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Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos 
TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua 
aprovação. 
Você está tendo acesso agora à Rodada 01. As outras 05 rodadas serão 
disponibilizadas na sua área de membros conforme o cronograma abaixo: 
 
Material Data 
Rodada 01 Disponível Imediatamente 
Rodada 02 11/05 
Rodada 03 16/05 
Rodada 04 18/05 
Rodada 05 23/05 
Rodada 06 25/05 
 
Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS 
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra. 
 
Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois, 
muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode, infelizmente, custar inúmeras posições no 
resultado final. 
 
Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO. 
 
Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada 
uma das dicas. 
 
Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas 
para: atendimento@pensarconcursos.com 
 
 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4 
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, 
POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS ........................................... 11 
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 14 
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 24 
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 30 
PROCESSO PENAL ............................................................................................................. 36 
DIREITO PENAL MILITAR ............................................................................................ 42 
PROCESSO PENAL MILITAR ........................................................................................ 51 
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE ................................................................................... 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 4 
LÍNGUA PORTUGUESA 
DICA 01 
COMPREENSÃO E INTEPRETAÇÃO DE TEXTOS 
Considera-se como sendo o elemento-chave para um bom resultado na prova de 
Português dos concursos públicos. Isso porque, na maioria das vezes, a interpretação, 
compreende mais da metade das questões cobradas pela Banca. Por isso, listamos 
algumas dicas essenciais para você praticar durante a resolução de questões. 
1. Leia todo o texto pausadamente; 
2. Releia e marque todas as palavras que não sabe o significado, em seguida, 
pesquise sobre ela, bem como seus sinônimos e antônimos; 
3. Separe os parágrafos do texto e releia um a um fazendo um breve resumo, de 
forma mais objetiva possível, pois na prova você não terá muito tempo. 
4. Questione a forma usada pelo escritor no texto. Ex.: Aqui é a linguagem. 
DICA 02 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 Compreensão: No caso de compreensão de texto, o leitor deve visualizar dentro do 
texto e se limitar a responder as questões conforme aquilo que está explicitamente 
escrito. 
 Exemplos de comandos de compreensão de texto: 
De acordo com o texto... 
Segundo o texto... 
Na linha... 
 Interpretação: No caso de interpretação de texto, o leitor deve olhar para fora do 
texto, uma vez que a interpretação vai além do texto. 
 Exemplos de comandos de interpretação de texto: 
Interpreta-se... 
Infere-se... 
DICA 03 
TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS - TIPOS TEXTUAIS X GÊNEROS TEXTUAIS 
 A tipologia textual é a classificação de um texto de acordo com as informações 
que aparecem nele, considerando suas características internas. 
 Já, os gêneros textuais são a classificação de acordo com a relação entre a 
função do texto na sociedade e as características internas desse texto. 
GÊNEROS TIPOS TEXTUAIS 
Notícia Narrativo, Descritivo 
Receita culinária Injuntivo 
Bula de remédio Injuntivo, Descritivo 
Reportagem Narrativo, Dissertativo 
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DICA 04 
TIPO NARRATIVO 
 Na narração, o objetivo do autor é contar um fato, relatar acontecimentos (reais ou 
imaginários). 
 Há a predominância de verbos no pretérito perfeito, mas poderá haver verbos no 
presente, referindo-se ao passado (presente histórico). 
 Há evolução cronológica (antes e depois). 
 Existem duas características que ajudarão você a identificar um tipo narrativo: 
 Evolução cronológica: independentemente se o verbo está no passado ou no 
presente. 
 Intenção do autor: contar uma história! 
DICA 05 
TIPO DESCRITIVO 
 Na descrição há características de uma pessoa, de um objeto, de uma paisagem, 
de uma situação. 
 Há detalhamentos e simultaneidade. 
 Ex.: O amor estava de chambre azul, recostado no sofá cheio de almofadas coloridas. 
 Existem duas características que ajudarão você a identificar um tipo descritivo: 
 Simultaneidade: não há antes e depois. 
 Intenção do autor: caracterizar pessoas, objetos, situações... 
DICA 06 
TIPO INJUNTIVO 
 O tipo injuntivo possui a finalidade de instruir e orientar o leitor. Desse modo é 
utilizado verbo no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, com 
indeterminação do sujeito. 
 Onde podemos encontrar textos injuntivos? Em manuais de instruções, receitas, 
bulas, regulamentos, editais, códigos e leis. 
RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
 Verbo no imperativo; 
 Utilização de pronomes de tratamento e verbos modalizadores, como 
“dever”, “ter que”, “precisar”. 
 Predominância da coordenação. 
 Sequências de instruções ou comandos. 
 
 
 
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DICA 07 
TIPO EXPOSITIVO 
 O tipo expositivo tem por finalidade informar o leitor por meio da exposição de 
ideias e razões de um tema específico. 
Não há a intenção de convencer o leitor e é utilizada uma linguagem clara. 
O intuito é simplesmente expor pontos de vista e conhecimento sobre o assunto. 
 Ex.: prova discursiva de Direito; artigo científico; reportagem. 
DICA 08 
TIPO EXPOSITIVO 
 O texto expositivo se estrutura assim: 
 Introdução: há a apresentação e contextualização do tema, com o relato do 
objetivo do texto. 
 Desenvolvimento: há uma explicação clara e objetiva do assunto. 
 Conclusão: o assunto é reafirmado, com um resumo dos conteúdos apontados 
durante o texto. 
DICA 09 
TIPO PREDITIVO 
 Como o próprio nome já diz, o tipo preditivo “prediz”, “diz antes”. Indica uma 
previsão ou informação sobre o futuro, antecipando os eventos que, de acordo com o 
enunciador, acontecerão. 
 Ex.: horóscopo e profecias. 
Por isso, é predominante o uso de verbos no futuro. Os interlocutores discordam, 
concordam, concluem, justificam e exemplificam suas conversas. 
DICA 10 
TIPO DIALOGAL 
 Como o próprio nome já diz, no tipo dialogal há um diálogo entre interlocutores. 
 Ex.: entrevista, conversa telefônica, chat do Instagramou Facebook, conversa 
no WhatsApp. 
DICA 11 
TIPO ARGUMENTATIVO 
 Possui o objetivo de persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese 
defendida. 
 Ex.: manifestos, abaixo-assinados, artigos de opiniões. 
 A apresentação e defesa da tese são estruturadas por meio de uma introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 
 
 
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DICA 12 
TIPO ARGUMENTATIVO 
 Na introdução: Há a apresentação da tese que será defendida sobre o tema escolhido. 
A tese é apresentada de forma clara e objetiva, estando bem definida. Aqui, não é feita 
argumentação da tese. 
 No desenvolvimento: O autor explora todos os argumentos relacionados a sua tese, 
apresentando os pontos positivos e os pontos negativos do tema. Poderá focar em um 
argumento que queira sustentar. A linguagem precisa ser clara e coerente. Deve haver 
uma sequência lógica. Há o uso de dados estatísticos, fatos comprovados, alusões 
históricas... 
 Na conclusão: Há a retomada da tese inicial, a qual foi defendida pelos argumentos 
apresentados no desenvolvimento. Pode apresentar soluções viáveis ou de propostas de 
intervenção. 
DICA 13 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
Este é um assunto que a banca também gosta bastante! Portanto, revise bem este 
ponto da matéria! 
 METÁFORA: Nesta figura de linguagem há uma comparação implícita. Na metáfora, 
não há a utilização de um conectivo ou um elemento comparativo. 
 Ex.: A minha colega é um palito! 
 COMPARAÇÃO/SÍMILE: Tem o elemento comparativo, como, tal qual, assim como. 
 Ex.: “Mari joga futebol assim como o pai.” 
 METONÍMIA: SUBSTITUIÇÃO. Substituo uma palavra por outra. 
 Ex.: O homem foi à lua. - O homem substitui os astronautas. 
 Joana leu Machado de Assis. 
DICA 14 
CATACRESE E SINESTESIA 
 CATACRESE: É um tipo de metonímia. Quando não há palavra que se encontre para 
falar de algo. 
 Ex.: “Céu da boca”, “batata da perna”.... 
 SINESTESIA: Mistura dos SENTIDOS: olfato, paladar, visão, tato... 
 Ex.: O cheiro áspero das plantas. 
DICA 15 
HIPÉRBOLE X HIPÉRBATO 
 CUIDADO para NÃO confundir as duas figuras de linguagem abaixo: 
HIPÉRBOLE HIPÉRBATO 
Significa EXAGERO de forma intencional. 
 Ex.: Essa caixa de leite está pesando uma 
tonelada. 
 
Há uma INVERSÃO dos termos na frase. 
 Ex.: Contente ela estava. 
 OBS.: A forma direta da frase seria: 
Ela estava contente. 
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 8 
DICA 16 
ANTÍTESE, PARADOXO, IRONIA, APÓSTROFE, POLINSSÍNDETO E ASSÍNDETO 
 ANTÍTESE: significa OPOSIÇÃO. São dois termos que contrastam entre si. 
 Ex.: “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza) 
 PARADOXO: É uma OPOSIÇÃO QUE NÃO TEM LÓGICA. 
 Ex.: O nada é tudo. 
 IRONIA: significa dizer o contrário daquilo que se quer dizer. 
 Ex.: Que menino educado! Gritou com a mãe dele. 
 APÓSTROFE: É um CHAMAMENTO/INVOCAÇÃO. É o VOCATIVO. 
 Ex.: “…Ó Jesus amado! Onde estás neste momento que tanto preciso de ti?” 
 POLISSÍNDETO: significa VÁRIOS. Repetição de CONJUNÇÃO “e” e “nem”. 
 Ex.: “E trabalha e dorme e come”. 
 ASSÍNDETO: SEM conectivo. Uso de vírgula e ponto. 
 Ex.: “Estudei, pratiquei, passei”. 
DICA 17 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
 PLEONASMO: Usado para enfatizar. 
 Ex.: “E rir meu riso” 
 “Eu vi com meus próprios olhos” -> pleonasmo vicioso. 
 ANÁFORA: REPETIÇÃO no início de frase. 
 Ex.: “E se você gritasse, e se você tocasse a valsa, e se você...” 
 ONOMATOPEIA: IMITAÇÃO DE SOM. Aparece muito em gibis. 
 Ex.: “o relógio faz tic-tac”. 
 EUFEMISMO: significa AMENIZAÇÃO. 
 Ex.: Mariano bateu as botas (morreu). 
 PROSOPOPEIA/PERSONIFICAÇÃO: É dada uma característica humana e outro ser. 
 Ex.: As flores suspiravam vagarosamente. 
QUESTÃO. 
(Questão adaptada) Expressões como “o cortiço acordava” e “começavam as xícaras a 
tilintar” conferem vida própria a seres inanimados. Trata-se de um recurso empregado 
no gênero literário, denominado de: 
A) prosopopeia. 
B) sinestesia. 
C) onomatopeia. 
Gabarito: Alternativa A, pois é dada uma característica humana ao cortiço e às 
xícaras. 
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DICA 18 
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA - SINÔNIMO E ANTÔNIMO 
 Sinônimas são palavras que possuem sentido semelhante. 
 Ex.: felino/gato; carro/automóvel; cão/cachorro; problema/adversidade. 
 Antônimos são palavras que têm sentido contrário. 
 Ex.: ativo/inativo; rico/pobre; bom/mau. 
QUESTÃO ADAPTADA 
Em "’Eu não teria desenhado a aurora se eu tivesse um lápis e um papel à mão. Foi 
a luminosidade da tela que me incitou’", a palavra “aurora” funciona como um 
mecanismo de coesão por estabelecer uma relação de 
A) antecipação do termo lexical “janela”. 
B) encadeamento da oração iniciada por “Eu” à oração subordinada. 
C) subordinação da oração condicional iniciada por “se”. 
D) retomada por sinônimo da expressão “nascer do sol”. 
Gabarito: Alternativa D, uma vez que “Aurora” é sinônimo de “nascer do sol”. 
DICA 19 
ORTOGRAFIA OFICIAL 
A ortografia oficial, ou simplesmente, ortografia, em suma, denomina-se como sendo 
uma vertente da gramática, dedicando-se ao estudo da escrita de forma correta da 
Língua Portuguesa. 
Cotidianamente, falamos e escrevemos algumas palavras de forma errônea, haja 
vista que, de tanto se repetirem, entendemos por ser a forma correta. Contudo, não é, e 
pode cair na sua prova! Vejamos alguns exemplos: 
FORMA ERRÔNEA FORMA CORRETA 
Advinhar Adivinhar 
Aterrisar Aterrissar 
Bandeija Bandeja 
Buteco Boteco 
DICA 20 
ORTOGRAFIA OFICIAL 
As bancas amam esse tema, por isso, daremos muita ênfase a ele. Queremos que você 
absorva ao máximo a escritura das palavras na sua forma correta. Para tanto, 
mencionado outras palavras que, diariamente, falamos e escrevemos, muita das 
vezes, de forma errônea, e, pode ser sua dúvida na hora de assinalar a alternativa 
correta da questão! Decore-as: 
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FORMA ERRÔNEA FORMA CORRETA 
Carangueijo Caranguejo 
Boeiro Bueiro 
Impecilho Empecilho 
Fragância Fragrância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E 
ECONÔMICA DO ESTADO DE GOIÁS 
DICA 21 
DA HISTÓRIA DO ESTADO DE GOIÁS 
A história de Goiás é contada a partir do século XVIII, com a 
chegada dos bandeirantes vindos de São Paulo, atraídos pela 
descoberta de minas de ouro. Bartolomeu Bueno da Silva, o 
Anhanguera, liderou a primeira bandeira com a intenção de se fixar 
no território, que saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722. 
 
