em conjunto com advogados brasileiros. Para exercer amplamente a advocacia, o estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve ter sua inscrição na OAB, fazendo prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos no art. 8 do EAOAB, incluindo a aprovação no exame da OAB. TEMA COBRADO NO XXXV EXAME DA OAB/FGV: Como exceção à regra geral, o advogado de nacionalidade portuguesa poderá ter sua inscrição na OAB deferida, podendo exercer a advocacia no Brasil, sem necessidade de prestar a prova da OAB e sem revalidar seu diploma, desde que seja observada a reciprocidade de tratamento (Provimento n. 129/2008 CFOAB). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 27 5 5. ESTAGIÁRIO O estágio profissional de advocacia pode ser oferecido pela instituição de ensino superior autorizada e credenciada, em convênio com a OAB, complementando-se a carga horária do estágio curricular supervisionado com atividades práticas típicas de advogado e de estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina, observado o tempo conjunto mínimo de 300 (trezentas) horas, distribuído em dois ou mais anos (art. 27 do RGEAOAB) TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. É possível que o estágio profissional de advocacia também seja realizado integralmente fora da instituição de ensino. Nesse caso, o estágio deve compreender as atividades fixadas em convênio entre o escritório de advocacia ou entidade que receba o estagiário e a OAB (art. 30 do RGEAOAB). Cada Conselho Seccional mantém uma Comissão de Estágio e Exame de Ordem, a quem incumbe coordenar, fiscalizar e executar as atividades decorrentes do estágio profissional (art. 31 do RGEAOAB). A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico TEMA COBRADO NO XXXIII EXAME DA OAB/FGV. e, para ser deferida, o estagiário deve preencher os seguintes requisitos: a) capacidade civil, b) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro, c) não exercer atividade incompatível com a advocacia; d) idoneidade moral e e) prestar compromisso perante o conselho. Muito importante destacar que a Lei n. 14.365/2022 acrescentou o § 5º ao art. 9º do EAOAB, dispondo que, em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades. Houve também o acréscimo do § 6º, estabelecendo que, se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, sistemas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destinados a viabilizar a realização da atividade de estágio em teletrabalho, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 28 O EAOAB passou a prever, portanto, a possibilidade de que o estágio de advocacia seja feito no regime de teletrabalho, sem que isso, por si só, caracterize vínculo de emprego. Além disso, se houver necessidade de equipamentos específicos ou infraestrutura para a realização do estágio em teletrabalho, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. Outro tema importante para a prova da OAB diz respeito quais são os atos jurídicos que o estagiário pode praticar. De forma geral, os atos privativos de advocacia, previstos no art. 1º do EAOAB (atividades privativas de advogado), ou seja, postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais e as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, podem ser subscritos por estagiário inscrito na OAB, desde que em conjunto com o advogado ou o defensor público, ou seja, os atos privativos de advogado não podem ser praticados pelo estagiário isoladamente TEMA COBRADO NOS EXAMES XI E XXIX DA OAB/FGV O estagiário, entretanto, pode praticar isoladamente os seguintes atos, sempre sob a responsabilidade do advogado (art. 29, § 1º, do RGEAOAB) TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV: I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. ATOS DO ESTAGIÁRIO EM CONJUNTO COM O ADVOGADO ATOS ISOLADOS DO ESTAGIÁRIO Postulação a órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais Atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. Além disso, para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado (art. 29, § 2º, do RGEAOAB). TEMA COBRADO NO XXXV EXAME DA OAB/FGV: L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 29 O estagiário que praticar ato excedente de sua habilitação cometerá infração disciplinar punível com censura, conforme art. 34, XXIX, c/c art. 36, I, do EAOAB. Por fim, registra-se que o aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, mas é vedada a inscrição na OAB TEMA COBRADO NO XVIII EXAMEDA OAB/FGV. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 30 6 6. SOCIEDADE DE ADVOGADOS Com as modificações promovidas pela Lei n. 13.247/2016, além de se admitir a reunião de advogados para formar sociedade simples de prestação de serviços de advocacia, passou-se a admitir também a sociedade unipessoal de advocacia. Em qualquer hipótese, a sociedade de advogados não poderá desenvolver atividade empresarial. O EAOAB passou a autorizar que o advogado constitua sociedade simples (reunido com outros advogados) ou sociedade unipessoal de advocacia (art. 15, caput), as quais adquirem personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede (art. 15, § 1º), sendo certo que a denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’ (art. 16, § 4º). TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV. A sociedade de advogados adquire personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede, ou