Assim, pode-se dizer que a origem do povo Goiano veio do contato entre nativos 
indígenas, negros e os bandeirantes e que foi fator decisivo para a formação da cultura do 
estado, deixando como legado as principais cidades históricas, como Corumbá de Goiás, 
Pirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e primeira capital de Goiás. 
Tome nota! O nome do Estado de Goiás origina-se da denominação da tribo indígena 
‘guaiás’, que por corruptela se tornou Goiás. Vem do termo tupi gwa ya que quer dizer: 
Indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça. 
DICA 22 
DOS TROPEIROS E IMIGRANTES 
O que eram são tropeiros na história? Os tropeiros eram condutores de mulas e também 
comerciantes, faziam o comércio de animais (mulas e cavalos) entre as regiões sul e 
sudeste. No Brasil Colonial, nos séculos XVII e XVIII, os tropeiros tinham umagrande 
importância econômica. 
E a partir deles, iniciou-se um novo modelo de ocupação na região, pois as lavouras 
existentes até então visavam apenas a subsistência. O café estava chegando a Goiás, 
seguindo as linhas da estrada de ferro. É a chamada frente pioneira do café, pois, nesta 
época, São Paulo já estava com o solo esgotado, o que fez com que populações se 
dirigissem ao interior do país: 
“As terras abundantes e vazias do interior de Mato Grosso de Goiás, representadas pelas 
áreas de matas não ocupadas pela pecuária, que aí se implantara desde longa data, 
quando do declínio da mineração parecem alternativa lógica para a instalação dos 
migrantes sem recursos e que tenderiam a aí desenvolver lavouras de alimentos para 
vendas de excedentes para o mercado (FERREIRA, 1988, p. 46).” 
Os migrantes que chegavam a Goiás vinham sobretudo de Minas Gerais (80%), São 
Paulo e Bahia. 
 
QUESTÃO ADAPTADA. 
A princípio, o atual estado de Goiás fez parte de qual unidade federativa da Capitania 
de São Paulo? 
Gabarito – Correto 
O atual estado de Goiás foi administrado, no período colonial, pela Capitania de São 
Paulo, na época a maior delas, estendendo-se do Uruguai até o atual estado de 
Rondônia. 
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 12 
DICA 23 
DO ESTADO DE GOIÁS 
O Estado de Goiás, um dos 26 (vinte e seis) estados brasileiros, situado na região Centro-
Oeste do país, é o sétimo maior estado em extensão territorial. Portanto, Goiás possui 
uma posição geográfica privilegiada. 
O Estado fica ao norte com o estado do Tocantins, ao sul com Minas Gerais e Mato Grosso 
do Sul, a Leste com a Bahia e Minas Gerais e a oeste com Mato Grosso. Destaca-se que 
Goiás possui 246 municípios e uma população de 7.200 milhões de habitantes. 
 Área: 340.257 km² 
 População: 7.200 milhões 
 Capital: Goiânia 
 Atual Governador: Ronaldo Caiado 
 Municípios: 246 
DICA 24 
DO ESTADO DE GOIÁS - DIVISÕES 
 Goiás é dividido em 5 mesorregiões: 
 Noroeste; 
 Norte; 
 Sul; 
 Leste e; 
 Centro. 
O estado possui ainda 18 microrregiões, sendo todas elas cidades. 
A região sul ainda é dividida em sudoeste e sudeste, mas essa divisão não aparece 
explícita no mapa. 
MESORREGIÃO NOROESTE E 
MICRORREGIÕES 
São Miguel do Araguaia, Aragarças e Rio Vermelho 
MESORREGIÃO 
NORTE E MICRORREGIÕES 
Porangatu, Chapada dos Veadeiros; 
MESORREGIÃO LESTE E 
MICRORREGIÕES 
Vão do Paranã e Entorno de Brasília 
MESORREGIÃO 
CENTRO E MICRORREGIÕES 
Goiânia, Anápolis, Anicuns e Iporá 
MESORREGIÃO SUL 
GOIANO E MICRORREGIÕES 
Vale dos Bois, Meia Ponte, Pires do Rio 
MESORREGIÃO SUDOESTE E 
MICRORREGIÕES 
Rio Verde, Jataí, Quirinópolis, Santa 
Helena, Mesorregião Sudeste e 
Microrregiões: Catalão, Ipameri, Orizona (região 
estrada de ferro) 
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 13 
DICA 25 
DO SOLO 
Na superfície do solo de Goiás é possível encontrar terrenos cristalinos sedimentares 
antigos e áreas de planaltos bastante trabalhadas pela erosão, que se alternam com 
chapadas, apresentando características físicas de contrastes marcantes e beleza singular. 
As maiores altitudes 
Chapada dos Veadeiros, com elevações acima de 1.200 metros 
Serra dos Pireneus, que atinge 1.395 metros de altura. 
As águas de suas terras são drenadas principalmente pelos rios Tocantins, Araguaia e 
Paranaíba, este um dos formadores do rio Paraná. Destacam-se ainda no Estado, os rios 
Aporé, Corumbá, São Marcos, Claro e Maranhão. No rio Araguaia encontra-se a ilha de 
Bananal, a maior ilha fluvial brasileira, região muito procurada por turistas para a prática 
da pesca e lazer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 14 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
DICA 26 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA 
 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
 Soberania; 
 Cidadania; 
 Dignidade da pessoa humana; 
 Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 Pluralismo político. 
Fique atento! 
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos da Constituição Federal. 
QUESTÃO. 
Sobre os poderes do Estado, é CORRETO afirmar que: 
(a) emanam das Forças Armadas. 
(b) emanam do povo. 
(c) pertencem às autoridades que o exercem. 
(d) somente podem ser exercidos pelo povo indiretamente, através de representantes 
eleitos. 
Gabarito: Alternativa B 
Comentário: No caso dessa questão, o candidato deveria saber que, segundo o artigo 
1º, parágrafo único, da Constituição de 1988, todo o poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
Desse modo, por eliminação seria possível encontrar a resposta da questão. 
 INDEPENDÊNCIA E HARMONIA DOS PODERES 
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. 
DICA 27 
OBJETIVOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
 Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 Construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
Mnemônico: 
SO-CI-DI-VA-PLU 
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 15 
 Garantir o desenvolvimento nacional; 
 Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
 Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação. 
Dica: Fique atento aos verbos. Vale dizer, são normas de eficácia limitada 
definidoras de princípios programáticos. 
DICA 28 
PRINCÍPIOS DE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL 
 A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: 
 Independência nacional; 
 Prevalência dos direitos humanos; 
 Autodeterminação dos povos; 
 Não-intervenção; (foi cobrado recentemente na prova de Delegado do Paraná de 
2021); 
 Igualdade entre os Estados; 
 Defesa da paz; 
 Solução pacífica dos conflitos; 
 Repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
 Concessão de asilo político. 
Fique atento! 
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural 
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
DICA 29 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 No artigo 5º da CF/88, encontram-se 05 (cinco) direitos fundamentais, a saber: 
 direito à vida; 
 à liberdade; 
 à igualdade; 
 à segurança e; 
 à propriedade. 
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 16 
O entendimento é de que esses direitos são estendidos a todos que se encontrem em 
território nacional, e não somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país. 
 Não somente as pessoas físicas encontram-se tuteladas, as pessoas jurídicas e o 
próprio Estado encontram-se sob a égide desses direitos. 
DICA 30 
DIREITO À VIDA 
O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina. 
Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada, 
admite-se a pena de morte. O aborto, por sua vez, é permitido em casos excepcionais. 
 Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez 
quando não há outra forma de salvar avida da gestante. 
 Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por 
médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu 
representante legal quando a gestante dor menor de 18 anos. 
 Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de 
uma criança com grave deformidade genética. 
DICA 31 
IGUALDADE/ISONOMIA 
O principal dispositivo constitucional sobre o direito de liberdade é o art. 5º, inciso I, da 
CF, que assim dispõe: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição”. 
O objetivo deste dispositivo não é somente garantir a igualdade formal, mas 
principalmente a igualdade material ou substancial. 
A igualdade formal busca tratar todos os indivíduos da mesma maneira, garantindo-se 
os mesmos direitos e deveres. Contudo, a igualdade material busca o mesmo 
tratamento igualitário, com a observação de que todos devem ser tratados de maneira 
igual, na medida das suas desigualdades. 
Nesse sentido, a própria Constituição em algumas situações já materializa a igualdade 
material ou substancial, como no art. 5º, inciso L, da CF: “às presidiárias serão 
asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de 
amamentação”. 
Com base também no princípio da igualdade material é que se legitima as chamadas 
ações afirmativas, que representam medidas de compensação para grupos com 
realidade histórica de marginalização ou discriminação. São exemplos de ações 
afirmativas: Cotas raciais, PROUNI e a lei maria da penha. 
JURISPRUDÊNCIA 
A lei que veda o exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham, 
direta ou indiretamente, atividade policial, não afronta o princípio da isonomia. STF. 
Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/2/2014 (Info 735). 
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 17 
DICA 32 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade 
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo 
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do 
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça. 
Por não existir direito fundamental absoluto, a legalidade pode ser afastada nos casos de 
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de 
defesa (artigo 136, CF/88). 
O princípio da legalidade tem duas acepções, uma diz respeito ao particular e a outra à 
Administração. O primeiro é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Já o 
segundo pode fazer somente o que a lei permite. 
DICA 33 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
O princípio da reserva legal impõe a necessidade que determinadas matérias sejam 
disciplinadas por LEI FORMAL, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no 
artigo 59, da CF/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de 
obediência à lei em SENTIDO AMPLO. 
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade 
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo 
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do 
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça. 
 A reserva legal pode ser classificada em: 
 Absoluta: a norma constitucional necessita lei formal para sua regulamentação. 
 Relativa: em que pese a necessidade de lei formal, é possível a edição de espécies 
infralegais para regulamentação da norma constitucional. 
O princípio da irretroatividade das leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá, 
exceto em benefício do réu. 
 DICA 34 
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE 
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX) 
Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO 
o anonimato. 
A vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a terceiros 
ao exercer a livre manifestação do pensamento. 
A livre manifestação de pensamento não é absoluta, sendo proibido qualquer discurso de 
ódio, inclusive a incitação ao racismo. 
 
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 18 
 DICA 35 
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA 
 Nos termos da Constituição (art. 5º), é assegurado: 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e 
a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
O Brasil é um país leigo, laico ou não confessional, o que significa a separação oficial 
entre o Estado e a religião. Assim, o Estado não permite a interferência de correntes 
religiosas em assuntos estatais. 
JURISPRUDÊNCIA 
 A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e 
bibliotecas públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à 
liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988. STF. 
Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012). 
 É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, 
registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa 
Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou 
(iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com 
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à 
liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, 
nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103) 
(Info 1003). 
 É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade 
religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz 
africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935). 
 CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina 
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). 
[...] O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas 
escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim 
ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade 
do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o 
cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade 
de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante 
requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser 
permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno 
exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários 
normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os 
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 19 
princípios de sua confissão religiosa, porintegrantes da mesma, devidamente 
credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer 
ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe 
que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas 
ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se 
garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário.ADI 
4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 27/9/2017 (Info 879). 
JURISPRUDÊNCIA 
 “[...] nos termos do artigo 5.o, VIII, da Constituição Federal é possível a 
realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos 
previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de 
crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a 
preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus 
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira 
fundamentada” (RE 611.874, j. 26.11.2020). 
 DICA 36 
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE 
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX) 
É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem. 
 Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICA 37 
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E COMUNICAÇÕES 
 A Constituição Federal dispõe que: 
 “É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e 
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e 
na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal.” 
A inviolabilidade de sigilo abrange quatro situações: correspondências, comunicações 
telegráficas, comunicações de dados e comunicações telefônicas. 
DIREITO DE 
RESPOSTA 
Aplica-se a pessoas 
físicas e pessoas 
jurídicas.
É proporcional ao agravo.
Pode ser acumulado com 
indenização por dano 
material, moral ou à 
imagem.
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 20 
O próprio dispositivo da Constituição excepciona a regra, ao afirmar que o sigilo das 
comunicações telefônicas pode sofrer restrição por ordem judicial para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal, nos termos da lei. 
ATENÇÃO! 
A exceção que a Constituição Federal traz corresponde apenas a comunicações 
telefônicas. 
O fato de a Constituição Federal trazer apenas exceção quanto às comunicações 
telefônicas, NÃO significa que as outras inviolabilidades são ABSOLUTAS, pois NÃO 
existem direitos fundamentais absolutos. 
A título de exemplo, as inviolabilidades de correspondência e de comunicações telegráficas 
podem ser restringidas nas hipóteses de decretação de estado de defesa e de sítio (art. 
136, §1º, inciso I; e art. 139, inciso III, ambos da CF). 
DICA 38 
LIBERDADE DE REUNIÃO 
A liberdade de reunião é uma previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI). Veja só: 
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à 
autoridade competente;” 
 Ao analisar esse direito fundamental, extrai-se os seguintes requisitos: 
 A reunião pacífica, ou seja, sem violência e sem armas é amplamente permitida nos 
locais abertos ao público; 
 NÃO SE EXIGE prévia autorização; 
 Contudo, é necessária que a autoridade competente seja previamente AVISADA; 
 A reunião não poderá acontecer se, no mesmo local e horário, já houver reunião 
convocada anteriormente; 
ATENÇÃO! 
Não confundir prévio AVISO com prévia AUTORIZAÇÃO. 
 
ATENÇÃO! 
Sobre o requisito do AVISO, o STF, através do Recurso Especial n° 806339/SE, cujo 
Relator foi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que tal aviso seja cumprido, não há 
nenhum tipo de forma pré-estabelecida, bastando apenas que chegue o conhecimento 
da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de aviso prévio 
relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação 
que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma 
pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário. RE 
806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado 
em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003). 
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 21 
 Um grande exemplo desse aviso (sem nenhuma forma em si), com base no 
entendimento firmado pelo STF, seria uma reunião agendada e amplamente divulgada 
através das redes sociais, as quais, a maioria da sociedade tem acesso. Assim, dada a alta 
veiculação, obviamente, o Poder Público teria conhecimento. 
 E AGORA? O QUE EU RESPONDO SE A BANCA COBRAR O TEMA? Sobre isso, 
redobre a atenção! Caso a Banca cobre a literalidade da Constituição, precisa apenas que 
haja o aviso prévio (sem especificar de que maneira). Entretanto, caso a banca cobre o 
recente entendimento jurisprudencial, o aviso não precisa ser necessariamente formal, 
bastando apenas que, de alguma forma, chegue ao conhecimento do Poder 
Público. 
DICA 39 
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO 
Segundo o inciso XV, do art. 5º, é livre a locomoção no território nacional em tempo de 
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair 
com seus bens. 
Durante a excepcionalidade do estado de sítio, defesa ou intervenção federal, o direito 
de liberdade de locomoção pode ser cerceado. 
Qualquer pessoa, brasileiro ou estrangeiro, pode transitar livremente pelo território 
nacional com seus bens. 
 O “habeas corpus” é o remédio adequado para combater cerceamento ilegais do direito 
da liberdade de locomoção. 
DICA 40 
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 Presunção de inocência ou presunção de não culpabilidade – tem o objetivo de 
evitar condenações criminais precipitadas. 
JURISPRUDÊNCIA 
Quanto a este tema, importante ressaltar a orientação atual do STF quanto à 
execução provisória da pena. Atualmente, o STF NÃO admite a execução 
provisória da pena, uma vez que o cumprimento da pena somente pode ter início 
com o esgotamento de todos os recursos. 
Sobre concursos públicos, o STF também tem jurisprudência pacificada, no sentido 
de que “Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é 
legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação 
de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal.”. 
(STF – RE 560.900/DF - Tema 22 - Tese). 
 Crimes inafiançáveis e imprescritíveis – Racismo e Ação de grupos armados contra 
a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
Para lembrar, basta pensar na RAÇÃO (Racismo e Ação de grupos armados). 
 CRIMES INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA. 
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 22 
 Utiliza-se a sigla 3TH: 
3T T Tortura 
T Tráfico de drogas 
T Terrorismo 
H H Crimes Hediondos 
DICA 41 
LIBERDADE DE PENSAMENTO 
 Sobre este direito fundamental, encontramos referência no art. 5º, incisos IV, IX e XIV, 
da CF: 
 IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato; 
 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
 XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
 Se de um lado o Estado garante a liberdade de pensamento, de outro responsabiliza 
quem exerce tal direito de forma abusiva. Nesse sentido, segue a previsão do art. 5º, 
incisoV, da CF: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem”; 
 A liberdade de pensamento é frequentemente analisada pelo STF quando colide 
com outros direitos fundamentais. Vejamos as principais decisões do STF sobre o 
tema: 
 Constitucionalidade das manifestações em prol da legalização da maconha 
(ADPF 187, DJe de 29.05.2014); 
 Desnecessidade do diploma para exercício do jornalismo (RE 511.961); 
 A classificação indicativa das diversões públicas e programas de rádio e TV devem 
ter natureza meramente indicativa, não se confundindo com licença prévia (ADI 2.404). 
ATENÇÃO! 
A liberdade de expressão NÃO abrange os chamados “discursos de ódio” 
(manifestações de ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos, 
vinculados a questões de etnia, religião, gênero, deficiência, orientação sexual etc.). 
 
 
 
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DICA 42 
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA 
 O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por 
motivo de: 
 crença religiosa; 
 de convicção filosófica ou; 
 política. 
Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88. 
 Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa fixada em lei, haverá restrição de seus direitos. 
DICA 43 
DIREITO À PRIVACIDADE (INC. X) 
Conforme se extrai do inciso em estudo, a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas são invioláveis, caso ocorra alguma violação, será assegurado à vítima o 
direito a indenização pelo dano material ou moral sofrido. 
As pessoas jurídicas, por serem titulares dos direitos à honra e à imagem, poderão ser 
indenizadas por dano moral sofrido. A honra tutelada aqui é a objetiva!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 24 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
DICA 44 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO: PRINCÍPIOS 
SUPREMACIA DO 
INTERESSE 
PÚBLICO 
O interesse público prevalece em 
detrimento dos interesses particular, por 
exemplo, a desapropriação. 
INDISPONIBILIDADE DO 
INTERESSE PÚBLICO 
Voltado à atuação do administrador, posto 
que este deve exercer suas funções sempre 
buscando garantir o interesse público, não 
devendo desistir dos feitos ou dispor de 
suas prerrogativas. 
DICA 45 
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A Administração Pública é o conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura 
administrativa do Estado, com o objetivo de efetivar a vontade política para cumprimento 
do interesse público. 
O Governo decide qual política adotar e a máquina pública (Administração Pública) 
executa o rumo adotado. 
 Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico, por 
meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou 
intervenção. 
 Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração 
Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e 
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades). 
DICA 46 
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
O artigo 2º, da CF/88 dispõe, expressamente, sobre a separação de poderes. Trata-se de 
doutrina nascida na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu. Segundo preconiza o 
dispositivo em apreço, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Judiciário, o Executivo e o Legislativo. 
 Administração Direta (Entes Políticos): União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
 Administração Indireta (Entes Administrativos): Autarquia, Sociedade de 
Economia Mista, Fundação Pública e Empresa Pública. 
Quanto à criação das entidades da Administração Indireta, a CF/88, nos incisos XIX e XX, 
do artigo 37, dispõe que somente por lei (ordinária) poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, no caso da fundação, definir as áreas de sua 
atuação. 
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Nota-se que a lei ordinária cria (direto) a autarquia e autoriza a criação dos demais 
entes administrativos. 
DICA 47 
CENTRALIZAÇÃO, DESCONCENTRAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 
Na administração direta, os entes praticam as atividades através de órgãos, de forma 
centralizada, desconcentrada, concentrada e descentralizada. 
 Centralização: Na centralização a pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios) 
pratica suas atividades por meio de seus órgãos, realizado diretamente a atividade 
administrativa, sem interferência de outra entidade. 
 Desconcentração: Na desconcentração há uma distribuição interna de competência, 
dentro da mesma pessoa jurídica. 
Há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor hierarquia ficam subordinados aos 
seus superiores. 
 Concentração: A concentração ocorre quando um único órgão desempenha todas 
as funções do ente político, sem divisão com órgãos menores. 
 Descentralização: A atividade é prestada por pessoa diversa. O Estado resolve 
repassar a atividade para outra pessoa executar em seu lugar. 
 Ex.: concessão, permissão ou autorização para execução de um serviço público 
para empresas particulares, através de contratos, precedidos de licitação. 
DICA 48 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO 
Quanto à posição estatal - cai bastante nas provas - os órgãos podem ser: 
independentes, autônomos, superiores e subalternos. 
 
 
 
 
 
DICA 49 
ÓRGÃOS INDEPENDENTES 
Os órgãos independentes são os originários da Constituição de 1988 e 
representativos dos poderes do Estado, de modo que não possuem qualquer 
subordinação hierárquica ou funcional. 
Também são chamados de órgãos primários do Estado, pois exercem as funções 
outorgadas diretamente pela Constituição Federal. 
 Ex.: Chefias do Executivo - Presidência da República. 
Os órgãos podem ser: 
- Independentes 
- Autônomos 
- Superiores 
- Subalternos 
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DICA 50 
ÓRGÃOS AUTÔNOMOS 
Os órgãos autônomos são aqueles que estão na cúpula da administração. 
Encontram-se localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes e estão 
diretamente subordinados aos seus chefes. 
Tem ampla autonomia administrativa e financeira. 
Exercem funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das 
atividades que estão dentro de sua esfera de competência. 
 Ex.: Ministérios e secretarias de Estado. 
DICA 51 
ÓRGÃOS SUPERIORES 
Os órgãos superiores possuem poder de direção, controle, decisão e comando de 
assuntos relacionados com a sua competência específica. 
Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais elevada. 
Não gozam de autonomia administrativa nem financeira. 
Sua atuação funcional se restringe ao planejamento e soluções técnicas dentro da sua 
área de competência. 
 Ex.: Gabinetes, Divisões, Coordenadorias e Departamentos. 
DICA 52 
ÓRGÃOS SUBALTERNOS 
Os órgãos subalternos são todos aqueles subordinados a órgãos mais elevados, com 
reduzido poder de decisão e predominância de atribuições de execução. 
São destinados à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos, 
cumprimento de decisões, dentre outras atribuições. 
 Ex.: Delegacia 
DICA 53 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO 
Quanto à posição estatal, os órgãos podem ser: simples ou compostos. 
 
 
 
 Simples: constituídos por apenas um centro de competência 
 Compostos:em sua estrutura, reúnem outros órgãos menores, com função idêntica ou 
funções auxiliares. 
 
Quanto à posição 
estatal, os órgãos 
podem ser: 
- Simples 
- Compostos 
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 27 
DICA 54 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS 
 
 
 
 
 Os órgãos não possuem: 
 Personalidade jurídica 
Quem terá capacidade jurídica para responder pelos atos praticados pelos órgãos será a 
pessoa jurídica que realizou a desconcentração. 
 Patrimônio próprio 
Todo o patrimônio utilizado pelo órgão é da pessoa jurídica a qual ele pertence. 
 Capacidade processual 
Como regra, os órgãos não possuem capacidade processual, de modo que não podem 
figurar em qualquer dos polos (autor/réu) de uma demanda processual. No entanto, os 
órgãos independentes e os autônomos têm capacidade processual para tutelar as suas 
prerrogativas institucionais. 
DICA 55 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 A administração indireta é composta por pessoas jurídicas, com personalidade 
jurídica: 
 Autarquias; 
 Fundações; 
 Empresas Públicas; 
 Sociedades de Economia Mista; 
As pessoas jurídicas que se enquadram na administração indireta necessitam de lei para 
sua existência. 
 Autarquia – criada por lei – A publicação de lei cria a autarquia. 
A autarquia possuí personalidade jurídica de direito público. 
 Empresa Pública ( Ex.: Caixa Federal) e Sociedade de Economia Mista ( Ex.: 
Banco do Brasil) são autorizadas por lei, necessitando do registro de seu ato 
constitutivo nos órgãos responsáveis para que ganhem vida. 
EP / SEM – Possuem personalidade jurídica de direito privado. 
 Fundação Pública - são autorizadas por lei e lei complementar deverá definir suas 
áreas de atuação. 
Órgãos não possuem 
- Personalidade jurídica 
- Patrimônio próprio 
- Capacidade processual 
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 28 
 Fundação – personalidade jurídica pode ser de direito público ou de direito 
privado. Se público é criada por lei como a autarquia; Se privado, é autorizada por lei 
como EP/SEM, devendo ser registrada para ganhar vida. 
DICA 56 
DIFERENÇAS: EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
DIFERENÇAS 
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista 
Pessoas jurídicas de direito privado. Pessoas jurídicas de direito privado. 
Criadas mediante autorização legal Criadas mediante autorização legal 
Capital exclusivamente público Capital público e privado (o poder 
público detém a maioria do capital 
votante). 
Prestação de serviço público ou exploração 
de atividade econômica. 
Prestação de serviço público ou 
exploração de atividade econômica. 
Qualquer forma de organização empresarial Sob a forma de sociedade anônima 
Foro Federal (apenas empresa pública 
federal) 
Foro comum 
 