seja,não se permite o registro de sociedade de advogado na Junta Comercial nem no Registro Civil TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV. De acordo com § 3º do art.16 do EAOAB, é proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. Abaixo destacamos as principais regras em relação às sociedades de advogados: • A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo, ou na alteração social em vigor (art. 16 do EAOAB e art. 38 do RGEAOAB). Exige-se, portanto, a forma “firma”, isto é, o nome de ao menos um dos sócios, ainda que de forma abreviada ou sobrenome TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV. • Não se permite sociedade que adote denominação de fantasia, que realize atividades estranhas à advocacia, que inclua como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. • A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual de Advocacia’. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 31 • A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/ FGV. • Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional TEMA COBRADO NOS EXAMES VII E XXVI DA OAB/FGV. O EAOAB proíbe apenas que o advogado integre mais de uma sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional, não proibindo a participação de advogados em sociedades sediadas em áreas territoriais de seccionais diversas TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV. • Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos (art. 19 do CEDOAB). TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV. • A sociedade de advogados pode constituir filial. O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA OAB/FGV., ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar (§ 5º do art. 15 do EAOAB). TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV. • A Lei n. 14.365/2022 acrescentou o § 12 ao art. 15 do EAOAB, prevendo que a sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. O EAOAB passou a permitir expressamente que a filial ou sede da sociedade de advocacia estejam em local de uso compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresa, o que é conhecido como coworking, mas não poderá, evidentemente, configurar captação de clientela. • O sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer, conforme art. 17 do EAOAB TEMA COBRADO NOS EXAMES IX, XVIII E XXXIV DA OAB/FGV Sobre a responsabilidade dos advogados, o art. 40 do RGEAOAB dispõe: “Os advogados sócios e os associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer”. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 32 Importante registrar que, de acordo com o art. 17-A do EAOB, acrescido pela Lei n. 13.465/2022, o advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB. TEMA COBRADO NO XXXVII EXAME DA OAB/FGV. Trata-se da figura do advogado associado, profissional que atua no escritório de advocacia, não é sócio nem empregado, mas que tem participação nos resultados do escritório. O art. 17-B do EAOAB, também acrescido pela Lei n. 14.365/2022, passou a dispor que no contrato de associação, que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada causa ou trabalho e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede a sociedade de advogados que dele tomar parte, o advogado sócio e associado estipularão livremente os critérios para a partilha dos resultados dela decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo: I - qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho Seccional da OAB competente; II - especificação e delimitação do serviço a ser prestado; III - forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a atribuição da totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas; IV - responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio das despesas necessárias à execução dos serviços; V - prazo de duração do contrato.” Em razão da possibilidade de fraude envolvendo a relação entre sócios e associados, que em alguns casos pode mascarar a existência de vínculo de emprego, o EAOAB passou a prever no § 10 do art. 15 do EAOAB, acrescido pela Lei n. 14.365/2022, que compete ao Conselho Federal da OAB a fiscalização, o acompanhamento e a definição de parâmetros e de diretrizes dessas relações jurídicas. Importante destacar ainda que, havendo uma relação legítima entre a sociedade e o advogado associado, o contrato deve ser averbado no registro da sociedade de advogados. Havendo fraude na relação jurídica estabelecida com o advogado associado, que, na verdade preenche os requisitos da relação de emprego e, por isso deveria ser um advogado empregado, não será permitida a averbação do contrato de associação., conforme previsto no § 11 ao art. 15 do EAOAB, acrescido pela Lei n. 14.365/2022 L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | É TI CA P RO FI SS IO N AL 33 7 7. ADVOGADO EMPREGADO O advogado, além de atuar como profissional autônomo, pode também ser empregado, hipótese em que terá alguns direitos específicos previstos pela Lei n. 8.906/94 (EAOAB). A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. Além disso, o advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Importante destacar que a Lei n. 14.365/2022 incluiu o § 2º ao art. 18 do EAOAB, estabelecendo que o advogado empregado poderá trabalhar em regime: I) exclusivamente
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