DICA 57 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA 
AUTARQUIA 
 Características da autarquia: 
 Natureza: pessoa jurídica de direito público 
 Atividade: Típica de Estado 
 Regime de pessoal: Presidente (cargo em comissão) / Demais servidores (Cargo 
efetivo) 
 Bens: impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis. 
 Imunidade tributária: não paga impostos sobre o patrimônio, bens e serviços 
 Prescrição: dívidas e direitos prescrevem em 5 anos; 
 Se sujeita a lei de licitações. 
DICA 58 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS 
FUNDAÇÕES 
 Características das fundações: 
 Natureza: 
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 29 
 Direito público - Lei cria 
 Direito privado - Lei autoriza 
 Atividades de caráter social, isto é, não exclusivas do Estado 
 Regime de pessoal: 
 Direito público - servidores estatutários 
Direito privado – CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 30 
DIREITO PENAL 
DICA 59 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL: PRINCÍPIOS APLICADOS 
 A aplicação da Lei Penal é regida por dois princípios, da legalidade e da 
anterioridade, que estão expressos na Constituição Federal, no art. 5º, inciso XXXIX, 
que diz “não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal”; 
 Isso significa que só será crime se a previsão em lei estiver sido criada antes do fato 
praticado; 
 Outro princípio que rege a aplicação da lei penal é o princípio da irretroatividade da 
lei penal, previsto no art. 5º, XL, da CF/88, segundo o qual “a lei penal não retroagirá, 
salvo para beneficiar o réu”. 
 Quando a lei retroage, ela se aplica aos fatos praticados antes de sua criação. 
DICA 60 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 Nullum crimen sine praevia lege 
 Não há: 
 Crime sem lei anterior que o defina; 
 Pena sem prévia cominação legal. 
 
A elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei; 
 Divisão: 
reserva legal + anterioridade da lei penal. 
DICA 61 
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL 
 Reserva legal 
 Somente lei em sentido estrito (formal) pode: 
 Definir condutas criminosas; e 
 Estabelecer sanções penais (penas e medidas de segurança). 
 
 Não podem estabelecer condutas criminosas nem sanções: 
 Medidas Provisórias (MP); 
 Decretos; 
 Demais diplomas legislativos. 
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 31 
 CUIDADO! 
 
 MP em matéria penal: pode, se favorável ao réu (STF). 
 Ex.: descriminalização de condutas. 
DICA 62 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
 A lei deve ser anterior a prática do crime; 
 Culmina no princípio da irretroatividade da lei penal gravosa. 
 CUIDADO! 
 Lei penal não retroage para prejudicar; 
 Lei penal retroage para beneficiar. 
DICA 63 
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA LEI PENAL 
 Proibição da edição de lei: 
 Vagas, 
 Imprecisas. 
 
 NORMAS PENAIS EM BRANCO (NPB) 
 São legais, pois respeitam o princípio da reserva legal; 
 Sua aplicação depende de outra norma. 
 
 Podem ser: 
 Homogêneas (sentido amplo): complementação por fonte homóloga (pelo mesmo 
órgão que produziu a NPB); 
 Heterogêneas (sentido estrito): complementação por fonte heteróloga (por órgão 
diverso daquele que produziu a NPB). 
 
 Proibido: 
 Analogia in malam partem (desfavor do réu); 
 É possível a interpretação extensiva, mesmo que prejudicial ao réu (STF). 
 
 
 
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DICA 64 
SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
Segundo o disposto no CP, Art. 2º, Parágrafo único: A lei posterior que, de qualquer 
modo, favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. 
Uma lei nova que modifica o regime anterior, melhorando ou beneficiando a situação do 
sujeito, aplica-se aos fatos anteriores, mesmo que já tenha o trânsito em julgado da 
sentença condenatória. 
Se a lei piorar de qualquer forma, só vai se aplicar aos fatos posteriores. 
Abolitio criminis: ocorre quando uma conduta deixa de ser crime (RETROAGE); 
Novatio legis incriminadora: ocorre quando uma conduta que era lícita passa a 
ser crime (NÃO RETROAGE, pois é prejudicial); 
Novatio legis in pejus: lei que torna a lei mais gravosa de alguma forma (NÃO 
RETROAGE) 
Novatio legis in mellius: beneficia, de alguma forma, a situação do acusado 
(RETROAGE) 
DICA 65 
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
 Aplica-se o princípio da ultratividade; 
 A lei se aplica ao período determinado seja melhor ou pior que a anterior ou posterior; 
 Hipóteses: lei TEMPORÁRIAou EXCEPCIONAL 
 A lei TEMPORÁRIA tem data de início e final determinadas, por exemplo, de 1º de 
Junho de 2021 a 30 de Junho de 2021; 
 A lei EXCEPCIONAL não tem data certa, pois vige uma determinada SITUAÇÃO, ou 
seja, a lei vigorará ENQUANTO durar a pandemia; 
Dica para memorizar se a LEI é melhor ou pior 
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS: M de MELHOR 
NOVATIO LEGIS IN PEJUS: P de PIOR 
LEX MITIOR: M de MELHOR 
LEX GRAVIOR: lei mais GRAVE 
DICA 66 
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA 
→ Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. 
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 Ex.: Lei Geral da Copa. 
→ Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade 
institucional. 
 Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não 
estiver mais em vigor). 
 Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais. 
DICA 67 
DA EXTRA-ATIVIDADE DAS LEIS 
Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-
atividade e a retroatividade. 
→ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os 
fatos ocorridos durante a sua vigência. 
→ Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de 
regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor. 
 Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo 
do cometer do fato delitivo, mesmo que não mais vigente. 
 Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em 
continuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento 
consumativa se prolonga no tempo – sequestro). 
DICA 68 
TEMPO E LUGAR DO CRIME 
 O TEMPO do crime será considerado no momento de sua ação ou omissão (teoria da 
atividade); 
 O LUGAR do crime será considerado no momento da ação ou da omissão ou o lugar 
onde o resultado aconteceu ou deveria ter acontecido (teoria da ubiquidade); 
L Lugar 
U Ubiquidade 
T Tempo 
A Atividade 
 
 
 
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DICA 69 
TEORIA DA UBIQUIDADE 
 Não se aplica a teoria da ubiquidade: 
 CPP: teoria do resultado (art. 70). Aplicado nas hipóteses de crimes plurilocais. 
Abrangem lugares distintos, mas todos dentro do mesmo país. 
 Crimes conexos: crimes conexos são crimes que estão relacionados entre si. Não 
aceitam a ubiquidade uma vez que não constituem unidade jurídica. 
 Crimes plurilocais: teoria do resultado. 
 Infrações penais de menor potencial ofensivo (juizado especial): teoria da 
atividade. 
 Crimes falimentares: local da decretação da falência. 
 Atos infracionais: teoria da atividade. 
 Crimes contra a vida: teoria da atividade - deve preponderar a teoria da atividade, 
devido à dificuldade em se realizar o júri. 
DICA 70 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO 
Em regra, a lei penal brasileira se aplica aos fatos praticados no território nacional; 
 Excepcionalmente, pode se aplicar a fatos praticados fora do país, são os casos de 
extraterritorialidade; 
 A extraterritorialidade pode ser incondicionada, quando a lei brasileira de aplica em 
qualquer hipótese, até mesmo se o agente já tiver sido condenado ou absolvido no 
exterior, ou condicionada quando depender de alguns requisitos; 
 As aeronaves ou embarcações do GOVERNO brasileiro são consideradas extensão 
do BRASIL, ou seja, se aplica o princípio da territorialidade. 
DICA 71 
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
 Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes 
praticados no exterior quando o bem jurídico violado for brasileiro. O que importa nesse 
caso é a função pública exercida pelo Presidente. 
 Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia 
ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 Princípio de proteção / real / da defesa; 
 Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 Princípio de proteção / real / da defesa; 
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 35 
 Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 Princípio da Justiça Universal ou cosmopolita. 
DICA 72 
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA 
 Crimes ocorridos fora do Brasil e que o Brasil irá pretender aplicar a sua lei penal 
brasileira desde que estejam implementadas algumas condições previstas no art. 7º, II do 
CP. 
a) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir: 
 Princípio da justiça universal / cosmopolita / jurisdição mundial. 
b) Crimes praticados por brasileiro: 
 Princípio da nacionalidade ativa: é importante a aplicação da lei, pois o brasileiro nato 
não pode ser extraditado. 
c) Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados: 
 Quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 Princípio da bandeira / pavilhão / representação / subsidiário / substituição. 
DICA 73 
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA: CONDIÇÕES CUMULATIVAS 
 Nos casos de extraterritorialidade condicionada, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições (cumulativas): 
 Entrar o agente no território nacional; 
 Ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
 Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
 Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
 Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta 
a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 36 
PROCESSO PENAL 
DICA 74 
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
 O Código de Processo Penal adota a Teoria da Territorialidade, ou seja, as 
disposições do CPP aplicam-se nos limites do território nacional. 
 Contudo, o mencionado princípio comporta exceções. 
 IMUNIDADE DIPLOMÁTICA - Chefes de governo estrangeiro ou de Estado 
estrangeiro, suas famílias e membros das comitivas, embaixadores e suas famílias, 
funcionários estrangeiros do corpo diplomático e suas famílias, assim como funcionários 
de organizações internacionais em serviço (ONU, OEA, etc.) – possuem a prerrogativa de 
responder no seu país de origem pelo delito praticado no Brasil (Convenção de Viena 
sobre Relações Diplomáticas). 
 Quando as autoridades acima praticam infrações penais no território brasileiro, NÃO 
se aplicam as regras do CPP. Será aplicada a lei do país de origem da autoridade. 
Tal imunidade NÃO É EXTENSIVA aos empregados particulares dos agentes 
diplomáticos. 
Cônsul: só goza de imunidade em relação aos crimes funcionais. 
 PRERROGATIVAS CONSTITUCIONAIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DE 
OUTRAS AUTORIDADES, EM RELAÇÃO AOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE – 
Compete ao Senado Federal (Art. 52, incisos I e II, CF). 
 PROCESSO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR –processar e julgar os crimes 
militares definidos em lei, conforme o Código de Processo Penal Militar. 
 CRIMES ELEITORAIS: A competência criminal da Justiça Eleitoral é fixada em razão 
da matéria, cabendo o processo e o julgamento dos crimes eleitorais. 
DICA 75 
LEI PROCESSUAL NO TEMPO 
 Art. 2º, CPP – PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM: “A lei processual penal aplicar-
se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da leianterior”. 
 A lei processual penal aplica-se imediatamente. Não é analisado se o conteúdo da lei 
processual penal é mais benéfico ou não para o réu. 
 Normas unicamente processuais: cuidam de procedimentos, atos processuais, 
técnicas do processo – a elas se aplica o art. 2º, CPP. 
 Normas processuais materiais ou mistas: abrigam conteúdo de natureza 
penal (crime, pena, medida de segurança, efeitos da condenação e do direito de punir 
do Estado) e processual penal. Neste caso, em razão do conteúdo de natureza penal, 
aplica-se a legislação mais benéfica para o réu. 
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 37 
DICA 76 
DO INQUÉRITO POLICIAL - CONCEITO DO INQUÉRITO POLICIAL 
O inquérito policial é muito importante para a prova das carreiras policiais. 
O inquérito policial, faz parte da rotina dos policiais civis, que trabalham diariamente 
com os inquéritos para realizar as investigações policiais. Por isso, prestem muita 
atenção nesta e nas próximas dicas sobre o assunto! 
 Conceito: O inquérito consiste num conjunto de diligências visando elucidar os fatos, 
as fontes de prova. Além disso, possui caráter preparatório, pois através dele a polícia 
investigativa possibilita que o titular da ação penal (ex.: Ministério Público) possa 
ingressar com a Ação Penal. 
DICA 77 
NATUREZA DO INQUÉRITO POLICIAL 
 Natureza do inquérito: O inquérito policial possui a natureza de um procedimento 
administrativo, preparatório, presidido pela autoridade policial (delegado de polícia). 
NÃO é um processo ou procedimento judicial! 
 Condução do inquérito: Vejam o art. 2º §1º da Lei 12.830/2013, que prevê que cabe 
ao DELEGADO DE POLÍCIA a condução do inquérito policial, o que reforça a sua 
natureza administrativa, e não jurisdicional. 
Dessa forma, caro aluno, você, através do inquérito policial, vai documentar as suas 
atividades investigativas, que serão conduzidas para colher os elementos de 
informação da efetiva ocorrência do crime (materialidade delitiva), para descobrir 
quem foi o autor do crime (autoria), tudo isso para possibilitar que o Ministério 
Público, titular da ação penal pública, possa ingressar com a Ação Penal. 
DICA 78 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
Procedimento ESCRITO 
(art. 9º, CPP) 
* As peças do inquérito devem ser reduzidas a escrito. 
 
Procedimento 
DISPENSÁVEL 
(art. 39, §5, CPP) 
* O inquérito é dispensável à propositura da Ação 
Penal. O MP dispensará o inquérito se com a 
representação forem oferecidos elementos que o 
habilitem a promover a ação penal. 
Procedimento 
INDISPONÍVEL 
(art. 17, CPP) 
* Uma vez instaurado, a autoridade policial NÃO pode 
mandar arquivar os autos do inquérito policial. 
* O delegado pode até concluir que o fato apurado não é 
crime, mas não pode arquivar o inquérito. 
Quem o faz é o Ministério Público, titular da ação penal, 
observando o procedimento do art. 28 do CPP. 
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 38 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
Procedimento SIGILOSO 
(art. 20) 
* A autoridade deve assegurar o SIGILO no inquérito, 
necessário à elucidação do fato. 
 
* Imaginem se cair no conhecimento popular que um 
determinado chefe do tráfico está sendo objeto de uma 
interceptação telefônica. A medida ficaria sem efeito, 
correto? É por isso que o inquérito é um procedimento 
SIGILOSO. 
DICA 79 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO INQUISITIVO 
No inquérito policial há concentração de poder em autoridade única. Logo, há o 
afastamento do contraditório e da ampla defesa. 
 Fique atento! 
A título de conhecimento, ressalte-se que é possível que o inquérito tenha contraditório e 
ampla defesa. Havendo desejo político, é possível a regulação de inquéritos com 
contraditório e ampla defesa, a exemplo do inquérito para a expulsão do estrangeiro 
regulado na Lei de Migração (Art. 58, Lei 13.445/2017). 
DICA 80 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO DISCRICIONÁRIO 
O Delegado preside a investigação da forma que entender mais estratégico, adequando o 
Inquérito Policial a realidade do crime apurado. 
 Tome nota! 
 Os arts. 6º e 7º do CPP, de forma não exaustiva, apontam diligências que podem ou 
devem ser cumpridas, para melhor aparelhar o Inquérito Policial. 
 As diligências requeridas pela vítima ou pelo suspeito podem ser negadas, salvo 
o exame de corpo de delito quando a infração deixar vestígios (arts. 14, 158 e 184 do 
CPP). 
DICA 81 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO SIGILOSO 
Cabe ao delegado de polícia velar pelo sigilo em favor da eficiência da investigação (art. 
20, CPP). 
 Princípio da presunção de inocência 
Informações do Inquérito Policial não serão apontadas na certidão de antecedentes 
criminais. 
 
 
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 39 
DICA 82 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO ESCRITO 
Prevalece a forma documental, sendo que os atos orais serão reduzidos a termo (art. 
9º, CPP). 
 O delegado deve rubricar todas as laudas do Inquérito Policial. 
 As novas ferramentas tecnológicas podem ser empregadas na documentação, o que 
envolve captação de som e imagem, assim como a estenotipia (técnica de resumo de 
palavras por símbolos). 
DICA 83 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL 
O delegado NUNCA poderá arquivar o inquérito policial. 
Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada a autoridade competente. 
Memorize! 
 
 
 
 
DICA 84 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO DISPENSÁVEL 
A deflagração do processo independe da prévia elaboração do Inquérito Policial 
(posição majoritária). 
 Fique atento! Inquérito indispensável (posição minoritária) 
Para Henrique Hoffmann, em posição minoritária, o inquérito é indispensável para a 
deflagração do processo; afinal, é possível que o inquérito seja a fonte de fornecimento de 
justa causa para o ajuizamento da ação penal. 
DICA 85 
CONTRADITÓRIO DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL 
O contraditório é um dos princípios bases do processo penal, expressamente 
consagrado na Constituição Federal. Contudo, o inquérito policial é um procedimento 
sigiloso. Então, como fazer para conciliar essas duas previsões? 
Regra geral, não há contraditório pleno no âmbito do inquérito policial. Trata-se de 
um procedimento de característica inquisitorial, em que o contraditório e a estrutura 
dialética, típica da ampla defesa e dos processos judiciais, não é observada. 
O Estatuto da OAB prevê que é direito do advogado examinar, mesmo sem procuração, 
os autos do inquérito policial (art. 7º, inciso XIV, Estatuto da OAB). 
A forma que a jurisprudência encontrou de compatibilizar isso é permitindo ao advogado o 
amplo acesso aos elementos de prova que JÁ TIVEREM SIDO DOCUMENTADAS no 
inquérito policial. As diligências ainda em curso não serão permitidas o acesso ao 
advogado. 
Delegado 
JAMAIS poderá arquivar o inquérito 
policial 
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É isso o que quer dizer a Súmula Vinculante n. 14: “é direito do defensor, no interesse 
do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 
DICA 86 
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
É importante que você entenda isso... 
Não deixe de fazer a redação LITERAL do art. 155 do CPP!! 
FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)ELEMENTOS 
MIGRATÓRIOS 
São elementos que, embora 
colhidos durante o inquérito policial, 
podem servir para embasar a 
condenação. 
 São eles: 
1) provas 
cautelares; 
2) provas não 
repetíveis; 
3) provas 
antecipadas. 
DICA 87 
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIA 
Somente será considerado PROVA no âmbito do processo penal aquela submetida ao 
contraditório judicial, ou seja, aquela colhida durante a instrução processual penal (fase 
processual), em que seja dada oportunidade para a parte acusada se manifestar 
previamente, participando ativamente da sua colheita. 
No âmbito do inquérito policial, isso NÃO ocorre. O Inquérito Policial é um 
procedimento sigiloso, em que NÃO se observa o contraditório prévio. A parte 
investigada não participa das investigações, não participa da colheita da prova. 
Quando o juiz for analisar se condena ou não o acusado, ele deverá observar as PROVAS 
produzidas em contraditório judicial. Ele NÃO poderá, como regra, fundamentar a 
sua condenação exclusivamente nos elementos informativos colhidos durante a 
investigação. 
Na verdade, esses elementos colhidos por você, futuro policial civil, durante o inquérito 
policial, tecnicamente sequer são chamados de provas, mas sim ELEMENTOS DE 
FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP) 
ELEMENTOS DE 
INFORMAÇÃO 
São colhidos no inquérito policial, 
sem a observância do 
contraditório. 
Sozinhas, NÃO 
podem embasar a 
condenação. 
 
PROVAS 
São aquelas produzidas sob o 
contraditório judicial, durante a 
instrução criminal. 
São elas que 
servem para 
embasar a 
condenação. 
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 41 
INFORMAÇÃO. Isso porque tais elementos não se prestam como provas, mas sim como 
elemento para que o Ministério Público faça a acusação, bem como para direcionar os 
rumos da instrução criminal, na fase processual. 
Certo? Espero que sim! Mas, existem algumas exceções… Isso porque muitas vezes os 
elementos de informação colhidos por você na delegacia NÃO poderão ser repetidos 
durante a instrução criminal, seja porque às vezes os vestígios desaparecem, ou ainda 
porque a testemunha que prestou o depoimento morreu, etc. 
É por isso que a lei ressalva as provas cautelares, não repetíveis e as antecipadas. 
Essas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas são chamadas de ELEMENTOS 
MIGRATÓRIOS. Recebem esse nome porque, embora colhidas durante o inquérito 
policial, elas podem, sozinhas, embasar a condenação do juiz. 
Prova irrepetível, por exemplo, é aquela que simplesmente desapareceu, como a 
constatação da embriaguez, a constatação dos hematomas de uma mulher agredida, etc. 
Já Prova cautelar são aquelas pautadas pela necessidade e urgência, como o caso de 
uma interceptação telefônica. Não há como o juiz repetir essa prova, concordam? 
DICA 88 
DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 Importante!!!! 
A duração do inquérito variará de acordo com o réu estar preso ou não. Além disso, há 
uma regra específica na Lei de Drogas que é importante vocês saberem! 
 Duração do inquérito para réu preso 
Primeiramente, em se tratando de réu preso, o CPP prevê o prazo de 10 dias, contados 
do dia em que se executar a ordem de prisão. 
Porém, o Pacote Anticrime passou a prever a possibilidade de o juiz prorrogar o 
inquérito em se tratando de réu preso, por uma única vez, por mais 15 dias. Se, após 
essa prorrogação, ainda não houver concluído as investigações, a prisão deverá ser 
imediatamente relaxada. 
Portanto, para RÉU PRESO = 10 dias, prorrogáveis por mais 15 dias. 
 Duração do inquérito para réu solto 
Além disso, em se tratando de réu solto, a duração do inquérito é de 30 DIAS, podendo 
haver sucessivas prorrogações na hipótese de o caso ser de difícil elucidação (na prática, 
quase todo inquérito com réu solto extrapola esse prazo). 
 Duração do inquérito na lei de drogas 
Há uma outra regra específica na Lei de Drogas que é importante você memorize. 
Em se tratando de inquérito para apurar os crimes previstos na lei de drogas 
(exemplo: tráfico de entorpecentes), a duração do inquérito é de 30 dias para o réu 
preso, e de 90 dias para o réu solto, podendo, em ambos os casos, ser duplicados pelo 
juiz (ver artigo 51 da Lei de Drogas). 
 
 
 
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 42 
DIREITO PENAL MILITAR 
DICA 89 
DECRETO-LEI Nº 1.001/69 – CÓDIGO PENAL MILITAR - DOS PRINCÍPIOS DA 
LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE 
O art. 1º do Código Penal Militar (CPM) estabelece que não há crime sem lei anterior 
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 
Portanto, extrai-se do referido dispositivo a necessidade de prévia existência de lei 
penal incriminadora para que se possa processar e consequentemente condenar alguém. 
De igual modo, deve ser prévia a cominação de sanção para se aplicar e ser cumprida pelo 
condenado. 
 Da leitura do artigo, percebe-se ainda a presença do princípio da legalidade, o qual, 
segundo ensina Nucci possui 03 (três significados: 
 político (garantia constitucional dos direitos humanos fundamentais); 
 jurídico em sentido lato (ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei, conforme art. 5.º, II, CF); 
 jurídico em sentido estrito ou penal (fixador do conteúdo das normas penais 
incriminadoras). 
 Este último prisma, é também conhecido como princípio da reserva legal, ou seja, 
os tipos penais incriminadores somente podem ser criados por lei em sentido 
estrito, emanada do Legislativo, de acordo com o processo previsto na Constituição 
Federal. 
DICA 90 
DA LEI SUPRESSIVA DE INCRIMINAÇÃO 
O art. 2º do CPM estabelece que ninguém pode ser punido por fato que lei posterior 
deixa de considerar crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença 
condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil. 
Trata-se da chamada abolitio criminis, que nada mais é que a descriminalização de 
determinada conduta por lei posterior. Ocorrendo a abolição do crime, por 
conseguinte ocorrerá a extinção da punibilidade do autor do fato antes tido por criminoso. 
A abolitio criminis “apaga” o antecedente penal do agente referente àquela conduta, uma 
vez que, conforma já explanado, o fato deixa de ser crime. Entretanto, permanecem os 
efeitos civis, conforme previsto no próprio dispositivo legal. 
DICA 91 
DO TEMPUS REGIT ACTUM E A RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA 
O § 1º do art. 2º do CPM prescreve que a lei posterior que, de qualquer outro modo, 
favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo 
sentença condenatória irrecorrível. 
Em regra, aplica-se a lei vigente à época dos fatos (atividade) – tempus regit actum. 
Entretanto, de forma excepcional é possível a extratividade, que é possibilidade de 
aplicação da lei já revogada mais benéfica (ultratividade) ou da lei posterior mais 
benéfica (retroatividade). 
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 43 
O dispositivo legal acima mencionado trata exatamente da retroatividade da lei mais 
benéfica. 
 O § 2° do art. 2º do COM ainda prevê que para se reconhecer qual a lei mais 
favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada 
qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato. 
DICA 92 
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA E A LEI VIGENTE 
Consoante o art. 3º do CPM, as medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo 
da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução. 
Percebe-se que, ao contrário do artigo anterior, em relação as medidas de segurança 
o Código Penal Militar não faz menção à aplicação de lei mais benéfica, motivo 
pelo qual é objetode críticas da doutrina. 
Conforme o escólio de Nucci, o art. 3º do CPM é data de 1969 e, portanto, editado sob a 
égide da Constituição Federal anterior a atual e, assim sendo, reputa o autor não ter 
sido o referido artigo recepcionado pela Carta Magna. 
Entretanto, até o presente momento não houve nenhuma manifestação do Supremo 
Tribunal Federal a respeito, motivo pelo qual permanece vigente o art. 3º. Dessa forma, 
na prova objetiva deve-se pautar pela literalidade do dispositivo legal. 
DICA 93 
DA LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA 
Conforme previsão do art. 4º do CPM, a lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
Como regra, as Leis são promulgadas e possuem prazo de vigência indeterminado, 
geralmente até serem revogadas por outras leis. Ocorre que, nos casos das leis 
excepcionais e temporárias (espécies de leis intermitentes), elas são promulgadas por 
período determinado. 
 LEIS EXCEPCIONAIS: são aquelas criadas diante de uma situação excepcional, 
tendo como prazo de duração o período em que durar esse estado de excepcionalidade. 
 Exemplos: guerra, catástrofes climáticas, epidemia etc. 
 LEIS TEMPORÁRIAS: são as editadas com período de duração certo, ou seja, são 
leis autorrevogáveis, na data estipulada. 
 Exemplo: Crimes da Lei n° 12.663/12 (Lei Geral da Copa) que teve duração prevista 
até 31 de dezembro de 2014. 
 Diz–se que as leis temporárias e excepcionais são exceções ao princípio da 
retroatividade benéfica falado nas dicas anteriores. Assim o são, pois se aplicáveis 
somente no período de sua vigência (geralmente muito curto), fatalmente se tornariam 
inócuas e àqueles que cometessem crimes neste período seriam certamente beneficiados. 
Dessa forma, apesar de divergência doutrinária quanto a constitucionalidade, as leis 
temporárias e excepcionais seriam sempre ultrativas, isto é, ultrapassariam o período 
de sua vigência para continuarem sendo aplicadas. 
 
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 44 
DICA 94 
DO TEMPO DO CRIME 
Quanto ao tempo do crime, o CPM prevê em seu art. 5º que “considera-se praticado o 
crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado”. 
O Código Penal Militar adotou, portanto, a teoria da atividade, segundo a qual o delito é 
perpetrado no momento da conduta, desconsiderando-se o momento do resultado. 
No caso de crimes permanentes e continuados, ocorre a prolongação da consumação 
no tempo e, portanto, é considerado como tempo do crime todo o período em que 
se desenvolver a empreitada delituosa. Aplicando-se a lei do momento em que cessou 
a atividade criminosa. 
DICA 95 
DO LUGAR DO CRIME 
O Código Penal Militar, em seu art. 6º, prevê que “Considera-se praticado o fato, no 
lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que 
sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o 
resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se praticado no lugar em que deveria 
realizar-se a ação omitida”. 
Adotou-se, portanto, a chamada teoria mista ou da ubiquidade, sendo lugar do crime 
tanto onde ocorrer a conduta delituosa, quanto o local em que se consumou o resultado. 
 Quanto ao destaque dado aos crimes omissivos no citado artigo (o que não ocorre 
no Código Penal Brasileiro comum), Nucci, explica que: 
“Na seara militar, há delitos omissivos peculiares, que exigem, por exemplo, a 
apresentação de militar em determinado posto; desse modo, se ele estiver fora do Brasil, 
a conduta omissiva (deixar de comparecer) realizou-se no exterior, mas o que realmente 
importa, levando-se em conta o bem jurídico (hierarquia, disciplina e interesse das Forças 
Armadas), é a repercussão no território brasileiro. Por isso, considera-se cometido o 
delito omissivo no lugar onde a conduta comissiva (apresentar-se) deveria ter 
ocorrido. O destaque da parte final do art. 6.º do CPM impede que se argua a 
incompetência da Justiça Militar brasileira, afirmando que a conduta omissiva e, 
ato contínuo, o resultado, deram-se no exterior.” 
DICA 96 
DA TERRITORIALIDADE/EXTRATERRITORIALIDADE 
Conforme o art. 7º do CPM aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de 
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo 
ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente 
esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira. 
Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional as 
aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar 
ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda 
que de propriedade privada. 
É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou 
navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração militar, e o 
crime atente contra as instituições militares. Para efeito da aplicação deste Código, 
considera-se navio toda embarcação sob comando militar. 
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 45 
DICA 97 
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ 
 Conforme o art. 9º do CPM, consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
 os crimes de que trata o Código Penal Militar, quando definidos de modo diverso na 
lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição 
especial; 
 os crimes previstos no CPM e os previstos na legislação penal, quando 
praticados: 
 por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma 
situação ou assemelhado; 
 Trata-se de crime impropriamente militar praticado por militar da ativa contra 
outro militar da ativa. 
 por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, 
ou civil; 
 Trata-se de crime impropriamente militar. Somente pode ser praticado por militar 
da ativa contra militar da reserva, reformado ou civil (ou seja, não é militar da 
ativa, pois se fosse se aplicaria a hipótese anterior), em lugar sujeito à 
administração militar. 
 por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de 
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração 
militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; 
 Trata-se de crime impropriamente militar, praticado por militar da ativa em 
situação de serviço, contra militar da reserva, reformado ou civil (ou seja, não é 
militar da ativa) em qualquer lugar. 
 Ex.: Em um desfile militar, um militar atuando em razão da função lesiona um civil com 
uma arma “branca”. Logo, será um crime militar. 
 por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da 
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
 Trata-se de crime impropriamente militar, praticado por militar da ativa contra 
militar da reserva, reformado ou civil (ou seja, não é militar da ativa), em período 
de manobras ou exercício. 
Urge destacar que exercício e manobra possuem relação estrita com a função militar. 
 Ex.: Será crime militar a prática de crime de estupro por militar em face de civil 
durante exercício/manobra. 
 por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob 
a administração militar, ou a ordem administrativa militar. 
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 46 
 Será crime militar quando o militar da ativa provoque lesão à ordem militar ou ao 
patrimônio. 
 os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil (infere-seque o sujeito ativo é qualquer indivíduo que não seja militar na ativa), nos 
seguintes casos: 
 contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa 
militar; 
ATENÇÃO! 
Necessário trazer decisão do STF quanto ao cometimento de delito militar por agente 
civil: “o cometimento do delito militar por agente civil em tempo de paz se dá 
em caráter excepcional. Tal cometimento se traduz em ofensa aqueles bens jurídicos 
tipicamente associados à função de natureza militar: defesa da Pátria, garantia dos 
poderes constitucionais, da Lei e da ordem (art. 142 da CF/88). (HC 88216/MG. Rel. 
Min. Carlos Britto. Primeira Turma. Publicação 24/10/2008). 
DICA 98 
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ 
 Para sua prova, é importante que você saiba os crimes militares. Além dos já conhecido 
por você, vejamos mais alguns, com base no que dispõe o art. 9º do CPM: 
 em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de 
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da 
Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; 
 contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, 
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras; 
 ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de 
natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e 
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente 
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior. 
 Os crimes de que trata o artigo 9º do CPM, de acordo com o §1º, quando dolosos 
contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do 
Tribunal do Júri. 
 Serão, porém, da competência da Justiça Militar da União os crimes dolosos 
contra a vida cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, se 
praticados no contexto: 
 do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da 
República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) 
 de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo 
que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017). 
 de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou 
de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da 
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: Lei nº 7.565/86 - Código 
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Brasileiro de Aeronáutica; Lei Complementar nº 97/99; Decreto-Lei no 1.002/69 - Código 
de Processo Penal Militar; e Lei no 4.737/65 - Código Eleitoral. 
DICA 99 
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPOS DE GUERRA 
 Prevê o art. 10 do CPM que se consideram crimes militares, em tempo de guerra: 
 os especialmente previstos no CPM para o tempo de guerra; 
 os crimes militares previstos para o tempo de paz; 
 os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei 
penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente: 
 em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; 
 em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a 
eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a 
segurança externa do País ou podem expô-la a perigo; 
 os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste 
Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território 
estrangeiro, militarmente ocupado. 
 Sobre os crimes militares em tempos de guerra, conforme lição de Nucci: 
“há quem sustente serem tais delitos os componentes de autênticas leis penais 
excepcionais, conforme previsão do art. 4.º, do CPM, porque seriam crimes ocorridos 
em época excepcional, cujos processos e/ou punições continuariam vigorando, mesmo 
quando cessado o conflito armado. Assim não pensamos. As leis excepcionais são 
intermitentes, vale dizer, feitas para ter curta duração e acompanhar um 
momento extraordinário da vida em sociedade. Os delitos militares em tempo de 
guerra, previstos lato sensu, neste artigo, são permanentes, estampados que 
estão no Livro II da Parte Especial. Portanto, desde o início de uma guerra até o 
seu final eles são aplicáveis. E, por óbvio, aos fatos ocorridos durante o conflito, 
também, pois os tipos penais continuam em vigor, ou seja, não são dotados de 
autorrevogação, como as verdadeiras normas intermitentes (temporárias ou 
excepcionais). Se, porventura, houver uma guerra, podem ser editadas outras 
normas, estas sim de caráter excepcional, logo, transitórias, para durar apenas 
enquanto se desenvolver o conflito.” 
DICA 100 
DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
Segundo o art. 29 do CPM, o resultado de que depende a existência do crime somente 
é imputável a quem lhe deu causa. 
 Relação de causalidade: é o vínculo existente entre conduta e o resultado, formador 
do fato típico. 
 Causa: é a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, 
por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem 
os praticou. 
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 48 
 A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incumbe: 
 a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência. 
DICA 101 
 DO CRIME CONSUMADO E DO CRIME TENTADO 
 Segundo o art. 30 do CPM, diz-se o crime: 
 Consumado: quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
 Tentado: quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias 
à vontade do agente. 
 Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de 1/3 a 2/3, 
podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime 
consumado (não há essa previsão no CP). 
 Neste sentido leciona Nucci: 
 “Por vezes, o autor realiza tudo o que pode para chegar à consumação, 
prejudicando sobremaneira o bem jurídico, mas logra obter uma redução na pena. 
Parece-nos injusta essa diminuição, motivo pelo qual o disposto pelo CPM é 
adequado. A excepcional gravidade do delito permite a aplicação da pena do 
crime consumado, não significando a padronização desse procedimento.” 
DICA 102 
DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E DO ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Previstos no art. 31 do CPM, o qual assim prevê: O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só 
responde pelos atos já praticados. 
A desistência voluntária ocorre quando o agente, de forma voluntária, desiste de 
prosseguir nos atos executórios do delito, respondendo assim somente pelos atos 
praticados. 
Já o arrependimento eficaz ocorre quando o agente desiste entre o exaurimento 
dos atos executórios e a consumação. Apesar de ter realizado tudo o que podia para o 
sucesso da empreitada criminosa, o autor, também de forma voluntária, interfere 
para evitar sua efetiva concretização. 
 Não se deve confundir voluntariedade (atuação livre sem coação) com 
espontaneidade (vontade sincera que parte do agente). A desistência voluntária e o 
arrependimento eficaz exigem tão somente a voluntariedade. Assim, por exemplo, o 
agente pode ser convencido por alguém a desistir que estarão preenchidos os requisitos, 
ou seja, a vontade não precisa partir dele, desde que haja de forma livre (voluntária). 
 
 
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 49 
DICA 103 
DO CRIME IMPOSSÍVEL 
O art. 32 do CPM exterioriza o conceito de crime impossível: quando, por ineficácia 
absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável. 
O crime impossível também é chamado de tentativa inidônea, tentativa inadequada, 
tentativa inútil, quase crime. 
Trata-se de causa excludente da tipicidade. 
A ineficácia absoluta do meio é a utilização de meio totalmente ineficaz, sendo 
necessária a verificação no caso concreto acerca da (in)eficácia. 
 A absoluta impropriedade do objeto de igual forma deve-se analisar se a 
impropriedade do objeto utilizado é absoluta, total, não bastando a mera impropriedade 
relativa. 
DICA 104 
DOS RESULTADOS QUE AGRAVA ESPECIALMENTE AS PENAS – NENHUMA PENA 
SEM CULPABILIDADE 
Prescreve o art. 34 do CPM que pelos resultados que agravam especialmente as 
penas só responde o agente quando os houver causado, pelo menos, 
culposamente. 
Este dispositivo possui contornos claros da teoria causalista. Conforme explica Nucci: o 
termo culpabilidade é utilizado, na ótica causalista, como o fator que congrega o elemento 
subjetivo do delito – dolo e culpa. Diante disso, nos crimes qualificados pelo resultado, 
ninguém deve ser punido se não houver atuado, no tocante ao resultado mais grave, pelo 
menos, com culpa. 
Crime qualificado pelo resultado ocorre quando um crime-base recebe um evento 
qualificador que aumenta a sua pena em razão da gravidade da conduta. 
 Ex.: roubo (crime-base) qualificado pelo resultado morte (qualificadora). 
DICA 105 
DO ERRO DE DIREITO E DO ERRO DE PROIBIÇÃO 
O erro de direito encontra-se previsto no art. 35 do CPM, o qual estabelece que a pena 
pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo 
em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por 
ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis (inevitáveis). 
No Código Penal comum, o erro de direito vem cunhado como erro de proibição, sendo 
que a finalidade de ambos é o erro quanto a ilicitude do fato. 
Outra diferença é que enquanto no CP este erro pode até mesmo levar a absolvição, no 
CPM, se o erro for escusável (inevitável), ocorre mera atenuação da pena ou 
substituição por outra menos grave. 
 Não se aplica aos crimes contra o dever militar, haja vista a obrigação do 
militar em conhecer seu ofício. 
 
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 50 
DICA 106 
DO ERRO DE FATO 
O erro de fato está prescrito no art. 36 do CPM, o qual diz que é isento de pena quem, ao 
praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável (inevitável), a inexistência de 
circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria 
a ação legítima. 
Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como 
crime culposo. 
Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou 
culpa, conforme o caso. 
 Conforme leciona Nucci: 
“o Código Penal Militar cuida, como erro de fato, de duas situações diversas: uma delas 
concerne ao erro de fato propriamente dito – ou erro de tipo, como prefere a 
nomenclatura do Código Penal comum – e outra pertine a circunstância de fato, 
apta a legitimar determinada conduta, no cenário da descriminante putativa. [...] 
há dois enfoques: a) o agente que pratica o crime, supondo a inexistência de 
elemento fático constitutivo do tipo, quando escusável, afasta o dolo, que 
termina por não abranger todos os elementos do tipo penal. Pode remanescer a 
forma culposa, conforme indicado pelo art. 36, § 1.º do CPM. Entretanto, sendo 
integralmente escusável o erro do agente, afasta-se também a culpa, absolvendo-se o 
réu. [...] b) quanto ao segundo caso, o agente pratica o crime, supondo a 
existência de uma situação fática, que, se realmente existisse, constituiria 
excludente de ilicitude (tornar a ação legítima). Está-se no contexto da 
descriminante putativa.” 
DICA BÔNUS 
DO ERRO SOBRE A PESSOA 
O erro sobre a pessoa encontra-se previsto no art. 37 do CPM, o qual diz que quando o 
agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro 
acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em 
conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para 
configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena. 
 Tem-se de dois tipos de erro: 
 De percepção – falsa representação na identificação da pessoa; 
 Ex.: A aponta sua arma para B pensando ser a vítima desejada, tendo, porém, o 
confundido com C. Atirando e acertando este último, responde como se tivesse acertado a 
pessoa de B. 
 Na execução – não se engana quanto a identificação da pessoa, mas por falha na 
arma ou outo acidente relativo a execução, erra o alvo, acertando pessoa diversa. 
 Ex.: A atira contra B (sua vítima pretendida), mas por falha da arma acaba acertando C 
que estava próximo. Também responde como se tivesse acertado B. 
Em ambos ocorre o erro de pessoa para pessoa. 
 
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 51 
PROCESSO PENAL MILITAR 
DICA 107 
DECRETO-LEI Nº 1.002/69 – CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR - DA 
REGÊNCIA DO PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA 
Conforme prescrito no art. 1º do Código de Processo Penal Militar (CPPM), o processo 
penal militar será regido pelas normas contidas no CPPM (Decreto-Lei nº 1.002/69), sendo 
assim em tempo de paz e em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for 
estritamente aplicável. 
 Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de 
convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas. 
 Aplicam-se, subsidiariamente, as normas do CPPM aos processos regulados em leis 
especiais. 
DICA 108 
DA INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL MILITAR – DA INTERPRETAÇÃO 
LITERAL 
Como regra as normas do CPPM devem ser interpretadas de forma literal. 
Inclusive, é essa a regra prevista no art. 2º do Código Processual Penal Militar, o qual 
preconiza que a lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal 
de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção 
especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação. 
DICA 109 
DA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA E DA INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA COMO 
EXCEÇÃO 
 Excepcionalmente se admite as chamadas interpretação extensiva e interpretação 
restritiva, conforme previsão do § 1º do art. 2º do CPPM: 
 Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for 
manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, 
que é mais ampla, do que sua intenção. 
 Porém, existem casos em que é expressamente proibido a aplicação da interpretação 
extensiva e da interpretação restritiva. Consoante disposto no §2º do referido dispositivo, 
não é possível qualquer dessas interpretações, quando: 
 cercear a defesa pessoal do acusado; 
 prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; 
 desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao 
processo. 
 
 
 
 
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 52 
DICA 110 
DO SUPRIMENTO DOS CASOS OMISSOS 
 Dispõe o art. 3º do CPPM que os casos omissos serão supridos: 
 pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem 
prejuízo da índole do processo penal militar; 
 Umexemplo dessa aplicação do CPP ao direito processual militar é o interrogatório por 
carta precatória. 
 O STF, no Informativo nº 824, entendeu nesse sentido: embora o Código de 
Processo Penal Militar não preveja a expedição de carta precatória para inquirir acusado, e 
sim citá-lo, tampouco a veda. Presente a lacuna observa-se a incidência subsidiária da 
legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da 
índole do processo penal militar (CPM, art. 3º, “a”). HC 115189/AM, rel. Min. Marco 
Aurélio, julgamento em 3.5.2016. 
 pela jurisprudência; 
 pelos usos e costumes militares; 
 pelos princípios gerais de Direito; 
 pela analogia. 
DICA 111 
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS PENAIS MILITARES EM TEMPO DE 
PAZ 
 Prevê o art. 4º do CPPM que sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, aplicam-se as normas deste Código em tempo de paz: 
 em todo o território nacional; 
 fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se 
tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a segurança 
nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça 
estrangeira; 
 fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância 
da força militar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no 
cumprimento de missão de caráter internacional ou extraterritorial; 
 a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer 
que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob comando 
militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar 
competente; 
 a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à 
administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a 
segurança nacional. 
 
 
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 53 
DICA 112 
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS PENAIS MILITARES EM TEMPO DE 
GUERRA 
 Também prevê o art. 4º do CPPM que sem prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, aplicam-se as normas deste Código em tempo de guerra: 
 aos mesmos casos previstos para o tempo de paz; 
 em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar 
brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância 
interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações; 
 em território estrangeiro militarmente ocupado. 
DICA 113 
DO TEMPUS REGIT ACTUM 
Assim como no CPP, no Processo Penal Militar também é aplicado o princípio do tempus 
regit actum, também chamado de princípio da imediatidade da aplicação da lei processual. 
Segundo este princípio, a lei processual penal será aplicada aos processos iniciados após a 
sua vigência, bem como também aos processos já em andamento, ressalvando-se os atos 
já praticados e concluídos. 
O art. 5º do CPPM assim prevê: as normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua 
vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, 
e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
DICA 114 
DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR E SEU EXERCÍCIO 
 Dispõe o art. 7º do CPPM que a polícia judiciária militar é exercida nos termos do 
art. 8º (competências), pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas 
jurisdições: 
 pelos ministros (apesar da redação originária ser ministro, atualmente deve-se 
entender como o Comandante) da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o 
território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus 
Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, 
permanente ou transitória, em país estrangeiro; 
 pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por 
disposição legal, estejam sob sua jurisdição; 
 pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, 
forças e unidades que lhes são subordinados; 
 pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos 
órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando; 
 pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e 
unidades dos respectivos territórios; 
 pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério 
da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados; 
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 pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços 
previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica; 
 pelos comandantes de forças, unidades ou navios; 
DICA 115 
DA DELEGAÇÃO DO EXERCÍCIO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR. 
Em determinados casos, prevê o CPPM que será possível ocorrer a delegação do exercício 
para subordinados. 
 O §1º do art. 7º prevê que obedecidas as normas regulamentares de 
jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas no artigo 7º poderão 
ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. 
Prescreve o §2º do art. 7º que em se tratando de delegação para instauração de 
inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do 
indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. Em 
não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser 
feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo, prevê o §3º. 
 Com as informações prestadas, cuidado com a seguinte assertiva que poderá ser 
questão de prova: 
DICA 116 
DA COMPETÊNCIA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR 
 O art. 8º do CPPM elenca diversas atribuições ou competências da polícia judiciária 
militar: 
ATENÇÃO! 
ATENÇÃO AOS REQUISITOS PARA A DELEGAÇÃO: 
 Obediência as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando; 
- Deve ser feita para oficiais da ativa; 
- Possuir fins específicos; e 
- Por tempo limitado. 
QUESTÃO. 
Para que um oficial de mesmo posto realize investigação, deverá 
necessariamente ser sempre mais antigo. 
 O item está errado. Caso o investigado seja da reserva, não precisará ser 
investigado por mais antigo. Esta é a previsão do § 4º do art. 7º: Se o indiciado é 
oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade 
de posto. 
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 55 
 apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à 
jurisdição militar, e sua autoria; 
 Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem 
como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas; 
 cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; 
 representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da 
insanidade mental do indiciado; 
 cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e 
responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido; 
 solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à 
elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; 
 requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e 
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar; 
 atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação 
de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que 
legal e fundamentado o pedido. 
DICA 117 
DA AÇÃO PENAL MILITAR E SUAS CONDIÇÕES GERAIS 
É através da ação penalmilitar que ocorre o processamento do sujeito ativo de delito 
militar. 
O art. 29º do CPPM explicita que a ação penal é pública e somente pode ser promovida 
por denúncia do Ministério Público Militar. 
Desse dispositivo, infere-se que quando se tratar de ação penal militar, sempre será 
ação penal PÚBLICA. Não obstante, embora a ação penal seja sempre pública, será 
possível a ação penal militar subsidiária da pública, conforme previsto na CF/88, essa 
ação, assim como no CPP comum, poderá ser intentada diante da inércia do órgão 
acusador (Ministério Público Militar). 
 O Ministério Público Militar possui Legitimidade ad Causam para propor a ação 
penal militar, sendo esta uma das chamadas condições gerais/genéricas da ação. 
Outra condição geral da ação é a possibilidade jurídica, segundo a qual o fato 
evidenciado deca ser uma ação ou omissão tipificada na parte especial do CPM, salvo no 
caso de crime comum em tempo de guerra. 
Tem-se ainda, o interesse de agir, segundo o qual a ação penal militar deve ser 
adequada ao caso concreto, bem como útil e necessária. 
A justa causa, é outra condição geral/genéricas da ação, devendo a ação penal 
militar ser iniciada em caso de prova da materialidade e indícios suficientes de autoria. 
DICA 118 
DO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE 
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 56 
 O Princípio da Obrigatoriedade está consagrado expressamente no art. 30 do 
Código de Processo Penal Militar, prevendo que a denúncia deve ser apresentada 
sempre que houver: 
 prova de fato que, em tese, constitua crime; 
 indícios de autoria. 
 Portanto, sempre que ocorra um fato tipificado como crime e estejam presentes a 
justa causa e demais condições da ação, o Ministério Público Militar não poderá se eximir 
de sua obrigação de promover a ação penal militar. 
DICA 119 
DO PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL MILITAR 
Prescreve o art. 32 do Código de Processo Penal Militar que apresentada a denúncia, o 
Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
Trata-se de reconhecimento legal ao princípio da indisponibilidade. 
Conforme explanado na dica anterior, presentes as condições da ação, o Ministério Público 
Militar tem o dever de promover a ação. Assim, após promovida a ação não poderá dela 
desistir ou dispor. 
O Princípio da Indisponibilidade também se aplica aos recursos. 
DICA 120 
DOS CRIMES CONDICIONADOS À REQUISIÇÃO DO GOVERNO 
Prevê o art. 31 do CPPM que nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código Penal 
Militar (Hostilidade contra país estrangeiro, Provocação a país estrangeiro, Ato 
de jurisdição indevida, Violação de território estrangeiro, Entendimento para 
empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra e Entendimento para gerar conflito 
ou divergência com o Brasil), a ação penal quando o agente for militar ou 
assemelhado, depende de requisição, que será feita ao procurador-geral da Justiça 
Militar, pelo Ministério a que o agente estiver subordinado; no caso do art. 141 do mesmo 
Código, quando o agente for civil e não houver coautor militar, a requisição será do 
Ministério da Justiça. 
DICA 121 
DOS IMPEDIMENTOS DO JUIZ 
 Os casos de impedimento do juiz estão previstos no art. 37 do CPPM, possuindo grande 
similaridade com os casos previstos no CPP comum. O juiz não poderá exercer 
jurisdição no processo em que: 
 como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar de 
justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim 
até o 3º grau inclusive (Previsto no CPP comum); 
 ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como 
testemunha (Previsto no CPP comum); 
 tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de 
direito, sobre a questão (Previsto no CPP comum); 
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 57 
 ele próprio ou seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim, até o 3º grau inclusive, 
for parte ou diretamente interessado (Previsto no CPP comum). 
 O impedimento pode ser declarado de ofício pelo magistrado ou a requerimento 
das partes. 
Destaca-se que quanto aos atos praticados pelo juiz impedido, estes serão considerados 
inexistentes. 
DICA 122 
DA SUSPEIÇÃO DO JUIZ 
 Prescreve o art. 38 que o juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser 
recusado por qualquer das partes: 
 se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas (Previsto no CPP comum); 
 se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver 
respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja 
controvérsia (Previsto no CPP comum); 
 se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o 2º grau inclusive, 
sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por 
qualquer das partes (Previsto no CPP comum); 
 se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o 2º grau inclusive, 
sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas 
(Previsto no CPP comum); 
 se tiver dado parte oficial do crime (Não possui correspondência no CPP comum); 
 se tiver aconselhado qualquer das partes (Previsto no CPP comum); 
 se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário de bens ou 
empregador de qualquer das partes (Previsto no CPP comum); 
 se for presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no 
processo (Previsto no CPP comum); 
 se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes (Previsto no CPP 
comum). 
 Prevê ainda o art. 39 do CPPM que a suspeição entre adotante e adotado será 
considerada nos mesmos termos da resultante entre ascendente e descendente, mas não 
se estenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o vínculo da 
adoção. 
A seu turno, o art. 40 do CPPM reza que a suspeição ou impedimento decorrente de 
parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo 
sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem descendentes, não 
funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau na linha ascendente ou 
descendente ou em segundo grau na linha colateral, de quem for parte do processo. 
A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz, ou 
de propósito der motivo para criá-la, é o que prevê o art. 41 do CPPM. 
DICA 123 
DOS PERITOS E INTÉRPRETES 
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 58 
Dispõe o art. 47 que os peritos e intérpretes serão de nomeação do juiz, sem 
intervenção das partes. 
Importante mencionar que, no CPP comum, exige-se que a perícia seja feita por no 
mínimo um perito oficial e, não sendo assim possível, seja realizada por dois peritos. O 
CPPM ainda exige a realização por dois peritos oficiais. Entretanto, entende a 
jurisprudência quase pacífica pela possibilidade de ser nomeado apenas um perito oficial. 
De acordo com o art. 48 do CPPM, os peritos ou intérpretes serão nomeados de 
preferência dentre oficiais da ativa, atendida a especialidade. Trata-se de mera 
preferência e não obrigatoriedade. 
O perito ou intérprete prestará compromisso de desempenhar a função com obediência à 
disciplina judiciária e de responder fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas 
partes. 
 O encargo de perito ou intérprete não pode ser recusado, salvo motivo relevante 
que o nomeado justificará, para apreciação do juiz, é o que prevê o art. 49 do CPPM. Além 
disso, dispõe o art. 50 do referido diploma que no caso de recusa irrelevante, o juiz 
poderá aplicar multa correspondente até 3 dias de vencimentos, se o nomeado os 
tiver fixos por exercício defunção; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia 
que irá de 1/10 à 1/2 do maior salário mínimo do país. 
 Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete que, sem justa causa: 
 deixar de acudir ao chamado da autoridade; 
 não comparecer no dia e local designados para o exame. Conforme o Art. 51, no 
caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, o juiz poderá determinar sua 
apresentação, oficiando, para esse fim, à autoridade militar ou civil competente, quando 
se tratar de oficial ou de funcionário público; 
 não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos 
prazos estabelecidos. 
 De acordo com o art. 52 do CPPM, não poderão ser peritos ou intérpretes: 
 os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o exercício de 
função pública; 
 os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente 
sobre o objeto da perícia; 
 os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu desempenho; 
 os menores de 21 anos. 
 É extensivo aos peritos e intérpretes, no que lhes for aplicável, o disposto sobre 
suspeição de juízes. 
DICA 124 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR 
Dispõe o art. 54 do CPPM que o Ministério Público é o órgão de acusação no processo 
penal militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de competência 
originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores (necessário acrescentar 
promotores) nas ações perante os órgãos judiciários de primeira instância. 
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 59 
A função de órgão de acusação não impede o Ministério Público de opinar pela absolvição 
do acusado, quando entender que, para aquele efeito, existem fundadas razões de fato ou 
de direito. 
Prevê o art. 55 do CPPM que cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da lei 
penal militar, tendo em atenção especial o resguardo das normas de hierarquia e 
disciplina, como bases da organização das Forças Armadas. 
O Ministério Público desempenhará as suas funções de natureza processual sem 
dependência a quaisquer determinações que não emanem de decisão ou despacho da 
autoridade judiciária competente, no uso de atribuição prevista no CPPM e regularmente 
exercida, havendo no exercício das funções recíproca independência entre os órgãos do 
Ministério Público e os da ordem judiciária, é o que prevê o art. 56. Os procuradores são 
diretamente subordinados ao procurador-geral. 
Necessário salientar que todas as disposições constitucionais e previstas na Lei Orgânica 
do Ministério Público da União (LC/75) serão obviamente aplicadas também ao MPM. 
 Os impedimentos do membro do Ministério Público estão elencados no art. 57, não 
podendo funcionar no processo se: 
 nele já houver intervindo seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o 
3º grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, autoridade policial ou auxiliar de 
justiça; 
 ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções; 
 ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o 3º grau 
inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito 
 Quanto à suspeição dos membros do Ministério Público, o art. 58. diz que ocorrerá se: 
 for amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido; 
 ele próprio, seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o 3º grau 
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado 
pelo acusado ou pelo ofendido; 
 houver aconselhado o acusado; 
 for tutor ou curador, credor ou devedor do acusado; 
 for herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutuário de bens, do acusado ou 
seu empregador; 
 for presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de qualquer modo 
ao acusado. 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
DICA 125 
LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA - CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
A Lei de Organização Criminosa, Lei nº 12.850/2013, veio para regulamentar as condições 
já existentes na Convenção de Palermo. 
 Um dos pontos mais importantes dessa lei é a definição de organização criminosa: 
 Esta caracteriza-se pela união de quatro ou mais indivíduos, organizados de 
maneira estruturada, para aferir vantagens, por meio de infrações penais, cujas penas 
máximas ultrapassam quatro anos, OU que tenham caráter transnacional. 
 Os requisitos para a constituição de uma organização criminosa são: 
 Organização de quatro ou mais pessoas; 
 Caráter de permanência ou estabilidade; 
 Estruturação e divisão de tarefas; 
 Ter como fim obter alguma vantagem econômica ou moral; 
 Prática de infrações (crime ou contravenção) com pena máxima superior a quatro 
anos; 
 Prática de infrações de caráter transnacional (qualquer pena). 
CUIDADO! 
 Só será organização criminosa a reunião de NO MÍNIMO quatro pessoas; 
 A reunião dessas pessoas não pode ser eventual, é necessário que haja estabilidade; 
 A organização deve ser, como o nome diz, minimamente organizada, ou seja, com uma 
estrutura e divisão de tarefas entre os seus membros; 
 DICA 126 
APLICAÇÃO DA LEI 
 A Lei de Organização Criminosa se aplica também a outras duas hipóteses: 
 Infrações previstas em tratado ou convenção internacional quando a ação ou o 
resultado acontecerem no estrangeiro; 
 Organizações terroristas. 
Isso significa que os mecanismos da lei, meios de obtenção de prova, dentre outros 
podem ser utilizados tanto no combate à organização criminosa, como em delitos de 
caráter transnacional previstos em tratados internacionais e às organizações terroristas. 
 NÃO CONFUNDA! 
Observamos também que o crime de organização criminosa é diferente do crime de 
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associação criminosa. 
Definida pelo Art. 288 do Código Penal, a associação criminosa se dá quando três ou 
mais indivíduos se associam para cometer crimes cuja pena seja de até três anos. 
 MEMORIZE! 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA 
Código Penal Lei nº 12.850/2013 
3 ou mais indivíduos 4 ou mais indivíduos 
Prática de crimes 
Prática de infrações com pena máxima 
superior a 4 anos ou de caráter 
transnacional 
Pena: reclusão de 1 a 3 anos Pena: reclusão de 3 a 8 anos 
 DICA 127 
CAUSAS DE AUMENTO 
A Lei dispõe algumas hipóteses em pena será aumentada. 
 FIQUE ATENTO! 
Emprego de arma de fogo Aumenta de 1/2 
Participação de criança ou adolescente 
Aumenta de 1/6 a 2/3 
Concurso de funcionário público 
Produto com destino ao exterior 
Conexão com outras Organizações 
criminosas 
Transnacionalidade 
 DICA 128 
AGRAVANTE 
 Importante não confundir as hipóteses de causas de aumento (ou majorantes) com 
a agravante trazida pela lei. Embora ambas os institutos aumentem de a pena de alguma 
forma, elas não se confundem; 
 As causas de aumento (ou majorantes) são aplicadas na terceira fase da dosimetria 
da pena e estão em forma de fração; 
 As agravantes são aplicadas na segunda fase da dosimetria da pena; 
 A lei de organização criminosa diz que a pena será agravada para aquele que: 
 Exerce o comando, individual ou coletivo, ainda que não pratique 
pessoalmente atos de execução. 
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 62 
 DICA 129 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 A participação do funcionário público na organização criminosa, fazendo uso das 
facilidades do cargo, é causa de aumento de 1/6 a 2/3; 
 Além disso, ao funcionário público pode-se aplicar: 
 Afastamento cautelar: se houver indícios suficientes, poderá o juiz determinar seu 
afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, 
quando amedida se fizer necessária à investigação ou instrução processual. 
 Perda do cargo: com a condenação com trânsito em julgado acarretará ao 
funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição 
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao 
cumprimento da pena. 
 MUITO CUIDADO: o prazo não é a contar do crime ou da sentença, mas do final do 
cumprimento da pena! 
 DICA 130 
CUMPRIMENTO DA PENA 
Atenção redobrada! Inovação do pacote anticrime! 
 A pena se iniciará em estabelecimento de segurança máxima: 
 No caso das lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham armas 
à disposição; 
 PROGRESSÃO DE REGIME OU LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 O condenado por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de 
organização criminosa; 
 NÃO poderá progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento 
condicional ou outros benefícios prisionais; 
 Se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo 
associativo. 
 DICA 131 
MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA 
 A Lei de Organização Criminosa prevê vários meios de obtenção de prova com vistas 
a auxiliar na investigação. São eles: 
 colaboração premiada; 
 captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
 ação controlada; 
 acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes 
de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; 
 interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas; 
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 afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal; 
 infiltração, por policiais, em atividade de investigação; 
 cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais; 
 
 Mnemônico: 2A 3C 2I 
A Acesso a dados 
A Afastamento de sigilo 
C Colaboração premiada 
C Captação ambiental 
C Cooperação entre instituições 
I Interceptação telefônica 
I Infiltração de agentes 
 DICA 132 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
COLABORAÇÃO Identificação dos coautores e das infrações praticadas 
Revelação da estrutura hierárquica e das tarefas da ORCRIM 
Prevenção de infrações praticadas pela ORCRIM 
Recuperação total ou PARCIAL do produto ou proveito 
Localização de vítima com integridade física preservada 
REQUISITOS Personalidade do colaborador 
Natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do 
fato 
Eficácia da colaboração 
PRÊMIOS Redução da pena em 2/3 
Perdão Judicial 
Substituição da pena por restritiva de direitos 
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 64 
Não oferecimento da denúncia (apenas se o colaborador não 
for o líder da organização e tiver sido o primeiro a colaborar 
Redução da pena até a metade ou progressão de regime 
(colaboração após a sentença) 
 DICA 133 
AÇÃO CONTROLADA 
Consiste a ação controlada em retardar (atrasar) a intervenção policial ou 
administrativa, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a 
medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção 
de informações. 
 A ação controlada é o atraso na atuação policial de modo que mais provas possam ser 
coletadas; 
 Não exige autorização judicial! 
 Mas exige comunicação prévia ao juiz; 
 O juiz estabelecerá os limites da ação e comunicará sigilosamente o ministério 
público; 
 Os autos da ação controlada serão sigilosos, só tendo acesso o juiz, o ministério 
público e o delegado de polícia; 
DICA 134 
INFILTRAÇÃO DE AGENTES 
 É a infiltração de agentes policiais disfarçados no seio da organização criminosa a fim 
de obter provas; 
 Será requerida pelo Ministério Público ou representada pelo Delegado de Polícia; 
 Só será admitida se não houver outra forma de obter as provas (meio subsidiário); 
 Prazo: até 6 meses, podendo ser renovadas quantas vezes forem necessárias; 
DICA BÔNUS 
INFILTRAÇÃO VIRTUAL DE AGENTES 
 Infiltração virtual de agentes policiais na internet; 
 Quando demonstrada sua necessidade; 
 Devem ser indicados o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das 
pessoas investigadas; 
 Quando possível, devem ser informados os dados de conexão ou cadastrais que 
permitam a identificação dessas pessoas. 
 Prazo: até 6 meses, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não 
exceda a 720 dias; 
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 65 
INFILTRAÇÃO PRAZO RENOVAÇÃO 
Presencial 6 meses Sem limite 
Virtual 6 meses Até 720 dias 
 
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